Literatura - 2 Ano - Quinhentismo e Barroco
Literatura - 2 Ano - Quinhentismo e Barroco
Literatura - 2 Ano - Quinhentismo e Barroco
QUINHENTISMO E BARROCO
Tudo começa em 1500, com a carta de Pero Vaz de Caminha:
Na origem da produção brasileira está o primeiro documento ‘made in Brazil’, que foi a Carta de Pero
Vaz de Caminha. Ele era o Escrivão português que acompanhava Pedro Álvares Cabral, e fez o relato da
descoberta enviado ao Rei Dom Manuel.
O QUINHENTISMO
O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns poetas e escritores do Romantismo (Gonçalves
Dias e José de Alencar) e do Modernismo (Oswald de Andrade).
A Carta de Caminha é o primeiro documento literário brasileiro. Carta descritiva com espírito ufanista
(patriotismo, enaltecer o próprio país) e nativista. Foi parodiada de forma satírica por Oswald de Andrade,
poeta modernista. Veja as referências do período:
Destacaram-se no Quinhentismo:
– Padre Manuel da Nóbrega – Foi o chefe da primeira missão dos Jesuítas na América. Escreveu relatos
aos superiores, e que se tornaram textos da Literatura do Quinhentismo.
O BARROCO
O Barroco é um estilo que dominou a arquitetura, a pintura, a literatura e a música na Europa do século
XVII.
Por isso, toda a cultura desse período, incluindo costumes, valores e relações sociais, é chamada de
"barroca".
Essa época surgiu no final do Renascimento e manifestava-se através de grande ostentação e
extravagância entre os grupos beneficiados pelas riquezas da colonização.
As principais características do Barroco
• Arte rebuscada e exagerada;
• Valorização do detalhe;
• Dualismo e contradições;
• Obscuridade, complexidade e sensualismo;
• Barroco literário: cultismo e conceptismo.
A arte barroca na Europa
O estilo barroco teve início na Itália sendo, posteriormente, desenvolvido em outros países europeus na
pintura, na arquitetura, na escultura, na música e na literatura.
O Barroco em Portugal
Em Portugal, o Barroco vai de 1508 a 1756. Padre Antônio Vieira é o principal autor do Barroco literário
no país, no entanto, passou a maior parte de sua vida no Brasil.
Sua Principal obra "Os Sermões" constituem um mundo rico e contraditório. Revelam sua inteligência
voltada para as coisas sacras e, simultaneamente, para a vida social portuguesa e brasileira.
Vieira foi uma espécie de cronista da história imediata. Assim, ele elaborava os sermões dentro da técnica
medieval, explicitando as metáforas da linguagem bíblica.
Além de Vieira, merecem destaque: o padre Manuel Bernardes, D. Francisco Manuel de Melo, Francisco
Rodrigues Lobo, soror Mariana Alcoforado e Antônio José da Silva.
Na pintura do barroco português, merece destaque a pintora Josefa de Óbidos, que embora tenha nascido
na Espanha, viveu e desenvolveu sua arte em Portugal. Dentre suas obras mais destacadas estão: "Maria
Madalena confortada pelos Anjos", "Calvário", "A Sagrada Família" e "Santa Maria Madalena".
Cena da Paixão de Cristo no Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas (MG). Essa obra foi produzida por
Aleijadinho entre 1796 e 1799
Nessa época, não havia no Brasil condições para o desenvolvimento de uma atividade literária
propriamente dita. O que se viu foi alguns escritores se espelhando nas fontes estrangeiras, geralmente nos
portugueses e espanhóis.
Principais Autores Barrocos do Brasil
Os principais escritores brasileiros desse período foram:
• Bento Teixeira (1561-1618)
• Gregório de Matos (1633-1696)
• Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711)
• Frei Vicente de Salvador (1564-1636)
• Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768)
As figuras de estilo mais comuns nos textos barrocos reforçam a tentativa de apreender a realidade por
meio dos sentidos. Observe que quanto à forma, no Barroco havia o gosto pelo soneto; emprego da medida
nova (poesia); e emprego frequente de figuras de linguagem como a antítese, o paradoxo, a metáfora,
refletindo assim o conflito existencial e espiritual.
Metáfora: é uma comparação implícita. Tem-se como exemplo o trecho a seguir, escrito por
Gregório de Matos:
1 - A famosa “Carta de achamento do Brasil”, mais conhecida como “A carta de Pero Vaz de Caminha”,
foi o primeiro manuscrito que teve como objeto a terra recém-descoberta. Nela encontramos o primeiro
registro de nosso país, feito pelo escrivão do rei de Portugal, Pero Vaz de Caminha. Podemos inferir, então,
a seguinte intenção dos portugueses:
Erro de português
Podemos observar que há uma crítica do autor em relação aos povos colonizadores, sobretudo uma crítica
sobre as intenções dos padres jesuítas, amplamente expressas na literatura produzida durante o
Quinhentismo. A crítica de Oswald de Andrade está presente no verso:
(a) “Quando o português chegou (...)”;
(a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros.
4–
À cidade da Bahia
Soneto
"Pondo os olhos primeiramente na sua cidade, conhece que os mercadores são o primeiro móvel da ruína
em que arde, pelas mercadorias inúteis e enganosas"
AMADO, James. Obra poética. Rio de Janeiro: Record, 1992. p. 333.
No soneto, a Bahia, personificada, é objeto das recriminações do poeta, como frequentemente ocorre em seus
poemas satíricos.
5. Nas duas primeiras estrofes, ele faz um paralelo entre a sua vida e a da cidade, descrevendo as
transformações que ambas sofreram.
a) Qual era a antiga situação de suas vidas?
b) E a situação presente?
6. A antítese é uma das figuras de linguagem mais utilizadas pela literatura barroca.
a) Liste as antíteses utilizadas por Gregório de Matos e indique a que tempo (passado ou presente) cada
palavra se refere.
b) O que revela o uso intenso da antítese no poema?
7. A vida do poeta foi mudada pelos maus negócios e pelos negociantes mais espertos que ele. A que ele
atribui as mudanças de estado da cidade?
.
8. Releia a terceira estrofe e responda: segundo o poeta, por que a Bahia, na época a maior exportadora
mundial de açúcar tinha tanto prejuízo no comércio internacional?
9. Na última estrofe, ele formula um desejo, exprimindo-se por meio da metáfora do "capote de algodão".
Explique o desejo do poeta e a importância da metáfora na composição do poema.