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Vírus

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Proteínas Virais

As proteínas de superfície são alvos de


anticorpos (i.e., anticorpos ligados a essas
proteínas de superfície impedem que o vírus
1. Estudar a estrutura viral, suas se ligue ao receptor celular). Isso
classificações, e suas “neutraliza” (inibe) a replicação viral.
nomenclaturas. Os vírus também possuem proteínas
• Classificação internas, das quais algumas são DNA ou
RNA-polimerases.
Os vírus de DNA associados com doenças
A proteína de matriz medeia a interação
humanas são divididos em 7 famílias.
entre as proteínas do nucleocapsídeo viral e
Os vírus de RNA podem ser divididos em as proteínas do envelope.
pelo menos 13 famílias.
•Os vírus variam em tamanho, possuindo Alguns vírus produzem variantes
desde o tamanho de uma proteína grande antigênicos de suas proteínas de superfície,
(~20 nm) até o tamanho das menores células que permitem ao vírus evadir as defesas do
(~300 nm). A maioria dos vírus apresenta-se hospedeiro. Anticorpos contra um variante
como esferas ou bastões em microscopia antigênico (sorotipo) não irão neutralizar um
eletrônica. sorotipo diferente. Alguns vírus possuem um
sorotipo; outros possuem múltiplos
• Os vírus contêm DNA ou RNA, mas nunca sorotipos.
ambos.
•Todos os vírus possuem uma cobertura As estruturas da superfície do capsídeo e do
proteica chamada de capsídeo, que recobre envelope medeiam a interação do vírus com
o genoma. O capsídeo é composto por a célula-alvo por meio de uma proteína de
subunidades repetidas chamadas de fixação viral (VAP) ou estrutura. A remoção
capsômeros. Em alguns vírus, o capsídeo ou o rompimento da parte externa deste
representa a superfície externa, mas em pacote inativa o vírus. Os anticorpos gerados
outros, o capsídeo é coberto por um contra VAP impedem a infecção viral.
envelope lipoproteico que se torna a
superfície externa da partícula. A estrutura As proteínas de superfície virais medeiam a
composta pelo genoma de ácido nucleico e ligação com os receptores celulares do
pelas proteínas do capsídeo é denomina- da hospedeiro. Essa interação determina a
nucleocapsídeo. especificidade de hospedeiro e de
órgãos/tecidos do vírus.
•As subunidades repetidas do capsídeo
fornecem ao vírus uma aparência simétrica • Capsídeo: estrutura rígida capaz de
que é útil para propósitos de classificação. resistir a severas condições
Alguns nucleocapsídeos virais possuem ambientais. São resistentes à
simetria esférica (icosaédrica), ao passo que secagem, ácidos e detergentes. São
outros possuem simetria helicoidal. transmitidos pela via oral-fecal e
podem preservar a capacidade de
•Todos os vírus de seres humanos que transmissão mesmo no esgoto
possuem nucleocapsídeo helicoidal são
• Envelope: É derivado da MP do
envelopados (i.e., não existem vírus não
hospedeiro, ou seja, é composto de
envelopa- dos helicoidais que infectem seres
lipídeos, proteínas e glicoproteínas.
humanos). Vírus que possuem um
É prontamente rompida por
nucleocapsídeo icosaédrico podem ser tanto
ressecamento, condições ácidas etc.
envelopados quanto não envelopados.
Vírus com Capsídeo: é montado a partir de 2. Compreender a replicação viral.
proteínas individuais associadas em
unidades progressivamente maiores.
• Replicação Viral
Prot. individuais > subunidades >
protômeros > capsômeros > capsídeo Cada célula infectada pode produzir até
100.000 partículas; contudo, somente
1% a 10% dessas partículas podem ser
Vírus Envelopados: composto de lipídios, infecciosas. As partículas não
proteínas e glicoproteínas. A maioria das infecciosas (partículas defeituosas)
glicoproteínas virais tem carboidratos resultam de mutações e erros na
ligados à asparagin e se estende através do fabricação e montagem do vírion.
envelope e para fora da superfície do vírion.
A produção de vírus infecciosos por
Algumas glicoproteínas agem como VAPs,
célula, ou burst size, e o tempo
capazes de se ligar a estruturas nas células-
necessário para um único ciclo de
alvo.
reprodução do vírus são determinados
O vírus de RNA de sentido positivo possui pelas propriedades desse vírus e da
um genoma de RNA de fita simples que célula-alvo.
pode funcionar como sequência de mRNA e Embora possa parecer um desperdício
se traduzir diretamente para produzir a produzir tantas partículas defeituosas, o
sequência de aminoácidos. vírus utiliza esse mecanismo para gerar
mutantes que podem ter uma vantagem
O vírus de RNA de sentido negativo contém
seletiva, e 1% dos 100.000 vírus ainda é
um genoma de RNA de fita simples que
uma grande quantidade de vírus.
produz uma sequência de mRNA
complementar a partir da transcrição. 1. Reconhecimento e Fixação na
Célula-Alvo (Absorção)
Todos os vírus de RNA de fita negativa são
envelopados. Suscetibilidade celular – presença de
receptor
O espaço intersticial entre o nucleocapsídeo
e o envelope é denominado tegumento, e A ligação das VAPs ou estruturas na
contêm enzimas, outras proteínas e até RNA superfície do capsídeo do vírion
que facilita a infecção viral. aos receptores na célula inicialmente
determina quais células podem ser
infectadas por um vírus.
Os receptores para o vírus na célula
podem ser proteínas ou carboidratos em
glicoproteínas ou glicolipídios.
A estrutura de fixação viral num
capsídeo do vírus pode ser parte do
capsídeo ou uma proteína que se estende
a partir desse capsídeo.
2. Penetração
Interações entre múltiplas VAPs e
receptores celulares iniciam a
internalização do vírus para dentro da
célula. O mecanismo de internalização
depende da estrutura do vírion e do tipo
de célula. A maioria dos vírus não A maioria dos vírus de RNA se replica e
envelopados entra na célula por produz RNAm no citoplasma, exceto
endocitose mediada por receptor ou por para os ortomixovírus e os retrovírus.
meio de viropexia.
Os vírus de RNA devem codificar as
Os vírus envelopados fundem suas enzimas necessárias para a transcrição e
membranas com as membranas celulares replicação, uma vez que a célula não tem
para liberar o nucleocapsídeo ou o meios de replicar RNA.
genoma diretamente dentro do
Os vírus de RNA de sentido positivo
citoplasma. O pH ideal para a fusão
(exceto os retrovírus) são algumas vezes
determina se a penetração ocorre na
referidos como ácidos nucleicos
superfície celular em pH neutro ou se o
infecciosos, porque são suficientes para
vírus deve ser internalizado por
iniciar a replicação ao serem injetados
endocitose e a fusão ocorrer em um
na célula. Esses genomas podem
endossomo em pH ácido. A atividade de
interagir diretamente com o maquinário
fusão pode ser provida pela VAP ou por
do hospedeiro para promover a síntese
outra proteína.
de RNAm ou de proteína.
3. Desencapsidação
5. Maturação
Uma vez internalizado, o
nucleocapsídeo deve ser transferido para 6. Liberação
o ponto de replicação dentro da célula e
o capsídeo ou o envelope, removido. O
genoma dos vírus de DNA, exceto dos • Vírus de DNA
poxvírus, deve ser transferido para o
núcleo, enquanto a maioria dos vírus de A transcrição do genoma do vírus de DNA
RNA permanece no citoplasma. O (exceto os poxvírus) ocorre no núcleo,
processo de desencapsidação pode ser usando as polimerases e outras enzimas da
iniciado por uma fixação ao receptor ou célula do hospedeiro para a síntese do
promovido por ambiente ácido ou por RNAm viral.
proteases encontradas em um
endossomo ou lisossomo. Os diferentes vírus de DNA controlam a
duração, o tempo e a quantidade da síntese
4. Síntese Macromolecular de gene viral e proteínas de formas
diferentes. Os vírus mais complexos
Uma vez dentro da célula, o genoma
codificam seus próprios ativadores
deve dirigir a síntese de RNAm viral e
transcricionais, os quais ativam ou regulam
de proteínas e gerar cópias idênticas de
a expressão dos genes virais.
si próprio. O genoma é inutilizado, a
menos que possa ser transcrito em A síntese de DNA viral é semiconservativa,
RNAms funcionais capazes de se ligar e as DNA polimerases viral e celular
aos ribossomos e ser traduzidos em requerem um iniciador (primer) para iniciar
proteínas. O modo pelo qual cada vírus a síntese da cadeia de DNA.
cumpre essas etapas depende da
estrutura do genoma e do ponto de As polimerases virais são normalmente mais
replicação. rápidas, mas menos precisas do que as
polimerases da célula do hospedeiro,
A maioria dos vírus de DNA usa a RNA causando uma taxa de mutação mais alta nos
vírus e provendo um alvo para análogos de
polimerase II DNA-dependente da
nucleotídeos como as drogas antivirais.
célula e outras enzimas para fazer o
RNAm. As principais limitações para a replicação de
um vírus de DNA incluem a disponibilidade
de substratos de DNA polimerase e
desoxirribonucleotídeos. A maioria das
células na fase de repouso do crescimento
não está realizando síntese de DNA, porque
as enzimas necessárias não estão presentes e
as quantidades de desoxitimidina são 3. Estudar o coronavírus e o
limitadas. Quanto menor o vírus de DNA, Monkeypox vírus (sintomas e
mais dependente o vírus é da célula tratamento)
hospedeira para o provimento dessas
funções.
Proteína Spike se liga ao receptor ACE2
• Vírus de RNA Monkeypox – Varíolas dos Macacos
O genoma do vírus de RNA deve
- o que sabemos
codificar RNA polimerases RNA-
dependentes (replicases e transcriptases), Família Poxviridae; vírus de DNA; do
porque a célula não tem meios de replicar o mesmo gênero da varíola
RNA. Ao contrário dos vírus de DNA, os ‘’Orthopoxviridae’’
vírus de RNA também devem fornecer as
Identificado em macacos em 1958
enzimas para a síntese e processamento do
RNAm viral. Histórico
Como o RNA é degradado relativamente República do Congo – 1 caso em humano
rápido, a RNA polimerase RNA-dependente em 1970
deve ser provida ou sintetizada logo após a
desencapsidação para gerar mais RNA viral, Casos em diversos países da África
ou a infecção será abortada. A maioria das - africa ocidental – casos mais leves – 1%
RNA polimerases virais trabalha em um de letalidade
ritmo rápido, mas também é propensa ao
erro, causando mutações. -africa central- casos mais graves – 10% de
letalidade
O genoma de RNA de fita negativa não é
infeccioso por si só, e uma polimerase deve EUA e Europa – 47 casos nos EUA em
ser carreada para dentro da célula com o 2003, importação de animais infectados da
genoma (associado ao genoma como uma África.
parte do nucleocapsídeo) para fazer RNAm
Transmissão
individual para as diferentes proteínas virais.
Como resultado, um RNA de fita positiva de Contato respiratório, pele não íntegra ou
tamanho total deve também ser produzido membranas mucosas
pela polimerase viral para agir como molde
para gerar mais cópias do genoma. Animais – humanos: mordeduras,
arranhadura
Exceto para os vírus da influenza, a
transcrição e a replicação dos vírus de RNA Humano – humano – gotícilas respiratórios,
de fita negativa ocorrem no citoplasma. A fluidos corporais, contato indireto com
transcriptase do influenza requer fômitos contamidados, o contato precisa ser
um primer para produzir RNAm. O genoma mais prolongado.
do influenza é também replicado no núcleo. Quadro Clínico
Incubação – 5 a 21 dias
Pródromos – febre, calafrio, mal estar
cefaleia e linfadenopatia
Exantema – surgimento após 24 a 72 hrs
Lesões que começam na face e vão se
espalhando
Másculas- pápulas- vesículas
Diagnóstico – PCR – reação em cadeia
polimerase
Tratamento
PEP - Vacina pra varíola
Em estudo – cidofovir; brincidofovir;
tecovirimat.

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