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Biociclo Vegetal 18

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BIOCICLO VEGETAL

Profa. Vilma Marques Ferreira


CECA/UFAL
Ciclo de vida de uma angiosperma

http://manualidadesconmoldes.com/dibujos
-de-ciclo-de-vida-de-las-plantas/
Estabelecendo um início: A GERMINAÇÃO

• Durante a formação da semente, ocorre o


desenvolvimento do embrião (embriogênese), o qual é
interrompido no final da maturação da semente;
• A retomada do crescimento do embrião caracteriza o
início da GERMINAÇÃO, a qual necessita de condições
adequadas para ocorrer;
• Quando uma semente viva (viável) não germina por falta
de condições ambientais adequadas, diz-se que está
ocorrendo QUIESCÊNCIA (ou a semente é quiescente);
• Quando as condições ambientais são adequadas e a
semente viável não germina, está ocorrendo DORMÊNCIA
(ou a semente é dormente).
JUVENILIDADE E MATURIDADE
EM PLANTAS
➢ As plantas, assim como todos os organismos
multicelulares, passam por uma série de estádios de
desenvolvimento mais ou menos definidos, com
características próprias.
➢ Animais vs. Plantas
➢ O meristema apical passa por três fases de
desenvolvimento:
1. Fase juvenil
2. Fase adulta vegetativa
3. Fase adulta reprodutiva
➢A transição de uma fase para outra é chamada mudança
de fase.
➢A juvenilidade é caracterizada pelo rápido crescimento
vegetativo e tem a função biológica de permitir que a planta
tenha um desenvolvimento vegetativo suficiente para
assegurar a função reprodutiva
➢Principal distinção entre as fases juvenil e adulta
vegetativa: capacidade para formar estruturas
reprodutivas. Entretanto, a expressão da competência
depende de sinais específicos.
➢A ausência de florescimento não é, portanto, um indicador
seguro da juvenilidade.
➢A transição da fase juvenil para a adulta muitas vezes é
acompanhada por mudanças nas características vegetativas.

Hera (Hedera helix)


Planta jovem: folhas lanceoladas, arranjadas
alternadamente no mesmo plano. Forma de
trepadeira sem flores
Planta adulta: folhas ovaladas, arranjadas em
espiral. Hábito de crescimento ereto.
Duração da fase juvenil em espécies
lenhosas
A transição da fase vegetativa para a fase reprodutiva
depende:

1) Da programação genética da planta (indução autônoma)

2) Das condições ambientais (muitas sp) como temperatura e


comprimento relativo dos períodos de luz e escuro
(fotoperíodo).

PORTANTO,

O fotoperiodismo e a vernalização são os dois mecanismos


mais importantes responsáveis pelas respostas sazonais
As espécies que respondem aos sinais
ambientais podem apresentar:

• RESPOSTAS QUALITATIVAS (ou


OBRIGATÓRIAS)

ou

• RESPOSTAS QUANTITATIVAS (ou


FACULTATIVAS)
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA:

A sincronização do florescimento permite o fluxo gênico (através


da polinização cruzada), garantindo a diversidade genética
importante para a perpetuação da espécie;

O controle do florescimento permite sincronizar o


desenvolvimento reprodutivo da planta com o seu ambiente.
➢FOTOPERIODISMO
•Estudos iniciais (Garner e Allard, 1920)
O EFEITO DA LATITUDE SOBRE O COMPRIMENTO DO
DIA EM DIFERENTES ÉPOCAS DO ANO
(HEMISFÉRIO NORTE)
•CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS QUANTO AO FOTOPERÍODO:

1) Plantas de dias curtos (PDCs) Ex.: Xanthium sp., crisântemos,


morango, prímulas.

* Florescem no outono
•CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS QUANTO AO FOTOPERÍODO:

2) Plantas de dias longos (PDLs) Ex.: Espinafre, batata, trigo,


alface

*Florescem na primavera ou início do verão


•CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS QUANTO AO FOTOPERÍODO:

3) Plantas neutras Ex.: abóbora, girassol, arroz, milho, feijão


•CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS QUANTO AO FOTOPERÍODO:

4) Plantas de dias longo-curtos (PDLCs) Ex.: Kalanchöe sp. e


jasmim-da-noite (Cestrum noctorum)

*Florescem no fim do verão e outono


•CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS QUANTO AO FOTOPERÍODO:

5) Plantas de dias curto-longos (PDCLs) Ex.: Campanula medium,


Echeveria harmsii, Trifolium repens (trevo branco)

*Florescem no início da primavera


IMPORTÂNCIA DA DURAÇÃO DA NOITE

Plantas de dias curtos (noites longas) florescem quando o Plantas de dias longos (noites curtas) florescem se o
comprimento da noite excede um período crítico de escuro. A comprimento da noite é mais curto do que um período
interrupção do período de escuro por um breve tratamento crítico. Em algumas plantas de dias longos, o encurtamento
de luz (uma quebra da noite) impede o florescimento. da noite induz o florescimento.
Efeitos da duração do período de escuro sobre o florescimento:
➢Fotoperíodo crítico

Resposta fotoperiódica em plantas de dias longos e plantas de dias curtos. A


duração crítica varia conforme a espécie. Neste exemplo as SDPs e LDPs
florescem em fotoperíodos entre 12 e 14 horas.
COMO O ESTÍMULO FOTOPERIÓDICO É PERCEBIDO?

Experimento com crisântemo (PDC)

Remoção do ápice de várias plantas (desenvolvimento de duas gemas


laterais que formam ramos)

Retirou-se as folhas desses ramos laterais deixando-se apenas as da


base

As plantas foram então submetidas aos seguintes tratamentos:


1) Grupo colocado em dias longos
2) Grupo colocado em dias curtos
3) Ramos laterais recebiam dias curtos e a base, dias longos
4) Ramos laterais, dias longos e caule com folhas, dias curtos

A FLORAÇÃO OCORREU APENAS NAS SITUAÇÕES 2 E 4

Ou seja, o sinal fotoperiódico (indução) é percebido nas folhas


O FITOCROMO

Estrutura das formas Fv (Pr) e Fve (Pfr)


do cromóforo (fitocromobilina) e a região
do peptídeo a qual está ligada através de
ligação tioéster. O cromóforo sofre uma
isomerização no carbono 15 em resposta
à luz vermelha e vermelho-distante.
➢ENVOLVIMENTO DO FITOCROMO NO FOTOPERIODISMO
A ativação do fitocromo pela luz vermelha leva a
alterações na expressão gênica, que por sua vez levam a
respostas fisiológicas, tais como germinação de
sementes, florescimento e fotomorfogênese.
O florígeno
• A idéia de uma substância única induzindo o florescimento foi
primeiro postulada por Julius Sachs (1865). Porém as
evidências mais convincentes surgiram com a descoberta do
fotoperiodismo (Garner & Allard, 1920) . Folhas – meristema
apical.

• As abordagens genéticas obtidas a partir dos estudos com a


Arabidopsis (PDC) levam a crer que o florígeno é uma
proteína, chamada FT.
VERNALIZAÇÃO

Promoção do florescimento pelo frio

•Temperatura (1-70C)
➢ Exemplo

www.forestryimages.org

O repolho (Brassica oleracea var Capitata L.) é uma das mais importantes
hortaliças da família Brassicaceae e é um tipo de planta sensível à
vernalização. É necessário de 6 a 8 semanas de baixa temperatura (5ºC) para
induzir a iniciação floral no estágio de 7 a 9 folhas ou quando o diâmetro do
caule atinge 6 cm.
•Tempo de exposição vs. desvernalização

A duração da exposição a baixas temperaturas


aumenta a estabilidade do efeito da vernalização.
Quanto mais tempo o centeio de inverno (Secale
cereale) é exposto ao tratamento de frio, maior é o
número de plantas que permanecem vernalizadas
quando o tratamento de frio é seguido por um
tratamento de desvernalização. Neste experimento,
as sementes de centeio embebidas em água foram
expostas a 50C por diferentes períodos de tempo e,
então imediatamente submetidas a um tratamento
de desvernalização por três dias a 350C (Purvis e
Gregory, 1952).
Algumas espécies podem ter a exigência fotoperiódica
substituída pela vernalização

Web Figure 25.7.A The control of flowering in the SDP Campanula


medium (Canterbury bell). When grown in continuous long days (LD), the plant
grows as a rosette and the stem does not elongate. Eight weeks of short days (SD)
followed by long days results in both elongation and flowering. The short days can
be substituted by 8 weeks of low temperature. Application of GA3 results in stem
elongation but not in flowering induction. (Photo from Wellensiek 1985.)
http://www.euita.upv.es/varios/biologia/images/Figuras_tema15/Figura15_22.jpg
Frio: limitação para o cultivo da pereira (Pyrus sp.) no Brasil:

UF=equivalente a uma hora de exposição à máxima


temperatura de eficiência (7°C).

http://www.uepg.br/uepg_departamentos/defito/htm/labiovegetal/
Pera.pdf
O PROCESSO DE SENESCÊNCIA
✓Processo de desenvolvimento normal,
dependente de energia, controlado pelo
programa genético da planta, o qual culmina
com a morte da célula, do órgão ou da
planta inteira.

✓Caracteriza-se pelo contínuo decréscimo da


atividade metabólica, diminuição do
crescimento cambial e apical, produção de
folhas pequenas, poucas flores e poucas
sementes e, estas de baixa capacidade
germinativa.
➢Tipos de senescência:
1) Monocárpica
➢Tipos de senescência:
2) Da parte aérea

Amarílis (espécie Beta maritima, espécie


bulbosa) bianual
➢Tipos de senescência:
3) Foliar sazonal
Progresso da senescência foliar sazonal
➢Tipos de senescência:

4) Foliar sequencial

Joazeiro, uma espécie do


semi-árido nordestino

Espécies de florestas tropicais úmidas Cana-de-açúcar


Estágios da senescência foliar
➢Tipos de senescência:
5) De frutos carnosos (amadurecimento)
e de frutos secos

Monocárpica

Da parte aérea
➢Tipos de senescência:
6) De cotilédones de reserva e de
órgãos florais
➢Tipos de senescência:

7) De tipos celulares especializados


(tricomas, elementos condutores do xilema)
➢ Desencadeada tanto por fatores internos como
ambientais (dependendo da sp.)

➢ Série ordenada de eventos citológicos e bioquímicos

• Cloroplastos ( gerontoplastos) vs núcleo


Eventos celulares durante a senescência

Indução da desorganização temporal de diferentes organelas de uma


célula vegetal de tecidos verdes durante a senescência. A figura mostra o
cloroplasto como sendo a primeira organela a sofrer o processo de
degradação e a última a reter sua identidade quando todas as outras
organelas são completamente degradadas (Biswal & Biswal, 1988).
Alterações na expressão gênica

• Genes de senescência negativamente


regulados (ex.: genes que codificam
para a rubisco)
• Genes associados à senescência
positivamente regulados (genes
associados a enzimas hidrolíticas e da
síntese do etileno)
OBRIGADA! E ESTUDEM PARA A PROVA!!

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