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Aula Enem 2022

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Estrutura da Redação do Enem

Redação

Macroestruturas

Introdução

Desenvolvimento

Desenvolvimento

Conclusão

Microestruturas
Contextualização do tema
Introdução
Explicitação da tese
Apresentação do projeto de texto

Retomada do projeto de texto


Desenvolvimento Comprovação do projeto de texto
(informatividade)
Posicionamento crítico (marca de autoria)
Retomada do projeto de texto
Desenvolvimento Comprovação do projeto de texto
(informatividade)
Posicionamento crítico (marca de autoria)

Agente
Conclusão Ação
Meio/modo
Detalhamento
Finalidade

Introdução
Contextualização do tema

É uma apresentação inicial do tema ou de algo que se


relaciona diretamente a ele.
É a ação de estabelecer um contexto antes da tese.
Referência a fatos, tópicos, elementos, dados que remetem ao
tema. Representam uma preparação ao que será anunciado na tese.
É importante que a contextualização tenha relação com o tema e
não seja genérica a ponto de transparecer artificialidade.
Para iniciar a introdução da redação, você precisa fazer uma
contextualização. O contexto ou assunto é algo mais amplo do que
o tema, mas que se relaciona com ele. Por exemplo: o tema da
redação de 2017 foi “desafios para a formação educacional dos
surdos no Brasil”.
O contexto poderia ser sobre educação, sobre surdez, sobre a
marginalização de pessoas com deficiência, entre outras
possibilidades.
O contexto é um bom lugar para você citar algum repertório,
como um livro, um filme, uma música, um dado histórico ou
estatístico. Lembre-se: para você tirar uma nota boa, é preciso
agenciar um repertório sociocultural. Mas não se preocupe achando
que repertório sociocultural é só citar filósofos. Pense que
repertório sociocultural é tudo aquilo que você aprende na escola.
Para enriquecer o repertório cultural na Redação do Enem
você pode citar desde leis da Física e até filósofos! Sem esquecer
que filmes, séries, livros e músicas também são repertório
sociocultural.
Exemplo de introdução de redação de um candidato que
prestou o Enem em 2017. O tema da redação foi “desafios para a
formação educacional dos surdos no Brasil”:

“Na obra ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, o realista


Machado de Assis expõe, por meio da repulsa do personagem
principal em relação à deficiência física (ela era “coxa), a maneira
como a sociedade brasileira trata os deficientes. Atualmente,
mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de
exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição
da educação ofertada aos surdos no País, a qual é responsável pela
dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente no
ramo laboral”.
A contextualização pode ser feita de maneiras diversas:
1. Dado histórico;
2. Comparação;
3. Dado estatístico;
4. Citação;
5. Definição, conceituação;
6. Narração não ficcional;
7. Narração ficcional.

Apontar um dado histórico


Uma técnica para iniciar a introdução é citando um dado
histórico, sempre com indicação precisa de datas ou referências de
acontecimentos históricos.
Exemplos: 
Às crianças, nunca foi dada a importância devida. Em
Canudos e em Palmares, não foram poupadas. Na Candelária ou na
praça da Sé, continuam não sendo.

Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do


século XVI ao XXI, o pensamento machista consolidou-se e
permaneceu forte. A mulher era vista, na transição entre a Idade
Moderna e a Contemporânea, como inferior ao homem, tendo seu
direito ao voto conquistado apenas na década de 1930, na Era
Vargas. Mas o voto e as conquistas das últimas décadas não
eliminaram o problema da violência de gênero. As raízes profundas
do machismo, junto da insuficiência das leis e da lenta mudança de
mentalidade, fazem com que o problema ainda precise ser
seriamente enfrentado pelo poder público e pela sociedade.
Comparação

A comparação pode ser com outro país, época ou civilização.


Você pode, por exemplo, mostrar como o Brasil poderia se inspirar
no modelo de outro país para caminhar com alguma questão
aqui. Mas vamos tomar alguns cuidados: 
- Primeiro, lembre-se que o que funciona em outro lugar pode não
funcionar aqui, pois há características sociais distintas;
- Além disso, cuidado com a síndrome do vira-lata. Certo país pode
ter encontrado uma forma interessante de lidar com um problema,
mas isso não significa que tal país é mais adiantado” do que nós.
Vamos abandonar a concepção de países desenvolvidos e
subdesenvolvidos para passar a falar de ideias, experiências,
propostas.
- Outro ponto importante: respeite a Constituição Brasileira e a
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uma comparação
com povos da antiguidade que lidavam de forma diferente com a
justiça (que permitiam a justiça com as próprias mãos, por
exemplo) pode ser descabida e tirar pontos da sua redação.
Exemplo:
Enquanto países como Israel, Finlândia, Suécia e Japão
investem entre 3 e 4 por cento do PIB em pesquisa e
desenvolvimento, esse número no Brasil é de 1,3 por cento. Não à
toa, enquanto esses países exportam tecnologia e produtos de alto
valor agregado, o Brasil continua em sua posição de exportador de
commodities.
Exemplo: 
É comum encontrar crianças de dez anos de idade vendendo
balas nas esquinas brasileiras. Na França, nos EUA ou na
Inglaterra – países desenvolvidos – nessa idade, as crianças estão
na escola e não submetidas à violência das ruas.

Dado estatístico

Você também pode apresentar um dado estatístico – sempre


referenciando de onde a informação foi extraída.
Por exemplo: 
Quarenta mil crianças morreram hoje no mundo, vítimas de
doenças comuns combinadas com a desnutrição, segundo a
UNICEF. Para cada criança que morreu hoje, muitas outras vivem
com a saúde debilitada. Entre os sobreviventes, metade nunca
colocará os pés em uma sala de aula.

Citação

Outra forma de iniciar a redação é usando uma citação. Você


pode utilizar o discurso direto (quando você escreve a frase exata,
entre aspas, assim como a frase do Criolo no exemplo a seguir) ou
o discurso indireto (quando você escreve com as suas palavras e
não usa aspas). Se você não se lembrar da frase exata, cite de
forma indireta, mas nunca se esqueça de indicar o autor. É
importante que a ideia da citação esteja alinhada ao raciocínio que
você vai desenvolver e à tese que você vai defender.
Uma boa citação não é, necessariamente, a frase de um
filósofo. Pode ser a fala de um político, de um artista ou até um
trecho de música. Veja a introdução abaixo, retirada de uma
redação sobre o problema da saúde pública no Brasil:

Por exemplo:
  “Navegar é preciso, viver não é preciso”. Com leve
estremecimento de susto, aplica-se o antigo verso do poeta
Fernando Pessoa ao sistema de informação, pesquisa e
correspondência por computador, a comunicação online, a Internet.

“Plano de saúde de pobre, fi, é não ficar doente”. O trecho da


música “Boca de Lobo”, do rapper Criolo, mostra o drama da
saúde pública no Brasil. Enquanto os ministros, senadores e
membros do alto escalão do governo usufruem, junto da elite, de
hospitais particulares reconhecidos internacionalmente, a
população fica à mercê de um sistema de saúde lento e
sobrecarregado. Enquanto a classe política não precisar usar os
serviços do SUS, ela continuará a negligenciá-lo.

Definição, conceituação

Você também pode começar a introdução da redação


utilizando uma definição ou um conceito.
Uma introdução com conceituação é aquela em que o
estudante explica um conceito que seja central para o tema
proposto. Nesse caso, além de apresentar o conceito, procure
mostrar porque ele é importante para o tema que será abordado.
Veja este exemplo em que a aluna explica o conceito de isonomia:

Isonomia é a noção, em lei, de que todos são iguais. Ruy


Barbosa, uma vez, definiu o conceito da seguinte forma: "tratar
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de
suas desigualdades". As leis, portanto, devem seguir essa diretriz e
ser aplicadas de acordo com as transgressões. Mas será possível
aos desiguais se tornarem iguais?
Exemplo:
  A gíria é um patrimônio comum, é um instrumento de
comunicação que parece imprescindível, sobretudo, para a
juventude. Até mesmo as gerações que a condenavam acabaram
por assimilar algumas expressões de maior ocorrência.

Narração não ficcional


Você pode trazer uma notícia que leu nos jornais, um episódio
da política ou até uma descoberta da Ciência. É importante garantir
que a história seja verificável, pois o corretor precisa saber que o
fato aconteceu ou, ao menos, encontrar facilmente na internet.
Portanto, evite situações que aconteceram no seu bairro ou na sua
família.
Ao fazer uma narração não ficcional, você também mostrará o
seu repertório de atualidades e ganhará pontos nesse item. O
exemplo é de uma redação sobre a intolerância religiosa:
Em 2014, no Guarujá, litoral paulista, uma mulher foi
amarrada, espancada e morta na rua por dezenas de pessoas que,
após lerem boatos na internet, a acusavam de utilizar crianças em
rituais de magia negra. Essa história, assim como inúmeras outras
semelhantes, são resultado da persistência da intolerância religiosa
na sociedade brasileira.

Narração ficcional

Escolha uma situação de um livro, filme ou série que esteja


relacionada ao tema apresentado na proposta e, a partir daí, mostre
como a vida imita a arte e vice-versa. Ou seja, você precisa trazer a
situação ficcional para a realidade. Veja como a autora faz isso na
introdução abaixo (selecionada de uma redação que aborda o tema
do sistema prisional brasileiro):

No seriado "Orange is the New Black", as detentas da prisão


Lichfield organizaram uma rebelião para melhorar as condições de
educação, alimentação e outros serviços prestados na instituição e
obtiveram relativo sucesso em suas demandas. Já na realidade
brasileira, rebeliões em presídios não costumam acabar bem. No
conhecido episódio do Carandiru, em 1992, a rebelião resultou em
um massacre que vitimou 111 presos. Em 2017, durante as várias
rebeliões ocorridas por todo o Brasil, o número de mortos foi ainda
maior.

Introdução
Tese
A tese é, basicamente, seu ponto de vista sobre o assunto
proposto. A partir dela, você tenta convencer o leitor por meio de
seus argumentos, comprovando-os com dados, fatos, citações,
exemplos etc.

Veja:

Em 2018, no Brasil, houve 57.956 homicídios, uma taxa de 27,8


mortes violentas por 100 mil habitantes.

Segundo o Estadão, o Brasil teve, no ano passado, o maior número


de mortes violentas do mundo. Foram 70,2 mil mortos, o que
equivale a mais de 12% do total de registros em todo o planeta.

O Brasil apresenta atualmente índices inaceitáveis de violência.

Transformação do tema em tese


Na tese deve haver um problema que contenha:
Ÿ afirmação
Ÿ tempo (quando?)
Ÿ lugar (onde?)

Tema: A questão da água na sociedade brasileira


Tese: A crise hídrica tem se agravado cada vez mais no Brasil nos
últimos anos.

Tema: Violência contra idosos na sociedade brasileira


Tese: Em nossos dias, a violência contra idosos é um mal que afeta
uma grande parcela da sociedade brasileira.
Tese: A violência contra idosos é um desafio a ser enfrentado de
forma mais organizada pelo Estado em nossos dias.

Tema: O estigma associado às doenças mentais na sociedade


brasileira (Enem 2020)
Tese: Em nossos dias, o estigma relacionado às doenças mentais no
Brasil é um mal que tem afetado grande parcela da sociedade
brasileira.

Atenção: compreenda a proposta de redação e utilize as


palavras-chave presentes no tema!
Orientações:
 Discutir cada palavra do tema proposto no texto;
 Usar as palavras do tema na introdução;
 Retomar as palavras do tema por meio de sinônimos.

Exemplos:
Tema do Enem 2020: “O estigma associado às doenças mentais
na sociedade brasileira”

"No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal,


Arthur Fleck, sofre de um transtorno mental que o faz ter episódios
de riso exagerado e descontrolado em público, motivo pelo qual é
frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade
de Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às
doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um
desafio a ser sanado. Isso ocorre, seja pela negligência
governamental nesse âmbito, seja pela discriminação desta classe
por parcela da população verde-amarela. Dessa maneira, é
imperioso que essa chaga social seja resolvida, a fim de que o
longa norte-americano não mais reflita o contexto atual da nação.

Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que,


indo contra a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a
favor de um tratamento humanizado para pessoas com transtornos
psicológicos. No contexto nacional atual, indivíduos com
patologias mentais ainda sofrem com diversos estigmas criados.
Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto e,
também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas
mídias.

Manoel de Barros, grande poeta pós-modernista, desenvolveu em


suas obras uma “teologia do traste”, cuja principal característica reside
em dar valor às situações frequentemente esquecidas ou ignoradas.
Segundo a lógica barrosiana, faz-se preciso, portanto, valorizar também
a problemática das doenças mentais no Brasil, ainda que elas sejam
estigmatizadas por parte da sociedade. Nesse sentido, a fim de mitigar
os males relativos a essa temática, é importante analisar a negligência
estatal e a educação brasileira.

Tema do Enem 2019: "Democratização do acesso ao cinema no


Brasil".

Na obra "Brasil: uma biografia", as historiadoras Lilia Schwarcz e


Heloisa Starling apontam ao leitor as idiossincrasias da sociedade
brasileira. Dentre elas destaca-se "a difícil e tortuosa construção da
cidadania". Embora o país possua uma das legislações mais avançadas
do mundo, muito do que nela se prevê não se concretiza. Tal fato é
evidenciado no âmbito da democratização do acesso ao cinema, tendo
em vista que apesar dos brasileiros possuírem o acesso à cultura como
direito constitucional, a ineficiência do Estado associado a uma cultura
de aceitação por parte dos brasileiros faz com que a cidadania não seja
gozada por todos de maneira plena.

De modo ficcional, o filme "Cine Holiúdi" retrata o impacto


positivo do cinema no cotidiano das cidades, dada a sua capacidade de
promover o lazer, socialização e cultura. Entretanto, na realidade, tais
benefícios não atingem toda a população brasileira, haja vista a
elitização dos meios cinematográficos e a falta de infraestrutura
adequada nos cinemas existentes. Sendo assim, urge a análise e a
resolução desses entraves para democratizar o acesso ao cinema no
Brasil.
De acordo com a Constituição de 1988, todos os cidadãos
possuem o direito ao lazer na comunidade. Contudo, na atual sociedade
brasileira, há uma ínfima democratização do acesso aos cinemas
devido, majoritariamente, à negligência governamental e à má
formação socioeducacional.

Tema do Enem 2021: “Invisibilidade e registro civil: garantia de


acesso à cidadania no Brasil”

Em “Vidas secas”, obra literária do modernista Graciliano Ramos,


Fabiano e sua família vivem uma situação degradante marcada pela
miséria. Na trama, os filhos do protagonista não recebem nomes, sendo
chamados apenas como o “mais velho” e o “mais novo”, recurso usado
pelo autor para evidenciar a desumanização do indivíduo. Ao sair da
ficção, sem desconsiderar o contexto histórico da obra, nota-se que a
problemática apresentada ainda percorre a atualidade: a não garantia de
cidadania pela invisibilidade da falta de registro civil. A partir desse
contexto, não se pode hesitar – é imprescindível compreender os
impactos gerados pela falta de identificação oficial da população.

Em sua obra “Os Retirantes”, o artista expressionista Cândido


Portinari faz uma denúncia à condição de desigualdade compartilhada
por milhões de brasileiros, os quais, vulneráveis socioeconomicamente,
são invisibilizados enquanto cidadãos. A crítica de Portinari continua
válida nos dias atuais, mesmo décadas após a pintura ter sido feita,
como se pode notar a partir do alto índice de brasileiros que não
possuem registro civil de nascimento, fator que os invisibiliza. Com
base nesse viés, é fundamental discutir a principal razão para a posse do
documento promover a cidadania, bem como o principal entrave que
impede que tantas pessoas não se registrem.

A cidadania, no contexto relativo à Grécia Antiga, era restrita aos


homens aristocratas, maiores de vinte e um anos, que participassem do
sistema político de democracia direta do período. Diferentemente dessa
conjuntura, a Carta Magna do Estado brasileiro, vigente na
contemporaneidade, concede o título de cidadão do Brasil aos
indivíduos nascidos em território nacional, de modo que a oficialização
dessa condição está atrelada ao registro formal de nascimento. Nesse
contexto, convém apresentar que, em virtude da ausência dessa
documentação, diversas pessoas passam a enfrentar um quadro de
invisibilidade frente à estrutura estatal e, com isso, são privadas da
verdadeira cidadania no país.

Importante: elementos de conexão entre a contextualização e a


tese!

Se a contextualização for positiva, devemos iniciar a tese com


elementos de oposição. (No Brasil, entretanto...). Assim,
contextualização positiva + tese negativa.
Se a contextualização for negativa, devemos na tese colocar
elementos que tragam a ideia de semelhança. (De forma análoga no
Brasil...). Assim, contextualização negativa + tese negativa.

Exemplos:
Negativo + negativo (analogia)
De acordo com relatório da OMS, 39% dos idosos são vítimas
de violência em Portugal, um dos cinco países que pior tratam os
mais velhos na Europa. De forma análoga, no Brasil, a violência
contra esse grupo representa um desafio a ser enfrentado de forma
mais organizada pela sociedade.

Em 2014, no Guarujá, litoral paulista, uma mulher foi amarrada,


espancada e morta na rua por dezenas de pessoas que, após lerem
boatos na internet, a acusavam de utilizar crianças em rituais de
magia negra. Essa história, assim como inúmeras outras
semelhantes, são resultado da persistência da intolerância religiosa
na sociedade brasileira.

Positivo + negativo (oposição)

Em países orientais com Japão e China, a população com mais


idade é entendida como sábia e valorizada nas comunidades em
que vivem. No Brasil, entretanto, a violência contra idosos
representa um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada
pela sociedade.

De modo ficcional, o filme “Cine Holiúdi” retrata o impacto


positivo do cinema no cotidiano das cidades, dada a sua capacidade
de promover o lazer, socialização e cultura. Entretanto, na
realidade, tais benefícios não atingem toda a população brasileira,
haja vista a elitização dos meios cinematográficos e a falta de
infraestrutura adequada nos cinemas existentes. Sendo assim, urge
a análise e a resolução desses entraves para democratizar o acesso
ao cinema no Brasil.

Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a


importância do conhecimento para a obtenção da plenitude da
essência humana. Para o filósofo, sem a cultura e a sabedoria, nada
separa a espécie humana do restante dos animais. Nesse contexto,
destaca-se a importância do cinema, desde a sua criação, no século
XIX, até a atualidade, para a construção de uma sociedade mais
culta. No entanto, há ainda diversos obstáculos que impedem a
democratização do acesso a esse recurso no Brasil, centrados na
elitização do espaço público e causadores da insuficiência
intelectual presente na sociedade. Com isso, faz-se necessária uma
intervenção que busque garantir o acesso pleno ao cinema para
todos os cidadãos brasileiros.

Introdução
Projeto de texto

A apresentação do projeto de texto pode ser feita por:

Argumentos explícitos
Enumeração final
Encaminhamento argumentativo

1. Argumentos explícitos:
Isso se evidencia não só por (Argumento 1), mas também por
(Argumento 2).
Exemplos:
"No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal,
Arthur Fleck, sofre de um transtorno mental que o faz ter episódios de
riso exagerado e descontrolado em público, motivo pelo qual é
frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade de
Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às
doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um desafio a
ser sanado. Isso ocorre, seja pela negligência governamental nesse
âmbito, seja pela discriminação desta classe por parcela da população
verde-amarela. Dessa maneira, é imperioso que essa chaga social seja
resolvida, a fim de que o longa norte-americano não mais reflita o
contexto atual da nação.

"Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo


contra a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a favor de
um tratamento humanizado para pessoas com transtornos psicológicos.
No contexto nacional atual, indivíduos com patologias mentais ainda
sofrem com diversos estigmas criados. Isso ocorre, pois faltam
informações corretas sobre o assunto e, também, existe uma carência
de representatividade desse grupo nas mídias.

Manoel de Barros, grande poeta pós-modernista, desenvolveu


em suas obras uma “teologia do traste”, cuja principal
característica reside em dar valor às situações frequentemente
esquecidas ou ignoradas. Segundo a lógica barrosiana, faz-se
preciso, portanto, valorizar também a problemática das doenças
mentais no Brasil, ainda que elas sejam estigmatizadas por parte da
sociedade. Nesse sentido, a fim de mitigar os males relativos a essa
temática, é importante analisar a negligência estatal e a educação
brasileira.
2. Enumeração final
Entre os fatores relacionados a esses fatores, destacam-se:
(Argumento 1, argumento 2 e argumento 3)
As primeiras duas décadas do século XXI, no Brasil e no mundo
globalizado, foram marcadas por consideráveis avanços científicos,
dentre os quais destacam-se as tecnologias de informação e
comunicação (TICs). Nesse sentido, tal panorama promoveu a
ampliação do acesso ao conhecimento, por intermédio das redes
sociais e mídias virtuais. Em contrapartida, nota-se que essa realidade
impôs novos desafios às sociedades contemporâneas, como a
possibilidade de manipulação comportamental via dados digitais.
Desse modo, torna-se premente analisar os principais impactos dessa
problemática: a perda da autonomia de pensamento e a sabotagem dos
processos políticos democráticos.

Os filmes, além de promoverem entretenimento, têm uma função


social muito importante: a de denúncia. O movimento de Cinema
Marginal, por exemplo, ocorrido na segunda metade do século XX,
tornou-se único por retratar as mais diversas desigualdades de nosso
país. Por conta desse caráter tão plural, democratizar o acesso à Sétima
Arte no Brasil se faz extremamente necessário. Contudo, quanto a isso,
existem vários desafios, sendo os principais: a desuniforme
distribuição do parque exibidor e o alto preço cobrado pelos ingressos.

3. Encaminhamento argumentativo
Sob esse aspecto convém analisarmos as principais causas,
consequências e possíveis medidas relacionadas a esse fenômeno.
Exemplo:
O termo “imprensa” deriva da expressão “prensa móvel”,
processo gráfico aperfeiçoado por Johannes Gutenberg no século
XV e utilizado, a partir do século XVIII, como instrumento de
apoio à atividade jornalística de divulgação das informações que
não eram meramente propagandísticas. No Brasil, entretanto, seus
profissionais têm passado por grandes desafios, sobretudo durante
a atual pandemia para exercer seu ofício. Nesse sentido, convém
analisarmos as principais causas, consequências e possível medida
relacionada a esse perigoso fenômeno.
Retomada do projeto de texto
Desenvolvimento Comprovação do projeto de texto
(informatividade)
Posicionamento crítico (marca de autoria)

Desenvolvimento
Retomada do projeto de texto

É a frase que recapitula, retoma o que foi mencionado na


introdução.

Exemplo 1:

Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que,


indo contra a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a
favor de um tratamento humanizado para pessoas com transtornos
psicológicos. No contexto nacional atual, indivíduos com
patologias mentais ainda sofrem com diversos estigmas criados.
Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto e,
também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas
mídias.
Primariamente, vale ressaltar que a ignorância é uma das
principais causas da criação de preconceitos contra portadores de
doenças psiquiátricas. Sob essa ótica, o pintor holandês Vincent
Van Gogh foi alvo de agressões físicas e psicológicas por sofrer de
transtornos neurológicos e não possuir o tratamento adequado. O
ocorrido com o artista pode ser presenciado no corpo social
brasileiro, visto que, apesar de uma parcela significativa da
população lidar com alguma patologia mental, ainda são
propagadas informações incorretas sobre o tema. Esse processo
fortalece a ideia de que integrantes não são capazes de conviver em
sociedade, reforçando estigmas antigos e criando novos. Dessa
forma, a ignorância contribui para a estigmatização desses
indivíduos e prejudica o coletivo.
Ademais, a carência de representatividade nos veículos
midiáticos fomenta o preconceito contra pessoas com distúrbios
psicológicos. Nesse sentido, a série de televisão da emissora HBO,
"Euphoria", mostra as dificuldades de conviver com Transtorno
Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado pela protagonista Rue, que possui
a doença. A série é um exemplo de representação desse grupo, nas
artes, falando sobre a doença de maneira responsável. Contudo,
ainda é pouca a representatividade desses indivíduos em livros,
filmes e séries, que quando possuem um papel, muitas vezes, são
personagens secundários e não há um aprofundamento de sua
história. Desse modo, esse processo agrava os estereótipos contra
essas pessoas e afeta sua autoestima, pois eles não se sentem
representados.

Exemplo 2:
"No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal,
Arthur Fleck, sofre de um transtorno mental que o faz ter episódios
de riso exagerado e descontrolado em público, motivo pelo qual é
frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade
de Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às
doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um
desafio a ser sanado. Isso ocorre, seja pela negligência
governamental nesse âmbito, seja pela discriminação desta classe
por parcela da população verde-amarela. Dessa maneira, é
imperioso que essa chaga social seja resolvida, a fim de que o
longa norte-americano não mais reflita o contexto atual da nação.
Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos
da mente, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à omissão
estatal neste caso. Segundo a OMS (Organização Mundial da
Saúde), o Brasil é o país que apresenta o maior número de casos de
depressão da América Latina e, mesmo diante desse cenário
alarmante, os tratamentos às doenças mentais, quando oferecidos,
não são, na maioria das vezes, eficazes. Isso acontece pela falta de
investimento público em centros especializados no cuidado para
com essas condições. Consequentemente, muitos portadores,
sobretudo aqueles de menor renda, não são devidamente tratados,
contribuindo para sua progressiva marginalização perante o corpo
social. Este quadro de inoperância das esferas de poder exemplifica
a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman,
que as descreve como presentes na sociedade, mas que não
cumprem seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível
que, para a refutação da teoria do estudioso polonês, essa
problemática seja revertida.
Paralelamente ao descaso das esferas governamentais nessa
questão, é fundamental o debate acerca da aversão de parte dos
civis ao grupo em pauta, uma vez que ambos são impasses para sua
completa socialização. Esse preconceito se dá pelos errôneos ideais
de felicidade disseminados na sociedade como metas universais.
Entretanto, essas concepções segregam os indivíduos entre os
“fortes” e os “fracos”, em que tais fracos, geralmente, integram a
classe em discussão, dado que não atingem essas metas
estabelecidas, como a estabilidade emocional. Por conseguinte,
aqueles que não alcançam os objetivos são estigmatizados e
excluídos do tecido social. Tal conjuntura segregacionista - os que
possuem algum tipo de transtorno, nesse caso - na teia social.
Dessa maneira, essa problemática urge ser solucionada para que o
princípio da alemã seja validado no país tupiniquim.
Exemplo 3:
Para o filósofo escocês David Hume, a principal característica
que difere o ser humano dos outros animais é o poder de seu
pensamento, habilidade que o permite ver aquilo que nunca foi
visto e ouvir aquilo que nunca foi ouvido. Sob essa ótica, vê-se que
o cinema representa a capacidade de transpor para a tela as ideias e
os pensamentos presentes no intelecto das pessoas, de modo a
possibilitar a criação de novos universos e, justamente por esse
potencial cognitivo, ele é muito relevante. É prudente apontar,
diante disso, que a arte cinematográfica deve ser democratizada,
em especial no Brasil – país rico em expressões culturais que
podem dialogar com esse modelo artístico –, por razões que dizem
respeito tanto à sociedade quanto às leis.
Em primeiro lugar, é válido frisar que o cinema dialoga com
uma elementar necessidade social e, consequentemente, não pode
ser deixada em segundo plano. Para entender essa lógica, pode-se
mencionar o renomado historiador holandês Johan Huizinga, o
qual, no livro “Homo Ludens”, ratifica a constante busca humana
pelo prazer lúdico, pois ele promove um proveitoso bem-estar. É
exatamente nessa conjuntura que se insere o fenômeno
cinematográfico, uma vez que ele, ao possibilitar a interação de
vários indivíduos na contemplação do espetáculo, faz com que a
plateia participe das histórias, de forma a compartilhar experiências
e vivências – o que representa o fator lúdico mencionado pelo
pensador. É perceptível, portanto, o louvável elemento benfeitor
dessa criação artística, capaz de garantir a coesão da comunidade.
Em segundo lugar, é oportuno comentar que o cenário do
cinema supracitado remete ao que defende o arcabouço jurídico do
país. Isso porque o artigo 215 da Constituição Federal é claro em
caracterizar os bens culturais como um direito de todos, concebidos
com absoluta prioridade por parte do Estado. Contudo, é
desanimador notar que tal diretriz não dá sinais de plena execução
e, para provar isso, basta analisar as várias pesquisas do Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN ) que
demonstram a lamentável distribuição irregular das práticas
artísticas – dentre elas, o cinema –, uma vez que estão restritas a
poucos municípios brasileiros. Vê-se, então, o perigo da norma
apresentada findar em desuso, sob pena de confirmar o que
propunha Dante Alighiere, em “A Divina Comédia”: “As leis
existem, mas quem as aplica?”. Esse cenário, certamente,
configura-se como desagregador e não pode ser negligenciado.
Exemplo 4:
A Constituição Federal de 1998, norma de maior hierarquia do
sistema jurídico brasileiro, assegura os direitos e o bem-estar da
população. Entretanto, quando se observa a deficiência de
visibilidade do registro civil como forma de garantir o acesso à
cidadania no Brasil, verifica-se que esse preceito é constatado na
teoria e não desejavelmente na prática. Dessa forma, essa realidade
se deve à inoperância estatal e à alienação social.
Primeiramente, vale ressaltar que à débil ação do Poder
Público, possui íntima relação com o revés. Acerca disso, Thomas
Hobbes, em seu livro “Leviatã” defende a obrigação do Estado em
proporcionar meios que auxiliem o progresso do corpo social. As
autoridades, todavia, vão de encontro com a ideia de Hobbes, uma
vez que possuem um papel inerte em relação a invisibilidade de
pessoas sem o registro civil e, por consequência disso, dados de uma
pesquisa estabelecida pelo IBGE, em 2015, estima-se que mais de 2
milhões de pessoas não possuem a certidão de nascimento,
mostrando um alto teor de cidadãos em maioria pobres e negros,
excluídos de existirem no corpo civil. Assim, parcela dessas vítimas
vive à margem da sociedade, pois não existem políticas públicas
eficazes como benefícios sociais. 
Ademais, uma grande parcela da população se mostra alienada.
O intitulado “Paradoxo da Moral”, é um livro escrito pelo
musicólogo Vladimir Jankélévitch para exemplificar a cegueira ética
do homem moderno, ou seja, a passividade das pessoas frente aos
impasses enfrentados pelo próximo. De maneira análoga, percebe-se
que a garantia de acesso à cidadania, encontra um forte alicerce na
estagnação social. Essa situação ocorre porque, infelizmente, a
sociedade não se movimenta em prol da erradicação dessa
problemática, pelo contrário, ela adquire uma posição individualista
por não mensurar como a falta de um registro civil causa como a
impossibilidade de retirar outros documentos precisos. Logo, é
essencial superar esses preceitos que atestam, sobretudo, um cenário
intolerante. 
Fica evidente, portanto, a necessidade de garantir o acesso à
cidadania para todos no Brasil. Destarte, o governo federal,
responsável por administrar o povo e os interesses públicos, com o
apoio do Ministério da Cidadania, a partir de medidas
governamentais destinadas à pasta, deve disponibilizar benefícios
financeiros sociais para cidadãos que não tenham como pagar a
retirada de um registro civil. Essa ação será realizada com o intuito
de custear a posse desse documento importante, para que também, a
sociedade não naturalize a intolerância que a permeia. Dessa
maneira, com a conjuntura de tais ações, os brasileiros verão o
direito garantido pela Constituição, como uma realidade. 

Desenvolvimento
Comprovação do projeto de texto (informatividade)

Relaciona-se ao repertório sociocultural. Aqui se aplicam os


mesmos conceitos vistos na contextualização do tema: citações,
dados estatísticos, alusões históricas, narrativas ficcionais,
narrativas não ficcionais etc.

Desenvolvimento
Posicionamento crítico (marca de autoria)

Marca de autoria
1. São palavras, frases ou expressões que demonstram
posicionamento crítico e evidenciam opinião, revelando ser o
texto argumentativo, não apenas expositivo.
2. É a crítica que se tece sobre o tema em análise e sobre o
argumento apresentado na frase de retomada do projeto de
texto.
3. É veiculada por meio de uma frase crítica em que manifesta
posicionamento sobre o repertório citado.

Nessa parte do texto, usam-se expressões que demonstram


posicionamento sobre a temática, como:

Portanto, é inaceitável...
É inadmissível que...
Desse modo, é imprescindível que...
Dessa maneira, é essencial...
Assim, é perceptível
Certamente, infelizmente, felizmente
Nocivo, contraditório, incoerente, alarmante

Agente
Conclusão Ação
Meio/modo
Detalhamento
Finalidade

É o fecho que se deve dar à redação, o parágrafo que conecta


o que foi apresentado na introdução e no desenvolvimento do
texto. Partindo do princípio de que a estrutura de uma redação deve
ter introdução, desenvolvimento e conclusão, esses três pontos
devem estar bem alinhados, sem contradições. 
Portanto, a conclusão de uma redação corresponde ao
parágrafo final, com poucas linhas, que contém a reafirmação do
raciocínio desenvolvido. Tem como características ser
uma síntese do que foi apresentado, confirmando a posição
abordada no texto. 
A conclusão pode ser reflexiva ou propositiva. No ENEM,
deve-se produzir uma Conclusão Propositiva, em que é necessário
apresentar uma proposta de intervenção relacionada aos
problemas sociais discutidos nos parágrafos anteriores.
A proposta de intervenção deve conter:
1. Agente – ser ou instituição que pratica a ação.
2. Ação – medida social proposta.
3. Meio/modo – maneira utilizada para realizar a ação.
4. Detalhamento – especificação/explicação de algum
dos outros quatro elementos da proposta.
5. Finalidade – efeito social esperado a partir da
medida sugerida.

Assim, uma sugestão de estrutura é esta:


Portanto, agente deve ação, por meio de meio/modo,
com/como detalhamento. Espera-se, com isso, finalidade.

Agentes Sociais
G overno (Estado, Ministério da Educação, Ministério da Saúde...)
O ngs
M ídia
I nstituições públicas/privadas/religiosas
F amília
E scola
S ociedade

Ações
Governo – aprovar leis; ampliar punições, criar projetos; capacitar
profissionais, direcionar recursos...
ONGs – desenvolver projeto social; criar campanhas de
assistência; promover debates; mobilizar grupos sociais...
Mídia – publicar; divulgar; veicular; esclarecer...
Instituições públicas/privadas/religiosas – direcionar seu
atendimento para; especificar seus serviços; orientar seus fiéis...
Família – educar; orientar; instruir; debater...
Escola – discutir; orientar; debater; criar projetos; mobilizar seus
professores...
Sociedade – mobilizar-se; mudar sua postura; buscar soluções
sustentáveis; protestar pacificamente.

Exemplo 1:
Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que,
indo contra a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a
favor de um tratamento humanizado para pessoas com transtornos
psicológicos. No contexto nacional atual, indivíduos com
patologias mentais ainda sofrem com diversos estigmas criados.
Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto e,
também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas
mídias.
Primariamente, vale ressaltar que a ignorância é uma das
principais causas da criação de preconceitos contra portadores de
doenças psiquiátricas. Sob essa ótica, o pintor holandês Vincent
Van Gogh foi alvo de agressões físicas e psicológicas por sofrer de
transtornos neurológicos e não possuir o tratamento adequado. O
ocorrido com o artista pode ser presenciado no corpo social
brasileiro, visto que, apesar de uma parcela significativa da
população lidar com alguma patologia mental, ainda são
propagadas informações incorretas sobre o tema. Esse processo
fortalece a ideia de que integrantes não são capazes de conviver em
sociedade, reforçando estigmas antigos e criando novos. Dessa
forma, a ignorância contribui para a estigmatização desses
indivíduos e prejudica o coletivo.
Ademais, a carência de representatividade nos veículos
midiáticos fomenta o preconceito contra pessoas com distúrbios
psicológicos. Nesse sentido, a série de televisão da emissora HBO,
"Euphoria", mostra as dificuldades de conviver com Transtorno
Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado pela protagonista Rue, que possui
a doença. A série é um exemplo de representação desse grupo, nas
artes, falando sobre a doença de maneira responsável. Contudo,
ainda é pouca a representatividade desses indivíduos em livros,
filmes e séries, que quando possuem um papel, muitas vezes, são
personagens secundários e não há um aprofundamento de sua
história. Desse modo, esse processo agrava os estereótipos contra
essas pessoas e afeta sua autoestima, pois eles não se sentem
representados.
Portanto, faz-se imprescindível que a mídia - instrumento de
ampla abrangência - informe a sociedade a respeito dessas doenças
e sobre como conviver com pessoas portadoras, por meio de
comerciais periódicos nas redes sociais e debates televisivos, a fim
de formar cidadãos informados. Paralelamente, o Estado - principal
promotor da harmonia social - deve promover a representatividade
de pessoas com transtornos mentais nas artes, por intermédio de
incentivos monetários para produzir obras sobre o tema, com o fato
de amenizar o problema. Assim, o corpo civil será mais educado e
os estigmas contra indivíduos com patologias mentais não serão
uma realidade do Brasil.

Exemplo 2:
No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal,
Arthur Fleck, sofre de um transtorno mental que o faz ter episódios
de riso exagerado e descontrolado em público, motivo pelo qual é
frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade
de Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às
doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um
desafio a ser sanado. Isso ocorre, seja pela negligência
governamental nesse âmbito, seja pela discriminação desta classe
por parcela da população verde-amarela. Dessa maneira, é
imperioso que essa chaga social seja resolvida, a fim de que o
longa norte-americano não mais reflita o contexto atual da nação.
Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos
da mente, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à omissão
estatal neste caso. Segundo a OMS (Organização Mundial da
Saúde), o Brasil é o país que apresenta o maior número de casos de
depressão da América Latina e, mesmo diante desse cenário
alarmante, os tratamentos às doenças mentais, quando oferecidos,
não são, na maioria das vezes, eficazes. Isso acontece pela falta de
investimento público em centros especializados no cuidado para
com essas condições. Consequentemente, muitos portadores,
sobretudo aqueles de menor renda, não são devidamente tratados,
contribuindo para sua progressiva marginalização perante o corpo
social. Este quadro de inoperância das esferas de poder exemplifica
a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman,
que as descreve como presentes na sociedade, mas que não
cumprem seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível
que, para a refutação da teoria do estudioso polonês, essa
problemática seja revertida.
Paralelamente ao descaso das esferas governamentais nessa
questão, é fundamental o debate acerca da aversão de parte dos
civis ao grupo em pauta, uma vez que ambos são impasses para sua
completa socialização. Esse preconceito se dá pelos errôneos ideais
de felicidade disseminados na sociedade como metas universais.
Entretanto, essas concepções segregam os indivíduos entre os
“fortes” e os “fracos”, em que tais fracos, geralmente, integram a
classe em discussão, dado que não atingem essas metas
estabelecidas, como a estabilidade emocional. Por conseguinte,
aqueles que não alcançam os objetivos são estigmatizados e
excluídos do tecido social. Tal conjuntura segregacionista - os que
possuem algum tipo de transtorno, nesse caso - na teia social.
Dessa maneira, essa problemática urge ser solucionada para que o
princípio da alemã seja validado no país tupiniquim.
Portanto, são essenciais medidas operantes para a reversão do
estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira. Para
isso, compete ao Ministério da Saúde investir na melhora da
qualidade dos tratamentos a essas doenças nos centros públicos
especializados de cuidados, destinando mais medicamentos e
contratando, por concursos, mais profissionais da área, como
psiquiatras e enfermeiros. Isso deve ser feito por meio de recursos
autorizados pelo Tribunal de Contas da União - órgão que opera
feitos públicos - com o fito de potencializar o atendimento a esses
pacientes e oferecê-los um tratamento eficaz. Ademais, palestras
devem ser realizadas em espaços públicos sobre os malefícios das
falsas concepções de prazer e da importância do acolhimento dos
vulneráveis. Assim, os ideais inalcançáveis não mais serão
instrumentos segregadores e, finalmente, a cotação de Fleck não
mais representará a dos brasileiros."

Exemplo 3:
A Constituição Federal de 1998, norma de maior hierarquia do
sistema jurídico brasileiro, assegura os direitos e o bem-estar da
população. Entretanto, quando se observa a deficiência de
visibilidade do registro civil como forma de garantir o acesso à
cidadania no Brasil, verifica-se que esse preceito é constatado na
teoria e não desejavelmente na prática. Dessa forma, essa realidade
se deve à inoperância estatal e à alienação social.
Primeiramente, vale ressaltar que à débil ação do Poder
Público, possui íntima relação com o revés. Acerca disso, Thomas
Hobbes, em seu livro “Leviatã” defende a obrigação do Estado em
proporcionar meios que auxiliem o progresso do corpo social. As
autoridades, todavia, vão de encontro com a ideia de Hobbes, uma
vez que possuem um papel inerte em relação a invisibilidade de
pessoas sem o registro civil e, por consequência disso, dados de uma
pesquisa estabelecida pelo IBGE, em 2015, estima-se que mais de 2
milhões de pessoas não possuem a certidão de nascimento,
mostrando um alto teor de cidadãos em maioria pobres e negros,
excluídos de existirem no corpo civil. Assim, parcela dessas vítimas
vive à margem da sociedade, pois não existem políticas públicas
eficazes como benefícios sociais. 
Ademais, uma grande parcela da população se mostra alienada.
O intitulado “Paradoxo da Moral”, é um livro escrito pelo
musicólogo Vladimir Jankélévitch para exemplificar a cegueira ética
do homem moderno, ou seja, a passividade das pessoas frente aos
impasses enfrentados pelo próximo. De maneira análoga, percebe-se
que a garantia de acesso à cidadania, encontra um forte alicerce na
estagnação social. Essa situação ocorre porque, infelizmente, a
sociedade não se movimenta em prol da erradicação dessa
problemática, pelo contrário, ela adquire uma posição individualista
por não mensurar como a falta de um registro civil causa como a
impossibilidade de retirar outros documentos precisos. Logo, é
essencial superar esses preceitos que atestam, sobretudo, um cenário
intolerante. 
Fica evidente, portanto, a necessidade de garantir o acesso à
cidadania para todos no Brasil. Destarte, o governo federal,
responsável por administrar o povo e os interesses públicos, com o
apoio do Ministério da Cidadania, a partir de medidas
governamentais destinadas à pasta, deve disponibilizar benefícios
financeiros sociais para cidadãos que não tenham como pagar a
retirada de um registro civil. Essa ação será realizada com o intuito
de custear a posse desse documento importante, para que também, a
sociedade não naturalize a intolerância que a permeia. Dessa
maneira, com a conjuntura de tais ações, os brasileiros verão o
direito garantido pela Constituição, como uma realidade. 
Contextualização. (Entretanto, contudo, porém, todavia, no
entanto, apesar disso) ou (De forma análoga, semelhantemente,
analogamente, assim como) tese. (Nesse sentido; isso ocorre,
pois...; isso se evidencia não só por ..., mas também por) projeto
de texto.
(Diante desse cenário, frente a esse cenário, sob essa perspectiva,)
Retomada do projeto de texto. Informatividade (Com efeito, sob
esse viés, a partir disso. Marca de autoria (portanto, assim, desse
modo, dessa maneira, então, destarte)
(Ademais, além disso, / apesar disso, no entanto, contudo)
Retomada do projeto de texto. (Com efeito, sob esse viés, a partir
disso) Informatividade. Marca de autoria (portanto, assim, desse
modo, dessa maneira, então, destarte).
(Portanto, sendo assim, dessa forma).

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