Alberto Janeiro Vernijo No 10
Alberto Janeiro Vernijo No 10
Alberto Janeiro Vernijo No 10
Trabalho de IPP
Turma: B3/5
Docente: Sónia
Nampula aos,
27/09/2022
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Índice
Introdução..........................................................................................................................3
Educação Tradicional........................................................................................................5
Educação Pós-Independência..........................................................................................13
Conclusão........................................................................................................................16
Bibliografia......................................................................................................................17
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Introdução
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE
Este período é consequência dos acontecimentos destacados nos anos anteriores. Por
exemplo, a fundação da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), em 1962,
permitiu o desencadeamento da luta armada para a libertação nacional, na sequência da
qual, com os Acordos de Luzaka em 1974, condicionou o surgimento do Governo de
Transição. Assim, uma das razões que leva à consideração deste período prende-se com
o facto de que grande parte das transformações no campo educacional aplicadas a nível
nacional teve como origem as experiências levadas a cabo pela FRELIMO e resultam da
visão deste movimento sobre o modelo de sociedade pretendido e os princípios
defendidos durante a Luta Armada.
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A educação pós - Independência
Ao longo deste período, o sistema educativo sofreu várias reformas que tinham em vista
adequar a formação dos moçambicanos aos contextos sócio-políticos, económicos e
culturais, marcado pelo alcance da Independência, em 1975. Neste período, destacam-se
como principais marcos: o surgimento da lei 4/83; da lei 6/92; e da Lei 18/2028.
EDUCAÇÃO TRADICIONAL
De acordo com Subuhana (2001) a educação tradicional tem como objectivo fazer os
jovens se tornarem membros da sociedade com status activo, reconhecidos como
adultos e responsáveis. Para as meninas, esta educação tem como objectivo ensinar-lhes
a respeitar e obedecer os mais velhos e o marido, por outro lado, para os meninos não é
só necessário ensinar-lhes a respeitar e obedecer, mas também a ser responsáveis como
homens e aprender como ser pai ou chefe de família e aplicar a lei à esposa.
Vale ressaltar que, no momento actual, esta educação é de grande importância na vida
de algumas pessoas, principalmente as que vivem nas zonas rurais e que não têm a
oportunidade de ter outra educação, mas também esta educação tem grande valor nas
zonas urbanas e na vida das pessoas alfabetizadas. Segundo esta maneira de educar os
jovens, o poder colonial preparou um tipo de ensino de maneira alternativa, além ou
equivalente à educação tradicional de 1780, com a intenção de criar o sistema de ensino
moderno da Europa, porém dentro de seus objectivos de formar a mão de obra através
da alfabetização, para satisfazer o desenvolvimento do colonizador e de igual modo
assegurar o direito de dominação nos territórios coloniais.
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EDUCAÇÃO COLONIAL EM MOÇAMBIQUE
Na era colonial, a maioria dos africanos que viviam nas colónias não tinha a
possibilidade de ingressar no sistema da educação básica e secundária, não lhes era
permitido se matricular nas escolas que os brancos e assimilados frequentavam. Existia
uma enorme diferença entre escolas de nativos e escolas de brancos e assimilados, na
escola dos nativos, se ministrava a chamada educação indígena e estas escolas eram
orientadas pelos missionários, de preferência católicos. O Estado ou os institutos
privados administravam as escolas dos brancos e assimilados.
Mazula (1995) afirma que nas zonas onde se encontravam numerosas populações da
colónia, principalmente nas zonas rurais, as missões religiosas eram encarregadas do
ensino e para que funcionassem essas escolas, o Estado português repassava recursos
para as missões e assim sendo, o sistema de ensino das missões era oficial. Segundo o
ato colonial de 1930, as crianças africanas seriam educadas inicialmente em um
‘sistema de educação rudimentar’, que era uma educação simples. Em 1962 esta
educação passou a ser chamada de ‘ensino de adaptação’, com uma duração de três
anos, após os quais, automaticamente, as crianças com menos de treze anos de idade
eram aceitas para ingressarem no ‘sistema formal da educação primária’ por três anos,
nos quais estes alunos se preparavam para poder ingressar no ensino secundário,
denominado liceu.
De acordo com Subuhana (2005), em 1954, apenas três mil (3.000) de cento e oitenta
mil (180.000) alunos matriculados no sistema de educação rudimentar fez a prova de
aceitação, mas só dois mil e quinhentos (2.500) destes alunos conseguiram aprovação.
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artes e ofícios e por último as escolas comerciais e industriais que estabeleciam o fim da
educação formal.
A maneira como era composto ou como funcionava este sistema de educação, impedia
várias pessoas que viviam na colónia, diríamos, a maioria, de entrar na escola, o que
originou a elevada taxa de analfabetismo em língua portuguesa.
As pessoas que viviam na colónia tinham certos limites para ingressar na educação e
ainda por cima, era um esforço para ingressar em escolas que lhes inculcavam a noção
da importância da metrópole, desta forma, os raros alunos africanos que conseguiam
acesso a esta educação, eram tirados do que se chamava de ‘estado selvagem’ para uma
‘civilização’, segundo o ideário destas escolas metropolitanas, imbuídas da grande
arrogância da cultura portuguesa com a estimação cristã e do trabalho, enquanto que as
escolas que os africanos frequentavam, eram constituídas em função do aproveitamento
económico e da religião da metrópole.
De acordo com Subuhana (2005), na década de 1962, foram lançadas as bases para a
fundação da primeira Universidade da Província de Moçambique, essa instituição que
em 1968 ascendeu ao estatuto de Universidade de Lourenço Marques e de 1976 até à
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actualidade passou a ser chamada de Universidade Eduardo Mondlane. Os esforços
dos movimentos independentistas levaram à possibilidade para as pessoas,
principalmente para os africanos, de ter acesso à escola, pois estas pessoas tinham muita
dificuldade para ingressar na escola devido às seguintes razões: as escolas custavam
muito e até as escolas da educação rudimentar eram cobradas, os alunos pagavam os
estudos prestando alguns serviços na escola. As práticas que o sistema colonial impôs
aos africanos levou a educação tradicional, que as famílias e comunidades praticavam, a
não se tornar uma regra, de igual modo aconteceu com a educação colonial, que levou a
educação tradicional a sofrer um abalo, em virtude dos novos valores que foram trazidos
através da luta de libertação, mas em última instância, estes valores foram também os
valores culturais do povo de Moçambique.
Nas terras que os portugueses colonizaram, a educação para os nativos africanos tinha
dois objectivos: educar uma população que actuaria como mediadora entre Portugal e a
colónia e colocar no africano educado por eles a atitude de submissão à colonização. As
escolas para os africanos eram um meio de alargamento da língua portuguesa e de sua
cultura, a ideologia dos colonizadores portugueses era a disponibilidade de um
mecanismo para educar os africanos para que falassem uma só língua, que é a língua
portuguesa e aceitassem o cristianismo com todo o amor e igualmente para fazê-los agir
de maneira nacionalista, como os portugueses que viviam na metrópole.
Para poder atingir os seus objectivos, o governo de Portugal fez um decreto que
salientava que toda a população deveria falar só a língua portuguesa e essa língua
deveria ser ensinada nas escolas africanas, as línguas africanas seriam usadas como
meios facilitadores para o ensino da língua portuguesa. Com o decorrer do tempo, os
colonialistas portugueses conseguiram atingir os seus objectivos e alguns africanos
começaram a desrespeitar suas próprias línguas, culturas e tradições. Por outro lado,
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estas pessoas não sabiam ler e escrever a língua portuguesa de uma boa forma, porque
não foram ensinadas para ter essa habilidade.
Chegando à conclusão de que para atingir a unidade política, deve-se passar pela
unidade moral, a religião passou a ter uma enorme importância na educação dos
africanos.
No ano de 1972 actuavam 160 escolas primárias nas zonas libertadas onde soldados e
estudantes ensinavam quase vinte mil (20.000) crianças, durante os dez anos em que
ocorreu a luta de libertação de 1964 a1974, foram testados os novos aspectos para a
educação nas zonas libertadas, vinculando a teoria à prática, aprendizagem à produção,
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assim como também à luta contra o sistema colonial. Este processo de educação tinha
como objectivo formar o ‘homem novo’ que iria ser introduzido na sua cultura real com
a capacidade de modificar a sociedade para o bem de todos.
Desde o início, a FRELIMO percebeu que para que houvesse sucesso na luta de
libertação e para que as vidas das populações das zonas libertadas fossem
transformadas, era muito preciso priorizar a formação dos quadros, por isso, Samora
Moisés Machel que passou a assumir a presidência da FRELIMO sempre enfatizou
várias das vezes que era importante “ fazer da escola uma base para o povo tomar o
poder”.
Quando a FRELIMO libertava uma zona em Moçambique, a sua primeira acção era de
abrir novas escolas primárias e organizar a alfabetização e a educação dos adultos.
Desde a fundação da FRELIMO em 1962, o movimente lutou de acordo com seus
programas que visavam acabar com a educação e a cultura dos colonizadores, para
poder desenvolver a educação e a cultura em prol da libertação do povo de
Moçambique.
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poderiam ser alvos de ataques colonialistas. Estas escolas eram chamadas ‘centros
pilotos,’ além dos estudos, os alunos passavam também várias horas diariamente na
produção agrícola e no artesanato, construíam abrigos e alfabetizavam adultos, os seus
alimentos provinham da caça e da criação de animais e existia um acordo de ajuda que
ocorria através da troca de produtos e de serviços entre a escola e os habitantes, a
preparação militar era dada aos professores e alunos de acordo com suas idades,
preparando-os para poder enfrentar as situações de guerra.
Até 1968, não existiam os manuais que serviam para que os professores pudessem
orientar as suas aulas, era um trabalho muito difícil e esta situação só foi resolvida com
o surgimento de cursos de formação e de preparação, os que tinham mais experiência
davam a explicação aos outros professores sobre conteúdos, objectivos e métodos de
cada lição do mês seguinte e isso acontecia nas reuniões de distritos e no final das
reuniões aqueles mais influentes explicavam aos outros os assuntos abordados e em
seguida todos eles debatiam os assuntos políticos, militares e sociais de acordo com
ponto de vista de cada. A ‘iniciativa criadora’ era chamada em causa para enfrentar a
dificuldade, os alunos também não tinham cadernos nem livros, um pedaço de madeira
escura substituía o quadro, a mandioca seca ficava no lugar do giz e os mapas
geográficos eram desenhados no chão.
As escolas secundárias
A FRELIMO recebia apoio dos países amigos, sobretudo Argélia, China e Tanzânia
para formação dos seus quadros no domínio militar e no domínio da educação, isso
ocorria por meio de bolsa de estudos principalmente em muitos países da Europa
ocidental, em países socialistas e também no Instituto Moçambicano, fundado no ano de
1963 em Dar es Salam (Tanzânia).
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A FRELIMO determinava que os estudantes do Instituto fossem passar férias cada ano
durante um mês nas zonas libertadas, onde compartilhavam os distintos momentos do
quotidiano da comunidade camponesa, além de trabalharem na produção, na
alfabetização dos adultos e transportarem alimentos e materiais de guerra.
Esta decisão que a FRELIMO tomara tinha como objectivo fazer com que os estudantes
conhecessem o fato real do seu país, que era produzir e lutar pela libertação do país.
Esta norma permaneceu para os estudantes da escola secundária de Bagamoyo, fundada
para substituir do Instituto Moçambicano um ano e meio depois de seu fechamento em
1968.
Estes estudantes julgavam naturalmente que os camponeses eram as pessoas que deviam
produzir e combater enquanto eles somente estudar, estes seus pensamentos eram de
que eles é que assumiriam o rumo do país com a tomada da independência. A
FRELIMO entendia que se estes estudantes ficassem longe do povo de Moçambique
nos seus processos de formação, quando viessem a se tornar dirigentes do país iriam
governar contra o seu próprio país e não a favor do país. Os pensamentos destes jovens
estudantes não favoreciam a ideologia da FRELIMO, estes estudantes exigiam a divisão
dos quadros militares, quadros políticos e quadros militares, os que iriam dirigir e os
que iriam ser dirigidos.
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Depois de um ano e meio, em Bagamoyo, foi aberta uma nova escola secundária, na
qual existia a ligação entre estudo e produção e também a ligação com a vida do país.
EDUCAÇÃO PÓS-INDEPENDÊNCIA
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Frente e introduziu outras matérias de ensino, destacando-se a história e a geografia de
Moçambique.
Outras mudanças que foram vistas na área da educação foram as mudanças dos
mecanismos de gestão e administração de funcionamento das escolas, alterações dos
currículos escolares e uma participação activa da população na escola. Muito embora,
apesar de todos os esforços feitos para garantir uma boa educação que o país necessitava
tanto, o país se deparava com vários problemas no que refere à cobertura da rede
escolar, falta de materiais didácticos, péssima condição da educação e outros problemas
que afectavam o sector.
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nem assim o governo era centralizado e este momento foi marcado pelo conflito
armado, na qual houve a destruição das infra-estruturas escolares, o que originou o
impedimento do desenvolvimento da qualidade educacional de Moçambique.
Segundo Uaciquete (2010), Samora Machel pensava na educação, fundar escolas novas,
ampliadas, esta educação dever-se-ia basear na valorização dos trabalhos manuais,
como sendo ponto-chave do conhecimento, fazer uma ligação entre ensino e trabalho de
produção social. Estas ideias tinham como objectivo incutir nos alunos um pensamento
de trabalho desde o início da sua carreira estudantil, em seguida, ajudar os alunos a ter
uma consciência de que os seus trabalhos deveriam ultrapassar a produção de
subsistência, buscando uma produção de grandeza económica, que a modernidade
exige. Da maneira como foi esboçada antes, a FRELIMO se preocupava em criar coisas
novas até o ‘homem novo’ em contraposição à sociedade tradicional e ao sistema
colonial, mas esta intenção originou um choque entre a dita modernidade enfatizada
pela FRELIMO e a tradição e o colonialismo.
A educação escolar inclui as formas especiais de ensino, que são: educação especial,
educação vocacional, alfabetização e formação de professores. Os dois níveis da
educação compõem o ensino geral, englobando o ensino geral e o ensino secundário.
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O ensino primário: corresponde a sete anos de escolaridade com subdivisão em
duas partes, EP1 (Primeiro nível de ensino primário) da 1ª a 5ª classe e EP2
(Segundo nível do ensino primário) da 6ª a 7ª classe.
O ensino secundário: corresponde a cinco anos de escolaridade com subdivisão
em dois períodos, o primeiro período, ESG1, da 8ª a 10ª classe e o segundo,
ESG2, que vai da 11ª a 12ª classe. Por outro lado, o ensino técnico profissional
correspondente ao EP2, ESG1 e ESG2 do ensino geral, relacionado ao nível
elementar básico e médio
Conclusão
Concluindo o trabalho constatou-se que No período pós colonial o efectivo dos alunos
nas escolas cresceu e a educação atingiu assim o seu auge. Os mais de 10 milhões de
analfabetos começaram a se alfabetizar visto que a educação no período colonial só era
garantida para os colonos e já neste momento ficou garantida para todos moçambicanos
e de uma forma igual.
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Bibliografia
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