Doenças de Cães e Gatos
Doenças de Cães e Gatos
Doenças de Cães e Gatos
• Agente etiológico:
o Alphacoronavírus.
o Sorotipos:
▪ Tipo I: mais prevalente. Só sequência do tipo I.
▪ Tipo II: recombinação genética entre o FCoV tipo I e o CCV (canino). Menos comum.
▪ Os dois sorotipos não têm diferença de patogenicidade.
• Características virais:
o Envelopados.
o Nucleocapsídeo helicoidal que envolve o dna.
o Genoma: ssRNA polaridade +.
o Proteínas estruturais: E, S, N, M.
• Transmissão:
o Principalmente pelas fezes eliminação por dois meses ou anos, até o fim da vida.
o Secreções oronasais saliva poucos dias.
o Transplacentária é rara (1978).
• Epidemiologia:
o Amplamente disseminado em gatos domésticos.
o Soroprevalência pode variar de 90 a 100%.
o Soroprevalência de 75,2% em gatos domésticos no sul do Brasil.
o Belo Horizonte e região metropolitana 50,47% de animais positivos por RT-PCR (210 gatos testados).
o Quanto maior a exposição, maior a transmissão.
• Manifestações clínicas:
o Infecção entérica leve ou assintomática.
o PIF:
▪ Efusiva:
• Acúmulo de líquidos: edema ou efusão pleural.
▪ Não efusiva: mais difícil de fechar diagnóstico.
• Não faz acúmulo de líquido.
• Irite e sinais neurológicos.
• Lesões granulomatosa em órgãos parenquimatosos, sistema nervoso central (ataxia,
nistagmo e convulsão) e olhos (iríte e precipitados ceráticos na córnea).
• Linfonodos aumentados.
• Diagnóstico diferencial:
o Sistema nervoso: PIF, linfoma, causa bacteriana, toxoplasmose.
o Gastrointestinal: DIIC (doença intestinal inflamatória crônica), linfoma de baixo grau.
▪ Sinais não específicos.
• Patogênese:
o Teoria da mutação interna:
▪ Na transmissão fecal-oral, o coronavírus vai replicar no enterócito e se ele sofrer uma mutação, se
torna capaz de infectar monócitos na corrente sanguínea. Nos tecidos esse monócito será um
macrófago infectado que causará a PIF.
▪ Gene 7b deleções – atenuação da virulência,
▪ Gene 3c deleções – cepas mais virulentas.
▪ Gene S proteína S responsável pelo reconhecimento celular – mudança de tropismo celular.
▪ Ausência de uma mutação específica em um único gene para alterar o fenótipo da doença.
▪ Presença de viremia, independente do animal ter PIF questionamento da teoria.
o Fatores virais e do hospedeiro na infecção pelo FCoV:
▪ Altas taxas de mutação nos vírus com genoma de RNA população de sequências heterogêneas
(quasispecies). heterogeneidade relacionada a severidade da forma clínica.
▪ Resistência intrínseca dos macrófagos à infecção replicação do FCoV nos macrófagos seria
determinante para o desenvolvimento da PIF.
▪ Se desenvolver resposta imune celular não vai desenvolver os sinais clínicos.
▪ Macrófago infectado:
• IL10:
o Th2: produção de anticorpos que opsonizam o vírus e facilitam a infecção de novos
macrófagos.
▪ Provavelmente vai desenvolver PIF.
o Th1: gatos positivos para FCoV que não desenvolvem a doença apresentam
hiperplasia linfóide desenvolvimento de resposta imune mediada por células Th1.
▪ Paciente pode ser até assintomático.
▪ Pode não desenvolver a doença.
• Macrófagos infectados são depositados no endotélio de pequenos vasos granulomas
(macrófagos + céls B + lys T).
o Dano severo ao endotélio.
o Produção de citocinas hiperplasia das células B hipergamaglobulinemia.
▪ Desenvolvimento da PIF irá depender de fatores como raça, idade, número de animais no ambiente,
doenças concomitantes e condições de estresse.
o Cepas distintas circulantes.
▪ Análise filogenética dos genes M, S, 3c e 7b.
▪ Separação das cepas de PIF e dos gatos que não desenvolveram a doença.
• Diagnóstico:
o Histórico e sinais clínicos:
▪ Idade: animais jovens.
▪ Sinal clínicos:
• Início abrupto, febre, anorexia.
o Avaliação laboratorial:
▪ Linfopenia e neutrofilia com desvio a esquerda.
▪ Anemia hemolítica imunomediada semelhante a do micoplasma felino vasculite.
▪ Hiperglobulinemia.
Fármaco Comentário
Dose 2-4mg/kg/dia – redução gradual a cada 10-14 dias até atingir a dose mínima.
Mais usado.
Prednisolona
Imunossupressor.
Não pode usar prednisona por causa da metabolização hepática.
Análogo nucleosídeo
Previne replicação viral. Infecção natural.
GS441524 e Mutian
o Dor:
▪ Dipirona a cada 24hs dano oxidativo as hemácias.
▪ Tramadol BID.
▪ Metadona.
▪ Butorfanol.
▪ Gabapentina: até 10mg/kg SID ou BID.
o Mensurar a cada 14 dias as taxas de globulina e albumina (A:G), de α-1 glicoproteína ácida (AGP) e o peso
do gato.
▪ Sinais positivos: Aumento da relação A:G e valor baixo ou negativo para AGP.
▪ Sem resposta eutanásia.
• Prevenção:
o Manejo: higiene, nutrição, evitar situações estressantes.
o Evitar aglomerações de animais.
o Introdução de animais negativos para FCoV em gatis – sorológico ou por RT-PCR.
o Vacinação (não disponível no Brasil):
▪ Vacina intranasal – cepa mutante de FCoV do sorotipo II termosensível estimula IgA na orofaringe
para conter a disseminação sistêmica do vírus.
▪ Animal deve ser negativo para FCoV no momento da vacinação.
▪ Aplicação a partir do 4° mês.
• Diagnóstico:
o Achados laboratoriais:
▪ Anemia (intensidade é variável) regenerativa (predileção por células linfoides) mas o grau de
regeneração é variável.
• Desidratação pode camuflar a anemia.
• Quando a diarreia tem muita perda de sangue, a anemia pode ser severa e precisar de
transfusão.
▪ Trombocitopenia megacariócitos na medula óssea e consumo no intestino.
▪ Leucopenia – neutropenia e/ou linfopenia.
• Leucopenia (≥4,500/μL) ou linfopenia (≥1,000/μL) fator preditivo positivo.
▪ Hipoalbuminemia: pode acontecer por deficiência na absorção de proteínas no intestino e
consequente deficiência de aminoácidos.
▪ Hipoglicemia: não alimenta e não absorve gliconeogênese, mas chega um ponto que não consegue
mais manter o nível glicêmico. fator prognóstico negativo.
▪ Hipocalemia: perda de eletrólitos exacerbada (vômitos e diarreia).
▪ Azotemia pré-renal.
▪ Proteína C-reativa fator prognóstico negativo.
o Exames de imagem:
▪ Radiografia abdominal corpo estranho.
▪ US abdominal intuscepção.
o Sorologia: não diferencia anticorpos vacinais e maternos de infecção natural.
o ELISA: pesquisa do antígeno de superfície do CPV nas fezes.
▪ Início da eliminação viral – 3 a 4 dias pós infecção.
o Histopatológico:
▪ Raro; usa muito para filhotes que tiveram morte súbita.
▪ Intestino: dilatação das criptas de Lieberkuhn, com desprendimento das células epiteliais. As células
que constituem as criptas podem estar ausentes, permanecendo apenas a membrana basal e
quando presentes, podem conter inclusões virais intranucleares.
o Detecção viral por microscopia eletrônica: fezes, vômito ou em tecidos post mortem.
o PCR: diferenciação entre as cepas virais. Pode ser feito nas fezes e sangue.
▪ Estudos epidemiológicos.
o Eletrocardiograma: miocardite provoca arritmias ventriculares que podem ser fatais.
o Diagnóstico diferencial:
▪ Parasitismo intestinal maciço.
▪ Intoxicações – cumarínico.
▪ Coronavirose: agravamento das infecções por CPV.
• Tratamento:
o Fluidoterapia:
▪ Planejar!
• 1° Avaliação da hidratação, perfusão dos tecidos e perdas.
o Desidratação x Hipovolemia:
▪ Desidratação:
• Refere-se a perda de fluido intersticial.
• Mucosas secas, retração de globo ocular (enoftalmia), aumento de
turgor cutâneo, alteração de Ht e proteína total.
▪ Hipovolemia:
• Perda intravascular comprometimento da perfusão de órgãos.
• Taquicardia, mucosa pálida, pulso periférico fraco, extremidade fria,
hipotensão.
▪ Ampicilina (amplo espectro): boa ação no trato gastrointestinal, inclusive na vesícula biliar.
▪ Tem que escolher um antimicrobiano que não causará efeito deletério (morte exacerbada de
bactérias gram -, porque isso aumentará a toxicidade pros pacientes piora clínica).
▪ Cefalosporinas: por via oral pode causar vômito e diarreia não recomendado.
o Suporte nutricional:
▪ Hipoglicemia:
• Bolus de glicose – glicose 12,5% (1 parte de glicose, 3 partes de água para injeção).
• Infusão contínua de glicose – 2,5% monitorar glicemia.
▪ Aspiração do conteúdo gástrico estase gástrica.
▪ Carvão ativado no enema absorção de toxinas.
▪ Nutrição microenteral:
• Pequenas quantidades de água, eletrólitos e nutrientes facilmente absorvidos (glicose,
aminoácidos e pequenos peptídeos) por via digestiva para estimular o trato gastrointestinal.
• Iniciar a partir de 2 a 12 horas após internação.
• 10 mL de Glicopan Gold + 490 mL de Ringer Lactato.
• 0,5 – 2,0 mL/kg/hora – infusão contínua – aumento gradual.
• Aspirar conteúdo gástrico – conteúdo não deve exceder 0,5 mL/kg/hora.
▪ Enteral x Parenteral:
• Parenteral não usa tanto.
o Aminoácidos, lipídeos e glicose solução estéril administrada via IV.
o O acesso tem que ser novo.
o Não pode usar em casos de desidratação.
o Só usa em casos em que o paciente não teve recuperação gastrointestinal com a
microenteral.
• Enteral tem preferência porque o TGI precisa voltar a funcionar.
▪ Fornecer caloria:
• NER = 70 x PC0,75 = kcal/dia.
• Iniciar com 25% - aumento gradual.
• Se o vômito da água não ocorre – oferecer dieta altamente digestiva (baixa fibra e baixa
gordura) – 3 a 6x/dia.
o Dietas comerciais.
o Dieta de retorno:
▪ Arroz branco e batata – 75%.
▪ Carne magra (frango), ricota, ovo – 25%.
▪ Sem óleo, com sal.
▪ Repositores de flora – probióticos.
o Tratamento suporte:
▪ Filgrastim (rhG-CSF) – 3 a 6 mcg/kg SC por dois a três dias. repetir hemograma diariamente.
▪ Manter temperatura corporal e higienização dos animais (cuidados de enfermagem).
• Controle:
o Controlar a doença em canis.
o Fazer vazios sanitários.
o Desinfecção adequada do ambiente.
o Vacinação – vírus vivo modificado (Cepas de CPV2).
• Giardia:
o Giardíase: infecção.
o Giardia duodenalis, G. lamblia ou G. intestinalis – infecta porção proximal do ID de cães, gatos e homem.
o Distribuição cosmopolita.
o Giardiose: doença.
o GE por protozoários mais importante em cães e gatos jovens.
o Zoonose.
o Baixa mortalidade.
o Giardia duodenalis é definida como um complexo – compreende oito assemblages (genótipos) (A a H).
▪ Assemblages C e D cães (recentemente nomeados Giardia canis).
▪ Assemblage F gatos.
▪ Assemblages A e B cães, gatos e humanos.
o Ciclo evolutivo:
▪ Trofozoíto: estádio ativo e móvel. No TGI se aderem a mucosa dos enterócitos. Forma parasitária.
Não são resistentes no ambiente.
▪ Cistos: forma infectante. São muito resistentes no ambiente. Gatos podem eliminar mais de 1 milhão
de cistos/grama de fezes por até 2 meses.
• Possuem dois trofozoítos incompletamente separados.
• Paciente se infecta ao ingerir o cisto.
• Cisto se rompe pela ação do HCl e da tripsina, liberando os trofozoítos.
▪ Ingestão dos cistos (água) ou autotransmissão cistos rompem no duodeno liberação de dois
trofozoítos adesão às vilosidades intestinais trofozoítas se dividem (fissão binária) e se
encistam novamente liberação de cistos no ambiente.
▪ No cão os trofozoítos são encontrados do duodeno ao íleo.
▪ No gato predominam no jejuno e íleo.
o Patogenia/sinais clínicos:
▪ Adesão do trofozoíto à mucosa intestinal processo inflamatório má absorção, hipoproteinemia
diarreia mucosa e sanguinolenta.
• Diarreia gelatinosa, pode ter sangue escuro e/ou rajadas de sangue vivo (porque a defecação
constante causa colite).
▪ Infecção crônica pode levar a atrofia das vilosidades intestinais.
▪ A gravidade da infecção se relaciona com a resposta imune e o status nutricional.
▪ Doenças concomitante agravam a clínica do animal.
▪ Forma aguda:
• Diarreia aquosa, explosiva e com odor fétido.
• Flatulência grande.
▪ Forma crônica:
• Diarreia persistente síndrome da má absorção de lipídios e nutrientes (B12, por exemplo).
• Perda de peso.
▪ Zoonose:
• Cistos nos alimentos e água.
• Cistos nos pelos dos animais ou outros fômites.
o Diagnóstico:
▪ Microscopia fecal:
• Baixa sensibilidade.
• Esfregaço direto: observação de trofozoítos na amostra de fezes.
▪ Exames de fezes: cistos.
• Técnicas de flutuação em sacarose (Sheather).
• Técnica de flutuação em sulfato de Zn – pesquisa de cistos.
• Amostras seriadas: liberação intermitente nas fezes colher 3 dias seguidos.
o 1ª amostra: 70% de acurácia.
o 3ª amostra: 96% de acurácia.
▪ ELISA: detecção do antígeno de Giardia swab retal ou direto das fezes.
▪ Pesquisa de trofozoítos no aspirato duodenal por endoscopia – necessidade de sedação e exame do
aspirado deve ser imediato.
▪ PCR.
o Tratamento:
▪ Suporte – hidratação e correção da hipoproteinemia se necessário (albumina humana).
▪
• Metronidazol:
o Pacientes com hepatopatias tem que reduzir a dose.
• Fembendazol: Único usado para gestantes.
o Controle:
▪ Elevada concentração fecal no ambiente, principalmente em locais com alta densidade populacional.
▪ Desinfetar ambiente com amônia quaternária.
▪ Higienização dos animais.
▪ Higienização das mãos e dos alimentos.
▪ Vacina comercial GiardiaVax – cães.
• Elaborada com trofozoítos inativados de G. lamblia.
• Uma dose – reforço após 25 dias – reforço anual.
• Não previne a doença, mas reduz a quantidade de cistos eliminados nas fezes.
• Cystoisospora:
o São espécie específicos – podem causar diarreia mucoide ou sanguinolenta.
Cães Gatos
Cystoisospora canis
Cystoisospora felis
Cystoisospora ohioensis
Cystoisospora burrowsi
Cystoisospora rivolta
Cystoisospora neorivolta
o Geralmente são agentes oportunistas – importância para animais imunossuprimidos.
o Diarreia aquosa que pode persistir por semanas.
o Estágio extraintestinal em linfonodos mesentéricos.
o Diagnóstico: flutuação fecal.
o Transmissão: oocisto esporulado.
o Terapia:
▪ Sulfadimetoxina (50-60mg/kg SID 5-20 dias cães e gatos).
▪ Sulfametoxazol + trimetoprim (15 a 30mg/kg/VO/BID por 5-7 dias)
▪ Gatos não aceitam o gosto da sulfa, mandar manipular ou fazer injetável.
• Criptosporidium parvum:
o Zoonose.
o Acomete cães e gatos, geralmente assintomáticos.
o Importância clínica para felinos imunossuprimidos.
o Não é comum.
o Diarreia aquosa, grande volume de fezes que pode persistir por semanas, perda de microvilosidades,
podendo chegar a atrofia.
o Diagnóstico:
▪ Microscopia fecal: eliminação dos oocistos é esporádica (não usa tanto).
▪ Técnicas de concentração – centrifugação com sulfato de Zn (sensibilidade baixa).
▪ Coloração específica (Ziehl- Neelsen) alta sensibilidade melhor.
▪ ELISA – antígeno fecal.
o Tratamento:
▪ Azitromicina: fármaco de escolha.
▪ Azitromicina – 7 a 15 mg/kg/VO/BID 10 a 21 dias.
▪ Nitazoxanida – 25 mg/kg/VO/BID 7 dias.
▪ Tilosina – 10 a 15 mg/kg/VO/BID ou TID 21 dias.
• Tritrichomonas foetus:
o Intestino grosso (íleo, ceco e cólon).
o Colite infecciosa – fezes fétidas, pastosas com muco e sangue.
o Comum em animais jovens.
o Transmissão fecal-oral direta.
o Só tem fase de trofozoíto.
o Diagnóstico:
▪ Exame direto: baixa sensibilidade (resiste pouco no ambiente).
▪ Cultura: melhor sensibilidade. meios específicos.
▪ PCR.
o Tratamento:
▪ Ronidazol – 30mg/kg/BID/VO 14 dias.
▪ Neurotoxicose (ataxia, escoriação facial, falta de apetite).
• Suporte para todos os protozoários:
o Hidratação.
o Controle do vômito.
o Vitamina B12 – dosar via parenteral.
o Dieta terapêutica.
o Probióticos.
• Espirocercose:
o Agente etiológico Spirocerca lupi.
o Nódulos fibrosos no esôfago, estômago e aorta do cão (raramente gatos).
o Adulto:
▪ Macho: 3 a 5cm.
▪ Fêmea: 5 a 8cm.
o Ciclo evolutivo:
▪ Adultos ovos na luz do esôfago que alcançam o meio exterior com as fezes ingeridos por
coleóptero coprófagos (besouros) L3 HI répteis, anfíbios, aves e roedores infecção ao ingerir
HI ou HP.
▪ PPP: 5 a 6 meses.
o Patogenia/sinais clínicos:
▪ L3: mucosa do estômago migração pelas artérias abdominais artéria aorta esôfago
granulomas.
▪ Obstrução esofágica disfagia, regurgitação e vômito.
▪ Surgimento de sarcomas esofágico.
▪ Rompimento de aorta e morte súbita.
▪ Sinais neurológicos por migrações erráticas das larvas para a medula espinhal.
o Diagnóstico:
▪ Flutuação fecal e endoscopia esofágica.
o Diagnóstico diferencial:
▪ Megaesôfago, esofagite, corpo estranho esofágico e neoplasia esofágica.
• Physaloptera praeputialis:
o Vivem aderidos à mucosa do estômago de cães e gatos.
o Hematófagos anemia, fezes com sangue escuro.
o Adulto: 1,5 a 6cm.
o Ciclo evolutivo:
▪ Adultos ovos na luz do estômago que alcançam o meio exterior com as fezes ingeridos por HI
(besouro coprófago, grilo, barata) L3 HP (lagartos, pássaros) infecção ao ingerir HI ou HP.
▪ PPP: 4 semanas.
o Patogenia/sinais clínicos:
▪ Vermes adultos hematófagos aderidos a mucosa gástrica gastrite catarral e hemorrágica
vômito e anemia.
▪ Sinais clínicos são mais comuns em gatos.
o Diagnóstico:
▪ Flutuação fecal.
▪ Endoscopia (vermes adultos aderidos a mucosa gástrica).
• Ancilostomose:
o Ancylostoma caninum – cães.
▪ Macho 11 a 13mm.
▪ Fêmea 14 a 20mm.
▪ Mais patogênico.
o Ancylostoma braziliense – gatos.
▪ Macho 5 a 7,5mm.
▪ Fêmea 6,5 a 9mm.
o Zoonose:
▪ Larva migrans cutânea:
• L3 penetra na pele intacta, mas não ultrapassa a junção dermoepidérmica. Provoca prurido
intenso.
▪ Ancilostomatose humana:
• Ingestão de L3: enterite eosinofílicas. Dor intensa abdominal.
▪ Solo úmido.
▪ Alimentos contaminados com larvas (L3).
o Ciclo evolutivo:
▪ Adultos no intestino delgado ovos nas fezes larvas eclodem no ambiente (L1 – L3)
contaminação do solo transmissão.
▪ Quando entra pela pele, passa no pulmão, gerando tosse expectorada e deglutida.
▪ Quando o animal é adulto, a L4 pode passar pelo pulmão e ficar encistado em alguma musculatura.
▪ PPP – 3 semanas.
o Formas de infecção:
▪ Via oral (inclusive pela amamentação).
• Cadelas gestantes L3 encistadas na musculatura migração para a glândula mamária e
placenta. Pode ocorrer migração das larvas por até 3 ninhadas. Migração se inicia no terço
final da gestação.
▪ Via cutânea:
• Penetração pela pele e coxins migram para circulação sanguínea pulmão (capilares
alveolares) intestino delgado.
▪ Via transplacentária:
• Larvas atingem o feto pela circulação da mãe. Ovos podem ser detectados nos filhotes com
10 a 12 dias.
o Patogenia/sinais clínicos:
▪ Infecção cutânea por L3 pode ocasionar prurido e dermatite.
▪ Migração pulmonar: sinais respiratórios (tosse).
▪ Movimentação dos parasitas irritação da mucosa intestinal enterite.
▪ Vermes adultos hematófagos aderem à mucosa do intestino delgado e podem sugar até 0,8ml
sangue/dia enterite hemorrágica (pode ser intensa) e anemia.
o Diagnóstico:
▪ Flutuação fecal.
▪ Laboratorial: anemia regenerativa (agudo) e anemia microcítica hipocrômica não regenerativa
(crônico – deficiência de Fe).
• Ascaríase:
o Toxocara canis – cães.
o Toxocara cati – gatos.
o Tocascaris leonina – cães e gatos.
o Não são hematófagos, alimentam-se de produtos pré-digeridos da dieta caquexia, hipoproteinemia.
o Zoonose:
▪ Larva migrans visceral:
• Ingestão de ovos contaminados com L3.
• Mais frequente em crianças (geofagia) de áreas carentes.
• Formas clínicas: visceral (sistêmica), ocular, nervosa, encoberta.
• Larvas – fígado e pulmão hepatomegalia/pneumonite.
• Sinais sistêmicos e dor abdominal.
• Unilateral.
• Lesões retinais granulomatosas diferenciar de retinoblastoma.
o Estrabismo e perda de acuidade visual.
• Nervosa: meningoencefalite.
• Encoberta: dor abdominal. Comum em pessoas imunossuprimidas.
▪ Ovos são muito resistentes no ambiente.
o Ciclo evolutivo:
▪ Adultos ovos morulados nas fezes contaminação do solo e ingestão dos ovos com L3 larvas
L3 eclodem no duodeno migração pelo fígado e pulmão expectorada e deglutida.
▪ No hospedeiro adulto as larvas podem ficar encistadas principalmente na musculatura esquelética.
▪ Toxocara cati não tem transmissão transplacentária.
▪ PPP: 4 a 5 semanas.
o Toxocara canis:
▪ Transmissão transplacentária:
• A partir do 42° dia de gestação (via veia umbilical).
• Pode persistir em várias gerações numa mesma cadela.
• Filhotes infectados por essa via eliminam ovos nas fezes a partir de 3 semanas.
▪ Transmissão via leite:
• L3 encistadas vão para a glândula mamária.
o T. canis e T. cati:
▪ Patogenia/sinais clínicos:
• Movimento dos parasitas na mucosa gástrica e intestinal vômitos (pode conter vermes
adultos), diarreia e convulsão.
• Competição por nutrientes – hipoproteinemia (emanciação, pelagem feia e ascite).
• Infecção muito grande obstrução intestinal.
• Migração pulmonar – sinais respiratórios. Infecção transplacentária – pneumonia
parasitária grave nos primeiros dias de vida.
• Migração para o colédoco obstrução (icterícia) T. cati.
o Diagnóstico:
▪ Flutuação fecal, eosinofilia marcante e alteração das enzimas hepáticas.
• Tricuríase:
o Trichuris vulpis: cães.
o T. campanula e T. serrata: gatos.
o Tem forma de chicote.
o Vivem no ceco e cólon: cães e gatos.
o Hematófagos: fixam à mucosa.
o Ciclo evolutivo:
▪ Adultos ovos nas fezes com larva L1 contaminação do solo ingestão dos ovos.
▪ PPP: 3 meses.
o Patogenia/sinais clínicos:
▪ Movimentação e alimentação dos parasitas: irritação da mucosa cecal diarreia mucoide a
sanguinolenta (hematoquesia) e perda de eletrólitos (hiponatremia).
▪ Colite.
o Diagnóstico:
▪ Flutuação fecal e colonoscopia.
▪ Quando diarreia grave pode ocorrer hiponatremia.
• Dipylidium caninum:
o Possuem escólex que se fixam a mucosa intestinal e proglotes móveis (contém os ovos).
o Zoonose.
o Ciclo evolutivo:
▪ Adultos proglotes maduros ou cápsulas ovígeras nas fezes larvas pulgas ou piolhos ingerem
os ovos no interior da pulga ou piolho (HI) – larva cisticercóide infecção ao ingerir HI.
▪ PPP: 2 a 3 semanas.
▪ HI:
• Pulgas: Ctenocephalides canis, C. felis, Pulex irritans.
• Piolhos: Trichodectes canis.
o Patogenias/sinais clínicos:
▪ Pouco patogênico: movimento dos parasitas na mucosa intestinal pode causar enterite e diarreia
catarral se parasitismo intenso.
▪ Proglotes ativas: prurido anal.
o Diagnóstico:
▪ Flutuação fecal.
• Platynosomum concinnum:
o Habita a vesícula e os ductos biliares de gatos.
o 4 a 8mm.
o Ciclo evolutivo:
▪ PPP: 2 meses precisa de vários hospedeiros intermediários.
▪ Ovos embrionados nas fezes caramujo (1° HI) miracídio esporocisto Isópodes terrestres
(2° HI) metacercárias Lagartixas e sapos (3° HI) com metacercárias encistadas gatos.
o Patogenias/sinais clínicos:
▪ Obstrução intra-hepática dos ductos biliares congestão hepática, necrose hepática (hepatite).
▪ Principal sinal clínico: icterícia.
▪ Além de vômitos, ascite, anorexia e diarreia.
o Diagnóstico:
▪ Alteração das enzimas hepáticas (GGT), eosinofilia.
▪ Ultrassom: dilatação do ducto colédoco.
▪ Sedimentação das fezes.
• Não funciona quando tem obstrução completa, mas não eliminou ovos ainda.
• Tratamento:
o Suporte:
▪ Hidratação.
• Desidratação normalmente é branda (5%).
• Dá pra reidratar em casa.
▪ Correção da hipoproteinemia.
• Albumina, pode ser a humana de marombeiro.
▪ Correção da anemia.
• Normalmente é regenerativa.
▪ Controle de ectoparasitos.
• Capstar não tem efeito residual.
• Controle do ambiente.
• Repetir vermifugação.
o Vermifugação:
▪ Vermifugação inicial – 14 dias repetição com 15 a 30 dias.
▪ Vermifugação semestral a anual.
▪ Situações especiais:
• Cães rurais.
• Infestação de pulgas.
• Fugas.
o Anti-helmínticos:
▪ Diversas bases terapêuticas:
• Nematodas:
o Benzimidazóis: precisa da metabolização hepática.
▪ Fembendazol é seguro pra gestante e usado para todos os nematodas.
▪ Albendazol pode causar aplasia medular.
▪ Fembantel e mebendazol.
o Avermectinas (ivermectina, Selamectina, outros) algumas raças são sensíveis.
o Pirimidinas (pirantel).
o Milbemicina.
• Cestodas e trematoda: pirazinoisoquinolonas (prazinquantel).
• Cestoda/Nematoda/Giardia – Nitazoxanida.
o Cadelas e gatas gestantes:
▪ A partir de 42 dias de gestação.
▪ Efetivo para prevenir a migração larval transplacentária.
▪ Drogas:
• Fembendazol 50mg/kg sid.
• Moxidectina 1mg/kg sc – 40 e 45 dias de gestação.
• Ivermectina 300μg/kg sc nos dias 0, 30 e 60 da gestação (mais eficaz) ou em dose única aos
42 dias de gestação.
• Selamectina 6-12mg/kg tópico 40 dias antes do parto ou 40 e 10 dias antes do parto.
o Fármacos:
Nome comercial Bases terapêuticas
Canex Plus Pamoato de Pirantel + Fembantel + Praziquantel
Cardomec Plus Ivermectina
Cestodan Praziquantel
Cydectin Moxidectin
Dipilex Praziquantel
Droncit Praziquantel
Drontal plus Pamoato de Pirantel + Fembantel + Praziquantel
Drontal puppy Pamoato de Pirantel + Fembantel
Drontal gatos Pamoato de Pirantel + Praziquantel
Endal Pamoato de Pirantel + Praziquantel
Endal plus Pamoato de Pirantel + Fembantel + Praziquantel
Endal gatos Pamoato de Pirantel + Praziquantel
Endogart Fembantel + Pamoato de Pirantel + Ivermectina + Praziquantel
Helfine plus Fembantel + Pamoato de Pirantel + Praziquantel
Interceptor Milbemicina Oxima
Ivomec Ivermectina injetável
Lopatol Nitroscanato micronizado
Mectimax Ivermectina
Milbemax Milbemicina + Praziquantel
Panacur
Fembendazol
comprimidos
Panacur 10% susp. Fembendazol
Panacur plus comp. Fembenzadol + Praziquantel
Petzi plus Pamoato de Pirantel + Pamoato de Oxantel + Praziquantel
Petzi plus
Pamoato de Pirantel + Pamoato de Oxantel + Praziquantel
suspensão
Petzi gatos Pamoato de Pirantel + Praziquantel
Program plus Milbemicina + Lufenuron
Revolution Selamectina
Telmin Mebendazol
• Controle:
o Tratamento dos animais susceptíveis.
o Medidas de higiene no ambiente.
o Controle de hospedeiros intermediários e paratênicos;
o Posse responsável.
▪
o Exame do líquor:
▪ Elevação na concentração de proteínas, devido às reações inflamatórias (>25mg/dL).
▪ Maior celularidade – 10 células/μL – predominância de linfócitos e monócitos.
▪ Presença de corpúsculo de Lentz nas células do líquor.
▪ Sorologia comparada entre LCR e soro sanguíneo:
• Títulos (IgG) no LCR maiores que no soro são sugestivos da infecção. Produção intraloco.
Barreira hematoencefálica limita a passagem de anticorpos.
▪ Imunofluorescência, PCR e pesquisa de antígeno.
o Pesquisa de antígeno: mais indicado.
▪ Imunocromatografia.
▪ Detectam o vírus da cinomose em diferentes amostras informações sobre eliminação viral.
▪ Conjuntiva é melhor porque tem maior concentração viral.
▪ Outras amostras urina, sangue total, soro, plasma, cavidade nasal, descarga nasal, líquor, saliva e
fezes.
▪ O vírus pode ser encontrado 3 dias após a infecção.
▪ O vírus replica-se nos túbulos renais e pode persistir por até 90 dias.
• Pesquisa na urina na fase nervosa pode ser eficiente.
o Reação em cadeia polimerase – RT-PCR:
▪ Pesquisa do gene nucleocapsídeo no sangue total, soro, LCR, swab conjuntival, nasal, retal e urina.
▪ Mais sensível e específico do que as técnicas para detecção de antígeno e anticorpo, principalmente
na urina (principalmente na fase nervosa).
▪ RT-PCR: qualitativo.
▪ PCR RT: permite avaliar a carga viral.
o Histopatológico:
▪ Epitélio da bexiga, pulmão, SNC, estômago, rim, conjuntiva, coxins podais e intestino.
▪ Encefalite do cão velho: ausência de diferenciação entre substância branca e cinzenta devido a
inflamação e degeneração.
o Diagnóstico diferencial:
▪ Sinais multissistêmicos e nervosos podem se assemelhar a várias patologias: tosse dos canis, GE
verminosas, bacterianas e por protozoários, meningoencefalite não infecciosa, toxoplasmose,
neospora e criptococose.
• Tratamento:
o Na maioria das vezes frustrante.
o Longo – até 6 meses.
o Os sinais neurológicos podem ser incompatíveis com a vida.
o Animais recuperados sem sinais neurológicos – sequelas a longo prazo: encefalite do cão velho e epilepsia.
o Alterações gastrointestinais: Metoclopramida, ondansetrona e maropitant + protetores gástricos (omeprazol
e famoditina).
▪ Diarreia: hidratação, probióticos e prebióticos, dietas altamente digestíveis, antibióticos dependendo
do caso.
o Fase pré-nervosa:
▪ Antimicrobiano: lavado bronco-alveolar pra cultura.
• Amoxicilina com clavulanato, ampicilina e quinolonas.
o Quinolonas em filhotes atrapalha as cartilagens.
• Doxiciclina se houver coinfecção com Bodertella bronchiseptica.
▪ Vitamina A – 25.000 UI/VO. Efeito inibidor direto sobre Paramyxovírus.
▪ Ribavirina – droga antiviral – nucleosídeo sintético – 30 mg/kg SID – 15 dias.
▪ INFα 10UI/kg/SID.
▪ Vitaminas do complexo B – reposição de vitaminas perdidas pela anorexia e estimular apetite,
coenzimas de reações metabólicas e participam do metabolismo dos neurônios e células da glia.
▪ Vitamina E e ômega 3 – antioxidantes. Estimulam a produção de interferon.
▪ Vacinoterapia venosa: vacina bivalente – cinomose/parvovirose cepa onderstepoort.
• Sucesso antes dos sinais clínicos nervosos.
• Usadas em contactantes:
• Via IV ou IM: proteção após 48hs.
• Via SC: proteção em 5 dias.
▪ Soro hiperimune:
• Imunoglobulinas purificadas.
• Indicação profilática: 0,5 a 1ml/kg – reaplicação com 5 a 6 dias.
• Indicação curativa: 1 a 2 ml/kg - reaplicação 24 a 48hs.
o Fase nervosa:
▪ Medicações anteriores.
▪ Anticonvulsivantes:
• Diazepan: 0,5 – 2,0 mg/kg retal ou EV. Emergências.
• Fenobarbital – 2 a 4 mg/kg.
• Brometo de potássio associado ao fenobarbital.
▪ Mioclonias: acupuntura e aplicação de toxina botulínica na musculatura.
▪ Corticoterapia:
• Avaliar imunossupressão. Cuidado pode permitir multiplicação viral. Controla a
desmielinização crônica por inibir ac anti-mielina e imunocomplexos.
• N-acil cisteína: sequestro de radicais livres. 35mg/kg 3x ao dia.
• Controle:
o Isolamento dos animais positivos – risco de transmissão pelas secreções.
o Higiene ambiental – ventilação adequada.
o Vacinação: vírus vivo modificado.
▪ 5 semanas – bivalente – áreas de alto risco para cinomose.
▪ 8 semanas – polivalente.
▪ 12 semanas – polivalente.
▪ 16 semanas – polivalente/raiva/gripe.
• Herpesvírus, Chlamydia felis, Calicivírus, Bordetella bronchiseptica, Neovírus felino.
• Epidemiologia:
o Distribuição mundial.
o Ocorre nos membros da família felidae, principalmente em gatos domésticos, guepardos, leões e pumas.
o 40% das doenças respiratórias superiores de animais adultos.
o Acomete gatos de todas as idades, porém animais jovens são mais susceptíveis.
o Alta morbidade onde há aglomeração.
• Rinotraqueíte Viral Felina (RVF):
o Herpesvirus felino (FHV).
o Família Herpesviridae.
o DNA fita dupla.
o Faz latência, não cura.
o Envelopado – pouco resistente (desinfetantes e solventes lipídicos).
o Altamente infeccioso.
o 1 sorotipo, mas virulência varia entre cepas virais.
o Transmissão:
▪ Contato direto ou indireto com secreções orais, nasais e oculares eliminação por 1 a 3 semanas
na fase aguda da doença e 1 a 10 dias por adultos portadores.
▪ Infecção latente: turbinados nasais, palato mole, tonsilas, mucosa oral e nervo trigêmeo.
▪ Estresse eliminação viral.
o Patogenia:
▪ Replicação viral ocorre primeiramente na conjuntiva, nasofaringe, turbinados e seios nasais
necrose epitelial com infiltrado inflamatório.
• Mucosa da traqueia rinotraqueite tosse.
o Brônquios e bronquíolos (pneumonia intersticial viral primária não é comum).
comum em calicivírus!!!!!
▪ Pode ter infecção bacteriana secundária descarga nasal.
▪ Excreção com 24h.
▪ Após infecção o vírus espalha via nervos sensoriais até o trigêmeo latência.
• Imunossupressão reativação.
o Terapias imunossupressoras (corticoides, ciclosporinas, quimioterapias, etc.), parto,
alterações de ambiente, FiV/FeLV.
o Imunidade:
▪ Anticorpos maternos: níveis baixos de proteção.
▪ Infecção natural: níveis baixos de anticorpos.
o Sinais clínicos:
▪ Não pode usar colírio com corticoide.
• Tobramicina colírio.
• Lubrificantes oculares
• Evitar quinolonas em gatos pode levar a cegueira.
• Calicivirose Felina:
o Calicivírus felino (FCV).
o Família Caliciviridae.
o RNA fita simples polaridade positiva.
o Não envelopado mais resistente (compostos fenólicos e hipoclorito).
o 1 sorotipo: mas com diferenças antigênicas.
o Transmissão:
▪ Contato direto e indireto com secreções orais, nasais e oculares eliminação varia de poucos dias
a vários meses.
▪ Vírus persiste nas tonsilas e nasofaringe e não precisa de fator desencadeante eliminação de
forma contínua por meses até anos.
o Patogenia:
▪ Replicação viral ocorre primeiramente no epitélio da orofaringe.
• Epitélio da língua, das tonsilas, da cavidade nasal, além dos pneumócitos alveolares, mucosa
ocular e membrana sinovial (pneumonia intersticial primária pode ocorrer).
• Necrose de língua, replicação em epitélio sinovial (claudicação) síndrome do gatinho
claudicante.
• Pode ter lesões em dígitos, perdendo os coxins.
▪ Estado de carreador: vírus no epitélio das tonsilas.
▪ Excreção viral inicia 3 a 4 dias após a infecção.
o Imunidade:
▪ Anticorpos maternos: importantes para proteção.
• Não comum em gatos muito jovens.
▪ Infecção natural: níveis maiores de anticorpos.
• Chlamydia felis:
o Bactéria gram negativa com baixo potencial zoonótico (pessoas imunossuprimidas).
o Secreção ocular é mais importante para a transmissão necessário contato íntimo.
o Coloniza mucosas, principalmente a ocular conjuntivite.
o Patogenia:
▪ Replicação bacteriana ocorre primeiramente na conjuntiva.
• Conjuntivite intensa com hiperemia, blefaroespasmo e desconforto ocular.
o Imunidade:
▪ Anticorpos maternos: importantes para proteção.
▪ Infecção natural: imunidade celular.
▪ Vacina quadrupla inclui a chlamydia.
• Bordetella bronchiseptica:
o Bactéria gram negativa que coloniza o trato respiratório de mamíferos (zoonose).
o Cães podem ser fonte de infecção.
o Coinfecção com herpesvirus e calicivírus podem agravar sinais clínicos.
o Coloniza o epitélio ciliado do trato respiratório.
o Imunidade:
▪ Anticorpos maternos: poucas informações.
▪ Infecção natural: IgA principal imunoglobulina.
• Diagnóstico:
o Testar animais pra FIV/FeLV.
o Anamnese e manifestações clínicas.
o Imunofluorescência.
o Isolamento em cultivo celular. A partir de swabs das secreções (conjuntivas e nasais).
o PCR mais usado.
o Cultura e antibiograma infecções bacterianas secundárias.
• Tratamento:
o Desobstrução das vias aéreas:
▪ Não sente cheiro não vai comer.
▪ Flushing nasal com solução fisiológica.
▪ Oxigenioterapia e nebulização (gentamicina 25 mg/ml + 4ml de solução salina).
▪ Mucolíticos – Acetilcisteína 70mg/kg. Não associar às penicilinas.
▪ Bromexina.
o Restaurar e manter o balanço hídrico e eletrolítico.
o AINE: controle de dor e febre.
▪ Dipirona SID 5 dias.
▪ Meloxicam 0,05 mg/kg.
▪ Opióide: tramadol (muitos efeitos colaterais).
▪ Gabapentina- 2mg/kg pode ir aumentando via oral ou transdérmicas.
o Suporte nutricional:
▪ Alimentação forçada (vai dar ruim) ou sonda esofágica.
▪ Não dá pra fazer nasogástrica porque o animal está espirrando e tossindo.
o Prevenir infecções secundárias:
▪ Doxiciclina 5mg/kg, VO 12h ou 10mg/kg, VO 24h. suspeita de bordetella.
▪ Amoxicilina + clavulanato de potássio 12,5 mg/kg, VO, 12h.
▪ Ampicilina.
▪ Antibióticos oftálmicos:
• Tobramicina colírio.
• Tetraciclina 0,5% pomada oftálmica se suspeita de Chlamydia – 0,5cm/olho.
o Antivirais tópicos oculares:
▪ Trifluridina – 4hs – eficácia in vitro – FHV.
▪ Cidofovir 0,5% - 12hs – eficácia in vitro e in vivo – FHV.
o Lubrificantes oftálmicos.
o Antivirais sistêmicos:
▪ L-lisina: inibe a replicação do FHV por substituir a arginina (aminoácido essencial para a síntese
proteica) por lisina.
▪ Famciclovir 90mg/kg 8hs por 21 dias FHV.
o Imunomoduladores:
▪ Interferon α e : estimula a produção de células de defesa estímulo aos tecidos linfáticos locais
herpesvirus e calicivírus.
▪ Interferon α tem disponível no Brasil ampola com 3 milhões de UI e 5 milhões de UI.
• 30 UI a 50 UI/gato via oral ou gotas em olhos e narina (estimulando imunidade local),
explicar que o veículo deve ser estéril e solução fisiológica.
• Desvantagem: é humano, produção de anticorpos contra ele.
▪ Interferon ômega não tem no Brasil.
o Tratamento da estomatite crônica (calicivirose):
▪ Controle da doença periodontal limpezas de tártaro regulares.
▪ AIE dose imunossupressora de 1,0 mg/kg.
▪ Fármacos imunossupressores (ciclosporina).
▪ Extração dentária.
• Profilaxia:
o Vacinação:
▪ Proteção contra a enfermidade na forma grave, não protege contra infecção.
▪ Anticorpos maternos: 5 a 6 semanas (RVF) e 7 a 8 semanas (CVF).
▪ Vacinas vivo modificado e inativado.
• Agente etiológico: Babesia spp. Descritas mais de 11 espécies que afetam os animais domésticos.
• Espécies de importância no Brasil:
o Bovinos: Babesia bovis/B. bigemina.
o Equinos: B. cabalii/B. equi.
o Cães: B. vogeli/B. canis/B. rossi/B. gibsoni.
• São protozoários intracelulares obrigatórios parasitas das hemácias.
• Classificação:
o Quanto ao tamanho: relacionado ao merozoíto.
▪ Grandes babesias: > 2,5 μm B. vogeli.
▪ Pequenas babesias: <2,5 μm B. gibsoni, B. conradae e B. microti.
▪ Diferença no tratamento.
o Localização:
▪ Viscerais: parasitam o cérebro, baço e rim. Baixa concentração no sangue periférico.
• B. bovis, B. cabalii, B. vogelli e B. gibsoni.
▪ Periféricas: alta concentração no sangue periférico.
• B. cabalii e B. bigemina.
• Transmissão:
o Picada do carrapato Rhipicephalus sanguineus.
o Transfusão de sangue.
o Transplacentária provável para Babesia vogeli.
o Transmissão por brigas descrita para Babesia gibsoni.
o Transmissão por fômites (suspeita).
• Ciclo evolutivo:
o Carrapato infectado transmite esporozoítos via saliva para o cão (transmissão após 48h) esporozoítos
infectam as hemácias e desenvolvem-se por reprodução assexuada (merozoítos) carrapatos realizam o
repasto sanguíneo reprodução sexuada com formação de esporozoítos na glândula salivar do carrapato.
▪ Transmissão transestadial e transovariana.
• Morfologia:
o Forma anaplasmóide início da infecção. Difícil diagnóstico confunde com corpúsculos de Howell Jolly.
o Forma bigeminada: merozoítos.
▪ Grandes babesias > 2,5 µm: B. canis.
▪ Pequenas babesias < 2,5µm: B. gibsoni.
• Patogenia/sinais clínicos:
o 4 fases: aguda, hiperaguda, crônica e subclínica.
o Manifestação varia com espécie envolvida, idade, resposta imune no hospedeiro e se o animal é
esplenectomizado.
o Forma aguda: Babesia rossi (sinais clínicos severos) e Babesia gibsoni (sinais clínicos moderados a
severos).
o Hemácias parasitadas hemólise intra e extra vascular anemia progressiva hipo-oxigenação tecidual.
o Anemia progressiva:
▪ Pirógenos endógenos: febre.
▪ Hemoglobinemia, hemoglobinúria, bilirrubinúria, icterícia.
o
o Pode ocorrer trombocitopenia por consumo de plaquetas devido à injúria vascular.
o A infecção gera uma resposta imune celular que controla os sinais clínicos, mas o animal pode permanecer
infectado.
o Duração da imunidade: pode durar mais que 6 meses.
o Febre.
o Letargia.
o Mucosa hipocorada.
o Esplenomegalia.
o Icterícia e hemoglobinúria.
o Hipotensão.
o Vômito e diarreia.
o Bilirrubinúria hiperbilirrubinemia icterícia.
• Diagnóstico:
o Complementar:
▪ Hemograma:
• Anemia regenerativa (macrocitose, hipocromia e reticulocitose acentuada).
• Trombocitopenia.
• Leucocitose: neutrofilia decorrente da resposta celular à crise hemolítica.
▪ Urina: bilirrubinúria e hemoglobinúria.
o Parasitológico:
▪ Esfregaço capilar ou gota espessa evitar vasos colher sangue de extremidades (sangue de
ponta de orelha ou coxim plantar).
▪ B. canis: formato de pêra.
o Sorológico:
▪ Os anticorpos aparecem cinco a doze dias após infecção experimental e alcançam um valor máximo
em média 21 dias pós infecção.
▪ RIFI: quantitativo.
▪ ELISA: qualitativo.
▪ Fazer testes pareados 15 dias cães infectados têm o título 4x maior.
o Biologia molecular:
▪ PCR: amostras de sangue em EDTA ou amostras de tecidos.
▪ Sensíveis à presença de poucos organismos na amostra.
▪ RT-PCR: quantitativo.
o Diferencial:
▪ Erliquiose.
▪ Leptospirose.
▪ Leishmaniose visceral.
▪ Rangeliose.
▪ Anemia hemolítica auto-imune.
• Tratamento:
o Melhora clínica é observada 24h após a medicação antibabesial.
o Poucas drogas são eficientes para eliminar completamente o protozoário.
o As espécies (B. canis e B. gibsoni) reagem de forma diferente ao tratamento.
o Dipropionato de Imidocarb (Imizol):
▪ Promove eliminação do agente e previne infecção por até duas semanas.
▪ Grandes babesias.
▪ Dose 6,6mg/kg/IM ou SC dose única ou duas doses – 14 dias após.
▪ Efeitos colaterais: dor local, salivação, lacrimejamento, vômito e diarreia (sinais colinérgicos). Usar
atropina 0,04mg/kg dez minutos antes.
▪ Coparasitismo: erliquiose associar doxiciclina.
o Aceturato de diminazeno (Ganaseg): evitar usar.
▪ Ação e efeito protetor são de curta duração.
▪ Mais eficiente para B. gibsoni.
▪ Tem mais efeitos colaterais.
▪ Dose 3,5mg/kg/IM dose única.
▪ Efeitos colaterais: dor local, salivação, lacrimejamento, vômito e diarreia (sinais colinérgicos) usar
atropina 0,04mg/kg 10 min antes.
▪ Podem causar sinais neurológicos irreversíveis.
o Doxiciclina, clindamicina e metronidazol B. gibsoni:
▪ Minimiza sinais clínicos e parasitemia.
▪ Doxiciclina sozinha mantém estado de portador.
o Combinação de atovaquona e azitromicina:
▪ Eficaz contra B. gibsoni.
▪ Atovaquona dose 13,5mg/kg TID.
▪ Azitromicina dose 10mg/kg SID.
o Reidratação: manutenção da perfusão dos tecidos.
o Doses imunossupressoras de corticoides na anemia hemolítica 2-3 semanas.
o Transfusão de sangue: Ht <15%, sinais clínicos graves (taquipneia) e pouca regeneração.
▪ Tipagem sanguínea: 13 grupos identificados.
▪ Sistema DEA: rotineiramente identificados pela tipagem sanguínea: 1.1, 3, 4, 5 e 7.
▪ DEA 3, 5 e 7 causam poucas reações hemolíticas.
▪ DEA4: doador universal existem poucos pacientes.
▪ DEA 1.1: 42% da população canina positiva, causam reações hemolíticas em segundas transfusões.
• A primeira transfusão não vai causar efeitos porque não tem hemo-anticorpos.
▪ Doador:
• > 23kg.
• Ht: >40%.
• 1 a 7 anos de idade.
• Vacinado.
• Controle de ecto e endoparasitas.
• Leishmaniose e hemoparasitas negativo.
• Sem doenças crônicas.
• 15 a 20ml/kg.
▪ Tipagem e compatibilidade: evitar reações hemolíticas imunomediadas:
• Volume (ml) = (Ht desejado – Ht atual) ÷ Ht doador x 90 (volume de sangue para cães) x peso
(kg).
▪ Taxa de infusão: 0,5 a 1ml/kg/h nos primeiros 15 min.
• Monitorar a cada 15min na primeira hora: PA, TPC, FR, FC, TR.
• Após 30min se não houver efeito colateral: 2-10ml/kg/h.
• Controle:
o Controlar população de carrapatos no animal e no ambiente.
o Vacina: Pirodog (Merial) disponível na Europa.
▪ B. canis.
▪ Não previne a infecção, mas protege da doença.
Erliquiose
granulocítica Amblyomma Neutrófilo e EUA, África e
E. ewingii Cães e homem
canina e americanum eosinófilo Coreia
humana
▪
• Diagnóstico:
o Achados laboratoriais:
▪ Hemograma:
• Trombocitopenia. Se inicia 10 a 20 dias após a infecção.
• Anemia e leucopenia discreta (fase aguda e subclínica).
• Pancitopenia (fase crônica).
▪ Mielograma:
• Hipercelularidade (fase aguda e subclínica).
• Hipocelularidade (fase crônica).
▪ Hiperglobulinemia policlonal em todas as fases da doença.
• Predomínio da resposta TH2 produção de imunoglobulinas.
• Policlonal: Aumento das globulinas de fase inflamatória e das imunoglobulinas (porção
gama). aumento de todas as frações de globulinas.
o Parasitológico (esfregaço sanguíneo):
▪ Presença de mórula. Mais fácil encontrar na fase aguda. Na fase subclínica são mais difíceis de
serem visualizadas, mas não estão extintas.
o Sorologia:
▪ RIFI/ELISA.
▪ Pico de anticorpos 80 dias após a infecção. Ideal testar na fase subclínica.
▪ Soroconversão pode levar 28 dias.
▪ ELISA – SNAP IDEXX 4D (E. canis, A. platys, Doença de Lyme e Dirofilariose).
• Se positivo, geralmente indica titulação de no mínimo 1:160 na RIFI.
▪ Dois ELISAs negativos pareados em 28 dias, excluem a infecção.
▪ RIFI: permite acompanhar a evolução da infecção ascendente na fase aguda, persistentemente
elevada na fase crônica e decrescente quando ocorre a eliminação da infecção.
• Com seis a nove meses após tratamento, os cães tornam-se negativos, mas podem
permanecer com títulos altos por anos.
o PCR:
▪ Detecção do DNA 4 a 10 dias após a exposição.
▪ Pode dar resultados negativos nos casos crônicos, em que a parasitemia é intermitente.
▪ Permite diferenciar animais tratados com infecção persistente, daqueles com altos títulos
persistentes depois de um tratamento com sucesso.
▪ Pode ser realizada no sangue total, aspirados esplênicos, de linfonodos ou medula óssea.
▪ Cães portadores x cães soropositivos:
• Cães portadores: altos níveis de globulinas, trombocitopenia, altos títulos de anticorpos, PCR
positivo.
• Cães curados: níveis normais de globulinas, contagem normal de plaquetas, altos títulos de
anticorpos, PCR negativo.
o Diferencial:
▪ Febre maculosa.
▪ Babesiose.
▪ Leishmaniose visceral. principalmente.
▪ Rangeliose.
▪ Trombocitopenia auto-imune.
• Tratamento:
o Boa resposta ao tratamento na fase aguda e subclínica (geralmente respondem com 48h após o início) e
pouca resposta da fase crônica.
o Tratamento específico e tratamento suporte.
o Erliquiose:
▪
o Anaplasmose:
▪
o A persistência da trombocitopenia após o tratamento com doxiciclina (10mg/kg/dia) por quatro semanas
requer a revisão do diagnóstico.
o Suporte:
▪ Fluidoterapia.
▪ Transfusão de sangue total ou plasma rico em plaquetas.
▪ Eritropoietina.
▪ Fator estimulante de colônia de granulócitos.
▪ Glicocorticoides.
• Controle:
o Controlar população de carrapatos no animal e no ambiente.
o Sem vacina disponível.
• Agente etiológico:
o Toxoplasma gondii.
o Protozoário coccídeo intracelular obrigatório.
o Afeta todos os animais de sangue quente.
o Zoonose de distribuição mundial.
o Hospedeiro definitivo: felinos.
▪ Reprodução assexuada e sexuada do parasito.
o Hospedeiro intermediário: animais vertebrados.
▪ Homem, gato.
▪ Reprodução assexuada do parasito.
▪ Ovinos, caprinos, bovinos.
▪ Caninos.
▪ Aves.
▪ Roedores.
▪ Homem.
▪ Suínos, caprinos e ovinos: maior número de cistos de bradizoítos nos tecidos.
▪ Bovinos e equinos: menor proporção de cistos de bradizoítos são mais resistentes.
o Causa importante de perda econômica em animais de produção aborto, mortalidade neonatal e defeitos
congênitos.
o Existem diferentes cepas com diferente patogenicidade.
• Ciclo biológico:
o 3 formas infectantes:
▪ Bradizoítos: cistos teciduais multiplicação lenta.
▪ Taquizoítos: forma proliferativa, multiplicação rápida, ativos, tropismo por macrófagos e monócitos.
▪ Esporozoíto: oocistos esporulados em fezes de gatos.
o Ciclo enteroepitelial:
▪ Intestino HD.
▪ Ingestão de cistos com bradizoítos:
• Liberados no lúmen intestinal.
• Invadem as células epiteliais do TGI.
• Iniciam reprodução sexuada formação de oocistos.
• Oocitos são liberados nas fezes, não esporulados.
• Esporulam após exposição ao ar (dois esporocistos com quatro esporozoítos).
• Efeito da temperatura na esporulação do oocistos:
23,8°C 1-3
15°C 5-8
11°C 21
▪ Gatos quando ingerem cistos com bradizoítos: 97% completam o ciclo enteroepitelial.
▪ Gatos quando ingerem taquizoítos ou oocistos esporulados: 20% completam o ciclo enteroepitelial.
▪ Oocistos:
• Resistentes: ácidos, álcalis, detergentes comuns, baixas temperaturas.
• Sensíveis: derivados da amônia, desidratação e temperaturas acima de 55°C.
▪ Esporozoítos devem sobreviver no meio ambiente dentro dos oocistos por vários meses: até 2 anos
a 37°C.
o Ciclo extra intestinal ou sistêmico:
▪ Ingestão de esporozoítos em oocistos esporulados, ingestão de cistos contendo bradizoítos ou
através dos taquizoítos dos HI:
• No lúmen intestinal são liberados invadem as células do TGI e se tornam taquizoítos.
• Rompimento das células infectadas e invasão de células vizinhas e distribuição para os
órgãos pelos vasos linfáticos.
• Imunidade em 2 semanas diminuição da carga parasitárias por destruição dos taquizoítos
livres.
• Bradizoítos no tecido nervoso e muscular (cistos podem permanecer viáveis por anos).
• Formas de transmissão:
o Ingestão de tecidos com bradizoítos ou taquizoítos.
o Carnes mais frequentemente contaminadas por cistos:
▪ Suínos, ovinos e coelhos.
▪ Bovinos e equinos – menor proporção.
o Congênita.
o Transplacentária – taquizoítos.
▪ Ocorre apenas quando as fêmeas apresentam infecção ativa durante a gestação.
▪ De forma geral não há risco para o feto em mães anteriormente infectadas (6 meses em mulheres).
▪ Mulheres imunodeficientes podem reativar infecções antigas ou apresentar nova forma aguda por
nova infecção.
o Placentária: taquizoítos.
▪ Ocorre apenas quando as fêmeas apresentam infecção ativa durante a gestação.
▪ De forma geral não há risco para o feto em mães anteriormente infectadas (6 meses em mulheres).
▪ Mulheres imunodeficientes podem reativar infecções antigas ou apresentar nova forma aguda por
nova infecção.
o Ingestão de oocistos esporulados.
o Lactogênica.
o Transfusão de fluidos.
o Transplante de tecidos ou órgãos.
o Forma parasitária de transmissão:
▪ Oral: oocisto esporulado, bradizoíto ou taquizoíto.
▪ Transplacentária: taquizoíto.
▪ Transfusão de sangue: taquizoíto.
▪ Transplante de órgãos: bradizoíto e taquizoíto.
• Epidemiologia:
o Papel dos gatos:
▪ Eliminam oocistos por 1 a 2 semanas.
▪ Não voltam a eliminar oocistos quando reinfectados – imunidade adquirida na primeira infecção
pode durar até 6 anos.
▪ Imunossupressão pode, em alguns gatos, causar reexcreção de oocistos, mas em número menor.
▪ Hábitos de limpeza dos gatos minimizam contaminação de seu corpo com oocistos.
▪ Fezes frescas não são capazes de causar infecção.
▪ Transmissão por mordeduras ou arranhões é improvável.
▪ 82% dos gatos eliminando oocistos tinham menos de 6 meses de idade.
▪ 60% dos gatos eliminando oocistos eram soronegativos – infecção primária.
o Papel dos cães:
▪ Rolam sobre as fezes e ingerem as fezes de gatos.
▪ Necessidade de higiene depois de contato com cães antes de alimentar.
o Papel dos animais de produção:
▪ Carne suína bradizoítos podem sobreviver por mais de um ano.
▪ Embutidos são fonte de contaminação.
▪ Transmissão pelo leite cru de vaca – risco menor.
▪ Na fase aguda da infecção as galinhas podem transmitir taquizoítos pelos ovos.
o Outros:
▪ Mamíferos marinhos (oocistos podem sobreviver na água do mar), moluscos e invertebrados podem
transportar os oocistos, vetores mecânicos (moscas e baratas).
• Patogenia:
o Fase entérica:
▪ Doença entérica em gatos jovens naturalmente infectados é ocasional.
▪ A manifestação entérica com diarreia pode estar associada à eliminação de oocistos.
▪ Pode estar associada à doença severa em gatos debilitados ou muito jovens.
o Fase extraintestinal – aguda:
▪ Ruptura s das células parasitadas pela rápida multiplicação dos parasitas: invasão do fígado, tecidos
linfóides, pulmão e sistema nervoso.
▪ Necrose celular associada com reação de hipersensibilidade retardada.
▪ Expressão antígeno-anticorpo (formação imune-complexos).
▪ Células primariamente invadidas são o fígado, tecidos linfoides e pulmão.
▪ Observa-se vasculite no cérebro de animais infectados congenitamente.
o Fase extraintestinal – crônica:
▪ A ativação do sistema imune reduz gradualmente a multiplicação dos taquizoítos.
• Transição para bradizoítos.
▪ Multiplicação lenta caracteriza esta fase de bradizoítos e é pouco patogênica.
▪ As células parasitadas podem viver por extensos períodos.
▪ Permanecem viáveis por muitos anos – toda vida.
• Imunidade:
o A toxoplasmose congênita ocorre apenas quando as fêmeas apresentam infecção ativa durante a gestação.
o De forma geral não há risco para o feto em mães anteriormente infectadas (6 meses em mulheres).
o Mulheres imunodeficientes podem reativar infecções antigas ou apresentar nova forma aguda por nova
infecção.
o Em pacientes imunossuprimidos (AIDS) pode ocorrer reativação de infecções antigas.
• Infecção fetal:
o Cerca de 30 a 40% das infecções adquiridas durante a gestação são transmitidas ao feto.
o A transmissão somente ocorre na fase aguda:
▪ Mulheres (fêmeas) que nunca tiveram contato.
▪ Reativação de infecções antigas (raro).
▪ Nova infecção, apesar de contato anterior (raro).
• Ocorrências clínicas:
o Infecções em fase precoce de gestação podem levar a aborto e reabsorção fetal.
o Hidrocefalia.
o Microcefalia.
o Uveíte.
o Retinocoroidite: pode levar a cegueira.
o Calcificação dispersa intracranial.
o Somente infecções adquiridas no útero poderão levar a este quadro.
o Calcificações cerebrais diminutas em parênquima encefálico toxoplasmose congênita.
• Sinais clínicos em cães e gatos:
o Crises epiléticas.
o Tremores.
o Depressão/letargia.
o Incoordenação/fraqueza muscular.
o Parcial ou completa paralisia.
o Dispneia/febre.
o Inflamações oculares (retinite/uveíte/ceratite).
o Perda de peso.
o Perda de apetite.
o Vômito.
o Diarreia.
o Doe abdominal.
o Icterícia.
o Tonsilite.
o Pneumonia.
o Hepatite.
o Encefalite.
o Em cães: coinfecção com o vírus da cinomose.
o Em gatos: coinfecção com FIV e FeLV.
• Sinais clínicos:
o Suínos, caprinos e ovinos são as espécies mais afetadas.
o Sinais mais comuns são aborto, natimorto e morte precoce do neonato associado à infecção pré-natal.
o Equinos e bovinos têm baixa incidência de sinais clínicos.
• Diagnóstico:
o Perfil epidemiológico:
▪ Contato com gatos de rua.
▪ Alimentação de carne crua ou hábito de caça.
o Patologia clínica:
▪ Hemograma:
• Leucopenia.
• Neutropenia.
• Linfopenia.
• Leucocitose (fase de recuperação).
o Testes sorológicos:
▪ Detecção de anticorpos:
• Infecção dormente (crônica): predominam anticorpos IgG.
• Infecção ativa (aguda): predominam anticorpos IgM.
▪ Ocorre soroconversão em 7 a 14 dias para IgM e após 21 dias para IgG (pode durar 70 semanas).
o Biologia molecular:
▪ PCR:
• Não diferencia as fases, mas identifica o parasita antes dos anticorpos circulantes.
• Pode ser feito no líquor, humor aquoso, sangue e tecidos.
▪ Parasitológico:
• Citologia do líquor: elevação dos leucócitos e presença de taquizoítos.
• Fezes: flutuação e sedimentação. Oocistos.
o Histopatológico:
▪ Identificação de bradizoítos nos tecidos.
• Tratamento:
o Fase aguda:
▪ Cindamicina:
• Gatos (8-17mg/kg) 4 semanas.
• Cães (3-20mg/kg) 4 semanas.
▪ Sulfonamida-trimetoprim: cães e gatos (15mg/kg) 28 dias.
• Controle:
o Vacina:
▪ Toxovax: vacina viva (taquizoítos cepa S-48) para controle de abortos em ovinos. Cepa não se
diferencia em bradizoíto e não estabelece uma infecção persistente, mas induz proteção imune.
• Quando usada em gatos inibe a reprodução sexual de T. Gondii e diminui a liberação dos
oocistos no ambiente.
o Eliminação dos oocistos:
▪ Aquecimento, salga, congelamento dos alimentos.
▪ Lavar bem as mãos e vasilhames após manipulação da carne crua.
▪ Lavar frutas e verduras antes da ingestão: utilizar hipoclorito de sódio.
o Trocar caixa de areia ou colher fezes diariamente: evitar esporulação.
o Evitar que gatos comam carne crua.
o Combater vetores mecânicos.
o Evitar caixas de areia.
▪
▪ Os cães com toxoplasmose ou neosporose podem mimetizar outras doenças cinomose,
leishmaniose e raiva.
▪ Cães e gatos jovens são mais susceptíveis.
• Sistema imune em desenvolvimento.
• Coinfecção com doenças debilitantes (cinomose, FIV, FeLV).
o Diagnóstico:
▪ Laboratorial: parasitológico de fezes, flutuação (oocisto são semelhantes a Hammondia heydorni).
• Aumento da creatinofosfoquinase (CPK).
▪ Análise do líquido cefalorraquidiano: contagem de células inflamatórias e visualização de taquizoítos
encefalomielite protozoária.
▪ PCR: detecção do DNA de Neospora canis nos tecidos, no LCR e nas fezes.
▪ Sorológico: RIFI. Detectam anticorpos direcionadas aos antígenos de superfície do parasita. Cães
com sinais clínicos de neospora geralmente apresentam título ≥ 1:400.
o Tratamento:
▪ Cindamicina: cães (12,5-25mg/kg) 4 semanas.
▪ Sulfonamida-trimetoprim: cães (15-20mg/kg) 4 semanas.
o Controle:
▪ Evitar contaminação das forragens dos bovinos com fezes de cão.
▪ Evitar que os cães se alimentem das placentas.
▪ Identificar bovinos e cães portadores.
• Neospora em gatos:
o N. caninum pode produzir lesões leves em gatos imunocompetentes e mais grave em imunossuprimidos.
o Encefalomielite e necrose da musculatura esquelética foi identificada em gatos imunossuprimidos.
o Cistos teciduais foram vistos somente no cérebro.
o As lesões nos gatos foram similares as provocadas pelo T. gondii.
o A diferenciação da infecção entre N. caninum e T. gondii deve ser feita por métodos sorológicos, moleculares
e por imuno-histoquímica.
•
• As leishmanioses são um conjunto de síndromes complexas e multifacetadas causadas por diversas espécies do gênero
Leishmania, transmitida por insetos vetores, que afetam seres humanos, animais domésticos e silvestres. Estão
distribuídas por todos os continentes, com exceção da Oceania e da Antártida.
• Constitui grave problema de saúde pública e é usualmente deformante (LT) e fatal (LV) quando não tratada.
• PERDI.
• Classificação:
o Filo protozoa.
o Classe Mastigophora.
o Ordem kinetoplastida.
o Classe leishmania.
• Biologia:
o São protozoários pleomórficos.
▪ Cães, gatos, humano: intracelular.
▪ Flebótomo: extracelular.
o Perdi.
o Amastigotas: intracelulares – sistema mononuclear fagocitário – macrófago.
o Promastigotas: extracelulares: meio intestinal do vetor.
• Espécies envolvidas:
o 12 espécies causam doença no homem: 7 no Brasil.
o 500 espécies de flebótomos (não são mosquitos) no mundo: 230 no Brasil.
o Leishmaniose Tegumentar Americana:
▪ Leishmania amazonenses mais importante.
▪ L. braziliensis mais importante.
▪ L. guyanensis.
▪ L. lainsoni.
▪ L. pifanoi.
o Leishmaniose visceral:
▪ Leishmania donovani: Ásia, mais comum na índia (antroponoze) campanha da OMS.
• Não há participação de animal.
• Homem é reservatório.
• Vetor: phlebotomus argentipes.
▪ L. infantum = L. chagasi: europa, áfrica e américas.
• Humano: hospedeiro acidental. Mais resistente do que os animais.
o Americas:
▪ Tegumentares:
• L. mexicana.
• L. venezuelensis.
• L. braziliensis.
• L. amazonenses.
▪ Visceral:
• L. infantum.
▪ Gatos, cães e humanos são susceptíveis as mesmas espécies de Leishmania.
• Doenças provocadas:
o Leishmaniose Cutânea (LC).
o Leishmaniose muco cutânea (LMC) afeta também as mucosas.
o Leishmaniose cutânea difusa (LCD).
o Leishmaniose visceral (LV).
o As leishmanioses tegumentares não costumam ser fatais, mas tem efeitos estéticos graves.
o Na leishmaniose tegumentar não se conseguiu xenodiagnóstico positivo de cães com ferida.
• Leishmaniose dérmica pós calazar:
o Perdi.
o Alguns casos na áfrica tem recuperação espontânea, mas não na índia.
o As pessoas Perdi.
• Hospedeiros:
o Tegumentar:
▪ Silvestres: roedores, gambás, tamanduá, tatu, canídeos, primatas e preguiça.
▪ Domésticos: cães, gatos, equídeos, roedores.
▪ Homem.
o Visceral:
▪ Silvestres: canídeos (cerdocyon thous, lycalopex vetulus) e gambás (didelphis marsupialis).
▪ Domésticos: cão e gato.
▪ Homem.
• Pontos críticos:
o Transmissão:
▪ Lutzomyia longipalpis: L. infantum.
• Contaminação e ciclo em seu trato digestivo.
• Inoculação/regurgitação da forma promastigotas metacíclicas.
• O flebótomo é cerca de a metade a 1/3 do tamanho de um mosquito.
▪ Vetores: formas tegumentares:
• L. intermia.
• L. pessoai.
• L. wellcomei.
• L. whitmani.
• L. umbratilis.
• L. anduzei.
• Perdi
▪ Outros vetores (pulgas e carrapatos): não é comprovado.
o Início da infecção:
▪ Inoculação de promastigotas metacíclicas pela Lutzomyia longipalpis.
▪ Cancro de inoculação.
o Doença clínica.
o Diagnóstico etiológico e diferencial, estadiamento da infecção.
o Tratamento e resultado final da infecção/medidas de controle.
• Tipagem sanguínea.
• Teste de compatibilidade sanguínea detecta a presença de anticorpos contra os antígenos
presentes na membrana da hemácia.
o Prova maior: verifica se o plasma do receptor tem anticorpos contra antígenos dos
eritrócitos do doador.
o Prova menor: verifica se o plasma do doador contém anticorpos contra antígenos
dos eritrócitos do receptor.
• 1ml de anticoagulante e completar com 9ml de sangue usa seringa porque a bolsa é muito
grande.
• Volume de sangue transfundido (ml) = (peso x 70) x (Ht desejado – Ht do receptor) ÷ Ht do
doador.
o Inicia-se com 0,25 ml/kg/h e após aumenta-se para 3 a 10 ml/kg/h.
o Problema cardíaco: 2ml/kg/h.
o Tempo total de 4 horas.
• Controle:
o Controlar população de pulgas no animal e no ambiente.
o Evitar acesso à rua.
• Exercício:
o SRD de 2 anos, macho, histórico de 1 semana de letargia progressiva e anorexia. Vacinado e vermifugado,
acesso à rua. No exame clínico: apatia, membranas mucosas pálidas e secas. Taquicardia (FC 220bpm) com
um sopro mitral sistólico II/VI, taquipneico (FR 60 rpm) e TR 39,6°C. A palpação abdominal normal, mas com
turgor aumentado.
o Hemograma: anemia severa, Ht 12%, macrocitose (anemia regenerativa), esquizócitos (hemólise), plasma
amarelado (bilirrubina).
o Esfregaço: cocos aderidos a superfície das hemácias.
▪ Desidratação e anemia.
▪ Pacientes com anemia podem apresentar sopro.
▪ Fazer eco posteriormente pra confirmar o sopro.
▪ Diagnóstico diferencial: anemia imunomediada, FeLV.
▪ Fazer exame de FIV/FeLV negativo.
▪ Fluidoterapia (só manutenção) Ringer Lactato.
• 40ml x 4kg = 160ml/24h 6,66ml/hora.
▪ Transfusão de sangue fazer tipagem e compatibilidade.
• Alterar o soro pra NaCl 0,9% Ringer Lactato pode precipitar cálcio.
▪ Suporte nutricional: enteral ou sonda esofágica.
▪ Fazer PCR pra Mycoplasma, mas já iniciar a doxiciclina.
▪ Tem hemólise fazer prednisolona 1 a 2mg/kg.
• Etiologia:
o Família retroviridae:
▪ Alpharetrovirus.
▪ Betaretrovirus.
▪ Deltaretrovirus.
▪ Epsilonretrovirus.
▪ Gammaretrovirus – FeLV subgrupo A, B, C e T.
▪ Lentivirus – FIV subtipos: A, B, C, D e E – variação na sequência de aminoácidos da proteína do
envelope.
• Espécie específico.
▪ Spumavirus – FeSV. sozinho é apatogênico, mas em gatos com FeLV pode originar os sarcomas.
o Vírus RNA fita simples transcrito pela transcriptase reversa.
o No Brasil o subtipo B é mais comum.
o Envelopado – sensível ao calor e a detergentes comuns.
o Conseguem incorporar o DNA deles na célula do hospedeiro, formando um provírus.
o Gene env: codificam as proteínas do envelope viral, que são responsáveis pelo reconhecimento celular.
▪ FeLV: gp70.
▪ FIV: gp120.
o Gene pol: transcreve duas proteínas (integrasse e RT) responsáveis pela inserção do material genético viral
na célula do hospedeiro.
o Gene gag: codifica a proteína do capsídeo viral e do nucleocapsídeo (proteína p27 identificada nos
exames).
▪ FeLV: p27.
▪ FIV: p24.
• Epidemiologia:
o Ocorre nos membros da família Felidae.
o Distribuição mundial, com prevalência variando de acordo com a localização geográfica.
o FIV tem casuística menor. Subtipo B é mais presente no Brasil.
• Transmissão:
o FeLV: gatos amigos (contato íntimo, saliva).
▪ Transmissão horizontal ato de lamber, morder ou compartilhamento de recipientes. Vírus é
excretado na saliva, secreção nasal, fezes e leite Saliva: 1 x 106 partículas virais/ml (principal fonte
de infecção).
• Contato frequente ou prolongado.
• Gato assintomático persistente virêmico – excreção do vírus por meses a anos
reservatório do FeLV.
• Feridas por brigas (rota mais importante) saliva possui alta concentração viral.
▪ Iatrogênica: agulha contaminada e transfusão de sangue pouco comum.
▪ Transmissão vertical:
• Fêmeas virêmicas:
o Terço inicial da gestação: reabsorção fetal e aborto.
o Terço final: filhotes fracos (viremia).
• Fêmeas com infecção latente: transmissão pode não ocorrer durante a gestação. Mas, pode
ocorrer transmissão após o nascimento (lambedura e leite).
o FIV: gatos inimigos (briga)
▪ Transmissão vertical: não é comum, ocorre na fase aguda da infecção (intrauterina e leite).
▪ Uso coletivo de vasilhas e lambeduras menos comum.
▪ Iatrogênica: transfusão de sangue.’
• Replicação:
o Integrase: material genético do vírus se funde ao material genético do hospedeiro criando um provírus.
o Toda vez que a célula for ativada pra entrar em divisão, também faz síntese de proteínas do vírus para formar
partículas virais.
• Vírus sai da célula pra infectar novas células.
• Leucemia Felina (FeLV):
o Patogenia:
▪ Depende de fatores virais e relacionados ao hospedeiro:
• Genótipo viral (FeLV A, FeLV B, FeLV C ou FeLV T).
Fase assintomática,
Moderadamente patogênico, altamente
podendo evoluir para
A contagioso (transmissão horizontal),
imunossupressão e
subgrupo predominante.
neoplasias (linfomas).
Carcinogênico:
Recombinação entre o gene env do FeLV A Primariamente associado
exógeno com gene env do enFeLV, a tumores (linfomas e
B encontrado em 30 a 60% dos gatos leucemias) e
infectados concomitantemente com o FeLV neuropatogenicidade
A. (paralisia de nervos
ciliares).
o Sinais clínicos:
▪ Citoproliferativas (23%): linfomas, fibrosarcomas, leucemias.
• FeLV B: linfomas.
• Inserção do genoma do FeLV próximo a um proto-oncogene oncogenes ativação do
gene e proliferação desregulada.
• Recombinação entre FeLV A e proto-oncogenes – FeSV – vírus recombinante
fibrosarcomas.
• Proto-oncogene: regula positivamente o ciclo celular. Quando ele é mutado, se torna um
oncogene e a célula cresce desordenadamente.
• O vírus insere o material genético na região promotora de crescimento. A célula fica
independente de estímulo externo.
• O linfoma pode ser nodal (aumento dos linfonodos superficiais), alimentar (invade mucosas
do TGI), extra nodais, ocular, nasal, renal, etc.
• Linfoma mediastinal: aumento do linfonodo do mediastino cranial. Principal sinal clínico:
dispneia.
o Faz ultrassom, se tiver efusão pleural toracocentese.
o Líquido pode ser seroso, sero sanguinolento ou esbranquiçado (quilotórax).
▪ Citossupressivas (77%):
• Anemia:
o Pode ser imunomediada, secundária a M. haemofelis, hipoplasia eritróides e por
doença crônica.
• Imunossupressão infecções secundárias.
o Proteína do envelope p15e – impede a maturação dos linfócitos B, supressão da
medula óssea. A replicação do vírus na medula – alteração do microambiente
medular e expressão de antígenos de superfície celular que promovem destruição
imunomediada.
o Estomatite.
o Gengivite.
o Dermatite.
o Infecções respiratórias.
▪ Perda de peso e diarreia.
▪ Infecções por Salmonella, M. haemofelis, Toxoplasma, Sporothrix e Cryptococcus.
o Diagnóstico:
▪ Alterações laboratoriais:
• Inespecíficas, são reflexo de doenças concomitantes.
• Síndrome da panleucopenia (anemia arregenerativa, trombocitopenia e neutropenia).
• Glomerulonefrite.
o Lesão tubular e glomerular.
o Pode ter azotemia.
o Em casos graves pode ter doenças urêmicas.
• Trombocitopenia é um problema grave porque não há fármacos para aumentar.
▪ Isolamento viral – laborioso, não usado na rotina clínica. Só usa em pesquisa.
▪ Detecção do DNA pró-viral por PCR.
• Identificação do vírus independentemente da presença de anticorpos ou desenvolvimento de
viremia no animal infectado.
• Útil na infecção regressiva ou latente pesquisa do DNA pró-viral na medula por PCR.
▪ Sorologia: detecção de antígenos virais:
• Ensaio da imunofluorescência indireta (IFA):
o Detecta a proteína p27 (capsídeo) associada a neutrófilos e plaquetas (falso
negativo quando leucopenia e trombocitopenia).
o Indica viremia persistente, mas só é detectada 6 a 8 semanas após infecção.
• Ensaio imunoenzimático (ELISA):
o Detecta a proteína p27 (capsídeo) detecta animais positivos a partir do segundo
estágio.
o Não detecta infecção latente ou regressiva, porque precisa da viremia.
o Detecta estágios iniciais (até 36 dias).
o Vacinação:
▪ Vacinas com vírus inativado (MSD e Zoetis).
▪ Não vacina sem testar e só vacina negativos.
▪ Diminuem o aparecimento de viremia persistente e o desenvolvimento de doenças relacionadas ao
FeLV, mas não impedem a replicação viral e a integração do provírus no genoma do hospedeiro.
▪ Desenvolvimento de fibrosarcomas pós vacinal apenas a inflamação crônica causada pelas
vacinas não é capaz de induzir a transformação neoplásica por si só. Fatores relacionados ao
paciente são considerados essenciais na transformação celular (mutação no p53).
• Imunodeficiência Felina (FIV):
o Patogenia:
▪ Inoculação viral: vírus tem tropismo por células T CD4+ (CD134 e CXCR4), macrófagos, células
dendríticas, epitélios salivar e células do SNC.
▪ Após 2 semanas – viremia, febre, anorexia e prostração.
▪ Disseminação: linfopenia inicial, seguida por resposta imune com produção de anticorpos
(geralmente 4 semanas após infecção). Linfadenopatia e diminuição da carga viral – fase
assintomática. Aumento dos linfócitos CD8+.
▪ Carga viral é estável, mas há declínio progressivo dos linfócitos CD4+. Progressão da disfunção do
sistema imune.
▪ Doenças oportunistas.
Aguda – Sinais
Neutropenia, febre, letargia,
inespecíficos. Difícil Semanas a meses
linfadenopatia periférica e perda de peso
diagnóstico
o Diagnóstico:
▪ Isolamento viral: laborioso, não usado na rotina clínica.
▪ Detecção do DNA pró-viral por PCR: sensibilidade menor que testes sorológicos (presença de 5
subtipos sendo necessário primers específicos e baixa carga viral durante um longo tempo de
infecção).
▪ Sorológico:
• Anticorpos circulantes aparecem 2 a 4 semanas depois da infecção e são detectáveis
durante toda a vida do animal.
• IFA e Western bloting: usados para testes inconclusivos.
o Western bloting: mais sensível, detecção de anticorpos específicos para cada
proteína viral após purificação do vírus – padrão ouro, mas não usado na rotina
clínica.
• ELISA: detecção de anticorpos contra as proteínas estruturais do vírus (gp 41).
• Cuidado com: fase inicial e terminal da doença; presença de anticorpos maternos e vacinais.
▪ Alterações laboratoriais:
• Inespecíficas, são reflexo de doenças concomitantes.
• Anemia arregenerativa (nem tanto), neutropenia, hiperglobulinemia e azotemia.
o Vacinação:
▪ Vírus inativado (subtipo A e D) que induz rápida resposta humoral disponível nos EUA, Austrália, Nova
Zelândia e Japão. Não disponível no Brasil – dificuldades: presença de 5 subtipos, período que o
vírus se torna latente e anticorpos são detectados pelos testes sorológicos.
▪ Prevenção medida importante para controle da doença – testar animais sintomáticos e
assintomáticos e separar negativos e positivos.
• Manejo clínico das retroviroses:
o Diagnóstico precoce é essencial para controle da doença:
▪ Identificação e isolamento do animal infectado para minimizar as chances de transmissão.
▪ Minimizar riscos de infecções oportunistas.
▪ Controle clínico a cada 6 meses.
▪ Vacinação contra herpesvirus e calicivírus apenas com vacinas inativadas. Cuidado com
estimulação do sistema imune.
• Avaliar risco/benefício.
o Drogas antivirais:
▪ Análogos de nucleosídeos (AZT) inibidoras da transcriptase reversa. Inibição da replicação viral.
Melhora do estado clínico e imunológico CD4/CD8.
• Efeito transitório, não eliminam infecção persistente e mutantes virais resistentes ao
fármaco podem surgir mesmo no início do tratamento. Podem causar anemia
arregenerativa.
• Cautela para usar nos animais com FeLV – controlar hematócrito.
▪ AMD3100: FIV – antagonista seletivo do receptor celular CXCR4 impedindo a entrada do vírus na
célula. Redução da carga viral. Muito caro, não dá pra usar na rotina.
o Tratamento das infecções secundárias e oportunistas.
▪ Mycoplasma haemofelis: doxiciclina 5mg/kg VO q 12h/21 dias.
▪ Dermatofitoses: Itraconazol 5mg/kg VO q 24h.
▪ Fungos sistêmicos: Itraconazol 100mg/gato VO q 24h.
▪ Infecções do trato urinário e respiratório: realizar cultura e antibiograma.
o Linfomas: quimioterapia. Drogas citotóxicas + retroviroses = mielossupressão importante.
o Neutropenia: filgastrim (fator estimulador de colônias de granulócitos humanos) – cuidado com aumento da
carga viral e neoplasias.
o Anemia arregenerativa: eritropoetina recombinante humana associada com sulfato ferroso. Associada a
doença renal crônica.
▪ Eritropoetina também estimula neoplasias.
o Gengivite/estomatite crônicas: uso de anti-inflamatórios esteroidais ou drogas imunossupressoras. Cuidado
com efeitos colaterais. Usar antibioticoterapia (metronidazol associado a espiramicina). Extração dentária.
o Interferons alpha (humano) e ômega (felino) – citocinas com atividade antiviral e imunomoduladora.
▪ Não tem o ômega no Brasil.
▪ Analisar o hemograma pra saber se precisa de citocinas que vão aumentar a resposta imune.
▪ Não usa direto senão os pacientes produzirão anticorpos. Intercala semanas.
o
o Identificar positivo segregar positivo vacinar negativo.
▪ Castração evitar brigas.
▪ Vacinação – FeLV.
▪ Introdução de animais testados em gatis e casas com outros gatos.
▪ Desinfecção de gatis em clínicas veterinárias.
• Exercício:
o 2 gatos, um positivo e um negativo para FeLV.
o Como saber se o exame foi falso negativo?
▪ Perguntar ao tutor a quanto tempo ele está com o animal.
• Resgatou 15 dias atrás pode ser falso negativo.
• Tem contato a mais de um ano infecção abortiva (produziu anticorpos e eliminou o vírus,
sistema imune competente), infecção regressiva e latente (pra confirmar faz exame pra
pesquisar o provírus na medula óssea PCR).