Bepa Suple7v6 Caesgatos
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MAIO 2009
Governo do Estado de São Paulo
José Serra
Programa de Controle de
Populações de Cães e Gatos
do Estado de São Paulo
Luciana Hardt Gomes
A edição revisada deste manual atualiza as diretrizes do Programa de Controle de
Populações de Cães e Gatos do Estado de São Paulo, apresentadas em 2006 aos municí-
pios paulistas. Essa revisão dá ênfase às questões pertinentes à legislação, contribuindo
para a definição e implementação de políticas públicas na área da saúde.
Este documento segue recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS)
para o controle efetivo de populações de cães e gatos, baseado em educação para a posse,
propriedade e guarda responsável dos animais de estimação, registro e identificação, contro-
le da reprodução e dispositivos legais pertinentes.
Concomitantemente à elaboração deste programa, o governo de São Paulo, por
meio da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde (CCD/
SES-SP), implantou o Curso de Formação de Oficiais de Controle Animal (Foca), com a
finalidade de contribuir para a capacitação de médicos-veterinários, gestores dos serviços
de controle de zoonoses e funcionários que realizam o manejo de cães e gatos. A ênfase do
curso é capacitar para a implantação de ações efetivas de controle populacional de cães e
gatos, de acordo com preceitos técnicos e éticos, com foco no manejo etológico e sem violên-
cia, que considera o comportamento natural da espécie alvo e promove seu bem-estar.
O desafio na área de manejo e controle populacional de cães e gatos é a implan-
tação de programa com foco na promoção da saúde e prevenção de agravos e doenças, de
acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS), associadas ao bem-estar animal
e à preservação do meio ambiente, repercutindo, dessa forma, na qualidade de vida da popu-
lação paulista. Essa é a missão deste programa e papel essencial do poder público.
Esta publicação não teria sido possível sem a contribuição valorosa e inestimável
dos muitos profissionais, especialistas e instituições que se empenharam na elabo-
ração e revisão do Programa de Controle de Populações de Cães e Gatos do Es-
tado de São Paulo. Graças ao rigor técnico e à excelência do trabalho de cada um
deles, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, por meio da Coordenadoria
de Controle de Doenças (CCD), disponibiliza este documento que tem por objetivo
contribuir para a definição de políticas públicas na área de manejo e controle po-
pulacional destes animais.
Prefeitura de Guarulhos
Prefeitura de Botucatu
Prefeitura de Jundiaí
Outubro de 2006
Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza
Superintendência de Controle de Endemias
Coordenadoria de Controle de Doenças
Índice
capítulo i
Educação para a Promoção da Saúde 13
capítulo ii
A Vigilância Ambiental e a Promoção da Saúde 29
capítulo iii
Legislação e Políticas Públicas 43
capítulo iv
Registro e Identificação de Cães e Gatos 65
capítulo v
Controle da Reprodução de Cães e Gatos 71
capítulo vi
Recolhimento de Animais 81
capítulo vii
Guarda de Animais em Unidade Municipal 105
capítulo viii
Destinação de Cães e Gatos pelo Serviço Municipal 127
Anexo 1 – Adoção de Animais - Termo de Responsabilidade 138
Anexo 2 – R
ecomendações da Secretaria de Estado
da Saúde de São Paulo para
Eutanásia de Cães e Gatos 139
capítulo I
Educação para a Promoção da Saúde
Introdução
A interação entre seres humanos e animais requer o desenvolvimento de
atitudes conscientes para que sejam mantidos os equilíbrios biológico, social e ambien-
tal entre as diversas espécies. Os animais de estimação (cães e gatos) representam a
mais significativa e impactante parcela de espécimes introduzidos no âmbito das rela-
ções humanas, sendo grande o contingente de novos agregados no cotidiano dos grupos
comunitários. Eles são mantidos nas residências ou em outros ambientes urbanos ou
rurais, e estimulam o desenvolvimento de atitudes, hábitos e valores culturais das
famílias e/ou dos indivíduos, devido à possibilidade de proporcionar maior interação, aos
conhecimentos particularizados e a uma complementação de interesses afetivos e psico-
lógicos com as pessoas.
A partir dessa opção, os interessados em conviver com cães e gatos assu-
mem o compromisso ético de desenvolver e manter hábitos e posturas de promoção e
preservação da saúde, do bem-estar animal e do meio ambiente. Esse compromisso
pode parecer simples se consideradas as questões de alimentação, controle de mobili-
dade e estabelecimento de comandos básicos para garantir o cumprimento das regras
sociais de convivência em grupos comunitários. Entretanto, a manutenção consistente
de uma postura que abranja a responsabilidade jurídica e os cuidados com abrigos,
sustento, controle da reprodução, prevenção de doenças e agravos diversos requer uma
nova cultura.
Suas bases, por sua vez, precisam ser estabelecidas com a participação de
equipes multidisciplinares de educadores, gestores públicos, formadores de opinião,
líderes comunitários, profissionais das áreas da saúde e segurança pública, representan-
tes da sociedade civil organizada (organizações não-governamentais e Organizações da
1. Orientar o indivíduo para que ele esteja ciente das responsabilidades ao de-
cidir ter um animal de estimação. É necessário ter consciência de que se
trata de um compromisso para um longo período de tempo – dez anos ou
mais. Eventuais opções de dispensa do animal podem constituir um trauma
significativo para ambas as partes (proprietário e animal), devido aos laços
sentimentais que se estabelecem. Por outro lado, as atitudes e os hábitos
estabelecidos com um proprietário podem não se reproduzir em outras cir-
cunstâncias, nas quais os envolvidos sejam diferentes. De atitudes como esta
pode ser gerado muito sofrimento e desgaste.
Por oportuno, cabe uma consideração de relevância e que deve constar dos tó-
picos abordados nos programas de educação em saúde. Pessoas que abandonam seus
animais de estimação, nas ruas ou em outros locais públicos, esperando que alguém se
apiede e recolha-os, se tornam infratores. O número de animais que sofrem este agravo
é muito grande e alguns não se adaptam a novas situações de vida; outros sofrem aci-
dentes, maus-tratos ou adquirem doenças infectocontagiosas.
Metodologia
Cada grupo social traz consigo valores e crenças que determinam o comporta-
mento dos indivíduos em relação à saúde e ao meio ambiente. Nesse sentido, um pro-
grama de educação em saúde deve lançar mão de metodologia participativa que ofereça
condições à comunidade de se apropriar do conhecimento e, consequentemente, trans-
formar a sua realidade.
Ao mesmo tempo, o estabelecimento de parcerias pode e dever ser uma estraté-
gia para a transformação dessa cultura. Buscando o desenvolvimento de ambientes favo-
ráveis à melhoria da qualidade de vida da população, a OMS tomou a educação como um
fator determinante das condições de saúde da humanidade. Para tanto, escolheu a es-
cola como espaço difusor da promoção da saúde – pela sua enorme capilaridade social
tanto no que diz respeito à diversidade socioeconômica e cultural quanto pelos números
absolutos das pessoas, de todas as idades e gêneros, que a frequenta.
Ao mesmo tempo, é preciso ter sempre em mente que uma parceria com a
escola não pode sobrecarregá-la, nem desviá-la de sua função. Sobretudo, tem de ir ao
encontro dos interesses da sua comunidade escolar.3
De forma geral, a parceria deve ser desenvolvida com responsabilidade compar-
tilhada, clareza de papéis e de obrigações, envolvendo o setor privado, o terceiro setor,
as universidades e a sociedade civil como um todo. Isso não significa, contudo, transfe-
rir a responsabilidade socioeducacional do Estado (seja na esfera federal, estadual ou
municipal) para a sociedade, mas sim construir uma cumplicidade de todos os setores
em prol de iniciativas sensibilizadoras e mobilizadoras que garantam sempre a troca de
experiências entre os atores envolvidos.3
Colaboração
Cristina Sabbo
Pesquisador científico
Superintendência de Controle de Endemias
Coordenadoria de Controle de Doenças
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
6. Lima VLGP, Pelicioni MCF, Camps NZR, L’Abatte S. Health promotion, health
education and social communication on health: specifi cities, interfaces, inter-
sections. Promotion & Education. 2000;VII(4):8-12.
1. C
ães supervisionados ou de proprietários – Dependem de um proprietário defi-
nido para sua alimentação, cuidados básicos de higiene e de prevenção de do-
enças, obedecem a diferentes comandos. São animais restritos às dependências
da moradia de seus proprietários.
Em geral, estes animais podem estar envolvidos em agravos físicos, motivados
por causas:
l não orgânicas:
defesa: território, matilha, filhotes, alimento, brinquedos, família;
predação: caça, instinto;
hierarquia: dominância, competição, socialização inadequada;
intrassexual: entre machos ou entre fêmeas; e
brincadeiras.
l orgânicas:
enfermidades;
dores;
fome; e
medo e outras sensações psicossomáticas.
2. Cães
parcialmente supervisionados ou de família – Dependem parcialmente da
intervenção de pessoas para sua alimentação, cuidados básicos de higiene e de
prevenção de doenças, respondendo ou não a comandos simples. São parcial-
mente restritos, podendo circular pelas ruas e logradouros públicos sem super-
visão.
Em virtude da falta de controle sistemático por parte dos proprietários, estes
animais representam um dos mais importantes estratos de populações canina e
felina envolvidos na transmissão de doenças a seres humanos e a outros espé-
cimes. Devido à expansão de seu território, à falta de comando e ao constante
contato com animais estranhos nas circunvizinhanças em que permanecem, se
envolvem em agressões, oferecem riscos de acidentes de trânsito e podem se
infectar e transmitir doenças a seres humanos e a outros espécimes animais.
3. C
ães de vizinhança ou de comunidade – Podem não depender completamente
das pessoas para sua alimentação. São irrestritos e podem desfrutar de cuida-
dos de pessoas da comunidade, inclusive vacinação e esterilização cirúrgica,
sem que haja um responsável.
4. C
ães ferais – São independentes e irrestritos. Unem-se em grupos com cerca
de 10 a 15 animais, à semelhança de matilhas. A interação com seres humanos
não ocorre e são de difícil localização, por se abrigarem em locais inusitados de
áreas urbanas.
Os cães ferais constituem grupos ou matilhas que interferem diretamente no equi-
líbrio do ecossistema por eles ocupado. Por se manterem afastados de grupos
humanos, obtêm sua subsistência a partir de resíduos dispersos na periferia das
cidades e da caça a animais de reservas e matas circunvizinhas. Nas ocasiões em
que há contato com seres humanos e outros animais de estimação ou de inte-
resse econômico, os riscos de agravos são maiores que com os demais estratos
populacionais, por manifestarem agressividade mais acentuada que os próprios
selvagens.10 Segundo Garay8, estes animais apresentam altas taxas de mortali-
dade, com tendências de crescimento baixo.11
Recomendações
Considerando a importância dos métodos indicados para a melhoria da qua-
lidade de vida das comunidades, do seu meio ambiente físico e social, visando à pro-
moção, restauração e manutenção da saúde, preservação do meio ambiente saudável
e promoção do bem-estar animal, a Coordenadoria de Controle de Doenças, órgão da
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, recomenda:
1. Promoção do manejo ambiental consciente visando minimizar o risco de en-
trada ou dispersão de diferentes agentes que possam afetar a saúde de toda
uma comunidade e das diferentes populações inseridas no ecossistema.
2. Realização de diagnóstico ambiental participativo, contribuindo com elementos
fundamentais e suficientes para explicar a realidade e detectar os fatores de-
terminantes dos agravos identificados, a fim de planejar ações corretivas.2
3. Implantação de sistemas de gerenciamento racional de resíduos, de sanea-
mento básico, de identificação e avaliação dos impactos sanitários decor-
rentes de toda e qualquer atividade humana, estimulando a participação dos
diferentes segmentos de controle social existentes nas comunidades.
4. Avaliação do impacto ambiental de novos empreendimentos, incluindo análi-
ses relativas a animais de companhia, com o objetivo de identificar e corrigir
os riscos de desequilíbrio ambiental.
5. Promoção de foros para o controle de populações de cães e gatos, envolven-
do os diferentes atores que atuam direta ou indiretamente nas populações
1. Organização das Nações Unidas - ONU. Comissão Mundial para o Meio Am-
biente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV, 1988.
10. Organização Mundial da Saúde - OMS. Guidelines for dog population man-
agement. Geneva: WHO/WSPA; 1990. p. 116.
14. Gregor E. Parcerias CCZs e ONGs para o controle de cães e gatos. In: V
curso de formação de Oficiais de Controle Animal. Mar 21-24 2006. Manaus
[palestra].
16. World Health Organization - WHO. Guidelines for dog population manage-
ment. Geneva: WHO/WSPA 1990. v.1 p. 118.
17. World Health Organization - WHO. Guidelines for dog rabies control. Gene-
va: WHO/WSPA 1987. Disponível em: http://www.who.int/rabies/animal/en/
vph8343rev1.pdf.
Controle e demandas
municipais
Quais as principais demandas dos municípios no tocante ao serviço de controle
animal e como equacioná-lo para o atendimento às diretrizes éticas e legais? A quase
totalidade dos municípios brasileiros, inclusive os do Estado de São Paulo, enfrentam
problemas relativos a:
l animais sem controle (errantes);
l crias indesejadas;
l abandono animal;
l superpopulação de animais;
l criação e comercialização desregrada ou irregular;
l denúncias de maus-tratos e outras;
l mordeduras e demais agravos; e
l desconhecimento ou não incorporação dos preceitos de bem-estar ani-
mal para o desenvolvimento de um programa de controle.
Vistoria e atuação
em maus-tratos
Os órgãos da administração pública, mais do que se adequar à legislação, de-
vem exigir seu cumprimento e atuar e autuar administrativamente. Assim, devem coibir
práticas de maus-tratos, realizando vistorias, orientando e/ou advertindo o proprietário ou
a comunidade, e solicitar a intervenção policial e judicial. Ante uma denúncia, e constata-
dos os maus-tratos a um animal, deve o órgão elaborar um laudo ou relatório veterinário,
se possível municiado de documentos, como fotos, e encaminhá-lo a uma delegacia de
polícia, a quem incumbe a apuração e investigação sobre a ocorrência crime, ou seja, se
o fato descrito pode ser tipificado como crime de maus-tratos, nos moldes do art. 32 da
Lei dos Crimes Ambientais (9.605/98).5
Natureza jurídica
dos animais
Pelo ordenamento civil brasileiro os animais são tidos como res (coisa, em
latim), portanto, passíveis de apropriação, a título oneroso ou gratuito, ressalvados aqui
todos os efeitos inerentes a este ato.
O Código Civil de 1916 distinguia, claramente, propriedade e posse, bem como
definia a condição dos animais à guarda e responsabilidade humana. O recente Código
Civil, Lei Federal nº 10.406, em vigência desde 10 de janeiro de 2003, omitiu algumas
classificações, mas não alterou a natureza jurídica. A definição destes conceitos, hoje, se
faz pela interpretação sistemática de diversos diplomas.
Todos os animais são tutelados pelo Estado, ou seja, é incumbência do poder
público zelar por eles e protegê-los.
Recomendações
1. Que se desenvolvam documentos legais de acordo com a identificação das
prioridades locais nos quesitos referentes ao controle de populações animais.
2. Que as diretrizes e metas apostadas em lei sejam exequíveis.
3. Que as ações e as práticas de controle de população animal a serem ado-
tadas sejam discutidas com os diferentes segmentos da comunidade local,
buscando atender às necessidades dos diferentes grupos sociais.
6. Villela JB. Bichos: uma outra revolução é possível. 16 ed. Revista Del Rey
Jurídica; 2006.
A posse de animais de estimação, por séculos, não se pautou por essas ati-
vidades de caráter comercial, e apenas no final do século XIX, com a popu-
larização de algumas raças e a seleção e criação de outras, passou a gerar
um excedente de animais que não apresentavam as características deseja-
das pelo criador e, então, passaram a ser doados a interessados. Mais tarde,
esses excedentes passaram a ter um caráter comercial, já no século XX.
O ato de abandonar cães e gatos é cada vez mais frequente também entre
os de raça, o que pode ser constado pelo número crescente de animais recolhi-
dos pelos serviços municipais de controle de zoonoses. Nesse sentido, a falta
de legislação e fiscalização de uma atividade privada reflete diretamente no
setor público.
Registro e identificação
O registro é a anotação oficial dos dados relativos aos proprietários e seus ani-
mais. A identificação consiste em atribuir a cada animal um código individual. Ambos
formam um sistema de informação com dados que relacionam os proprietários aos seus
animais, sendo essenciais aos programas de promoção da saúde, controle de popula-
ções de cães e gatos e preservação do meio ambiente, uma vez que possibilitam:
Identificação
O método de identificação adotado deve garantir a eficácia e a segurança do
sistema em relacionar o proprietário ao cadastro do seu animal. A identificação perma-
nente pode ser por método eletrônico (microchip) ou tatuagem e a não permanente, com
coleiras e plaquetas.
Para a realização das tatuagens há necessidade de sedação prévia do animal, e
elas podem ser realizadas na face interna da orelha ou da coxa. Este tipo de identificação
pode tornar-se ilegível com o tempo.
A implantação dos microchips não requer sedação prévia do animal e a leitura é
fidedigna e permanente. O dispositivo deve atender às normas ISO 11784, ISO 11785 e
NBR 4766 ou outras que as substituam; ser estéril; revestido por camada antimigratória
e lido por leitores universais. Cada órgão municipal responsável pela implantação deverá
ter pelo menos um leitor universal.
Do sistema
O cadastro deverá conter as seguintes informações:
Colaboração
Roberta Spinola
Médica-veterinária, diretora da Divisão de Zoonoses
Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”
Coordenadoria de Controle de Doenças
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Método cirúrgico
de esterilização
A principal vantagem do método cirúrgico de esterilização é o fato de ser realiza-
do em um único procedimento, causando a perda irreversível da capacidade reprodutiva.
A ovário-salpingo-histerectomia (retirada de ovários, útero e trompas) e a orquiectomia
(retirada dos testículos) são os métodos de eleição para o controle da reprodução de
cães e gatos.3,4 Porém, algumas localidades como Almirante Brown, na Argentina, vêm
empregando a ovariectomia com bons resultados.5
A remoção cirúrgica dos ovários (ovariectomia) é um procedimento seguro, rá-
pido e de menor custo, no qual os animais apresentam rápida recuperação, podendo ser
realizado a partir da 8ª semana de idade.6
As fêmeas esterilizadas cirurgicamente não apresentam cio e os machos or-
quiectomizados, ao contrário dos vasectomizados, perdem progressivamente a libido,
diminuindo a possibilidade da formação de grupos de animais, minimizando a ocorrência
de brigas, agravos a seres humanos e disseminação de enfermidades.7-9
As desvantagens das cirurgias de esterilização se referem a possíveis
Métodos farmacológicos
Em fêmeas
Em machos
A contracepção em machos pode ser realizada por métodos químicos que vêm
sendo considerados uma alternativa rápida, segura e de baixo custo para atividades de
controle populacional massivo, podendo ser utilizados na população canina, desde que
com critérios e protocolos de aplicação e analgesia.
Em 2009, foi disponibilizado para o mercado nacional um quimioesterelizante
para cães machos que tem por finalidade levar à degeneração testicular, diminuindo o
número de células germinativas, com a aplicação intratesticular de um produto a base de
gluconato de zinco.
Segundo pesquisa, a droga tem eficiência de 72% com uma única aplicação,
e o procedimento prescinde do uso de anestésicos gerais ou locais.15 Quando se avalia
o possível efeito álgico da administração intratesticular de gluconato de zinco em cães,
comparando-se com o procedimento convencional de orquiectomia, recomenda-se sua
administração apenas em animais submetidos à analgesia.16
Outros métodos
Recomendações
Para a implantação de um programa efetivo de controle de populações de
cães e gatos, a Coordenadoria de Controle de Doenças recomenda que sejam adotadas
pelos municípios as políticas a seguir:
1. Controle da reprodução por meio da esterilização dos animais, como parte
integrante de um programa municipal de controle de populações de cães e
gatos.
2. Emprego de ovário-salpingo-histerectomia (OSH) para fêmeas e orquiecto-
mia (OQ) para machos.
3. Emprego de técnicas cirúrgicas de esterilização minimamente invasivas, com
a capacitação de médicos-veterinários para tal procedimento.
4. Esterilização cirúrgica de cães e gatos a partir de 8 semanas de idade.
5. Desenvolvimento associado de programas de saúde animal, como vacina-
ção, desverminação e outros.
6. Desenvolvimento de programa educativo amplo e dirigido às questões de
interação com animais de estimação, incluindo aspectos de controle reprodu-
tivo.
7. Disponibilização de serviços próprios ou por meio de parcerias que viabi-
lizem a participação de médicos-veterinários cirurgiões nas esterilizações
minimamente invasivas, garantindo ainda o acesso geográfico e econômico
à população.
8. Endosso dos Conselhos Municipais de Saúde e do Meio Ambiente.
9. Previsão de recursos anuais específicos e inclusão na Lei de Diretrizes Orça-
Colaboração
Profª Drª Maria Denise Lopes
Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Universidade Estadual Paulista
Referências
1. Nassar R, Fluke J. Pet population dynamics and community planning for animal
welfare and animal control. JAVMA. 1991; 198(7):1160-4.
2. Wold Health Organization - WHO. World Society for the Protection of Animals -
WSPA. Guidelines for dog population management. Geneva; 1990. p. 116.
3. Olson PN, Johnston SD. New developments in small animal population control.
JAVMA. 1993;202(6):904-9.
4. Mahlow JC, Slater MR. Current issues in the control of stray and feral cats.
JAVMA. 1996;209(12):2016-20.
6. Olson PN, Roots Kustriz MV, Johnston SD. Early-age neutering of dogs and cats
in the United States (A review). Journal of Reproduction and Fertility. 2000; 57
Supl:223-32.
9. Neilson JC, Eckstein RA, Hart BL. Effects of castration on problem behaviors in
male dogs with reference to age and duration of behavior. JAVMA. 1997;211:180-2.
10. Mackie M. I Congresso Brasileiro de Bem-Estar Animal da Arca Brasil. São Paulo,
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13. Johnston SD, Root MV, Olson PNS. Canine and feline theriogenology. Philadelphia:
Saunders; 2001. p. 173.
15. Soto FRM, Viana WG, Sousa AJ, Pinheiro SR, Mucciolo GB, Hosomi FYM,
Azevedo SS, Dias RA. Evaluation of zinc gluconate, either associated or not to
dimethyl sulfoxide, as contraceptive method for male dogs. Anim Reprod. 2007.
4(3/4):119-24.
16. Lorena SERS, Luna SPL, Rodrigues D, Lima AF. Avaliação álgica do gluconato
de zinco injetado por via intratesticular para contracepção química em cães.
Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária. Botucatu (SP): Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia; 2009.
17. Boué F, Farree G, Verdier Y, Rollandturner M. P13 DNA vaccine for canine species:
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Equipamentos de recolhimento,
contenção e manejo –
Técnicas de utilização
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Colaboração
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capítulo VII
Guarda de Animais em Unidade Municipal
Introdução
É competência legal dos municípios brasileiros o controle de animais em sua
área de circunscrição por meio de atividades programáticas, como é o caso de registro,
captura ou apreensão e eliminação de animais que representem riscos à saúde humana
(Portaria GM nº 1.172).1 De acordo com Código Estadual de Proteção aos Animais2, os
municípios do Estado de São Paulo devem manter programas permanentes de controle
de zoonoses, por meio de vacinação e controle da reprodução de cães e gatos, acompa-
nhados de ações educativas para propriedade ou guarda responsável.
Visando prevenir a transmissão de zoonoses, além de outros riscos à saúde pú-
blica e animal, bem como preservar o meio ambiente e a biodiversidade, é recomendado
que os municípios implantem programas efetivos para o controle populacional dos cães
e gatos, além de recolher, seletivamente, animais que estejam em risco, em sofrimento e
promotores de agravos físicos, entre outros (ver Capítulo VI).
Em geral, a população não aprova as ações de recolhimento de animais e até
mesmo demonstra preconceito em relação aos funcionários e instalações destinadas à
guarda dos animais recolhidos pelo órgão municipal. O fato é comprovado por inúme-
ras agressões sofridas pelos funcionários por parte da comunidade. Aliado a isso, as
reclamações da população em relação aos odores e ruídos provenientes dos animais
mantidos em canis e gatis públicos têm incitado as autoridades a destinarem terrenos
afastados das áreas de maior circulação pública para a construção das instalações, o
que contribui para o desestímulo à população de frequentar os serviços municipais de
alojamento de animais.
Desembarque e triagem
Os animais recolhidos devem ser transferidos dos veículos para os locais de alo-
jamento com segurança e tranquilidade, evitando-se ruídos e movimentos bruscos para
reduzir riscos de traumas, estresse, acidentes ou fugas.
Recomenda-se que:
l os cães sejam levados do veículo até o canil de destino nas próprias
caixas de transporte ou gaiolas; quando não for possível, que sejam
contidos por meio da guia de corda, com imobilização do focinho e
transportados no colo até o local;
l os gatos sejam levados até os gatis nas caixas de transporte ou gaio-
las;
l sejam mantidos juntos nos alojamentos:
fêmeas com filhotes,
a
nimais de ninhadas e
a
nimais parceiros;
l sejam mantidos em canis ou gatis individuais:
fêmeas em estado de gestação evidente,
fi lhotes com até 90 dias de idade,
a
nimais de comportamento agressivo com outros animais e
a
nimais com doenças infectocontagiosas (cinomose e sarna,
entre outras);
l animais em sofrimento sejam avaliados por médico-veterinário ime-
diatamente após o desembarque, para definição de conduta de trata-
mento ou para eutanásia imediata;
l a eutanásia imediata seja indicada para:
a
nimais em sofrimento, tais como os que apresentem fraturas,
hemorragias, impossibilidade de locomoção, mutilação, feridas
extensas ou profundas e prolapsos, entre outras situações em
que não haja possibilidade de tratamento. Porém, cada caso
deve ser avaliado por um médico-veterinário. A decisão da eu-
tanásia imediata deve ter como finalidade interromper o sofri-
mento do animal e
filhotes
lactentes sem as mães, caso não haja funcionários ou
voluntários para amamentá-los pelo menos a cada três horas,
e possibilidade de posterior adoção.
Alojamento
A permanência de cães e gatos recolhidos nos canis e gatis tem por objetivo
permitir aos proprietários localizar e recuperar seus animais encontrados sem super-
visão e soltos em vias públicas. A experiência de diferentes serviços de controle de
zoonoses tem demonstrado que o maior contingente de animais é resgatado no primei-
ro dia, índice que diminui no segundo e passa a ser incipiente a partir do terceiro.5 No
caso de animais registrados e identificados, deve-se ampliar o período até que o seu
proprietário ou responsável seja notificado e providencie o resgate.
Cães e gatos promotores de agravos a seres humanos devem permanecer em
observação por dez dias consecutivos, a fim de que o risco de transmissibilidade da in-
fecção rábica seja avaliado. Esse prazo corresponde ao período de transmissibilidade do
vírus da raiva por cães e gatos doentes.
O alojamento prolongado de animais em canis ou gatis coletivos favorece a
transmissão de doenças, brigas e ferimentos e infestação por ectoparasitas, comprome-
tendo suas condições de saúde.
Estrutura física
A Comissão de Coordenação do Programa de Controle da Raiva do Estado de
São Paulo editou o manual técnico Orientação para Projetos de Centros de Controle de
Zoonoses6, no qual são recomendados tópicos relativos a fluxos, instalações e atividades
a serem desenvolvidas em suas dependências.
Os canis e gatis devem ser planejados de forma a proporcionar o alojamento
com conforto e proteção das intempéries; os que forem utilizados para observação de
Recomenda-se que:
ara fêmeas com filhotes, sejam disponibilizados, nos canis ou gatis,
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caixas impermeáveis, de material lavável, com bordas altas para aco-
modação dos filhotes.
Nos canis:
ue cada animal disponha de um estrado de material isolante térmico,
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de fácil limpeza, higiene e reposição, compatível com o porte do cão
a que se destina, com fendas estreitas entre suas peças. Isso evita
ferimentos no corpo dos animais e assegura distância dos dejetos e
da umidade do piso;
l que seja disponibilizado um comedouro e um bebedouro por animal alo-
jado ou comedouros suspensos/automáticos e bebedouros automáticos,
de fácil limpeza, desinfecção e manutenção, localizados mais próximos
de onde o animal se deita e distantes de onde defeca e urina;
Nos gatis:
l que os gatos sejam mantidos em ambientes separados visual e acus-
ticamente dos cães;
l que possuam solário e área coberta com proteção contra chuva, vento
e sol; e
l que possuam local para descanso, alimentação e deposição de de-
jetos. Assim:
o local para descanso nos gatis pode ser constituído por pra-
teleiras, dispostas em diversas alturas, com caixas de material
lavável e isolante térmico e/ou caixas de transporte de plásti-
co sem portas, dispostas sobre as prateleiras, canos largos de
PVC, ou caixas de papelão e jornal, e
Manejo
Recomenda-se que:
l os animais sejam observados no mínimo duas vezes ao dia, tanto
pelo veterinário quanto pelos funcionários auxiliares, para verificar as
condições de saúde, comportamento e bem-estar; além de interações
tranquilas, contínuas e amigáveis que melhoram o comportamento do
animal e favorecem a socialização;
l os animais devem receber tratamento clínico e ser submetidos à so-
cialização, mediante avaliação de médico-veterinário e especialistas
em comportamento animal;
l durante todos os procedimentos de manejo as pessoas evitem ruídos
desnecessários, inclusive falando em tom de voz baixo, tranquilo e
amigável, e sem movimentos bruscos;
l os animais de comportamento dominante, alojados em canis coleti-
vos, que não permitem aos demais se alimentarem, sejam separados
do grupo e mantidos em canis individuais;
l os canis permitam o contato visual entre os cães, mas não direto, a
fim de evitar brigas e transmissão de doenças e de ectoparasitas;
l os cães de temperamento tranquilo possam ser levados a passear,
com coleira e guia, ou permaneçam em locais de convívio específicos
para esta finalidade;
Higienização
Veículos, gaiolas, caixas de transporte e demais
equipamentos de manejo
Canis e gatis
Recomenda-se que:
l o(s) prédio(s) para canil/gatil seja(m) instalado(s), preferencialmen-
te, em regiões próximas aos centros urbanos, facilitando o acesso
e a interação da população com os serviços de controle animal;
referencialmente sejam construídos canis e gatis individuais;
lp
l os animais sejam retirados ou removidos para alojamentos já limpos
e desinfetados antes do início dos procedimentos de limpeza, e só
sejam realojados após a completa secagem do ambiente;
l a limpeza seja realizada continuamente e no mínimo duas vezes
ao dia ou quantas vezes forem necessárias, utilizando-se sabão
ou detergente neutros e enxágue criterioso;
l os resíduos (fezes, emese e ração, entre outros) sejam removidos
previamente, acondicionados e destinados à coleta, de acordo com
a legislação vigente;
l sejam lavados com água limpa, com jatos sob pressão e sabão ou
detergente neutros;
l sejam desinfetados com produtos à base de hipoclorito de sódio
2,5% ou derivados de amônia quaternária;
l após a saída definitiva do animal seja usada vassoura de fogo para
eliminação de ectoparasitas e agentes infecciosos; e
l os alojamentos dos animais e as caixas/bandejas de areia higiênica
dos gatos sejam limpos toda vez em que forem observados resídu-
os de fezes, urina e outros detritos. Nos comedouros e bebedouros
Cuidados especiais
Recomenda-se que:
l c ada município tenha o seu manual de normas operacionais básicas
(NOB) do serviço de controle de zoonoses ou de controle de popula-
ções de cães e gatos, com a descrição dos procedimentos operacio-
nais padrão (POP);
l a população seja estimulada a frequentar as instalações onde se
desenvolvam os programas de controle animal, como forma de es-
clarecimento às questões sobre propriedade, posse ou guarda res-
ponsável de animais e participação ativa da comunidade;
l todas as dependências de alojamento sejam vistoriadas no mínimo
duas vezes ao dia; e
l animais mortos durante o período de internação sejam encaminhados
para diagnóstico de raiva, além de outros exames complementares
considerados necessários.
Colaboração
Prof. Dr. Flávio Prada
Professor aposentado de nutrição animal da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
Informações gerais
Cães
Nutriente
Adultos Filhotes
(declaração de rótulo)
Nutriente
Adultos Filhotes
(declaração de rótulo)
Resposta do animal
Colaboração
Aulus Cavalieri Carciofi
Médico-veterinário
Professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
Universidade Estadual Paulista
Resgate
Entende-se por resgate a restituição do animal ao seu proprietário ou respon-
sável. Assim, recomenda-se que a população seja orientada sobre os procedimentos e
locais para efetuar o resgate, que o seu prazo esteja previsto na legislação municipal
bem como o pagamento de taxas (para transporte, alimentação e guarda, entre outros)
e penalidades (multas, podendo ser onerados os valores para casos de reincidência e
impedimento de resgate no terceiro recolhimento).
Para a liberação do animal, deve-se seguir o estabelecido na legislação vigente,
no que diz respeito ao controle reprodutivo, registro e identificação, bem como vacinação
ou revacinação contra raiva.
Quando do pagamento de multas e de taxas, o proprietário ou responsável de-
verá ser esclarecido de que se trata de uma penalidade por descumprimento ou infração
à lei vigente, sobre o procedimento, que é consequente a uma infração legal, e sobre
os objetivos de controle e de proteção animal que norteiam o seu recolhimento.2 Antes
de resgatar o animal, o proprietário deverá ser orientado sobre propriedade, posse ou
guarda responsável, ressaltando-se a importância do controle da reprodução, e assi-
nar um termo de responsabilidade comprometendo-se a manter seu animal segundo os
preceitos de propriedade, posse ou guarda responsável e em obediência/atendimento à
legislação.
Recomenda-se que:
l sejam alojados individualmente;
l permaneçam o menor tempo possível no órgão público, uma vez que
sua retirada do local por tempo prolongado o obrigaria a disputar hie-
rarquicamente posição ou território com outros eventuais cães da co-
munidade;
l sejam identificados, esterilizados cirurgicamente, vacinados contra a
raiva e outras doenças infectocontagiosas imunopreveníveis, antes
da devolução;
Adoção
É a aceitação voluntária e legal de animais não resgatados por cidadãos que se
comprometam a mantê-los e assisti-los, segundo os preceitos da propriedade, posse ou
guarda responsável.
Em áreas de foco ou risco de transmissão de zoonoses, principalmente leishma-
niose visceral americana, a implantação de programas de adoção deve ser rigorosamente
avaliada e discutida com a comunidade, com base em conhecimentos científicos, dados
epidemiológicos e normas técnicas. Caso seja decidida a implantação do programa, a po-
pulação deverá ser esclarecida sobre o risco dos animais adotados estarem em período
de incubação de doenças infectocontagiosas e a obrigatoriedade de notificarem o serviço
responsável pelo controle de zoonoses a qualquer sinal de sua manifestação, adotando
medidas indicadas pelos profissionais de saúde. Deve-se, ainda, realizar exames clínicos e
laboratoriais disponíveis, minimizando o risco de adoção de animais infectados.
Os animais destinados à adoção deverão:
l ser submetidos a exame clínico para que sejam avaliadas suas con-
dições gerais de saúde, no momento da liberação;
l ser submetidos a um período de quarentena mínimo de dez dias (pe-
ríodo de transmissibilidade do vírus rábico);
l ser submetidos a um período de quarentena especificado pelo médi-
co-veterinário responsável pelo órgão de controle animal, após ado-
ção, sob a tutela do adotante;
l estar socializados, em conformidade com sua idade;
l estar esterilizados cirurgicamente, vacinados contra a raiva e outras
doenças infectocontagiosas imunopreveníveis;
Recomenda-se que:
l seja destinado local próprio para a manutenção dos animais disponí-
veis para adoção;
l sejam alojados individualmente para avaliação clínica e comporta-
mental diária, por médico-veterinário, podendo posteriormente ser
mantidos em duplas ou trios, na dependência do tamanho dos canis
e gatis e da disponibilidade de instalações;
l sejam expostos ao sol diariamente, por período mínimo de uma hora,
na ausência de instalações com solário;
l sejam socializados por meio de:
oferta de diferentes estímulos sensoriais (odores, sons, conta-
tos) e interações regulares com pessoas e outros animais (es-
cová-los, brincar com eles e outros),
passeios periódicos e diários, para acostumá-los a caminhar
com a guia e
manutenção de objetos (brinquedos) nos canis e gatis (enrique-
cimento do ambiente) para distração do animal, visando à dimi-
nuição do estresse da permanência em quarentena;
Doação
Os animais também podem ser doados a entidades de proteção animal que pos-
suam programas de adoção. Os abrigos devem oferecer todas as condições necessárias
para o bem-estar dos animais e respeitar a legislação e a metodologia prescritas pelos
órgãos oficiais4.
Eutanásia
Vide as recomendações elaboradas no worshop “Eutanásia: a saúde e a ética no
limite da vida e da morte” (Anexo 2).
Funcionários de controle
animal
Os funcionários de controle animal devem ser agentes de saúde, multiplicado-
res dos preceitos de bem-estar animal aplicados às ações de controle animal e inter-
mediadores entre o poder público e a comunidade. Acresce-se às suas atribuições a
prestação de orientações necessárias aos munícipes sobre os preceitos de proprieda-
de, posse ou guarda responsável de animais, bem-estar animal e conceitos de saúde
Colaboração
Néstor Alberto Calderón Maldonado
Médico-veterinário, professor de etologia, bioética e bem-estar animal
e coordenador do Serviço de Comportamento Animal da Faculdade de
Medicina Veterinária da Universidade de La Salle (Bogotá/Colômbia)
2. Reichmann MLAB, Figueiredo ACC, Pinto HBF e Nunes VFP. Controle de animais
de estimação. São Paulo: Instituto Pasteur, 2000. p.44 (Manuais, 6).
3. WSPA. World Society for the Protection of Animals. Projeto Concepts of Animal
Welfare. Animais de Companhia 2003 (Módulos 26 e 27).
5. São Paulo. Código Estadual de Proteção aos Animais. Lei nº 11.977/05. Disponível
em: http://www.al.sp.gov.br/StaticFile/integra_ddilei/lei/2005/lei%20n.11.977,%20
de%2025.08.2005.htm
Adoção de Animais
Termo de Responsabilidade
(Modelo)
____________________________________________________________(Proponente),
residente à ____________________________________________________, no ____,
complemento: _____________________, no bairro ____________________________,
CEP _____________________, na cidade de _________________________________,
Estado de __________________________, RG _____________________ e inscrito no
CPF ______________________________, tel. res.: _______________________, tel. com.:
___________________, cel.: _________________, e-mail.: _______________________,
venho, por meio deste, assumir a responsabilidade de prover de alimento, abrigo e acompa-
nhamento médico-veterinário, dar continuidade aos esquemas de vacinação e desvermina-
ção indicados, atender a todas as necessidades físicas, psicológicas e ambientais do animal
do qual assumo a guarda, assim como prevenir os riscos (potencial de agressão, transmissão
de doenças ou danos a terceiros) que ele possa causar à comunidade ou ao ambiente.
Estou ciente de que este animal poderá adoecer, se estiver em fase de incubação
de alguma doença infecciosa, sem sintomas nesta data.
Declaro autorizar as visitas de acompanhamento ou prestar esclarecimentos, quan-
do necessário, indicados pelos profissionais responsáveis pela adoção, que forem prescritos
para verificar as condições de saúde e de manutenção do animal, sem aviso prévio. Se forem
identificadas condições consideradas inadequadas, estou ciente que, ao não regularizar a
situação, o animal poderá ser retirado de minha guarda e recolhido ao canil municipal, a
critério do funcionário responsável pela inspeção. Neste caso, estarei sujeito às penalidades
previstas na Lei de Proteção Animal e de Crimes Ambientais (9605/98).
curta □ lisa □
Cor da pelagem: Tipo da pelagem:
longa □ crespa □
Sinais/marcas particulares:
nº registro do Animal: nº microchip: Obs.:
Introdução
A partir da década de 1970, cães soltos em vias públicas passaram a
ser recolhidos e mortos de forma sistemática como parte do Programa de Con-
trole da Raiva no Estado de São Paulo. Hoje, com a raiva canina sob controle
e com evidências de que apenas o recolhimento de cães não tem um impacto
significante sobre a densidade populacional, os municípios não devem utilizar
essa prática com vistas ao controle da população animal.
Devido à rápida taxa de reposição de cães, mesmo índices elevados de
recolhimento são facilmente compensados pelo aumento da sobrevivência dos
que permanecem e que, rapidamente, repovoam esses mesmos locais.1
A restrição de movimentos, o controle de habitat (vigilância ambiental)
e da reprodução são métodos reconhecidos para o controle da população ca-
nina. Programas de controle da natalidade associados à imunização contra a
raiva também têm sido recomendados como métodos para o controle dessa
doença.1
A estratégia de recolhimento e eliminação de animais vacinados e este-
rilizados é contraproducente, tanto para evitar a suscetibilidade à raiva quanto
para controlar a população animal. Deve-se reduzir a taxa de reposição da
população e não retirar e eliminar aleatoriamente os animais, analisando-se
cada situação encontrada.1
Conforme legislação vigente, a eutanásia só pode ser realizada em fun-
ção da irreversibilidade do quadro clínico ou comportamental, sempre median-
te a emissão individual de laudo veterinário.
O controle efetivo das populações de cães e gatos necessita do desen-
volvimento de programas municipais de registro e identificação de animais,
associados aos de controle de reprodução, adoção supervisionada e de edu-
cação em saúde, para estimular hábitos de posse, propriedade ou guarda res-
ponsável, e, ainda, controle de comércio e vigilância ambiental. Para que esses
Recomendações relativas
ao bem-estar do trabalhador
O primeiro modelo de convivência afetiva é adquirido pelo ser humano
nos primeiros contatos maternos, tenham tido qualidade ou não, sendo este o
padrão base para seus próximos investimentos afetivos.
Os investimentos afetivos também se dão no âmbito organizacional,
considerando possíveis perdas nas quais acontece a morte simbólica. Em de-
corrência desta se desenvolve o processo de luto, uma resposta natural e es-
perada frente a perdas importantes, decorrentes de morte, afastamento, inca-
pacidades físicas ou psicológicas, perda do ambiente conhecido, do trabalho.
O impacto causado por perdas pode ser entendido a partir da “Teoria do
Apego.”2 Apego é uma resposta de busca de proximidade e proteção, desenca-
deada pela necessidade de sobrevivência da espécie. Portanto, conhecer o que
é esperado sob essas circunstâncias nos permite identificar aquelas pessoas
que podem apresentar respostas diferentes frente aos mesmos estímulos do
meio, com alterações tanto na saúde física quanto na mental dos envolvidos.
Ao lançar luz sobre este tema, pode-se também identificar fatores externos, am-
bientais, relacionais e profissionais que participam desse processo.
Seleção da equipe
Ambiente de trabalho
Recomenda-se que o espaço destinado à realização do procedimen-
to tenha as seguintes características, de forma a promover um ambiente
harmonioso:
l arejado;
l tamanho compatível com a demanda de animais;
l iluminado;
l limpo;
l claro; e
l livre de ruídos e fontes de odores indesejáveis.
Desenvolvimento da atividade
Recomenda-se que sejam:
l r ealizados levantamentos de riscos e pontos críticos e elaborado um
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) por profissio-
nais responsáveis pela segurança, engenharia e medicina do trabalho
(engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho);
l elaborado o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional
(PCMSO) pelo médico do trabalho, com base no PPRA, e considera-
dos os riscos ergonômicos e para saúde mental, entre outros;
l realizadas reuniões periódicas da equipe que executa a eutanásia e
a chefia imediata, com o objetivo de identificar as opiniões dos pro-
fissionais sobre o próprio trabalho, queixas de saúde, dificuldades,
avaliação das relações interpessoais;
l adotados procedimentos de integração com os demais profissionais
da saúde e implantação de políticas administrativas e operacionais
que evitem a discriminação ocupacional dentro da organização;
l prestados esclarecimentos à população sobre a necessidade e a
importância da inserção da eutanásia animal como um dos procedi-
Recomendações relativas
ao bem-estar animal
É essencial que os auxiliares e médicos-veterinários tenham aptidão
Protocolos de eutanásia
Escolha do método
Ao se selecionar o método de eutanásia é condição inquestionável que
ocorra a perda da consciência de forma rápida, precedendo qualquer experiên-
cia emocional ou física desagradável, seguida de parada cardíaca e respiratória
e perda da função cerebral.
Tabela 1. Doses e efeito esperado de fármacos, administrados por via intramuscular, para
a tranquilização/sedação de cães e gatos adultos. Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo, 2006.
1 Nenhuma* – –
*Como grande parcela dos animais é socializada, considerando-se a capacitação dos veterinários e demais funcionários so-
bre comportamento animal e manejo etológico, e, ainda, que o funcionário que manejou o animal durante a sua internação/
manutenção já conhece o seu comportamento, não há necessidade de tranquilização/sedação prévia na maioria dos casos.
Esses animais poderão receber diretamente a injeção intravenosa de anestésico geral.
Observações:
a) No caso da opção 1, na qual os animais não recebem a tranquilização/
sedação, deve-se administrar o anestésico geral de acordo com as Tabelas
2 e 3.
b) No caso das opções de 2 a 5, nas quais os animais recebem a tranquiliza-
ção/sedação, deve-se aguardar dez minutos após a administração intrave-
nosa e 20 minutos após a administração intramuscular para utilizar uma das
opções de anestésico geral, conforme consta nas Tabelas 4 e 5.
*Efeito esperado: como há uma grande variação do estado geral dos animais, ajustar a dose no intervalo indicado até
se observar anestesia geral com perda de reflexo corneal, parada respiratória e cardíaca monitorada com o uso de
estetoscópio.
Tabela 3. Doses de anestésicos gerais por via intravenosa para a eutanásia de cães e gatos
adultos, sem a administração prévia de tranquilizantes ou sedativos e com complementação
de cloreto de potássio posterior à perda do reflexo corneal. Secretaria de Estado da Saúde
de São Paulo, 2006.
*Efeito esperado: como há uma grande variação do estado geral dos animais, ajustar a dose no intervalo indicado até se
observar anestesia geral com perda de reflexo corneal e parada respiratória. Na sequência, administrar 0,8 ml/kg (2 mmol/
kg) de cloreto de potássio a 19,1%, confirmando a ocorrência da parada cardíaca (Tabela 6).
Tabela 4. Doses de anestésicos gerais por via intravenosa para a eutanásia de cães e gatos
adultos, com a aplicação prévia de tranquilizantes/sedativos e sem a complementação de
cloreto de potássio posterior à perda do reflexo corneal. Secretaria de Estado da Saúde de
São Paulo, 2006.
*Efeito esperado: como há uma grande variação do estado geral dos animais, ajustar a dose no intervalo indicado até se
observar anestesia geral com perda de reflexo corneal, parada respiratória e parada cardíaca monitorada com o uso de
estetoscópio.
*Efeito esperado: como há uma grande variação do estado geral dos animais, ajustar a dose no intervalo indicado até se
observar anestesia geral com perda de reflexo corneal e parada respiratória. Na sequência, administrar 0,8 ml/kg (2 mmol/
kg) de cloreto de potássio a 19,1%, confirmando a ocorrência da parada cardíaca (Tabela 6).
Tabela 6. Dose de cloreto de potássio administrado por via intravenosa para indução de para-
da cardíaca em cães e gatos*. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, 2006.
Fármaco Dose
Observações:
a) Todo o procedimento deve ser realizado por médico-veterinário, até a com-
provação do óbito.
b) Os fármacos empregados devem ser adquiridos e armazenados de acor-
do com a Portaria 344/19983, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), para medicamentos de uso restrito e controlado.
Cloreto de
Condição Tranquilização/ Anestésico geral*
Via potássio**
do animal sedação (via intraperitoneal)
(19,1%)
Tiopental (75 mg/kg) ou
Neonatos Nenhuma – –
Pentobarbital (90 mg/kg)
Processos Cloridrato de IM Tiopental (37 mg/kg) ou 0,8-1 ml/kg
mórbidos que xilazina Pentobarbital (45 mg/kg) ou
impeçam o (2 mg/kg) 2 mEq/kg**
acesso venoso +
cloridrato de
cetamina
(15 mg/kg)
*Após a administração intraperitoneal, manter o animal em uma caixa pequena, em local tranquilo e escuro, durante dez minutos.
Após este período, confirmar a ausência de reflexo corneal e batimentos cardíacos, com uso de estetoscópio para constatar o
óbito. Caso este não seja confirmado, a dose do anestésico geral deverá ser reaplicada, até a perda do reflexo corneal e óbito.
**O cloreto de potássio só deverá ser administrado pela via intracardíaca após a perda do reflexo corneal.
Espécie IV IM IP IC
Colaboração
Fabiano Laitano da Silva, médico do trabalho
Agradecimentos especiais
Prof. Dr. Flavio Prada (presidente pro-tempore do Conselho Regional de Medicina
Veterinária e Zootecnia do Estado de São Paulo), Profa. Dra. Irvênia Luiza de
Santis Prada (Profa. Emérita da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/
USP), Prof. Dr. Stelio Pacca Loureiro Luna (Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia – Unesp/Botucatu), Profa. Dra. Denise Fantoni (Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia /USP), Profa. Dra. Silvia Cortopassi (Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia/USP), Dra. Hannelore Fuchs (Associação
Brasileira de Zooterapia), Christina Gabella (Humane Society of the United
States), Kate Pullen (Humane Society of the United States), Daniela Augusta G.
Rossi (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador/SES-SP), Andréia de C.
Gabin (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador/SES-SP), Rogério Luis
Apoio
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)
Instituto Nina Rosa (INR)
Instituto Técnico de Educação e Controle Animal (ITEC)
Humane Society of United States (HSUS)
World Society for the Protection of Animals (WSPA)
Capa
Robson Minghini
Tratamento de imagens
Carlos Leandro A. Branco