Semiologia Pequenos - Larivet - Resumos
Semiologia Pequenos - Larivet - Resumos
Semiologia Pequenos - Larivet - Resumos
pequenos
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SUMÁRIO
1. Introdução à semiologia.
7. Glândula mamária.
Tríade da semiológica
Propedêutica: irá reunir e interpretar os grupos de dados obtidos através do exame clínico do
paciente. É uma etapa importante para a confecção de um diagnóstico.
Semiogênese: etapa que busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se
desenvolvem, buscando uma relação entre a causa da doença e seus sinais clínicos.
Sinal: Não se limita a observação da manifestação animal apresentada pelo animal, mas
principalmente, a avaliação e a conclusão que o clínico retira dos sintomas observados e/ou por
métodos físicos de exame. Ex: reflexo otopodal.
Existem classificações de acordo com o espectro de acometimento dos sinais clínicos, podendo
ter um acometimento Local (manifestações aparecem circunscritas e com estreita relação com
órgão envolvido), Geral (manifestação decorrente do comprometimento orgânico como um todo
ou acometimento em órgãos que levam prejuízos a demais funções do organismos), Principal
(fornece subsídios sobre o provável sistema envolvido) e Patognomônico (são sinais
característicos de uma doença, como por exemplo o mau cheiro que os ouvidos ficam que indica
uma otite e possível contaminação por Malassezia).
Além disso, há também as classificações de acordo com a evolução dos sintomas, podendo ser
Iniciais ( são os primeiros sintomas observados ou reveladores da doença), Tardios (sintomas que
aparecem no período de plena estabilização ou declínio de enfermidade), Residuais (são
aparentes durante a recuperação do animal ou após cura).
Por fim, existem as classificações quanto ao mecanismo de produção dos sintomas, podendo ser
Anatômico (onde ocorre alteração da forma de um órgão ou tecido), Funcionais (promovendo
alterações na função do órgão) e Reflexos (são originados longe da área que o principal sintoma
aparece e longe da origem da doença).
Síndrome
É o conjunto de sintomas clínicos, de múltiplas causas e que afetam diversos sistemas.
Ex’s:
● Síndrome da veia cava causada pela dirofilaria.
Diagnóstico
É o ato de reconhecer uma dada enfermidade por suas manifestações clínicas, bem como prever
sua evolução (prognóstico/ cura, cronicidade, óbito). O diagnóstico possui cinco classificações
possíveis de acordo com o modo que chegamos a determinada conclusão, que são:
- Nosológico ou clínicas: quando o diagnóstico se dá por meio de exames de rotina somado
aos complementares.
- Terapêutico: quando ao suspeitar de determinada doença, realiza-se um procedimento
medicamentoso para avaliar a resposta do indivíduo, se for favorável, fecha-se o
diagnóstico.
- Anatômico: quando já se é possível observar modificações anatômicas no exame
macroscópico.
- Etiológico: conclusão do clínico a partir de um fator determinante da doença, ou seja, um
sinal patognomônico da doença.
- Radiológico: utilização de raio x como auxiliar para identificar patologias na rotina clínica e
cirúrgica veterinária
- Presuntivo: quando não se consegue estabelecer um diagnóstico de imediato e trata-se
dos sintomas até que se chegue a uma possível conclusão do caso..
Princípio de Hutchinson
Etapas no diagnóstico
1. Anamnese: 50%
2. Exame físico: 35%
3. Exames complementares: 15%
A anamnese é a parte mais importante para o fechamento do diagnóstico, sendo responsável por
cerca de 50% de todo o exame e etapas até que se feche um diagnóstico.
Tratamento
É o meio pelo qual é utilizado para combater ou evitar a progressão da doença, podendo ser
classificado em:
● Causal: quando se opta por um meio que combata a causa da doença.
● Sintomático: quando visa combater apenas os sintomas ou abrandar o sofrimento do
animal.
● Patogênico: modificar o mecanismo de desenvolvimento da doença no organismo.
● Vital: evitar o aparecimento de complicações que possam fazer o animal correr risco de
morte.
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Métodos de exploração clínica e contenção em
pequenos animais
No exame físico deve-se realizar Inspeção, palpação, percussão, ausculta e olfação tendo como
objetivo obter informações válidas sobre a saúde do paciente e seus sintomas.
Inspeção: inicia-se antes mesmo da anamnese e utiliza-se apenas da visão ou com auxílio de
equipamentos. Deve ser feito em um lugar bem iluminado, e devemos observar o animal
atentamente, tanto de longe quanto de perto e analisar postura e comportamento apresentado
pelo paciente.
● Panorâmica: animal visualizado como um todo.
● Localizada: atentando-se a alterações locais.
● Direta: utiliza-se somente da visão para inspeção.
● Indireta: utiliza-se de aparelhos como raio-x, ultrassom, eletrocardiograma, dentre outros.
O objetivo da percussão é fazer observações com relação a delimitação topográfica dos órgãos
(mais antigamente) e fazer comparações entre as mais variadas respostas sonoras obtidas e
avaliar a anatomia do paciente em busca de anormalidades.
A percussão pode ser direta (realizada com as mãos, dedos e punho) ou indireta (interpõe o dedo
da mão ou algum tipo de instrumento entre a área ser repercutida e o objeto precursor).
Tipos de sons:
● Claro: o som consegue atravessar claramente, comum em uma cavidade preenchida de ar.
Ex: pulmão sadio.
● Timpânico: ocorre em órgãos ocos com grandes cavidades repletas de ar ou gás e com as
paredes semi distendidas. Produz um som de maior tenuidade e ressonância, semelhante a
um tambor.. Ex: broncopatia (excesso de ar no pulmão).
● Maciço: comum em regiões compactas desprovidas de ar, produz-se um som de pouca
ressonância. Ex: órgãos parenquimatosos e músculos.
● Hipersonoro: um som entre o claro e o timpânico, comum em pneumotórax.
● Submaciço: um som entre timpânico e maciço, ocorre na porção do fígado onde o
rebordo pulmonar repousa. (sobreposição de órgãos).
Ausculta: realizamos a avaliação dos ruídos que os diferentes órgãos produzem. A diferença da
ausculta e da percussão é que na percussão os sons são produzidos pelo examinador a fim de ter
uma resposta sonora, enquanto que na auscultação os sons são os naturais gerados pelo próprio
organismo do animal. É muito comum a auscultação dos pulmões, coração e cavidade abdominal.
A auscultação pode ser Direta ou Imediata, quando se utiliza do ouvido posicionado diretamente
na área examinada. Ou, Indireta ou Mediata, quando se utilizam aparelhos de ausculta, como o
estetoscópio e o Doppler.
Olfação: utiliza-se o olfato para determinar algo característico. É pouco utilizado, devido a
individualidade de cada veterinário, a incerteza e necessidade de experiência para reconhecer os
cheiros. Porém, é possível identificar alguns cheiros característicos, como por exemplo: uremia,
secreção de glândulas adanais, odor de fezes dos cães com gastroenterite hemorrágica.
Exames complementares
Os exames complementares são essenciais para confirmar a presença ou causa da doença,
avaliar severidade do processo mórbido, determinar evolução de uma doença específica, verificar
a eficácia de determinado tratamento. Alguns dos principais exemplos de exames
complementares são: Punção, Biópsia (exame histopatológico) , Exames laboratoriais e Exames de
imagem.
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Abordagem e contenção de pequenos animais
Mordaça: pode ser de corda, atadura ou focinheira, porém a focinheira impossibilita o exame da
cavidade oral. São equipamentos de segurança importantes para garantir a segurança do
veterinário em caso de animais agressivos e permitir a realização do exame sem intercorrências.
Colar elizabetano: colocado para impedir o animal a lamber ou mordiscar ferimentos, mas
também pode ser utilizado para impedir mordidas na falta de focinheiras ou mordaças.
Contenção química
É realizada com o uso de fármacos com efeito sedativo, para acalmar o animal e relaxar a
musculatura, possibilitando uma melhor examinação do paciente. Alguns exemplos dos fármacos
mais utilizados na contenção química são:
Acepromazina: pode causar hipotensão e bradicardia.
Diazepam: pode causar agressividade em alguns casos (efeito rebote).
Butorfanol: pode causar dispneia em alguns casos.
Contenção de gatos
Os gatos são mais imprevisíveis e mais difíceis de manipular, devem ficar onde foram
transportados até o momento do exame. Além disso, devem ser manipulados com o mínimo de
contenção e o mais rápido possível, visto que os gatos se estressam facilmente e esse estresse
pode vir a alterar os parâmetros do exame. A contenção deve ser realizada em decúbito esternal.
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Sistema linfático de pequenos animais
Conceito: o sistema linfático constitui uma via acessória pela qual os líquidos podem fluir dos
espaços intersticiais para o sangue ou vice-versa. Com exceção de pele, SNC, nervos periféricos e
ossos, quase todos os tecidos corporais possuem canais linfáticos que tem como função realizar
a drenagem de líquido dos espaços intersticiais e funcionar como uma espécie de filtro para o
organismo do animal, retendo concentrados inflamatórios e agentes tóxicos.
Além disso, o sistema linfático é responsável por realizar o transporte de grandes materiais
particulados que não podem ser removidos diretamente do capilar sanguíneo (evitando a
hipoproteinemia sistêmica circulante que atrai líquido e gerando ascite…).
A principal via de absorção de nutrientes é no TGI (inclusive gorduras) - placa de peyer.
Linfa: é o derivado do líquido intersticial que flui para os vasos linfáticos. A linfa antes de atingir o
sangue atravessa ao menos um linfonodo para realizar uma “filtração”, por assim dizer.
- Ducto torácico é um grande desembargador de linfas.
Linfonodo: componente do sistema linfático que age como um filtro e remove partículas
estranhas e as destrói, filtrando linfa antes de chegar no sangue.
Os linfonodos possuem tamanhos pequenos e variados, apresentam um formato que se
assemelha ao de um feijão, além disso, possuem uma porção chamada hilo, que é o local por
onde entram as artérias e saem as veias e vasos linfáticos eferentes. Dentro do linfonodo há uma
rede de filtro para debelar infecções. (O aumento do linfonodo está relacionada com a área
afetada).
Tonsilas: localizam na entrada das vias respiratórios e digestivos como função de barrar entrada
de microrganismos invasores. Existem as tonsilas faríngeas, tonsilas palatinas (amígdala) e
tonsilas linguais (amígdalas línguas).
Placas de Peyer: são grupos de folículos linfóides na mucosa do intestino delgado. Elas podem
induzir tolerância imunológica ou de defesa contra antígenos utilizando uma complexa interação
entre células do sistema imunológico.
Baço: órgão linfático rico em linfonodos que irá realizar a filtração do sangue, retirando
substâncias estranhas, promovendo reação contra agentes infecciosos, armazenando hemácias
e lançando-os na corrente sanguínea em momentos de emergência.
Palpação
Na palpação iremos avaliar o tamanho, consistência, mobilidade, temperatura, sensibilidade
(dor) dos linfonodos. Deve-se examinar bilateralmente para que se possa determinar se o
processo é localizado ou generalizado. Os linfonodos que devem ser analisados a partir da
palpação são:
- Retrofaríngeos: não são palpáveis, apenas em infecções, onde ocorre o aumento de
volume.
- Pré-cruciais: não palpáveis em animais de companhia, somente grandes animais.
- Inguinais: palpáveis em cães
- Ilíacos: palpáveis em cães com distúrbios pontuais Ex: carcinoma prostático por palpação
digital.
- Poplíteos: palpáveis em cães, mesmo sadios.
- Mandibulares: palpáveis quando aumentados.
4. Mobilidade: normalmente são móveis e quando ocorre um processo infeccioso ficam mais
aderentes. A perda de mobilidade é um achado comum nos processos inflamatórios
bacterianos agudos devido ao desenvolvimento da celulite localizada.
Exames complementares
● Biópsia por excisão (retirada de todo linfonodo), incisão (retirada de apenas uma parte do
linfonodo) ou aspiração (com agulha fina apropriada).
● USG abdominal ou local: iremos verificar o baço, linfonodos reativos, se há
extravasamento de líquido…
● Palpação externa: tanto dos linfonodos quanto do baço, se houver esplenomegalia
torna-se mais fácil a sua palpação. A esplenomegalia é causada pela torção do baço,
hematomas ou enfartamento.
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Exame físico geral ou de rotina
O exame físico geral torna possível avaliar, rotineiramente, o estado atual de saúde do paciente
e se houve melhora, piora ou estagnação em relação a uma doença já tratada ou em tratamento.
Ele possibilita, também, a identificação do comprometimento de outros sistemas ou estruturas do
corpo do animal. O exame deve sempre seguir uma ordem, a qual o veterinário estabelece de
acordo com suas preferências, porém em casos de emergência e risco o clínico vai acabar
mudando o cronograma do exame físico para melhor atender ao caso do paciente.
Postura e locomoção: observar o padrão de postura que o animal apresenta, podendo estar em
decúbito, repouso, em estação e em locomoção. Devemos reconhecer anormalidades na postura
para que possamos identificar possíveis problemas e patologias.
Posições do tipo esfinge são normais, pois os animais flexionam os membros anteriores e
posteriores apoiando o esterno sobre o piso para perder calor.
Condição corporal: deve considerar a espécie, raça e aptidão. Pode ser classificado de 1 até 5
(obeso, gordo, normal, magro, caquético) ou de 1 até 10.
- Além disso, devemos ficar atentos às causas que levaram o animal a emagrecer. Pode
estar magro por não receber alimentação adequada ou por doença. A perda de 30 a 50%
da massa corporal costuma ser fatal.
- A obesidade pode ser causada por fator exógeno (superalimentação) ou distúrbio
endócrino (ex. Hipotireoidismo).
Avaliação da pele: nos animais o estado do manto piloso é um bom indicador de saúde física,
uma vez que a pele acaba refletindo o estado de saúde geral do animal. É possível avaliar o
estado de hidratação do paciente através do turgor cutâneo, onde avaliamos a elasticidade da
pele e o tempo que ela demora para retornar à posição inicial, não podendo ser superior a 2
segundos. O primeiro e mais importante sinal de desidratação é o ressecamento e o enrugamento
da pele.
Avaliação dos parâmetros vitais: é um importante exame que antecede o exame físico específico.
É avaliado a frequência cardíaca, frequência respiratória, coloração de mucosas e temperatura
corporal do animal.
Avaliação da mucosa: a coloração das mucosas pode revelar a existência de enfermidades
próprias (inflamação, tumores, edema), auxiliar a inferir conclusões a respeito da possibilidade de
alterações no sistema respiratório e existência de doenças em outras partes do corpo.
É necessária especial atenção às alterações de coloração, como também à ocorrência de
ulcerações, hemorragias e secreções durante o exame visual.
Congestão: ocorre devido ao ingurgitamento dos vasos sanguíneos, por processo inflamatório ou
infeccioso, congestão pulmonar, endocardite, pericardite, septicemia... Podendo ser local ou
sistêmico.
Cianose: coloração azulada da pele e das mucosas causada pela redução de hemoglobina
oxigenada no sangue. Pode ser causada por anafilaxia, obstrução das vias respiratórias, edema
pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva, pneumopatias.
Icterícia: retenção de bilirrubina nos tecidos, ocorre devido ao aumento da bilirrubina sérica, que
ficará acima dos níveis de referência. Pode aparecer em doenças hepáticas e do sistema biliar e
em afecções hemolíticas.
Pálida: coloração esbranquiçada podendo ser causada por anemia, por parasitoses, hemorragias,
choque hipovolêmico, aplasia medular, insuficiência renal e outros…
TPC é o teste realizado para promover a avaliação do tempo de preenchimento capilar, utilizado
para avaliar a volemia geral do animal. Em animais sadios demora de 1 a 2s e acima disso o
animal está desidratado.
● Idade: Quanto mais jovem maior a temperatura interna, isso porque os animais jovens
possuem um metabolismo mais acelerado.
● Estado nutricional: Os desnutridos tendem a apresentar menor temperatura, uma vez que
o metabolismo é reduzido.
Glossário termômetro
Normotermia: Ocorre quando os valores da temperatura corporal do animal encontram-se
dentro dos limites estabelecidos para a espécie.
Hipotermia: É o decréscimo da temperatura interna abaixo dos níveis de referência, que ocorre
por perda excessiva de calor ou por produção insuficiente, bem como pela introdução excessiva
de toxinas, as quais paralisam a regulação térmica central.
Febre: A febre corporal é a elevação da temperatura acima do normal, ela ocorre pelo
aparecimento de doenças e a resposta do corpo ao combatê-la. Ela pode ser causada por
diversos motivos, podendo ser: febre de origem séptica (processos infecciosos), febre asséptica
(processos físicos e químicos) e febre neurogênica (convulsões). Além disso, o animal pode
apresentar temperatura acima do normal em dias muito quentes ou após exercícios, e isso é
facilmente confundido e tratado como febre, porém os medicamentos não surtirão efeito uma vez
que não se trata de febre!
Durante quadros de febre as mucosas estão congestas, devido a vasodilatação, e estarão secas e
sem brilho, pela tentativa do organismo de reter o máximo de água possível. A pele e o focinho
estão ressecados e sem brilho para tentar ao máximo reter água.
O sistema respiratório irá apresentar taquipneia, sendo a resposta do organismo com objetivo
de perda de calor e aumento do processo de hematose.
Tipos de febre: existem diferentes tipos de febre de acordo com a temperatura que o animal
atinge e com a frequência com que ele se mantém nessa zona de temperatura. As classificações
são:
● Simples ou típica: A temperatura permanece elevada, mas flutuando dentro de pequenos
limites (até 1°C).
● Remitente: A temperatura permanece elevada durante grande parte do dia (geralmente
maior que 1°C), caindo em intervalos de tempo curtos e irregulares, sem voltar aos valores
normais.
● Intermitente: Períodos que perduram por um ou vários dias, sendo intercalados por
períodos normotérmicos ou mesmo hipotérmicos.
● Atípica: Apresenta curso irregular, às vezes com grandes oscilações de temperatura em um
mesmo dia.
Sistema digestório
Alterações no sistema digestório dos pequenos animais são comuns e ocorrem em decorrência de
uma série de fatores. O mais comum é identificarmos que o animal está com dores, e os indícios
de dor abdominal em cães analisados são: recusa se mover, postura de cavalete ou de prece e
inquietação.
Termos Importantes
Disfagia: representa a dificuldade ou impossibilidade de deglutir o alimento ou água.
Regurgitação: é a eliminação retrógrada e passiva, ou seja sem forças abdominais, do conteúdo
esofágico. Ocorre antes que o alimento adentre no estômago e não está associada aos sinais de
vômito.
Vômitos: é a ejeção forçada do conteúdo gástrico e ocasionalmente, duodenal, pela boca. É um
reflexo complexo controlado pelo centro emético e requer atividade gastrointestinal, muscular,
respiratória e neurológica.
Anamnese
É a parte mais importante de todo exame, e na anamnese do sistema digestório podemos
identificar diversas doenças e distúrbios, tais quais:
Doença oral: são diversas as doenças que acometem a cavidade oral, porém elas possuem uma
sintomatologia muito semelhante. Para avaliarmos a cavidade oral devemos ver se o animal tem
halitose, sialorréia, dificuldade de apreensão, mastigação e deglutição;
Distúrbios esofágicos: são distúrbios que acometem apenas o esôfago, um exemplo é o
MegaEsôfago. Para verificarmos possíveis distúrbios devemos analisar se o animal tem
regurgitação, disfagia e ptialismo;
Distúrbios do estômago e ID: devemos avaliar se há vômito, melena (fezes com sangue digerido),
anorexia e dor abdominal. Todos esses são sinais de possíveis patologias de estômago e intestino
delgado;
Cavidade oral
Para avaliar a cavidade oral deve-se usar equipamentos de proteção individual e realizar a
inspeção, palpação e olfação da cavidade oral. Em caso de animais agitados ou agressivos usar
sedativos para auxiliar, uma vez que a focinheira impediria a examinação adequada. .
Analisar as mucosas, verificando cor, tpc e a umidade. Além disso, devemos verificar se existe
oclusão mandibular, braquignatismo (mandíbula retraída) ou prognatismo (mandibular mais a
frente).
Hipogástrio: região que compreende o intestino delgado, cólon descendente ou reto, útero
(quando distendido), bexiga (quando moderadamente distendida), próstata (quando muito
aumentada).
A palpação de hipogástrico pode ser realizada para identificar anormalidades no colo
descendente ou reto, útero, bexiga e próstata.
Avaliação de fígado: Fazer a palpação com o animal em estação ou decúbito para analisar o
fígado. Deve ser realizada com calma e delicadeza, pois o animal pode estar com dor e
assustado.
Devem ser analisados os sinais de dor, a consistência do órgão, o tamanho e estado da
superfície.
Feita a avaliação podemos realizar exames complementares como hemogramas, para verificar
enzimas, proteínas e possível grau de comprometimento do fígado. Em filhotes é esperado um
aumento de fosfatase alcalina sem ser sinal de patogenia. Isso ocorre pelo fato de o animal
estar em crescimento, então ele dissemina fosfatase alcalina na circulação.
Avaliação do pâncreas: Feita para avaliar alterações endócrinas e exócrinas, sendo as exócrinas
relacionadas ao trato gastrointestinal. Os principais sintomas de alterações do pâncreas são
diarreias, vômitos, má nutrição e deficiências metabólicas que levam ao desenvolvimento da
diabetes mellitus.
A palpação do pâncreas é mesogástrica e de difícil palpação e localização. Pode-se utilizar
ultrassonografia, hemogramas e análises bioquímicas para auxílio.
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Glândula mamária
O sistema mamário tem como objetivo a produção do leite para alimentação das crias. A
estimulação da liberação do leite se dá a partir do estímulo tátil/ amamentação /ordenha, que
levará a transmissão do impulso nervoso até o hipotálamo, onde será liberado a prolactina e
ocitocina que seguirão pelas veias e artérias para todo o corpo. Chegando nas glândulas
mamárias os alvéolos farão a produção e secreção do leite, respectivamente.
É normal que cadelas tenham apenas 4 pares de glândulas mamárias. Cerca da metade das
cadelas não apresenta um dos pares da glândula abdominal.
Histórico e anamnese
Antes de realizar o exame de cadeia mamária devemos conhecer o histórico do paciente e
informações importantes, tais como:
Alguns conceitos importantes relacionados ao parto em animais e que devem ser adicionados
a anamnese são:
Nulípara é a fêmea que nunca pariu;
Primípara é a fêmea que teve apenas um trabalho de parto;
Plurípara é a fêmea que teve dois ou mais trabalhos de parto;
Exame físico
Inicia-se com a inspeção de coloração de pele, existência de lesões e secreções e quantidade de
glândulas mamárias. A cor da glândula pode variar bastante de acordo com a raça da cadela ou
gata.
Em geral o aumento das mamas ocorre apenas em casos de gestação avançada, por acúmulo de
colostro, e é mantido durante a lactação, fora isso alterações no volume das mamas podem ser
indícios de gestação, neoplasias, abscessos, infecções ou pseudociese.
Para realizar a palpação das mamas, devemos colocar o animal em decúbito lateral e iniciar a
palpação pelas glândulas aparentemente normais e partir para as anormais. A palpação pode
ser digital ou espalmada.
Logo após o parto, na gestação, pseudociese ou falsa gestação, é normal que as glândulas
fiquem mais sensíveis e quentes em decorrência de alterações hormonais.Com isso, devemos ter
mais cautela para não gerar dor no animal.
As neoplasias de mama irão alterar a estrutura das glândulas mamárias. Sendo mais comum em
cadelas com mais de 5 anos de idade.
O tamanho das neoplasias é variável e tem estímulo causado pelo estro/cio. Pode ocorrer a
metástase da neoplasia para demais órgãos, podendo se espalhar por via linfática, aos nódulos
linfáticos locais ou pelo sistema cardiovascular para fígado e pulmões, por exemplo.
O plano diagnóstico deve incluir exames radiográficos da região torácica, para verificar se há
metástase pulmonar. Bem como a varredura abdominal por meio de ultrassonografia para
verificar possíveis novos nódulos e metástases.
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Sistema Reprodutor feminino
Estruturas;
● Ovários;
● Ovidutos ou Tubas Uterinas;
● Cornos uterinos;
● Corpo uterino;
● Cérvix;
● Vagina;
● Vestíbulo;
● Vulva;
Cadela: tem um tamanho e forma semelhantes a um grão de feijão e com formato elipsóide,
tendo aproximadamente 2 cm de comprimento. Eles são ocultos nas bolsas ovarianas.
Mais difícil de apresentar ovário remanescente, isso porque os ovários são maiores e mais
facilmente visualizados.
Secreções vaginais:
As secreções vaginais são comuns em algumas patologias e se apresentam com diversos
aspectos e características, sendo eles:
● Corrimento verde escuro, indicando puerpério inicial em cadelas;
● Secreção marrom fétida, indica morte com decomposição fetal;
● Secreção sero-sanguinolenta indicando possíveis infecções e hemorragias;
● Secreção purulenta, indício de infecções;
● Secreção marrom ou enegrecida, indica mumificação fetal;
Polidipsia e poliúria são os sinais mais relatados nos casos de piometra em pequenos animais,
isso porque a inflamação comprime a bexiga e não permite o armazenamento de um grande
volume de urina, fazendo com que o animal urine a toda hora.
A piometra pode ocorrer até depois da castração, sendo chamada de piometra do coto uterino.
Ela pode aparecer após o cio, devido a distensão do aparelho reprodutor, e em animais com mais
idade pode aparecer devido ao abaixar para urinar em ambiente contaminado, animais mais
idosos não tem mais tanta força na musculatura e ossos para se manterem longe do chão, com
isso acabam encostando a vulva no solo.
Em cadelas de pequeno porte: pode-se realizar palpação abdominal e a vaginoscopia, uma vez
que a inspeção e palpação interna e direta seria muito invasiva para o tamanho dos animais.
Solicita-se a USG como primeiro exame complementar e de eleição.
Em cadelas de grande porte, quando a manipulação do abdome for difícil, se solicita diretamente
exames complementares de USG, em primeira escolha e depois o raio x, endoscopia, dosagem
hormonal, exames hematológicos e bioquímicos, dependendo da suspeita clínica. Em cadelas de
grande porte a palpação e inspeção se torna mais fácil, uma vez que a área a ser analisada é
maior.
No exame vaginal nas cadelas pode realizar toque digital munido de luva ou espéculos tubulares
metálicos, plásticos, de acrílico ou do tipo bico de pato. Já as gatas, de forma geral, não aceitam
os exames vaginais.
Duração da Gestação
Em cadelas a duração é de 60 a 63 dias. Já nas gatas a duração é de 56 a 65 dias.
O tutor deve receber o mais precoce possível informações e orientações de manejo, para saber
como lidar com a cadela e identificar intercorrências. Devendo receber também, orientações com
o puerpério, para que o tutor saiba se está perto do parto e próximo do cio seguinte.
Exames pré-natais, como hematológicos, bioquímicos e de Imagem devem ser realizados para
assegurar a saúde da mãe e dos filhotes. Dessa maneira é possível a visualização de possíveis
intercorrências. O tutor pode optar pela cesariana e/ou pela castração após parto.
Exames complementares
Dosagem hormonal: é feita a análise de soro, plasma, leite, fezes e urina (situações especiais). É
um método complementar de diagnóstico de um estado fisiológico ou distúrbios endócrinos.
Biópsia: Normalmente guiada por ultrassom, com auxílio de pinças e agulhas específicas. É um
exame complementar mais demorado, porém indispensável em determinadas patologias.
Citologia aspirativa: exame simples e seguro, realizado em lesões sólidas ou líquidas. Pode ser
direto ou guiado por USG.
Sistema reprodutor masculino
Estruturas:
● Bolsa testicular
● Testículos
● Epidídimos
● Ductos deferentes
● Cordões espermáticos
● Glândulas prostática, vesiculares e bulbouretrais
● Prepúcio
● Pênis
Pênis com presença de espículas Apresenta osso peniano e próstata como uma única
………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………glândula acessória
Descenso testicular
O descenso testicular nada mais é do que a descida dos testículos da cavidade abdominal para a
bolsa testicular. O descenso depende da ação hormonal, pressão intra-abdominal, temperatura e
tração do Gubernáculo Testicular.
● Cão: ocorre a partir de 5 dias após o nascimento. Quando não há descida após 6 meses de
idade, o cão pode ser criptorquida (ambos testículos não descem) ou monorquida (um dos
testículos ficam na cavidade abdominal).
● Gato: ocorre de 2 a 5 dias após o nascimento.
Puberdade
É o momento em que o macho é capaz de produzir espermatozóides pela primeira vez, em
número e quantidade suficientes para emprenhar a fêmea. Em cães ocorre entre 7 a 11 meses, já
em felinos entre 9 a 10 meses.
Fatores que alteram a reprodução
Os principais fatores que irão alterar a capacidade de reprodução dos machos são as afecções
inerentes ou não ao sistema reprodutor, comportamento sexual, o estado sanitário do animal e
seu estado nutricional.
A idade também altera a capacidade reprodutiva, isso porque jovens podem ter anomalias
congênitas/hereditárias, como o criptorquidismo e frênulo persistente. Já idosos possuem
tumores testiculares e baixa capacidade reprodutiva.
A Raça Scottish terrier tem a próstata 4 vezes maior do que cães de outras raças. Relatos em
Schnauzers.
Anamnese
Avalia a cronologia da vida reprodutiva como falhas de manejo, traumas, vacinações,
tratamentos e outros.
A anamnese deve conter informações como Idade, Certificado andrológico, antecedentes, filhos,
anormalidades, desejo sexual, índice de prenhez, comportamento anormal (se é agressivo ou
afeminado), mudança no manejo (alimentação, mudança tratador), Medicamentos e Infertilidade
É a redução temporária ou permanente da capacidade de conceber e produzir descendentes
viáveis. A manifestação pode ser na cópula ou na ausência de fertilização.
O manejo inadequado pode levar a um baixo desempenho reprodutivo: Em cães, principalmente
consanguinidade
O diagnóstico de fertilidade pode ser dado através de palpação, exame andrológico e US.
Varicocele é a dilatação local da veia espermática, em 50% dos casos a dilatação é bilateral.
Prepúcio e pênis: O exame deve ser realizado em local iluminado, com contenção física adequada
e realizado com o animal em decúbito lateral.
A pele deve ser fina, elástica e móvel, sem evidências de inflamação. Os principais achados
durante o exame de prepúcio e pênis são: Edemas, Hemorragias e abscessos.
Também é possível localizar inflamações, que podem estar em localização anterior: (próximo ao
orifício prepucial): abscesso. Ou posterior: hematoma no pênis (cópula violenta).
Próstata
Em cães a palpação é feita via retal e é rotina no exame clínico. Está localizada na entrada da
sínfise pélvica. A palpação é digital e associada a transabdominal externa.
O adenocarcinoma de próstata é o tumor mais frequentemente encontrado durante a palpação
de próstata.
Em felinos a palpação só é realizada com o paciente contido quimicamente, uma vez que são
animais mais ariscos e menos suscetíveis a contenção. A palpação é digital utilizando o dedo
mínimo, associada a transabdominal externa.
Exames Complementares
- Biópsia testicular;
- Biópsia por excisão;
- Biópsia por aspiração;
- USG testicular;
- Avaliação morfológica: visualização de cistos; estimativa da irrigação;
- Avaliação de parênquima;
- Colheita de Sêmen: por excitação mecânica do pênis (cães);
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Semiologia do Sistema Urinário
Superior/Anterior: Rins;
Inferior/Posterior: Ureteres, Bexiga e Uretra
Rins: produção de urina;
Ureteres: levam a urina até a bexiga;
Bexiga: armazenamento temporário de urina;
Uretra: conduz a urina da bexiga até o meio
externo;
Manifestações Clínicas
O animal que apresenta alguma disfunção ou patologia renal terá como sinais clínicos:
- DIsúria: emissão de urina com diferentes graus de desconforto (geralmente de origem
uretral);
- Estrangúria: quando a dor acentua-se no final da micção (geralmente de origem vesical);
- Piúria: presença de leucócitos degenerados na urina;
- Azotemia: aumento da concentração sanguínea de substâncias nitrogenadas;
- Poliúria: aumento do volume urinário;
- Polaciúria: aumento da frequência de micções;
- Oligúria: diminuição da diurese, pela falta de ingestão de líquidos, formação de edemas
por processos inflamatórios ou hipovolemia;
- Anúria: ausência total de urina;
Localização
A localização dos rins nos cães é no lado direito entre a 13ª vértebra torácica e a 1ª vértebra
lombar, enquanto o esquerdo entre a 2ª e a 4ª vértebra lombar.
Já em gatos os rins são mais frouxos e mais fáceis de palpar, estando localizados no lado direito
entre a 1ª e 4ª vértebra lombar, e o esquerdo da 2ª até a 5ª vértebra lombar.
Exame Clínico
Na realização do exame clínico de sistema renal deve-se construir uma boa resenha e anamnese,
uma vez que a maior parte dos casos tem curso crônico. Devemos realizar também um bom
exame Físico Geral, exames específicos do TU, Exames Complementares do TU, Exame dos Rins,
Exame da Bexiga e uretra, Avaliação da Micção e Avaliação da Urina.
Anamnese
Na anamnese devem ser anotados as seguintes informações:
Avaliação da Micção
Devemos avaliar a frequência (24h)
- Cães: Muito variável;
- Cadelas: 2 a 4 vezes;
- Gatos: 2 a 4 vezes;
É importante avaliar o volume (24 h)
- Cães Grandes: 0,5 a 2L;
- Cães pequenos e gatos: 40 a 200 mlv;
Exames dos Rins
Exame físico de ambos os órgãos e do seu produto mais acessível (urina). Os exames
complementares dos rins incluem tanto avaliações feitas por inspeção e palpação, como exames
laboratoriais e provas de função renal.
Azotemia: é o aumento das concentrações séricas de uréia e creatinina, indicando o
comprometimento da função de depuração (filtração glomerular).
Uremia: é o conjunto de sinais e sintomas que caracterizam as manifestações sistêmicas
resultantes de mau funcionamento dos rins. Há comprometimentos gastrointestinais,
neuromusculares, cardiopulmonares, endócrinos, hematológicos e oftálmicos.
Tipos de Azotemia
A azotemia pode ocorrer devido a três principais causas, que são:
Causas Pré-Renais:
● Desidratação severa;
● Insuficiência cardíaca;
Causas Renais
● Doença renal com comprometimento de função;
Causas Pós Renais
● Obstrução Uretral (Parcial ou Total);
● Ruptura de bexiga;
Exames de ureteres
É um exame restrito a inspeção indireta, devendo ser realizado o diagnóstico por imagem, através
da urografia contrastada.
Exames de Bexiga
São realizados exames específicos e complementares, tais quais:
Palpação interna digital combinada com palpação externa: em cães pequenos deve-se palpar
as paredes laterais da porção mais caudal do abdome, à frente do púbis, comumente entre as
virilhas, com o animal em estação ou em decúbito lateral.
Cateterismo vesical: consiste na inserção de sonda flexível através da uretra até atingir a bexiga,
realizado para coleta de urina.
Diagnóstico por imagem: pode ser através de raio-x, ultrassonografia contrastada, ressonância e
demais métodos.
Urinálise: é realizada a coleta de urina e enviada para análise laboratorial para visualizar os níveis
de creatinina, ureia e demais componentes da urina.
Citopatologia: feito na cateterização ou lavados. Tem como objetivo detectar células neoplásicas.
Exame de Uretra
Realizado através de sonda para verificar o estado da estrutura e buscar por anormalidade e
sinais que sejam indícios de patologias.
Hemoglobinúria X Mioglobinúria
● Hemoglobinúria: é a presença de hemoglobina na urina em decorrência de hemólise
intravascular (Babesiose, Leptospirose, anemia hemolítica, acidente ofídico,
envenenamento, etc. Urina avermelhada ou acastanhada.
● Mioglobinúria: é a presença de mioglobina na urina em decorrência da lesão muscular
extensa. Coloração avermelhada.
Urinálise
Deve ser realizada sempre que houverem sinais sugestivos de doença do trato urinário, sinais de
doenças sistêmicas, doença grave de causa desconhecida, paciente geriátrico e/ou avaliação
pré-operatória. Deve ser um exame incorporado ao protocolo de exame físico geral, uma vez que
fornece importantes informações a respeito da saúde do paciente.
Coleta de Urina
Pode ser realizada de três principais métodos, que são:
Micção espontânea: é coletado um jato médio e tem desvantagem, como a grande
contaminação da amostra;
Cateterismo vesical: é coletada uma amostra diretamente da bexiga, tem como vantagem a
amostra ser completa estéril. Porém é um método mais invasivo e que pode gerar desconforto no
animal, além de poder gerar lesões na uretra.
Podem haver alterações macroscópicas, da urina tais quais a presença de sangue ou pus. Caso se
tenha a presença de sangue ou pus pode ser indício de cistite hemorrágica e pielonefrite,
respectivamente.
Exames Complementares
● Diagnóstico por Imagem
● Radiografias seriadas
● Radiografias contrastadas
● Ultrassonografia
Glossário
Disúria ou Micção dolorosa: durante os esforços de micção, o animal apresenta gemidos,
desassossego, movimentos de um lado para o outro, olhares dirigidos para o ventre, agitação da
cauda, "sapateado“. No início da micção.
Tenesmo vesical: é um esforço constante, prolongado e doloroso para emissão de urina. Nesse
quadro, a vontade de urinar é constante, mesmo que a bexiga contenha volume de urina pequeno
ou esteja vazia.
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Sistema respiratório
Resenha e anamnese devem conter informações como raça, idade, início e progressão da
enfermidade, informações sobre o ambiente e manejo do animal, vacinas e medicações.
Tipo respiratório: durante algum processo patogênico do trato respiratório o animal pode alterar
sua respiração, de modo que ela possa estar normal (costo abdominal) ou anormal (só costal ou
só abdominal).
Inspeção
Devemos avaliar a frequência respiratória em 1 minuto. Os valores padrão para cães e gatos é de
10-40 movimentos respiratórios por minuto.
É possível vermos aumentos da frequência respiratória sem que tenhamos alguma doença, isso
ocorre em casos de animais jovens, gestantes, animais em ambientes quentes e úmidos e animais
estressados.
● Ritmo normal: inspiração, pequena pausa, expiração, pausa maior e volta a inspiração;
● Ritmo anormal, temos diferentes tipos e classificações para a anormalidade respiratória,
tais quais:
- Cheyne stokes: FR crescente até alcançar o auge, diminuindo em seguida até apneia,
acompanhada posteriormente de FR novamente crescente. Ocorre em fases finais de icc,
intoxicação por narcóticos e lesões cerebrais centrais
- Biot: dois ou três movimentos respiratórios, apneia, um ou dois movimentos respiratórios
apneia. Ocorrer em afecções cerebrais ou de meninges.
Termos Importantes:
- Taquipneia: aumento de FR;
- Bradipnéia: diminuição da FR;
- Apneia: ausência total da respiração;
- Hiperpnéia: aumento da amplitude respiratória;
- Hipopneia: diminuição da amplitude respiratória;
- Dispneia inspiratória: dificuldade na entrada de ar relacionada com alterações das vias
respiratórias anteriores que apresentam pouca sustentação e, por conseguinte, quando o
animal faz inspirações forçadas, a tendência das vias respiratórias, que estão fora da
cavidade torácica, é o “colabamento”. Ocorre em casos de corpos estranhos e inflamação
(processos que causam obstrução das vias respiratórias);
- Dispneia expiratório: dificuldade na saída do ar, ocorre no enfisema pulmonar , bronquite
e bronquiolite. Relaciona-se com processos mórbidos que diminuem a elasticidade de
retorno pulmonar ou que provocam obstruções das pequenas vias respiratórias;
Se houver corpos estranhos, muco e excesso ou qualquer outro problema que diminua o
lúmen das pequenas vias, haverá dificuldade de saída do ar alveolar e, em consequência
disso, maior espaço para expirar.
Sinais
Os principais sinais clínicos visualizados no caso de doenças de acometimento do trato
respiratório são os espirros, que funcionam como um reflexo protetor. Além disso, observa-se
diversos outros sinais como o espirro reverso, que é um esforço inspiratório rápido (processos
envolvendo nasofaringe), a hemoptise que é a eliminação de sangue proveniente do trato
respiratório pela boca e pelas narinas, ortopneia, um quadro da dispneia quando o paciente está
em decúbito e extrema dificuldade respiratória, com isso ele adota a posição ortopneica para
melhor respirar e a tosse, que é um reflexo protetor pelo centro da tosse, podendo ser produtiva
ou não produtiva.
Porque o gato cardiopata não evolui com tosse para doença cardíaca dele?
Os gatos sofrem de um espessamento da parede interna do coração, fazendo com que ele não
aumente de tamanho e não venha a comprimir as vias aéreas. Diferente dos cães que possuem
um aumento do tamanho do coração, quando desenvolvem uma cardiopatia.
Tosse seca: é causada por alterações inflamatórias nas vias respiratórias superiores, como na
faringite e na laringite, podendo ocorrer também nas traqueítes;
Tosse úmida e produtiva: ocorre pelo aumento de exsudato broncopulmonar, como nas
broncopneumonias, pois o líquido inflamatório se movimenta nas vias respiratórias com a
respiração, estimulando a tosse;
Reflexo de tosse: exame que pode ser realizado de duas maneiras, a primeira é beliscando ou
esfregando-se os primeiros anéis traqueais logo abaixo da glote. A segunda é feita em animais
mais adultos com anéis cartilaginosos enrijecidos, tampando as narinas até que o animal comece
a reagir soltando-se em seguida. Pode-se fazer em animais com estenose de traqueia também.
Palpação
Palpar na procura de depressão como afundamento do osso nasal, fratura de anel traqueal,
fratura de costelas; aumentos de volume que possam ou não ter sido verificados na inspeção.
Sempre com a mão espalmada com a ponta dos dedos nos espaços intercostais fazendo pressão
nas costelas para ver se há presença de fratura e ver a temperatura que quando aumentada
pode indicar inflamação. Devemos saber identificar quais sintomas são fisiológicos e quais são
patológicos, para dessa forma tratar melhor da causa.
- Fisiológico: temperaturas ambientais elevadas, falta de ventilação, pós-exercícios;
- Patológicos: febre, pleurite, abcessos.
Ao realizarmos a palpação devemos sentir a vibração da laringe ou traqueia (Frêmitos laríngeo
ou traqueal).
Percussão
Realizada nos seios paranasais, a percussão deve ser feita com a ponta dos dedos (médio) digital
de modo comparativo entre o lado esquerdo e direito da fase do animal. Nos seios paranasais
pode ser de clara (normal) para o maciço (preenchido por alguma substância como em caso de
sinusites, tumores..)
Quando realizada no tórax, o som deve ser claro, em casos de sons submaciços ou maciços
indicam preenchimento do parênquima pulmonar por tecidos sólidos ou que pelo menos,
diminuam a quantidade de ar no órgão como nos casos de pneumonia, abcessos ou tumores
pulmonares. O animal deve estar em estação, ambiente silencioso, dorso ventral ou crânio caudal
em toda a área torácica deslocando-se nos EIC (9 pontos em cada lado).
Auscultação
Realizada com o animal em estação ou repouso, podendo ser feita de modo direto ou indireto.
Todo tórax deve ser auscultado por no mínimo 2 movimentos respiratórios em seus respectivos
pontos de ausculta. (Total 18 pontos de ausculta).
Normais:
- Laringotraqueal: ruído provocado pela vibração das paredes da traqueia e laringe quando
passa o ar;
- Traqueobrônquico: é a passagem do ar dos grandes brônquios para os pequenos
brônquios na chegada do ar no tórax;
- Murmuro acicular: é a vibração das paredes dos brônquios menores e bronquíolos.
Chegada do ar;
Anormais:
- Crepitação rigorosa ou estertor úmido: aumento do líquido no interior dos brônquios,
inflamatórios ou não. Ex: Pneumonia (mais grossa);
- Crepitação fina ou estertor crepitante: ruído semelhante ao esfregar de cabelos próximo a
orelha ou estourar pequenas bolhas. Ex: Edema pulmonar (crepitações mais discretas);
- Sibilo: manifestação sonora aguda, alta intensidade, que se assemelha a um chiado ou
assobio. Indica estreitamento das vias respiratórias, causado por deposição de sedimentos
viscoso aderido (pode ocorrer no fim da inspiração ou na expiração);
- Outros: ruídos cardio pleural, ruído cardiopulmonar, roce pleural e ronco;
Olfação
O odor é variável, indo desde a ausência de cheiro até o odor pútrido. Vale salientar, também, que
o odor é relativo de veterinário para veterinário, onde cada um sentirá uma intensidade diferente.
Deve-se atentar para o odor da respiração e para o fluxo do ar exalado. Para tanto, é
interessante individualizar o ar expirado, promovendo o desvio do ar com a mão em forma de
concha.
Odor pútrido da respiração está relacionado a lesões em que há destruição tecidual, tais como na
laringite necrótica, em abscessos pulmonares ou na pneumonia por aspiração.
Exames complementares:
Radiografia torácica: possibilita a visualização de estruturas densas, em contraste com ar
pulmonar. O aumento da radiodensidade pode indicar alteração vascular, brônquica, intersticial
ou alveolar;
USG: Pode detectar abcessos, tumores e demais estruturas. Além disso, auxilia no reconhecimento
de problemas de pleura, especialmente o acúmulo de líquido na cavidade torácica como no caso
de pleurite com efusão;
O coração fica projetado para o lado esquerdo, bem como o seu ápice. O seu formato é
característico.
SNS: projeções dos ramos nos ventrículos;
SNP: ramos projetados nos átrios, exclusivamente nos nodos;
Anatomia Cardiovascular
Propriedades do coração:
O coração é uma estrutura complexa e que possui diversas características que o mantém
funcionando . Algumas das principais propriedades do coração são:
● Autoexcitável e contrátil: possui a capacidade de produzir e propagar impulsos elétricos e
de contrair-se;
● Autocontrole: funciona de modo que os batimentos sejam ininterruptos, fortes e rítmicos;
● Batmotropismo (autoexcitabilidade): possui a capacidade que o coração tem de se
autoexcitar e propagar os impulsos elétricos e, assim, se contrair;
● Cronotropismo (ritmicidade): capacidade cardíaca de ritmar suas contrações na
frequência necessária, de modo sincrônico;
● Dromotropismo (contratilidade): possui a capacidade que o coração tem de se contrair e
promover a propulsão sanguínea para os vasos;
● Inotropismo (força de contração): possui a capacidade cardíaca de proporcionar força de
contração necessária para que a pressão sanguínea obtida por essa capacidade;
Exame clínico;
Deve seguir uma sequência metódica e conscienciosa, sendo um exame extremamente
meticuloso, cuidadoso, eficiente e completo. Outro cuidado que se deve ter é um ambiente calmo
e silencioso para realizar o exame. É necessário realizar a identificação do paciente e anamnese,
o exame físico (ausculta e avaliações gerais) e exames complementares (Eletrocardiograma,
Ecocardiograma, Raio-x, entre outros).
É importante registrar a espécie, raça, idade e sexo. Isso porque existem diversas cardiopatias que
ocorrem em determinadas raças, idade e sexo. Devemos então relacioná- las com as principais
doenças cardiovasculares para cada item da identificação do animal.
Anamnese
Deve ser registradas as principais queixas do tutor, analisando os sinais e sintomas, sendo os
principais sintomas em cardiopatias:
● Cansaço fácil, fraqueza, colapso, intolerância ao exercício, emagrecimento progressivo –
bastante observado em animais adultos;
● Desenvolvimento retardado e incompleto – observado principalmente em animais em
crescimento;
● Tosse (geralmente improdutiva geralmente por compressão), respiração ofegante
(taquipneia) e taquicardia;
● Edema de peito, barbela ou pescoço, além do abdome em sua porção ventral e,
ocasionalmente, de membros – mais comumente os torácicos;
● Fraqueza generalizada / Abdução de membros torácicos / Dilatação ou distensão de veia
jugular;
● Arritmias e alterações do pulso – que normalmente se torna rápido e irregular;
● Alteração na coloração das mucosas: palidez (que pode indicar anemia ou perda de
sangue) e cianose (mucosas ficam azuladas em consequência da maior quantidade de
dióxido de carbono acumulado no sangue);
Inspeção
Na inspeção de patologias do sistema cardíaco devem ser observados a coloração das mucosas,
verificando a quantidade e qualidade do sangue circulante/troca gasosa.
- Cianose significa hematose prejudicada como em casos de icc, anemias, desidratação,
choque e outros.
Palpação
A palpação é um importante exame a ser realizado em casos de cardiopatias. Alguns dos
principais exames que podem ser realizados para auxiliar no diagnóstico são:
- Tempo de repercussão capilar ou tempo de preenchimento capilar dos vasos episclerais. É
realizado uma pressão sobre a mucosa e o tempo de retorno da coloração avermelhada
deve ser de até 2 segundos para indicar normalidade. Se o tempo estiver aumentado
significativamente, pode indicar que há um baixo volume sanguíneo e pode ocorrer em
casos de desidratação, choque e congestão;
- Reflexo de tosse: realiza-se movimentos nos anéis traqueais sentido crânio-ventrais para
poder identificar se há tosse. É rotineiro na clínica de pequenos animais e deve ser
realizado sempre ao final das consultas para não prejudicar o restante da consulta pelas
tosses;
- Pulso Jugular (+): o pulso jugular pode ser patológico, onde ocorre com o animal em
repouso, tendo como possíveis causas a congestão cavitária do coração, geralmente por
ICC direita. E pode ser fisiológico também, onde a principal causa são os exercícios e a
avaliação após a realização de exercícios;
- Sinal de Gödert (+), um exame que irá avaliar a presença de edema, os edemas podem ser
gerados por Insuficiência Cardíaca Direita;
Percussão
Pode ser realizada para a determinação de área cardíaca, podendo ser direta (dígito-digital) ou
Indireta (plexímetro e plexor). Irá avaliar a macicez absoluta ou relativa da região cardíaca. Além
da área cardíaca, pode-se realizar a percussão de abdômen, sendo este o teste de piparote + ou
-, o teste consiste em percutir na barriga e no caso de presença de líquido na cavidade o teste é +.
Em bovinos, é comum a sensibilidade dolorosa aumentada na região cardíaca e xifóide, isso
porque é comum que ruminantes comam pregos e objetos perfurocortantes que venham a
perfurar o retículo e saco pericárdio, causando uma reticulopericardite traumática.
Ausculta
Realizada para avaliar a frequência/ritmo cardíacos e respiratórios do paciente. Além disso é
possível fazer a detecção de ruídos normais e anormais, ou seja, patológicos ou não patológicos,
bem como a detecção de bloqueios e desdobramentos.
Bulhas cardíacas:
- 1a Bulha (s1) : é a mais alta - contração do ventrículo (sístole ) com o fechamento da
mitral e tricúspide (fechamento das atrioventriculares - fecha ao mesmo tempo ambas).
- 2a Bulha (s2) - relaxamento de ventrículo (diástole) com o fechamento das válvulas
pulmonar e aórtica.
Sopros
Para fazer a avaliação de sopros, devemos auscultar os focos Pulmonar, Aórtico, Mitral e
Tricúspide. A ausculta deve ser feita tanto em momento de sístole quanto em momento de
diástole.
É importante saber que o grau de sopro não indica gravidade de doença, apenas a sua existência.
Intensidades de sopros:
● Grau 1: sopro muito suave, detectado somente após um longo período de auscultação em
um ambiente muito tranquilo;
● Grau 2: sopro suave, auscultado imediatamente em um foco valvar;
● Grau 3: sopro de intensidade leve a moderada;
● Grau 4: sopro de intensidade moderada a grave, sem a ocorrência de frêmito (sensação
tátil dada pelo sopro);
● Grau 5: sopro claro à auscultação, com um frêmito palpável e que não se detecta ao
afastar o estetoscópio do tórax;
● Grau 6: sopro grave, com frêmito detectável e auscultado mesmo quando o estetoscópio é
afastado um pouco do tórax;
Duração do sopro:
O período em que o sopro ocorre deve ser levado em consideração para melhor avaliação do
paciente. Sopros podem ser classificados em:
● Proto= início da sístole/diástole;
● Meso= metade da sístole/ diástole;
● Tele= terço final da sístole/diástole;
● Holo= durante toda sístole/ diástole;
● Pan= inicia com mais intensidade e diminui durante sístole/diástole;
● Contínuo= durante toda a sístole e diástole;
Outras alterações
- Desdobramentos, ocorrem na Primeira e Segunda Bulha;
- Hiperfonese ou hipofonese de bulhas S1 e S2;
- S3 e S4, é um ritmo de galope, frequente em gatos em caso de hipertrofia;
- Métodos não-invasivos:
- Doppler: equipamento bastante usual na clínica de pequenos;
Tonometria: implica na avaliação da pressão intraocular (PIO). A PIO resulta na tensão na córnea
e esclera, existindo vários métodos aplicados para estimulá-la, como:
● Palpação digital: pouco precisa e serve para estimar aumento ou diminuição;
● Tonometria de indentação: utiliza-se o tonômetro de Schiotz, que deve ser colocado sobre
a córnea do paciente, sendo este previamente dessensibilizado com colírio anestésico. A
partir da distância que é preciso para alcançar a córnea, o equipamento realiza uma
escala de conversão para mmHg;
● Tonometria de Aplanação: usa-se uma caneta com medidor preciso capaz de aferir PIO,
por pressão e força por unidade/área;
● Lâmpada de fenda: fornece detalhes de estrutura extra e intra ocular, o que as lapas
comuns não podem fornecer. É especialmente útil ao exame de pálpebras, terceira
pálpebra, conjuntiva, córnea, íris e lente, ou seja, o segmento anterior do olho;
Contenção
É realizada por meio de sedativos, se for o caso, e anestésicos e bloqueios locais. O ambiente
deve ser tranquilo e com baixa luminosidade.
Primeiramente deve-se avaliar a reação do animal no ambiente desconhecido do exame. Se
houver histórico de cegueira, o animal deve ser estimulado a andar pela sala de exame, a fim de
observar se ele colide com obstáculos que podem ser colocados à sua frente ou se ele desvia,
indicando uma visão boa ou parcialmente boa.
Deve-se verificar:
● Simetria e aumento de volumes periorbital;
● Secreções oculares;
● Olho vermelho;
● Alopecia periocular;
● Corrimentos nasais (ducto nasolacrimal);
Exame neuroftalmológico
Um exame que irá avaliar a integridade neuroanatômica do sistema visual. As manobras de
reflexo realizadas nessa avaliação são:
- Reflexo de ameaça visual: tampa-se o olho contralateral e realiza-se um movimento sutil
em direção ao olho do animal para observar se haverá uma resposta. É importante
realizar o movimento de forma que não ocorra movimentação do ar, pois um animal cego
sentiria o ar e responderia ao reflexo de forma indireta;
- Reflexo de via visual: o veterinário ou tutor deve jogar no chão um objeto leve e que não
gere barulho ao cair. O animal com a vista boa deve acompanhar a queda desse objeto,
enquanto que o animal com alguma deficiência nos olhos não percebe a queda do objeto;
- Reflexo pupilar direto e consensual: o exame consiste na incidência de luz no olho do
paciente, ele pode ser direto ou consensual. No Direto a luz é incidida diretamente no olho
a ser testado. Enquanto que a Consensual a luz é incidida em um dos olhos e avalia-se a
constrição do olho contralateral, deve ocorrer uma resposta mais discreta devido o
quiasma óptico, um cruzamento entre as fibras dos nervos ópticos. Caso o olho não
responda, o problema está no ramo do nervo óptico.
O reflexo pupilar direto e consensual é realizado para avaliar a integridade da camada
fotorreportagem da retina, integridade do nervo óptico, via parassimpático do nervo
oculomotor, funcionalidade do músculo constritor da íris.
- Teste para avaliação da superfície ocular: é um teste rosa bengala, avalia e diagnóstico
de distribuídos da superfície ocular causados principalmente por deficiência lacrimal (ccs).
- Teste de fluoresceína: é um teste que serve de diagnóstico das úlceras das cenas,
avaliando-se a extensão da que está na córnea, e também em pequenos defeitos epiteliais
que não são visíveis ao exame da córnea.
Tonometria
A tonometria é uma estimação da PIO, é essencial nos testes diagnósticos para todos os exames
oftalmológicos. Para realizar a tonometria a córnea deve ser anestesiada com 1 ou 2 gotas de
colírio anestésico (cloridrato de proximetacaína 0,5%). O tonômetro é posicionado sobre a região
central da córnea, enquanto as pálpebras são contidas pelos dedos do examinador.
Esclera: a principal alteração que acomete a esclera é a Ectasia escleral, que consiste no
adelgaçamento escleral, no qual se observa o trato uveal pigmentado com coloração azulada e
resultando em uma assimetria escleral.É indicativo de doença escleral primária ou neoformação
uveal em crescimento.
Sistema lacrimal: o sistema lacrimal é avaliado através dos testes: TLS, teste de floculação da
lágrima, teste de canulação e lavagem de ducto lacrimal.
Exames especializados
● Gonioscopia: Ela é recomendada quando há suspeita de glaucoma ou quando massas
neoplásicas;
● Ultrassonografia Ocular: está indicada, principalmente, quando há opacificação dos meios
transparentes, principalmente da córnea, o que impossibilita a visualização e o exame das
estruturas intraoculares;
● Eletrorretinografia: A atividade elétrica provocada por várias porções da retina após
estímulo luminoso dos fotorreceptores pode ser avaliada pela eletrorretinografia (ERG) e
por potenciais oscilatórios;
● Dacriocistografia: Radiografia contrastada do sistema lacrimal;
● Angiografia fluoresceínica;
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Semiologia do Sistema nervoso
Exame neurológico (objetivos):
Determinar se existe alguma disfunção no sistema, determinar a localização e extensão do
envolvimento neurológico e tentar direcionar o diagnóstico e o prognóstico do animal.
É importante realizarmos a anamnese completa, fazendo a identificação do animal (raça,
espécie, idade), descrever o início e evolução da doença e seus fatores predisponentes e
descrever os principais sinais relatados (mudança de comportamento, convulsões, andar em
círculos (gira do lado oposto da lesão) e “head pressing”).
Inspeção
Nível de consciência: o animal deve estar alerta aos estímulos extrínsecos. Porém, caso haja
alterações o animal pode se apresentar:
● Alerta: percepção consciente do meio exterior e de si;
● Obnubilação: quando a consciência e comprometida de modo pouco intenso;
● Sonolência: animal facilmente acordado mas logo volta a dormir;
● Estupor: nesse estágio, o animal pode ser acordado por um estímulo doloroso;
● Coma: animal não pode ser acordado, mesmo com estímulo doloroso;
Avaliação de locomoção: devemos analisar a movimentação do paciente, identificando se ele
está cambaleante, desorientado ou normal. Quando o animal está normal, ele mantém a cabeça
em um plano paralelo ao chão, membros penicilinas ao cão. Enquanto que, em casos de
anormalidade, o animal apresenta uma orelha mais próxima ao chão que outra, isto é, se há
inclinação lateral (head tilt), membros com déficit proprioceptivo (dor, fraqueza).
Coordenação: traduz o bom funcionamento de pelo menos dois setores do sistema nervoso, o
cerebelo e a propriocepção. A falta de coordenação pode ser caracterizada em:
● Paresia: perda incompleta da função motora voluntária e, muitas vezes, é evidenciada
como fraqueza dos membros;
● Paralisia ou plegia: perda total da função motora voluntária. Nesse caso, o animal é
incapaz de andar;
● Hemiparesia ou hemiplegia: acometem todo um lado do corpo;
● Paraplegia ou paraparesia: afetam apenas os membros pélvicos;
● Monoparesia ou monoplegia: quando acomete um único membro;
● Tetraparesia ou tetraplegia: os quatro membros estão envolvidos;
Nervos cranianos:
Olfatórios: para fazer a avaliação devemos vendar os olhos do animal e colocar uma substância
não irritante ou um alimento próximo, para verificar se ele percebe. O uso de substâncias
irritantes, tais como amoníacos ou éter, estimula terminações do nervo trigêmeo na mucosa
nasal.
Ópticos: realizado deixando cair um chumaço de algodão e ver se o animal acompanha a queda
do objeto com os olhos.
Podemos também utilizar o método de resposta à ameaça para testar o nervo óptico, o nervo
facial e suas conexões no córtex central. O teste é realizado fazendo um gesto com a mão em
direção a face do animal e deve-se realizar devagar para não gerar corrente de ar e fazer o
animal responder ao movimento do ar e não ao movimento de fuga pelo “ataque” iminente.
Lesão da porção motora do nervo trigêmeo acarreta em atrofia dos músculos mastigatórios,
diminuição do tônus mandibular e até na incapacidade de fechar a boca para apreender os
alimentos. O animal acaba se mantendo com a boca flácida e com movimentação prejudicada.
Facial: são os nervos que fornecem a função motora para os cultos da expressão facial. Os
nervos são testados observando-se a simetria facial, reflexo palpebral e além disso, testando
junto o nervo trigêmeo.
Lesões do nervo facial geralmente resultam na paralisia das orelhas, ptose labial e paralisia do
nariz. O animal fica com um aspecto como se estivesse com o rosto “torto”.
Vestibulococlear: nervo que permite a audição, podendo ser testada se, com o animal de olhos
vendados, deve-se lançar objetos barulhentos (Ex.: Chaves) ou bater palmas ou assobiar e
observar se o animal apresentará resposta. O animal deve virar a cabeça em direção ao som.
Lesões bilaterais resultam em ausência de resposta, no entanto, lesões unilaterais são mais
difíceis de determinar.
A porção do nervo vestibular é testada por meio de reação postural, denominada aprumo
vestibular e, também, pela avaliação da mobilidade extra ocular (ocorrência de estrabismo
posicional ou nistagmo), postura da cabeça e locomoção.
Lesão no nervo pode causar surdez, inclinação de cabeça para o lado da lesão (quando for
unilateral), queda, rolamento para o lado da lesão, andar em círculos para o lado da lesão,
estrabismo posicional e nistagmo espontâneo.
Nervo Glossofaríngeo: Responsável pelo paladar, pela deglutição e está envolvido no reflexo do
vômito. Pode ser testado através do reflexo de deglutição (por compressão externa da faringe) e
reflexo de vômito (por estímulo digital direto da faringe).
Lesões do nervo glossofaríngeo causam ausência do reflexo de vômito, diminuição do tônus
faringeano, disfagia e regurgitação.
Nervo vago: É testado junto com o nervo glossofaríngeo. Lesões unilaterais no nervo vago
causam a ausência do reflexo de vômito, disfagia, vocalização alterada, sinais gastrointestinais e
cardiopulmonares. Já lesões bilaterais podem causar paralisia laríngea com respiração
estertorosa e dispneia inspiratória, além de megaesôfago.
Nervo acessório: Não há uma maneira de testar este par de nervos a não ser por
eletrodiagnóstico. Lesões podem causar atrofia da musculatura do pescoço.
Nervo hipoglosso: par de nervos responsável pela inervação motora da língua. Ele pode ser
testado através da observação do animal usando a língua, devemos induzir o animal a lamber os
lábios ou focinho, fazendo fricção nas narinas. Lesões do nervo hipoglosso causam assimetria,
atrofia e desvio da língua. No início da paralisia unilateral do hipoglosso, o desvio da língua ocorre
para o lado oposto da lesão.
Estudo dos Resultados
Após a avaliação da postura, locomoção e dos nervos cranianos, deve-se tentar correlacionar as
anormalidades observadas com a localização da lesão.
Mudanças comportamentais podem ser indícios de problemas nas regiões de córtex cerebral,
sistema límbico, hipotálamo e mesencéfalo. Já incoordenação da cabeça ou tremor de intenção
são acometimentos de comprometimento do cerebelo cerebelo.
A disfunção dos nervos cranianos (diencéfalo ou tronco encefálico) são todas as alterações no
qual o animal apresenta “sinais de cabeça” (Ex.: tilt, head pressing). Quando não há sinal de
cabeça, a lesão deve estar abaixo do forame magno, na medula espinal, nos nervos periféricos ou
nos músculos.
Exames Neurológicos
Reações posturais: é feita a avaliação da propriocepção consciente, ou seja, avalia-se a
habilidade do sistema aferente em reconhecer uma posição alterada de um membro e a
capacidade do sistema eferente retornar o membro a posição normal. Em geral, a extremidade
do meio é refletida de modo que sua superfície dorsal toque a mesa ou o chão.
Animais com lesão neurológica podem apresentar incapacidade de suportar o peso do corpo,
além de preservar tropeços (cerebelo), hipermetria (cerebelo) queda (sistema vestibular) ou
respostas lentas (cerebelo). Muitas vezes animais com lesões unilaterais no córtex cerebral ou na
cápsula interna podem apresentar locomoção aparentemente normal. É importante repartir o
peso para cada um dos membros e confrontar as respostas.
Saltitamento: Neste teste, o clínico eleva três membros e deixa somente um apoiado, fazendo o
animal saltar em um único membro para a frente, para trás e para os lados. Um animal normal
deve saltar na direção do deslocamento do corpo e suportar o peso sobre o membro. É
importante repetir o teste com cada um dos membros e confrontar as respostas.
Os membros pélvicos devem ser comparados entre si e nunca com os torácicos, pois as respostas
não ocorrem de maneira semelhante. Essa reação postural envolve cérebro, cerebelo, tronco
encefálico, medula e receptores de tato e pressão em articulações, músculos e tendões.
Lesões neurológicas podem causar incapacidade para suportar o peso do corpo, tropeços,
hipermetria, quedas e respostas lentas, do mesmo modo que se observa na estação e
locomoção bipedal.
Carrinho de mão: Animais normais apresentam locomoção simétrica, alternada e com a cabeça
estendida na posição normal. No caso de lesões neurológicas, os animais podem apresentar
movimentos assimétricos (cerebelo), queda (sistema vestibular), tropeço (cerebelo) e flexão da
cabeça com a região nasal próxima ao solo (lesão cervical grave). Se o distúrbio for discreto,
pode-se erguer a cabeça do animal, o que acentuará a disfunção.
Tônica do pescoço: A cabeça é erguida com o animal na estação. Resposta normal e aumento do
tônus muscular nos membros torácicos e diminuição nos membros pélvicos.
Quando a cabeça é girada para um lado, há aumento do tônus extensor nos membros do lado
para o qual houve a rotação. Esse teste avalia principalmente centros vestibulares, musculatura
do pescoço e receptores articulares.
● Lesões do lobo frontal podem causar anormalidades contralaterais;
● Lesões vestibulares, anormalidades ipsilaterais.
● Lesões medulares cervicais causam alterações nos quatro membros, podendo haver flexão
das articulações, de modo que o peso do corpo seja sustentado sobre a superfície dorsal
das patas.
Em seguida, o animal é erguido de modo que os membros anteriores fiquem afastados do solo,
com o objetivo de eliminar a compensação proprioceptiva e verificar se aparece ou acentua-se
alguma alteração.
Propulsão Extensora: Para a realização desta reação postural, o animal é suspenso pelo tórax e
abaixado até os membros pélvicos tocarem o solo ou a mesa.
Deve haver contração dos músculos extensores, isto é, extensão dos membros pélvicos para
suportar o peso. O animal pode dar um ou dois passos para trás.
Reflexos medulares: Os reflexos medulares são testados para determinar se a lesão está
localizada no neurônio motor inferior (NMI) ou no neurônio motor superior (NMS) e, assim,
localizá-la melhor.
3. Tibial Cranial: Essa resposta torna-se deprimida ou ausente em doenças que afetem os
segmentos medulares de L6-S2 e raízes nervosas, ou os nervos ciático e peroneal, e
acentua-se em doenças da medula espinal acima do segmento L6.
Reflexo Flexor: O reflexo flexor ou de retirada é iniciado pela compressão do espaço interdigital
com os dedos ou com uma pinça hemostática, e a resposta normal é a retirada do membro em
direção ao corpo, com flexão de todas as articulações. A ocorrência desse reflexo não significa
que o animal sente conscientemente o beliscão; indica apenas que a medula e as raízes nervosas
dos segmentos C6-T2 (membros torácicos) e de L6-S1 (membros pélvicos) devem estar intactos.
Reflexo de Dor Profunda: A avaliação da integridade da medula espinal pode ser executada
aumentando-se a força do estímulo e observando-se uma reação comportamental, tal como o
choro do animal com dor, ou tentativa de morder o examinador.
Essa resposta é conduzida por pequenos axônios não mielinizados, os quais são os mais
resistentes aos efeitos da compressão. Em geral, a perda da dor profunda e do reflexo de retirada
é causada por uma lesão da porção sensitiva dos nervos periféricos ou dos segmentos medulares
correspondentes ao plexo braquial e ao plexo lombossacral.
Reflexo de Perineal: É obtido por uma estimulação tátil da região perineal e a resposta normal é
uma contração do esfíncter anal externo.
● Segmentos medulares S1-S3 estão lesados - o ânus torna-se dilatado e arresponsivo;
● Segmentos medulares C1-C5 estão lesados - a cauda fica flácida e arresponsiva.
O abano voluntário da cauda em resposta à voz do dono ou do examinador é um sinal de
integridade da medula espinal.
Reflexo Cutâneo do Tronco: É feito desde a região lombossacral até a altura de T2.
Em casos de lesão medular, há ausência de resposta caudalmente ao local de estímulo e uma
resposta normal cranialmente à lesão.
Introdução:
Os principais componentes do sistema locomotor são:
● Osso: tecido conjuntivo especializado, formado por células (osteoblastos, osteoclastos e
osteócitos);
● Cartilagem: constituída por células (condroblastos, condrócitos e condroclastos) imersas
em uma substância amorfa e gelatinosa;
● Articulação: maneira pela qual dois ou mais ossos se juntam. Tem como funções a
sustentação de peso, locomoção e estabilidade;
● Ligamentos: são bandas flexíveis e resistentes de tecido fibroso que unem os ossos;
● Tendões: compostos por tecido conjuntivo denso modelado, liga os músculos aos seus
pontos de inserção;
Exame Clínico:
● Anamnese: Sistema de produção utilizado na propriedade Produção diária de leite da
vaca Quantidade e qualidade da alimentação fornecida Tipo de manejo Ocorrência de
doenças infecciosas Duração, tipo e intensidade da claudicação Tratamentos realizados e
resultados obtidos com os tratamentos,
● Exame Físico Geral: avalia a frequência cardíaca , frequência respiratória, coloração das
membranas mucosas, turgor da pele Ausculta pulmonar, cardíaca e do trato digestivo
Palpação de linfonodos.
● Exame Físico Específico: Inspeção em posição quadrupedal e em movimento Contenção
física e/ou medicamentosa Inspeção e palpação do espaço interdigital Pinçamento dos
cascos Palpação dos ossos, articulações, tendões e músculos Bloqueios anestésicos.
● Exames Complementares: Hemograma, líquido sinovial, raio X e ultrassonografia.
Adulto
● Displasia coxofemoral;
● Ruptura do ligamento cruzado cranial;
Idoso
● Neoplasias ósseas (osteossarcoma);
● Doenças do disco intervertebral (protrusão ou extrusão);
● Osteoartropatia hipertrófica pulmonar;
Raças:
Poodle, Yorkshire, Lhasa Apso, Pinscher
● Luxação congênita medial de patela;
● Necrose asséptica da cabeça do fêmur;
Dachshund
● Doenças do disco intervertebral (protrusão ou extrusão).
Histórica Clínica: avaliar o habitat como ocorrências brigas, atropelamentos (acesso à rua),
presença de escadas, hipovitaminose D (raquitismo) devido à confinamento, etc. ademais, avaliar
frequência de exercícios, alimentação, doenças sistêmicas (cinomose, erlichiose, leishmaniose,
etc.)
Inspeção
Avaliar alterações ou hematomas na pele causados por traumatismos por mordeduras ou por
atropelamento. Em cães e gatos de pelos longos deve-se realizar tricotomia no local da suspeita.
Onicogrifose (crescimento exagerado das unhas) pode indicar o desuso e/ou leishmaniose
(generalizada).
Ademais, avaliar assimetrias, alterações posturais, decúbito, elevação do membro ao solo, déficit
proprioceptivo, claudicação, impotência funcional e outros…
Palpação: tem como finalidade ter um auxílio na localização da dor, na avaliação de tumefações,
de mobilidades ósseas e de instabilidades articulares.
Superficial - Tumefações
Flutuação é o acúmulo de líquidos em cavidades neoformadas (seromas, hematomas ou
processos supurativos), na região articular indica efusão articular (artrites).
Sinal de Godet positivo significa edema decorrente de processos inflamatórios ou processos
compressivos secundários a neoplasias.
Para avaliar a temperatura deve-se usar o dorso da mão, comparar membro contralateral pode
estar aumentada ou diminuída.
Para avaliar os ossos longos deve ser da extremidade mais distal do membro, das falanges até o
fêmur ou até a escápula. Toda avaliação óssea deve ser acompanhada pelos exames
radiográficos, e quando há suspeita de neoplasias realizar a biópsia por punção aspirativa.
Articulação Coxofemoral: Problemas mais comuns são luxação coxofemoral e Fraturas de colo e
cabeça do fêmur.
Articulação Femorotibial
Principais testes
● Avaliação de instabilidade patelar : objetivo de diagnosticar subluxações ou luxações de
patela.
● Teste de “Gaveta”: instabilidades (distensão ou ruptura) dos ligamentos cruzados cranial e
caudal .
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Sistema Tegumentar
Os exames complementares devem ser rotina na análise do sistema complementar, uma vez que
a maioria das patologias só podem ser confirmadas e diagnosticadas através de exames
histopatológicos e laboratoriais.
Pré disposições:
Coloração do pelame - Animais de coloração mais clara possuem maior propensão a possuírem
câncer e dermatites. Enquanto os de pelagem escura tendem aos problemas hormonais.
Anamnese
Introdução:
● A queixa principal: coceira/prurido;
● Tempo de evolução: Agudo (de um dia para o outro); Crônico (mais tempo);
● Início do quadro
● Tratamentos efetuados (periodicidade, ambiente, manejo, hábitos). Se já fez uso de
corticoide, medicamentos tópicos;
● Consequência do tratamento efetuado, houveram sinais de melhora? de piora?
● Contactantes: ver o ambiente, os demais animais animais do ambiente, a presença de
ectoparasitas que podem gerar a dape (dermatite alérgica por picada de ectoparasitas);
Prurido (coceira): Ver se há presença de prurido, a intensidade, a localização e sua manifestação.
No hiperadrenocorticismo não existe coceira, pela presença dos corticóides no organismo. Outro
fato que pode causar a ausência da coceira é o aumento do cortisol no organismo, o que causa o
cessamento da coceira.
A característica natural da pele é ser elástica e ela é utilizada para determinar o grau de
desidratação do paciente durante a clínica do dia a dia.
● Digitopressão: pôde-se diferenciar o Eritreia da púrpura, duas lesões cutâneas de
coloração vermelha.
● O eritema volta a adquirir a coloração normal da pele após a pressão, e a púrpura não
cede a essa compressão, permanecendo com a coloração avermelhada.
Reflexo otopodal: friccionar a borda do pavilhão auricular ou coçar a região do animal que se
quer investigar e analisar a resposta do paciente.
Olfação
Meio semiológico muito utilizado na clínica dermatológica. Porém está muito ligado à experiência
profissional e extremamente particular. Requer treinamento e memória clínica.
O exemplo mais clássico de diagnóstico por olfação é a miíase e otites agudas, isso devido ao
forte cheiro que emana das feridas.
Inspeção direta
Observar o comportamento do animal e a presença ou não de prurido. A ausência de prurido no
momento do atendimento não significa que o quadro não seja pruriginoso, pois, em condições de
estresse e medo, é frequente que os animais não apresentem esse sintoma. E isso ocorre devido
às altas liberações de cortisol, que vão inibir o prurido.
Alopecia fisiológicas/ lugares que naturalmente não tem pelos:
● Caninos: região abdominal ventral, axilar, e face interna do pavilhão auricular.
● Gatos: ausência de pelota face interna do pavilhão auricular.
O principal enfoque na inspeção direta é a observação direta das lesões e sua caracterização de
diferentes aspectos.
2. Topografia:
Simétricas: Mesma lesão no membro ou posição colateral. Quadros hormonais geralmente
apresentam perdas e lesões simétricas.
Assimétricas: Mesma lesão, ou não, sem associação colateral;
3. Profundidade:
Superficiais: Quadros mais brandos;
Profundas: Quadros mais graves;
4. Morfologia: as lesões cutâneas podem ser agrupadas em cinco grupos distintos de acordo
com sua respectiva morfologia. Alteração da coloração: são representadas pelas manchas
ou máculas planas sem relevo ou depressão.
● Manchas vasculossanguíneas: são manchas ocasionadas por vasodilatação e
extravasamento de hemácias.
● Eritema:coloração vermelha da pele decorrente da vasodilatação. Quando submetido a
digitopressão a coloração normaliza. Associada a quadros de coceira.
● Púrpura:coloração vermelha da pele devido ao extravasamento de hemácias na derme.
Quando feita a digitopressão a coloração não se altera. (Ex: Petéquias, Equimoses e
Víbices);
● Telangiectasia: evidenciação dos vasos cutâneos através da pele, decorrente do seu
adelgaçamento. Mais comum em síndrome de hiperadrenocorticismo Cushing.
Coleções líquidas: Entre as coleções líquidas, incluem-se as lesões com conteúdo seroso,
sanguinolento ou purulento.
● Vesículas: Elevação circunscrita de até 1 cm de diâmetro, contendo líquido claro. Esse
conteúdo inicialmente claro (seroso) pode tornar-se turvo (purulento) ou avermelhado
(hemorrágico).
● Bolhas: elevação circunscrita maior que 1 cm de diâmetro, contendo líquido claro.
● Pústulas: elevações circunscritas que contém pus. Pode-se utilizar antibióticos para realizar
o tratamento.
● Cisto: formações elevadas ou não constituídas por um epitélio e contendo líquido ou
substância semi sólida.
● Abcessos: formação circunscrita encapsulada, com sinais de dor, de tamanho variável,
proeminente ou não, contendo líquido purulento na pele ou tecidos subjacentes. Há calor,
dor e flutuação. Indica infecção por perfuração ou via hematógena.
● Flegmão: aumento de volume de consistência flutuante, não encapsulado, de tamanho
variável, proeminente ou não, contendo líquido purulento na pele ou tecidos subjacentes.
Há calor e dor. Significado clínico: infecção por perfuração ou via hematógena.
● Hematoma: lesão circunscrita proveniente de derramamento sanguíneo em que o sangue
não retorna de maneira natural. O mais observado é o otohematoma, trauma causado
pela coceira em excesso.
Alterações e espessura.
● Hiperqueratose ou Queratose: Espessamento de pele decorrente do aumento da camada
córnea. A pele torna-se áspera, inelástica, dura e de coloração acinzentada. Denominada
leucoplasia quando ocorre em mucosas.
● Liquenificação ou lignificação: ocorrem devido a processos inflamatórios crônicos. É o
espessamento da pele decorrente do aumento da camada malpighiana com acentuação
dos sulcos cutâneos, dando à pele aspecto quadriculado ou de favos de mel.
● Edema: Aumento da espessura, depressível (sinal de Godet), sem alterações de coloração,
decorrente do extravasamento de plasma na derme e/ou hipoderme. Indica inflamação
aguda, irrigação linfática deficiente, hipoproteinemia ou cardiopatias.
● Esclerose: Aumento da consistência da pele, que se torna lardácea ou coriácea, não é
depressível, e o pregueamento é difícil ou impossível; pode apresentar-se hipo ou
hipercromia, decorrente de fibrose do colágeno.
● Cicatriz: aumento da espessura da pele, decorrente de uma reparação do processo
destrutivo que a pele passou. Associa-se a atrofia, fibrose e discromia.
Lesões particulares
● Corno: excrescência cutânea circunscrita e elevada, formada por queratina. É o grau
máximo de hiperqueratose
● Milium: pequeno cisto de queratina brancoamarelado na superfície da pele.
Diascopia ou Vitropressão: Feita com lâmina de vidro ou lupa. Exerce-se pressão sobre a lesão
que se quer investigar, a fim de provocar sua isquemia. Indicada para diferenciar eritema de
púrpura.
Luz de Wood: Emite radiação ultravioleta. O exame deve ser realizado em sala escura, para a
verificação de fluorescência, e a lâmpada deve ser ligada e aquecida durante 5 min antes do
exame propriamente dito. É empregada na diagnose das dermatofitoses. Nos casos de
dermatofitose provocada pelo Microsporum canis, a luz de Wood pode provocar a fluorescência
verde brilhante dos pelos acometidos por essa espécie fúngica, provocada por alguns pigmentos
existentes nas hifas.
É usada como triagem, pois é um processo que pode ter falha pois a fluorescência não estará
presente em todos os animais, uma vez que o agente que emite a fluorescência é somente o
microsporângio canis e existe a possibilidade de dar falso positivo pelo uso de produtos tópicos
no animal.
Tricograma: remove o pelame pela raiz e observa-se o ciclo biológico do pelo, suas alterações
fisiológicas e anatômicas. É o exame detalhado do bulbo, da haste, do telógeno e de todos os
pelos em anágeno.
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Sistema Auditivo
Sistema auditivo
Anamnese
Informações referentes a parte otológica
● Meneios de cabeça;
● Prurido (esfregar a cabeça contra o chão) = auto-traumatismos;
● Sensibilidade: pavilhão e região parotídea;
● Secreções aderidas próximo do meato acústico;
● Déficits auditivos;
Na semiologia do sistema auditivo deve haver uma íntima associação entre a anamnese do
aparelho auditivo e a anamnese dermatológica, visto que grande parte das afecções otológicas
tem como causa primária uma dermatopatia. Ex.Malassezia spp.; Staphylococcus spp.; ou
associações.
Inspeção direta: na inspeção direta devemos começar com o simples processo de observar e
analisar os seguintes aspectos:
● Observar o aspecto do ouvido
● Presença de secreções
● Presença de edema
● Presença de otohematoma
● Observação da simetria.
Palpação: cuidado com mordeduras, o animal está com dor e estará perto do rosto do
veterinário.
● Pavilhão: flexível e homogêneo;
● Palpação da região parotídea: observar a presença de abcessos;
● Palpação do cone cartilaginoso: observar a presença de otite média;
Inspeção Indireta:
Otoscopia - Contenção deve ser realizada física ou químicamente dependendo do animal. O
aparelho otoscópio veterinário possui um espéculo longo e luz halógena. O paciente pode ficar
em decúbito ou estação para o exame. Deve-se tracionar o pavilhão de modo dorsal para melhor
visualização.
Não deve realizar movimentos bruscos, o animal está assustado e com dor, sem falar que o
sistema auditivo é extremamente sensível. Durante o exame de otoscopia devemos observar:
● Porção inicial = aspecto liso e homogêneo;
● Presença de cerúmen normal = castanho-claro;
● Porção final = epitélio delgado = pouco cerúmen;
Variação do cerúmen
● Aumento de volume;
● Alteração de coloração = ocre ao marrom-escuro;
● Presença de parasitos = Otodectes spp;
● Verificação de pólipos e corpos estranhos;
● Talcos usados em lojas pet;
● Otites agudas - eritema;
● Otites crônicas - edemas, estenose de ducto;
Exame complementar
Radiografia
Indicado para ouvido médio, deve ser realizado em 3 posições:
● Dorso-ventral = trajeto do canal e bulhas timpânicas;
● Látero-lateral direito e esquerdo = bulhas timpânicas;
● Cavidade oral com 30-40 graus = bulhas;
Tomografia: É o exame de eleição para visualização de sistema auditivo, porém é um exame caro
e pouco acessível. O aparelho de tomografia realiza imagens com cortes transversais ao longo de
toda a estrutura auditiva, permitindo uma visualização de diâmetro e trajeto do conduto auditivo.
Além disso, é possível realizar a visualização de glândula parótida e nervo facial.
Nos casos de secreções liquefeitas = citologia; Coloca-se o material sob lâmina e realiza-se o
panótico, ocorre a visualização de cocos, bastonetes e leveduras.
Nos casos de cultura = swabs pelo espéculo. Deve-se evitar contaminação da entrada do conduto.
- Isolar o agente etiológico.
Histopatológico
Deve ser realizado em casos de suspeita de neoplasias. Exames na parte externa são mais fáceis
de se realizar, basta aplicar anestesia tópica e punçar;
No ouvido médio é um processo mais complicado, requer procedimento invasivo.
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Considerações
● A apostila pode conter erros de grafia, sendo assim, ao observá-los, entre em contato com
o instagram por favor.
● A apostila é para uso pessoal e é feita para auxiliar nos estudos e o valor da mesma é
apenas pelos conteúdos digitados.
● Nem todas as faculdades passam os mesmo conteúdos, podendo assim, faltar algo. Como
descrito anteriormente, a apostila é realizada para auxiliar nos estudos, sendo necessário
estudar o conteúdo dado em sua graduação também.