Editora Universitaria Unifae 28-06-2021 Livro Comercio Exterior Fundamentos e Organizacao
Editora Universitaria Unifae 28-06-2021 Livro Comercio Exterior Fundamentos e Organizacao
Editora Universitaria Unifae 28-06-2021 Livro Comercio Exterior Fundamentos e Organizacao
Comércio Exterior
Fundamentos e Organização
Prof. Luciel Henrique de Oliveira
O48c Oliveira, Luciel Henrique de
Comércio Exterior: fundamentos e organização / Luciel Henrique de
Oliveira – São João da Boa Vista: Editora Universitária UNIFAE,
2021.
178p. :il.
ISBN: 978-65-994557-1-1
Editora Científica
Profa Dra Laura Ferreira de Rezende Franco
Normalização Bibliográfica
Bibliotecária Daniela Cristina dos Santos - CRB-8 / 9859
Contatos
e-mail: luciel.oliveira@prof.fae.br
Site: http://bit.ly/profluciel
“Às mulheres da minha vida: Fernanda, Mariana e Lorena,
fontes de inspiração, perseverança, paciência e determinação”.
Agradecimentos
A Deus, por todas as dádivas que recebo na vida dando o melhor de mim para o mundo.
A Unifae e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Propeq) representada pela Profa. Dra. Laura
Ferreira Rezende Franco, pelo reconhecimento e oportunidade.
Ao Prof. Luiz Pascoal Martinez Belmonte, aos meus alunos e ex-alunos, que são a razão da organização deste livro.
A todos me veem melhor do que eu sou, e que me estimulam a melhorar sempre mais.
Prefácio
Quem conhece o Prof. Luciel sabe de sua dedicação à causa do ensino. Escrever um livro que contribua
para esta causa não é fácil. A utilidade de um livro depende muito da qualidade de interação do leitor com seu
autor. A linguagem simples, direta e motivadora deste livro faz parte da receita de sua utilidade. O livro que
você tem em mãos (ou seria aos olhos ?) é um mini compêndio dos tópicos mais abrangentes em Comércio
Exterior, elaborado com cuidado e zelo, que expressam um “saber-fazer” embasado na ciência, na arte, na ética
e na estética, direcionado às necessidades do estudante que inicia seus passos na área.
O escopo desta obra abrange a área com dimensões suficientes aos primeiros passos no assunto. O Co-
mércio Exterior possui um amplo campo de atuação, e nesta área o administrador pode trabalhar em indústrias,
comércio, em instituições financeiras, empresas de logística ou ocupar cargos públicos nas secretarias munici-
pais e estaduais, ministérios e órgãos federais. Os conceitos em linguagem simples, os casos ilustrativos e prin-
cipalmente os exercícios sugeridos neste livro dão ao leitor as condições necessárias para o início da aventura
no campo do comércio exterior. Nenhum livro se encerra em si mesmo. Que este sirva de estímulo para que
seus leitores o abracem para a jornada do conhecimento na área e desperte para as oportunidades de trabalho
neste campo de atuação profissional. Boa leitura.
Economista, com especialização em Engenharia de Produção pela POLI/USP, mestre em Marketing pela
University of Illinois e doutor em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia Administração e
Contabilidade da USP. Livre docente da FEA-USP e Fundador da Angrad (Associação Nacional dos Cursos de
Graduação em Administração).
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 10
1. CONCEITOS BÁSICOS .............................................................................................................. 12
1.1. Comércio interno x Comércio externo ..................................................................................... 13
1.2. Estruturas de Mercado .............................................................................................................. 13
Atividade Avaliativa #1 ................................................................................................................... 16
1.3. Marketing Internacional ........................................................................................................... 17
Atividade Avaliativa #2 ................................................................................................................... 23
2. ACORDOS E ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS............................................................... 24
2.1. GATT - Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio.................................................... 25
2.2. OMC - Organização Mundial de Comércio................................................................................ 28
2.2.1. Resolução de conflitos na Organização Mundial do Comércio............................................... 31
2.3. OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico................................ 37
3. INSTITUIÇÕES INTERVENIENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR NO BRASIL..................... 40
3.1. CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL – CMN..................................................................... 41
3.2. CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR – CAMEX................................................................. 41
3.3. SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR – SECEX............................................................ 42
3.4. BANCO CENTRAL DO BRASIL.............................................................................................. 43
3.5. CASA DA MOEDA DO BRASIL (CMB)................................................................................... 45
3.6. SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL – SRF....................................................................... 47
3.7. MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES (MRE) – ITAMARATY.................................. 49
3.7.1. Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex)............................... 50
Atividade Avaliativa #3..................................................................................................................... 53
4. CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS......................................................................... 54
5. A NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL - NCM........................................................... 61
Atividade Avaliativa #4..................................................................................................................... 65
5.1. MERCOSUL................................................................................................................................ 65
6. FORMAS CONTRATUAIS E MODALIDADES DE OPERAÇÃO................................................ 68
6.1. Câmara Internacional de Comércio............................................................................................ 69
6.2. Documentos Comerciais no COMEX......................................................................................... 70
6.3. Contratos internacionais............................................................................................................ 70
6.3.1. Contrato de Leasing................................................................................................................. 71
6.3.2. Contrato de Facturing (Faturização)........................................................................................ 72
6.3.3. Contrato de Franquia (Franchising)......................................................................................... 73
6.3.4. Contrato de joint venture......................................................................................................... 74
6.3.5. Contratos de representação...................................................................................................... 76
6.3.6. Contratos de Know-how........................................................................................................... 76
7. INCOTERMS - INTERNATIONAL COMMERCIAL TERMS....................................................... 79
Atividade Avaliativa #5..................................................................................................................... 91
8. SISCOMEX – SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR......................................... 94
8.1. Janela única do Comércio Exterior ........................................................................................ 99
8.2. Porto Sem Papel e Portal Único de Comércio Exterior............................................................... 100
8.3. Comex Stat................................................................................................................................. 100
Atividade Avaliativa #6.................................................................................................................... 101
9. IMPORTAÇÃO......................................................................................................................... 102
9.1. PROCESSO DE IMPORTAÇÃO.............................................................................................. 103
9.1.2. DECLARAÇÃO ÚNICA DE IMPORTAÇÃO (DUIMP)....................................................... 107
9.1.1. IMPORTAÇÃO POR PESSOAS FÍSICAS............................................................................. 111
9.1.3. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II)....................................................................................... 114
9.1.4. REGIME DE EX-TARIFÁRIO.............................................................................................. 117
9.1.5. REGIME ADUANEIRO DE DRAWBACK.......................................................................... 118
9.1.6. TRATAMENTO TRIBUTÁRIO DECORRENTE DE ACORDOS INTERNACIONAIS...... 121
9.1.7. DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO.................................................................. 125
9.1.8. ICMS NA IMPORTAÇÃO.................................................................................................... 128
9.1.9. INCENTIVOS FISCAIS PARA IMPORTAÇÃO................................................................... 133
9.1.10. ACORDOS E REGRAS DE ORIGEM................................................................................ 135
9.1.11. MÉTODOS PARA OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO....................................................... 137
10. EXPORTAÇÃO...................................................................................................................... 141
10.1. PROCESSO DE EXPORTAÇÃO.......................................................................................... 142
10.1.1. DECLARAÇÃO ÚNICA DE EXPORTAÇÃO (DU-E)....................................................... 143
10.1.2. MODALIDADES E TIPOS DE EXPORTAÇÃO................................................................ 144
10.1.3. LPCO - EXPORTAÇÃO..................................................................................................... 144
10.1.4. REGISTROS E DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIOS PARA EXPORTAÇÃO.................. 145
10.1.5. DESPACHO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO............................................................... 146
10.1.6. INCENTIVOS FISCAIS PARA EXPORTAÇÃO................................................................ 148
10.1.7. MÉTODOS PARA OPERAÇÕES DE EXPORTAÇÃO...................................................... 148
11. TERRITÓRIO ADUANEIRO.................................................................................................. 150
11.1. PORTOS SECOS OU ESTAÇÕES ADUANEIRAS DE INTERIOR...................................... 152
11.2. CIDADES GÊMEAS EM ÁREAS DE FRONTEIRA............................................................ 155
Atividade Avaliativa #7................................................................................................................ 159
12. IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO/EXPORTAÇÃO.............................................................. 160
13. COMÉRCIO EXTERIOR DE SERVIÇOS............................................................................... 165
14. REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 172
15. ANEXOS – INFORMAÇÕES DO COMEX BRASILEIROS.................................................... 175
INTRODUÇÃO
Quem está iniciando na área de COMEX deve ler bons livros, ver filmes e documentários de
qualidade que retratam os trabalhos na área e a profissão. Há diversas opções que mostram alguns
temas importantes para os profissionais como a interculturalidade, os negócios no âmbito global, a
questão política e às relações internacionais.
O filme “Babel” (2006) retrata a globalização e a humanidade em tempos atuais que está dividi-
da por barreiras como a comunicação, o dinheiro e a condição social. Para profissi-onais de Comércio
Exterior é importante assistir para que avaliem como alguns aconte-cimentos podem atingir diversas
partes do mundo. Destaca as relações internacionais e a conexão entre o mundo, mostrando como
apenas um acontecimento pode provocar alte-rações em diversas partes do mundo. Aborda aspectos
relacionados às relações interna-cionais e a interconexão entre acontecimentos mundiais.
Em “Diamante de Sangue” (2007) encontra-se um suspense, que se passa na guerra política en-
tre EUA e Alemanha, e acaba por abordar a história da exploração de povos africanos no processo que
deu origem ao Tratado de Kimberley, um processo de certifi-cação de origem de diamantes concebido
para evitar a compra e venda de diamantes de sangue, isto é, procedentes de áreas de conflito, guerras
civis e de abusos de direitos humanos.
Alguns filmes também mostram como a crise mundial afetou os negócios e a economia mundial.
Entre eles, destaca-se “A Grande virada” (2010) que conta a história de três executivos de uma empresa
afetada pelos efeitos da crise. Os personagens tentam se adaptar a diversas mudanças corporativas e ao
risco de demissões.
Já o documentário “Trabalho interno” (2010) investiga alguns fatos sobre a crise na in-dústria
financeira nos EUA, o boom imobiliário no país e os problemas financeiros que vieram à tona a partir
dos anos 2000 e culminaram na crise centre 2008 e 2009 que ocor-reu nos Estados Unidos. Relata sobre
a quebra de importantes bancos e a situação mais recente da economia norte-americana, que afetou o
mundo inteiro. Explica de modo ex-tremamente didático o motivo pelo qual o sistema financeiro dos
EUA não tinha como dar certo da forma que estava.
“A Dama de Ferro” (2012) trata da história de uma das mais respeitadas e controversas líderes
do mundo contemporâneo, Margaret Thatcher, através de suas memórias. Antes de se posicionar e
adquirir o status de verdadeira dama de ferro na mais alta esfera do poder britânico, teve que enfrentar
vários preconceitos na função de primeira-ministra do Reino Unido em um mundo até então dominado
por homens. Durante a recessão eco-nômica causada pela crise do petróleo no fim da década de 1970,
a líder política tomou medidas impopulares, visando a recuperação do país.
Além desses filmes, indico também o filme brasileiro “Mauá, o imperador e o rei” (1999), com
o elenco formado principalmente por Paulo Betti, Malu Mader, Othon Bastos, Anto-nio Pitanga, Ro-
drigo Penna. O filme mostra a infância, o enriquecimento e a falência de Irineu Evangelista de Souza
(1813-1889), o empreendedor gaúcho mais conhecido como Barão de Mauá, considerado o primeiro
grande empresário brasileiro, responsável por uma série de iniciativas modernizadoras para economia
nacional, ao longo do século XlX. Mauá, um vanguardista em sua época, arrojado em sua luta pela in-
dustrialização do Brasil, tanto era recebido com tapete vermelho, como chutado pela porta dos fundos
por D. Pedro II.
O período em que viveu o Barão de Mauá foi o momento das grandes transformações tecnoló-
gicas que foram acompanhadas de modificações nas relações econômicas, soci-ais e institucionais, pois
a tecnologia não se difunde no vácuo, carecendo assim de re-gimes jurídicos, motivação econômica e
condições político-institucionais. Isso é visto no filme, quando o mesmo tendo viajado á negócios para
Inglaterra, conheceu várias fábri-cas, traçando assim vários objetivos. Um deles foi o de solicitar sub-
sídios ao Governo Im-perial brasileiro, por conta da alta dos preços do café no mercado internacional.
Dentre outros feitos, fundou o Banco do Brasil (1851). Foi ele também que criou o primeiro maior em-
preendimento industrial do país, na área de produção de navios, porém foi bem curto o a duração, pois
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 10
com a proibição da entrada de navios fora do país, a empresa faliu.
No livro Comércio Exterior Brasileiro de José Lopes Vazquez é possível ter um panora-ma sobre
as operações do comércio internacional. É uma forma de estudar e reciclar os temas que englobam
a política brasileira de importação e exportação, a compra e venda em comércio exterior, os regimes
aduaneiros especiais, o câmbio, os financiamentos de exportação e importação, o Mercado Comum do
Sul (Mercosul), entre outros.
Outra obra muito relevante é “Comércio Exterior e Negociações Internacionais”, de Demétrio
Magnoli e Carlos Serapião Jr. Ele trata sobre questões importantes relacionadas à política externa e
formas de negociações internacionais. Há vários estudos de casos empresariais para análise.
Estudar Comex abre oportunidades de trabalho ao profissional da administração para atuar no
vasto mundo do comércio internacional. Para isso requer:
Como os países não conseguem produzir todos os produtos de que necessitam, especializam-se
nas atividades produtivas para os quais se encontram mais aptos, permutando os produtos entre si.
Este comércio internacional ou comércio exterior submete os produtores internos a um maior grau de
concorrência, reduzindo seu poder de mercado.
Os consumidores internos compram produtos mais baratos, tanto dos produtores externos quan-
to dos produtores nacionais que devem manter seus preços em níveis competitivos.
A política de comércio exterior de um país deve estar vinculada à sua política interna, no plano
econômico, social e legal.
• Variações no grau de mobilidade dos fatores de produção – fator trabalho (mão de obra); facilidade
de deslocamento; oposição, pelos outros países, de diversas restrições à entrada tanto de trabalha-
dores quanto de matérias primas e demais produtos;
• Natureza do mercado – o mercado interno apresenta maior unidade de idioma, costumes, gostos,
hábitos de comércio, o que facilita a economia de produção em larga escala.
• Existência de barreiras aduaneiras – os impostos cobrados nos outros países refletirão diretamente
nos preços de seus produtos, ocasionando perda de capacidade competitiva;
• Longas distâncias – despesas com transporte, o tempo gasto e os eventuais prejuízos aos produtos
transportados;
• Variações de ordem monetária – alterações das taxas cambiais são fatores de risco;
• Variações de ordem legal – diferenças de ordenamento jurídico em cada país;
Monopólio
• Existência de apenas uma empresa, dominando inteiramente a oferta do setor considerado;
• Inexistência de produtos capazes de substituir aqueles produzidos pela empresa monopolista;
• Inexistência de competidores imediatos – devido às barreiras existentes para o ingresso de outras empresas;
• Considerável influência sobre os preços e o regime de abastecimento do mercado;
• Dificilmente ocorrem à publicidade.
Oligopólio
• Número pequeno de empresas dominando o mercado;
• Produção de bens e serviços padronizados ou diferenciados;
• Controle sobre os preços pode ser amplo – acordos, conluios e práticas conspiratórias são facilitadas;
• Concorrência extra-preço é considerada como vital - a “guerra de preços” prejudica todas as empresas do setor;
• Ingresso de novas empresas geralmente é difícil.
Concorrência Monopolista
• Um grande número de empresas concorrentes;
• Condições de ingresso são relativamente fáceis;
• Algumas empresas possuem suas próprias patentes, capazes de diferenciação de seu produto –
criam um segmento próprio, dominando-o e mantendo-o para si.
3. Autoridade do negócio
Quanto mais a empresa expandir seu negócio internacionalmente, mais valor e credibilidade se-
rão agregados à marca. As empresas com marketing internacional sólido, que atuam em vários países,
conquistam uma reputação privilegiada no mundo todo, tornando-se referência em seu segmento.
CASO GOOGLE
O Google é uma empresa criativa e bem posicionada no mercado internacional, que sabe “pen-
sar globalmente e agir localmente”. A marca e seu logotipo passam por alterações para se adaptar às
culturas dos países ou regiões. Sua estratégia é adaptar-se à cultura do país, respeitando cada povo e
homenageando nas datas comemorativas, e assim o Google mantém a prática de modificar seu logo-
tipo, chamado “doodle” (em inglês, um rabisco, ou desenho rabiscado casualmente), para comemorar
datas importantes. Alterar o logotipo da empresa não é algo comum no mundo corporativo, mas, para
o Google, isso virou tradição, e uma forma de se aproximar mais de seu público.
Desde 1998, ano que foi fundada por Larry Page e Sergey Brin, a empresa publica versões
modificadas do logotipo para comemorar datas especiais. As datas vão do Ano Novo às Olimpíadas,
passando pelo aniversário de cientistas e artistas ilustres. Os doodles substituem o logotipo oficial da
empresa no seu serviço de buscas. Clicar num doodle inicia uma busca pelo assunto a que ele se refere.
Isso tende a gerar bastante tráfego para sites que possuem relação com o tema.
CASO BIC
A marca BIC é encontrada em praticamente todo o mundo. No Brasil lembramos da BIC como
marca de canetas, lápis, barbeadores e isqueiros. Em todos os países que atua, a empresa acaba sendo
entendida como uma marca local, ou ninguém sequer questiona de onde é a marca, que está perfeita-
mente integrada à cultura de cada país.
No entanto, a BIC é uma marca francesa, com fábricas em vários países, inclusive no Brasil –
fábrica em Manaus, no Rio de Janeiro (Pimaco, itens de palelaria) e sede administrativa em Cajamar/SP.
A história desta marca famosa e popular marca tem sua origem em 1945, quando Marcel Bich,
um ex-gerente de produção de uma fábrica de tintas, comprou uma fábrica nos arredores de Paris e em
sociedade com Edouard Bouffard começou a produzir peças para canetas-tinteiro e lapiseiras. A dupla
fabricava inicialmente para terceiros, entre eles a famosa marca francesa Waterman. À medida que o
negócio de peças para instrumentos de escrita começou a crescer, o desenvolvimento da esferográfica
avançava, tanto na Europa como nos Estados Unidos, e Marcel viu o enorme potencial desse novo ins-
trumento de escrita².
² Fonte: http://mundodasmarcas.blogspot.com
CASO CHINA-IN-BOX
A história da rede China in Box começa com uma oportunidade percebida pelo seu fundador, o
dentista Robinson Shiba, durante uma viagem com amigos aos Estados Unidos em 1986. Ele percebeu
a alta demanda por comidas chinesas por parte dos consumidores, que, cada vez mais atarefados e com
menos tempo, acostumaram-se a comer em pequenas caixas nas ruas, principalmente na costa Oeste
do país. Nesse mercado, começaram a atuar diversas empresas de delivery de culinária oriental. Junto
com uma caixinha, ele trouxe a idéia para o Brasil, vendo oportunidade no negócio ao apostar na co-
mida chinesa como uma alternativa à pizza, único produto de delivery disponível na época³.
Para desenvolver outras partes do projeto, procurou amigos para parcerias: um amigo designer
criou o logotipo e as embalagens, um outro, arquiteto fez os projetos para as obras, outro que traba-
lhava em uma gráfica imprimiu os folhetos, e um amigo cozinheiro chefiou a cozinha. No dia 8 de
outubro de 1992, inaugurou a primeira loja no bairro de Moema, em São Paulo. O serviço, então, era
exclusivamente de entregas. Mas ainda havia um problema: como incentivar os consumidores paulis-
tas a consumirem aquela culinária tão diferente? Naquela época havia o senso comum de que comida
oriental não tinha um aspecto saudável, com fama de restaurantes e cozinhas sujas e alimentos de
má qualidade. Para evitar esse olhar, desde sua primeira unidade o China in Box adota um design em
suas lojas que deixam suas cozinhas visíveis do lado de fora. Há ainda o cuidado com o cardápio, com
informações e fotos atrativas. Até então, eram comuns cardápios simples de pizzaria, sem imagens e
pouco conteúdo. A rede de culinária chinesa criou cardápios bem produzidos, onde colocava imagens
de seus produtos, até mesmo de sua cozinha e destaques de promoções. Cerca de 100 mil folhetos eram
distribuídos em cada região onde uma unidade era aberta para efeito de divulgação.
O diferencial do China in Box foi o que o destacou dos outros restaurantes chineses em São
Paulo. Além de ter se especializado apenas no serviço de entrega em domicílio (Delivery), trouxe dos
Estados Unidos a embalagem de box de papel, ao invés de utilizar as marmitas; foi o primeiro restau-
rante a colocar vidros na cozinha para que os clientes pudessem observar a preparação dos alimentos e
a limpeza; desenvolveu um folheto que utilizasse 4 cores e fotografias; inventou, junto com um moto-
queiro que trabalhava com ele, uma capa com a logomarca para as caixas de isopor que transportavam
a comida. Atualmente o China in Box, maior rede de delivery de comida chinesa da América Latina,
possui mais de 130 unidades (13 das quais próprias) em 22 estados brasileiros. Somente no estado de
São Paulo, maior mercado da rede, são 63 lojas.
³ https://www.suafranquia.com/historias/china-in-box
Referências
DE RESENDE MELO, Pedro Lucas; ANDREASSI, Tales; OLIVEIRA JR, Moacir Miranda. Fusão e in-
ternacionaliza-ção de franquias brasileiras: O caso Trendfoods e China in Box. INGEPRO – Inovação,
Gestão e Produção. Set. 2010, vol. 02, n. 09
GATT
General Agreement on Tariffs and Trade
Após a Segunda Guerra Mundial, vários países decidiram regular as relações econômicas inter-
nacionais, não só com o objetivo de melhorar a qualidade, mas também por entenderem que os proble-
mas econômicos influíam seriamente nas relações entre os Governos. Para regular aspectos financeiros
e monetários, foram criados o BIRD (Banco Mundial) e o FMI, e no âmbito comercial, foi discutida a
criação da Organização Mundial do Comércio ‒ OMC, que funcionaria como uma agência especializa-
da das Nações Unidas.
Em 1947, visando impulsionar a liberalização comercial, combater práticas protecionistas adota-
das desde a década de 1930, 23 países, posteriormente denominados fundadores, iniciaram negociações
tarifárias na Rodada Genebra. Essa primeira rodada de negociações resultou em 45 000 concessões e o
conjunto de normas e concessões tarifárias estabelecido passou a ser denominado Acordo Geral sobre
Tarifas e Comércio - GATT. Esse acordo seria temporário, até a criação da OMC ‒ Organização Mun-
dial de Comércio.
Os membros fundadores do GATT, juntamente com outros países, formaram um grupo que ela-
borou o projeto de criação da OMC, sendo os Estados Unidos um dos países mais atuantes no convenci-
mento da ideia do liberalismo comercial regulamentado em bases multilaterais. O fórum de discussões,
que se estendeu de novembro de 1947 a março de 1948, ocorreu em Havana, Cuba, e culminou com
a assinatura da Carta de Havana, na qual constava a criação da OMC. O projeto de criação da OMC
era ambicioso pois, além de estabelecer disciplinas para o comércio de bens, continha normas sobre
emprego, práticas comerciais restritivas, investimentos estrangeiros e serviços.
Apesar do papel preponderante desempenhado pelos Estados Unidos nestas negociações, ques-
tões políticas internas levaram o país a anunciar, em 1950, o não encaminhamento do projeto ao
Congresso para sua ratificação. Sem a participação dos Estados Unidos, a criação da Organização In-
ternacional do Comércio fracassou. Assim, o GATT, um acordo criado para regular provisoriamente as
relações comerciais internacionais, foi o instrumento que, de fato, regulamentou por mais de 40 anos
as relações comerciais entre os países.
• Sede em Genebra, até sua substituição pela OMC (Organização Mundial do Comércio), em 1995,
dividindo-se em órgãos intercomunicáveis, sendo os principais o Secretariado, o Conselho de Re-
presentantes e uma Assembléia anual.
• GATT 🡺 resultado do fracasso das conversações entre os países para formar a Organização Mun-
dial do Comércio (a OMC, que surgiria só em 1995).
• Fracasso creditado aos Estados Unidos, cujos líderes não tinham interesse em criar um instituto
que inibisse de algum modo o enorme e importante fluxo comercial internacional que ajudava a
economia norte-americana a obter resultados positivos constantes
• A OMC deveria ser o terceiro pilar da administração da economia e comércio mundiais, funcionando
em conjunto com o FMI e o Banco Mundial
• 1º acordo: em 1947, em Genebra, no âmbito da reunião das Nações Unidas por um total de 23 paí-
ses, entre eles o Brasil, que foi também um dos membros fundadores do acordo.
• GATT: Tratado assinado em 30/10/1947, e previa ser um fórum internacional de negociações mul-
tilaterais, encorajando o livre comércio e regulamentando a redução de tarifas, oferecendo aos
participantes um mecanismo único de solução de conflitos.
• Foram ocorrendo outras séries periódicas de acordos para uniformizar as normas do comércio in-
ternacional, séries estas que receberiam o nome de “rodadas”.
PRINCÍPIOS DO GATT
• Não discriminação: proibição de discriminação de países no comércio internacional
• Nação mais favorecida: cada país signatário tem o direito de receber o mesmo tratamento (mais
favorecido) dispensado aos outros países
• Tratamento nacional: produtos importados devem receber o MESMO tratamento dispensado a produtos nacionais.
• Transparência: barreiras protecionistas impostas pelos países devem ser divulgadas, compreensíveis e claras.
• Concorrência leal: coíbe ou procura impedir o dumping e a concessão de subsídios.
• Dumping: prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país venderem seus pro-
dutos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro.
• Base estável para o Comércio: Maior segurança para os países investidores
• Proibições de restrições quantitativas a importações: proíbe limitar a quantidade que ingressará no
país de determinado produto.
• Tratamento especial para países em Desenvolvimento: obriga países desenvolvidos a prestarem
tratamento mais favorável e assistência aos países menos desenvolvidos ou em desenvolvimento.
GATT OMC
Acordo geral sobre tarifas e Organização Mundial do Comércio
comércio
Anos de Criação 1947 1996
Objetivos da OMC
a) Negociar a redução ou eliminação de barreiras comerciais, como as tarifas comerciais;
b) gerir a regras de conduta do comércio, como subsídios;
c) administrar os bens e serviços gerados pela atividade comercial, como a propriedade inte-
lectual;
d) acompanhar a revisão das políticas comerciais dos estados-membros;
e) atuar para o desenvolvimento dos estados-membros;
f) aplicar pesquisas comerciais e divulgar os dados como forma de apoio aos países integrantes
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticava a OMC, que considerava que ta-
rifas americanas contra produtos chineses estavam em desacordo com a legislação internacional.
“A OMC é horrível. Eles tratam a China como um país em desenvolvimento e, com isso, ela
recebe vários benefícios”,
- Donald Trump, 15/09/20.
“Consertando, não afundando, a OMC” - “A OMC, como todas as outras instituições, tem suas
deficiências. Mas as principais objeções não podem ser tratadas pela própria OMC. A tarefa da OMC
é estabelecer regras básicas para o comércio internacional; não foi projetada para perseguir outros
objetivos sociais. Portanto, o problema não é realmente com a OMC, mas com a falta de instituições
igualmente poderosas e eficazes dedicadas a esses outros objetivos sociais. Na verdade, o problema
mais fundamental da atual ordem global é que a produção de bens privados tem precedência sobre o
desenvolvimento social - ou seja, o fornecimento de bens públicos. Não apenas a OMC não foi proje-
tada para tratar de proteção ambiental, segurança alimentar, direitos humanos e direitos trabalhistas,
mas seu modus operandi é inadequado para o fornecimento de bens públicos.
A força da OMC está em seu mecanismo de aplicação, que os Estados estão dispostos a aceitar porque
desejam os benefícios do comércio. Eles não irão, entretanto, aceitar isso em outras áreas.’
- George Soros, 50º aniversário do sistema comercial multilateral, Genebra (1998).
As disputas surgem quando um país adota uma medida de política comercial ou faz algo que
um ou mais membros da OMC considerem que viole os acordos da própria organização. Somente estão
aptos a participar do sistema de disputas os países membros da OMC, seja como parte ou como terceiro
interessado. Sendo assim, é inviável que agentes não governamentais sejam partes nas disputas.
O sistema adotado pelo ESC não visa estimular a litigiosidade e por isso as soluções mutuamen-
te consentidas pelas partes são preferíveis, desde que não contrariem nenhum acordo firmado entre os
membros da OMC
Uma vez estabelecido o Painel, ele tem o prazo de seis meses para apresentar o relatório final.
Antes disso, deve se reunir com as partes para fixar os prazos que serão adotados. Também deve en-
tregar às partes um relatório preliminar, depois da apreciação da petição inicial e da contestação.
3. Corpo de Apelação (Appellate Body) - É estabelecido pelo OSC e tem a função de ouvir
apelações das decisões dos painéis. É composto por sete membros, dos quais três são escolhi-
das para analisar um caso individual. A escolha dos membros é feita em um sistema de rota-
ção estabelecido nos procedimentos do corpo de apelação. Têm um mandato de quatro anos,
sendo possível cada membro ser renomeado apenas uma vez. Os membros escolhidos devem
ser pessoas de reconhecida autoridade, possuir grande experiência em direito, comércio inter-
nacional e outras matérias abordadas pela organização. Elas também não devem ser afiliadas
a qualquer governo, não devem participar ou levar em consideração qualquer tipo de disputa
que possa criar um conflito de interesses.
4. Implementação da decisão - Após a decisão, o país que realizou a conduta incorreta de-
ve imediatamente modificá-la e, caso continue a quebrar o acordo, deve oferecer uma compen-
sação ou sofrer uma penalidade. Mesmo depois de terminado o caso, existe algo mais a ser fei-
to além das sanções comerciais impostas.
No caso do país que é alvo das reclamações perder, ele deve seguir as recomendações do painel
e do corpo de apelação. Para isso, ele deve demonstrar suas intenções para o OSC em 30 dias da data
da adoção dos relatórios. Se a obediência das determinações se provar impraticável, será concedido um
“tempo razoável” para tal e, caso isso falhe, o país perdedor deverá entrar em negociação com o vence-
dor para a determinação conjunta de uma forma de compensação. Em princípio, as sanções devem ser
impostas ao mesmo setor da disputa, mas caso isso não seja prático ou eficiente, as sanções podem ser
impostas em setores diferentes do mesmo acordo.
Considerando a grande assimetria de poder econômico e de mercado consumidor entre os Es-
tados-membros da OMC, e considerações externas de política internacional, o sistema de retaliações
baseado no Procedimento comum de Solução de Controvérsias vem enfrentando duras críticas, sendo
alvo de propostas de reforma.
5 JORDÃO, Guilherme Felipe; FILPI, Isadora Moura; ZAMBON, Thaiane Canal. O caso Bombardier e Embraer: os passos para uma solução integrativa. Frontei-
ra: revista de iniciação científica em Relações Internacionais, v. 17, n. 34, p. 187-203, 2018.
6 OLIVEIRA, Ivan Tiago Machado. A atuação do Brasil no sistema de solução de controvérsias da OMC: o caso do contencioso do algodão contra os EUA. Boletim
de Economia e Política Internacional. IPEA. 2010.
Depois de ler o(s) artigo(s) encontrado(s) sobre o caso escolhido, pode-se também fazer mais
pesquisas em sites não acadêmicos.
Elaborar o trabalho em forma de uma apresentação em powerpoint, deixando bem claro o que
foi encontrado (fatos), os argumentos dos autores em que seu trabalho se baseou, e as suas próprias
considerações e conclusões quanto aos resultados e desdobramentos do caso escolhido. Citar todas as
fontes de pesquisa utilizadas.
A Organização Mundial do Comércio afirmou que as barreiras criadas pelo governo de Donald
Trump contra produtos chineses violam as regras internacionais e precisam ser retiradas. Trata-se da
primeira condenação da OMC contra a ofensiva protecionista da Casa Branca e que atingiu US$ 200
bilhões em exportações chinesas. Mas, sem um tribunal de apelação diante do desmonte do mecanismo
por parte do governo dos EUA, dificilmente a condenação conseguirá ser implementada.
Ao longo dos últimos anos, Trump ameaçou deixar a OMC em diversas ocasiões. Mas acabou
optando por esvaziar os poderes da entidade, principalmente de seu tribunal máximo. Em abril de 2018,
a China abriu uma queixa na OMC com os Estados Unidos, que impuseram uma alta de taxas de im-
portação de 25% sobre um primeiro conjunto de produtos chineses em junho de 2018 e 10% sobre um
segundo conjunto de produtos em setembro de 2018.
Os dois lados não conseguiram resolver suas diferenças nas consultas, o que levou a China a
solicitar a criação de um painel para rever suas reivindicações. Os Estados Unidos tentaram resolver a
disputa de forma bilateral e alegava que as taxas eram uma retaliação contra Pequim por apropriação
indevida de tecnologia, propriedade intelectual e segredos comerciais dos EUA. Apesar da negociação
paralela, a OMC estimou que não tinha motivo para não avaliar o caso.
O governo americano sequer contestou a alegação de que suas medidas eram ilegais. Os EUA
não haviam fornecido uma explicação demonstrando que tais tarifas adicionais eram necessárias para
proteger “a moral pública dos EUA.”
https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2020/09/15/omc-condena-barreiras-de-trump-contra-a-china.htm
A OCDE (OECD, em inglês), que é um órgão internacional composto por 37 países que se dedi-
cam à pesquisa e a estudos para melhorar políticas públicas em áreas como economia, trabalho, ciência
e tecnologia, educação, meio ambiente e comércio.
A OCDE atua como um “think tank” global dedicado à pesquisa e estudos para o aconselhamen-
to a respeito de políticas públicas nas mais diversas áreas, e à troca de experiências entre países mem-
Exemplos
Internacionais: Brookings Institution (Washington), Bruegel (Bélgica), Chatham House (Lon-
dres), RAND Corporation (Santa Mônica, Califórnia), Transparency International (Berlim), Amnesty
International (Londres), Japan Institute of International Affairs (JIIA- Japão), Jigsaw LLC (incubadora
de tecnologia criada pelo Google, Nova York).
No Brasil: Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação FHC (antigo Instituto FHC), do Centro
Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CE-
BRAP).
1) Navegue no site On Think Tanks, uma plataforma de ideias e iniciativas de apoio para Think
Tanks do mundo todo (https://onthinktanks.org).
2) Assista, no site da FGV, World-renowned Think Tank, vídeo que explica da importância da
Fundação como Think Tank (procure no You tube por “FGV World-renowned Think Tank”)
3) Leia, no site do Instituto Millenium, O Que Significa Um Think Tank No Brasil De Hoje.
4) Assista ao TED “The era of open innovation”, de Charles Leadbeater, consultor de inovação e
pesquisador do Think Tank Demos, em Londres. Ele defende que inovação não é mais algo que venha
de profissionais, e sim, de amadores apaixonados que usam novas ferramentas e são capazes de criar
produtos e paradigmas que empresas não podem.
5) Conheça o programa Think Tanks and Civil Societies Program (TTCSP) - University of Pen-
nsylvania (https://www.gotothinktank.com).
http://www.camex.gov.br
https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/camex
Objetivos da CAMEX
• formular as políticas e coordenar as atividades relativas ao comércio exterior de bens e servi-
ços, bem como avaliar a repercussão das políticas econômicas sobre o comércio exterior
• serve de instrumento de diálogo e articulação junto ao setor produtivo.
Competência da CAMEX
Objetivos do BACEN:
• zelar pela adequada liquidez da economia;
• manter as reservas internacionais do País em nível adequado;
• estimular a formação de poupança em níveis adequados;
• zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do Sistema Financeiro Na-
cional
a) Atuar como o “banco dos bancos”, ou “banco de última instância” – O Banco Central provê
empréstimos exclusivos aos membros do sistema fi nanceiro a fi m de regular a liquidez ou mesmo evitar
falências que poderiam causar uma reação em cadeia de falências bancárias. Ele também mantém os
depósitos compulsórios dos bancos comerciais, regulando assim a multiplicação da moeda escritural
no mercado (é como se todos os bancos e demais instituições fi nanceiras fossem “clientes” do Banco
Central).
b) Banqueiro do governo – O BACEN é o principal agente fi nanceiro do governo, e também
o depositário do Tesouro Nacional, além de representar o governo perante as instituições fi nanceiras
internacionais;
c) Emissor de moeda – É o BACEN quem emite moeda metálica e papel–moeda em todo o país,
em quantidade a ser defi nida e autorizada pelo Conselho Monetário Nacional;
d) Executor das políticas monetária e cambial – Com esta função, o Banco Central insere ou
retira moeda do mercado, regula as taxas de juros, e controla a quantidade de moeda estrangeira em
circulação no país. Essas operações são conhecidas como open Market, ou “operações de mercado aber-
to” e consistem principalmente na compra e venda de títulos públicos ou de moeda estrangeira;
e) Gestor cambial – O BACEN é o responsável pelas reservas cambiais do país em ouro e em
moeda estrangeira, sendo que a principal delas, por enquanto, ainda é o dólar americano;
f) Supervisor do sistema fi nanceiro – É o Banco Central quem monitora o sistema fi nanceiro
nacional e sua movimentação diária, além de autorizar o funcionamento das instituições fi nanceiras
nacionais e estrangeiras no Brasil, bem como exercer a fi scalização das mesmas.
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 43
É de competência exclusiva do Banco Central do Brasil:
• Emitir a moeda;
• Executar serviços de meio circulante;
• Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais;
• Realizar operações de redesconto e empréstimos de assistência à liquidez às instituições
financeiras;
• Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;[8]
• Autorizar o funcionamento das instituições financeiras, bem como exercer a supervisão,
fiscalização, e intervenção das mesmas;
• Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no Brasil.
Também compete ao Banco Central cuidar da Política Monetária, por meio do controle
da expansão da moeda e do crédito, e exercer controle sobre a taxa de juros, utilizando-se dos
instrumentos:
• Operações de mercado aberto – maior versatilidade em acomodar as variações diárias da
liquidez;
• Reservas compulsórias – influenciar a disponibilidade das reservas bancárias e controlar
a expansão dos agregados monetários;
• Assistência financeira de liquidez – determina o custo no não cumprimento dessas exigi-
bilidades compulsórias, influenciando a atuação dos agentes financeiros.
O Banco Central também exerce o controle das Operações de Crédito, atuando no con-
tingenciamento do crédito ao setor público; divulgando as decisões do CMN; baixando normas
complementares; e executando o controle e a fiscalização a respeito das operações de crédito.
A Casa da Moeda do Brasil possui os mais elevados padrões de qualidade no que se refere à
geração de projetos artísticos e à produção de matrizes por meio de modernos sistemas informatizados,
que operam em regime de fluxo contínuo e automatizado de trabalho.
A excelência de seus padrões de tecnologia, segurança e qualidade lhe assegura o fornecimen-
to de soluções de segurança com tecnologia de ponta, que atendem a diversos segmentos, tais como:
meios de pagamento, controle fiscal, postal, autenticidade e rastreamento, identificação, transporte,
educação, telecomunicação, metalúrgico e laboratorial, dentre outros. No site da Casa da Moeda en-
contra-se o catálogo comercial, com a relação de todos os produtos.
https://bit.ly/3nI1EVY
Combate ao contrabando
A RF exerce esse papel através de suas repartições aduaneiras, distribuídas por todo o
território nacional, abrangendo uma área de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com a fi-
nalidade de proteger a sociedade ao executar a vigilância aduaneira e promover a repressão ao
contrabando, ao descaminho, à pirataria, ao tráfico ilícito de drogas, ao tráfico internacional de
arma de fogo, ao tráfico de animais e a outros atos ilícitos relacionados ao Comércio Interna-
cional.
Entre os trabalhos realizados no combate ao contrabando e ao descaminho existe a Ope-
ração Fronteira Blindada, ação permanente, inserida no Programa de Proteção Integrada de
Fronteiras do Governo Federal.
Muitas ações de combate ao contrabando e descaminho são realizadas de forma conjunta com
outras instituições como:
• Polícias;
• Secretarias das Fazendas dos Estados;
• Forças armadas;
• Agências Fiscalizadoras;
• Ministério Público; e
• Poder Judiciário.
http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), também conhecido como Itamaraty, é um
órgão do Poder Executivo, responsável pelo assessoramento do Presidente da República na formulação,
no desempenho e no acompanhamento das relações do Brasil com outros países e organismos interna-
cionais.
A atuação do Itamaraty cobre as vertentes política, comercial, econômica, financeira, cultural e
consular das relações externas, áreas nas quais exerce as tarefas clássicas da diplomacia: representar,
informar e negociar
O MRE é o executor da política de comércio exterior, e auxilia o Presidente da República na
formulação da política externa, a assegurar sua execução e manter relações com Estados estrangeiros.
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 49
As áreas de competência do Ministério das Relações Exteriores são:
a) política internacional;
b) relações diplomáticas e serviços consulares;
c) participação nas negociações comerciais, econômicas, técnicas e culturais com governos e
entidades estrangeiras;
d) programas de cooperação internacional; e
e) apoio a delegações, comitivas e representações brasileiras em agências e organismos interna-
cionais e multilaterais.
A integração entre MRE e órgãos públicos e privados se mostra de fundamental importância.
A execução de uma determinada política pública não pode ser viabilizada enquanto todos os respon-
sáveis por ela não agirem harmonicamente, cooperando entre si. Isso se mostra evidente no trabalho
diplomático que o Itamaraty tem de exercer – se este não possui uma postura nacional bem defi nida,
com perspectivas futuras, corre o risco de adotar posturas incoerentes no longo prazo frente aos outros
países. Atendendo a essa demanda, o Itamaraty é conhecido pela sua integridade em negociações e
acordos internacionais, fator fundamental para que funcione como um interlocutor de seus parceiros,
de forma a consolidar uma política externa regular.
A promoção comercial é uma área de atuação fundamental do MRE, tendo em vista a abertura
de mercados e a globalização. Há o estímulo à exportação de produtos e serviços brasileiros, dissemi-
nando oportunidades aos empresários que não têm experiência na área, favorecendo a participação de
diversos setores econômicos na balança comercial.
O apoio é oferecido, sobretudo, a pequenas e médias empresas, que não têm experiência e even-
tualmente o capital necessário para atuar internacionalmente. O Itamaraty trabalha com entidades
como o SEBRAE, o que permite a ajuda a diversos potenciais benefi ciários. Além disso, há instrumen-
tos criados pelo MRE especifi camente para a área de promoção comercial, como o SIPRI – Sistema
de Promoção de Investimento e Transferência de Tecnologia para Empresas. Esse sistema articula as
missões brasileiras no exterior que objetivam a expansão das exportações brasileiras e da cooperação
tecnológica entre os países. O SIPRI divulga no Brasil e no exterior diversas oportunidades de atração
de capital e de tecnologia que possam benefi ciar empresas nacionais.
htt ps://portal.apexbrasil.com.br
htt ps://investinbrasil.com.br
8 Serviços sociais autônomos» são todos aqueles instituídos por lei, com personalidade de Direto Privado, para ministrar assistência ou ensino a certas categorias
sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, sendo mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais (especiais). São entes paraestatais,
de cooperação com o Poder Público, com administração e patrimônio próprios, revestindo a forma de instituições particulares convencionais (fundações, sociedades
civis ou associações) ou peculiares ao desempenho de suas incumbências estatutárias. São exemplos desses entes os diversos serviços sociais da indústria e do
comércio (SENAI, SENAC, SESC, SESI), com estrutura e organização especiais. Apesar de serem oficializadas pelo Estado, essas instituições, não integram a
Administração direta nem a indireta, trabalhando ao lado do Estado, sob seu amparo, cooperando nos setores, atividades e serviços que lhes são atribuídos,
por considerados de interesse específico de determinados beneficiários. Por isso recebem oficialização do Poder Público e autorização legal para arrecadarem e
utilizarem na sua manutenção contribuições parafiscais, quando não são subsidiadas diretamente por recursos orçamentários da entidade que as criou.
Dentre os diversos produtos e serviços da Apex-Brasil, merecem destaque aqueles que traba-
lham com a Inteligência de Mercado - uma estratégia de marketing que consiste na coleta de dados e
informações para obter insights, identificar oportunidades e prevenir riscos:
• Estudos de Oportunidades de Mercados: apresentam informações de desempenho econômico,
ambiente de negócios, característica do mercado, comércio, produção, consumo, concorrência, re-
gulações, barreiras tarifárias e não tarifárias e principais oportunidades para exportação dos setores
brasileiros.
• Mapa Estratégico de Mercados e Oportunidades Comerciais para as Exportações Brasileiras:
apoio às empresas brasileiras no mapeamento de mercados prioritários e na diversificação de des-
tinos e de produtos exportados. São consideradas a demanda do país, a oferta brasileira e a perfor-
mance dos países concorrentes.
• Priorização de Mercados: identificação dos mercados internacionais que oferecem as melhores
oportunidades para os setores apoiados pela Apex-Brasil. As conclusões da priorização são obtidas
por meio de metodologia que engloba análise quantitativa (dados de fluxos de comércio, macroeco-
nomia, análise da concorrência e setoriais) e qualitativa, que refletem a percepção de empresários
e especialistas, inclusive a de profissionais dos Setores de Promoção Comercial das representações
diplomáticas do Brasil no exterior.
• Mapa de Investimentos Estrangeiros Diretos Bilaterais: panorama que detalha a situação dos
ativos, dos estoques e dos fluxos bilaterais de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) entre o
Brasil e outros países/regiões. Nesses estudos são apresentadas informações relativas a projetos e
valores decorrentes de operações de investimento de empresas estrangeiras no Brasil e brasileiras
no exterior.
• Perfil Exportador dos Estados Brasileiros: ao analisar a pauta exportadora dos Estados, esses
estudos apontam os mercados externos que oferecem as melhores chances para a comercialização
dos produtos estaduais. Visam apoiar o processo decisório dos exportadores do Estado em análise,
auxiliando-os na escolha dos mercados com maior potencial para o destino de seus produtos. Indi-
cam ainda setores locais que podem atrair investimentos estrangeiros diretos.
• Guia de Investimentos: publicação que apresenta as principais razões para se investir na econo-
mia brasileira, setores com melhores oportunidades de investimentos, estrutura regulatória e legal
para os investimentos no país e o passo a passo para o estabelecimento de negócios no Brasil.
• Estudo de Acesso a Mercado: estudo sobre as condições de acesso a mercados para produtos
brasileiros, com foco em temas regulatórios, tarifários, não tarifários e de padrões privados.
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 52
Atividade Avaliativa #3
Escolher uma das instituições intervenientes no comércio exterior brasileiro, visitar seu site
oficial, e elaborar uma apresentação de no máximo cinco minutos (em power point), destacando as
principais ações da instituição no que diz respeito ao Comércio Exterior brasileiro. Sua pesquisa não
deve limitar-se apenas ao site da instituição escolhida, devem considerar também jornais, revistas e
sites relacionados ao setor. Citar todas as fontes de pesquisa utilizadas.
Trata-se da atribuição de um código a uma determinada mercadoria para que seja aplicada a
ela a tributação correta, além de facilitar a sua assimilação. É o processo de determinação do código
numérico representativo da mercadoria, obedecendo-se aos critérios estabelecidos. A definição da clas-
sificação fiscal correta é muito importante, uma vez que ela indicará as alíquotas de impostos a serem
pagos e o tratamento administrativo, bem como auxiliará no controle estatístico das importações por
parte do Governo.
Como parte do Mercosul, o Brasil utiliza a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). A NCM
tem por base os critérios estabelecidos pelo Sistema Harmonizado, desenvolvido pela Organização
Mundial das Aduanas (OMA9).
O Sistema Harmonizado (SH) é o sistema de designação e codificação de mercadorias para uso
na formulação das estatísticas de comércio exterior, nas negociações de preferências tarifárias e para
uso aduaneiro.
As mercadorias são classificadas de acordo com um ordenamento lógico, em ordem crescente
de “sofisticação” ou participação humana na criação do bem. Por esse motivo, o primeiro capítulo é o
de animais vivos e o último, obras de arte.
9 A Organização Mundial de Aduanas (OMA) é a única organização internacional intergovernamental que trata de procedimentos aduaneiros concernentes ao comércio entre os
países. Sua missão é melhorar a eficácia e a eficiência das Aduanas em suas atividades de recolhimento de receitas, proteção ao consumidor, defesa do meio ambiente, combate
ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro, entre tantas outras. É uma organização dinâmica, com projetos de destaque para a modernização aduaneira e respeitada no cenário
mundial. Site oficial: http://www.wcoomd.org
Os países ou territórios que a adotam costumam ter por objetivo aumentar a sua
eficiência econômica e estabelecer laços políticos e culturais mais estreitos entre si.
Usada numa união aduaneira, em uma área de livre comércio com uma
tarifa externa comum.
As NESH não fazem parte integrante da Convenção do Sistema Harmonizado, mas são a interpretação
oficial do Sistema Harmonizado em nível internacional e são um complemento indispensável ao Sis-
tema. Fornecem um comentário sobre o escopo de cada posição, fornecendo uma lista dos principais
produtos incluídos e excluídos, além de descrições técnicas dos produtos em questão (aparência, pro-
priedades, método de produção e usos) e orientações práticas para sua identificação. Quando apropria-
do, as notas explicativas também esclarecem o escopo de determinadas subposições
As atuais NESH podem ser consultadas no link a seguir. A última atualização traz algumas me-
lhorias as quais facilitam a interpretação do texto legal do SH tanto por parte da própria administração
aduaneira quanto por parte de importadores, exportadores e fabricantes nacionais
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/classificacao-fiscal-de-mercadorias/nesh-in-1788-2018.pdf
O código NCM é adotado por todos os países membros do Mercosul desde janeiro de 1995 e
tem como base o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias – SH. Esse
sistema também contém as Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado, as quais es-
tabelecem as regras gerais de classificação das mercadorias na Nomenclatura.
-NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL (NCM) E TARIFA EXTERNA COMUM
(TEC) - A planilha atualizada pode ser encontrada no endereço a seguir:
http://www.camex.gov.br/tarifa-externa-comum-tec/tec-listas-em-vigor
Digamos que você tenha que classificar um frasco, por exemplo. De que material é feito o fras-
co? Se for plástico, é no capítulo 39, se for de vidro, é no capítulo 70.
Essas especificações são ainda mais importantes quando observamos que para um único produ-
to podem aparecer diferentes classificações. Um simples parafuso, por exemplo, aparece em nove itens
diferentes do SH.
Existem profissionais especializados em encontrar a correta classificação fiscal para uma de-
terminada mercadoria. Contudo, caso a empresa não consiga chegar na classificação correta para seu
produto, pode recorrer a Consulta sobre a Classificação Fiscal de Mercadorias junto a Receita Federal.
A Receita Federal possui um site com todos os códigos usados nos sistemas de comércio exte-
rior. É o Sistema Tabelas Aduaneiras, nele é possível pesquisar o código NCM:
https://www35.receita.fazenda.gov.br/tabaduaneiras-web/public/pages/security/login_publico.jsf
Existe também a TSP: Tabela Simplificada de Codificação de Produtos, que pode ser utilizada na
formulação de Declaração Simplificada de Importação – DSI para o despacho aduaneiro.
CAPÍTULO 48
PAPEL E CARTÃO; OBRAS DE PASTA DE CELULOSE, DE PAPEL OU DE CARTÃO
Na acepção deste Capítulo, salvo disposições em contrário, o termo papel abrange tanto o papel
como o cartão, qualquer que seja sua espessura ou seu peso por m2.
48.02 Papel e cartão, não revestidos, dos tipos utilizados para escrita, impressão ou outros
fins gráficos, e papel e cartão para fabricar cartões ou tiras perfurados, sem perfurar, em rolos ou em
folhas de forma quadrada ou retangular, de quaisquer dimensões, com exclusão dos papéis das posições
48.01 ou 48.03; Papel e cartão feitos à mão (folha a folha).
4803.00 Papel dos tipos utilizados para fabricação de papéis higiênicos ou de toucador,
de lenços de maquilagem, toalhas (inclusive de mão) e de outros artigos semelhantes para usos do-
mésticos, de higiene ou de toucador, pasta (“ouate”) de celulose e mantas de fibras de celulose, mesmo
encrespados, plissados, gofrados, estampados, perfurados, coloridos à superfície, decorados à superfície
ou impressos, em rolos ou em folhas.
EXEMPLO
48.04 PAPEL E CARTÃO KRAFT, NÃO REVESTIDOS, EM ROLOS OU EM
FOLHAS, EXCETO OS DAS POSIÇÕES 48.02 E 48.03
Parte 2 – Aplicando o sistema – Escolha três produtos que você use em seu trabalho ou em seu
dia-a-dia, faça a descrição conforme o SHCM e cite seu respectivo código.
5.1. MERCOSUL
Não é possível falar da NMC sem mencionar a constituição organização deste bloco comercial.
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é uma organização intergovernamental fundada a partir do Tra-
tado de Assunção de 1991.
Estabelece uma integração, inicialmente econômica, configurada atualmente em uma união
aduaneira, na qual há livre-comércio intrazona e política comercial comum entre os países-membros.
Situados todos na América do Sul, sendo atualmente quatro membros plenos. Em sua formação origi-
nal, o bloco era composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai; mais tarde, a ele aderiu a Vene-
zuela, que no momento se encontra suspensa.
O bloco se encontra em fase de expansão, uma vez que a Bolívia aguarda a ratificação par-
lamentar de seu protocolo de adesão como membro pleno, documento que necessita ainda para sua
vigência das aprovações legislativas no Brasil, os demais parlamentos já o aprovaram.
Atualmente, o Mercosul é formado por cinco membros plenos: Argentina, Brasil, Uruguai, Pa-
raguai e Venezuela, que está suspensa do bloco desde dezembro de 2016. Bolívia e Equador estão em processo
de adesão como Estados partes.
Os Estados Associados podem participar, na qualidade de convidados, das reuniões dos órgãos da estru-
tura institucional para tratar temas de interesse comum, com direito a voz.
• INCOTERMS – International Commercial Terms, que são aplicadas universalmente nas operações
de comércio internacional - são termos internacionais de comércio, ou cláusulas contratuais apli-
cadas na transações de compra e venda internacional, definindo deveres e obrigações do exportador
e importador.
• Definições Americanas Revisadas para o Comércio Exterior, utilizadas no comércio exterior dos
Estados Unidos (“Revised american foreign trade definitions”) - resultado do XXVII Congresso
Nacional do Comércio Exterior, realizado nos EUA em 1940, e ainda são muito utilizadas no co-
mércio com os EUA, são semelhantes aos INCOTERMS, e costumam provocar confusões. Para
usar esses termos, é importante deixar claro qual termo está sendo utilizado: se este se refere aos
INCOTERMS ou às “Definições Americanas”. Há tentativas no sentido de que sejam substituídas
pelos INCOTERMS, que apresentam aplicação universal.
10 A convenção de Haia (1964) facilita e torna menos burocrático o processo de reconhecimento de documentos no exterior. Por isso, é o considerada um dos
acordos mais importantes existentes hoje em dia.
Contrato de compra e venda internacional não necessitam de uma forma padronizada, mas
devem conter todos os dados essenciais da operação, podendo inclusive ser sob a forma de uma fatura
pró-forma (Proforma Invoice); sendo classificado, juridicamente, como consensual, bilateral, oneroso
comutativo e típico:
• Consensual: contratos que se consideram formados pela simples oferta e aceitação.
• Bilateral: é o contrato no qual há prestação e contraprestação estipulada entre as partes, como no
contrato de compra e venda.
• Oneroso comutativo: configura-se pela prestação mútua e já estabelecidas consequências do cum-
primento ou não do contrato, tendo cada parte uma obrigação para com a outra já determinada.
• Típico ou nominado: contrato previstos em lei, dando-se parâmetros legais a sua formação.
6.3.Contratos internacionais
6.3.1.Contrato de Leasing
O contrato de factoring surge da necessidade de reposição do capital de giro nas empresas, ge-
ralmente nas pequenas e médias. Assemelha-se ao desconto bancário por envolver uma mobilização de
créditos de uma empresa. É celebrado pelas partes:
• Faturizador – aquela que se obriga a cobrar os devedores de um empresário.
• Faturizado – presta a este os serviços de administração de crédito.
É o contrato segundo o qual o comerciante (faturizado) cede total ou parcialmente, seus créditos
relativos às vendas, bem como presta serviços de administração de crédito a outro comerciante ou a
uma instituição financeira (faturizador), mediante uma remuneração pactuada entre as partes.
Tem a função econômica de poupar o empresário das preocupações empresariais decorrentes da
outorga de prazos e facilidades para o pagamento aos seus clientes. Por esse negócio, o banco presta ao
empresário o serviço de administração do crédito, garantindo o pagamento das faturas por este emiti-
das.
O objeto da faturização é a garantia do pagamento do título de crédito denominado duplicata, e
quem é autorizado a emiti-la é o faturizado, e quem se obriga a cobrá-la é a faturizadora. Quanto à na-
tureza jurídica, ela pertence a classe dos contratos bilaterais, pois gera obrigação para ambas as partes
contratantes, e se classificam em quatro tipos:
a) Faturização Interna – as operações se realizam dentro do mesmo país;
b) Faturização Externa – as operações se realizam em países distintos;
c) Faturização no vencimento – não haverá qualquer aproveitamento de valor dos créditos
cedidos;
d) Facturização Tradicional – as faturas cedidas serão liquidadas antes do vencimento.
Em qualquer caso a empresa que adquiriu os créditos é obrigada a pagá-los mesmo em caso de
inadimplemento do devedor da empresa cedente. Existem ainda outros conceitos relacionados:
• Conventional Factoring – a empresa negocia seus créditos cedendo-os à outra, que se incumbirá
de cobrá-los, adiantando-lhe o valor desses créditos.
• Maturity Factoring – no caso da empresa que cede seus créditos e recebe o valor pactuado somente
no vencimento.
É um sistema que conta com dois principais agentes: o franqueador e o franqueado. O franque-
ador é aquele que possui uma marca estabelecida no mercado e que oferece ao franqueado a oportuni-
dade de utilizar essa marca no seu próprio negócio.
É uma operação pela qual um comerciante, titular de um marca, cede seu uso, num setor geo-
gráfico definido, a outro comerciante. Neste caso um empresário licencia o uso de sua marca e presta
serviço de organização empresarial a outro empresário, com ou sem a venda de produtos. Atua no
campo da distribuição e venda de bens e serviços.
Franqueado é aquele que compra uma franquia de determinada marca, e franqueador, é aquele
que vende franquias de sua empresa pois detém uma marca e o know how (conhecimento) sobre deter-
minado modelo de negócio.
O beneficiário da operação (franqueado) assume integralmente o financiamento de sua ativida-
de e remunera o seu co-contratante (franqueador) com uma porcentagem calculada sobre o volume dos
negócios ou mediante um valor fixo, pago de uma só vez ou em parcelas.
A relação comercial repousa na cláusula de exclusividade, garantindo ao beneficiário, em rela-
ção aos concorrentes, o monopólio da atividade. Atua mais como forma de dominação do mercado e
inclusive dos distribuidores, do que como simples técnica nova de venda.
Principais características:
a) Importância da marca;
b) Caráter continuado da operação;
c) Independência formal do beneficiário (preso à idéia de transferência de know-how)
d) Contrato bilateral, consensual, oneroso, indeterminado;
e) Objeto: cessão do uso da marca;
f) Exclusividade ou delimitação territorial.
Obrigações do Franqueado
• Pagar a taxa de adesão e um percentual do seu faturamento;
• Pagar pelos serviços de organização empresarial, oferecidos pelo franqueador;
• Oferecer aos consumidores apenas produtos ou serviços da marca do franqueador;
• Observar as instruções e o preço de venda ao consumidor, estabelecidos pelo franqueador.
Obrigações do Franqueador
• Permitir o uso de sua marca;
• Prestar os serviços de organização empresarial;
• Fornecer aos interessados uma circular de oferta de franquia em linguagem clara e acessível,
prestando as informações essenciais da operação.
• Joint-venture Unilever e Perdigão (atual BRF) (2007-2018): responsável por gerir as marcas
Becel e Becel ProActiv, além de identificar novos negócios para as duas marcas.
• Unilever: licenciou o uso das marcas Becel e Becel ProActiv, incluindo seu uso em outras linhas de
produtos. A Perdigão disponibilizou sua estrutura de produção, vendas e distribuição.
• Unilever vendeu para a Perdigão, as marcas Doriana, Delicata e Claybom e os ativos (máquinas e
equipamentos) ligados ao processo fabril das mesmas, em Valinhos (SP).
• Jul/2018: Unilever Brasil foi autorizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
a licenciar a marca Becel para a Bunge Alimentos, que passou a fabricar e comercializar a marga-
rina.
• O contrato foi celebrado depois que o KKR & Co. - fundo americano global de investimentos (priva-
te equity) - comprou os negócios de margarina da Unilever no mundo – no Brasil, via Sigma Brasil
Holding, sua controlada.
• Unilever Brasil extinguiu a joint venture que tinha com a BRF S.A. para fabricar e comercializar a
Becel. A BRF foi substituída pela Bunge.
• No futuro, a Unilever será substituída pela Sigma Bidco B.V. (holding da KKR & Co.).
É o contrato pelo qual uma das partes se obriga a transmitir a outra uma determinada tecnologia
ou conhecimentos técnicos exclusivos, empregados na produção e comercialização de bens e serviços.
A tecnologia consiste em bem patrimonial imaterial, é o conhecimento de um processo (know-how)
que se pode utilizar na produção de um bem e tem valor de mercado.
Pelo contrato de transferência ou importação de tecnologia, ou de know-how, uma pessoa, física
ou jurídica, se obriga a transmitir ao outro contratante, para que este os aproveite, os conhecimentos
que tem de processo especial de fabricação, de fórmulas secretas, de técnicas ou de praticas originais,
durante tempo certo, mediante o pagamento de determinada quantia chamada de “royalty”, estipulada
livremente pelos contraentes.
No contexto empresarial internacional se refere praticamente à aplicação de conhecimentos
científicos aos meios técnicos para obter novos produtos e serviços. Neste caso, se trata de transferên-
cia de tecnologia, em que uma parte concede a outra a possibilidade de utilização empresarial de uma
patente11 ou proporciona conhecimentos técnicos (know-how) e experiência sobre procedimentos ou
fórmulas de produção de bens e serviços.
O know how é geralmente entendido como uma espécie de segredo industrial, mas o que o
define não é o segredo de uma técnica, mas a falta de acesso por parte do público em geral ao conheci-
mento do modelo de produção de uma empresa. Os concorrentes podem ter o mesmo segredo, e dele fa-
zerem uso, mas o know how específico não é acessível a todo e qualquer competidor, atual ou potencial.
Com isto se enfatizam dois aspectos essenciais do know how e de sua contratação: (a) o valor do know
how está em sua inacessibilidade: sua valoração leva em conta a oportunidade comercial que resulta
deste acesso; (b) o know how não é uma simples fórmula, mas um modelo de produção; a execução do
contrato de know how importa na reprodução, dentro de certos limites, de uma estrutura de produção
específica, existente na empresa supridora (que detem a tecnologia) e copiada pela empresa recipiente
(a que recebe a tecnologia).
11 Uma patente é um direito, conferido pelo Estado, que dá ao seu titular a exclusividade da exploração de uma tecnologia. Como contrapartida pela divulgação dos
pontos essenciais do invento, a lei dá ao titular da patente um direito limitado no tempo, no pressuposto de que é socialmente mais produtiva em tais condições a
troca da exclusividade de fato (a do segredo da tecnologia) pela exclusividade de direito.
• Versão atual: Incoterms 2020. São publicadas de 10 em 10 anos, e as versões 2010 e anteriores con-
tinuam valendo, e podem ser aplicadas desde que haja vontade manifesta das partes envolvidas.
A partir da interpretação precisa dos termos utilizados nos contratos de compra e venda, os In-
coterms tem o objetivo de promover a harmonia nos negócios internacionais, e de simplificar e agilizar
as transações comerciais internacionais.
Função do Incoterms
• Regulam a relação entre comprador e vendedor, devendo ser utilizados como cláusula contratual do
contrato de compra e venda.
• São apenas uma cláusula do contrato, e não o próprio contrato.
• Limitam-se a regular a entrega do bem, definindo o seu ponto ou local e, por extensão, seus custos
e riscos.
• Assim, quando uma oferta é efetuada na condição ‘FOB/Porto de Santos’, por exemplo, está esta-
belecendo somente:
a) Divisão de custos: indicando exatamente o preço que o comprador deverá pagar ao vende-
dor e, por conseguinte, o que está contido neste preço;
b) Onde os bens serão entregues: indicando exatamente o ponto de transferência de riscos por
perdas e danos do vendedor para o comprador.
Custos envolvidos
• Custos de exportação: despachante aduaneiro, taxas portuárias/aeroportuárias, fumigação, trans-
porte interno (retira contêiner, ovação, retomas ao terminal, armazém de terceiros)
• Frete internacional (quando há longo curso);
• Seguro Internacional.
Os Incoterms são representados por meio de siglas (3 letras), tratando-se efetivamente de con-
dições de venda, pois definem os direitos e obrigações (responsabilidades) mínimas do exportador e do
importador quanto a fretes, seguros, movimentação em terminais, liberações em alfândegas e obtenção
de documentos de um contrato internacional de venda de mercadorias.
• Refletem o costume internacional de comércio, com a finalidade de simplificar e agilizar a elabora-
ção das cláusulas dos contratos de compra e venda.
• Sua adoção é facultativa, mas se adotada configura norma contratual e assume valor jurídico.
Os princípios dos Incoterms são aplicados exclusivamente na relação entre comprador e vende-
dor, não produzindo efeitos com relação às demais partes do processo de exportação, tais como: segu-
radoras, transportadoras e despachantes.
Apesar de não serem regras e nem apresentarem uso obrigatório, os Incoterms quando agrega-
dos ao contrato de compra e venda (Pro-Forma), passam a ter força legal. Um bom entendimento e do-
mínio dos Incoterms podem fazer com que despesas extras e erros graves sejam evitados nas operações
de comércio internacional.
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 80
Lista dos Incoterms ® 2020
Do ponto de vista dos termos não houve muitas alterações da versão 2010 para 2020. Foram
mantidas 11 siglas, tendo como principal mudança a substituição do DAT (Delivery at terminal) pelo
DPU.
1. EXW – Ex Works – Na Origem (local de entrega nomeado)
2. FCA – Free Carrier – Livre No Transportador (local de entrega nomeado)
3. FAS – Free Alongside Ship – Livre Ao Lado Do Navio (porto de embarque nomeado)
4. FOB – Free On Board – Livre A Bordo (porto de embarque nomeado)
5. CPT – Carriage Paid To – Transporte Pago Até (local de destino nomeado)
6. CIP – Carriage And Insurance Paid To – Transporte E Seguro Pagos Até (local de destino nomeado)
7. CFR – Cost And Freight – Custo E Frete (porto de destino nomeado)
8. CIF – Cost Insurance And Freight – Custo, Seguro E Frete (porto de destino nomeado)
9. DAP – Delivered At Place – Entregue No Local (local de destino nomeado)
10. DPU – Delivered At Place Unloaded – Entregue No Local Desembarcado (Local de destino nomeado)
11. DDP – Delivered Duty Paid – Entregue Com Direitos Pagos (local de destino nomeado)
13 Adaptado de: International Chamber of Commerce - https://iccwbo.org e Fazcomex Tecnologia para Comércio Exterior. https://www.fazcomex.com.br
O vendedor assume os custos e riscos de extravio ou avaria da mercadoria até a entrega da mer-
cadoria. Quanto ao seguro, cabe ao comprador contratar e custear o seguro, se assim o desejar. Quanto
ao transporte, cabe ao comprador contratar e custear o transporte.
Com relação aos trâmites alfandegários: se for o caso, o vendedor providencia e custeia a expor-
tação; o vendedor presta assistência ao comprador com a importação; o comprador presta assistência
ao vendedor na exportação; o comprador providencia e custeia a importação.
Com relação à entrega e riscos: “Free Carrier (local designado)” significa que o vendedor entre-
ga as mercadorias ao comprador em uma de duas maneiras:
• Quando o local designado é a própria instalação (casa) do vendedor, as mercadorias são entregues
quando é carregada no meio de transporte providenciado pelo comprador.
• Quando o local designado para a entrega das mercadorias é um outro local. Quando, tendo sido car-
regadas no meio de transporte do vendedor, as mercadorias chegam no outro local e estão prontas
para serem descarregadas do meio de transporte do vendedor e estão à disposição do transportador
ou de uma pessoa designada pelo comprador.
✔️ Modais de Transporte para o FCA: Pode ser usado com qualquer modal de transporte.
3) FAS – Free Alongside Ship – Livre Ao Lado Do Navio (porto de embarque nomeado)
O vendedor cumpre sua obrigação de entrega quando a carga for colocada ao lado da embarca-
ção designada pelo comprador, no cais ou numa embarcação, no porto de embarque indicado. O risco
de perdas ou danos à mercadoria, é do comprador a partir da entrega da mercadoria. O transporte é
responsabilidade do comprador contratá-lo e custeá-lo. Quanto ao seguro, cabe ao comprador contra-
tar e custear o seguro, se assim o desejar.
6) CIP – Carriage And Insurance Paid To – Transporte E Seguro Pagos Até (local de destino nomeado)
No CIP, o vendedor entrega a mercadoria ao transportador, no local acordado em seu país, ou a
adquiri assim entregue, e com transporte contratado e pago por ele para levar a mercadoria até o local
de destino nomeado no exterior.
O vendedor corre o risco até ao momento da entrega da carga ao transportador. Dessa forma, o
CIP tem dois pontos críticos diferentes, o de risco e o de custo, pois são transferidos em locais diferen-
tes. O vendedor também contrata o seguro para a mercadoria. Os trâmites alfandegários na exportação
são por conta do vendedor, quando aplicável, mas ele não tem obrigação quanto aos trâmites na impor-
tação ou passagem por terceiros países.
✔️ Modais de Transporte para o CIP: Pode ser usado com todos modais.
8) CIF – Cost Insurance And Freight – Custo, Seguro e Frete (porto de destino nomeado)
No CIF o vendedor entrega a carga ao transportador a bordo do navio indicado pelo comprador.
O vendedor deve contratar e pagar os custos e frete necessários, desde o ponto de entrega até o ponto
no porto de destino designado. O vendedor corre o risco do extravio ou avaria da carga até ao momen-
to da entrega ao transportador; o risco é do comprador a partir do momento em que a carga passa a
amurada do navio.
Quando se procede uma negociação aquaviária (marítima, fluvial ou lacustre), pode-se optar
pelo Incoterm CIF, no qual o vendedor arca com todos os custos de transporte e seguro, até o porto de
destino.
O risco de perda ou danos à mercadoria transfere-se do vendedor para o comprador, quando esta
se encontrar a bordo do navio, de modo que o vendedor tenha cumprido a sua obrigação de entregar
a mercadoria, quer essa mercadoria chegue ou não ao seu destino em boas condições, na quantidade
prevista, ou até não chegue ao todo.
Este termo apresenta dois pontos críticos, pois os riscos e custos são transferidos em locais
diferentes. Já o seguro cabe ao vendedor contratar e custeá-lo, salvo se o contrário foi acordado ou é
costume nesse tipo de negócio, indicando o comprador como beneficiário. Os trâmites aduaneiros na
exportação são por conta do vendedor, quando aplicável, enquanto ele não tem obrigação na importa-
ção e trânsito por terceiros países.
✔️ Modais de Transporte para o CIF: Pode ser usado apenas no marítimo.
10) DPU – Delivered At Place Unloaded – Entregue No Local Desembarcado (Local de destino nomeado)
O DPU substituiu o DAT (Delivery at Terminal), que existia nos Incoterms 2010, e que foi suprimido.
11) DDP – Delivered Duty Paid – Entregue Com Direitos Pagos (local de destino nomeado)
O vendedor entrega a carga colocando-a à disposição do comprador, no local de destino de-
signado, no meio de transporte, pronta para ser desembarcada. O vendedor assume todos os custos e
riscos para esta entrega da carga, mas mesmo assim não tem obrigação de segurar a carga. O vendedor
também contrata e paga o transporte da carga do local de origem até ao local de destino.
Com relação às obrigações aduaneiras, o vendedor providencia os documentos e paga o desem-
baraço aduaneiro de exportação, de trânsito e de importação, bem como quaisquer outros tributos ou
despesas.
✔️ Modais de Transporte para o DDP: Este termo pode ser usado para qualquer meio de trans-
porte.
Observações:
• Além dos onze Incoterms definidos pela CCI (2020), há a possibilidade de outras combinações, tais
como C+I (custo e seguro).
• Este termo pode ser utilizado para operações de transporte terrestre para países fronteiriços com o
Brasil, tais como Argentina, Bolívia e Uruguai.
• O saldo da Balança comercial de um país expressa a contabilização de suas operações comerciais
em um dado período, e utilizam em seus cálculos os valores FOB das exportações e os valores CIF
das importações
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 85
https://www.konfere.com.br/blog/incoterms-2020/
https://www.velotrade.com/guides/what-is-incoterms-2020/
Por exemplo: se o exportador decide ofertar uma carga FOB, ele deverá considerar alguns pontos como:
• os custos de embalagem, do transporte interno da sua fábrica até o porto,
• os custos do desembaraço aduaneiro de exportação.
• as taxas do porto relativas à sua exportação até que a sua mercadoria esteja a bordo do navio.
Atividade Avaliativa #5
Caso REIVAX
https://www.reivax.com/pt-br/
A Reivax S/A Automação e Controle é uma empresa multinacional de controle brasileiro. Tem
sua sede principal em Florianópolis (SC) e atua no ramo de energia desde 1989, produzindo reguladores
para o controle da geração de energia em usinas.
A empresa é referência no fornecimento de sistemas de excitação para geradores e motores
síncronos, além de reguladores de velocidade para turbinas hidrelétricas e a gás, além de soluções de
automação para turbinas hidrelétricas.
A Reivax possui duas subsidiárias, uma localizada em Montreal, no Canadá (Reivax North
America) e a outra em Argóvia, na Suíça (Reivax of Switzerland) e seus produtos são 100% fabricados
em território brasileiro e exportados para países das Américas e Europa.
Para analisar os termos utilizados nas exportações, pelo período de um ano, foram coletados
dados estatísticos da organização, a partir sistema utilizado, o PROTHEUS - TOTVS. Foram analisadas
as exportações do ano de 2018 e os incoterms utilizados durante este período. Para melhor visualizar
o perfil da empresa, a análise foi feita por região de acordo com os países de destino da mercadoria,
facilitando o entendimento perante o posicionamento da organização em suas negociações.
14 Adaptado de GASPAR, Beatriz Simon. Análise da Escolha dos Incoterms na Exportação de Produtos de uma Empresa de Automação e Controle em SC. Trabalho
de Conclusão de Curso. UFSC, Florianópolis: 2019.
Ex Works 147
CFR - Cost and Freight 1
CIF - Cost, Insurance and Freight 3
CIP - Cost and Insurance Paid to 14
CPT - Carriage Paid To 2
DAP - Delivered At Place 56
DDP - Delivered Duty Paid 11
FOB - Free On Board 5
FCA - Free Carrier 31
TOTAL 270
A decisão pelo incoterm a usar ocorre devido às negociações entre o cliente e o setor comercial
da empresa. No momento da venda é decidido a questão logística, tendo em vista local a ser entregue,
despacho aduaneiro, meio de transporte apropriado e o país de destino da mercadoria. A Reivax pode
indicar o incoterm, mas também opta por deixar por conta do cliente a escolha do Incoterm no mo-
mento da negociação.
Foram analisados os incoterms utilizados de acordo com as vendas para as regiões da América
do Norte, América do Sul, América Central e Europa, bem como os motivos para tais escolhas.
Para a América do Norte o Incoterm mais utilizado foi o DAP. Como as negociações para o Canadá
são feitas geralmente pela Reivax North America, a empresa possui sua própria rota de transportado-
res, e por este motivo opta por ficar responsável pelo transporte no seu país. A única responsabilidade
da matriz é a entrega da mercadoria, na maioria dos casos, no aeroporto pronta para despacho. O Ex
Works é mais utilizado para mercadorias de menor porte, geralmente peças reservas, onde os trâmites
alfandegários e de transporte são menos burocráticos e não necessitam de um envolvimento de trans-
porte maior.
Para os paises da América do Sul o incoterm EXW se sobressaiu. Isto ocorreu devido às nego-
ciações dos clientes e suas escolhas e também pelos trâmites burocráticos nos países como Argentina e
Colômbia principalmente. A Reivax possui representantes nos países da América do Sul que dão suporte
aos compradores nas questões alfandegárias e desembaraços aduaneiros no país de destino dos equipamentos.
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 92
Na América Central o incoterm mais utilizado foi o DDP. Isto é uma característica do mercado
desta região,no qual as negociações são feitas principalmente com empresas públicas utilizando como
intermédio alguns representantes locais. No momento das negociações, os compradores optam por
deixar toda a responsabilidade de transporte, seguro e demais burocracias por conta da Reivax e por
esse motivo os custos logísticos já estão embutidos no custo total do produto no inicio do contrato de
compra e venda.
Para os países da Europa, onde as vendas são realizadas, em sua maioria, pela Reivax of Swit-
zerland, 81% delas são feitas através do incoterm Ex Works, opção do comprador no momento da ne-
gociação.
Questões para discussão:
1) A utilização de grande parte dos incoterms disponíveis um ponto positivo ou negativo para a
Reivax? Por quê?
2) Considere os dois incoterms mais solicitados pelos clientes e utilizados pelas empresas, e
discuta as vantagens e desvantagens para a Reivax do uso destes incoterms.
3) Verificar a adequação da utilização dos incoterms nas exportações da Reivax, considerando
a opção dos mesmos por região de exportação, motivações e responsabilidades da empresa, analisando
o perfil dos clientes quanto a escolha dos termos junto a empresa.
4) Indicar e justificar, de modo geral, qual é o incoterm que apresenta melhores vantagens para a Reivax.
Em 2012 foi lançada a versão WEB do Siscomex Importação desse modo substituindo o sistema anterior.
Com a finalidade de desburocratizar o Comércio Exterior Brasileiro, foi feita a revisão dos pro-
cessos, além de uma evolução tecnológica com a implantação de novos sistemas. Em Outubro de 2018
foi lançada a versão atual do SISCOMEX, reunindo os módulos de importação e exportação e com
ações para desburocratização, como a nova DUIMP (Declaração Única de Importação) a qual é acessa-
do por meio do Portal Único.
Conforme novas necessidades foram surgindo, novos sistemas foram sendo criados e integrados
ao SISCOMEX, como o SISCOMEX Drawback Web que atua na concessão dos regimes especiais de
drawback, e também no SISCOMEX Carga que é destinado ao acompanhamento aduaneiro das cargas
que ingressam no Brasil pela via marítima. O Portal Único Siscomex modernizou e trouxe benefícios
para o comércio exterior brasileiro, eliminando a burocracia, duplicidade e a falta de informação, agili-
zando e facilitando o diálogo entre todas as partes envolvidas.
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 97
Versão atual do Siscomex – 2018.
Fonte: Portal único SISCOMEX (https://portalunico.siscomex.gov.br)
Benefícios do SISCOMEX
Dos diversos benefícios que o sistema trouxe para o comercio exterior brasileiro, os principais
foram a unificação dos processos e registros. Exemplos: os atuais Registro de Exportação, Declaração
de Exportação e Declaração Simplificada de Exportação foram substituídos por um só documento, que
é a Declaração Única de Exportação (DU-E);
Modelo de “Single Window” – ou modelo de Janela Única: é uma interface através da qual en-
tidades envolvidas no comércio exterior (fabricantes, exportadores, transportadores, etc) e órgãos do
governo (alfândega, polícia, fiscalização sanitária, etc) trocam informações de forma unificada e sim-
plificada. Sua principal característica é que informações sejam fornecidas uma única vez e distribuídas
entre as entidades interessadas e autorizadas.
A Janela Única tem sido adotada por muitos países como forma de facilitar seu comércio inter-
nacional, unificando em um único ponto todas as exigências legais tanto para exportação quanto para
importação. A Janela Única pode ser física (presencial) ou digital.
Na literatura internacional sobre Janela Única é usado o termo “traders”. A tradução direta do termo
para o português seria “comerciantes”, o que no contexto do comércio internacional indicaria expor-
tadores e importadores. No entanto o contexto da Janela Única inclui também os setores responsáveis
pelos transportes, incluindo marítimos, terrestres e aéreos. Isso pode incluir transportadoras propria-
mente ditas, armadores navais, agências de navegação e outras entidades.
Assim, “traders” deve ser entendido como comerciantes e transportadores, para simplifica-
ção. Deve-se entender que estão incluindo exportadores, importadores, produtores, armadores navais,
agências de navegação, empresas aéreas, transportadores terrestres e outras entidades. Enfim, todas as
entidades privadas envolvidas no comércio internacional.
A implementação de uma Janela Única é benéfica tanto para o governo quanto para o co-
mércio internacional. Para o governo pode trazer melhor gerenciamento de risco, melhores níveis de
segurança, maior receita e aumento da conformidade dos envolvidos no comércio internacional. Os
comerciantes se beneficiam de uma interpretação e aplicação de regras mais transparente e previsível,
além da melhor utilização de seus recursos humanos e financeiros, resultando em ganhos apreciáveis
de produtividade e competitividade. O valor da Janela Única para governos, comerciantes e transpor-
tadores tem sido destacado devido a antecipação de informações e gestão de riscos.
Benefícios para o Governo:
• uso mais eficientes dos recursos;
• melhor controle sobre taxas cobradas, muitas vezes com aumento;
• melhoria no controle de conformidades dos comerciantes e transportadores;
• melhor segurança;
• mais integridade e transparência nas informações.
Benefícios para os traders – comerciantes e transportadores:
• redução de custos através da redução de prazos e atrasos;
• aprovação e liberação mais rápidas;
• regras mais previsíveis;
• uso mais eficientes dos recursos;
• mais transparência.
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 99
Padronização e Harmonização
Sem uma Janela Única, cada órgão tem seu conjunto de códigos, definições, processos e regras
sobre as informações solicitadas. Para combiná-las numa única coleta de dados é necessário que as
definições sejam iguais, ou equivalentes. Para isso usa-se Padronização e Harmonização. Padronizar é
adotar ou criar padrões. Padrões podem ser nacionais ou internacionais. Harmonização é conciliar as
entidades envolvidas em aspectos não cobertos pela padronização. Pode incluir definições, processos
internos, coletas de informações, calendários, dicionários ter termos, regras e procedimentos.
Um exemplo é o Sistema Harmonizado, ou Sistema Harmonizado de Designação e Codificação
de Mercadorias. É uma nomenclatura aduaneira, utilizada internacionalmente como um sistema pa-
dronizado de codificação e classificação de produtos, desenvolvido e mantido pela Organização Mun-
dial das Alfândegas (OMA).
A adoção do código do Sistema Harmonizado em todos os formulários é uma ação padroniza-
ção. Mas geralmente para as áreas de aduana e fiscalização tributária são usados apenas as 44 primeiras
posições, enquanto as áreas de gestão portuária e transporte precisam do código completo de seis po-
sições. Alterar normativos públicos definindo que os formulários serão preenchidos, obrigatoriamente
com seis posições é uma ação de harmonização.
No Brasil existem duas Janelas Únicas relacionadas com o comércio exterior: Porto Sem Papel e Portal
Único de Comércio Exterior.
O Porto Sem Papel é focado na movimentação portuária, e o Portal Único de Comércio Exterior é fo-
cado em comércio exterior. Não há uma justificativa conhecida para que sejam dois portais separados, mas há
motivos para sejam reunidos em um único portal, o que está sendo estudado:
• Segundo o Comex Stat (2020)16 : 57% do comércio exterior brasileiro (46% das exportações e 71% das impor-
tações) é feito por via marítima. Via aérea tem 9% e rodoviária 4%.
• A Secretaria de Portos, gestora do Porto Sem Papel, participa do Portal de Comércio Exterior.
• A Secretaria da Receita Federal, que divide a coordenação do Portal de Comércio Exterior com a Secretaria
de Comércio Exterior (Secex), participa do Porto Sem Papel.
• Quatro dos seis principais participantes do Porto Sem Papel, (ANVISA, Polícia Federal, Ministério da Agri-
cultura e Receita Federal) fazem parte do Portal Único de Comércio Exterior.
O Porto sem Papel (PsP) é um sistema estruturador criado para facilitar a análise e a liberação de mer-
cadorias nos portos brasileiros. Com ele, diversos formulários em papel são convertidos em um único docu-
mento eletrônico, o Documento Único Virtual (DUV).
Todas as informações ficam disponíveis em uma base única de dados, de forma segura e precisa, per-
mitindo uma gestão mais eficiente dos recursos disponíveis e contribuindo para a melhoria de processos no
setor portuário. As informações sobre as embarcações que acessam os portos brasileiros ficam registradas no
Cadastro Nacional Portuário do PSP.
O site oficial é www.portosempapel.gov.br, e neste site é possível fazer um treinamento on-line gratuito
por meio do Concentrador de Dados do Porto sem Papel, nas seguintes áreas: Agência de Navegação; Autori-
dade Polícia Marítima; Autoridade Sanitária; Administração Portuária e Autoridade Marítima.
Estes treinamentos consistem em cursos que ensinam a dominar o Concentrador de Dados do Porto
sem Papel. Tratam da interface do sistema, seus módulos, menus e botões e do caminho para utilizar todas
suas funções corretamente, efetuando o cadastro e o acompanhamento de todas as operações das embarcações.
O Comex Stat é um sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro,
vinculado ao Ministério da Economia. É um portal para acesso gratuito às estatísticas de comércio ex
16 Comex Stat - Portal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do Brasil. Ministério da Economia (antigo Ministério da Indústria Comércio Exterior
e Serviços). http://comexstat.mdic.gov.br
Atividade Avaliativa #6
Atividade de pesquisa no Comex Stat – plataforma para acesso gratuito às estatísticas de co-
mércio exterior do Brasil. É possível criar consultas detalhadas das exportações e importações brasilei-
ras, com as diversas variáveis da base de dados estatísticos.
http://comexstat.mdic.gov.br
a) Escolher um produto bem específico de seu interesse e explorar os dados disponíveis relacio-
nados à sua IMPORTAÇÃO na plataforma Comex Stat.
b) Fazer simulações de consultas, exportar os resultados para uma planilha excel, gerar gráficos
e fazer suas análises sobre o produto escolhido, no(s) estado(s) ou município(s) pesquisados. Gerar o
link da consulta para futuras referências.
c) Supondo que você foi contratado(a) por um empresário interessado em importar este produto
para revender no Brasil, você deverá elaborar um relatório com suas análises, descobertas e conclusões
sobre a importação do produto em questão. O relatório deverá apresentar detalhes sobre a demanda
do produto e sobre a situação da importação deste produto específico, principalmente considerando a
concorrência de outras empresas que já façam esta importação. E a partir daí mostrar oportunidades e
apresentar diretrizes para auxiliar na tomada de decisões do empresário interessado.
A Fatura Proforma é emitida pelo próprio exportador, a pedido do importador, em papel timbra-
do da empresa com a descrição fatura pro-forma (português), factura pro forma (espanhol) ou pro-for-
ma invoice (inglês). Sua emissão ocorre no início das negociações para poder formalizar as condições
negociadas entre o exportador e importador.
Apesar de não possuir valor contábil ou jurídico, a Fatura Proforma exerce um papel importante
nas operações de Comércio Exterior. Assim sendo, é recomendado solicitar sua emissão antes da rea-
lização de qualquer compra no exterior. Caso exista qualquer problema com a operação, a Fatura Pro
Forma pode ser utilizada para provar qual era o acordado entre as partes.
Caso o produto necessite de Licença de Importação (LI) o órgão anuente competente poderá
solicitar a Fatura Pro Forma para verificação do preço. A Fatura Pro Forma também pode ser solicitada
pela Receita Federal, em caso de processo de investigação de preço no decorrer ou após o despacho
aduaneiro.
Enquanto a Fatura Pro Forma é o documento inicial da negociação, a Fatura Comercial (Com-
mercial Invoice ou simplesmente Invoice) é um dos documentos finais da operação, juntamente com o
Conhecimento de Embarque e o Packing List. Além das informações já mencionadas que devem cons-
tar na Fatura Pro Forma, a Fatura Comercial também deve possuir dados específicos sobre a mercado-
ria a ser embarcada, tais como número de lote ou número de série, por exemplo. Dados que permitam
que a mercadoria seja identificada pelo comprador, ou mesmo pela fiscalização, quando da chegada ao
destino.
A nova DUIMP do Portal Siscomex está em operação desde outubro de 2018. Em sua primeira
versão apenas empresas certifi cadas OEA podiam se registrar. As novas atualizações estão sendo en-
tregues pela equipe de implantação, bem como a liberação para que qualquer empresa possa fazer o
registro.
Com a DUIMP o registro de mercadorias acontece antes mesmo do produto entrar no país, além
de tornar tudo mais simples e menos burocrático. Entre suas vantagens estão o fato de que o processo
de licenciamento será mais fácil, já que a declaração vai funcionar como uma única licença para mais
de um tipo de operação de importação.
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 107
A DUIMP reúne todas as informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, fi-
nanceira, tributária e fiscal focados no controle das importações pelos órgãos Administração Pública
brasileira.
A DUIMP substituiu a DI (Declaração de Importação) e também a DSI (Declaração Simplifica-
da de Importação). Já a LI, Licença de Importação será substituída pelo LPCO, Licenças, Permissões,
Certificados e Outros Documentos, que será o módulo de anuências do Portal Siscomex. Este módulo
já está em uso na Exportação desde a implantação da DU-E, e está sendo estendido à Importação.
Com o “Novo Processo de Importação”, que entrou em vigor em 02/10/2018, é esperado mais
agilidade e economia nos processos, com a digitalização dos documentos e uso mais amplo do SISCO-
MEX. Esta primeira versão da DUIMP é um piloto onde apenas empresas certificadas OEA podem
registrar no Portal Único, além de outros requisitos que você pode conferir aqui.
Antes de elaborar a DUIMP é necessário observar a empresa já tem alguns cadastros no siste-
ma, pois o novo processo de importação é todo “modulado”. Os principais passos para elaboração da
DUIMP são:
1. Verificar se o Fabricante e o Exportador (às vezes é a mesma empresa) já está no Cadastro
de Operador Estrangeiro do SISCOMEX (no módulo Catálogo de Produtos). Se não estiver cadastrado,
então deve-se cadastrar o Operador Estrangeiro.
2. Verificar se o Produto já consta no Módulo Catálogo de Produtos. Se ainda não, realizar o
cadastro dos produtos, vinculando o Fabricante.
3. Verificar se a Conta Bancária já está cadastrada no Menu Pagamento Centralizado, no mó-
dulo Importação. Se ainda não, deve-se cadastrar a conta bancária na qual ocorrerá o débito em conta
dos tributos.
Desembaraço Aduaneiro
Desembaraço aduaneiro na importação, é o ato pelo qual é registrada a conclusão da conferên-
cia aduaneira, após a conclusão da conferência, a mercadoria será imediatamente desembaraçada.
Na importação uma das etapas do desembaraço aduaneiro mais conhecidas é a parametrização, com o
uso dos canais de parametrização da DUIMP e da DI.
Entrega de documentos: Quando necessário, será exigido a apresentação de documentos para
que o processo seja continuado, isso é feito de forma digital, através da anexação dos documentos no
Portal Único do Comércio Exterior.
Os principais documentos que podem ser pedidos são:
• fatura comercial,
• romaneio de carga ou Packing List,
• conhecimento de embarque,
• certificado de origem e,
• •dependendo do tipo de produto, certificados de análise e declaração de lote.
Conferência aduaneira - objetivos: identificar o importador; verificar fisicamente a mercadoria
e fazer a correção das informações.
Essa conferência serve para validar as informações fornecidas e que sejam relativas a sua natu-
reza, classificação fiscal, quantificação e valor do produto, ou seja, a conferência aduaneira compreen-
de tanto os aspectos documentais relacionados ao despacho de importação quanto os aspectos físicos
relacionados à mercadoria. Há casos onde pode ser necessário uma conferência física da mercadoria.
Entrega da Mercadoria
Somente após o desembaraço aduaneiro a mercadoria pode ser entregue ao importador. Mas,
em alguns casos, devido a sua importância ou até mesmo de decisão administrativa, baseado nos ter-
mos do art. 47, §3º da IN SRF nº 680/2006, poderá ser autorizada a entrega da mercadoria antes do seu
desembaraço.
O importador poderá retirar a mercadoria quando a DI ou DSI se encontrar desembaraçada ou
com entrega autorizada pelo Auditor Fiscal da RFB, mediante Autorização de Entrega Antecipada,
efetivada por meio de função própria no Siscomex.
Canais de parametrização
na importação
Canal Verde: o sistema registra o desembaraço automático da
mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação fí-
sica da mercadoria. A DI selecionada para canal verde, no Sis-
comex, poderá ser objeto de conferência física ou documental,
quando forem identificados elementos indiciários de irregulari-
dade na importação, pelo AFRFB (Auditor-Fiscal da Receita Fe-
deral do Brasil) responsável por essa atividade;
Canal Amarelo: deve ser realizado o exame documental e, não
sendo constatada irregularidade, efetuado o desembaraço adua-
neiro, dispensada a verificação física da mercadoria. Se houver
descrição incompleta da mercadoria na DI, que exija verificação
física para sua perfeita identificação com vistas a confirmar a
correção da classificação fiscal ou da origem declarada, o AFRFB
pode condicionar a conclusão do exame documental à verificação
física da mercadoria;
Canal Vermelho: a mercadoria somente é desembaraçada após
a realização do exame documental e da verificação física da mer-
cadoria;
Canal Cinza: deve ser realizado o exame documental, a verifica-
ção física da mercadoria e a aplicação de procedimento especial
de controle aduaneiro, para verificar indícios de fraude, inclusive
no que se refere ao preço declarado da mercadoria.
Na nova DUIMP (Declaração Única de Importação) os canais
de parametrização permaneceram os mesmos, mas com algu-
mas melhorias, principalmente no que diz respeito a transpa-
rência de informações.
O despachante aduaneiro acessando a tela de consulta da
DUIMP no Portal Único visualizará de forma clara o “Resulta-
do da Análise de Risco”.
Com a DUIMP, o Canal Consolidado é o canal de parametriza-
ção principal. Logo, a cor dele será sempre o resultado da com-
binação dos canais da Receita Federal mais o canal de inspeção
(MAPA ou ANVISA).
17 Fonte: Portaria SECEX nº 14 de 17/11/2004 - Dispõe sobre os procedimentos para licenciamento de importação, com as alterações promovidas posteriormente:
Secex n.º2/2005; SECEX nº 35, de 24.11.2006; n° 18, de 19/07/2007.
No Brasil o órgão que controla os impostos sobre importação é a Secretaria da Receita Federal
ou simplesmente Receita Federal (RF). Os impostos cobrados são os principais responsáveis por au-
mentar os preços dos produtos importados. Assim, alguns itens não apresentam vantagem na importa-
ção, uma vez que o imposto incidente sobre a importação pode tornar o valor mais caro e demorado.
Isso ocorre porque o limite para importação, sem impostos, para pessoa física é de US$50,00. A partir
desse valor é cobrado um imposto de 60% do valor da mercadoria, somados ao frete e seguros (quando
houver). Logo, para importações de produtos de maior valor, os impostos transformam eventuais van-
tagens econômicas em prejuízos.
De acordo com a Receita Federal e com a legislação que trata a respeito das operações de im-
portação brasileiras, pessoas físicas podem importar mercadorias do exterior para uso próprio, isto é
desde que não tenham fins comerciais.
A quantidade de brasileiros que importam mercadorias para uso e consumo vem crescendo de forma
significativa, em razão da expansão da internet e de sites como o AliExpress, Amazon, eBay e Wish,
que costumam comercializar produtos a preços atrativos. Existe até mesmo um serviço dos correios
para facilitar importações por pessoas físicas, o “Compra Fora” (comprafora.correios.com.br).
De acordo com a Receita Federal as importações como Pessoa Física são classificadas no RTS –
Regime de Tributação Simplificada, cujo limite é de US$ 3.000,00 dólares por operação. Com relação à
tributação considera-se o seguinte para as operações de importação:
• Importação até US$ 50,00 são isentas de tributação;
• Importação entre US$ 50,01 e US$500,00: paga-se 60% do valor da mercadoria a título do imposto
de importação (II);
• Importação entre US$500,01 e US$3.000: paga-se O imposto de importação (II) correspondente a
60% do valor da mercadoria; uma taxa de US$250 dólares referente ao despacho aduaneiro do Im-
porta Fácil dos Correios (quando utilizado os Correios), e também há a incidência do imposto sobre
a circulação de mercadorias (ICMS), que varia de estado para estado.
As operações de importação são avaliadas pela Receita Federal, que verifica o valor declarado e
analisa o valor de mercado, para coibir fraudes fiscais.
Livros, jornais e periódicos são isentos de tributação, independente do valor da remessa de mercadorias
importada para o Brasil.
O imposto sobre a importação de produtos estrangeiros é federal, cobrado sobre compras ou
bagagens que vêm do exterior. Quem tem a obrigação de pagar o imposto é o importador, neste caso,
o comprador. A fiscalização das mercadorias é feita principalmente pela Receita Federal, mas outros
órgãos, como Anvisa, Ministério da Agricultura, Anatel e Exército também participam, dependendo do
produto.
No exemplo 1 o CANAL DA DUIMP é Amarelo, pois na RFB deu verde, mas no Mapa deu
Amarelo, logo o canal consolidado é Amarelo.
• No exemplo 2 o CANAL CONSOLIDADO é Vermelho, visto que na RFB deu amarelo, mas no
Mapa deu Vermelho, portanto, o canal da DUIMP neste caso é VERMELHO.
• No exemplo 3 deu Canal Verde com Receita Federal, com Mapa e com Anvisa, assim sendo pode-se
dizer que a DUIMP deu verde.
O Imposto de Importação é um tributo federal que incide sobre mercadoria estrangeira e tem
como fato gerador sua entrada no território nacional. Tem sua legislação básica no Decreto-Lei nº
37/1966 e no Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6.759/09).
Contribuintes do Imposto de Importação:
• Importador: qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território nacio-
nal;
• Destinatário de remessa postal internacional: indicado pelo respectivo remetente ou comprador de
mercadoria entrepostada;
• Consignatário de mercadoria submetida ao entreposto aduaneiro – ao nacionalizar a mercadoria
e promover o despacho aduaneiro para consumo em seu nome
São considerados estrangeiros os equipamentos, as máquinas, os veículos, os aparelhos e os
instrumentos, bem como as partes, as peças, os acessórios e os componentes, de fabricação nacional,
adquiridos no mercado interno pelas empresas nacionais de engenharia, e exportados para a execução
de obras contratadas no exterior, na hipótese de retornarem ao país.
Assim, também é considerada estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada
que retornar ao país, salvo as exceções:
• enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
• devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou para substituição;
• por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador;
• por motivo de guerra ou de calamidade pública; ou
• por outros fatores alheios à vontade do exportador.
O II também chamado como tarifa aduaneira, direitos de importação, tarifa das alfândegas ou
direitos aduaneiros, é um tributo de competência da União, e assim se justifica porque, em se tratando
de um imposto com implicações no relacionamento do país com o exterior, seu trato deve caber na
verdade ao Governo Federal, responsável por este relacionamento, que deve ser uniforme no âmbito
internacional. Este imposto possui grande importância no cenário externo tendo em vista as negocia-
ções de inúmeros tratados, visando a necessidade de integração dos países e a abertura econômica.
Fato Gerador do II
O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria estrangeira no país. Para
efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador:
1. na data do registro da Declaração de Importação de mercadoria submetida a despacho para
consumo, inclusive, no caso de despacho para consumo de mercadoria sob regime suspensivo de tribu-
tação, e de mercadoria contida em remessa postal internacional ou conduzida por viajante, sujeita ao
regime de importação comum;
2. no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de: a) bens
contidos em remessa postal internacional não sujeitos ao regime de importação comum; b) bens com-
preendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou desacompanhada; c) mercadoria constante de
manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio tenha sido verificado pela auto-
ridade aduaneira; ou d) mercadoria estrangeira que não haja sido objeto de declaração de importação,
na hipótese em que tenha sido consumida ou revendida, ou não seja localizada;
3. na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria em recinto alfandegado, se
iniciado o respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento da mercadoria; ou
4. na data do registro da Declaração de Admissão Temporária para Utilização Econômica.
É justo pagar 20% de Imposto de Importação (II) por um bem que não possui produção nacional?
Essa foi a premissa básica da criação do regime Ex-Tarifário (Lei nº 3.244/57).
Ex-Tarifário é a sigla utilizada no comércio exterior para Exceção Tarifária. É quando o governo
concede redução do II de itens para os quais não há produção no Brasil ou ela é insuficiente.
O Ex-tarifário é uma exceção à Tarifa Externa Comum (TEC), e a condição essencial é a de que
não haja produção nacional equivalente do produto beneficiado com o regime. Consiste na redução
temporária da alíquota do imposto de importação de bens de capital (BK), de informática e telecomu-
nicação (BIT), assim marcados na Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC), quando não houver a
fabricação nacional equivalente.
Foi criado por Portaria Ministerial, servindo para dar destaque a certas mercadorias classificá-
veis em determinado código tarifário da TEC. Tem objetivo de fazer com que tais mercadorias deixem
de sofrer a incidência da alíquota normal do Imposto de Importação prevista na TEC para elas.
Com este regime, as mercadorias classificáveis no correspondente código tarifário passam a so-
frer a incidência da alíquota reduzida, de acordo com o estipulado na Portaria. Para fazer jus à alíquota
mais benéfica do Ex-Tarifário, a mercadoria importada deve se identificar totalmente com aquela nele descrita.
Modalidades de Drawback 21
1. Drawback Modalidade Isenção Integrado
• O termo “integrado” neste caso refere-se, que dentro de suas modalidades os insumos podem ser
nacionais e/ou importados utilizados no produto a exportar, sendo que anteriormente eram separa-
dos pela Modalidade Drawback Verde Amarelo (Insumos Nacionais).
• Destina-se a reposição de estoque, ou seja, a empresa já realizou nos últimos dois anos, compras
com pagamento de tributos, vinculados a um produto a exportar. Dessa forma, ela tem direito a
abertura de um pleito de Drawback Isenção para repor seu estoque.
20 SUEXT - Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior. Com o governo Bolsonaro em Janeiro de 2019, o MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio Exterior e Serviços, foi extinto. Assim, foi criada a SECINT (Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais) dentro do Ministério
da Economia, e o DECEX também foi descontinuado. A SUEXT substituiu o antigo DECE
21 Adaptado de Fazcomex - htt ps://www.fazcomex.com.br
O drawback tem alcance geral desde a pequena indústria até as grandes multinacionais. É um
regime aduaneiro que não discrimina qualquer segmento da indústria, nem distingue país de exporta-
ção ou importação.
O Ato Concessório é o documento eletrônico através do qual ocorre o pedido de Drawback. Ele
é emitido em nome da empresa industrial ou comercial, que, após realizar a importação, envia a mer-
cadoria a estabelecimento para industrialização, devendo a exportação do produto ser realizada pela
própria benefi ciária do Ato Concessório. No pedido de abertura do Ato, será levado a agregação de
valor, mensurado pelo Índice de drawback.
Exemplo:
Neste caso, signifi ca que o Índice do Ato Concessório é 61,70%, e que a operação está agregando
38,30% de valor em cima do que está sendo importado.
No momento de inclusão dos valores no Sistema de Drawback Isenção e Suspensão, o mesmo
irá calcular automaticamente o índice, de acordo com as regras em questão.
É importante sempre realizar os cálculos previamente, para se ter uma ideia de qual será o ín-
dice do seu pleito e evitar surpresas na abertura do Ato. Qu anto maior o índice, mais documentos e
explicações o Governo vai solicitar.
Não existe índice mínimo ou máximo. Claro que quanto menor o índice de drawback, ou seja,
quanto maior a agregação de valor sobre o que será comprado, mais fácil a aprovação do Ato Conces-
sório junto a SUEXT.
Métodos para se encontrar o valor aduaneiro (conforme o artigo VII do GATT / OMC):
a) pelo valor da transação;
b) pelo valor da transação da mercadoria importada idêntica à mercadoria objeto do despacho;
c) pelo valor da transação da mercadoria importada similar à mercadoria objeto do despacho;
d) pelo valor da revenda da mercadoria importada;
e) pelo valor computado, ou valor calculado da mercadoria importada;
f) pelo valor obtido por meios razoáveis e compatíveis com o acordo.
22 O imposto ad valorem é um tributo baseado em um percentual sobre o valor de um bem móvel ou imóvel, não sobre seu peso, quantidade ou volume.
O IPI, imposto de competência da União, incide tanto sobre produtos industrializados nacionais
quanto sobre os produtos industrializados importados. O contribuinte do IPI vinculado à importação é
o importador. O fato gerador do IPI, na importação, é o desembaraço aduaneiro de produto de proce-
dência estrangeira. Não constitui fato gerador desembaraço aduaneiro de mercadorias que retornem ao
País nas seguintes condições:
• enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
• devolvida por defeito técnico, que exija sua devolução para reparo ou substituição;
• por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador;
• por motivo de guerra ou calamidade pública;
• por outros fatores alheios à vontade do exportador.
A base de cálculo é o valor por ocasião do despacho de importação, somado ao montante deste
tributo e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.
PENA DE PERDIMENTO
A pena de perdimento é, em regra, aplicada sobre a totalidade das mercadorias acobertadas por
uma declaração de importação. O perdimento de carga de importação é uma pena que prevê a perda do
direito do importador à carga. A mesma passa a pertencer ao erário público, estando disponível para
destruição ou mesmo leilão, onde o importador não terá nenhum direito ao lucro obtido. Nem sempre
a irregularidade que implica a aplicação da pena de perdimento alcança todas as mercadorias impor-
tadas; por vezes recai somente sobre uma parte da carga. As malas diplomáticas são dispensadas de
despacho de importação para entrada no País.
O documento base do despacho de importação é a Declaração de Importação (DI), que deve
ser formulada pelo importador no SISCOMEX, mas outros documentos são necessários, e que serão
detalhados a seguir: conhecimento de transporte original; a fatura comercial; o certificado de origem,
quando se tratar de mercadoria que goze de tratamento favorecido em razão da origem; a guia de im-
portação. Não é permitido agrupar, numa mesma declaração, mercadoria que proceda diretamente do
exterior e mercadoria que se encontre no País em regime aduaneiro especial ou atípico.
RECOLHIMENTO DO IMPOSTO
• É efetuado exclusivamente por débito automático em conta corrente do importador, em estabeleci-
mento bancário habilitado, por meio de DARF eletrônico.
EXTRATO DA DECLARAÇÃO
• Efetivado o registro da declaração, o Sistema emitirá, a pedido do importador, o extrato correspon-
dente, em duas vias.
RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO
• A retificação de informações prestadas na declaração, ou a inclusão de outras, será feita em decla-
ração complementar
CARTA DECLARATÓRIA
• O conhecimento de transporte é documento que exterioriza o contrato de transporte. É também,
um título de crédito que faz prova de posse ou propriedade da mercadoria. Ocorrendo situação em
que uma mercadoria venha a ser encontrada sem o conhecimento de carga, a prova de sua pro-
priedade será feita com a apresentação de carta declaratória emitida pela empresa que efetuou seu
transporte.
MANIFESTO DE CARGA
• a omissão de volume em manifesto de carga, desde que tal volume conste no conhecimento emitido
regularmente, poderá ser suprida se apresentada a mercadoria sob declaração escrita do respon-
sável pelo veículo e anteriormente ao conhecimento da irregularidade pela autoridade aduaneira.
• Se a autoridade aduaneira do local de descarga do veículo transportador constatar divergência en-
tre os dados constantes do manifesto de carga e os do conhecimento de transporte correspondente,
este terá prevalência, podendo a correção do manifesto ser feita de ofício23.
23 Expressão que vem do latim “ex officio”, que significa “por lei, oficialmente, em virtude do cargo ocupado”. Se diz que o ato de um administrador público ou de
um juiz foi “de ofício” quando ele foi executado em virtude do cargo ocupado: sem a necessidade de iniciativa ou participação de terceiros.
GUIA DE IMPORTAÇÃO
• O importador deverá apresentar, por ocasião do despacho, a Guia de Importação ou documento
equivalente, emitido pelo órgão competente, quando exigível na forma da legislação em vigor.
• A guia de importação, concedida no SISCOMEX, é a licença administrativa para se importar deter-
minada mercadoria.
CERTIFICADO DE ORIGEM
• Documento que comprova a origem da mercadoria. É exigido para comprovar que determinada
mercadoria é originária de país com o qual o Brasil celebrou acordo internacional concedendo be-
nefícios fiscais mútuos.
ICMS é a sigla para Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços, imposto de competência es-
tadual, e cada Estado brasileiro e do Distrito Federal, e possui uma alíquota própria. Toda vez que uma
mercadoria ou serviço circula seja dentro do estado, ou interestadual, gera a cobrança do imposto sobre
circulação.
O ICMS na importação é um imposto estadual, cada Estado brasileiro possui uma alíquota para
a circulação de bens e serviços. Os bens importados não estão imunes ao pagamento deste imposto.
A regulamentação do ICMS é feita pela Lei Complementar 87/1996, alterada posteriormente
pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. O cálculo do ICMS é feito sob o valor total da
mercadoria, de acordo com a alíquota do Estado, o que gera disputa entre os Estados.
As mercadorias importadas devem pagar ICMS na importação quando nacionalizadas, a alíquo-
ta devida difere de acordo com o Estado a qual a mercadoria será destinada e também de acordo com
o seu NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul).
O responsável pelo crédito tributário, ou seja, o pagador do ICMS, é o contribuinte, pessoa, físi-
ca ou jurídica, que realize a compra no exterior, mesmo sem intuito comercial.
No ICMS na importação o fato gerador é a nacionalização da mercadoria importada, ou seja,
o seu desembaraço aduaneiro. O ICMS incidirá sobre a entrada de bem ou mercadoria importada do
exterior por pessoa física, ou jurídica, mesmo que não seja contribuinte habitual do imposto, indepen-
dente da sua finalidade.
Quando o desembaraço aduaneiro da mercadoria ocorrer em Estado diferente do seu destino
final, o ICMS a ser pago deverá ser o do Estado da empresa importadora. Por exemplo, empresa de
Minas Gerais importa um equipamento da China, que chega pelo Porto de Santos, e seu desembaraço
ocorre em terminal do próprio porto, a alíquota a ser aplicada é a do Estado de destino da mercadoria,
no caso, Minas Gerais.
24 Adaptado de Portogente, plataforma sul-americana com foco no universo logístico-portuário, no comércio e turismo. www.portogente.com.br
• Após obter o resultado da fórmula base, multiplica-se o valor pela alíquota devida.
Nas mercadorias estrangeiras é aplicado a taxa de 4% quando houver operações interestaduais,
no geral são taxados todos os produtos importados. Na hora de calcular o imposto, a taxa de 4% cor-
responde à alíquota interestadual, independente do estado de destino. Isso significa que um produto
vindo da China, que entrou no país pelo aeroporto de Viracopos, em Campinas, vai pagar a mesma
quantidade de impostos para qualquer destino.
O ICMS requer conhecimento específico e acompanhamento constante da legislação para evitar riscos
de autuações fiscais. É bom sempre estar informado sobre a incidência deste imposto sobre as suas
importações para não ter de arcar com custos desnecessários
ICMS Interestadual
Quando uma mercadoria é desembaraçada em um estado e remetida para outro estado, deve-se
pagar o ICMS interestadual. A partir do Convênio ICMS 57/2013, a alíquota ICMS na Importação, nas
operações interestaduais com bens e mercadorias importados do exterior, passou a ser de 4%.
Essa alíquota aplica-se aos bens e mercadorias importados do exterior que, após seu desemba-
raço aduaneiro:
• não tenham sido submetidos a processo de industrialização;
• ainda que submetidos a qualquer processo de transformação, beneficiamento, montagem, acondi-
cionamento, recondicionamento, renovação ou recondicionamento, resultem em mercadorias ou
bens com Conteúdo de Importação superior a 40%.
ICMS no Drawback
O ICMS é obrigatório nas compras nacionais (todas modalidades) e nas modalidades Drawback
Intermediário e Drawback Isenção (importações e mercado interno). Porém nas Importações vincu-
ladas ao Drawback modalidade Suspensão o ICMS é suspenso. Logo, a procura pela modalidade de
Drawback Suspensão ainda é a mais requisitada pelos exportadoras e também a com maior benefício.
25 Regulamentado pelo Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, e as Leis nºs 8.248, de 23 de outubro de 1991, 8.387, de 30 de dezembro de 1991, 10.176, de
11 de janeiro de 2001, e 11.484, de 31 de maio de 2007.
26 Substituição tributária (ST) é o regime em que a responsabilidade pelo pagamento do ICMS sob as operações de vendas de mercadorias ou prestações de serviços
é atribuída a outro contribuinte que não àquele responsável pela venda do produto. Só é válida para pessoa jurídica. Na prática é uma forma de arrecadação de
tributos utilizado pelo governo, que atribui ao contribuinte a responsabilidade pelo pagamento do imposto devido pelo seu cliente. Assim, a ST é recolhida pelo
contribuinte e depois repassada ao governo. A ST segue a legislação de cada estado, e há variações pelo tipo de mercadoria também.
É prática comum países realizarem acordos concedendo benefícios recíprocos em suas trocas
comerciais, estabelecendo a concessão de margens de preferência tarifária. Nestes casos são aplicadas
sobre a alíquota normal do imposto de importação fixada nas respectivas tarifas.
Regime de Origem do MERCOSUL - É o instrumento que estabelece as regras para a determi-
nação da nacionalidade dos produtos intercambiados nas operações intra-zona.
No MERCOSUL foi adotado o Certificado de Origem (exigido em todas as operações comerciais reali-
zadas no MERCOSUL), com a finalidade de comprovar a origem de mercadoria constante de acordos
comerciais estabelecidos entre os Estados-Parte.
Os Estados-Partes poderão estabelecer, de comum acordo, requisitos específicos de origem, que
prevalecerão sobre os critérios gerais de qualificação.
VALOR ADUANEIRO
A primeira tarefa para calcular o Imposto de Importação (II) incidente sobre uma mercadoria
consiste em determinar a sua classificação fiscal na Tarifa Externa Comum – TEC - do Mercosul, atra-
vés da observância das regras gerais de interpretação e classificação.
Obtida a classificação, verifica-se a alíquota aplicável ao item tarifário. A segunda tarefa diz
respeito à apuração da base de cálculo do imposto. Sobre a base de cálculo apurada aplica-se a alíquota
prevista, resultando no quantum de imposto devido.
• Na atualidade, a maioria dos países adota alíquotas ad valorem27 e daí decorre a necessidade de
se determinar corretamente o valor dos bens importados. Se o valor desses bens não for adequa-
damente apurado, o direito aduaneiro a ele aplicado não desempenhará com eficiência a função
tarifária a que se propõe.
• O tributo poderá não ser arrecadado no seu montante correto e a proteção alfandegária estabelecida
poderá ser frustrada.
• O Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio - GATT, de 1947, estabeleceu, em seu artigo
VII, princípios orientadores da apuração do valor aduaneiro: as regras deveriam ser equânimes, não
discriminatórias e consistentes com as práticas comerciais.
27 A alíquota Ad Valorem (ou Frete Valor) é uma taxa cobrada dentro da tabela de fretes que representa o custo do seguro da carga. Seu cálculo é feito através da
porcentagem da mercadoria sobre o valor da Nota Fiscal da carga transportada agregada ao custo de frete.
PREÇO DE TRANSFERÊNCIA
Para fins tributários “Preço de Transferência” é a prática de transferir resultados para o exterior,
mediante a manipulação dos preços pactuados nas importações ou exportações de bens, serviços ou
direitos, em operações com pessoas vinculadas, residentes ou domiciliadas no exterior ou residentes
em países de tributação favorecida, quer sejam vinculadas ou não.
• Qualquer usuário que realize compra em site internacional é caracterizado como importador.
• As remessas com valor aduaneiro de até US$ 3.000,00 importadas por pessoa física ou jurídica são
desembaraçadas mediante o pagamento do Imposto de Importação - II, do Imposto sobre Circula-
ção de Mercadorias e Serviços – ICMS (quando aplicável) e dos serviços de Correios.
É importante entender que os Correios não participam da transação comercial entre exportador
e importador no processo de importação. Logo, é fundamental que o destinatário tenha um canal de
contato direto com o vendedor no exterior a fim de direcionar eventuais impasses acerca do processo
compra
De acordo com a legislação brasileira, os Correios sujeitam-se aos controles tanto da alfândega
como de outros órgãos governamentais, não estando autorizados a realizar qualquer tipo de interven-
ção em seus processos e decisões. Quanto à fiscalização, todos os itens são analisados pela Receita
Federal e necessitam passar pelo desembaraço aduaneiro para que sejam nacionalizados.
Para entrada de mercadorias no país, pode ser necessária a anuência de um ou mais órgãos de
controle de acordo com o tipo de produto a ser importado (ex. ANVISA, Exército, IBAMA, INMETRO,
VIGIAGRO, etc.). Diferentes fatores podem impactar o recebimento do item, tais como: importação
de item proibido, importação sem documentação necessária, endereçamento insuficiente ou incorreto,
entre outros
É importante verificar no site de vendas quais são as opções de entrega disponíveis. Para garan-
tir que o objeto seja entregue, é necessário escolher uma das modalidades oferecidas pelos Correios.
Esta modalidade de envio deve ser contratada pelo remetente na origem.
No momento da compra, as lojas virtuais devem informar o prazo de entrega do produto, o qual
varia em função da modalidade de entrega escolhida. Em geral, quanto mais estendido o prazo, mais
reduzido é o valor do frete. Os prazos de cada modalidade podem ser consultados no site dos Correios.
Também é possível acompanhar a entrega da compra por SMS.
O código de rastreamento obedece a um padrão internacional (padrão S10) composto de 13
caracteres: 2 letras (indicam a modalidade de entrega) + 9 números + 2 letras (indicam o país de
origem) e possibilita a consulta de informações sobre a encomenda no site dos Correios. Exemplos:
ER123456789PT, CL123456789DE, LZ123456789US.
Os Correios disponibilizam um guia para orientar os usuários do e-commerce a respeito de ope-
rações de compra e venda internacionais em ambiente virtual. Acesso pelo endereço:
https://www.correios.com.br/enviar-e-receber/importacao/importacao/pdf/GuiadeimportacaoviaPos-
tal.pdf
O fluxo do processo de exportação se inicia com a intenção de um operador privado em realizar uma
exportação e termina com o embarque da mercadoria para o exterior. Além de tratar com seus parceiros
comerciais e da cadeia logística, o exportador deverá, mediante declaração específica, informar ao governo
a operação a ser realizada. Dependendo das características da mercadoria, o exportador deverá atender exi-
gências de legislação nacional, normas internacionais ou normas impostas pelo país importador.
Essas exigências se materializam pela obtenção de licenças, autorizações, certificados, entre
outros documentos. No SISCOMEX existe um módulo específico para essas necessidades, denominado
Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCO). Esse módulo recebe solicita-
ções de análise e emissão de documentos de forma paralela e independente do registro de declaração
sobre uma exportação, que também é efetivada em módulo específico, denominada Declaração Única
de Exportação (DU-E). Estes módulos dão suporte ao fluxo centralizado de informações e tem rela-
ções de complementariedade e validação.
A movimentação da carga de exportação, desde a sua entrada em recinto aduaneiro até o seu
embarque para o exterior é controlada pelo Módulo de Controle de Carga e Trânsito de Exportação
(CCT), que trabalha integrado ao da DU-E.
Após o registro da Declaração, a mercadoria poderá ser selecionada ou não para conferência
aduaneira por meio de gerenciamento de risco ou por interferência manual da fiscalização aduaneira,
sendo esta realizada por meio do Módulo de Conferência Aduaneira. Eventuais inspeções físicas por
parte de órgãos anuentes ocorrem conjuntamente com a verificação física da RFB.
Não havendo outras pendências, como a necessidade de análise de pedido e emissão de docu-
mento LPCO por órgão anuente, a operação é automaticamente desembaraçada e o embarque autori-
zado. Havendo pendências, a operação fica aguardando a conclusão para que se dê o desembaraço.
A figura a seguir mostra o fluxograma geral do processo de exportação, que comporta pequenas
variações a depender das características da mercadoria. Há, por exemplo, hipóteses de conclusão do
despacho após o embarque da mercadoria.
A lista dos principais produtos exportados pelo Brasil pode ser encontrada facilmente no site
do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), na aba de visualizações do comércio
exterior: https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br
Conforme o Portal único Sixcomex, são opções disponíveis no registro da DU-E as seguintes modalidades:
a) Exportação Normal – com registro da declaração antes do embarque da mercadoria para o exterior.
b) Declaração a Posteriori – com registro da declaração após o embarque da mercadoria para o exterior.
Tipos de exportação:
a) Exportação Própria - realizada pelo próprio exportador.
b) Exportação Porta a porta - processadas pelos Correios ou por empresas de transporte ex-
presso internacional (courier).
• Apenas declarações simplificadas de exportação podem ser registradas pelos correios ou empresas
de courier em nome do exportador. Essa operação é diferente da que é intermediada por empresas
“trading”, quando as mercadorias são vendidas a esta, com fim específico de exportação.
Certificados CITES
A Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo
de Extinção (CITES) foi assinada pelo Brasil em 1975 e estabelece um modelo jurídico internacional
para regular a exportação, importação, reexportação de animais ou plantas, vivos ou mortos.
A CITES regula o comércio internacional de espécimes de espécies selvagens da fauna e da
flora listadas nos seus Anexos com base num sistema de licenças e certificados os quais apenas são
emitidos quando estão cumpridas certas condições, e devem ser apresentadas à entrada ou saída de um
país. Para espécies listadas nos Anexos-II e III, o comércio internacional é permitido, mas regulado.
Para espécies listadas no Anexo I o comércio internacional é, na generalidade, proibido.
Mais detalhes em: https://cites.org.
29 Processo que visa certificar a origem de diamantes, a fim de evitar a compra de pedras originárias de áreas de conflito. Foi criado em 2003 com o objetivo de
evitar o financiamento de armas em países africanos em guerra civil. Retratado no filme “Diamante de Sangue” (2007).
A empresa interessada em exportar deve ter o “Registro do Exportador”, que pode ser feito dire-
tamente no Portal SISCOMEX. Para exportar, as pessoas físicas e jurídicas devem estar cadastradas no
REI – “Registro de Exportadores e Importadores da Secretaria de Comércio Exterior”. A inscrição no
REI é automática, no ato da primeira operação, sem o encaminhamento de quaisquer documentos, às
quais poderão ser solicitados, eventualmente, pelo DECEX (Departamento de Operações de Comércio
Exterior).
O DECEX é o órgão responsável pela operacionalização das políticas da Secretaria de Comércio
Exterior (Secex). Administra o Siscomex e sua função é simplificar a operacionalidade do comércio
exterior brasileiro e promover as exportações. O “Registro da Operação de Exportação” deve ser feito
através de um registro, o Registro de Exportação (RE), e, eventualmente, de dois outros módulos: o
Registro de Operação de Credito (RC) e o Registro de Venda (RV).
O RE é o conjunto de informações de natureza comercial, cambial e fiscal que caracterizam a ope-
ração de exportação de uma mercadoria através de enquadramento específico. É considerado como fato
gerador, para efeito do cálculo do Imposto de Exportação, a data do registro da exportação no SICOMEX.
O “Registro de Exportação Simplificado” (RES) é utilizado nas operações de exportação com
valor de venda abaixo de US$ 10.000, desde que atendidas às demais condições estabelecidas no Comu-
nicado DECEX nº 25/98.
O “Registro de Operação de Crédito” (RC) representa o conjunto de informações de caráter
cambial e financeiro, nas exportações com prazo de pagamento superior a 180 dias.
A Documentação necessária para exportação pode ser dividida em documentos financeiros,
logísticos e aduaneiros, conforme o quadro a seguir.
Fracionamento
A mercadoria objeto de exportação por via terrestre poderá ter sua transposição de fronteira
fracionada quando não puder ser embarcada em um único veículo ou composição.
Local de Despacho
O despacho de exportação pode ser realizado em recintos alfandegados de zona primária ou de
zona secundária ou, em certos casos, em locais não-alfandegados, como. por exemplo, no próprio esta-
belecimento do exportador.
Conferência Aduaneira
É realizada de forma parametrizada pelo SISCOMEX, para um dos três canais de conferência:
• Canal Verde: o desembaraço da mercadoria é procedido de forma automática pelo sistema. Não
há exame documental nem verificação física da mercadoria; porém, nada impede que o chefe da
unidade da SRF onde se processou o despacho aduaneiro da mercadoria, após o seu desembaraço,
mas antes da entrega ao importador, determine que se proceda à ação fiscal pertinente.
• Canal laranja: é efetuado somente o exame documental.
• Canal vermelho: é realizado o exame documental e a verificação física da mercadoria.
Incentivos fiscais à exportação são medidas que beneficiam o exportador reduzindo-lhe a carga
tributária. Aplicam-se aos produtos a serem exportados na venda direta ao exterior e para a venda no
mercado interno com fim específico de exportação, a uma empresa comercial exportadora (trading
company).
A concessão de incentivos fiscais às exportações, trem o objetivo de compensar a menor com-
petitividade relativa de alguns setores da produção nacional, tornando os preços de seus produtos com-
petitivos nos mercados de exportação.
Com relação ao enquadramento jurídico, os incentivos fiscais podem ser classificados em:
• Imunidade: é prevista na Constituição Federal e age impedindo a incidência da norma que prevê o tributo.
• Isenção ou suspensão: é prevista em lei, ou seja, a dispensa legal de recolher certo tributo, advém
de dispositivo definido em lei, e como tal, inferior à Constituição Federal.
• Não incidência: dá-se a não incidência quando o fato ocorrido não apresenta identidade com os
elementos da norma, ou seja, quando a norma que prevê a incidência não é aplicável ao caso.
• Ressarcimento de Créditos ou restituição de taxas: o ressarcimento é a recuperação do valor do
tributo pago em forma de crédito a ser utilizado no pagamento de outro tributo.
• Manutenção de Créditos: a manutenção de créditos significa recuperação do valor do tributo pago
em forma de crédito a ser utilizado no pagamento do mesmo tributo em outra operação.
• Drawback: é a devolução de direitos de importação sobre matérias-primas em manufaturas a serem
exportadas.
Pode também envolver: imunidade do IPI; não incidência do ICMS e isenção do COFINS e do PIS.
30 Spread refere-se à diferença entre o preço de compra e venda de uma ação, título ou transação monetária. Quando um banco empresta dinheiro, cobra uma taxa
pelo empréstimo, uma taxa que será certamente superior à taxa de captação. A diferença entre as duas taxas é o chamado “spread bancário”
(*)BAGERGS - Banrisul Armazéns Gerais atua como Entreposto Aduaneiro de Importação e Exportação e como
Depósito Alfandegado Certificado/Porto Seco - Canoas/RS
Existem vários termos para se referir a um Porto seco: Estação Aduaneira Interior (EADI), Dry
Port, porto interior (inland port) ou ainda hubs intermodais.
Trata-se de um terminal intermodal terrestre diretamente ligado por estrada e/ou via férrea e/
ou até aérea, sendo um depósito alfandegado localizado na zona secundária (fora do porto organizado),
geralmente no interior.
O termo é usado em um sentido para designar uma instalação especializada para contêineres
intermodais (contêineres padronizados) no transporte internacional. Em vez de as mercadorias serem
carregadas e descarregadas nesses portos, os contêineres podem ser transferidos apenas entre o navio
e o veículo rodoviário ou o navio e o trem. O contêiner pode ser transferido novamente entre rodovia e
ferrovia para outro lugar e as mercadorias são carregadas ou descarregadas somente em seu ponto de
origem ou destino final.
Um porto seco recebe as cargas ainda consolidadas, podendo nacionalizá-las de imediato ou
trabalhar como entreposto aduaneiro. Assim o porto seco armazena a mercadoria do importador pelo
período que este desejar, em regime de suspensão de impostos, podendo fazer a nacionalização fracionada.
O mesmo pode acontecer na exportação, este sistema permite que o exportador utilize o Porto
Seco para depositar sua carga e, a partir do momento que esta entra no Porto Seco, todos os docu-
mentos referentes à transação podem ser negociados normalmente como se a mercadoria já estivesse
embarcada. Pelo sistema, o custo de armazenagem fica a cargo do importador e, assim que a carga
é colocada dentro do porto seco, cessam as responsabilidades do exportador sobre ela. A recusa do
importador em pagar o valor da armazenagem não é determinante no fato de o dispositivo ser pouco
utilizado. Os custos de armazenagem no Brasil são menores do que os praticados no exterior.
No caso de importação, as estações aduaneiras recebem as cargas ainda consolidadas e, após na-
cionalização, pode despachá-las para uso imediato ou trabalhar como entreposto aduaneiro. Já no caso
de exportações, os portos secos podem receber e preparar as mercadorias para serem enviadas ao exterior.
Além de seu papel na carga de transbordo, portos secos podem também incluir instalações para
armazenamento e consolidação de mercadorias, manutenção de transportadores rodoviários ou ferro-
viários de carga e de serviços de “desalfandegamento”.
• O desalfandegamento é o ato ou efeito de tirar o produto da alfândega, de desalfandegar. É feito
através da entrega de documentação relativa à encomenda, à sua origem e ao destinatário.
Com o uso dos portos secos, as mercadorias exportadas já chegam aos portos marítimos prontas
para o embarque, e no caso das importações pode-se tirar as mercadorias dos portos marítimos mais
cedo, onde a armazenagem custa substancialmente mais caro.
31 O maior porto seco do mundo está na China: é o Khorgos Gateway, que conecta o Cazaquistão à China por via ferroviária. Khorgos ocupa um dos pontos
mais distantes de qualquer oceano na Terra. O segundo maior está em Duisburg, na Alemanha. Mais de 3 milhões de contêineres e 130 milhões de toneladas de
mercadorias entram neste porto seco todos os anos.
NA EXPORTAÇÃO:
• Recebimento de containers vazios para a posterior utilização com cargas.
• Admissão de mercadorias que serão exportadas após o desembaraço aduaneiro.
• Pesagem de veículos e containers.
• Movimentação e armazenagem de mercadorias para colocação em containers.
Na área alfandegada dos portos secos, a Receita Federal e outros órgãos de controle examinam
a carga e fazem a liberação, o que evita que importadores e exportadores tenham que enfrentar as fi las
nos portos comuns.
32 DORFMAN, A e ROSÉS, G. T. B. (2005): Regionalismo fronteiriço e o “acordo para os nacionais fronteiriços brasileiros uruguaios”. In: OLIVEIRA, T. C. M. de
(Org.). Território sem limites: estudos sobre fronteiras. Campo Grande: UFMS. p. 195-228.
33 BENTO, Fábio Régio. O papel das cidades-gêmeas de fronteira na integração regional Sul-Americana. Conjuntura Austral, v. 6, n. 27-28, p. 40-53, 2015.
Apesar da extensa linha de fronteira do Brasil com o Peru, a Bolívia e a Colômbia, é na fronteira
com a Argentina, o Paraguai e o Uruguai que as interações entre os países vizinhos são mais dinâmi-
cas, havendo, maior ocorrência de postos da Receita Federal e de cidades-gêmeas.
Cidades gêmeas
Adensamentos populacio-nais cortados pela
linha de fronteira (terrestre ou fluvial, articulada ou
não por obra de infraestrutura).
Contam com grande potencial de integração
econômica e cultural.
Há intensa circulação de pessoas, mercado-
rias e capitais, mas também existem problemas li-
gados ao comércio ilegal de mercadoria entre dois
países, contrabando ou tráfico de drogas.
Ponte da amizade Brasil x Paraguai
Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad Del Este
(Paraguai)
Atividade Avaliativa #7
• Escolher uma das 29 cidades gêmeas brasileiras e fazer uma pesquisa na internet sobre a situação
atual no que diz respeito às relações comerciais e de trabalho entre os dois países.
• Investigar se existem lojas francas, e em caso positivo, como está o funcionamento e a movimenta-
ção atual das lojas francas nestas cidades.
• Procurar conhecer as políticas públicas existentes e de que forma elas estimulam o comércio na
fronteira e o desenvolvimento local.
• Preparar uma apresentação em powerpoint para comunicar suas descobertas. No final colocar a sua
percepção e conclusão sobre a importância destas cidades gêmeas para o comércio exterior e para
o desenvolvimento da região em questão.
36 Enquanto os tributos fiscais possuem como função principal arrecadar valores para manutenção do Estado, os extrafiscais são orientados por interesses políticos,
econômicos, sociais ou ambientais. Há ainda os tributos parafiscais, que são aqueles que possuem como função arrecadar para entidades que atuam paralelamente
ao Estado. Os impostos extrafiscais por natureza são os seguintes: Imposto sobre Importação (II), Imposto sobre Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industria-
lizados (IPI) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Muitos empreendedores acreditam que comprar produtos de outros países é mais barato do que
fabricá-los internamente. Essa afirmação é verdadeira, desde que sejam tomados cuidado com o impos-
to de importação, que pode elevar significativamente o valor final do produto.
Os produtos importados sofrem a incidência de 5 tributos principais:
1. Imposto de Importação (II);
2. Programa de Integração Social (PIS);
3. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
4. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
5. Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Todos os tributos são federais, com exceção do ICMS. Eles também são cobrados para mercado-
rias nacionais, sendo que o II é o único exclusivo à importação.
O cálculo dos impostos no processo de importação pode ser simplificado por meio de duas ferramentas:
• Planilha de importação que contenha uma solução específica para o empreendimento.
• Simulador do Tratamento Tributário e Administrativo das Importações, que reproduz os custos da
operação e é disponibilizado pela Receita Federal. Para utilizar é necessário conhecer a NCM. Dis-
ponível em: http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador
Em agosto de 2020 foi feito o desligamento do SISCOSERV pelas Secretarias Especiais de Co-
mércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secint) e da Receita Federal do Brasil (RFB) do Ministério
da Economia. A medida estava inserida no processo de desburocratização, facilitação e melhoria do
ambiente de negócios promovido pelo governo federal, e teve como norte dois princípios fundamentais
da Lei de Liberdade Econômica (Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019): a liberdade como uma ga-
rantia no exercício de atividades econômicas e a intervenção subsidiária e excepcional do Estado sobre
o exercício de atividades econômicas.
Em 21/10/2020, o Ministério da Economia anunciou o desligamento definitivo do Siscoserv e
revogou todas as normas a ele relacionadas, extinguindo definitivamente a obrigação de prestação de
informações ao sistema. Assim, exportadores e importadores de serviços não precisam mais reportar as
informações no sistema. A medida contrasta com a movimentação registrada em 2019, quando apro-
ximadamente 5,4 milhões de registros foram feitos no Siscoserv pelos operadores privados, de acordo
com o Ministério da Economia.
Na prática, a extinção do Siscoserv não deixa as empresas desobrigadas da gerência dos processos de aqui-
sição e vendas de serviços, o controle continua sendo realizado, porém uma forma descentralizada. Nada mudou
quanto aos benefícios fiscais, retenções, tributos incidentes em pagamentos e câmbios, entre outras operações, que
continuam funcionando normalmente, e as empresas envolvidas devem declarar suas operações.
Comércio Exterior: Fundamentos e Organização 169
que seguirão sendo promovidas com base em dados já apresentados ao governo federal por meio de
contratos de câmbio e de outras obrigações tributárias acessórias.
O governo explicou também que não haveria qualquer prejuízo à divulgação das estatísticas
do comércio exterior de serviços que compõem o balanço de pagamentos ou às ações de fiscalização
tributária. A captação de informações sobre as exportações e importações de serviços para fins de
desenho de políticas públicas, divulgação estatística e fiscalização estará baseada em dados que já são
atualmente apresentados ao governo, tais como os referentes aos contratos de câmbio e os previstos
em outras obrigações tributárias acessórias, em linha com as melhores práticas verificadas internacio-
nalmente a partir das recomendações do Manual de Balanço de Pagamentos e Posição Internacional de
Investimento (BPM6), do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A elaboração da NBS tomou por base a Central Product Classification (CPC), que é a classifi-
cação de produtos e atividades, editada pelas Nações Unidas. Não se trata de convenção internacional
assinada pelo Brasil (não estamos, portanto, obrigados a adotar a CPC integralmente). A CPC está
disponível em: https://unstats.un.org/unsd/classifications/unsdclassifications/cpcv21.pdf