Apostila-Modulo 2-Morfologia
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PORTUGUÊS
PARA
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PROF. FÁBIO MAZZIOTTI
CONTEÚDO CONFORME EDITAL DAS PRINCIPAIS BANCAS
MORFOLOGIA: ESTRUTURA, FORMAÇÃO E CLASSES DE PALAVRAS
MÓDULO 2
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CURSO DE português
_______________________________________________________________________________________________________________________________________
Prezado aluno,
Ementa:
(PORTUGUÊS BÁSICO E INTERMEDIÁRIO)
SUMÁRIO
MORFOLOGIA
GRAMÁTICA NORMATIVA
MÓDULO 2: morfologia
Chama-se morfologia a parte da gramática da língua que se ocupa no estudo da estrutura, formação e
classes de palavras. A morfologia possui dois ramos: o nominal e o verbal.
A importância da morfologia resulta da necessidade de fornecer ao estudante a ciência do funcionamento dos elementos
estruturais de uma palavra. Por isso, a palavra MORFOLOGIA, de criação grega, significa: estudo da forma.
Os estudos morfológicos se subdividem em três grandes grupos: a ESTRUTURA, a FORMAÇÃO e as CLASSES de palavras.
b) VOGAL TEMÁTICA – morfema que serve de elemento de ligação entre o radical e as desinências. O conjunto radical + vogal
temática recebe o nome de TEMA. A vogal temática pode ser verbal ou nominal.
● Nos verbos, a vogal temática marca a conjugação (1a, 2a ou 3ª): cantar, vender, partir, falaria, envolvesse, manteria
etc.
● As vogais temáticas nominais são três: a, e, o, quando átonas (pronunciadas de maneira mais fraca) e no final da
palavra. Exemplos: mesa, ponte, livro. Pode ainda ocorrer num tema simples primitivo (livr-o) ou derivado (livr-eir-o).
Observação:
● Alguns nomes terminados em consoantes apresentam a VT “e”, latente no singular, mas patente no plural: mar –
mares; gás – gases; bar – bares; voz – vozes etc.
● Existem nomes terminados em -ão cuja vogal temática muda quando os passamos para o plural. Exemplos: tabelião
– tabeliões, canção – canções.
ATENÇÃO!
● Palavras terminadas em vogais tônicas (pronunciadas de maneira mais forte) não apresentam vogal temática e por isso se dizem
atemáticos. Alguns exemplos são: Pará, café, pó, sofá, cipó etc.
● A vogal temática pode passar à variante u como ocorre com afeto → afetuoso.
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c) DESINÊNCIAS – morfemas que indicam as flexões das palavras variáveis. Subdividem-se em desinências nominais (indicam as
flexões de número e gênero nos nomes – DNN e DNG) e desinências verbais (indicam as flexões de tempo/modo e
número/pessoa dos verbos – DMT e DNP).
PALAVRAS COGNATAS – chamam-se cognatas as palavras que pertencem a uma família de raiz e significação comum:
doce, docinho, doceira, doçaria, doçura, adoçar, adocicado. Dessa forma, uma só família de palavras pode ter dois
radicais, um de forma erudita, outro de forma popular: digital e dedal, parietal e parede, auricular e orelha, acutíssimo
e agudíssimo, paupérrimo e pobríssimo.
Observações:
● É comum um morfema apresentar uma forma variante. Nesse caso, chama-se ALOMORFE à variante dos elementos
mórficos.
● A troca do c por ç é apenas acomodação gráfica (descer – desço), pois o fonema é o mesmo. O mesmo ocorre na troca
do fonema /k/ (“c” por “qu”) em verbos como atacar, comunicar, carregar (ataquei, comuniquei, carreguei).
A vogal de ligação e a consoante de ligação NÃO devem ser consideradas como morfemas. São apenas elementos
eufônicos, ou seja, estão relacionados com os aspectos fonológicos (sons), contribuindo para a pronúncia de algumas
palavras. Isso porque — vale ressaltar — as vogais e as consoantes de ligação não causam alteração de sentidos nas
palavras.
d) AFIXOS – São elementos ou morfemas derivacionais capazes de alterar a significação básica de um radical. Podem também
operar mudanças de classes gramaticais. Subdividem-se em prefixos (quando antepostos ao radical) e sufixos (pospostos ao radical)
para formar novas palavras.
Exemplos: dispor, reter, fielmente, lealdade, dispor, inquieto, casarão, livrinho, folhagem.
A seguir, apresentaremos tabelas dos principais radicais, prefixos e sufixos de origem grega
e latina.
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pospor, pós-escrito, pospor,
pos posição posterior
postônico
predizer, prefixo, previsão,
pre anterioridade; superioridade; intensidade
pré-história, prefácio
preter além de preternatural
pro anterioridade, em frente prosseguir
re movimento para trás, de novo refrear
retro movimento para trás retroação, retrospectivo
soto posição inferior sotopor
subscrever, subconjunto,
sub, sob, so inferioridade, de baixo para cima subcutâneo, subsolo, sobpor,
soterrar
super-homem, superfície
super, sobre, supra posição superior, excesso superpopulação, sobreloja,
suprassumo, supracitado,
transbordar, transcrever,
trans, tras, tra, tres através de, posição além de, mudança tradição, traduzir, traspassar,
tresloucado, tresmalhar
tri três tripartido
ultra além de, excesso, limite ultrapassar, ultrassensível
vice-cônsul, vice-reitor,
vis (vice) posição abaixo de; substituição, no lugar de
visconde
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hipo- sub- posição inferior hipodérmico, submarino
para- ad- proximidade, adjunção paralelo, adjacência
peri- circum- em torno de periferia, circunferência
cata- de- movimento para baixo catavento, derrubar
si-(n)(m) cum- simultaneidade, companhia sinfonia, silogeu, cúmplice
SUFIXOS
Os sufixos da Língua Portuguesa possuem origem variada. Predominam, no entanto, os de origem grega ou latina. Quanto ao
sentido, costumam assumir inúmeros significados. Dividem-se em nominais e verbais.
Valor diminutivo:
-inho: lapisinho -zinho: cãozinho -acho: riacho -icha: barbicha
-ebre: casebre -eco: livreco -ejo: lugarejo -isco: chuvisco
-ulo, -culo: (diminutivos eruditos): glóbulo, grânulo, versículo, partícula -eto: livreto
Valor superlativo:
-Íssimo: amicíssimo -érrimo: paupérrimo -limo: facílimo
SUFIXOS VERBAIS
-ear: folhear -ejar: gotejar -icar: bebericar
-izar: utilizar -ecer, -escer: amhecer, escurecer -fazer: liquefazer
-itar: saltitar -iscar: beliscar
SUFIXO ADVERBIAL
Somente o sufixo -mente: amavelmente, distraidamente
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Variante de radical – é o radical que apresenta diferença fonética em relação ao radical-base, sem alterar o significado lexical.
Caracteriza os verbos irregulares.
OBSERVAÇÃO:
Irregular é o verbo que, em algumas formas, apresenta modificações no radical ou na flexão, afastando-se do modelo da
conjugação a que pertence:
a) variação no radical em comparação com o infinitivo: ouvir – ouço; dizer – digo; perder - perco
b) variação na flexão, em relação ao modelo: estou (em relação a canto), estás (em relação a cantas, este átono, aquele tônico).
ATENÇÃO:
Alteração ou acomodação gráfica é a mudança que o radical sofre para manter a mesma estrutura fonética. Não é variante
de radical. Não caracteriza irregularidade. Os verbos são regulares, conforme já explicado na observação da pág. 2.
carregar – carregue – carreguei – carregues / ficar – fico –fiquei – fique
Sabemos também que a vogal temática é o morfema que caracteriza as conjugações verbais. É importante perceber que nem
todas as formas verbais possuem a vogal temática, como, por exemplo, a 1ª pessoa singular do presente do indicativo, o presente
do subjuntivo e o imperativo negativo — estes dois últimos tempos derivados do primeiro —, assim como as formas do imperativo
afirmativo, provenientes do presente do subjuntivo: cante (você), cantemos (nós), cantem (vocês).
SUBJUNTIVO
Presente -e- -a- -a-
Pretérito imperfeito -sse- -sse- -sse-
Futuro -r- (-re-) -r- (-re-) -r- (-re-)
IMPERATIVO
Ø para as formas próprias do imperativo (as 2ª pessoas do singular e plural) e conforme
Afirmativo
o presente do subjuntivo para as formas derivadas deste.
Negativo -e- -a- -a-
FORMAS NOMINAIS
Infinitivo pessoal -r- (-re-) -r- (-re-) -r- (-re-)
Infinitivo impessoal -r -r -r
Gerúndio -ndo -ndo -ndo
Particípio -do (-to; -sso; -e) -do (-to; -sso; -e) -do (-to; -sso; -e)
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Próprias do pretérito
Gerais Variantes
perfeito do ind.
Eu Ø -i* -o (só no pres. ind.); -i (só no fut. pres.)
Tu -s -ste Ø (no imperativo)
Ele Ø -u -
Nós -mos - -
-des (só no futuro do subjuntivo, infinitivo flexionado
Vós -is -stes
e pres. do ind. de alguns verbos irregulares); -i (no imperativo)
-ão (no futuro do presente dá-se uma ditongação; a
Eles -m -
nasalidade é indicada por til e se sobrepõe à característica temporal)
Obs.: MORFEMA CUMULATIVO – morfema que reúne em si várias funções gramaticais. Assim, as DNP próprias do
pretérito perfeito acumulam as funções de DMT por não existirem elas nestas formas verbais.
Atividades de fixação
1. Faça a divisão dos vocábulos abaixo quanto à estrutura mórfica. Nomeie cada elemento:
a) desigualdade -
__________________________________________________________________
b) exsurgir -
__________________________________________________________________
c) profundamente -
__________________________________________________________________
d) canalização -
__________________________________________________________________
e) ajoelhar -
__________________________________________________________________
f) amabilidade -
__________________________________________________________________
g) empoeirado -
__________________________________________________________________
h) cantávamos -
__________________________________________________________________
2. Use DG para desinência de gênero, DN para desinência de número e VT para vogal temática:
a) santa ( ) e) monstro ( )
b) casas ( ) f) mares ( )
c) belo ( ) g) revista ( )
d) cadernos ( ) h) honesto ( )
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4. (UFPE) Estabeleça a combinação dos radicais latinos das colunas I e II, de forma a construir termos que signifiquem: "quem vaga
pela noite", "o que traz o sono", "quem assassina o irmão", "o que quer o bem", " o que é relativo ao campo".
Coluna I Coluna II
1. fratri ( ) vago
2. agri ( ) fero
3. bene ( ) cida
4. nocti ( ) volo
5. soni ( ) cola
A sequência correta é:
a) 5, 2, 3, 4 e 1.
b) 4, 5, 1, 3 e 2.
c) 1, 2, 3, 4 e 5.
d) 4, 2, 5, 1 e 3.
e) 2, 5, 1, 3 e 4.
Aprendizagem
Leia o poema de Tom Jobim e Chico Buarque e responda à questão 1.
Eu te amo
Ah, se já perdemos a noção da hora,
Se juntos já jogamos tudo fora,
Me conta agora como hei de partir...
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios,
Rompi com o mundo, queimei meus navios,
Me diz pra onde é que inda posso ir...
(...)
Se entornaste a nossa sorte pelo chão,
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu...
(...)
Como, se nos amamos como dois pagãos,
Teus seios inda estão nas minhas mãos,
Me explica com que cara eu vou sair...
Não, acho que estás só fazendo de conta,
Te dei meus olhos pra tomares conta,
Agora conta como hei de partir...
(Tom Jobim - Chico Buarque)
2. (FGV/ TJ-AL-2018) O item abaixo em que os dois vocábulos citados NÃO fazem parte da mesma família de palavras é:
a) falir / falência
b) provir / provisão
c) deter / detenção
d) dispensar / dispensa
e) fugir / fuga
3. (UF Lavras - MG) A alternativa em que há ERRO quanto à análise mórfica do elemento estrutural destacado é:
a) pobrezinho – desinência nominal
b) enlutada – prefixo
c) sentirá – radical
d) saiu – vogal temática
e) despertasse – desinência modo-temporal
5. (UFSC) Assinale a alternativa em que o elemento mórfico em destaque está corretamente analisado.
a) vendeste (-e-) – vogal de ligação
b) gasômetro (-o-) – vogal temática de segunda conjugação
c) menina (-a) – desinência nominal de gênero
d) amassem (-sse-) – desinência de segunda pessoa do plural
e) cantaríeis (-is) – desinência do imperfeito do subjuntivo
6. (CEAP-AP) Identifique a alternativa em que a forma verbal corresponde à estrutura: radical + vogal temática + desinência modo-
temporal + desinência número-pessoal.
a) admira
b) esquecendo
c) modulava
d) conformou
e) juntavam
9. (FGV-RJ) Assinale o item em que há ERRO quanto à análise da forma verbal CANTÁVAMOS:
a) cant– é radical.
b) –a– é vogal temática.
c) canta- é tema.
d) –va– é desinência de pretérito imperfeito do subjuntivo.
e) –mos é desinência de 1ª pessoa do plural.
10. (CESGRANRIO-RJ) Assinale a palavra cujos elementos mórficos estão ERRADAMENTE separados:
a) fogueiras = fogu-eira-s b) errantes = err-a-nte-s c) profundamente = profund-a-mente
d) dormindo = dorm-ind-o e) deitados = deit-a-do-s
11. (EEAR/adap.) Assinale a alternativa em que o elemento mórfico em destaque está INCORRETAMENTE analisado.
a) amássemos (A) — vogal temática verbal b) revólveres (S) — desinência de número
c) pobretão (T) — consoante de ligação d) inseticida (I) — vogal temática
e) cante (E) — desinência modo-temporal
13. (FAC. ENG. SÃO JOSÉ) Entre os compostos de origem grega que seguem, existe um que NÃO se ajusta à definição dada:
a) nevralgia: dor viva no trajeto de um nervo.
b) cosmopolita: cidadão de todo o mundo, o que não se fixa em país nenhum.
c) xenófobo: amigo dos estrangeiros.
d) topografia: descrição de lugares.
e) misantropo: inimigo da humanidade; que foge ao convívio dos outros homens.
14. (FGV/ALERJ-2017) Duas palavras que NÃO pertencem à mesma família por não possuírem o mesmo radical são:
a) hemácia/anemia b) decapitar/capital c) cátedra/catedral
d) animismo/desanimado e) depredar/pedra
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I. COMPOSIÇÃO
Formação de novas palavras a partir de dois ou mais radicais.
a) COMPOSIÇÃO POR JUSTAPOSIÇÃO:
Ocorre quando em sua união, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua estrutura, ou seja, não há perda de elementos.
Ex: ao se unirem os radicais “ponta” e “pé”, obtém-se a palavra “pontapé”. O mesmo ocorre com guarda-chuva, passatempo,
girassol.
II. DERIVAÇÃO
Formação de novas palavras a partir de apenas um radical. É o processo pelo qual de uma palavra se formam outras, por meio
do decréscimo ou acréscimo de certos elementos que lhe alteram o sentido primitivo ou lhe acrescentam um sentido novo, a
palavra que lhe dá derivação chama-se primitiva. Realiza-se por uma dessas formas:
a) DERIVAÇÃO PREFIXAL
Acréscimo de um prefixo à palavra primitiva; também chamado de prefixação.
Ex: antepasto, reescrever, infeliz, preconceito.
b) DERIVAÇÃO SUFIXAL
Acréscimo de um sufixo à palavra primitiva; também chamado de sufixação.
Ex: felizmente, igualdade, florescer.
d. DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA
Acréscimo de um prefixo e de um sufixo, simultaneamente; também chamado de parassíntese ou de parassintetismo.
Ex: envernizar, enrijecer, anoitecer.
OBS:
A maneira mais fácil de se estabelecer a diferença entre derivação prefixal e sufixal e derivação parassintética é
a seguinte: retira-se o prefixo ou o sufixo: se a palavra que sobrou existir, é porque é formada por derivação prefixal
e sufixal, caso contrário, é formada por derivação parassintética. Por exemplo, retire o prefixo de envernizar: não
existe a palavra vernizar; agora, retire o sufixo: também não existe a palavra enverniz. Portanto, a palavra foi
formada por parassíntese.
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Obs:
Às vezes, fica difícil saber se o substantivo se deriva do verbo ou se este se origina do substantivo. Segundo Mário Barreto, a
distinção deve ser feita da seguinte forma: “Se o substantivo denota ação, será palavra derivada e o verbo palavra primitiva; mas,
se o nome denota algum objeto ou substância, verificar-se-á o contrário”.
Ex:
PRIMITIVA DERIVADA DERIVADA PRIMITIVA
abalar abalo MAS... plantar planta
atacar ataque ancorar âncora
Observe que nos dois últimos exemplos não ocorre derivação regressiva, mas sim derivação sufixal.
f. DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA:
Ocorre quando uma palavra nova é formada sem alterar a primitiva; também chamado de conversão.
Este processo consiste na mudança da classe gramatical da palavra. Ocorre também a derivação imprópria quando há
mudança de classificação dentro de uma mesma categoria gramatical. Ex: O joão-de-barro é um pássaro diferente.
Ex: Não lhe darei a resposta.
advérbio
Levou como resposta um sonoro não.
substantivo
c) ABREVIAÇÃO OU REDUÇÃO VOCABULAR: consiste na eliminação de um segmento da palavra, até o limite permitido pela
compreensão, a fim de se obter uma forma mais curta.
Ex: moto (por motocicleta), pneu (por pneumático), foto (por fotografia), auto (por automóvel), quilo (por quilograma), cinema (por
cinematógrafo), cine (por cinema), extra (por extraordinário), seu (por senhor), pornô (por pornografia), pólio (por poliomielite),
Quim (por Joaquim), Zé (por José), Guará (por Guaratinguetá) etc.
Na linguagem popular, ocorre com frequência a redução vocabular.
delega ⇐ delegado | boteco ⇐ botequim | comuna ⇐ comunista | coca ⇐ cocaína
e) SIGLONIMIZAÇÃO (SIGLA): também não se confundam noções de abreviação e abreviatura com a de sigla, caso especial de
abreviatura. As siglas são formadas pela combinação das letras e/ou sílabas iniciais de uma sequência de palavras que constitui
um nome.
Ex: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano); CBTU (companhia Brasileira de
Trens Urbanos).
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OBS: Não se deve confundir SIGLA com ACRÔNIMO. A diferença está na pronúncia: enquanto a sigla é pronunciada letra
a letra, ou seja, como se estivéssemos soletrando (normalmente tem muitas consoantes seguidas), no acrônimo faz-se
uma leitura silábica, tal como se fosse uma palavra normal. Ex: DETRAN (Departamento de Trânsito).
f) NEOLOGISMO: é um fenômeno linguístico que consiste na criação de uma palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um
novo sentido a uma palavra já existente. É uma nova palavra criada na língua, e geralmente surge quando o indivíduo quer se
expressar, mas não encontra a palavra ideal. Ex: imexível (citado pelo ex-ministro Magri na década de 1990).
g) NEOLOGISMO SEMÂNTICO: forma-se uma palavra por neologismo semântico, quando se dá um novo significado, somado ao
que já existe. Ex: a palavra legal significa dentro da lei; a esse significado somamos outro: pessoa boa, pessoa legal.
h) ESTRANGEIRISMO: É a utilização de um vocábulo de outra língua, permanecendo com a mesma grafia e a mesma pronúncia.
Como a grafia da palavra não se modifica, ela deve ser escrita entre aspas (ou em formato itálico, no caso do texto digital). As
principais são os latinismos (habeas corpus, campus, curriculum); os anglicismos (show, shopping center, download) e os galicismos
(croissant, menu, petit gâteau, chantilly etc)
Aprofundando
PREFIXO x RADICAL
Por Dílson Catarino
Observe bem as seguintes palavras: neoliberal e superliberal. Qual o processo de formação delas? Derivação prefixal ou composição
por justaposição? Às vezes é difícil estabelecer a diferença entre prefixo e radical (também chamado de elemento de composição).
Segundo o dicionário Aurélio, prefixo é um afixo que antecede a raiz, e, por sua vez, afixo é a designação comum aos prefixos, sufixos
e infixos. Também segundo o Aurélio, radical (ou elemento de composição) é o núcleo semântico e formal de uma palavra; é o elemento
que serve de base às palavras de uma mesma família etimológica.
Para o estudante iniciante, nada foi explicado até agora. Você até pode ser irônico: Ah! Entendi! Prefixo é um afixo, e afixo é o
nome dado ao prefixo. Até parece brincadeira. Para piorar, há radicais que se parecem com prefixos. Tanto que são chamados de falsos
prefixos, mas não são prefixos, são radicais...
E para complicar ao extremo, o Formulário Ortográfico da Língua Portuguesa apresenta uma pequena lista de falsos prefixos.
Entre eles, há inter- e retr(o)-, que o Aurélio registra como prefixos. É complicado!
Vamos tentar facilitar o estudo, então.
Os radicais têm um significado intrínseco, ou seja, eles significam algo por si só. Seria como se traduzíssemos uma palavra de uma
língua para outra. Um radical seria traduzido como um substantivo ou como um adjetivo, um verbo, um advérbio, um numeral. Um prefixo,
não. Um prefixo seria traduzido como um elemento de ligação, ou seja, uma preposição, uma conjunção, uma locução prepositiva ou
conjuntiva. Vejamos alguns exemplos:
Proto: significa primeiro, que é um numeral. É, portanto, radical.
Auto: significa por si próprio; si é um pronome. É, portanto, um radical.
Semi: significa metade, que é um substantivo, ou um tanto; tanto é pronome ou substantivo. Semi é, portanto, um radical.
Supra: significa acima de, antes de, que são locuções prepositivas. E, portanto, um prefixo.
Extra: significa fora de, locução prepositiva. É, portanto, prefixo.
Pseudo: falso, que é adjetivo. É radical.
Infra: abaixo de, locução prepositiva. É prefixo.
Neo: novo, adjetivo. É radical.
Intra: dentro de, locução prepositiva. É prefixo.
Contra: oposição, substantivo. É radical.
Ultra: aléni de, locução prepositiva. É prefixo.
Ante: antes de, locução prepositiva. É prefixo.
Anti: de encontro a, locução prepositiva. É prefixo.
Sobre: acima de, locução prepositiva. É prefixo.
Arqui: acima de, locução prepositiva. É prefixo.
Super: acima de, locução prepositiva. É prefixo.
Hiper: acima de, locução prepositiva. É prefixo.
Inter: entre, preposição. É prefixo.
E o processo de formação das palavras apresentadas? Neoliberal é formada pela junção de dois radicais: neo e liberal. Quando uma
palavra é formada pela junção de dois radicais, dizemos que há o processo denominado de composição (por isso o radical é também
chamado de elemento de composição). Ambos os radicais estão incólumes, ou seja, não sofreram mudança alguma. A palavra foi formada,
então, por composição por justaposição.
Superliberal é formada pela junção de um prefixo (super) a um radical (liberal). A palavra é formada, então, por derivação prefixal.
Neoliberal: composição por justaposição.
Superliberal: derivação prefixal.
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Atividades de fixação
1. Indique o processo de formação das palavras.
a) astronauta - __________________________________________
b) automóvel - __________________________________________
c) INSS - __________________________________________
d) moto - __________________________________________
e) zincografia - __________________________________________
2. Indique o processo de formação das palavras por derivação, usando a numeração abaixo:
1a coluna 2a coluna
1. prefixação ( ) livreco ( ) amplidão
2. sufixação ( ) a busca ( ) inapto
3. prefixação e sufixação ( ) encolerizar ( ) ilegalidade
4. parassíntese ( ) transcorrer ( ) espernear
5. derivação regressiva ( ) embarcar ( ) o combate
6. derivação imprópria ( ) deslealdade ( ) a escolha
( ) um talvez ( ) ajoelhar
3. Use o código (1) para composição por justaposição e (2) para composição por aglutinação:
( ) beija-flor ( ) busca-pé
( ) petróleo ( ) fidalgo
( ) vaivém ( ) pernalta
( ) passatempo ( ) vinagre
Aprendizagem
1. (IBGE) Assinale a opção em que todas as palavras se formam pelo mesmo processo:
a) ajoelhar / antebraço / assinatura
b) atraso / embarque / pesca
c) o jota / o sim / o tropeço
d) entrega / estupidez / sobreviver
e) antepor / exportação / sanguessuga
3. (AMAN) Assinale a série de palavras em que todas são formadas por parassíntese:
a) acorrentar, esburacar, despedaçar, amanhecer
b) solução, passional, corrupção, visionário
c) enrijecer, deslealdade, tortura, vidente
d) biografia, macróbio, bibliografia, asteroide
e) acromatismo, hidrogênio, litografar, idiotismo
4. (FFCL SANTO ANDRÉ) As palavras couve-flor, planalto e aguardente são formadas por:
a) derivação
b) onomatopeia
c) hibridismo
d) composição
e) prefixação
5. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras não é formada por prefixação:
a) readquirir, predestinado, propor
b) irregular, amoral, demover
c) remeter, conter, antegozar
d) irrestrito, antípoda, prever
e) dever, deter, antever
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6. (EsAEx) Assinale a proposição em que está correta a identificação dos elementos formadores e respectivo significado:
a) talassocracia (mar+governo)
b) plutocracia (rio+governo)
c) criptônimo (falso+nome)
d) mialgia (nervo+dor)
e) acrofobia (acre+horror).
10. (FURG-RS) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo mesmo processo de composição é:
11. (FUVEST) Nas palavras: atenuado, televisão, percurso temos, respectivamente, os seguintes processos de formação das
palavras:
a) parassíntese, hibridismo, prefixação
b) aglutinação, justaposição, sufixação
c) sufixação, aglutinação, justaposição
d) justaposição, prefixação, parassíntese
e) hibridismo, parassíntese, hibridismo
12. (UFSC) Aponte a alternativa cujas palavras são respectivamente formadas por justaposição, aglutinação e parassíntese:
a) varapau - girassol - enfaixar
b) pontapé - anoitecer - ajoelhar
c) maldizer - petróleo - embora
d) vaivém - pontiagudo - enfurecer
e) penugem - plenilúnio - despedaçar
Aprofundamento
1. (FGV/TJ-AL-2018) A internet tem produzido uma série de neologismos semânticos, ou seja, vocábulos antigos a que foram
acoplados sentidos novos. NÃO está nesse caso:
a) sítio b) navegar c) deletar d) arquivo e) provedor
2. (FGV/TJ-AL-2018) A palavra que NÃO segue o mesmo processo de formação que as demais é:
a) ressentimento b) covardia c) legislação d) importante e) veículo
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3. (FGV/MPE-BA-2017) A palavra abaixo que apresenta um processo de formação distinto dos demais é:
a) chineses
b) recentemente
c) milenar
d) desagregadores
e) imediatismo.
7. (FGV/ALERJ-2017) Segundo Mattoso Câmara, um dos nossos maiores linguistas, estrangeirismo se refere aos empréstimos
não integrados na língua nacional, revelando-se estrangeiros nos fonemas, na flexão e até na grafia.
Nesse caso, o único caso de estrangeirismo, entre os vocábulos sublinhados abaixo, é:
a) Os clientes solicitaram musse de sobremesa.
b) O filme mostrava cenas ousadas.
c) Não serviram cachorro-quente na festa.
d) O menino comeu um hamburger saboroso.
e) A menina desligou o abajur e foi dormir.
No começo era o pé
Sim, no começo era o pé. Se está provado, por descobertas arqueológicas, que há sete mil anos estes brasis já eram habitados,
pensai nestas legiões e legiões de pés que palmilharam nosso território. E pensai nestes passos, primeiro sem destinos, machados
de pedra abrindo as iniciais picadas na floresta. E nos pés dos que subiam às rochas distantes, já feitos pedra também, e nos que
se enfeitaram de penas e receberam as primeiras botas dos conquistadores e as primeiras sandálias dos pregadores; pés barrentos,
nus, ou enrolados de panos dos caminheiros, pés sobre-humanos dos bandeirantes que alargaram um império, quase sempre
arrastando passos e mais passos em chãos desconhecidos, dos marinheiros dos barcos primitivos e dos que subiram aos mastros
das grandes naus. Depois o Brasil se fez sedentário numa parte de seu povo. Houve os pés descalços que carregaram os pés
calçados, pelas estradas. A moleza das sinhazinhas de pequeninos pés redondos, quase dispensáveis pela falta de exercício. E
depois das cadeirinhas, das carruagens, das redes carregadas por escravos, as primeiras grandes estradas já com postos de
montaria organizados, o pedágio de vinténs estabelecido já no século XVIII. Mas além da abertura dos portos, depois da primeira
etapa da industrialização, com os navios a vapor, as estradas de ferro, o pé de sete milênios da terra do Brasil ainda faz seu caminho.
Dinah Silveira de Queiroz
8. (FGV/MRE-2016) Um dos processos conhecidos de formação de palavras em Português é a chamada “derivação imprópria”,
marcada pela criação de uma nova palavra pela modificação de sua classe original. Tal processo aparece em:
a) “Sim, no começo era o pé”.
b) “Se está provado, por descobertas arqueológicas, que há sete mil anos estes brasis já eram habitados...”.
c) “... pensai nestas legiões e legiões de pés que palmilharam nosso território”.
d) “E pensai nestes passos, primeiro sem destinos, machados de pedra abrindo as iniciais picadas na floresta”.
e) “E nos pés dos que subiam às rochas distantes”
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Classes de palavras
Neste módulo, trataremos das classes de palavras visando a uma futura abordagem morfossintática. As palavras em língua
portuguesa estão agrupadas em dez classes, chamadas “classes gramaticais” ou “classes de palavras” ou “classes morfológicas” ou
ainda “classes lexicais”. São elas:
Obs: o advérbio é invariável quanto ao número e gênero, mas varia quanto ao grau.
Curiosidade: A mesma palavra pode ser colocada em mais de uma classe, de acordo com o modo como é
empregada.
Eu almoço naquele restaurante todos os dias. (almoçar — verbo)
O almoço que você fez estava delicioso. (almoçar — subst.)
Eu quero um carro vermelho. (vermelho — adj.)
Eu gosto muito do vermelho. (vermelho — subst.)
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
1. substantivo 7. advérbio
2. artigo 8.preposição
3. adjetivo 9. conjunção
4. numeral 10. interjeição
5. pronome
6. verbo
SUBSTANTIVO
O substantivo é palavra que nomeia os seres entre os quais se incluem pessoas, lugares, instituições, grupos, emoções,
sentimentos, entes de natureza espiritual ou mitológica. Palavra que venha antecedida ou determinada por artigo, numeral, adjetivo
ou pronome adjetivo é um substantivo: o sim, o talvez, este porquê, aquele viver, sonoro não, belo cantar, grande jovem etc. O
nome substantivo é aquele que funciona como núcleo da informação linguística nas dimensões sintática, morfológica e semântica.
Às vezes adquire caráter de substituição, como é o caso do pronome substantivo e do numeral substantivo.
Quanto à análise sintática, o substantivo normalmente exerce a função de núcleo, e as palavras que o acompanharem, de
adjunto adnominal, complemento nominal ou aposto.
Divide-se em categorias: próprio, comum, concreto, abstrato, simples, composto, primitivo, derivado e coletivo.
a) comum: é aquele que dá nome a vários seres de uma mesma espécie. Ex: pincel, gaita, violão, anel.
b) próprio: é aquele que dá nome a um ser em particular. A letra inicial do substantivo próprio deve ser maiúscula. Ex: Síria,
Inglaterra, América, Rodrigo, Maria, Joana, Paraná, Campo Grande.
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c) concreto: são aqueles que dão nome a pessoas, animais, plantas, objetos, seres do folclore, e seres da religião. Ex: homem,
cavalo, árvores, mesa, saci, fada.
d) abstrato: são aqueles que dão nome a: sentimentos, qualidades, estados e ações. Ex: amor, sinceridade, velhice, amizade.
e) simples: é aquele formado por apenas um elemento. Ex: flor, moleque, amor, pedra, tempo.
f) composto: é aquele formado por dois ou mais elementos. Ex: copo-de-leite, amor-perfeito, pedra-sabão, passatempo, girassol.
g) primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra dentro da própria língua. Ex: escada, ferro, piano, noite, pedra.
h) derivado: é aquele que se origina de outra palavra. Ex: escadaria, ferreiro, pedreira, pianista, noitada.
i) coletivo: é o substantivo comum que, no singular, dá nome a um conjunto de seres. Ex: cardume, cáfila, alcateia.
Gênero do Substantivo
Os substantivos na Língua Portuguesa têm dois gêneros: masculino e feminino. A regra geral para a formação do feminino
se dá com o emprego da desinência de gênero -a: garoto / garota; pintor / pintora; técnico / técnica; mestre / mestra etc. Ocorre
que tal regra geral não abrange todos os substantivos quanto ao estudo do gênero.
1) Sobrecomum
Corresponde a uma forma única para ambos os sexos (gêneros).
o algoz a criança o ídolo a sentinela o pão-duro
o carrasco a pessoa o apóstolo o cônjuge o indivíduo
o verdugo a vítima o contralto a testemunha o membro
OBS:
Os substantivos anjo, diabo, fantasma, fera, monstro e vampiro não devem ser considerados sobrecomuns, uma vez que
representam símbolos, e não propriamente seres a que se possa atribuir sexo.
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2) Comum de dois gêneros
O gênero é indicado pela flexão do artigo.
o mártir / a mártir o acrobata / a acrobata o agente / a agente
o lojista / a lojista o intérprete / a intérprete o atleta / a atleta
o artista / a artista o médium / a médium o tenente / a tenente
3) Epiceno
São nomes de animais e insetos que apresentam uma só forma para os dois gêneros. A especificação é indicada pelo uso do
acréscimo das palavras macho e fêmea.
a cobra macho / a cobra fêmea
a barata macho / a barata fêmea
o tatu macho / o tatu fêmea
o camelo macho / o camelo fêmea
as andorinhas macho / as andorinhas fêmea
Alternância vocálica: a flexão de gênero se dá com a alternância da vogal: leão / leoa, patrão / patroa etc.
b) são femininos
a omoplata a cal a faringe a ordenança
a bólide a comichão a dinamite a rês
a cataplasma a aluvião a libido a tíbia
a aguardente a apendicite a áspide a alface
a ubá a bacanal
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Observação:
Alguns substantivos femininos têm acepção inteiramente diversa dos correspondentes masculinos. Entre eles estão:
banheiro/banheira, bolso/bolsa, cano/cana, cerco/ cerca, espinho/espinha, lenho/lenha, tormento/tormenta, trilho/trilha,
vento/venta.
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Obs:
Alguns substantivos terminados em ão aceitam mais de uma forma no plural.
Exemplos ãos ões- ães. aldeão, ancião, ermitão, vulcão, vilão - ãos - ões: anão, artesão, corrimão, charlatão, gavião,
hortelão, sultão - ães - ões: cirurgião, faisão, guardião.
Obs:
mal - males, cônsul - cônsules, mel - meles ou méis – cal – cais ou cales.
Cuidado!
o cais - os cais; o xis os xis; o cós - os cós ou coses.
● Os substantivos terminados em m ou n recebem s.
Exemplos: homem-homens, hífen - hifens ou hífenes, abdômen - abdomens ou abdômenes, espécimen - espécimens ou
especímenes, líquen – liquens ou líquenes.
● Os substantivos monossílabos tônicos e os oxítonos terminados em s recebem es.
Exemplos: gás-gases, mês-meses, adeus-adeuses, camponês-camponeses.
● Os substantivos terminados em s ou em x, de última silaba átona, ficam invariáveis.
Exemplos: os lápis, os alferes, os tórax, os ônix, os ônibus, os clímax etc.
• Os nomes de letras e de números flexionam-se normalmente: os b (os bês), os n (os enes); o quatro / os quatros, o cinco / os
cincos. Os nomes de números que terminam com S ou Z ficam invariáveis: o três / os três, o dez / os dez.
• Os nomes próprios e os sobrenomes variam normalmente: os Josés, os Paulos, os Luíses, as Isabéis, os Rauis, as Raquéis, os
Daméis, os Alencares, os Silvas etc. Quando compostos, os nomes e os sobrenomes flexionam-se só no primeiro elemento: as
Marias Clara, os Machados de Assis, OS Almeidas Prado, os Sousas Queiroz etc. Se os elementos vêm ligados por E, ambos variam:
os Costas e Silvas, os Coutos e Silvas etc.
• Para se fazer o plural dos diminutivos em -zinho ou em -zito, passa-se primeiro o substantivo primitivo para o plural; depois, retira-
se o S e acrescenta-se zinhos ou zitos. Exemplos papeizinhos, florezinhas, pasteizinhos, juizezinhos etc.
Casos especiais
Os anos-luz, os arco-íris, os banhos-maria, os bem-estares, os mal-estares, os pores do sol, os mapas-mundi.
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Morfossintaxe do substantivo
Na oração, o substantivo pode funcionar como núcleo do:
Aprendizagem
1. Assinale a alternativa em que o substantivo destacado classifica-se como sobrecomum.
a) Caros colegas, nossas propostas foram aceitas.
b) Um dos cônjuges não compareceu ao julgamento.
c) O rapaz era muito bem tratado pelo seu padrasto.
d) O profeta teria acertado em sua previsão?
e) A vidente falhou em sua previsão.
2. A alternativa que contém erro no plural do substantivo é:
a) O presidente contava sempre com seus guarda-costas.
b) Houve corre-corres no protesto de rua.
c) As roda-gigantes giravam tristes e vazias.
d) Como esquecer os pores do sol românticos naquela praia?
e) Houve vários corres-corres frenéticos antes do evento.
3. (TCE-RJ) Assinale a opção em que o plural das palavras destacadas é feito da mesma forma:
a) O escrivão desacatou aquele cidadão.
b) O salário-família será pago na sexta-feira.
c) O freguês antigo tinha uma aparência simples.
d) O funcionário encarregado da vistoria era dócil e gentil.
e) Naquele mundo de pouco pão, havia apenas um cristão.
6. (UFSM-RS) Identifique a alternativa em que o plural do diminutivo das palavras escritor, informação, ligação e material está de
acordo com a língua padrão:
a) escritorezinhos, informaçãozinhas, ligaçãozinhas, materialzinhos
b) escritorzinhos, informaçãozinhas, ligaçãozinhas, materialzinhos
c) escritorezinhos, informaçõezinhas, ligaçõezinhas, materiaizinhos
d) escritorezinhos, informaçãozinhas, ligaçõezinhas, materialzinhos
e) escritorzinhos, informaçõezinhas, ligaçõezinhas, materialzinhos
9. (UM-SP) Aponte a frase que não contenha um substantivo empregado no grau diminutivo.
a) Coleciono corpúsculos significativos por princípios óbvios da minha natureza,
b) Faça questiúnculas, somente se forem suficientes para a formulação de ideias essenciais.
c) Os silvícolas optaram pelo uso da linguagem fundamentada em gestos e expressões fisionômicas.
d) O chuvisco continuo de gracejos sentimentais perturba-me a mente cansada.
e) Esses versículos poderão complicar sua relação com os visitantes de má política.
10. (FESP-SP) Nesta relação de palavras: cônjuge, criança, cobra e cliente, temos:
a) dois substantivos sobrecomuns e dois epicenos.
b) dois substantivos sobrecomuns, um epiceno e um comum de dois gêneros.
c) um substantivo sobrecomum, dois epicenos e um comum de dois gêneros.
d) dois substantivos comuns de dois gêneros e dois sobrecomuns.
e) três substantivos comuns de dois géneros e um epiceno,
11. Em qual das opções há uma análise ERRADA quanto à variação nominal de gênero ou de número?
a) homem - mulher
Substantivos que indicam oposição semântica de sexo através de vocábulos distintos.
b) jornalista - amante
Substantivos com uma só forma para os dois géneros.
c) o rapaz alemão - a moça alemã
Adjetivos cujo plural apresenta grafia e pronúncia iguais.
d) muito frio - friíssimo
Formas do superlativo absoluto: o analítico e o sintético.
e) vice-diretor - beija-flor
Compostos cuja flexão de plural só ocorre no segundo elemento.
13. (ITA-SP) Examinando as palavras telefonema, clã, dinamite, cataplasma, verifica-se que:
a) apenas uma pertence ao gênero masculino.
b) apenas uma pertence ao gênero feminino
c) todas pertencem ao gênero masculino.
d) todas pertencem ao gênero feminino.
e) nenhuma das afirmações acima está correta.
15. (FUVEST-SP) Em qual das alternativas colocaríamos o artigo definido feminino para todos os substantivos?
a) sósia - doente - lança-perfume
b) dó - telefonema - diabete
c) clã - eclipse - pijama
d) cal - elipse - dinamite
e) champanha - criança - estudante
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ADJETIVO E ADVÉRBIO
Adjetivo
É a palavra variável que indica qualidade, estado ou característica dos seres, modificando assim, o substantivo ou uma palavra
de natureza substantiva (pronome substantivo, numeral substantivo etc).
Exemplos: O bom funcionário cumpre as obrigações trabalhistas.
adj. adj.
Será adjetivo a palavra que, no singular ou no plural, puder ser precedida de tão. Assim: inútil − tão inútil, bonito − tão
bonito, estudiosos − tão estudiosos. (Veja bem, trata-se apenas de um macete inicial, pois o advérbio também se encaixa
nessa dica).
Os advérbios terminados em -mente tem como base um adjetivo. Assim, verifique se a palavra que se deseja classificar
admite a forma adverbial com esse sufixo. Caso seja possível, a palavra será um advérbio. Exemplos: realmente,
raramente, suavemente, possivelmente etc.
Classificação do Adjetivo
O adjetivo pode ser primitivo, derivado, simples, composto, restritivo, explicativo e pátrio.
a) Adjetivo Primitivo
É aquele que não deriva de outra palavra em português:
Ex: marido fiel, dinheiro falso, vestido novo.
b) Adjetivo Derivado
É o adjetivo que deriva de um substantivo, de um verbo ou de outro adjetivo:
Ex: salto mortal → morte → mortal
subst. adj. derivado
c) Adjetivo Simples
É o adjetivo que tem um único radical. Segue as mesmas regras da flexão em número dos substantivos
Ex: blusa verde / produto brasileiro
d) Adjetivo Composto
É o adjetivo formado por dois ou mais radicais:
Ex: blusa verde-clara / produto anglo-brasileiro
Gênero do Adjetivo
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser uniforme ou biforme.
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OBS:
Os adjetivos que indicam nome de cor seguem também essa regra. No entanto, se o nome da cor for um substantivo adjetivado,
ele não sofre variação:
Ex: camisa cinza / Camisas cinza
gravata abóbora / gravatas abóbora
Observe que as palavras cinza e abóbora são substantivos que podem ser empregados como adjetivos. Note ainda, que é possível ler,
entre o substantivo e o adjetivo, a expressão COR DE. Portanto, não variam.
• No que tange ao adjetivo simples, ele tem a mesma flexão de número e de gênero que os substantivos simples, ou seja,
obedecem às mesmas regras desses ou têm flexão aleatória.
Graus do Adjetivo
Observe:
Ela ficou irritada com a notícia.
Ela ficou irritadíssima com a notícia.
Os dois adjetivos indicam a mesma característica, mas na segunda frase ocorre uma variação na intensidade. Isso significa
que o adjetivo pode expressar graus diferentes de intensidade de uma característica que se atribui a um determinado ser.
Grau normal:
Em geral, o adjetivo aparece em seu grau normal, como na primeira frase:
Ela ficou irritada com a notícia.
Grau superlativo:
Ela ficou muito irritada.
Ela ficou irritadíssima
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GRAU COMPARATIVO
O grau comparativo expressa os seguintes tipos de comparação:
a) Duas qualidades diferentes do mesmo ser: João é gordo e alto.
É possível comparar a intensidade destas duas características em João:
João é mais gordo do que alto. (o adjetivo gordo está no comparativo de superioridade)
João é tão gordo quanto alto. (o adjetivo gordo está no comparativo de igualdade)
João é menos gordo que alto. (o adjetivo gordo está no comparativo de inferioridade)
São muito comuns também, na língua falada do Brasil, as expressões que nem e feito para indicar o comparativo de
igualdade.
Ele é alto que nem um gigante.
Ela ficou vermelha feito um pimentão.
GRAU SUPERLATIVO
Compare:
muito nervoso - nervosíssimo
As formas muito nervoso e nervosíssimo expressam uma característica intensificada no seu grau máximo. O adjetivo nervoso,
nesses casos, está no grau superlativo.
Veja outros exemplos de adjetivo no grau superlativo:
Ex; Sônia está se mostrando uma mulher muito forte, mas está muito abalada.
Conforme se vê os dois adjetivos têm o mesmo valor. Portanto, o superlativo absoluto admite duas formas de expressão:
● forma analítica:
Ela é muito forte.
Ela é extremamente feliz. Aquele pacote está muito pesado.
O adjetivo não foi flexionado. Para indicar a intensidade do grau, podemos empregar palavras como muito, extremamente,
grandemente etc.
● forma sintética:
Ela é fortíssima
Ela é felicíssima.
Aquele pacote está pesadíssimo.
Neste caso, o adjetivo foi flexionado. Utilizou-se o sufixo -íssimo para indicar intensidade.
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B) SUPERLATIVO RELATIVO
No superlativo relativo, a qualidade apresenta-se no seu grau mais intenso, em relação a outros seres do mesmo grupo.
Ex: O corredor se diz o mais veloz em relação aos demais corredores da Fórmula Indy.
Esse superlativo resulta de uma espécie de comparação. Comparando uma característica de todos - a altura - teremos:
Rolando é o mais alto do time. (superlativo relativo de superioridade)
Marcel é o menos alto do time. (superlativo relativo de inferioridade)
Como se vê, intensificamos a característica, mas em relação a um determinado grupo (o time). Por isso, este grau chama-se
superlativo relativo.
Obs:
Comparativos e superlativos irregulares: bom, mau, grande e pequeno.
● As formas analíticas mais bom, mais, mau, mais grande e mais pequeno só podem e devem ser usadas quando comparamos
duas qualidades de um mesmo ser.
Exemplos: João é mais bom que inteligente. Maria é mais grande que forte.
● As formas superlativas sintéticas eruditas de alto e de baixo são, respectivamente, supremo (ou sumo) e ínfimo.
● Adjetivos terminados em -eio fazem o superlativo apenas com um i: feio, feíssimo; cheio, cheíssimo.
● Os adjetivos que terminam apenas em -io fazem o superlativo com duas letras i: sério, seriíssimo, macio, maciíssimo.
● Os adjetivos terminados em -re ou -ro recebem -érrimo: acre/acérrimo, célebre/celebérrimo, áspero/aspérrimo.
Exceção: nobre-nobilíssimo.
● Os adjetivos que terminam em -vel terão o superlativo sintético com -bilíssimo: provável-probabilíssimo, amável/amabilíssimo.
● Os adjetivos finalizados em -m ou -ão fazem o superlativo sintético com base na forma antiga, que acabava em n.
Exemplos: cristão-cristianíssimo, pagão-paganíssimo, são-saníssimo, comum-comuníssimo.
● A anteposição ou a posposição de alguns adjetivos aos substantivos podem implicar alteração semântica:
Exemplos: alto executivo (de nível elevado) - executivo alto (de elevada estatura); bom homem (virtuoso) - homem bom (bondoso)
bravo jovem (corajoso) - jovem bravo (irado) grande homem (ilustre) - homem grande (alto) pobre rapaz (infeliz) - rapaz pobre (sem
bens ou recursos) simples questão (mera, banal) - questão simples (fácil).
● Alguns vocábulos são pronomes indefinidos adjetivos quando antepostos ao substantivo e passam a adjetivos quando pospostos
ao substantivo, havendo, é claro, mudança de sentido. Exemplos: certo aluno (determinado aluno) - aluno certo (adequado);
diversos livros (muitos livros) - livros diversos (livros variados).
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LOCUÇÕES ADJETIVAS
1) São expressões que equivalem a adjetivos, formadas geralmente por: preposição + substantivo:
Ex: homem sem capacidade = homem incapaz / amor de filho = amor filial / casa de pai = casa paterna
2) Há locuções adjetivas constituídas de preposição + advérbio: Ex: pão de hoje, músicas de sempre.
3) Nem toda locução adjetiva pode ser substituída por um adjetivo correspondente.
Ex: livro de Ana, aula de Física, dia de jogo, cama com lençol.
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Advérbios
O advérbio exprime junto ao verbo, ao adjetivo a outro advérbio ou a uma oração inteira uma circunstância qualquer:
Ele chegou ontem (circunstância de tempo, junto ao verbo)
Aquele menino e muito estudioso (circunstância de intensidade, junto ao adjetivo).
Falaram muito bem (circunstância de intensidade junto a outro advérbio, que por sua vez exprime circunstância de modo junto ao
verbo).
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos aparecem nas interrogações diretas e indiretas. Ei-los classificados nas interrogações diretas:
● de lugar: Onde moras? Aonde vais? Donde vens?
● de tempo: Quando virás?
● de modo: Como vais?
● de causa: Por que choras?
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Ei-los classificados nas interrogações indiretas:
● de lugar: Quero saber onde moras. Não sei aonde iremos. Perguntei-lhe donde havia chegado.
● de tempo: Não me disseste quando viras
● de modo: Quero saber como vais de saúde
● de causa: Não sei por que tanto choras.
Locuções Adverbiais
São palavras reunidas com o valor de advérbio. Recebem a mesma classificação dos advérbios Eis algumas das mais usadas:
● às cegas, às claras, à pressa, às pressas, a cavalo, a pé, às escondidas, às furtadelas, às gargalhadas, às vezes, à noite, à tarde, à
direita, à esquerda, adiante, atrás, acima, abaixo, adentro, à direita, à esquerda, à socapa, à sorrelfa, ao léu, à toa, daqui a pouco,
dentro em breve, depois de amanhã, de repente, de súbito, de propósito, de soslaio, de esguelha, de quando em quando, de vez
em quando, por trás, por último, por um triz. sem dúvida, por acinte etc.
● Cuidado
No uso cotidiano da língua, os advérbios aparecem com a terminação do diminutivo, mas, nesse caso, temos formas
superlativas, levanto-me cedinho; irei agorinha; Ele fala baixinho
Algumas palavras que eram classificadas como advérbios recebem atualmente, segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira,
uma classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, aproximação, designação, retificação, realce, afetividade,
limitação, explanação etc. A Palavras denotativas de exclusão: exclusive, menos, fora, exceto, salvo.
Adjetivos Adverbializados.
São aqueles que substituem advérbios terminados em -mente ou equivalem a eles e, assim, permanecem invariáveis:
Cantem baixo!
Transcreveu a carta errado.
Eles chegaram muito rápido "A cerveja que desce redondo.
Observações
● As palavras nunca e jamais se incluem entre os advérbios de negação quando expressam circunstância de negação em torno do
verbo Nunca fiz isto Jamais farei tal coisa. Na oposição de sempre, podendo admitir outra negativa, expressam circunstância de
tempo. Não voltarei nunca. Partiu para nunca voltar. Nem pensa jamais sair dali. Não voltarei jamais.
● Antes de participio.t deve-se usar mais bem e mais mal em vez de (melhor, pior).
Ex: Ele está mais bem preparado que eu. Eu fiquei mais mal classificado que José. Essa casa está mais bem pintada que aquela.
● Uma forma de se superlativizar a carga semântica do advérbio é a repetição da forma adverbial: volto já, já. Saiu agora, agora.
Chegaremos logo, logo.
● Na sequência de vários advérbios terminados em -mente, só o último recebe o sufixo: Nosso pais cresce económica, política e
tecnologicamente.
● O uso do sufixo de forma repetida só se admite para o desejo de ênfase, o que se deve observar no contexto e na intenção do
autor:
Apesar das dificuldades, nosso país cresce, sim, economicamente, politicamente e tecnologicamente.
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Aprendizagem
Leia o texto, para solucionar o item 1.
“Ao longo das décadas, as varas de família no Brasil caracterizaram-se por apresentar uma tendência marcante de preferência à
mãe sempre que houvesse discussão sobre a guarda de filhos, salvo situações excepcionais.”
1. (EsAEx) A expressão “de família” tem valor de:
a) substantivo
b) advérbio
c) pronome
d) verbo
e) adjetivo
2. (EAGS) Assinale a alternativa que apresenta o adjetivo no grau superlativo relativo de superioridade.
a) Gabriel é mais tranquilo que seu amigo.
b) Ele é o mais atento de todos.
c) Esta solução é melhor do que a outra.
d) Joaquim é um homem boníssimo.
3. (EAGS) Observe:
I- No verão foge o verde e domina o seco.
II- Houve um comício caloroso antes da eleição.
III- Devemos colaborar para que não tenhamos um mar poluído.
IV- Na palestra pediram-lhe que falasse alto.
4. (EAGS) Assinale a alternativa em que as duas palavras destacadas se classificam como adjetivo.
a) Ele comportou-se de forma amigável ao dividir o prêmio.
b) O povo brasileiro é famoso por sua alegria.
c) O homem dedicado à família pode torná-la feliz.
d) O conferencista mostrou-se inteligente.
e) Sua linda irmã é uma maravilha.
6. Os jogadores eram latino-americanos. Seus olhos e cabelos eram castanho-claros e brilhantes. Usavam uniformes verde-limão e
sandálias azul-piscinas, um traje bizarro.
De acordo com a sequência dos adjetivos compostos presentes nesse texto, um está flexionado de forma INCORRETA. Qual?
a) O primeiro. c) O terceiro.
b) O segundo. d) O último.
7. Preencha as lacunas, fazendo a concordância dos adjetivos, segundo a norma culta. A seguir, assinale a alternativa com a
sequência correta.
a) fáceis – só c) fácil – só
b) fáceis – sós d) fácil – sós
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8. (AFA) Em relação aos advérbios destacados, numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª e, em seguida, assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta.
Cada número pode ser usado mais de uma vez, ou não ser usado.
1- afirmação
2- modo
3- tempo
4- intensidade
( ) O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente. (Fernando Pessoa)
( ) A criada sentiu-se realmente esgotada.
( ) O filme era terrivelmente assustador.
( ) Os alunos não são mais crianças.
( ) O padre chegou mais cedo que os fiéis.
a) 1, 1, 4, 3, 4
b) 2, 2, 2, 4, 4
c) 1, 4, 4, 3, 4
d) 1, 1, 4, 3, 3
9. (EsAEx) Na sentença “... e se ouvia o apito do trenzinho longe, longe.” A repetição do advérbio de lugar, na passagem acima tem
valor:
a) depreciativo.
b) pejorativo.
c) afetivo.
d) pleonástico.
e) superlativo.
10. Assinale a alternativa em que a palavra destacada não se classifica como advérbio de modo.
a) Os candidatos provavelmente não esperavam um concurso tão interessante.
b) As questões foram complicadas despropositadamente.
c) Terminei minha prova calmamente.
d) Muitos caminharam tristemente de volta para suas casas.
11. Na oração “Mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos”, a expressão destacada é uma locução
a) prepositiva
b) verbal
c) adjetiva
d) adverbial
12. (EAGS) "Bastante decepcionada, a garota avistou, adiante, seu namorado abraçado com sua colega. Debalde encontrou explicações
para aquela cena; jamais, entretanto, deixará de lembrá-la."
Classifique os advérbios, respectivamente, no trecho acima e assinale a alternativa correta.
14. (JUIZ DE FORA) Em "... eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor." Machado de Assis
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Marque:
a) se I e II forem verdadeiras
b) se I e III forem verdadeiras.
c) se II e III forem verdadeiras.
d) se todas forem verdadeiras.
e) se todas forem falsas.
15. (ITA) Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada, em programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia de que um
apostador inglês acertou o resultado de uma partida, porque seguiu os prognósticos de seu burro de estimação. Um dos
comentaristas fez, então, a seguinte observação: "Já vi muito comentarista burro, mas burro comentarista é a primeira vez."
Percebe-se que a classe gramatical das palavras se altera em função da ordem que elas assumem na expressão.
Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre:
a) obra grandiosa
b) velho chinês
c) jovem estudante
d) fanático religioso
e) brasileiro trabalhador
16. Assinale a alternativa em que a mudança de posição entre o substantivo e o adjetivo NÃO pode acarretar alteração semântica
a) O grande traficante assusta a polícia. / O traficante grande assusta a polícia.
b) O pobre viciado sofre muito! / O viciado pobre sofre muito!
c) O bom filho à casa torna. / O filho bom à casa torna.
d) O alto traficante assusta a polícia. / O traficante alto assusta a polícia.
e) O velho amigo é que socorreu o viciado. / O amigo velho é que socorreu o viciado.
18. (CEFET) Marque a opção em que as palavras destacadas, na condição de advérbio, estão corretamente empregadas:
a) Meio preocupadas, Maria e a mãe saíram bastante apressadas e foram aonde estava o rapaz doente.
b) Comprei muito livro, mas fiquei bastante endividado e não sei onde vou arranjar dinheiro para pagar.
c) Aonde nós ficamos havia bastantes praias, por isso ficamos deveras bronzeados.
d) Ela está algures, mas não podemos precisar, pois são bastantes imprecisas as informações.
e) Ele se dedicou muito, trabalhou mais horas, porém ganhou menos.
19. (FGV) O advérbio “não” em uma frase abaixo, é empregado de modo enfático, sem o sentido negativo que lhe é próprio.
Assinale a alternativa em que isso ocorre.
a) Na época não existia internet nem computadores, o mundo era totalmente diferente.
b) Não que eu seja contra livros, muito pelo contrário.
c) Quase metade das descobertas cientificas surgiu não da lógica [...], mas da simples observação.
d) Quantas vezes não participamos de uma reunião e alguém diz "vamos parar de discutir" (...]?
e) Quantas vezes a gente simplesmente não "enxerga" a questão?
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Pronome
Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha o nome, indicando-o como pessoa
do discurso.
Quando o pronome substituir um substantivo, será denominado pronome substantivo; quando acompanhar um substantivo,
será denominado pronome adjetivo. Por exemplo, na frase Aqueles garotos estudam bastante; eles serão aprovados com louvor.
Aqueles é um pronome adjetivo, pois acompanha o substantivo garotos e eles é um pronome substantivo, pois substitui o mesmo
substantivo.
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com quem se fala e a de quem
se fala.
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Pronomes Oblíquos Átonos
Os pronomes oblíquos átonos são me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os as, lhes. Eles podem exercer diversas funções sintáticas nas
orações. São elas:
A) Objeto direto
Os pronomes que funcionam como objeto direto são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.
Ex:
• Quando encontrar seu material, traga-o até mim.
• Respeite-me, garoto.
• Levar-te-ei a São Paulo amanhã.
Notas:
01) Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os pronomes o, a, os, as se transformarão em no, na, nos, nas.
Ex:
• Quando encontrarem o material, tragam-no até mim.
• Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor.
02) Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas terminações serão retiradas, e os pronomes o, a, os, as mudarão para lo, la, los, las.
Ex:
• Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim.
• As apostilas, tu perde-las toda semana. (Pronuncia-se perdê-las)
• As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade.
03) Independentemente da predicação verbal, se o verbo terminar em -mos, seguido de nos ou de vos, retira-se a terminação -s.
Ex:
• Encontramo-nos ontem à noite.
• Recolhemo-nos cedo todos os dias.
04) Se o verbo for transitivo indireto terminado em s, seguido de lhe, lhes, não se retira a terminação s.
Ex.
• Obedecemos-lhe cegamente.
• Tu obedeces-lhe?
B) Objeto indireto
Os pronomes que funcionam como objeto indireto são me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.
Ex:
• Traga-me as apostilas, quando as encontrar.
• Obedecemos-lhe cegamente.
C) Adjunto adnominal
Os pronomes que funcionam como adjunto adnominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando indicarem posse (algo de alguém).
Ex:
• Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança. (a herança dele)
• Roubaram-me os documentos. (os documentos de alguém - meus)
D) Complemento nominal
Os pronomes que funcionam como complemento nominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando complementarem o sentido de
adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo a alguém, não provindo a preposição a de um verbo).
Ex:
• Tenha-me respeito. (respeito a alguém)
• É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém)
E) Sujeito acusativo
Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, quando estiverem em um período
composto formado pelos verbos fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir, e um verbo no infinitivo.
Ex:
• Deixei-a entrar atrasada.
• Mandaram-me conversar com o diretor.
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Pronomes Relativos
O pronome relativo QUE
Este pronome deve ser utilizado com o intuito de substituir um substantivo (pessoa ou "coisa"), evitando sua repetição. Na
montagem do período, deve-se colocá-lo imediatamente após o substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento
antecedente. Por exemplo, nas orações “Roubaram a peça. A peça era rara no Brasil.” há o substantivo peça repetido. Pode-se usar
o pronome relativo que e, assim, evitar a repetição de “peça”. O pronome será colocado após o substantivo. Então teremos
Roubaram a peça que... . Este que está no lugar
da palavra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração: ...era rara no Brasil, ficando Roubaram a peça que era
rara no Brasil.
Pode-se, também, iniciar o período pela outra oração, colocando o pronome após o substantivo. Então, tem-se A peça que...
Este que está no lugar da palavra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra oração:
...roubaram, ficando A peça que roubaram... . Finalmente, conclui-se a oração que se havia iniciado: ...era rara no Brasil, ficando “A
peça que roubaram era rara no Brasil”.
Outros exemplos:
01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto.
• Substantivo repetido = garoto
• Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto que...
• Restante da outra oração = ...você estava procurando.
• Junção de tudo = Encontrei o garoto que você estava procurando.
Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a primeira oração é Nós assistimos AO FILME,
porém, na junção, a prep. a desapareceu. Portanto o período está inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando
o verbo do restante da outra oração exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então teremos: Vocês perderam
o filme A QUE nós assistimos.
Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos apresentados
contêm oração subordinada adjetiva.
Não se pode, porém, usar artigo (o, a, os, as) depois de cujo (aliás, note-se que após a palavra cujo sempre se emprega um
substantivo e antes desse pronome nunca se emprega artigo). Assim a palavra cujo deverá contrair-se com o pronome, ficando:
cujo + o = cujo; cujo + a = cuja; cujo+ os = cujos; cujo + as = cujas. Então a frase ficará o aluno cuja namorada. Somando as duas
orações, tem-se Antipatizei com o aluno cuja namorada você conhece.
Outro exemplo:
Meu irmão comprou o restaurante. Eu falei a você sobre o restaurante.
• Substantivo repetido = restaurante
• Colocação do pronome após o substantivo = Meu irmão comprou o restaurante que ...
• Restante da outra oração = ... eu falei a você.
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• Junção de tudo = “Meu irmão comprou o restaurante que eu falei a você.”. Observe que o verbo falar, na oração apresentada, foi
usado com a preposição sobre, que deverá ser anteposta ao pronome relativo: “Meu irmão comprou o restaurante sobre que eu
falei a você.”. Como a preposição sobre possui duas sílabas, não se pode usar o pronome que, e sim o qual, ficando, então, “Meu
irmão comprou o restaurante sobre o qual eu falei a você.”.
Pronomes de tratamento
São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou respeitosamente. Embora o pronome de tratamento
se dirija à segunda pessoa, toda a concordância deve ser feita com a terceira pessoa.
Além do uso de Vossa Senhoria, Vossa Alteza, Vossa Majestade,…, também é possível o uso de Sua Senhoria, Sua Alteza, Sua
Majestade… A diferença no uso dessas duas formas é: usamos o pronome vossa quando estamos falando diretamente com a
pessoa e usamos o pronome sua quando estamos falando sobre a pessoa:
• Vossa Senhoria quer que eu lhe entregue os ofícios agora?
• Lamento informar que Sua Senhoria, o diretor da autarquia municipal, não pode estar presente hoje neste evento.
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Pronomes Possessivos
São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São eles: meu(s), minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s),
nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).
03) Não se deve usar pronomes possessivos diante de partes do próprio corpo.
Ex: Amanhã, irei cortar os cabelos. Vou lavar as mãos. Menino! Cuidado para não machucar os pés!
04) Não se deve usar pronomes possessivos diante da palavra casa, quando for a residência da pessoa que estiver falando.
Ex: Acabei de chegar de casa. Estou em casa, tranquilo.
Pronomes Demonstrativos
Pronomes demonstrativos são aqueles que situam os seres no tempo e no espaço, em relação às pessoas do discurso. São os
seguintes:
03) Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se este, esta, isto em relação ao que foi
mencionado por último e aquele, aquela, aquilo, em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar.
Ex: Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele.
Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas.
04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s), aquela(s).
Ex: Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou)
Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu)
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Pronomes Indefinidos
Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa, genérica. São eles: alguém,
ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, mais, menos, demais, algum, alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma,
nenhumas, todo, todos, toda, todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos,
certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer além das
locuções pronominais indefinidas cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais etc.
Classificam-se em variáveis e invariáveis.
Todos, todas
Os pronomes indefinidos todos e todas devem ser usados com artigo, se o substantivo à sua frente o exigir.
Ex: Todos os colegas o desprezam.
Todas as meninas foram à festa.
Todos vocês merecem respeito.
Algum
O pronome indefinido algum tem sentido afirmativo, quando usado antes do substantivo; passa a ter sentido negativo, quando
estiver depois do substantivo.
Ex: Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo)
Algum amigo o ajudará. (Alguém)
Certo
A palavra certo será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando estiver posposto a substantivo. Ex:
Certas pessoas não se preocupam com os demais.
As pessoas certas sempre nos ajudam.
Qualquer
O pronome indefinido qualquer não deve ser usado em sentido negativo. Em seu lugar, deve-se usar algum, posteriormente ao
substantivo, ou nenhum.
Ex: Ele entrou na festa sem qualquer problema. Essa frase está inadequada gramaticalmente. O adequado seria
Ele entrou na festa sem problema algum.
Ele entrou na festa sem nenhum problema
Pronomes Interrogativos
São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.
Ex: Que farei agora? - Interrogativa direta.
Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta.
Qual é o seu nome? - Interrogativa direta.
Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interrogativa indireta.
NOTAS:
01) Na expressão interrogativa Que é de? subentende-se a palavra feito: Que é do sorriso? (= Que é feito do sorriso? ), Que é dele?
(= Que é feito dele?). Nunca se deve usar quéde, quedê ou cadê, pois essas palavras oficialmente não existem, apesar de, no Brasil,
o uso de cadê ser cada dia mais constante.
02) Não se deve usar a forma o que como pronome interrogativo; usa-se apenas que, a não ser que o pronome seja colocado
depois do verbo.
Ex: Que você fará hoje à noite? e não O que você fará hoje à noite?
Que queres de mim? e não O que queres de mim?
Você fará o quê?
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Exercício de fixação
1. Complete as lacunas abaixo com o pronome adequado:
a) _____________ carro que dirijo não é meu.
c) _____________ cadeiras que usamos são confortáveis, mas _____________ do Teatro Nacional são bem melhores.
h) Você, que está no Chile, poderia me dizer quantos brasileiros vivem ___________ país.
i) Sei que vou alcançar meus objetivos e _________ está bem próximo.
m) Ao observar o juiz e o bandeirinha, percebi que ______ confirmou o sinal que _____lhe fizera, e anulou o gol.
aprendizagem
01. Assinale a alternativa INCORRETA:
a) Seria mais econômico para mim vender o carro.
b) Pesam sérias acusações sobre mim e ti.
c) Depois do espetáculo, todos queriam falar consigo.
d) Tenho certeza, pois ela falou com nós mesmos.
e) Ainda cantas aquelas músicas? Canta-as para nós.
02. Assinale a alternativa que não apresenta pronome indefinido ou locução pronominal indefinida:
a) Jamais houve qualquer manifestação de apreço ou de desdém.
b) Não faças a outrem o que não queres para ti.
c) Racionamento é sinal de menos progresso.
d) É mister que se façam bastantes exercícios.
e) Não moro na fazenda porque lá a vida é muito monótona.
04. Assinale a alternativa que contenha, respectivamente, um pronome pessoal do caso reto (sujeito) e um do caso oblíquo (objeto
direto):
a) Eu comecei a reformar a natureza por esta passarinho.
b) E mais uma vez me convencia da “tortura” destas coisas.
c) Todos a ensinavam a respeitar a natureza.
d) Ela os ensina a fazer ninhos nas árvores.
e) A ela, todos a ajudam na hora do aperto.
06. A carta vinha endereçada para _________ e para _________: _____________ é que abri.
a) mim, tu, porisso c) mim, ti, por isso
b) mim, ti, porisso d) eu, ti, por isso
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07. Assinale o período com ERRO relacionado ao emprego dos pronomes relativos:
a) O livro a que me referi é este.
b) Ele é uma pessoa de cuja honestidade ninguém duvida.
c) O livro em cujos os dados nos baseamos é aquele.
d) A pessoa perante a qual compareci foi muito agradável.
Verbos
Verbo “é a palavra que, exprimindo ação ou apresentando estado ou mudança de um estado a outro, pode fazer indicação de
pessoa, tempo, modo e voz.” (Evanildo Bechara).
Gritei→ é uma forma verbal, porque exprime a ação de gritar (referência à voz), exercida pela 1ª pessoa (referência à pessoa) do
singular (referência ao número) do Pretérito Perfeito (referência ao tempo) do Indicativo (referência ao modo).
CONCEITOS IMPORTANTES
1) CONJUGAÇÃO
São três:
a) 1ª conjugação: AR (amar)
b) 2ª conjugação: ER (vender)
c) 3ª conjugação: IR (partir)
NOTA: o verbo “pôr” (e seus derivados) não constitui conjugação à parte. É considerado verbo irregular da 2ª conjugação,
pois no português arcaico se flexionava como POER.
2) FORMAS NOMINAIS
Denominam-se formas nominais as palavras, de origem verbal, que também podem ser empregadas nas funções próprias de
adjetivos, substantivos ou advérbios. São elas:
a) Gerúndio (cantando)
b) Particípio (cantado)
c) Infinitivo → impessoal (cantar)
→ pessoal (cantares)
Obs:
As três formas acima (gerúndio, particípio e infinitivo), além de seu valor verbal, podem desempenhar função de nomes.
Exemplos:
a) o cantar do pássaro alegrava a mata. (= infinitivo com valor de substantivo).
b) Homem sabido. (= particípio com valor de adjetivo).
c) Amanhecendo, sairemos. (= gerúndio com valor de advérbio).
INFINITIVO:
O infinitivo divide-se em impessoal e pessoal. O infinitivo impessoal não tem sujeito (pessoa) e, por isso, não se flexiona. É usado
em sentido genérico (“o ato de”).
Ex.: Amar se aprende amando.
Já o infinitivo pessoal, tem sujeito e pode flexionar-se ou não. Os casos em que o infinitivo pode, deve ou não pode se flexionar
será objeto de estudo na aula sobre CONCORDÂNCIA.
Cuidado!
Ele precisa pôr os nomes nos livros. (verbo)
O pôr do sol é lindo nessa época do ano. (substantivo)
Causa-me agonia o seu ranger de dentes. (substantivo)
Precisamos colocar óleo na porta que está a ranger. (verbo)
GERÚNDIO:
O presidente fica persistindo na argumentação de que nada sabia. (verbo) Persistindo os sintomas, o médico deverá ser
consultado (advérbio de condição = “Caso persistam os sintomas...”)
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PARTICÍPIO:
Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. (verbo) O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. (adjetivo). O
particípio tem grande importância na construção de LOCUÇÕES VERBAIS.
Emprega-se com os auxiliares TER e HAVER para a formação de tempos compostos (“Temos feito grande progresso.”, “Nunca
havia visitado este lugar antes.”), com o verbo SER para formar os tempos da voz passiva de ação (“O trabalho foi feito por todos
nós.”) e com o verbo ESTAR nos tempos de voz passiva de estado (“Estou chocada com essa notícia.”).
No particípio, a maior parte dos verbos só apresenta a forma regular (terminadas por “ado” / “ido”). Contudo, existem algumas
exceções: alguns verbos apresentam mais de uma forma: a regular (“ado” / “ido”), usada com os verbos ter e haver (tempo
composto) e a irregular, ligada aos verbos ser e estar (voz passiva).
OUTRAS CURIOSIDADES:
a) Apresentam somente a forma irregular do particípio dos verbos abrir (aberto), cobrir (coberto), dizer (dito), escrever (escrito),
fazer (feito), pôr (posto), ver (visto), vir (vindo) e seus derivados.
Observe que, neste último (vir), a forma de particípio é igual ao gerúndio, o mesmo ocorrendo com os verbos dele derivados (intervir
– intervindo). Essa peculiaridade costuma ser objeto de questões de prova.
b) Alguns verbos aceitam ambas as formas (regular e irregular) para qualquer dos verbos auxiliares – ou seja, não tem como errar
- com qualquer verbo auxiliar pode-se usar qualquer forma participial. Segundo a maioria dos gramáticos, são quatro os verbos:
pagar, pegar, ganhar e gastar (para memorizá-las, imagine a seguinte situação: no dia do pagamento, você ganha o salário e, no
supermercado, pega o produto, paga por ele e gasta o dinheiro – pequeno mnemônico).
c) O particípio do verbo CHEGAR é um só – o regular CHEGADO. A forma “chego” é a conjugação de 1ª pessoa do singular do
presente do indicativo (“Eu chego”). Não existe a forma de particípio irregular para esse verbo. Então: “Eu tinha chegado ao escritório
bem cedo.”.
3) NÚMERO E PESSOAS
a) singular → eu
→ tu
→ ele ou ela
b) plural → nós
→ vós
→ eles ou elas
4) MODOS VERBAIS
A classificação dos verbos nos MODOS VERBAIS depende da relação que o falante tem com aquilo que enuncia – se constata
um fato (indicativo); se apresenta uma hipótese, uma suposição (subjuntivo); se faz um pedido ou dá uma ordem (imperativo). Em
outras palavras, depende do modo com que enuncia a ação verbal (percebeu? “modo” verbal). São três modos verbais:
O modo verbal revela a atitude do falante ao enunciar o processo. São três os modos verbais:
a) INDICATIVO: é o modo do real, não havendo dúvida ou hipótese. Revela o fato de modo certo, preciso, seja ele passado, presente
ou futuro.
Ex: Ele sentou-se à mesa.
b) SUBJUNTIVO: é o modo possível, do provável, da suposição, das coisas hipotéticas etc. Assim, o subjuntivo revela o fato de modo
incerto, duvidoso.
Ex: Se todos se empenhassem, a aprovação seria maior.
c) IMPERATIVO: é o modo da ordem, da súplica, do pedido, do apelo etc. Dessa forma o imperativo exprime uma atitude de mando,
ordem ou solicitação.
Ex: Fique atento.
Enquanto que o modo INDICATIVO situa o fato no plano da realidade, da certeza, o SUBJUNTIVO coloca o fato no plano do que
é provável, hipotético, possível, sem a certeza apresentada pelo modo indicativo. O modo SUBJUNTIVO também é bastante usado
com determinadas conjunções (embora, caso, que etc.)
Perceba a diferença entre as duas orações abaixo. O sujeito vai à farmácia e diz ao balconista:
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a) Eu quero um remédio que acaba com a minha dor de cabeça.
b) Eu quero um remédio que acabe com a minha dor de cabeça.
Na primeira, o sujeito já sabe qual é o medicamento que vai pedir e produzir resultado. Já teve dor de cabeça outras vezes e
sabe qual o remédio que surte efeito. O fato situa-se no plano da CERTEZA – modo INDICATIVO.
Na segunda, o sujeito não tem certeza de qual medicamento poderia surtir efeito. Certamente está pedindo uma indicação ao
balconista. O resultado que o remédio trará (acabar com a dor de cabeça) ainda está no plano da hipótese. Por isso, está no modo
SUBJUNTIVO.
a) Forma Rizotônica: é a forma verbal em que a sílaba tônica se acha dentro do radical:
Ex: am o vend o part o
b) Forma Arrizotônica: é a forma verbal em que a sílaba tônica se acha fora do radical:
Ex: am amos vend êssemos part imos
Essa divisão dos tempos verbais em passado, presente e futuro não esgota todas as variações. Os empregos mais
significativos são:
d) para indicar fato futuro bastante próximo, quando se tem certeza de que ele ocorrerá.
Ex: Amanhã faço os exercícios.
2. pretérito perfeito do indicativo: exprime um fato já concluído anteriormente ao momento em que se fala.
Ex: Ontem eu reguei as plantas do jardim.
3. pretérito imperfeito do indicativo: exprime um fato anterior ao momento em que se fala, mas não o toma como concluído, acabado.
Revela, pois, o fato em seu curso, em sua duração.
Ex: Ele falava muito durante as aulas.
4. pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato passado que já foi concluído, em relação a outro fato também
passado.
Ex: Quando você resolveu o caso, eu já o resolvera.
Obs:
a) Na linguagem atual tem-se usado com mais frequência o pretérito mais-que-perfeito composto.
Ex: Quando você resolveu o problema, eu já o tinha resolvido.
b) O mais-que-perfeito é, em alguns casos, usado no lugar do futuro do pretérito ou do imperfeito do subjuntivo.
Ex: "…mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida!" (Camões) servira = serviria; fora = fosse).
5. futuro do presente: exprime um fato posterior ao momento em que se fala, tido com certo.
Ex: Amanhã chegarão os meus pais.
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O futuro do presente pode ser empregado para exprimir ideia de incerteza, de dúvida.
Ex: Serei eu o único culpado?
6. futuro do pretérito: exprime um fato futuro tomado em relação a um fato passado. Ex: Ontem você me disse que viria à escola.
O futuro do pretérito também pode ser usado para indicar incerteza, dúvida. Ex: Seriam mais ou menos dez horas quando ele
chegou.
Obs:
Usa-se ainda o futuro do pretérito, em vez do presente do indicativo ou do imperativo, como forma de cortesia, de boa
educação. Ex: Você me faria um favor?
b) PRETÉRITO IMPERFEITO: indica um fato incerto ou improvável, hipotético que poderia ter ocorrido mediante certa condição. Ex:
Se ele pensasse no futuro, estudaria mais.
VOZES DO VERBO
São três:
a) VOZ ATIVA: forma verbal que indica que o sujeito pratica a ação verbal (= sujeito agente).
Ex: O aluno faz a lição. / Eu guardarei o dinheiro. /
Ela alugará a casa.
b) VOZ PASSIVA: forma verbal que indica que o sujeito sofre a ação verbal. (= sujeito paciente).
Ex: A lição é feita pelo aluno. / O dinheiro foi guardado por mim. / A casa será alugada por ela.
A passiva pode ser analítica (formada com um dos verbos: ser, estar, ficar) ou sintética (pronominal, formada com o verbo
acompanhado do pronome se, que se chama, no caso, pronome apassivador):
Ex: O dinheiro foi guardado. (voz passiva analítica)
Guardou-se o dinheiro. (voz passiva sintética )
c) VOZ REFLEXIVA: forma verbal que indica que o sujeito, ao mesmo tempo, age e recebe a ação. (= sujeito agente e paciente).
Ex: Eu me lavei. / Tu te feriste com a faca / Ele se escondeu debaixo da escada.
Nota: a voz reflexiva, no plural, pode assumir sentido de reciprocidade. Ex: Os irmãos se abraçaram.
Alguns autores consideram que alteração exclusivamente gráfica (PROTEGER – PROTEJO), em função da ortografia, não
poderia levar à indicação de irregularidade verbal. Assim, segundo eles, são considerados irregulares somente os verbos que
apresentam alteração GRÁFICA E FONÉTICA. Se não houver alteração fonética (como no exemplo: g/j), não se classifica como verbo
irregular, sendo chamado por alguns autores de “aparentemente irregular”.
Obs:
Para se saber se um verbo é irregular, deve-se conjugá-lo no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo. Se houver
qualquer irregularidade, ela se manifestará em um desses dois tempos.
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c) VERBOS ANÔMALOS: são aqueles irregulares que apresentam, na sua conjugação, radicais primários diferentes com profundas
variações. São apenas dois: SER e IR.
Curiosidade: esses dois verbos são idênticos na conjugação dos seguintes tempos: pretérito perfeito do indicativo
(fui, foste, ...), pretérito mais-que-perfeito do indicativo (fora, foras...), pretérito imperfeito do subjuntivo (fosse,
fosses...) e futuro do subjuntivo (for, fores...). Só é possível identificar se está sendo usado um ou outro a partir do
contexto.
d) VERBOS DEFECTIVOS: apresentam defeito. São aqueles que, durante a sua conjugação, não apresentam todas as formas:
Ex: colorir, demolir, precaver-se, reaver, etc.
Sempre que se falar em defeito verbal, estamos nos referindo à conjugação do PRESENTE DO INDICATIVO e aos tempos dele
derivados (Presente do Subjuntivo e Imperativo). O “defeito” existe apenas no presente, não existe no passado nem no futuro. Por
isso, mesmo defectivo, o verbo poderá ser conjugado inteiramente nos outros tempos e modos verbais, como, por exemplo, no
Pretérito do Perfeito do Indicativo, no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo, Futuro do Subjuntivo etc.
Há dois tipos de defeitos:
1º) o verbo não possui a 1ª pessoa do singular, apenas. (explodir, abolir, colorir, delinquir);
2º) o verbo só apresenta as conjugações da 1ª e 2ª pessoas do plural (adequar, reaver, precaver).
Alguns autores definem como defectivos também os verbos que, de acordo com o seu emprego, só podem ser conjugados nas
terceiras pessoas, como URGIR (ter urgência), DOER (no sentido de “sentir dor” – alguma coisa dói) e os unipessoais, que
representam vozes de animais ou fenômenos da natureza, quando utilizados no sentido original.
e) VERBO ABUNDANTE: apresentam duas ou três formas de igual valor e função em certos tempos, modos, pessoas ou particípio.
Por exemplo, no imperativo afirmativo, os verbos terminados em –zer, como o verbo fazer, na 2ª pessoa do singular, aceitam duas
formas – faze e faz.
Ex: pagar pagado e pago
haver vós haveis e vós heis
nascer nascido, nato e nado
NOTA:
Emprega-se a forma regular (pagado, soltado, entregado), com os auxiliares TER e HAVER e a forma irregular (pago, solto,
entregue), com os verbos: SER, ESTAR, FICAR:
Ex: Nós temos pagado as contas.
As contas têm sido pagas por nós.
f) VERBO AUXILIAR: é aquele que ajuda na conjugação dos tempos compostos, na formação da passiva e de outras locuções
verbais:
Ex: Eu tenho estudado.
Eu havia escondido.
Eles ficaram cercados.
Eu tenho de partir.
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Emprego do Infinitivo
Não é fácil sistematizar o emprego do infinitivo em Português, já que, além do infinitivo impessoal, nossa língua apresenta
também o infinitivo pessoal (ou flexionado). Emprega-se o infinitivo impessoal:
1. quando ele não estiver se referindo a nenhum sujeito:
Ex: É preciso sair.
2. na função de complemento nominal (virá regido de preposição):
Ex: Esses exercícios eram fáceis de resolver.
3. quando ele faz parte de uma locução verbal:
Ex: Eles deviam ir ao cinema.
4. quando, dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, mandar, ele tiver por sujeito um pronome oblíquo. Ex: Mandei-os sair.
Deixei-os falar.
5. com valor de imperativo.
Ex: Fazer silêncio, por favor.
6. Emprega-se o infinitivo pessoal: * quando ele tiver sujeito próprio (expresso ou implícito) diferente do sujeito da oração principal:
Ex: O remédio era ficarmos em casa.
O costume é os jovens falarem e os velhos ouvirem.
Obs:
Além dos casos mencionados, em que é obrigatório o uso de uma ou de outra forma, quando o infinitivo for regido
de preposição (com exceção de a), admite-se indiferentemente o uso das duas formas.
Ex: Viemos aqui para cumprimentar (ou cumprimentarmos) os vencedores.
NOTA: o único verbo que constitui exceção para essa derivação, no Imperativo Afirmativo é o verbo SER.
Ex: Sê tu (e não: é tu)
Sede vós (e não: sois vós).
Entretanto, sobre a conjugação no imperativo, em vez de memorizar várias regras, vamos guardar apenas a exceção.
A REGRA: Em se tratando de imperativo, emprega-se o presente do subjuntivo. São conjugados pelo presente do subjuntivo os
verbos em todas as pessoas (2ª do singular e do plural, 3ª do singular e do plural e 1ª do plural) no imperativo negativo, e nas 3ª
pessoas (singular e plural) e 1ª pessoa do plural no imperativo afirmativo. Essa é a regra.
1- Venha para a Caixa você também 3ª pessoa do singular (O comercial estava errado e você não vai nem acreditar: uma
banca examinadora explorou exatamente esse fato em prova!!!
2- Não nos deixeis cair em tentação 2ª pessoa do plural (Ao se dirigir ao Pai, usa-se vós.)
Agora veremos A EXCEÇÃO, que deve ser memorizada por ser em menor número. A exceção fica por conta das segundas
pessoas (tu e vós) no imperativo afirmativo. Nessa conjugação, usa-se o presente do indicativo, sem o “s” final.
RESUMO: No imperativo afirmativo, as 2ªs pessoas (singular e plural) buscam a conjugação do presente do indicativo e tiram a
letra ‘s’. Todo o restante tem origem no presente do subjuntivo.
Exemplo:
1. “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.” - A forma “dize” é a redução do presente do indicativo da 2ª pessoa do
singular (dizes – [s] = dize). Esse verbo,
aliás, é abundante. Aceita as formas “dize” e “diz”, no imperativo afirmativo.
2. “Fazei de mim um instrumento de vossa paz.” – A forma “fazei” é a conjugação no presente do indicativo da 2ª pessoa do
plural (vós fazeis), sem o “s”.
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O quadro abaixo resume as conjugações dos verbos no modo imperativo.
(*) Como o imperativo é o modo em que se determina ou pede algo à pessoa a quem se dirige (2ª pessoa), as terceiras pessoas se
referem a “você / vocês”, e não a eles (3ª pessoa).
TEMPOS COMPOSTOS
1. Esquema básico
h) Infinitivo Composto
ter visto
i) Gerúndio Composto
tendo visto
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VERBOS PRONOMINAIS
Os verbos pronominais são termos que, em geral, regem complementos preposicionados. São considerados verbos
pronominais aqueles que se apresentam sempre com um pronome oblíquo átono como parte integrante do verbo (Ex.: queixar-se,
suicidar-se, arrepender-se). Alguns verbos pronominais, porém, podem requerer um complemento preposicionado. É o caso, por
exemplo, do verbo "queixar-se" (queixar-se de) e não do verbo "suicidar-se".
Obs:
Quando os verbos pronominais exigirem complemento, esse deve sempre vir acompanhado de preposição.
Ex1:
Ex: Naquele momento os fiéis arrependeram-se os seus pecados. [Inadequado]
Ex2:
Note:
[às: a (preposição) + as (artigo) = às]
[às experiências genéticas: objeto indireto]
Observe que, no exemplo (2), o verbo "dedicar-se" não é essencialmente pronominal, mas sim acidentalmente pronominal.
Isto é, esse verbo pode se apresentar sem o pronome oblíquo e, nesse caso, deixa de ser pronominal (ex.: Ele dedicou sua vida ao
pobres).
Casos como esse, porém, demonstram que, em princípio, qualquer verbo pode se tornar pronominal e, portanto, possuir um
complemento preposicionado.
FLEXÃO VERBAL
Para ajudar a resolver questões de conjugação verbal, uma boa dica é a técnica do PARADIGMA. Como funciona isso? Na
dúvida com relação à conjugação de determinado verbo regular (geralmente o examinador busca um verbo pouco utilizado no seu
dia-a-dia), basta observar a conjugação dos paradigmas clássicos (FALAR – 1ª conjugação, BEBER – 2ª conjugação, PARTIR – 3ª
conjugação).
Extraia o radical, que é o que sobra do verbo após retirar a terminação “ar”, “er” ou “ir” do infinitivo (exemplo: FAL(AR) = radical
FAL-), e empregue as desinências, que são idênticas nos demais verbos regulares de mesma conjugação:
Exemplo:
Observe:
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Se o verbo for irregular, ou seja, apresenta alteração no radical em determinadas conjugações, procure outro verbo, também
irregular, de mesma construção.
Por exemplo: COMPETIR (3ª conjugação) – Eu comp.... (???)
Esse verbo é irregular, ou seja, não mantém o radical nas conjugações. Normalmente não conjugamos esse verbo (pelo menos, não
com convicção) fora de uma locução verbal. Mas usamos bastante outro verbo de idêntica estrutura. Já sabe qual é?
DERIVAÇÃO VERBAL
Você já deve ter se deparado com dúvidas como: em “quando eu ..... o professor, passarei o seu recado”, devemos usar “ver”
ou “vir”? Para compreendermos a conjugação de alguns verbos, principalmente dos irregulares, é necessário conhecer a formação
de alguns tempos derivados. Abaixo, segue um quadro com a indicação das formas primitivas e das derivadas. Salvo algumas
poucas exceções (como o verbo SER, SABER e outros), basta que se mantenha o radical das formas primitivas e a ele se acrescentem
as desinências correspondentes.
eu visse
pretérito
tu vi sses
pret. perfeito do +sse imperfeito
ele visse
indicativo “Tu viste” do nós víssemos
2a pessoa do sing. subjuntivo
vós vísseis
menos “ste” eles vissem
eu vir
+r tu vires
ele vir
futuro do nós virmos
subjuntivo vós virdes
eles virem
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VERBO CABER
caberei
Futuro do caberás
presente caberá
do caberemos
indicativo cabereis
caberão
caberia
Futuro do caberias
pretérito caberia
do caberíamos
indicativo caberíeis
INFINITIVO IMPESSOAL caber caberiam
Caber
Caberes
Infinitivo Caber
pessoal Cabermos
Caberdes
caberem
Gerúndio cabendo
cabido (nos verbos de 2a conjugação, a
Particípio vogal temática passou de "e" para "i", por
influência da vogal temática da 3ª conjugação - IR).
Experimentando com outros verbos irregulares, como os verbos trazer, vir, fazer, pedir, caber e outros, temos:
Verbos perigosos!!
1) REQUERER - não é derivado do QUERER. No presente do indicativo: requeiro, requeres, requer... e no presente do subjuntivo:
requeira, requeiras, requeira...
Os demais tempos seguem o modelo do paradigma VENDER.
2) PRECAVER-SE - não é derivado do VER. É defectivo. No presente do indicativo, só se conjuga nas 1ª e 2ª pessoas do plural:
precavemos, precaveis. Consequentemente, por não haver a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, não há presente
do subjuntivo. Os demais tempos seguem o modelo do paradigma VENDER.
3) REAVER - É derivado do HAVER, mas só se conjuga quando houver a letra V na conjugação do “haver”. Assim, no presente do
indicativo, só existem as formas da 1ª e 2ª pessoas do plural: reavemos, reaveis. Como não possui a 1ª pessoa do singular do
presente do indicativo, não apresenta presente do subjuntivo.
No pretérito perfeito, conjuga-se: reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram.
4) PROVER - Não é derivado do VER, apesar de coincidir na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e do subjuntivo.
Pres.indicativo: provejo, provês, provê,...
Pres.subjuntivo: proveja, provejas, proveja,...
Pret. perfeito: provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
5) VIGER – É defectivo. Não possui, no pres. indicativo, a 1ª pessoa do singular. Logo, não há pres. subjuntivo nem Imperativo. Nas
demais, conjuga-se como VENDER.
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–UIR
Exceto no caso dos defectivos (verbos que não possuem todas as formas de conjugação, como ruir), os verbos terminados
em –UIR apresentam duas formas de conjugação:
1ª) O paradigma será POSSUIR (o radical é possu) – De acordo com esta regra, classificam-se praticamente todos os verbos
com essa terminação. Nas 2ª e 3ª do singular trocam a letra ‘e’ da conjugação regular (como em ‘partir’) pela letra ‘i’.
Mantêm as demais conjugações inalteradas em relação à conjugação do verbo paradigma ‘partir’: possuo, possuis, possui,
possuímos, possuís, possuem.
Dessa forma, conjugam verbos como OBSTRUIR, AFLUIR, INFLUIR, ANUIR, ARGUIR (respeitada a acentuação), CONCLUIR,
DISTRIBUIR, INCLUIR.
2ª) CONSTRUIR (o radical é constru) e DESTRUIR (o radical é destru)– São verbos abundantes. Além da forma regular de
conjugação (igual à do verbo POSSUIR: construo), construis, construi, construímos, construís, construem), mais comum em
Portugal, apresenta também a conjugação irregular, bastante usada no Brasil, em que as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente
do Indicativo formam o ditongo aberto “ói": construo, constróis, constrói, construímos, construís, constroem, da mesma forma
que os verbos terminados em -OER.
–OER
As 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongo aberto ‘ói’. As demais pessoas, em todos os outros
tempos verbais seguem o paradigma ‘VENDER’, respeitadas as devidas acentuações tônicas.
Na hora de escolher um exemplo, lembrem que DOER (sentir dor) e SOER (costumar, ter hábito de) são defectivos e só se
conjugam nas terceiras pessoas.
Exemplos: MOER (o radical é MO-): moo, móis, mói, moemos, moeis, moem.
–EAR
Recebem a letra ‘i’ nas formas rizotônicas (sílaba tônica no radical). Nas demais, segue o paradigma ‘falar’. Exemplo: pentear
(radical PENTE-).
Pres.indicativo - penteio, penteia, penteia, penteamos, penteais, penteiam.
Pres.subjuntivo – penteie, penteies, penteie, penteemos, penteeis, penteiem.
Pret.perfeito: penteei, penteaste, penteou, penteamos, penteastes, pentearam.
–IAR
Os verbos dessa terminação são regulares, ou seja, seguem a conjugação do paradigma ‘falar’. Exemplos:
ADIAR (radical ADI-) – Pres.Indicativo: adio, adias, adia, adiamos, adiais, adiam.
VARIAR (radical VARI-) - Pres. Indic.: vario, varias, varia, variamos, variais, variam.
No entanto, há cinco verbos terminados em -IAR que recebem a letra ‘e’ nas formas rizotônicas (formas em que a sílaba tônica
recai no radical), como no presente do indicativo e presente do subjuntivo. Suas iniciais formam o anagrama
M-A-R-I-O
MEDIAR (e derivados, como intermediar), ANSIAR, REMEDIAR, INCENDIAR, ODIAR.
Pres. Indicativo: intermedeio, intermedeia, intermedeia, intermediamos, intermediais, intermedeiam.
Para facilitar, lembre-se da conjugação do verbo ODIAR, o mais comum deles.
3. AVERIGUAR, APAZIGUAR - Não seguem a regra dos “derivados” de água. Têm a acentuação tônica nas formas rizotônicas (no
radical).
O radical de averiguar é [averigu-] e segue o paradigma “falar”, ressalvada a acentuação gráfica (especialmente no Pres.
Subjuntivo).
Pres. indicativo: averiguo, averiguas, averigua, averiguamos, averiguais, averiguam Pres. subjuntivo: averigue, averigues,
averigue, averiguemos, averigueis, averiguem.
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NOMEAR
(verbo irregular da 1ª conjugação. Transforma o “e” do radical em “ei” nas formas rizotônicas)
OBS: por “NOMEAR” se conjugam os verbos terminados em EAR: atear, cear, folhear, granjear, passear, semear, recrear, etc
PRECAVER
(verbo defectivo da 2ª conjugação. Só é usado nas forma arrizotônicas e quase sempre é pronominal)
1) – – – precavemos precaveis –
2) precavia precavias precavia precavíamos precavíeis precaviam
3) precavi precaveste precaveu precavemos precavestes precaveram
4) precavera precaveras precavera precavêramos precavêreis precaveram
5) precaverei precaverás precaverá precaveremos precavereis precaverão
6) precaveria precaverias precaveria precaveríamos precaveríeis precaveriam
7) – – – – – –
8) precavesse precavesses precavesse precavêssemos precavêsseis precavessem
9) precaver precaveres precaver precavermos precaverdes precaverem
10) – – – – precavei –
11) – – – – – –
12) precaver precavido precavendo – – –
13) precaver precaveres precaver precavermos precaverdes precaverem
OBS: é possível suprir a defectividade desse verbo com: precatar-se, acautelar-se, prevenir-se.
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VIR
(verbo irregular da 1ª conjugação)
OBS: por “VIR” conjugam-se: advir, contravir, convir, intervir, provir, reconvir, sobrevir, avir-se, desavir-se, desconvir.
VER
(verbo irregular da 2ª conjugação)
OBS:
Verbos em –IAR: os verbos em -iar são normalmente regulares. Exs: copiar, abreviar, adiar, alumiar, apreciar, associar, extasiar,
variar, etc.
Há, porém, uns poucos que trocam o -i- por -ei- nas formas rizotônicas, ou seja, conjugam-se como se fossem terminados
em ear, nas formas rizotônicas (anseio, anseias,.. anseiam, anseie,..), são eles (como já dissemos anteriormente): MEDIAR, ANSIAR,
REMEDIAR, INCENDIAR e ODIAR (além da forma derivada INTERMEDIAR). Tais verbos podem ser memorizados pelo macete
MÁRIO, que contém as letras inicias desses verbos. Conjuguemos “mediar”:
MEDIAR
(verbo irregular da 1ª conjugação.)
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PÔR
(verbo irregular da 2ª conjugação. A forma antiga era “poer”)
OBS: os verbos derivados de “pôr” seguem seu mesmo paradigma de conjugação: antepor, apor, compor, contrapor, decompor,
depor, dispor, expor, impor, indispor, opor, predispor, pressupor, repor, sobrepor, supor, transpor, etc.
ADERIR
(verbo irregular da 3ª conjugação. Muda o -e- da primeira pessoa do singular do presente do indicativo em -i- ;
consequentemente, essa alteração ocorre em todas as forma derivadas: presente do subjuntivo, imperativo negativo, e
imperativo afirmativo (3ª pessoa singular, 1ª e 3ª pessoa plural)
OBS: pelo modelo aderir conjugam-se os seguintes verbos: ferir, inserir, preterir, compelir, impelir, expelir, impelir, repelir,
competir, repetir, despir, discernir, divergir, convergir, advertir, refletir, seguir, conseguir, perseguir, prosseguir, sentir, consentir,
mentir, desmentir, servir, vestir, investir, revestir, etc.
POLIR
(verbo irregular da 3ª conjugação. Troca-se o “o” pelo “u” nos formas rizotônicas)
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Correlação Verbal
CORRELAÇÃO VERBAL consiste na articulação entre as formas verbais no período. Os verbos estabelecem, assim, uma
correspondência entre si.
Esse tipo de questão, normalmente, o candidato consegue acertar usando o “ouvido”.
Observe que alguma coisa parece estar errada na construção: “Se você se acomodasse com a situação, ela se tornará efetiva.”. Isso
acontece porque não houve correlação entre a forma verbal da primeira oração (acomodasse) – que indica hipótese, possibilidade
- com a da segunda (tornará) – que indica certeza.
A título de curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar decorando listas), seguem alguns exemplos de construções
corretas sob o aspecto de correlação verbal:
b) “Exigi que me dissesse a verdade.” – pret. perf. indicativo + pret. imperf. subjuntivo.
c) “Espero que ele tenha feito uma boa prova.” – presente do indicativo + pret. perf. comp. subjuntivo.
d) “Gostaria que ele tivesse vindo.” – fut. Pretérito ind.+ pretérito-mais-que-perf. comp. subjuntivo.
e) “Se você quiser o material, eu o trarei.” – futuro do subjuntivo + fut. presente indicativo.
f) “Se você quisesse o livro, eu o traria.” – pret. imperf. subj.+ fut. pretérito do indicativo.
Mais um exemplo de correlação entre os verbos. Veremos na aula sobre concordância os casos em que o verbo haver é
impessoal. Um deles: indicação do tempo decorrido. Isso significa que o verbo ficará na terceira pessoa do singular, qualquer que
seja o seu complemento (plural ou singular).
Esse verbo deve estar em harmonia temporal com os demais do período, isto é, se a estrutura oracional aponta para um fato
passado, o verbo haver também deverá ser conjugado no passado.
Na edição da revista Veja sobre a morte de Cássia Eller, a manchete foi:
“A polícia suspeita que um coquetel de droga, álcool e remédios matou a cantora, que havia dois anos lutava para se livrar da
dependência de cocaína”.
Na época, houve uma enxurrada de perguntas (inclusive para a redação da revista) sobre a correção dessa forma do verbo
haver. Está CORRETÍSSIMA! Note que a afirmação se refere a um fato passado (afinal, infelizmente ela já não estava mais viva
naquele momento). Assim, o tempo decorrido se encontrava concluído no passado, o que justifica o emprego de “havia”, da mesma
forma que a forma “lutava”.
Se a afirmação se referisse a um fato ainda atual: “Fulano há dois anos luta para se livrar das drogas.”, todos os verbos se
conjugariam no mesmo tempo verbal – presente do indicativo.
Outras observações
1) abolir, banir, colorir, demolir, exaurir, explodir, extorquir, fremir, haurir, retorquir não são conjugados na primeira pessoa do
singular do presente do indicativo e formas derivadas. Deve-se completar as formas derivadas com um sinônimo.
2) falir, embair, empedernir, remir, ressarcir, ressequir são verbos que não possuem as formas rizotônicas e derivadas.
3) acontecer, ocorrer, suceder, prazer, doer conjugam-se apenas na 3ª pessoa do singular e na 3ª pessoa do plural, em todos os
tempos e modos.
4) o verbo “PRAZER” tem irregulares as formas do pretérito perfeito e derivadas. Só se conjuga nas terceiras pessoas:
a) presente do indicativo: praz, prazem.
b) pretérito perfeito do indicativo: prouve, prouveram.
c) mais-que-perf. do indicativo: prouvera, prouveram.
d) pret. imperf. subjuntivo: prouvesse, prouvessem.
e) futuro do subjuntivo: prouver, prouveram.
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Exercícios de fixação
1. Conjugue os verbos no Futuro do Subjuntivo, conforme o modelo dado:
d) _______________ tuas tarefas após as explicações; não as _______________ para depois. (fazer/deixar)
4. Complete as lacunas abaixo com a forma verbal entre parênteses devidamente flexionada:
a) Não havia força que _______________ com ela. (poder)
c) Eu também fui escravo, mas não quero que meus filhos _______________ escravos. (ser)
d) Ela estava parada na porta, olhando o retrato que o pai ainda _______________ na parede. (pendurar)
5. Complete as lacunas abaixo com a forma verbal entre parênteses devidamente flexionada. Todos os verbos são irregulares.
a) Talvez ele _____________ o vizinho. (odiar - pres. subj)
c) Espero que você _____________ mais atenção a nós. (dar - pres. Subj.)
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d) Viajem e _____________ bastante. (passear - imperativo afirm.)
f) Se ela _____________ muita questão de ser educada, viria até aqui. (fazer - pret. imperf. subj)
g) Talvez eu também _____________ um casaco igual aos seus. (querer - pres. do subj.)
i) Quando ela _____________ o namorado com outra, vai ficar uma fera! (ver - fut. subj.)
j) Se ela _____________ aqui com o namorado, poderá se hospedar em casa. (vir - fut. subj.)
aprendizagem
1. No ano passado, os alunos ____________ aumento do efetivo de servidores: imediatamente o diretor _______________todos os cargos
vagos:
a) requiseram – proviu
b) requiseram – proveu
c) requereram – proveu
d) requereram – proviu
e) requiseram – proveio
2. Ela sempre _____________ o carro antes da faixa de pedestres, mas ontem não ___________: mesmo que ___________ não evitaria o
acidente:
a) frea – freiou – freiasse d freia – freiou – freiasse
b frea – freou – freasse e) freia – freou – freasse
c) freia – freou - freiasse
3. ____________, agora, avisá-lo de que se ela ___________o conteúdo da mensagem, todos verão quais são nossos planos:
a) Vimos – ver c) Viemos – ver
b) Vimos – vir d) Viemos – vir
4. Entre as formas verbais em destaque nas frases a seguir, apenas uma está corretamente flexionada. Marque a alternativa em
que ela se apresenta.
a) Carlos reaveu todo o dinheiro roubado dos cofres públicos.
b) Elas requeriram um novo armário para a sala de aula.
c) A polícia interveio e deteve os ladrões procurados.
d) Se ele não propor um acordo, desistirei da festa.
e) José, naquela empresa, só intermedia conflitos.
5. Vi, mas não _____, o guarda também não ______; dois policiais também não ____. Se tivéssemos ______ talvez tivéssemos evitado
tantas mortes:
a) intervi – interviu – interviram – intervido
b) intervim – interveio – intervieram – intervido
c) intervim – interveio – intervieram - intervindo
d) intervir – interveio – interviram – intervindo
e) intervi – interviu – intervieram – intervido
6. Observe as frases:
I. Se Joana refizesse a conta, encontraria o erro.
II. Se a empresa retesse o pagamento, haveria protestos.
III. Se os atletas mantiverem o ritmo, estarão classificados.
IV. Se ele impor sua vontade, tudo se resolverá.
Estão conjugadas corretamente as formas verbais destacadas em:
a) I e III.
b) II e III.
c) III e IV.
d) apenas IV.
e) apenas II, III e IV.
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7. (CURSO MAZZIOTTI) Assinale a alternativa em que há erro quanto à flexão verbal, segundo a Norma Culta.
a) Finalmente eu reouve meus envelopes perdidos.
b) A cozinheira que contratei nem frege direito os ovos.
c) O policial reteu os documentos da pobre velhinha.
d) Os contratos? O chefe qué-los agora sobre a mesa!
e) Nunca me aprouve cometer tal delito.
9. (EEAr) Assinale a alternativa em que os verbos estão conjugados conforme a Norma Culta.
a) A diretora não interveio na nota do aluno; ele foi, pois, reprovado.
b) Quando você ver o Bonê, diga-lhe que estamos com saudade.
c) Quando você o vir, dize-lhe que ainda o amo muito.
d) Se você se colocasse em meu lugar, perceberá melhor o problema, meu amor!
11. (FCC-TJ/PE) Estão adequados o emprego e a flexão de todas formas verbais na frase:
a) Se as pesquisas bem realizadas sempre intervissem no comportamento das pessoas, o estudo ao qual se aplicou Johnson teria
algum efeito sobre o público.
b) Imergem da pesquisa de Johnson alguns dados reveladores quanto à ação da TV sobre nós, mas é possível que outros fatores
hajam de modo determinante sobre o nosso comportamento.
c) Quem revir as várias pesquisas sobre a relação entre TV e comportamento haverá de se deparar com resultados que talvez
constituam motivo para algum alarme.
d) Jamais conviu às emissoras de TV divulgar essas pesquisas, que quase sempre as encriminam como responsáveis pela
multiplicação da violência social.
e) Se as violências que proveem do hábito de assistir à TV se saneiassem por conta de alguma regulamentação governamental,
seria o caso de pedir providências às autoridades.
Artigo
É a palavra variável em gênero e número que precede um substantivo, determinando-o de modo preciso (artigo definido) ou
vago (artigo indefinido).
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Exemplos:
Empreste-me a caneta! (trata-se de uma caneta já conhecida do emissor e do receptor).
Empreste-me uma caneta. (trata-se de qualquer caneta de que o receptor disponha.
Além desses papéis, o artigo pode:
a) determinar o gênero do substantivo.
Ex: O caixa; A caixa.
Notas:
1. Há nomes locativos que não admitem artigo.
Exemplos: Roma; Paris; Brasília.
2. Os locativos Minas Gerais, Alagoas e Recife podem ter artigo ou não, indiferentemente.
3. Nos nomes ilustres das Artes, das Ciências e da Religião não se emprega o artigo. Exemplos: Machado de Assis; Rousseau;
Einstein; São Mateus.
4. Não se emprega o artigo antes do nome de Deus e de Jesus, exceto se modificados. Exemplos: O Deus dos cristãos, O Jesus dos
gentios.
5. Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior, caso este exija o seu uso.
Ex:
• Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é substantivo que exige artigo.)
• Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que exige artigo.)
• Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento que não admite artigo.)
• A palavra ambos é classificada como numeral substantivo.
6) Todos
Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento posterior, caso este exija o seu uso.
Ex.
• Todos os atletas foram declarados vencedores.
• Todas as leis devem ser cumpridas.
• Todos vocês estão suspensos.
Aprendizagem
1. (CESGRANRIO/FINEP-2014) O artigo definido em destaque tem papel de estabelecer retomada de expressão já citada
anteriormente no texto em:
a) “Num país em que a Justiça é caolha, não dá para liberar geral.”
b) “O desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros.”
c) “Naquela ocasião, percebi claramente que os fantasmas dos traumas.”
d) “Segundo a declaração, são consideradas intoleráveis as interferências.”
e) “O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, sugeriu.”
2. Assinale a alternativa em que um (uma) é usado como artigo indefinido e não como numeral:
a) Um pássaro na mão vale mais do que dois voando
b) O homem ali não é um maluco.
c) Ele ficou parado no cinema, segurando o chapéu com uma das mãos.
d) Só um aluno faltou ao evento hoje.
e) Um funcionário faltou e cinco chegaram atrasados.
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NUMERAL
Numeral é a palavra que indica a quantidade exata dos seres, o lugar que os mesmos ocupam numa série e ainda fração ou
múltiplo. Daí a divisão dos numerais em:
a) Cardinais: indicam quantidade exata de seres.
Ex: Cinco milhões de cartas, dez alunos, vinte vacas.
d) Fracionários: indica a diminuição proporcional da quantidade: meio, metade, um terço, um quarto, etc.
Obs: podem ser consideradas numerais as palavras de indicam um conjunto exato de seres: par, novena, dezena, década, dúzia,
centena, grosa, milheiro etc. O zero; Zero quilômetro.
Notas:
1) Na leitura dos cardinais ou na escrita por extenso, é necessário intercalar a conjunção “e” entre as centenas e dezenas, como
ainda entre as dezenas e as unidades.
Ex: 3 598 782 = três milhões, quinhentos e noventa e oito mil setecentos e oitenta e dois.
Obs: não se emprega a conjunção “e” entre o milhar e a centena e não se usa vírgula entre o milhar e a centena.
Ex: 1979 = mil novecentos e setenta e nove.
2) Na designação de um século, de um rei, de um papa, de um capítulo (ou de uma parte em que se divide uma obra), empregamos
os ordinais de um a dez e os cardinais de onze em diante.
Ex: Pedro I (primeiro) Pio X (décimo)
Pedro II (segundo) Pio XI (onze)
Século III (terceiro) Século XII (doze)
Canto IX (nono) Tomo XXI (vinte e um)
Luís XV (quinze) Século VIII (oitavo)
3) Quando se trata de artigos e parágrafos de leis, decretos, regulamentos e atos do gênero, usa-se o numeral ordinal de 1 a 9
(caso de um só dígito) e o cardinal de 10 em diante (isto é, a partir de dois dígitos). Exs: Art. 1º (primeiro), § 2º (segundo), art. 19
(dezenove), § 10 (dez).
4) Na numeração de páginas, folhas, casas, empregam-se os cardinais, os quais devem concordar com a palavra “número”.
Obs: se, no mesmo caso acima, for empregado o numeral antes do substantivo, sempre se usará o ordinal.
Ex: Moro na trigésima primeira casa.
A rasura se encontrava na décima quinta folha
Exercícios de fixação
01. (VUNESP/PC-SP/2013) Assinale a alternativa em que o numeral corresponde, corretamente, à sua forma escrita.
a) 48.º candidato – quadragésimo oito candidato.
b) Século XIV – Século dezesseis.
c) 653.000 mandados de prisão – seiscentos e cinquenta e três mil mandados de prisão.
d) Mulher deu à luz 5 bebês. – Mulher deu à luz quintos.
e) 1/3 do salário – o triplo do salário.
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3. (AFA) Quanto ao emprego dos numerais, assinale a alternativa correta.
a) O Papa Paulo seis foi um mártir da Igreja Católica.
b) O vigésimo primeiro século é a nossa realidade.
c) O capítulo décimo nono fala sobre a História do Brasil.
d) O século cinco foi um facho de luz para a humanidade.
4. (EPCAr-2000) No trecho: “Um deles, o pintor, foi acometido de mal súbito e teve de deitar-se na cama de uma das garotas”, as
palavras em destaque são, respectivamente,
a) artigo, verbo, advérbio, conjunção.
b) numeral, verbo, substantivo, numeral.
c) numeral, adjetivo, adjetivo, numeral.
d) artigo, verbo, adjetivo, artigo.
5. (FMU) Sabendo-se que os numerais podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários, podemos dar os seguintes
exemplos:
a) um (cardinal), primeiro (ordinal), Leão onze (multiplicativo) e meio (fracionário)
b) um (cardinal), milésimo (ordinal), undécuplo (multiplicativo) e meio fracionário)
c) um (ordinal), primeiro (cardinal), Leão onze (multiplicativo) e meio (fracionário)
d) um (ordinal), primeiro (cardinal), cêntuplo (multiplicativo) e centésimo (fracionário)
e) um (cardinal), primeiro (ordinal), duplo (multiplicativo), não existindo numeral denominado fracionário
Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando-os. Isso significa que a preposição é o
termo que liga substantivo a substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a substantivo,
etc.
Por exemplo, na frase Os alunos do colégio assistiram ao filme de Walter Salles comovidos, teremos como elementos da
oração os alunos, o colégio, o verbo assistir, o filme, Walter Salles e a qualidade dos alunos comovidos. O restante é preposição.
O termo que antecede a preposição é denominado regente, e o termo que a sucede, regido.
Portanto em "Os alunos do colégio..." teremos: os alunos= elemento regente; o colégio = elemento regido.
Outros exemplos:
O turista veio de ônibus. (relação de meio)
O turista veio de Paris. (relação de lugar)
O turista ficou de pé. (relação de modo)
O turista anda de dia. (relação de tempo)
TIPOS DE PREPOSIÇÃO
PREPOSIÇÃO ESSENCIAL
É a que funciona sempre como preposição. Exigem a forma oblíqua dos pronomes. São invariáveis
Essenciais: por, para, perante, a, ante, até, após, de, desde, em, entre, com, contra, sem, sob, sobre, trás. As essenciais são as que
só desempenham a função de preposição.
PREPOSIÇÃO ACIDENTAL
É uma palavra de outra classe gramatical que acidentalmente liga duas palavras e passa a funcionar como preposição. São,
também, invariáveis.
Acidentais: afora, fora, exceto, salvo, malgrado, durante, mediante, segundo, menos.
Exemplos:
Os alunos foram até o colégio e fiquei lá até as dez horas.
Os alunos foram até ao colégio.
Fui até a escola.
Fui até à escola.
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Obs:
Os gramáticos Faraco & Moura estabelecem um critério-dica bem interessante para diferenciar a preposição acidental da
preposição essencial. Para esses gramáticos, serão essenciais as preposições que puderem preencher (levando-se em conta um
contexto) as lacunas abaixo (exceto a proposição “com”)
LOCUÇÃO PREPOSITIVA
Locução Prepositiva: São duas ou mais palavras, exercendo a função de uma preposição: acerca de, a fim de, apesar de,
através de, de acordo com, em vez de, junto de, para com, à procura de, à busca de, à distância de, além de, antes de, depois de, à
maneira de, junto de, junto a, a par de...
Obs: as locuções prepositivas têm sempre como último componente uma preposição.
Combinação: Junção de algumas preposições com outras palavras, quando não há alteração fonética.
Ex: ao (a + o); aonde (a + onde)
Contração: Junção de algumas preposições com outras palavras, quando a preposição sofre redução.
Ex: do (de + o); neste (em + este); à (a + a)
Obs: Não se deve contrair a preposição de com o artigo que inicia o sujeito de um verbo, nem com o pronome ele(s), ela(s), quando
estes funcionarem como sujeito de um verbo.
Por exemplo a frase "Isso não depende do professor querer" está errada, pois professor funciona como sujeito do verbo querer.
Portanto a frase deve ser "Isso não depende de o professor querer" ou "Isso não depende de ele querer".
A contração da preposição a com os artigos definidos a, as, pronomes demonstrativos a(s) e o a inicial dos pronomes
demonstrativos aquele, aquela, aquilo denomina-se crase e é marcada pelo acento grave: à, às, àquele, àquela, àquilo.
COM
causa: assustar-se com o barulho; a torre caiu com o vento.
companhia: ir ao cinema com alguém; regressar com amigos.
concessão: com mais de 80 anos, ainda tem planos para o futuro; com ser imperfeito, o homem constrói máquinas perfeitas.
instrumento: fechar o portão com cadeado; matar alguém com as mãos.
matéria: vinho se faz com uva.
modo: andar com cuidado; tratar com carinho.
oposição: jogar com (= contra) os ingleses.
referência: com ela não foi assim; comigo sempre é assim.
simultaneidade (que pode ser vista como de tempo): o povo canta, com os soldados, o Hino Nacional; com o tempo os frutos
amadurecem; hoje, em todas as atividades, a mulher concorre com o homem.
CONTRA
oposição: jogar contra os ingleses; lançar uma pedra contra alguém; remar contra a maré; depor contra alguém; ser contra o
governo.
direção: olhar contra o sol.
proximidade ou contiguidade: apertar alguém contra o peito; cingir contra o coração a bandeira.
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DE
assunto: falar de política.
causa: morrer de fome; tremer de medo; chorar de saudade.
conteúdo: copo de leite; xícara de café; maço de cigarros.
definição: homem de bom-senso; pessoa de coragem.
dimensão: prédio de dois andares; sala de vinte metros quadrados.
fim: dar-lhe algo de beber; automóvel de passeio.
instrumento ou meio: apanhar de chicote; briga de faca; brincar de mão; viajar de avião; viver de ilusões.
lugar (que compreende a relação de origem): vir de Madri; descender de alemães; ver de perto.
matéria: corrente de ouro; chapéu de palha; material feito de plástico.
medida ou extensão: régua de 30cm; rua de 20km.
modo: olhar alguém de frente; ficar de pé.
posse: casa de Luís; olhar de Maísa.
preço: caderno de um real.
qualidade: vender artigo de primeira.
semelhança ou comparação: olhos de gata; atitudes de imbecil.
tempo: dormir de dia; estudar de tarde; perambular de noite; de pequenino é que se torce o pepino.
DESDE
lugar: dormir desde lá até cá.
tempo: desde ontem estou assim.
Obs: Não use "desde de": desde de 1945 isso não acontece por aqui.
EM
estado ou qualidade: ferro em brasa; televisor em cores; foto em branco e preto; votos em branco.
im: vir em socorro; pedir em casamento.
forma ou semelhança: juntar as mãos em conchas.
limitação: em Matemática nunca foi bom aluno.
lugar: ficar em casa; o jantar está na mesa.
meio: pagar em cheque; indenizar em ações.
modo: ir em turma, em bando, em pessoa; escrever em francês.
preço: avaliar a casa em milhares de reais.
sucessão: de grão em grão; de porta em porta.
tempo: fazer a viagem em quatro horas; o fogo destruiu o edifício em minutos, no ano 2000.
transformação ou alteração: mudar a água em vinho; transformar reais em dólares.
PARA
consequência: estar muito alegre para preocupar-se com mesquinharias; ser bastante inteligente para não cair em esparrela.
fim: nascer para o trabalho; vir para ficar; chegar para a conferência.
lugar: ir para Madri; apontar o dedo para o céu.
Observação
Dá ideia de estada permanente ou definitiva, ao contrário da preposição a, que exprime breve regresso; de fato, vamos
para o céu, para o inferno etc, e não ao céu, ao inferno, porque de tais lugares não há regresso.
proporção: as baleias estão para os peixes assim como nós estamos para as galinhas.
referência: para mim, ela está mentindo.
tempo: ter água para dois dias apenas; para o ano irei a Salvador; lá para o final de dezembro viajaremos.
POR
causa: encontrar alguém por uma coincidência; foi preso por vadiagem; por isso é que a chamei.
conformidade: tocar pela partitura; copiar pelo original.
favor: morrer pela pátria; lutar pela liberdade; falar pelo réu.
lugar: ir por Bauru; morar por aqui.
medida: vender bolacha por quilo.
meio: ler pelo rascunho; ir por terra; levar pela mão; contar pelos dedos; enviar pelo Correio; mandar um recado por alguém.
modo: proceder à chamada de alunos por ordem alfabética; saber por alto o que aconteceu.
preço: comprar o livro por dois reais; vender a mercadoria pelo custo.
quantidade: chorar por três vezes; perder por 2 a 1.
substituição: deixar o certo pelo duvidoso; comprar gato por lebre; jurar por Deus; valer por cinco homens.
tempo: estarei lá pelo Natal; viver por muitos anos; brincar só pela manhã.
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Exercícios de fixação
1. (FUVEST) "No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque (...) sai à caça do soldado desertor que realizou assalto a trem
com confederados." (O Estado de S. Paulo, 15 set. 1995.)
O uso da preposição com permite diferentes interpretações da frase acima.
a) Reescreva-a de duas maneiras diversas, de modo que haja um sentido diferente em cada uma.
b) Indique, para cada uma das redações, a noção expressa pela preposição com.
3. "Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa.", os vocábulos destacados são, respectivamente:
a) pronome pessoal oblíquo, preposição, artigo.
b) artigo, preposição, pronome pessoal oblíquo.
c) artigo, pronome demonstrativo, pronome pessoal oblíquo.
d) artigo, preposição, pronome demonstrativo.
e) preposição, pronome demonstrativo, pronome pessoal oblíquo.
4. Na frase "Estamos a bordo." A preposição indica relação de lugar. Escreva duas frases em que o emprego dessa preposição
indique, respectivamente:
a) relação de tempo habitual;
b) relação de instrumento.
5. Em "óculos sem aro", a preposição SEM indica ausência, falta. Explique o sentido expresso pelas preposições destacadas em:
a) "Cale-se ou expulso a senhora da sala."
b) "Interrompia a lição com piadinhas."
6. Assinale a opção cuja lacuna não pode ser preenchida pela preposição entre parênteses.
a) Uma companheira desta, _________ cuja figura os mais velhos se comoviam. (com)
b) Uma companheira desta, _________ cuja figura já nos referimos anteriormente. (a)
c) Uma companheira desta, _________ cuja figura havia um ar de grande dama decadente. (em)
d) Uma companheira desta, _________ cuja figura andara todo o regimento apaixonado. (por)
e) Uma companheira desta, _________ cuja figura as crianças se assustavam. (de)
7. Em "Eles foram intimados a comparecer.", "Não a fizeram sofrer ainda.", "Solicitaram a sua oração". As três ocorrências de a são,
respectivamente:
a) preposição, pronome, preposição.
b) artigo, artigo, preposição.
c) pronome, artigo, preposição.
d) preposição, pronome, artigo.
e) artigo, pronome, pronome.
8. "... a folha de um livro retoma.", "como sob o vento a árvore que o doa.", "e nada finge vento em folha de árvore."
As expressões destacadas são introduzidas por preposições. Tais preposições são usadas, nesses versos, com a ideia de:
a) origem, lugar, especificação.
b) especificação, agente causador, lugar.
c) instrumento, especificação, lugar.
d) agente causador, especificação, lugar.
e) lugar, instrumento, origem.
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Conjunção
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou termos de mesmo valor sintático.
A conjunção pode ligar orações coordenadas, que são independentes, e ligar orações subordinadas, que dependem de uma
oração principal.
Exemplos:
Naquela região faz calor e frio.
Traga lápis ou caneta.
Ela sorria, mas não estava feliz.
Vemos que a situação do trabalhador brasileiro é precária.
Na primeira e segunda frase, a conjunção e liga dois termos equivalentes. Nas duas últimas frases, a conjunção liga orações.
Na terceira frase, a conjunção que liga uma oração subordinada à sua principal.
LOCUÇÃO CONJUNTIVA
É a expressão com valor e emprego de uma conjunção: para que, a fim de que, tanto que, por isso, etc...
ADITIVAS
Indicam soma: e, nem (= e não), mas também, como (depois de não só), como (depois de tanto), quanto (depois de tanto), que
(= e).
Exemplos:
Pedro estuda e trabalha.
Pedro estuda mas também trabalha.
Pedro tanto estuda quanto trabalha.
José não estuda nem (e não) trabalha.
Dize-me com quem andas que te direi quem és.
A menina dança que dança.
Observação
Muitas vezes a conjunção e indica consequência ou finalidade, no plano semântico, mas no plano sintático continua como
aditiva: Apanhou aquela chuva e ficou gripado. Ele queria fazer o projeto e ganhar a confiança do chefe.
ADVERSATIVAS
Indicam adversidade: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, senão (= caso contrário), e (= mas).
Exemplos:
Os operários trabalharam muito, mas não terminaram o serviço.
Os operários trabalharam muito, porém não terminaram o serviço.
Os operários trabalharam muito, no entanto não terminaram o serviço.
Os operários trabalhavam muito, contudo não terminaram o serviço.
Os operários trabalharam muito, não obstante foram mal pagos.
Os operários trabalharam muito, e ganharam tão pouco.
ALTERNATIVAS
Indicam alternância: ou; ou... ou; ora... ora; nem... nem; quer... quer; seja... seja; já... já.
Exemplos:
Saio de casa bem cedo ou perco a hora do serviço.
O artista ora cantava, ora declamava.
Ou falas, ou escreves.
Irei ao clube, quer chova, quer faça sol.
Irei ao clube, seja chovendo, seja fazendo sol.
EXPLICATIVAS
Indicam explicação: porque, pois, porquanto, que (= porque).
Exemplos:
Venha depressa, porque o ônibus vai sair.
Venha depressa, pois o ônibus vai sair.
Venha depressa, que o ônibus vai sair.
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A menina chorou, pois seus olhos ainda estão úmidos.
Choveu ontem à noite, porque as roupas estão molhadas.
CONCLUSIVAS
Indicam conclusão: logo, portanto, por isso, por conseguinte, conseguintemente, por consequência, consequentemente, daí,
então, pois (depois do verbo).
Exemplos:
Os alunos estudaram muito, logo fizeram boa prova.
Os alunos estudaram muito, portanto fizeram boa prova.
Os alunos estudaram muito, por isso fizeram boa prova.
Os alunos estudaram muito, por conseguinte fizeram boa prova.
Os alunos estudaram muito, daí fizeram boa prova. Os alunos estudaram muito, fizeram, pois, boa prova.
As conjunções subordinativas classificam-se em: integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, consecutivas,
finais, temporais, proporcionais, conformativas.
INTEGRANTES
Iniciam orações que têm função substantiva, daí serem classificadas essas orações de substantivas. São integrantes: que, se.
Exemplos:
Espero que venhas logo.
Não sei se ele virá logo.
CAUSAIS
Iniciam orações que dão ideia de causa: porque, portanto, já que, uma vez que, visto que, que (= porque), como (no início da
frase), se (=já que)
Exemplos:
Não comprou o carro, porque não dispunha do dinheiro.
Não comprou o carro, já que não dispunha do dinheiro.
Não comprou o carro, uma vez que não dispunha do dinheiro.
Não comprou o carro, visto que não dispunha do dinheiro.
Como não dispusesse de dinheiro, não comprou o carro.
Que fazemos aqui, se nos mandaram embora?
COMPARATIVAS
Iniciam uma oração que indica comparação: como, assim como, que, qual, quanto.
Exemplos:
A porta da casa é branca como a neve.
A porta da casa é assim como a neve.
A porta da casa é branca tal qual a neve.
A porta da casa é branca qual a neve.
A porta da casa é menos branca (do) que a neve.
A porta da casa é tão branca quanto a neve.
CONCESSIVAS
Iniciam orações que indicam concessão, ou seja, certo sentido de contrariedade: embora, ainda que, mesmo que, por mais
que, sem que, por menos que, conquanto.
Exemplos:
O aluno foi à escola embora estivesse doente.
O aluno foi à escola ainda que estivesse doente.
O aluno foi à escola mesmo que estivesse doente.
Não venceu a partida por mais que se esforçasse.
Ficou cansado por menos que corresse.
O aluno saiu sem que pedisse licença.
CONDICIONAIS
Iniciam uma oração que indica condição: se, caso, contanto que, desde que, sem que, a não ser que, salvo que, exceto se.
Exemplos:
Farei o trabalho se conseguir os livros.
Farei o trabalho desde que consiga os livros.
Farei o trabalho caso consiga os livros.
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Farei o trabalho contanto que consiga os livros.
Não farei o trabalho sem que consiga os livros.
Não farei o trabalho a não ser que consiga os livros.
CONSECUTIVAS
Iniciam orações que exprimem consequências: que (antecedido de tão, tamanho, tal e tanto), de sorte que, de forma que, de
modo que.
Exemplos:
O frio era tanto que não dormimos.
Tal era o frio que não dormimos.
Tamanho era o frio que não dormimos.
O frio era tanto que não dormimos.
O artista representou muito bem de sorte que agradou ao público.
Nota importante:
Mal e Apenas funcionam como conjunção subordinativa temporal quando equivalem a logo que.
FINAIS
Indicam finalidade: a fim de que, para que, que (= para que).
Exemplos:
Fiz-lhe sinal a fim de que viesse.
Fiz-lhe sinal para que viesse.
TEMPORAIS
Iniciam orações que exprimem tempo: quando, logo que, assim que, desde que, sempre que, depois que, enquanto, mal,
apenas, ante que, até que, que (= quando).
Exemplos:
Começarei a aula quando os alunos retornarem.
Começarei a aula assim que os alunos chegarem.
Começarei a aula logo que os alunos chegarem.
Começarei a aula depois que os alunos chegarem.
Começou a aula mal os alunos chegaram.
Começou a aula apenas os alunos chegaram.
Será amanhã que viajaremos.
PROPORCIONAIS
Iniciam orações que indicam simultaneidade: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos (em
correlação com tanto mais, tanto menos).
Exemplos:
Os alunos levantavam-se à proporção que eram chamados.
Os alunos levantavam-se à medida que eram chamados.
Os alunos levantavam-se ao passo que eram chamados.
Quanto mais viajo, mais conheço o Brasil.
CONFORMATIVAS
Indicam conformidade com a ideia da oração anterior: conforme, consoante, segundo, como (= conforme).
Exemplos:
O construtor fez a casa conforme havíamos pedido.
O construtor fez a casa consoante havíamos pedido.
Segundo dissemos, a prova foi realizada no sábado.
Como dissemos, a prova foi realizada no sábado.
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Exercícios de fixação
Texto para a questão 01.
Os novos modelos de gravadores digitais já substituem com vantagem os velhos modelos de fita. Tempo de gravação e
qualidade do som não são mais problema. Uma das maiores vantagens é a conexão com o computador, por porta serial ou USB, o
que permite editar e enviar sons por e-mail. Alguns devem ser encomendados do exterior e outros estão disponíveis em lojas
brasileiras.
(VEJA, 21/4/2004, p. 110)
02. (COTIL) “Certa vez, o sábio italiano Leonardo Da Vinci (1452 – 1519) declarou: Se tens que lidar com água, consulta primeiro
a experiência e, depois, a razão.”
Na oração em negrito, substituindo a conjunção se por caso, obteremos a forma verbal:
a) tendo b) tens c) tenhas
d) tendes e) tem
03. (COTIL) "De algum modo, até contribuem para o processo digestivo, por consumirem substâncias que o intestino não
aproveita." A preposição em destaque estabelece o sentido de:
a) concessão b) tempo c) consequência
d) causa e) condição
Começando a frase por “Alguns dizem que o povo brasileiro é muito preguiçoso” e desejando-se manter a relação lógica existente
entre as ideias da passagem acima, deve-se continuar com a expressão
a) enquanto é.
b) na medida em que é.
c) embora seja.
d) desde que seja.
e) porquanto é.
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Um dia se defrontarão com elas.
06. A relação semântica expressa pelo termo “logo” no verso “Não tenho, logo, mais que desejar” ocorre igualmente em:
a) Não se lembrou de ter um retrato do menino. E logo o retrato que tanto desejara.
b) Acendia, tão logo anoitecia, um candeeiro de querosene.
c) É um ser humano, logo merece nosso respeito.
d) E era logo ele que chegava a esta conclusão.
e) Adoeceu, e logo naquele mês, quando estava cheio de compromissos.
07. A conjunção mas, que aparece no início do primeiro terceto, é usada para
a) apresentar uma síntese das ideias contidas nos quartetos, que funcionam como tese e antítese.
b) opor à satisfação expressa nos quartetos a insatisfação trazida por uma ideia incompleta e pelo conformismo.
c) substituir o conectivo e, assumindo valor aditivo, já que não há oposição entre os quartetos e os tercetos.
d) iniciar um pensamento conclusivo, podendo ser substituído pelo conectivo portanto.
e) introduzir uma ressalva em relação às ideias que foram expressas nos quartetos.
08. As orações transcritas a seguir vêm acompanhadas de uma indicação de sentido que pode estar expressa no texto da oração
correspondente.
Este sentido está corretamente identificado em:
I. “Maior meia-atacante brasileiro atualmente, Ronaldinho disse ainda não ter sido afetado diretamente com o racismo nos campos
europeus.” – EXCLUSÃO.
II. “No entanto, a perseguição com o camaronês Samuel Eto'o, seu companheiro de Barcelona, lhe desagrada bastante.” – OPOSIÇÃO.
III. “Não aconteceu comigo, mas se o companheiro do lado é o alvo, a gente também acaba sendo atingido.” – INCLUSÃO.
IV. “Logo, a gente precisa mostrar que não é esse o caminho.” – CONCLUSÃO.
09. Distinguir o bem do mal, o crime da inocência são efeitos muito menos complexos do que as avaliações políticas que levam ao voto
consciente.
Na frase acima há uma relação de
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10. Um jovem de 16, 17 anos, podendo já ser um atirador exímio, é ainda irresponsável perante a lei.
A oração reduzida sublinhada na frase pode ser corretamente substituída, sem alteração no contexto do sentido original, por
a) por poder já ser. c) ainda que já possa ser.
b) mesmo que possa ser. d) que pode já ser.
e) a menos que já possa ser.
11. Preencha os espaços com uma das expressões do quadro, completando as frases adequadamente. Em seguida, assinale a
opção que corresponde à sequência utilizada.
onde - que - a que - por que - contra a qual - em que - pela qual - cujos - aonde - de que
Meu Deus, até quando serei procurada para opinar sobre este tema? Possivelmente enquanto houver discriminação nesse
país. Acreditar que não existe racismo no Brasil é perda de tempo. Existe, sim, apesar de vivermos em uma nação mestiça. Na
verdade, o racismo é um fenômeno multifacetado que atinge todas as esferas: social, econômica, política e cultural. Se não há
racismo no Brasil, onde estão nossos representantes entre os empresários, embaixadores, ministros da Fazenda, da Indústria etc...?
E não me venham dizer que negro não está preparado para estas funções. É claro que está.
Um exemplo típico são os anúncios de jornal que pedem moças e rapazes de “boa aparência”. Entrevistado, sabemos quem
perde, de início, as oportunidades, sofrendo na pele. Mesmo que seja um negro com ótimo currículo, a prioridade será sempre
para os brancos. Outra prova de que existe racismo são as piadas e os discursos pejorativos, como aquela que diz: “o negro, quando
não suja na entrada, suja na saída”.
(Depoimento de Zezé Mota- cantora e atriz -Texto adaptado. Fragmento extraído do vídeo- documentário “A Negação
do Brasil – O Negro na Telenovela Brasileira”, de Joel Zito Araújo. Troféu "Gilberto Freyre de Cinema")
12. Na seguinte passagem do texto: “Entrevistado, sabemos quem perde, de início, as oportunidades, sofrendo na pele.”, o particípio e
o gerúndio assinalam circunstâncias adverbiais do fato expresso em “perde”.
A circunstância denotada pelo particípio e a indicada pelo gerúndio significam, respectivamente:
a) tempo e consequência. c) concessão e finalidade.
b) causa e proporção. d) comparação e modo.
Por Enquanto
Cássia Eller
Mudaram as estações,
Nada mudou,
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu.
Está tudo assim tão diferente.
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre,
Sem saber que o pra sempre sempre acaba.
Mas nada vai conseguir mudar
O que ficou,
Quando penso em alguém só penso em você,
E aí, então,
Estamos bem,
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está,
Nem desistir, nem tentar.
Agora tanto faz,
Estamos indo de volta pra casa.
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13. De acordo com a sua função no enunciado, a palavra mesmo pode assumir significados diferentes. Assinale a alternativa em
que “mesmo” tem o mesmo sentido que essa palavra assume no verso “Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está”:
a) Os adolescentes do bairro passam pelo mesmo caminho, todos os dias, quando vão para o colégio.
b) Todas as mães têm sempre o mesmo gesto de carinho e ternura para com os seus filhos.
c) Os acidentes de trânsito, mesmo sendo, por definição, fortuitos e, portanto, em alguns casos, inevitáveis, não devem ser aceitos
com resignação.
d) O grupo de alunos é o mesmo, mas naquela escola, no lugar de apertadas salas com cadeiras enfileiradas diante da lousa,
surgiram salões imensos, onde dezenas de crianças e jovens trabalham em grupos sobre diversos assuntos.
e) É preciso ponderar se haverá mesmo necessidade de o judiciário e o governo paulista ampliarem a experiência de realizar
audiências com presos e testemunhas por sistemas de videoconferência.
14. Entre os versos “Mudaram as estações, nada mudou” há uma relação lógico-semântica de:
15. Em relação aos elementos linguísticos constitutivos do texto, pode-se afirmar que:
a) No verso “Mas eu sei que alguma coisa aconteceu.”, “que” é um elemento de coesão cujo referente é “eu”.
b) O elemento “pra”, empregado nos versos 6,7 e 13, caracteriza uma variedade linguística própria da região nordeste.
c) O verso “Se lembra quando a gente chegou a acreditar” não pode ser reescrito, substituindo a palavra “se” por “caso”, uma vez
que o sentido do enunciado seria alterado.
d) A conjunção “nem”, em “Nem desistir, nem tentar.”, tem valor exclusivo.
e) A preposição “a”, no verso “Se lembra quando a gente chegou a acreditar”, expressa uma indicação de referência no tempo.
16. Assinale, abaixo, a única alternativa em que o termo onde foi empregado conforme os padrões da norma culta.
a) O analfabetismo é um grave problema social, onde as pessoas não têm nem oportunidade de conseguir um bom emprego.
b) No Brasil, onde a política só favorece a elite, há uma grande exclusão social, pois apenas 20% dos brasileiros concluíram o ensino
médio.
c) Um levantamento foi feito onde diz que apenas 25% dos brasileiros com mais de 15 anos dominam plenamente a leitura e a
escrita.
d) 30% dos brasileiros não entendem o que leem, onde são considerados analfabetos funcionais.
e) 37% dos brasileiros conseguem identificar informações numa notícia curta onde não vão muito além disso.
A seguir, encontramos dois fragmentos de textos. O primeiro, extraído do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e o
segundo, da reportagem sobre o brasileiro L. I. S., imigrante, de Ines Garçoni, revista Istoé. Leia-os:
Texto 01
(...) E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos em escolas,
aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos acabando-se como uns cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia.
Que iriam fazer? Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos nela. E o sertão
continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, sinhá Vitória e os dois
meninos.
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. p.128
Texto 02
O INÍCIO
L. I. S., aos três anos, ao lado da irmã Maria: família Silva cumpriu a sina de milhões de nordestinos e migrou para São Paulo na
esperança de mudar de vida.
Istoé/1733 – 18 dez 2002
17. Considerando os dois fragmentos, marque V para verdadeiro e F para falso, diante das afirmativas que se seguem:
( ) Na visão dos retirantes, a cidade grande proporciona uma melhor qualidade de vida.
( ) Na história de Fabiano e sua família, narrada em Vidas Secas, universaliza-se a história de vida de milhões de retirantes
espalhados por muitos continentes.
( ) Entre os dois fragmentos se estabelece uma relação de antagonismo.
( ) Os dois textos têm como tema: a história de retirantes nordestinos.
( ) O texto 01 amplia a compreensão da realidade descrita no texto 02.
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Tuberculose pulmonar
Stanley L. Robbins M.D.
Até um passado recente, a tuberculose situava-se entre as dez principais causas de morte nos Estados Unidos; hoje, graças
a melhor terapêutica, coloca-se em vigésimo lugar. (...) A despeito deste controle regional bem sucedido, em algumas partes do
mundo a tuberculose iguala-se à malária como a causa principal da mortalidade. Ainda é uma das doenças infecciosas mais
frequentes no Oeste dos Estados Unidos, ultrapassada apenas, talvez, pela pneumonite e pelas infecções renais; em muitas áreas
urbanas de baixo nível econômico e superpopulosas dos Estados Unidos, ainda é a infecção mais importante.
Calcula-se que a cada caso mortal por tuberculose correspondem 10 a 20 casos de infecção ativa. Assim, ainda existe um
grande reservatório desta doença, espalhado por todo o mundo e ainda por ser descoberto. Como na absoluta maioria dos casos,
a tuberculose ocorre nos pulmões, é conveniente estudar pormenorizadamente a tuberculose pulmonar.
Patologia, Guanabara Koogan, RJ, 1969.
18. “A despeito desse controle regional bem sucedido...”; a expressão a despeito de equivale a:
a) mesmo que c) visto que e) já que
b) apesar de d) porquanto
19. “Assim, ainda existe um grande reservatório desta doença...”; o termo destacado introduz uma:
a) explicação c) concessão e) síntese
b) retificação d) conclusão
20. (EEAr-2004) "Quero saber _________ ele está vendendo a rifa do carro. Estou perguntando ___________ gosto de colaborar
___________ o que gere benefício à escola, _________ preciso ver se o dinheiro que tenho será suficiente."
Interjeição
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais
elaboradas.
Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui em
posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são uma espécie de "palavra-frase", ou seja, há uma ideia
expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença.
Veja os exemplos:
1. Bravo! Bis!
bravo e bis: interjeição
sentença (sugestão): "Foi muito bom! Repitam!"
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças
da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um
contexto específico.
Exemplos:
1. Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
2. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
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O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido
que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação.
Exemplos:
1. Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua.
significado da interjeição (sugestão): "Estou te chamando! Ei, espere!"
2. Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital
significado da interjeição (sugestão): "Por favor, faça silêncio!"
PALAVRAS DENOTATIVAS
A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) põe os denotadores de inclusão, exclusão, situação, retificação, designação,
realce/expletivo e de explicação à parte, sem a rigor incluí-los entre os advérbios, embora se assemelhem e eles, mas constituindo
uma classe ou grupo heterogêneo chamado denotadores, que coincide, em parte, com a proposta de José Oiticica das palavras
denotativas e atendem a fatores de função textual estranhos às relações semântico-sintáticas inerentes às orações em que se acham
inseridas.
Ou seja, algumas palavras e locuções, embora se assemelhem aos advérbios, não se enquadram teoricamente entre eles e a
NGB não as relaciona em nenhuma das dez classes de palavras (embora algumas bancas de concursos atuais já as enquadrem
como advérbios, como a banca CESPE/CEBRASPE, por exemplo). Essas palavras, conhecidas como palavras denotativas,
desempenham papel fundamental nas enunciações e nos textos, já que constituem importantes elementos coesivos e operadores
argumentativos. Dependendo do significado que apresentem, podem indicar, entre outros aspectos:
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4 – retificação: aliás, ou melhor, isto é, ou antes etc.:
Comprei cinco, aliás, seis livros.
Correu, isto é, voou até nossa casa.
5 – designação: eis:
Eis o homem.
Exercícios de fixação
Leia os excertos a seguir para responder à questão 01.
Encontro com Bandeira
Eu tinha uns 17 anos. E Manuel Bandeira era, então, considerado o maior poeta do país. E com 17 anos é não só desculpável,
mas aconselhável que as pessoas façam a catarse de seus sentimentos em forma de verso. Os reincidentes, é claro, continuam vida
afora e podem pelos versos chegar à poesia.
..........................................
Não fiquei triste ou chocado com sua crítica sincera. Olhei as bananeiras do quintal vizinho com um certo suspiro esperançoso.
Levantei-me, saí andando pela casa, com um ar de parvo feliz. Eu havia feito quatro versos que agradaram ao poeta grande.
A poesia, então, era possível.
(SANT’ANNA, Affonso Romano de. Porta de colégio e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1995).
01. (EsPCEx) Em “E Manuel Bandeira era, então, considerado o maior poeta do país.” e “A poesia, então, era possível,” as palavras
sublinhadas exprimem, respectivamente, a ideia de:
a) tempo, em ambos os casos.
b) tempo, no primeiro caso, e conclusão, no segundo.
c) causa, no primeiro caso, e tempo, no segundo.
d) conclusão, no primeiro caso, e causa, no segundo.
e) tempo, no primeiro caso, e explicação, no segundo.
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02. (IME) O vocábulo Aí (2ª estrofe) poderá ser substituído, sem perda de seu valor semântico, por
a) neste lugar.
b) então.
c) como consequência.
d) “Ponha tudo de lado”. (4ª estrofe)
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GABARITO
Pág. 11
1.
a) desigualdade - des – igual – dade
pref. rad. suf.
b) exsurgir - exsurg – i – r
rad. vt des.
e) ajoelhar - a – joelh – ar
pref. rad. suf.
2)
a) santa (DG) e) monstro (VT)
b) casas (VT) f) mares (VT)
c) belo (DG) g) revista (VT)
d) cadernos (DN) h) honesto (DG)
3)
a) casamento d) infidelidades
b) inescrupulosas – Ø e) paulada
c) vendedores f) sentimentos
4) B
Pág. 12
Aprendizagem
01) E 02) B 03) C 04) B 05) C 06) E 07) B 08) C 09) D 10) D
11) D 12) D 13) C 14) E
Pág. 17
1.
a) astronauta - hibridismo (grego + latim)
b) automóvel - hibridismo (grego + latim)
c) INSS- sigla/siglominização
d) moto - abreviação ou redução vocabular
e) zincografia - hibridismo (alemão + grego)
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2.
(2) livreco (2) amplidão
(5) a busca (1) inapto
(4) encolerizar (3) ilegalidade
(1) transcorrer (4) espernear
(4) embarcar (5) o combate
(3) deslealdade (5) a escolha
(6) um talvez (4) ajoelhar
03)
(1) beija-flor (1) busca-pé
(2) petróleo (2) fidalgo
(1) vaivém (2) pernalta
(1) passatempo ( 2) vinagre
Aprendizagem
01) B 02) B 03) A 04) D 05) E 06) A 07) D 08) A 09) B 10) B
11) A 12) D
Aprofundamento
01) C 02) E 03) D 04) A 05) E 06) C 07) D 08) B
Pág. 27
01) B 02) C 03) B 04) A 05) B 06) C 07) A 08) B 09) C 10) B
11) E 12) E 13) E 14) D 15) D
Pág. 36
01) E 02) B 03) A 04) C 05) C 06) D 07) B 08) C 09) E 10) A
11) D 12) A 13) E 14) A 15) A 16) C 17) E 18) A 19) D 20) E
Pág. 46
a) Este
b) Esse
c) Estas / aquelas
d) Aquilo
e) este
f) aquela
g) estes
h) nesse
i) isso
j) isso
j) aquilo.
m) aquele / este.
Pág. 46
Aprendizagem
01) C 02) E 03) B 04) D 05) D 06) C 07) C 08) B 09) A 10) A
11) A 12) C 13) D 14) C 15) B 16) A
Pág. 63
1.
a) vir
b) tiveres
c) revir
d) puser
e) detivermos
f) for
g) provieres
h) for
i) fizerdes
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j) puder
l) fores
2.
a) Põe / apresses
b) Mantenha / vá / desespere
c) façais
d) Faze ou Faz / deixes
3.
a) Sempre folheamos uns livros. Vocês não folheiam nunca?
b) Freamos com firmeza antes das curvas. Vocês não freiam?
c) Nunca lisonjeamos ninguém. Vocês lisonjeiam?
d) Não semeamos ventos para não colher tempestades. Você semeia?
4.
a) pudesse
b) mudaria
c) sejam
d) pendurava
e) chegasse
f) chegar
g) marcharão
5.
a) odeie
b) contradisse
c) dê
d) passeiem
e) caibo
f) fizesse
g) queira
h) quiséssemos
i) vir
j) vier
Pág. 64
01) C 02) E 03) B 04) C 05) C 06) A 07) C 08) D 09) A 10) B
11) C 12) C
Pág. 66
01) D 02) B
Pág. 67
01) C 02) D 03) B 04) B 05) B
Pág. 71
01)
a) No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque (…) sai à caça do soldado desertor que realizou assalto a trem que
levava confederados.
b) No final da Guerra Civil americana, o ex-coronel ianque (…) sai à caça do soldado desertor, que, com confederados, realizou
assalto a trem.
02) D 03) B
04)
a) Trabalho todos os dias, de domingo a domingo.
b) A porta estava fechada a chave.
05)
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a) de = lugar
b) com= instrumento/modo
Pág. 75
01) B 02) C 03) D 04) C 05) D 06) C 07) B 08) C 09) B 10) C
11) D 12) A 13) C 14) E 15) C 16) B 17) D 18) B 19) D 20) A
Pág. 81
01) B 02) B 03) C
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