Administração Financeira e Orçamentária
Administração Financeira e Orçamentária
Administração Financeira e Orçamentária
E ORÇAMENTÁRIA
AULA 1
Olá! O ambiente financeiro ainda parece ser algo distante para muitos de
nós, brasileiros. Até mesmo as empresas têm dificuldades em tomar decisões
financeiras em razão de muitas incertezas tanto no cenário econômico como
político. As decisões sobre novos investimentos empresarias dependerão da
correta leitura do cenário econômico envolvendo, por exemplo, o nível de
emprego e da renda das famílias. Por outro lado, as decisões das empresas
sobre financiamentos estarão ligadas às taxas de juros internas e externas,
além da flutuação das moedas (câmbio). Então, quanto maior for o nível de
incertezas, maiores serão os riscos de serem frustradas as expectativas de
retorno.
Os temas desta aula têm a ver justamente com expectativas de retornos
e riscos envolvidos nas decisões de investimentos e financiamentos. O foco são
as empresas, mas vale para investidores e tomadores de recursos individuais.
CONTEXTUALIZANDO
2
no mercado de imóveis daquele país e também nos mercados de ações do
mundo todo.
Como podemos perceber, há razões de sobra para que as pessoas e as
empresas fiquem preocupadas com os riscos que correm ao investir os seus
recursos. Isso faz com que alguns investidores escolham ativos de menor risco,
ou seja, menos suscetíveis a fortes oscilações. Porém, há investidores mais
propensos ao risco, desde que possam obter retornos maiores. O mercado
financeiro oferece produtos e serviços que atendem a qualquer tipo de investidor,
com perfil mais ousado ou mais conservador. Sobre isso, falaremos nos temas
abordados nesta aula.
3
A Figura 1 a seguir mostra a estrutura genérica de uma sociedade por
ação. Esta estrutura nos permite identificar a função financeira da empresa,
bem como entender o conceito de Administração Financeira.
ACIONISTAS Proprietários
(Elegem o conselho de administração)
Conselho de administração
(Contrata administradores)
CEO – Presidente Executivo
Tesoureiro Controller
Ressalta Gitman (2010, grifo nosso): “Há duas diferenças básicas entre
finanças (tesoureiro) e contabilidade (controller): ênfase nos fluxos de caixa
e a tomada de decisões [conforme quadros 01, 02 e 03]”. Assim, decisões
4
financeiras (tesoureiro) são tomadas utilizando o regime de caixa. O fato de a
empresa apresentar lucro em determinado período não significa
necessariamente situação favorável de caixa no período.
Administrador Aumenta
Financeiro o valor da Sim Aprova
Retorno?
ação? S i m
6
capital próprio ou capital de terceiros de longo prazo. Sabemos que toda decisão
financeira deve ter como foco a valorização das ações da empresa e o aumento
da riqueza dos sócios. A alavancagem financeira é uma ferramenta que presta
um auxílio importante para esse tipo de análise.
Assaf (2014, p.142) propõe o caso a seguir: suponha que os acionistas
decidam fazer um investimento de R$ 50 milhões para operacionalizar uma
empresa recém-criada, dos quais R$ 20 milhões serão aplicados no ativo não
circulante (imobilizado) e o restante no ativo circulante como capital de giro. Os
acionistas sabem que há possibilidade de conseguir financiamento para parte
desses ativos totais e, inclusive, precisam disso, pois não possuem recursos
próprios suficientes. Então, decidem financiar o investimento com 40% de capital
de terceiros e 60% com capital próprio. Suponha ainda que as taxas de juros
para o financiamento sejam de 12% ao ano, e que se espera um retorno (lucro)
de R$ 8 milhões por ano, antes dos encargos financeiros – juros (lucro
operacional antes do Imposto de Renda). O Quadro 4 é uma demonstração do
resultado (DR) ajustada para fins do estudo do grau de alavancagem financeira
(GAF). O Quadro 3 é a DR para fins fiscais.
7
Quadro 4 – DR ajustada para o cálculo do grau de alavancagem financeira (GAF)
Imobilizado
8
Segundo Assaf (2014, p. 139), “um dos instrumentos financeiros mais
importantes na avaliação do desempenho operacional e planejamento é a
alavancagem financeira”.
Então, vamos aos cálculos com base nos dados dos quadros 3 e 4:
3.696,00 5.280,00
𝑅𝑂𝐸 = × 100 ∴ 𝑅𝑂𝐸 = 12,32% 𝑅𝑂𝐼 = × 100 ∴ 𝑅𝑂𝐼 = 10,56%
30.000,00 50.000,00
𝑅𝑂𝐸 12,32%
𝐺𝐴𝐹 = ∴ 𝐺𝐴𝐹 = ∴ 𝐺𝐴𝐹 ≅ 1,17
𝑅𝑂𝐼 10,56%
9
Quadro 7 – Cálculo do custo da dívida, considerando o benefício fiscal da
redução do imposto de renda
2.400,00 − 816,00
𝐾= × 100 ∴ 𝐾 = 7,92%
20.000,00
𝐾 = 7,92%
Imobilizado
10
Quadro 9 – DR para fins fiscais (normas da contabilidade no Brasil)
5.280,00 5.280,00
𝑅𝑂𝐸 = × 100 ∴ 𝑅𝑂𝐸 = 10,56% 𝑅𝑂𝐼 = × 100 ∴ 𝑅𝑂𝐼 = 10,56%
50.000,00 50.000,00
𝑅𝑂𝐸 10,56%
𝐺𝐴𝐹 = ∴ 𝐺𝐴𝐹 = ∴ 𝐺𝐴𝐹 = 1,0
𝑅𝑂𝐼 10,56%
11
O Quadro 11 mostra como ficaria o grau de alavancagem financeira (GAF)
para diferentes participações (%) entre capital de terceiros e capital próprio no
investimento:
12
De acordo com Assaf (2014, p. 11), “dentro do ambiente empresarial, a
administração financeira volta-se basicamente para as seguintes funções”:
13
maior. Outro investidor, mais conservador e com aversão ao risco, optaria por
um investimento em ativos de menor risco e com retorno menor.
X 70 70 70 70 70
Y 68 69 70 71 72
Z 5 15 50 120 160
14
O conjunto X apresenta dispersão ou variabilidade nula (os seus valores
são iguais à média aritmética).
O conjunto Y apresenta dispersão ou variabilidade menor que o conjunto
Z.
Ativo C Ativo D
𝝈𝒓⁄ )
(3) Coeficiente de variação [(2) : (1)] ou 𝑪𝑽 = ( 0,75 ou 75% 0,50 ou 50%
𝒓
̅
Com base nos dados estatísticos do Quadro 13, qual dos ativos (C ou D)
oferece menos risco para o investidor?
Bem, se o investidor olhar para o resultado do desvio-padrão (σ) escolherá
o Ativo C, pois sabe que quanto menor o desvio-padrão menor é o risco, ou seja,
menor é a dispersão dos dados (retornos) em torno da média (retorno médio).
Contudo, se o investidor observar o resultado do coeficiente de variação
𝜎
( 𝑟⁄𝑟̅ ), seguramente optará pelo Ativo D, abandonando a escolha anterior feita
pelo Ativo C com base no desvio-padrão (𝜎𝑟 ).
A decisão final do investidor ao optar pelo Ativo D com base no resultado
𝜎
do coeficiente de variação ( 𝑟⁄𝑟̅ ) está correta, pois quanto menor o coeficiente
de variação (CV), menor é o risco (o risco de o retorno esperado não se
confirmar).
15
Para Crespo (2002, p. 119, grifo do autor), “podemos caracterizar a
dispersão ou variabilidade dos dados em termos relativos a seu valor médio
utilizando a medida do coeficiente de variação (CV)” [neste exercício, os dados
da série de retornos não foram fornecidos; somente o retorno médio (𝑟̅ )].
Para Gitman (2010, p. 212), o coeficiente de variação (CV) é muito
utilizado na comparação da dispersão dos dados em torno da média entre séries
que possuem unidades de medidas diferentes (grandezas diferentes). Por
exemplo, uma pesquisa analisou uma série de dados relacionados a idade
(anos) e peso (kg) de indivíduos adultos de uma cidade. O desvio-padrão está
representado por S.
𝑆 0,8
Idade 35 anos 0,8 𝐶𝑉 = × 100 ∴ 𝐶𝑉 = × 100 ∴ 𝐶𝑉 = 2,3%
̅
𝑀 35
𝑆 6,0
Peso 75 kg 6,0 𝐶𝑉 = × 100 ∴ 𝐶𝑉 = × 100 ∴ 𝐶𝑉 = 8%
̅
𝑀 75
16
dados da ação de uma empresa fabricante de produtos para pets. A sua
preocupação é com relação ao risco, pois ele só investe em ações com
coeficiente de variação (CV) do retorno inferior a 0,75. Ele colheu informações
sobre preços e dividendos da ação desta empresa nos últimos três anos, como
se vê no Quadro 15. Assim, vamos determinar o coeficiente de variação (CV)
dos retornos da ação para verificar se atendem à expectativa do investidor.
Para Ross, Westerfield, Jaffe e Lamb (2015, grifo dos autores), “o ganho
com a ação (ativo) é o resultado da valorização da ação, ou ganho de capital,
somado ao valor dos dividendos recebidos pela ação, ou componente de renda”
(em conformidade com os dados do Quadro 16).
A representação estatística do ganho com a ação (ativo) é:
Retornos (%)
Ano 𝐷𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑𝑜𝑠 + (𝑃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 )
𝑅=[ ] × 100 → 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑃 = 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑎 𝑎çã𝑜
𝑃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
2014 [3,50 + (36,50 - 35,00) / 35,00] x 100 (5,00 / 35,00) x 100 = 14,3%
2015 [3,50 + (34,50 - 36,50) / 36,50] x 100 (1,50 / 36,50) x 100 = 4,1%
17
2016 [4,00 + (35,00 - 34,50) / 34,50] x 100 (4,50 / 34,50) x 100 = 13,0%
Para Ross, Westerfield, Jaffe e Lamb (2015, grifo dos autores), “o ganho
com a ação (ativo) é o resultado da valorização da ação, ou ganho de capital,
somado ao valor dos dividendos recebidos pela ação, ou componente de renda”
(em conformidade com os dados do Quadro 16).
A representação estatística do ganho com a ação (ativo) é:
O retorno médio da ação é dado pela fórmula a seguir. Esta fórmula nada
mais é do que a representação da média aritmética dos retornos:
∑𝑟
𝑟̅ = , sendo:
𝑛
∑(𝒓 − 𝒓̅)𝟐
𝝈𝒓 = √
𝒏−𝟏
18
Usa-se o divisor [𝑛 − 1] quando os dados correspondem a uma amostra
(parte) da população. Caso n represente a população (e não uma amostra da
população), então não deverá ser diminuído de 1 (um). Respeitamos a sugestão
do autor Gitman (2010) e utilizamos [𝑛 − 1].
Ʃ 0,6165%
19
̅2
∑(𝑟 − 𝑟) 61,65 61,65
𝜎𝑟 = √ ∴ 𝜎𝑟 = √ ∴ 𝜎𝑟 = √ ∴ 𝜎𝑟 = 5,6%
𝑛−1 3−1 2
5,6% 0,056
𝐶𝑉𝑟 = ∴ 𝐶𝑉𝑟 = 0,53 𝑂𝑈 𝐶𝑉𝑟 = ∴ 𝐶𝑉𝑟 = 0,53 → (𝐶𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑡𝑒𝑟 𝑒𝑚 %)
10,5% 0,105
𝑃𝑜𝑑𝑒𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎 → 𝐶𝑉𝑟 = 0,53 × 100 ∴ 𝐶𝑉𝑟 = 53%
20
𝑆𝑒: 𝐶𝑉 ≥ 30% Há elevada dispersão. A representatividade da média aritmética
como medida de posição é ruim.
21
Médio 35% 10% - 5%
̅𝑿 𝒆 𝑹
Atenção: o cálculo do retorno esperado (𝑹 ̅ 𝒀 ) leva em consideração
Assim, teremos:
̅𝑿 :
Cálculo do retorno esperado do ativo X, representado por 𝑹
̅ 𝑿 = ∑(𝑹𝑿 × 𝑷)
𝑹
̅ 𝒀 = ∑(𝑹𝒀 × 𝑷)
𝑹
22
SEGUNDO PASSO: CALCULAR O RISCO DE CADA ATIVO (X e Y),
CONSIDERADO ISOLADAMENTE E EXPRESSO PELA MEDIDA DO DESVIO-
PADRÃO (𝝈)
𝟏
̅ 𝑿 )𝟐 × 𝑷]
𝝈𝑿 = √∑[(𝑹𝑿 − 𝑹 ̅ 𝑿 )𝟐 × 𝑷]𝟐
𝒐𝒖 𝝈𝑿 = ∑[(𝑹𝑿 − 𝑹
𝟏
̅ 𝒀 )𝟐 × 𝑷]
𝝈𝒀 = √∑[(𝑹𝒀 − 𝑹 ̅ 𝒀 )𝟐 × 𝑷]𝟐
𝒐𝒖 𝝈𝒀 = ∑[(𝑹𝒀 − 𝑹
̅ 𝒀 )𝟐 × 𝑷
Probabilidade
Ativo X (𝑅𝑋 )
Ativo Y (𝑅𝑌 )
Retorno do
Retorno do
̅ 𝑿 )𝟐
̅ 𝒀 )𝟐
Estado da
natureza
(𝑹𝑿 − 𝑹
(𝑹𝒀 − 𝑹
(P)
(𝑹𝑿 − 𝑹
(𝑹𝒀 − 𝑹
Ʃ 0,0198187 0,0177660
23
̅𝑋 = 0,1925 𝑜𝑢 19,25%
𝑅 ̅𝑌 = 0,1220 𝑜𝑢 12,20%
𝑅
𝟏 𝟏
̅ 𝑿 )𝟐 × 𝑷]𝟐 → 𝝈𝑿 = (𝟎, 𝟎𝟏𝟗𝟖𝟏𝟖𝟕)𝟐 → 𝟎, 𝟏𝟒𝟎𝟕𝟕𝟖𝟗𝟎 → 𝟏𝟒, 𝟎𝟖%
𝝈𝑿 = ∑[(𝑹𝑿 − 𝑹
𝟏 𝟏
̅ 𝒀 )𝟐 × 𝑷]𝟐 → 𝝈𝒀 = (𝟎, 𝟎𝟏𝟕𝟕𝟔𝟔𝟎)𝟐 → 𝟎, 𝟏𝟑𝟑𝟐𝟖𝟗𝟏𝟔 → 𝟏𝟑, 𝟑𝟐%
𝝈𝒀 = ∑[(𝑹𝒀 − 𝑹
𝟏
̅ 𝑿 )𝟐 × 𝑷]
𝝈𝑿 = √∑[(𝑹𝑿 − 𝑹 ̅ 𝑿 )𝟐 × 𝑷]𝟐
𝒐𝒖 𝝈𝑿 = ∑[(𝑹𝑿 − 𝑹
𝜎𝑋 = √(−0,05 − 0,1925)2 × 0,10 + (0,10 − 0,1925)2 × 0,35 + (0,25 − 0,1925)2 × 0,45 + (0,50 − 0,1925)2 × 0,10
𝟏
̅ 𝒀 )𝟐 × 𝑷]
𝝈𝒀 = √∑[(𝑹𝒀 − 𝑹 ̅ 𝒀 )𝟐 × 𝑷]𝟐
𝒐𝒖 𝝈𝒀 = ∑[(𝑹𝒀 − 𝑹
𝜎𝑌 = √(0,13 − 0,122)2 × 0,10 + (−0,05 − 0,1222 × 0,35 + (0,25 − 0,122)2 × 0,45 + (0,14 − 0,122)2 × 0,10
24
A covariância entre os ativos X e Y é dada por meio da fórmula:
̅ 𝑿 ) × (𝑹𝒀 − 𝑹
𝑪𝑶𝑽𝑿,𝒀 = ∑ 𝑷 × (𝑹𝑿 − 𝑹 ̅ 𝒀)
𝑶𝒏𝒅𝒆:
𝑃 → 𝑃𝑟𝑜𝑏𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑜𝑟𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑛𝑎𝑡𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎;
𝑅𝑋 𝑒 𝑅𝑌 → 𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑋 𝑒 𝑌
𝑅̅𝑋 e 𝑅̅𝑌 → 𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜 (𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜) 𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑋 𝑒 𝑌.
do Ativo do Ativo
(𝑅𝑌 − 𝑅̅𝑌 )
Estado de
natureza
X Y
(𝑅𝑋 ) (𝑅𝑌 )
̅ 𝝆 ) E O RISCO
QUARTO PASSO: APURAR O RETORNO ESPERADO (𝑹
(𝜎𝜌 ) DAS CINCO CARTEIRAS DISTINTAS DO PORTFÓLIO
25
Os resultados de (𝑅̅𝜌 ) e (𝜎𝜌 ) já estão demonstrados previamente no
quadro 22. No entanto, os cálculos são apresentados logo à frente.
̅ 𝝆) :
Retorno esperado das carteiras do portfólio (𝑹
Para X = 0% e Y = 100%
𝑅̅𝜌 = (𝑅̅𝑋 × 0%) + (𝑅̅𝑌 × 100%) ∴ 𝑅̅𝜌 = (0,1925 × 0,00) + (0,1220 × 1,00) ∴
𝑅̅𝜌 = 0,1220% ∴ 𝑅̅𝜌 = 12,20%
Para X = 25% e Y = 75%
𝑅̅𝜌 = (𝑅̅𝑋 × 25%) + (𝑅̅𝑌 × 75%) ∴ 𝑅̅𝜌 = (0,1925 × 0,25) + (0,1220 × 0,75) ∴
𝑅̅𝜌 = 0,1396 ∴ 𝑅̅𝜌 = 13,96%
Para X = 50% e Y = 50%
26
𝑅̅𝜌 = (𝑅̅𝑋 × 50%) + (𝑅̅𝑌 × 50%) ∴ 𝑅̅𝜌 = (0,1925 × 0,50) + (0,1220 × 0,50) ∴
𝑅̅𝜌 = 0,1573 ∴ 𝑅̅𝜌 = 15,73 %
Para X = 75% e Y = 25%
𝑅̅𝜌 = (𝑅̅𝑋 × 75%) + (𝑅̅𝑌 × 25%) ∴ 𝑅̅𝜌 = (0,1925 × 0,75) + (0,1220 × 0,25) ∴
𝑅̅𝜌 = 0,1749 ∴ 𝑅̅𝜌 = 17,49%
Para X = 100% e Y = 0%
𝑅̅𝜌 = (𝑅̅𝑋 × 100%) + (𝑅̅𝑌 × 0%) ∴ 𝑅̅𝜌 = (0,1925 × 1,00) + (0,122 × 0,0) ∴
𝑅̅𝜌 = 0,1925 ∴ 𝑅̅𝜌 = 19,25%
Agora, vamos verificar como o risco de cada carteira do portfólio
(𝜎𝜌 ) foi calculado para ser registrado no Quadro 22:
Fórmula:
𝑶𝒏𝒅𝒆:
𝑊𝑋 𝑒 𝑊𝑌 = 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎çã𝑜 (𝑒𝑚 %) 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑋 𝑒 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑌 𝑛𝑜 𝑝𝑜𝑟𝑡𝑓ó𝑙𝑖𝑜
→ 𝑆ã𝑜 𝑐𝑖𝑛𝑐𝑜 𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑐𝑎𝑟𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑋 𝑒 𝑌,
𝑐𝑜𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑜𝑛𝑠𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑎𝑠 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑄𝑢𝑎𝑑𝑟𝑜 22.
𝜎𝑋2 𝑒 𝜎𝑌2 = 𝑣𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑋 𝑒 𝑌, 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒.
→ 𝐴 𝑣𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 (𝑋 𝑒 𝑌)é 𝑜 𝑠𝑒𝑢 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 − 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑎𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜, 𝑜𝑢 (𝜎 2 )
→ 𝑂 𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 − 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 (𝜎𝑋 𝑒 𝜎𝑌 ) 𝑓𝑜𝑖 𝑑𝑒𝑚𝑜𝑛𝑠𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜.
𝐶𝑂𝑉𝑋,𝑌 = 𝑐𝑜𝑣𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑋 𝑒 𝑌.
→ 𝑂 𝑐á𝑙𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑣𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑓𝑜𝑖 𝑑𝑒𝑚𝑜𝑛𝑠𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 − 𝑄𝑢𝑎𝑑𝑟𝑜 21
27
Risco da carteira com participação: (Ativo X = 50%) e (Ativo Y = 50%):
1
𝜎𝜌 = [(0,502 × 0,14082 ) + (0,502 × 0,13322 ) + 2 × 0,50 × 0,50 × 0,009240]2
1
𝜎𝜌 = [0,00495616 + 0,00443556 + 0,004620]2
1
𝜎𝜌 = (0,01401172)2
𝜎𝜌 = 0,11837111 ∴ 𝜎𝜌 = 11,84 %
Cálculos complementares
O propósito deste exercício foi atingido, ou seja, determinar o desvio-
padrão (risco) de cada uma das carteiras (cinco) do portfólio. Mesmo assim,
Assaf (2014) sugere ainda dois cálculos importantes para a análise final dos
resultados.
28
Risco do Média ponderada dos desvios-padrão dos
Participação
Participação
portfólio ativos X e Y
do Ativo X
do Ativo Y
(𝑊𝑋 )
(𝑊𝑌 )
(𝜎𝜌 ) (𝜎̅𝑋,𝑌 )
𝐶𝑂𝑉𝑋,𝑌
ρX,Y =
𝜎𝑋 × 𝜎𝑌
𝑶𝒏𝒅𝒆:
ρX,Y → 𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑋 𝑒 𝑌.
𝐶𝑂𝑉𝑋,𝑌 → 𝐶𝑜𝑣𝑎𝑟𝑖â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑋 𝑒 𝑌 (𝑣𝑒𝑟 𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 − 𝑄𝑢𝑎𝑑𝑟𝑜 21).
𝜎𝑋 𝑒 𝜎𝑌 → 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 − 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑋 𝑒 𝑌 (𝑣𝑒𝑟 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜)
𝐶𝑂𝑉𝑋,𝑌 0,009240
ρX,Y = → ρX,Y = → 𝛒𝐗,𝐘 = 𝟎, 𝟒𝟗𝟐𝟕
𝜎𝑋 × 𝜎𝑌 0,1408 × 0,1332
𝑶 𝒓𝒆𝒔𝒖𝒍𝒕𝒂𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒅𝒆 𝒔𝒆𝒓 𝒆𝒔𝒄𝒓𝒊𝒕𝒐 𝒕𝒂𝒎𝒃é𝒎 → 𝑪𝑶𝑹𝑹𝑿,𝒀 = 𝟎, 𝟒𝟗𝟐𝟕
29
simples. Quando se relacionam mais de duas variáveis, tem-se a correlação
múltipla”.
Dancey & Reidy (2007, p. 186) propõem a seguinte escala para medir a
intensidade (grau) e direção (sentido) do coeficiente de correlação:
Perfeito ±1
± 0,9
Forte ± 0,8
± 0,7
± 0,6
Moderado ± 0,5
± 0,4
30
± 0,3
Fraco ± 0,2
± 0,1
Zero 0,0
31
TEMA 5 – CUSTO DE OPORTUNIDADE E CRIAÇÃO DE VALOR
Para Assaf (2014, p.171, grifo do autor), “um custo de oportunidade retrata
quanto uma pessoa (empresa) sacrificou de remuneração por ter tomado a
decisão de aplicar seus recursos em determinado investimento alternativo, de
risco semelhante”.
Ross, Westerfield, Jaffe e Lamb (2015, p. 172, grifo nosso) apresentam
como custo de oportunidade o seguinte exemplo:
32
o projeto, a empresa renuncia a outras oportunidades de utilizar os
ativos.
Ross, Westerfield, Jaffe e Lamb (2015, p. 172, grifo nosso) ainda sugerem
um outro exemplo de custo de oportunidade:
60 mil 70 mil 80 mil 90 mil 100 mil 110 mil 125 mil
300 mil
33
Verificando os cálculos do retorno do projeto A (a ser descontinuado):
A taxa interna de retorno (TIR), ou o retorno do investimento, seria:
TIR = 20% ao ano (efetuar o cálculo na HP 12C)
Caso a empresa optasse por descontinuar (desativar) a produção do
produto A (projeto A) e dar início à produção do produto B (projeto B), o fluxo de
caixa previsto para os próximos sete anos do projeto B seria:
100 mil 120 mil 140 mil 160 mil 180 mil 200 mil 220 mil
300 mil
Avaliando o resultado:
34
Figura 4 – Custo de oportunidade de geração de valor
2 1
8 7 6
Objetivo da
Administração Financeira
NA PRÁTICA
35
Figura 5 – Estrutura de uma sociedade por ação e função financeira
Tesoureiro Controller
a. Maximizar o lucro.
b. Reduzir os custos.
c. Aumentar a receita.
d. Reduzir os tributos.
e. Maximizar a riqueza dos acionistas.
a. V, F, F, V, V.
b. V, V, F, V, V.
c. F, F, V, V, V.
d. V, V, V, F, V.
e. F, V, V, F, V.
Gabarito: a resposta correta é a letra D. A afirmativa IV está errada, pois quanto
maior o grau de alavancagem financeira (GAF), maior é o ganho dos sócios,
indicando a correta decisão do tesoureiro com relação ao investimento e à forma
como foi financiado. As demais afirmativas (I, II, III e V) estão corretas. Esse
estudo faz parte do Tema 2 deste material.
37
Quadro 25 – Preço e dividendos da ação
a. 22%
b. 25%
c. 30%
d. 32%
e. 35%
38
Quadro 26 – Dados estatísticos para escolha de ativos de risco
Ativo A Ativo B
39
Quadro 28 – Retorno esperado e risco das cinco carteiras distintas do portfólio
X Y
(𝑃)
(𝑅𝑋 ) (𝑅𝑌 )
Questão 6 – O retorno médio dos ativos X e Y foi calculado com base nas
fórmulas estatísticas a seguir. Demonstre os cálculos do retorno médio do
̅ 𝑿 ):
ativo X (𝑹
40
Fórmulas:
̅ 𝑿 = ∑ (𝑹𝑿 × 𝑷); 𝑹
𝑹 ̅ 𝒀 = ∑(𝑹𝒀 × 𝑷)
̅ 𝑿 = ∑(𝑹𝑿 × 𝑷)
Gabarito – conforme demonstrado no Tema 4 desta aula: 𝑹
Fórmula:
𝑅̅𝜌 = (𝑅̅𝑋 × 25%) + (𝑅̅𝑌 × 75%) ∴ 𝑅̅𝜌 = (0,1925 × 0,25) + (0,1220 × 0,75) ∴
Fórmula:
1
𝜎𝜌 = [(𝑊𝑋2 × 𝜎𝑋2 ) + (𝑊𝑌2 × 𝜎𝑌2 ) + 2 × 𝑊𝑋 × 𝑊𝑌 × 𝐶𝑂𝑉𝑋,𝑌 ]2
𝜎𝜌 = 0,12117776 ∴ 𝜎𝜌 = 12,12 %
41
Questão 9 – Com relação ao termo custo de oportunidade, assinale a
única alternativa incorreta:
FINALIZANDO
Assim, chegamos ao final da Aula 1. Os temas 3 e 4, que foram abordados
nesta aula, envolvem cálculos de análise de retorno e risco com o auxílio da
estatística. Em razão disso, o seu conteúdo parece ter ficado um pouco mais
pesado, não é mesmo? Como vocês perceberam, a nossa preocupação foi
demonstrar os cálculos detalhadamente e passo a passo. Os temas
apresentados nesta Aula 1 podem parecer relativamente complexos para as
pessoas que não tenham ainda um conhecimento razoável na área de finanças
e estatística. Contudo, este desafio mostra-se como uma oportunidade para que
possamos compreender melhor essas áreas da ciência. Até mesmo a literatura
sobre o assunto é relativamente restrita a autores estrangeiros, os quais foram
referenciados neste material. Nesse sentido, ressaltamos a importância do
brasileiro Alexandre Assaf Neto, que nos brindou com a sua obra Finanças
Corporativas e Valor, aqui também referenciada. Tivemos o cuidado de
selecionar, dentre as principais obras, os conteúdos mais adequados para cada
tema desenvolvido. Os exercícios de maior complexidade foram mostrados
neste material com o mesmo enunciado e dados sugeridos pelos autores, porém
com os ajustes necessários para permitir uma melhor compreensão dos temas
apresentados. Recomendamos que os alunos consultem as obras referenciadas
para ampliar os conhecimentos nesta área.
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REFERÊNCIAS
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