Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Os Ritos Praticados No Brasil

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 5

O RITO

RITO vem da palavra latina ritus, que era utilizada para designar a idéia de formalismo ou de algo
convencional. As práticas antigas eram promovidas nesses atos formais ou convencionais, para que
ficassem gravadas na imaginação. Os governantes procuravam imprimir gestos, cores, sinais,
símbolos, palavras e sons, para criar condicionamentos uniformes na realização das práticas
coletivas, que formam o RITO. O RITO incute nas pessoas o hábito cerimonial. O termo RITO se
aplica no sentido de regra, ordem, método, orientação, diretriz, uso e outras conotações que
impregnam a conduta humana de compromisso com um sentimento preconizado. Há ritos religiosos,
jurídicos, militares, familiares, morais, etc. Na vida social, os ritos se interpõem por meios de
costumes. A noção de Rito está, quase sempre associada a uma fórmula tradicional e a um tipo de
reverência ou culto.
As instituições são mantidas através de procedimentos ritualísticos. Ritual é a explicação cultural do
RITO. No RITUAL estão contidos os modos como o RITO deve ser executado ou vivenciado. O Ritual
se exprime na maneira de fórmulas ou de processos que dão ritmo a harmonia, consistência,
permanência, unidade, individualidade e entre outras condições, o envolvimento grupal de
sensibilidades. A Maçonaria comunica-se em diferentes Ritos concebidos para atender a
determinadas circunstâncias históricas e geográficas mundiais.

RITOS NA MAÇONARIA:
Para entendermos os ritos na maçonaria devemos voltar a época onde a maçonaria era operativa, ou
seja, na época onde os maçons eram os mestres construtores que tinham por finalidade realizar a
construção das mais diversas obras e principalmente das igrejas e lugares de adoração, nesta época
a ordem não conhecia distinções todos os maçons eram construtores, arquitetos dedicados a edificar
os mais belos e majestosos edifícios nesta época todos seguiam os mesmos costumes e possuíam
as mesmas leis e formas de reconhecimento. O ato de transição que tornou a maçonaria operativa na
maçonaria filosófica de hoje não foi algo simples ou rápido, durante este período de reforma da
instituição, diversas ordens surgiram e de uma maneira ou de outra contribuindo assim para a
elaboração da atual maçonaria.
Os Templários, por exemplo, nos concederam grande parte dos seus rituais que agregamos a
maçonaria e alguns que praticamos até hoje, a cabala judaica também foi agregada a maçonaria e
outros elementos trazidos por membros do clero e da nobreza. Por esta miscigenação de doutrinas
que foram agregadas a maçonaria e juntando o conhecimento dos maçons operativos que possuíam
o segredo sobre a pedra e arte de trabalhar com metais formou-se uma doutrina filosófica que
transmutou a antiga maçonaria operativa numa nova ordem de cunho filosófico chamada de
maçonaria especulativa fazendo assim surgir diversas ordens maçônicas com diversos
entendimentos, mas com pontos em comum.
O marco da maçonaria moderna aconteceria com a fundação da Grande Loja de Inglaterra, em
Londres, em 24 de Junho de 1717, já completamente desvinculada da tradição operativa, como
primeira Obediência institucional congregando federadamente lojas particulares ou células de
trabalho, surge, em cerca de 1728, a primeira loja maçônica especulativa nacional identificada,
fundada em Lisboa. A partir deste ponto a maçonaria especulativa ou filosófica tornava-se uma
grande sociedade sem fronteiras sendo difundida em muitos paises como a França, a Alemanha e
diversas colônias de Portugal e da Inglaterra, por se difundir por vários paises com crenças e
costumes diferentes a maçonaria foi alvo de transformações e diversificações culminando com o
surgimento de diversos ritos.
Mesmo dentro de um mesmo país diversos ritos se difundiram tomando, por exemplo, em Portugal
podemos notar que de 1820 a 1869 praticaram-se na maçonaria portuguesa seis ritos diferentes: o
Rito Francês, o Rito Simbólico Regular, o Rito Escocês Antigo E Aceito, o Rito De Heredom, o Rito
Eclético Lusitano e o Rito De Adoção, a constituição maçônica de 1806 adotara o rito francês como
oficial e único no seio do grande oriente lusitano.
Enquanto nesta obediência se esgotaram os trabalhos maçônicos portugueses, o rito francês
manteve a sua exclusividade, e mesmo depois, quando já os maçons portugueses se achavam
divididos em facções numerosas, o Rito Francês continuou a prevalecer. Depois da Inglaterra e de
Portugal a França foi o primeiro país no qual fincou suas raízes a Maçonaria Moderna. As primeiras
quatro Lojas parisienses, sobre as que se tem notícias certas, se reuniram em 1736, estando
presentes cerca de 60 membros, e procedendo-se pela primeira vez a eleição de um Grande Mestre
na pessoa de Charles Radcliff, conde de Derwentwater, fundador que foi da primeira Loja na
hospedaria Au Louis d'Argent.
A primeira loja maçônica fundada no Brasil surgiu na Bahia em 1.797, portanto 80 anos após a
fundação da grande loja de Londres. Esta loja teve suas primeiras reuniões realizadas abordo de uma
fragata Francesa, ali se encontravam os homens como José Bonifácio entre outros revolucionários
que lutavam pela independência do Brasil e os ideais libertários trazidos pelos militares Franceses.

1
Em 1.834 o GRANDE ORIENTE Luzitano, desejando propagar no Brasil a verdadeira doutrina
Maçônica, nomeou para esse fim, três delegados para criarem lojas regulares no Rio de Janeiro
filiadas àquela grande Oriente. Foi fundada então as lojas: Constância, Filantropia e Reunião, que
serviram para todos os maçons existentes no Rio de Janeiro. Estas foram as primeiras lojas
regulares, pois já existiam anteriormente agrupamentos secretos em moldes maçônicos, funcionando
mais como clubes ou academias, mas não como lojas. Depois da fundação destas três primeiras lojas
oficiais, espalhou-se nas províncias da Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, lojas livres ou sob os
auspícios do Grande Oriente Luzitano e da França.
A província de Pernambuco tinha uma maçonaria bastante pujante com muitas lojas prósperas, como
a Restauração, a Patriotismo, a Guatimozim e a Regeneração, da qual fizeram parte os principais
lideres da revolução Pernambucana de 06.03.1817. Em Niterói em 1812 foi fundada a praia Grande a
loja DISTINTIVA, republicana e revolucionaria era comandada por Antonio Carlos Ribeiro de Andrada,
irmão de José Bonifácio. A primeira obediência Brasileira teve como Grão-mestre: José Bonifácio de
Andrada e Silva entre outras personalidades daquela época como dirigentes.

RITOS MAÇÔNICOS:
Denomina-se de rito maçônico um conjunto sistemático de cerimônias e ensinamentos maçônicos.
Esses variam de acordo com o período histórico, conotação, objetivo e temática dada pelo seu
criador; muitos ritos existiram por breves períodos de tempo e foram extintos, muitos mantém suas
tradições inalteradas até hoje,estima-se que ao longo da historia tenha existido mais de 140 ritos
diferentes, os ritos hoje mais difundidos no mundo são: O rito de York, O rito Escocês Antigo e Aceito,
O rito Francês ou Moderno, O rito Schröeder, O Rito de Memphis-Misraim. No Brasil se exercem
todos esses, mas se destacam também o Rito Brasileiro e o Rito Adonhiramita.

RITO DE YORK:
Acredita-se ter sido criado por volta de 1743. Foi levado à Inglaterra por volta de 1777. Inicialmente
foi composto de quatro graus, hoje possui 13 e atualmente é o rito mais difundido no mundo. Até
1744 possuía apenas os três graus simbólicos, quando foram introduzidos vários graus filosóficos.
Em 1813 reestruturou-se o Rito com 03 graus simbólicos mais um grau filosófico o ROYAL ARCH. A
data dessa unificação foi 27 de dezembro de 1813, dia de São João Evangelista.
No Brasil dizemos Rito de York ao sistema maçônico que segue estritamente as práticas inglesas, de
um modo particular observando-se as cerimônias tradicionais que recebem o nome geral de
Emulation working ("trabalhos de Emulação"). Emulação é o sentimento que nos estimula a superar
algo, a sermos perfeitos. Em 1813, ao se unirem Antigos e Modernos, na solene afirmativa do Act of
Union foi dito, e até hoje é mantido como declaração preliminar no livro das Constituições da Grande
Loja Unida da Inglaterra, que "a pura e Antiga Maçonaria consiste de três graus e não mais, a saber,
os de Aprendiz Registrado, Companheiro do Ofício e Mestre Maçom, incluindo a Suprema Ordem do
Santo Real Arco.
Fica desse modo bastante claro que, conforme os princípios ingleses (ou pelo menos da Grande Loja
Unida), embora a complexa existência de círculos ou ordens além do grau três, tais manifestações
não são consideradas como puras, nem o Arco Real é tido como um grau extra, mas sim uma Ordem
incluída nos três graus a que se reduz a dita pura Antiga Maçonaria. Paradigma estranho aos
brasileiros, à medida que estamos acostumados às diversas escalas da carreira maçônica ou graus,
assim, por exemplo, os prestigiosos 33 graus do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA).

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO:


Derivou-se do Rito de Heredon. Em 1º de maio de 1786 foram fixadas as regras e seus fundamentos,
composto até hoje de 33 graus. Atualmente é o rito mais difundido nos países latinos. A origem do rito
escocês antigo e aceito está diretamente ligada as Cruzadas. Devia fazer-se sentir, não só entre os
artífices, mas ainda entre os nobres que também conheceram na Palestina, formas de associações
novas e, uma vez de volta a Europa constituíram Ordens, semelhantes às do Oriente, nas quais
admitiram logo outros iniciados. É assim que em 1196, fundou-se na Escócia a "Ordem dos
Cavaleiros do Oriente", cujos membros tinham como ornamento uma cruz entrelaçada por quatro
rosas. Dizem que essa Ordem trazida da Terra Senta, pelo ano de 1188 da Era Cristã, da qual o rei
Eduardo I da Inglaterra.
O Rito Escocês Antigo e Aceito resolveu definitivamente o problema que tinha por objetivo conservar
na Maçonaria os ensinamentos filosóficos que, há séculos, se agruparam em torno do pensamento
primitivo e simples, em que a Maçonaria está estabelecida. Cada iniciação evoca a lembrança de
uma religião, de uma escola, ou de alguma instituição da Antigüidade. Estão em primeiro lugar as
doutrinas judaicas. Vêem em seguida os ensinamentos baseados no cristianismo e representados,
sobretudo pelos Rosa-Cruz, esses audazes naturalistas que foram os pais do método de observação
e procura da verdade, de onde saiu a ciência moderna. Portanto, as iniciações do Escocismo
reportam-se aos Templários, esses cavaleiros hospitalares e filósofos nos quais os maçons dos Altos

2
Graus glorificam a liberdade do pensamento corajosamente praticada numa época de terrorismo
sacerdotal.

RITO FRANCÊS OU MODERNO:


A história deste rito se inicia em 1774, com a nomeação de uma comissão para se reduzir os graus,
deixando apenas os simbólicos. No princípio houve uma forte oposição, então a comissão decidiu
deixar quatro dos principais graus filosóficos. Com o decorrer do tempo, lojas adotaram o rito e hoje
em dia é muito praticado na França e nos países, que estiveram sob sua influência.
O rito, embora criado sob moldes racionais, seguia a orientação dos demais, em matéria doutrinária e
filosófica, baseada, entretanto, na primitiva Constituição de Anderson, com tinturas deístas, mas
largamente tolerante, no que concerne à religião. Em 1815, ocorreria a regressão dogmática, que
tanto influiria nos destinos da Maçonaria francesa: a Grande Loja Unida da Inglaterra, que surgira em
1813, da fusão da Grande Loja dos "Modernos" (de 1717) e a dos autodenominados "Antigos", de
1751, alterava a primitiva Constituição de Anderson, tornando-a absolutamente dogmática e
impositiva. Ou seja: ao liberalismo e à tolerância da original compilação de Anderson, foram
sobrepostos os teísmo pessoal, o dogmatismo e a imposição, incompatíveis com a liberdade de
pensamento e de consciência.
Apesar disso, quando o Grande Oriente promulgou, em 1839, seus primeiros "Estatutos e
Regulamentos Gerais da Ordem", estes conservavam o melhor da tradição da Maçonaria dos
Aceitos, dentro do espírito da original Constituição de Anderson, de 1723. Em 1872, depois de
estudos iniciados em 1867, o Grande Oriente da Bélgica suprimia, de seus rituais, a invocação do
G.'.A.'.D.'.U.'.. Essa resolução aboliu a invocação, mas não a fórmula do G.'.A.'.D.'.U.'., como
freqüentemente se afirma. Era a tolerância, elevada ao máximo, que motivava o Grande Oriente a
rejeitar qualquer afirmação dogmática, na concretização do respeito à liberdade de consciência e ao
livre arbítrio de todos os maçons.
O Grande Oriente e a Grande Loja da França, porém, doutrinariamente, continuam a manter a
fidelidade àqueles antigos usos, relativos ao respeito à liberdade absoluta de consciência. A
Maçonaria francesa, tendo muitos aristocratas em seus quadros, embora seu maior contingente fosse
da burguesia, que faria a revolta, ao implantar o uso de espadas em Loja, pretendia mostrar que ali
todos eram iguais, não havendo nobres ou plebeus, ricos ou pobres, ficando, as ainda inevitáveis
diferenças sociais e econômicas para lá do limite dos templos. O Rito Moderno, hoje, o único fiel ao
texto original das Constituições de Anderson (1723), que traduziam os antigos usos e costumes da
Maçonaria e que se tornaram o instrumento jurídico básico da moderna Maçonaria.

RITO SCHRÖEDER:
Criado por Frederick Louis Schoröeder, em 1766 na Alemanha, com a idéia de a Maçonaria conter
apenas as suas características fundamentais iniciais, sem nenhum acréscimo. Estudou muito as
origens maçônicas para compor este rito. Os Rituais de Schröder foram aprovados em 1801 pela
Assembléia dos Veneráveis Mestres da Grande Loja de Hamburgo, Alemanha, sendo praticados por
alemães e seus descendentes em diversos países. No Brasil, com a colonização germânica no Rio
Grande do Sul e em Santa Catarina, o Rito estabeleceu-se inicialmente no idioma Alemão. Mais tarde
foi traduzido para o Português e hoje é reconhecido pelas Grandes Lojas Estaduais-CMSB, pelo G.
O. B. e pelos Grandes Orientes Estaduais Independentes - COMAB.
O Ir.'. Schröder entendia a Maçonaria como uma união de virtudes e não, uma sociedade esotérica.
Por isso, enfatizou no seu Ritual o ensinamento dos valores morais e a difusão do puro espírito
humanístico, dentro do verdadeiro amor fraternal. Preservando a importância dos símbolos e
resgatando o princípio que afirma ser "a verdadeira Maçonaria a dos Três Graus de São João". Pelo
seu trabalho e exemplo, o Ir.'. Schröder é venerado e respeitado hoje, como no passado, sendo
homenageado pelas antigas Lojas alemãs e por Lojas e Irmãos de todo o mundo. O Rito Schröder
apresentou expressivo crescimento a partir de 1995, quando havia cerca de 14 Lojas no Brasil.Por
utilizar um Templo simples, com poucos paramentos e cargos, torna-se muito mais fácil "trabalhar"
em uma Oficina Schröder. Tudo isso contribui para aumentar o número de Oficinas que adotam o
Rito. Atento a este movimento, o G. O. B. criou em 1999 o cargo de Grande Secretário Geral de
Orientação Ritualística-Adjunto para o Rito Schröder, não por acaso, ocupado por um dos integrantes
do Colégio de Estudos.
Alguns aspectos principais chamam a atenção de todos os Irmãos que entram em contato com o Rito:
a simplicidade da Liturgia, que em nada diminui sua beleza e profundidade; as palavras amáveis do
V.M. ao iniciando e aos Irmãos; a valorização das qualidades morais do homem; o estímulo ao
autoconhecimento.

O RITO BRASILEIRO:
Alguns estudiosos falam de sua instalação em 1864 no Estado de Pernambuco, com o nome de
Maçonaria Especial do Rito Brasileiro. Oficialmente tem-se a data de 23 de dezembro de 1944 como
de sua criação, através do Decreto nº 500 do Soberano Grão-Mestre Lauro Sodré. Dos diversos ritos
3
praticados pela Maçonaria Regular, em todos os recantos da Terra, o Rito Brasileiro é um deles. O
Rito Brasileiro há muito tempo é Regular, Legal e Legítimo. Acata os Landmarks e os demais
princípios tradicionais da Maçonaria, podendo ser praticado em qualquer país.
Teria sido o embrião do Rito Brasileiro o apelo feito por um irmão Lusitano, um Cavaleiro Rosa Cruz,
no ano de 1864, dirigido aos Orientes Lusitano e Brasil, no sentido de que fosse criado um Rito novo
e independente, mantendo os três graus simbólicos, de acordo com a tradição maçônica, comum a
todos os ritos e, os demais, altos graus, fossem diferenciados com características nacionais. Em
1878, em Recife surgiu a Constituição da Maçonaria do Especial Rito Brasileiro com aval de 838
obreiros, presidido pelo comerciante José Firmo Xavier, para as Casas do Circulo do Grande Oriente
de Pernambuco; Esta Constituição era Maçonicamente totalmente irregular, pois a mesma além de se
assentar sob os auspícios de sua Majestade Imperial Dom Pedro II, Imperador do Brasil, da Família
Imperial e sua Santidade Sumo Pontífice o Papa, nela estava incluído vários preceitos negativos,
como por exemplo: A admissão somente de Brasileiros natos, e em seu artigo quarto afirmava que
uma das finalidades do Rito era defender a Religião Católica e sustentar a Monarquia Brasileira.
Evidentemente o Rito não prosperou, pois era Irregular.
Atualmente o Rito Brasileiro é uma realidade vitoriosa. Possui organização e doutrina bem
estruturada, que muito se diferencia da organização e doutrina incipientemente propostas ao longo de
sua história. Solidamente constituído é praticado por mais de 150 Oficinas Simbólicas distribuídas por
quase todas as unidades da Federação.

O RITO ADONHIRAMITA:
Criado pelo Barão de Tschoudy, ilustre escritor, em Paris, França, no ano de 1766. De caráter místico
e cerimonial, atualmente só está em funcionamento no Brasil; Este rito se originou em 1878 em
Recife, com o primeiro movimento maçônico brasileiro, ficou adormecido até que em 1976 por
iniciativa de Lauro Sodré, Grão Mestre, deu o caráter de regular, legítimo e legal para o rito. Este
sofreu ainda atualizações, para a sua forma atual. Ao lado do Rito Moderno, o Rito Adonhiramita foi
um dos primeiros introduzidos no Brasil, precedendo, por pouco tempo, o primeiro, no início do século
XIX.
Embora, no início do século XIX, o rito tenha tido muita aceitação, ele acabaria, logo, sendo
praticamente ignorado, pois, quando, depois do fechamento do Grande Oriente Brasílico --- a 25 de
outubro de 1822 --- foi reerguida a Maçonaria brasileira, em 1830 e 1831, através de dois troncos, o
Grande Oriente Brasileiro e o Grande Oriente do Brasil, respectivamente, nenhuma Loja adotou o rito.
Ele só seria reintroduzido em 1837, quando foi fundada a Loja "Sabedoria e Beneficência", de Niterói,
regularizada a 16 de janeiro de 1838, na jurisdição do Grande Oriente do Brasil, vindo a abater
colunas em 1850. A segunda Loja "Firmeza e União" surgiria em 1839, ano em que a Constituição do
Grande Oriente do Brasil instituía o Grande Colégio de Ritos, para abrigar os Altos Graus dos ritos
então praticados: Moderno, Adonhiramita e Escocês Antigo e Aceito.
Em 1863, ocorreria uma dissidência, no Grande Oriente do Brasil, liderada por Joaquim Saldanha
Marinho, sendo criado o Grande Oriente do Vale dos Beneditinos --- que, depois de uma fracassada
tentativa de reunificação, passou a se denominar Grande Oriente "Unido" --- em alusão ao seu local d
funcionamento. Nesse Grande Oriente, o Rito Adonhiramita floresceu, chegando, o número de suas
Lojas, a suplantar o do Grande Oriente do Brasil: neste, foram fundadas as Lojas "Aliança", em 1869,
e "Redenção", em 1872, perfazendo três Lojas do rito.
Em 15 de abril de 1968, era assinado, entre o Grão-Mestre do Grande Oriente, Álvaro Palmeira, e o
então Grande Inspetor do Sublime Grande Capítulo, Josué Mendes, um Tratado de Aliança e
Amizade entre as duas Obediências. Com a morte, em 1969, de Josué Mendes, Aylton de Menezes
assumiu o cargo de Grande Inspetor, tratando de alterar, totalmente, a estrutura administrativa do rito,
que, há muito, não era mais praticado em qualquer outro país do mundo. Com isto, de acordo com
sua Constituição, promulgada a 2 de junho de 1973, o Sublime Grande Capítulo passou a se
denominar Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita, enquanto o Grande Inspetor assumia o
título de Magnífico Patriarca Regente. Conforme os termos da Constituição, os poderes e autoridades
do Sublime Grande Capítulo eram transmitidos ao Excelso Conselho, embora o tratado de 1968, com
o GOB, tivesse sido feito em nome do Grande Capítulo. Além da alteração administrativa, os graus
adonhiramitas eram, então, aumentados de treze para trinta e três.
Em 1973, por uma cisão no Grande Oriente do Brasil, surgiram os Grandes Orientes estaduais
independentes, ou autônomos. Alguns criaram Lojas adonhiramitas, mas não promoveram essa
modificação estrutural, surgida no âmbito do Grande Oriente do Brasil. Foi o caso da pujante
Maçonaria Adonhiramita do Grande Oriente de Santa Catarina, depois transformada em Oficina
Chefe do rito, em âmbito nacional, para todos os Grandes Orientes independentes, que já promoveu
diversos encontros estaduais e nacionais, com pleno sucesso. Ali, a Oficina Chefe do Rito continua
sendo o Sublime Grande Capítulo, é dirigida por um Grande Inspetor e adota o Rito Adonhiramita
original, sem o acréscimo de graus.
Não foram feitos muitos rituais adonhiramitas dos graus simbólicos, no Brasil (menos ainda nos Altos
Graus). Os primeiros utilizados, na primeira metade do século XIX, eram, simplesmente, uma

4
tradução feita da "Compilação Preciosa". Somente em 1873, diante da iminente criação do Grande
Capítulo Noachita, é que o Grande Oriente do Brasil editaria o Regulamento dos Graus de Aprendiz,
Companheiro e Mestre. Esse regulador dos três graus simbólicos seria reeditado em 1916 e em 1938.
Depois disso, surgiriam novas edições, com mais freqüência. As práticas ritualísticas do Rito
Adonhiramita são, seguramente, das mais belas, entre as dos diversos ritos praticados em nosso
país. Se o Rito Schroeder é, sem dúvida nenhuma, o mais simples e objetivo, o Adonhiramita é o
mais complexo e o de maior riqueza cênica, não só nas cerimônias magnas de iniciação, elevação e
exaltação, mas até nas sessões mais simples, quando nenhuma das práticas próprias do rito é
omitida.

OUTROS RITOS MAÇÔNICOS:


Além destes ritos que tem a sua presença de forma mais marcante no mundo e no Brasil, existem
mais de cem outros ritos, como por exemplo: Rito do Anel Luminoso: fundado em 1780 e tendo com
visão reviver a escola de Pitágoras; Rito dos Cavalheiros do Oriente: Sua origem remontava a
maçonaria primordial baseada nas tradições egípcias; Rito dos Arquitetos da África: surgiu na Áustria
em 1787 e dedicava-se a investigações históricas sobre a maçonaria; Rito de Heredom: surgiu na
França em 1758 e tinha como foco os Cavaleiros Templários; Rito Platônico: Fundado em 1842 se
espelhava na academia Platônica; Rito Eclético Lusitano : Foi uma tentativa de constituir um rito
próprio e exclusivo dos maçons portugueses. Foi elaborado em 1838 durou pouco mais de 23 anos e
foi incorporado ao Rito Francês. Muitos outros ritos são conhecidos na história da maçonaria, muitos
destes serviram de alicerce para os ritos hoje largamente praticados.
Muitos outros se perderam nas areias do tempo, mas independente dos ritos e obediências e por trás
de todos eles estavam os nossos irmãos que defenderam e propagaram a maçonaria pelos quatros
cantos da terra e é em honra a estes irmãos que prestamos hoje homenagem nos filiando e seguindo
o nosso rito nos empenhando em nos tornarmos pessoas melhores e tornar o mundo melhor para que
possamos contribuir na elaboração da obra cujo alicerce foi forjado há muitos anos atrás pelo suor e
sangue dos verdadeiros maçons.
Que o Grande Arquiteto do Universo, Supremo Reparador dos Mundos, possa sempre nos iluminar
em nossa obra e abrir a nós as portas do conhecimento, e quando ao fim de nossa vida chegar possa
permitir que nos unamos a sua luz de onde um dia saímos.

Or.'. de Itapema, 02 de Setembro de 2002 EV


A R L .S. PEDRA CINTILANTE, 60
G. O .S.C / C O .M AB.
F.D, A. M.

Bibliografia:
Apostila de Informações Preliminares.
Coleção da Maçonaria Simbólica do Rito Adonhiramita.
CASTELLANI, José. Curso Básico de Liturgia e Ritualística. Ed. A Trolha 2a. Ed. - 1997.
CAMINO, Rizzardo da. Dicionário Maçônico. São Paulo. Ed. Madras. 2001.
SILVA, Pedro. História e Mistério dos Templários. Rio de Janeiro Ed. Ediouro. 2001.
ARDITO, João Antonio.Maçonaria Lendas Mistérios e Filosofia Iniciática. Rio de janeiro. Ed. Madras. 2002.

Fonte: www.maconaria.net < Site da Maçonaria Regular de Portugal >

Você também pode gostar