Curso 178657 Aula 00 780e Completo
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Autor:
Renan Araujo
30 de Setembro de 2021
Índice
1) Lei Penal no Tempo - Teoria
..............................................................................................................................................................................................3
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Renan de Oliveira Alves
Renan Araujo
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A Lei Penal, como toda e qualquer lei, entra no mundo jurídico em um determinado momento
e vigora até sua revogação, regulando todos os fatos praticados nesse ínterim. Entretanto, nem
sempre as coisas são tão simples, surgindo situações verdadeiramente excepcionais e complexas.
É certo, meus caros, que as leis se sucedem no tempo, pois é da natureza humana a
mudança de pensamento. Assim, o que hoje é considerado crime, amanhã pode não o ser, e vice-
versa. É claro, também, que quando uma lei revoga a outra, a lei revogadora deve abordar a
matéria de forma, ao menos um pouco, diferente do modo como tratava a lei revogada, caso
contrário, seria uma lei absolutamente inútil. A esse fenômeno damos o nome de Princípio da
continuidade das leis.
A revogação, por sua vez, é o fenômeno que compreende a substituição de uma norma
jurídica por outra. Essa substituição pode ser total ou parcial. No primeiro caso, temos o que se
chama de ab-rogação, e no segundo caso, derrogação.
A revogação, como vimos, pode ser total ou parcial. Mas pode, ainda, ser expressa ou tácita.
Diz-se que é expressa quando a nova lei diz expressamente que revoga a lei anterior. Por exemplo,
a lei 11.343/06 (nova lei de drogas) diz em seu art. 75, que ficam revogadas as disposições contidas
na lei 6.368/76.
Por sua vez, a revogação tácita ocorre quando a lei nova, embora não diga nada com relação
à revogação da lei antiga, trata da mesma matéria, só que de forma diferente.
Desta forma, a lei produz efeitos desde sua vigência até sua revogação.
Em termos gráficos:
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Logo, podemos perceber que a lei penal, assim como qualquer lei, somente produz efeitos
durante o seu período de vigência. É o que se chama de princípio da atividade da lei.
Em alguns casos, porém, a lei penal pode produzir efeitos e atingir fatos ocorridos antes de
sua entrada em vigor e, até mesmo, continuar produzindo efeitos mesmo após sua revogação.
Vamos analisá-los individualmente.
Ocorrendo a revogação de uma lei penal por outra, algumas situações irão ocorrer, e as
consequências de cada uma delas dependerão da natureza da norma revogadora.
Nesse caso, a lei nova atribui caráter criminoso ao fato. Ou seja, até então, o fato não era
crime. Nesse caso, a solução é bastante simples: A lei nova produzirá efeitos a partir de sua entrada
em vigor, como toda e qualquer lei, seguindo a regra geral da atividade da lei.
1.1.2
Lex Gravior1
Aqui, a lei posterior não inova no que se refere à natureza criminosa do fato, pois a lei anterior
já estabelecia que o fato era considerado criminoso. No entanto, a lei nova estabelece uma
situação mais gravosa ao réu.
EXEMPLO: O crime de homicídio simples (art. 121 do CP) possui pena mínima de
06 e pena máxima de 20 anos. Imaginemos que entrasse em vigor uma lei que
estabelecesse que a pena para o crime de homicídio seria de 10 a 30 anos. Nesse
caso, a lei nova, embora não inove no que tange à criminalização do homicídio,
1
Também chamada de ou Novatio Legis in Pejus ou Lei nova mais gravosa.
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traz uma situação mais gravosa para o fato. Assim, produzirá efeitos somente a
partir de sua vigência, não alcançando fatos pretéritos.
Frise-se que a lei nova será considerada mais gravosa ainda que não aumente a pena prevista
para o crime. Basta que traga qualquer prejuízo ao réu2, como forma de cumprimento da pena,
redução ou eliminação de benefícios, etc.
A abolitio criminis ocorre quando uma lei penal incriminadora vem a ser revogada por outra,
que prevê que o fato deixa de ser considerado crime.
EXEMPLO: Suponhamos que a Lei “A” preveja que é crime dirigir veículo
automotor sob a influência de álcool. Vindo a Lei “B” a determinar que dirigir
veículo automotor sob a influência de álcool não é crime, ocorreu o fenômeno da
abolitio criminis.
Nesse caso, como a lei posterior deixa de considerar o fato crime, ela produzirá efeitos
retroativos, alcançado os fatos praticados mesmo antes de sua vigência, em homenagem ao art.
5, XL da Constituição Federal e ao art. 2° do Código Penal3.
É claro que quando uma lei deixa de considerar um determinado fato como crime, ela está
beneficiando aquele praticou o fato e que, porventura, esteja respondendo criminalmente por ele,
ou até mesmo, cumprindo pena em decorrência da condenação pelo fato.
Em casos tais, ocorre o que se chama de retroatividade da Lei Penal, que passa a produzir
efeitos sobre fatos ocorridos anteriormente à sua vigência.
2
BITENCOURT, Op. cit., p. 208
3
Art. 5º (...)
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
[...]
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
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É importante ressaltar, ainda, que a abolitio criminis faz cessar a pena e os efeitos PENAIS
da condenação.
EXEMPLO: José foi condenado pelo crime “X” e está cumprindo pena. Surge uma
Lei nova, descriminalizando a conduta. José será colocado em liberdade (deve
cessar a pena imposta), bem como tal condenação pelo crime X não poderá ser
considerada futuramente para fins de reincidência (afastam-se os efeitos penais da
condenação). Todavia, se José foi condenado a reparar o dano causado à vítima,
tal obrigação permanece (efeito extrapenal da condenação).
A Lex mitior, ou novatio legis in mellius, ocorre quando uma lei posterior revoga a anterior
trazendo uma situação mais benéfica ao réu. Nesse caso, em homenagem ao art. 5, XL da
Constituição, já transcrito, a lei nova retroage para alcançar os fatos ocorridos anteriormente à sua
vigência. Essa previsão está contida também no art. 2°, § único do CP6.
4
A Lei 12.015/09 revogou o art. 214 do CP, que previa o crime de atentado violento ao pudor. Entretanto, ao mesmo
tempo, ampliou a descrição do tipo penal do estupro para abranger também a prática de atos libidinosos diversos da
conjunção carnal, que era a descrição do tipo penal de atentado violento ao pudor. Assim, o que a Lei 12.015/09 fez,
não foi descriminalizar o Atentado Violento ao Pudor, mas dar a ele novo contorno jurídico, passando agora o fato a
ser enquadrado como crime de estupro, tendo, inclusive, previsto a mesma pena anteriormente cominada ao Atentado
Violento ao Pudor. Assim, não houve abolitio criminis, pois o fato não deixou de ser crime, apenas passou a ser tratado
em outro tipo penal.
5
Também não há abolitio criminis quando a lei nova revoga uma lei especial que criminaliza um determinado fato,
mas que mesmo assim, está enquadrado como crime numa norma geral. Explico:
Imagine que a Lei “A” preveja o crime de roubo a empresa de transporte de valores, com pena de 4 a 12 anos.
Posteriormente, entra em vigor a Lei “B”, que revoga expressa e totalmente a Lei “A”. Pode-se dizer que o roubo a
empresa de transporte de valores deixou de ser crime? Claro que não, pois a conduta, o fato, está previsto no art. 157
do Código Penal (crime de roubo). Assim, apenas deixou de existir a lei especial que previa pena diferenciada para
este fato, passando o mesmo a ser regido pelo tipo previsto no Código Penal. Pode-se dizer, no entanto, que houve
novatio legis in mellius, ou Lex mitior, que é a superveniência de lei mais benéfica.
6
Art. 2º (...)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
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Vejam que o Código Penal estabelece que a aplicação da lei nova se dará ainda que o fato
(crime) já tenha sido julgado por sentença transitada em julgado.
Pode ocorrer, no entanto, que a lei nova tenha alguns pontos mais favoráveis e outros mais
prejudiciais ao réu.
EXEMPLO: Suponhamos que Maria tenha praticado crime de furto, cuja pena é de
1 a 04 anos de reclusão, e multa. Posteriormente, sobrevém uma lei que
estabelece que a pena passa a ser de 02 a 06 anos de detenção, sem multa.
Percebam que a lei nova é mais benéfica pois extinguiu a pena de multa, e
estabeleceu o regime de detenção, mas é mais gravosa pois aumentou a pena
mínima e a pena máxima.
Nesse caso, como avaliar se a lei é mais benéfica ou mais gravosa? E mais, será que é possível
combinar as duas leis para se achar a solução mais benéfica para o réu? Duas correntes se
formaram:
▪ 1° corrente: Não é possível combinar as leis penais para se extrair os pontos favoráveis
de cada uma delas, pois o Juiz estaria criando uma terceira lei (Lex tertia), o que seria
uma violação ao princípio da Separação dos Poderes, já que não cabe ao Judiciário
legislar. Essa é a TEORIA DA PONDERAÇÃO UNITÁRIA ou GLOBAL.
▪ 2° corrente: É possível a combinação das duas leis, de forma a selecionar os institutos
favoráveis de cada uma delas, sem que com isso se esteja criando uma terceira lei,
pois o Juiz só estaria agindo dentro dos limites estabelecidos pelo próprio legislador.
Essa é a TEORIA DA PONDERAÇÃO DIFERENCIADA.
7
Entretanto, no julgamento do RE 596152/SP, o STF adotou posição contrária, ou seja, permitiu a combinação de leis.
Trata-se de uma decisão isolada, portanto, não caracteriza uma “jurisprudência” de verdade.
8
E de forma a consolidar sua tese, o STJ editou o verbete nº 501 de sua súmula de jurisprudência, entendendo,
relativamente aos crimes da lei de drogas, a impossibilidade de combinação de leis. Vejamos:
SÚMULA Nº 501
É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na
íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação
de leis.
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E quem deve aplicar a nova lei penal mais benéfica ou a nova lei penal abolitiva? O Supremo
Tribunal Federal (STF) firmou entendimento no sentido de que DEPENDE DO MOMENTO:
SÚMULA Nº 611
Todavia, a Doutrina entende que a aplicação da lei nova mais benéfica após o trânsito em
julgado só caberá ao Juízo da execução penal, na forma da súmula 611 do STF, se NÃO for
necessário mais que um mero cálculo aritmético. Caso seja necessário mais que um mero cálculo
aritmético, será preciso ajuizar revisão criminal.
Mas, voltando ao tema central, e se a lei nova for revogada por outra lei mais gravosa? Nesse
caso, a lei mais gravosa não se aplicará aos fatos regidos pela lei mais benéfica, pois isso seria uma
retroatividade da lei em prejuízo do réu. No momento em que a lei intermediária (a que revogou,
mas foi revogada) entrou em vigor, passou a reger os fatos ocorridos antes de sua vigência.
Sobrevindo lei posterior mais grave, aplica-se a regra geral da irretroatividade da Lei em relação
a esta última.
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No caso representado pelo esquema acima, a Lei B produzirá efeitos mesmo após sua
revogação pela Lei C (em relação aos fatos praticados durante sua vigência e ANTES de sua
vigência). Nesse caso, diz-se que a Lei B possui RETROATIVIDADE e ULTRATIVIDADE.9 A Lei B é
retroativa porque se aplica a um fato praticado antes de sua vigência; é ultra-ativa porque, mesmo
já estando revogada, será utilizada pelo Juiz na sentença (por ser mais benéfica que a Lei C).
Perceba, assim, que durante a vigência da Lei B “nada aconteceu”, ou seja: nem o fato foi
praticado na vigência da Lei B (foi praticado antes) nem a sentença foi proferida na vigência da Lei
C (foi proferida depois), mas a Lei B será aplicada ao fato praticado, quando da prolação da
sentença.
Excepcional é a situação das leis intermitentes, que se dividem em leis excepcionais e leis
temporárias. As leis excepcionais são aquelas que são produzidas para vigorar durante
determinada situação. Por exemplo, estado de sítio, estado de guerra, ou outra situação
excepcional. Lei temporária é aquela que é editada para vigorar durante determinado período,
certo, cuja revogação se dará automaticamente quando se atingir o termo final de vigência,
independentemente de se tratar de uma situação normal ou excepcional do país.
No caso destas leis, dado seu caráter transitório, o fato de estas leis virem a ser revogadas é
irrelevante! Isso porque a revogação é decorrência natural do término do prazo de vigência da lei.
Assim, aquele que cometeu o crime durante a vigência de uma destas leis responderá pelo fato,
nos moldes em que previsto na lei, mesmo após o fim do prazo de duração da norma.
Isso é uma questão de lógica, pois, se assim não o fosse, bastaria que o réu procrastinasse o
processo até data prevista para a revogação da lei a fim de que fosse decretada a extinção de sua
punibilidade. Isso está previsto no art. 3° do Código Penal:
9
Quando a lei é aplicada fora de seu período de vigência, diz-se que há extratividade. A extratividade pode ocorrer
em razão da ultratividade ou da retroatividade, a depender do caso. A extratividade, portanto, é um gênero, que
comporta duas espécies: retroatividade e ultratividade. BITENCOURT, Op. cit., p. 207/209
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CUIDADO! Sempre se entendeu que a posterior revogação da lei temporária não afetaria os fatos
praticados durante sua vigência. Isso deve ser analisado com cautela.
EXEMPLO – Existe uma Lei “A” que diz que é crime vender qualquer cerveja que não seja a cerveja
“redonda” durante a realização da Copa do Mundo no Brasil. Essa lei tem duração prevista até o
dia da final da Copa. José foi preso em flagrante, durante uma das semifinais da Copa do Mundo,
vendendo a cerveja “quadrada” e, portanto, praticando o crime previsto na Lei “A”.
01 – A Lei “A” deixa de vigorar naturalmente porque se prazo de validade expirou – Nenhuma
consequência prática em favor de José, pois a expiração da validade é o processo natural da lei
penal temporária.
02 – O Governo entende que é um absurdo criminalizar tais condutas que, na verdade, têm como
única finalidade proteger interesses econômicos de particulares e, em razão, disso, edita uma nova
Lei (após a expiração da lei temporária) que prevê a descriminalização da conduta incriminada –
Nesse caso, teremos abolitio criminis, e isso terá efeitos práticos para José. O mesmo ocorreria se
o Governo, ao invés de proceder à descriminalização da conduta, tivesse abrandado a pena (lex
mitior). Essa lei iria retroagir.
CUIDADO! Eu já vi este tema ser abordado das mais diversas formas. Já vi Banca entendendo que
a lei temporária será aplicada mesmo que sobrevenha lei nova, abolindo o crime. Isso é
complicado, porque traz insegurança ao candidato. Contudo, aí vai meu conselho: Lei temporária
produz efeitos após sua revogação “natural” (expiração do prazo de validade). Se houver
superveniência de lei abolitiva expressamente revogando a criminalização prevista na lei
temporária, ela não mais produzirá efeitos. Assim, cuidado com a abordagem na prova.
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Tempo do crime
Para podermos aplicar corretamente a lei penal, é necessário saber quando se considerada
praticado o delito. Três teorias buscam explicar quando se considera praticado o crime:
Como vimos, nosso Código adotou a teoria da atividade como a aplicável ao tempo do
crime. Isto representa sérios reflexos na aplicação da lei penal, pois esta depende da data do fato,
que, como vimos, é a data da conduta.
Nos crimes permanentes, aplica-se a lei em vigor ao final da permanência delitiva, ainda que
mais gravosa que a do início. O mesmo ocorre nos crimes continuados, hipótese em que se aplica
a lei vigente à época do último ato (crime) praticado. Essa tese está consagrada pelo STF, através
do enunciado n° 711 da súmula de sua Jurisprudência:
Mas isso não ofende o princípio da irretroatividade da lei mais gravosa? Não, pois neste caso
NÃO HÁ RETROATIVIDADE. Neste caso, a lei mais grave está sendo aplicada a um crime que
ainda está sendo praticado, e não a um crime que já foi praticado.10
10
Cezar Roberto Bitencourt critica parcialmente a súmula, ao entendimento de que ela poderia ser aplicável ao crime
permanente, sem nenhuma violação à irretroatividade da lei mais gravosa, mas a mesma solução não poderia ser
adotada em relação ao crime continuado, por não se tratar de crime único com execução prolongada no tempo, e sim
mera ficção jurídica que considera como crime único (para fins de aplicação da pena), uma série de delitos.
BITENCOURT, Op. cit., p. 220.
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Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tempo do crime
SÚMULAS PERTINENTES
Súmulas do STF
Súmula nº 611 do STF – Uma vez ocorrido o trânsito em julgado, caso haja superveniência de lei
mais benéfica, sua aplicação compete ao Juízo da Execução Penal:
SÚMULA Nº 611
A maioria da Doutrina, contudo, não tece críticas à súmula. Ver, por todos, BITENCOURT, Op. cit., p. 120.
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Súmula nº 711 do STF – Em se tratando de crime continuado ou permanente, deve ser aplicada
a lei penal mais grave se esta tiver entrado em vigor antes da cessação da continuidade ou da
permanência. Não há, aqui, retroatividade da lei mais grave, pois ela entrou em vigor DURANTE
a prática criminosa:
Súmula Nº 711
Súmulas do STJ
Súmula nº 501 do STJ - O STJ, ao analisar o conflito intertemporal de leis relativas ao tráfico de
drogas, firmou entendimento pela IMPOSSIBILIDADE de combinação de leis (adoção da teoria da
ponderação unitária):
SÚMULA Nº 501
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Tão importante quanto conhecer as minúcias referentes à aplicação da lei penal no tempo é
conhecer as regras atinentes à lei penal no espaço.
Toda lei é editada para vigorar num determinado tempo e num determinado espaço. No que
tange à lei penal, via de regra ela se aplica dentro do território do país em que foi editada, pois
este é o limite do exercício da soberania de cada Estado. Ou seja, nenhum Estado pode exercer
sua soberania fora de seu território.
1.1 Territorialidade
Essa é a regra no que tange à aplicação da lei penal no espaço. Pelo princípio da
territorialidade, aplica-se à lei penal aos crimes cometidos no território nacional. Assim, não
importa se o crime foi cometido por estrangeiro ou contra vítima estrangeira. Se cometido no
território nacional, submete-se à lei penal brasileira.
Na verdade, como o Código Penal admite exceções, podemos dizer que o nosso Código
adotou O PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE MITIGADA OU TEMPERADA.1
Assim, como regra se aplica a lei penal brasileira ao crime ocorrido dentro do território
nacional, ressalvadas as convenções, tratados e regras de direito internacional, como a Convenção
de Viena, que estabelece situações de imunidade diplomática. Dessa forma, podemos dizer que
um crime praticado em nosso território poderá não ficar sujeito à lei penal brasileira, em razão da
existência de algum tratado, convenção ou regra de direito internacional, o que configura o
fenômeno da intraterritorialidade (um crime ocorrido no Brasil não estar sujeito à nossa lei penal).
Já sabemos, portanto, que a nossa lei penal será, em regra, aplicada ao crime cometido no
nosso território. Mas, o que se considera como território brasileiro para fins penais?
1
Ver, por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 123/124 e GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice.
Op. cit., p. 222.
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Território pode ser conceituado como espaço em que o Estado exerce sua soberania política.
O território brasileiro compreende:
• O Mar territorial;
• O espaço aéreo (Teoria da absoluta soberania do país subjacente);
• O subsolo
Assim, aos crimes praticados nestes locais aplica-se a lei brasileira, pelo princípio da
territorialidade.
ATENÇÃO! Como sabemos, a Lei penal brasileira será aplicada aos crimes cometidos a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras, mercantes ou de propriedade privada, desde que se
encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em pouso no território nacional, ou, no caso das
embarcações, em porto ou mar territorial brasileiro.
Contudo, a Doutrina aponta uma exceção à aplicação da lei penal brasileira neste caso. Trata-se
do PRINCÍPIO DA PASSAGEM INOCENTE. Este princípio, decorrente do Direito Internacional
Marítimo, estabelecido na Convenção de Montego Bay (1982), que foi assinada pelo Brasil, prevê
que uma embarcação de propriedade privada, de qualquer nacionalidade, possui o direito de
atravessar o mar territorial de uma nação, desde que não ameace a paz, a segurança e a boa
ordem do Estado.
Aplicando tal princípio ao Direito Penal, a Doutrina entende que se um crime for praticado a bordo
de uma embarcação que se encontre em “passagem inocente”, não será aplicável a lei brasileira
a este crime, desde que o crime em questão não afete nenhum bem jurídico nacional. Ex.: Um
americano mata um holandês dentro de um navio argentino em situação de passagem inocente.
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Assim, para que possamos trabalhar com este princípio na prova, a questão deve deixar clara a
situação de “passagem inocente”, ou seja, a Banca tem que deixar claro que pretende saber se
você tem conhecimento disso. Caso contrário, esqueça tal exceção.
De igual forma, as embaixadas do Brasil pelo mundo não são consideradas como
território brasileiro.
1.2 Extraterritorialidade
Logo, a primeira coisa que você deve ter em mente ao se deparar com um caso de lei penal
no espaço na prova é saber:
Somente quando ficar evidenciado que o fato NÃO ocorreu no nosso território é que você,
caro aluno, deverá buscar saber se há alguma hipótese de extraterritorialidade. Podem ser de três
tipos (incondicionada, condicionada e hipercondicionada), ocorrendo nas seguintes situações:
Incondicionada
▪ Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República
▪ Crime contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público
▪ Crime contra a administração pública, por quem está a seu serviço
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Nesses casos, será possível a aplicação da lei penal brasileira, mesmo o crime tendo ocorrido
fora do Brasil. Nas hipóteses de extraterritorialidade condicionada e hipercondicionada, algumas
condições deverão ser preenchidas (veremos mais à frente).
O que leva o legislador a criar tais hipóteses de extraterritorialidade varia de caso para caso.
Assim, a criação de uma hipótese de extraterritorialidade pode se dar em razão de diversos
princípios, que veremos a seguir:
Pelo princípio da personalidade ativa, aplica-se a lei penal brasileira ao crime cometido por
brasileiro, ainda que no exterior. As hipóteses de aplicação deste princípio estão previstas no art.
7°, I, “d” e II, “b” do CPB:
I - os crimes:
(...)
(...)
II - os crimes:
(...)
No primeiro caso, basta que o crime de genocídio tenha sido cometido por brasileiro para
que a lei brasileira seja aplicada, não havendo qualquer condição além desta.
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No segundo caso (crime comum cometido por brasileiro no exterior), algumas condições
devem estar presentes, conforme preceitua o §2° do art. 7° do CPB:
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
Assim, não basta que o crime tenha sido cometido por brasileiro, é necessário que as
condições acima estejam presentes, ou seja: O fato deve ser punível também no local onde fora
cometido o crime; deve o agente entrar no território brasileiro; O crime deve estar incluído no rol
daqueles que autorizam extradição e não pode o agente ter sido absolvido ou ter sido extinta sua
punibilidade no estrangeiro.
Pelo princípio da personalidade passiva, aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos contra
brasileiro, ainda que no exterior. Nos termos do art. 7°, §3° do CPB:
Percebam que, além das condições previstas para a aplicação do princípio da personalidade
ativa, para a aplicação do princípio da personalidade passiva o Código prevê ainda outras duas
condições:
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• Não ter sido pedida ou ter sido negada a extradição do estrangeiro que praticou o
crime
Por este princípio, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido por pessoa domiciliada no
Brasil, não havendo qualquer outra condição. Só há uma hipótese de aplicação deste princípio na
lei penal brasileira, e é a prevista no art. 7°, I, “d” do CPB:
I - os crimes:
(...)
Este princípio visa a garantir a aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos, em
qualquer lugar e por qualquer agente, mas que ofendam bens jurídicos nacionais. Está previsto
no art. 7°, I, “a, b e c”:
I - os crimes:
2
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 127
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Vejam que se trata de bens jurídicos altamente relevantes para o país. Não se trata de
considerar a vida e a liberdade do Presidente da República mais importante que a vida e a
liberdade dos demais brasileiros. Nesse caso, o que se busca é garantir que um crime praticado
contra a figura do Presidente da República não fique impune, pois é mais que um crime contra a
pessoa, é um crime contra toda a nação.
Reparem, ainda, que não é qualquer crime cometido contra o Presidente, mas somente
aqueles que atentem contra sua vida ou liberdade.
Estas hipóteses dispensam outras condições, bastando que tenha sido o crime cometido
contra estes bens jurídicos. Aliás, será aplicada a lei brasileira ainda que o agente já tenha sido
condenado ou absolvido no exterior:
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
Entretanto, para que seja evitado o cumprimento duplo de pena (bis in idem), caso tenha
sido o agente condenado no exterior, a pena a ser cumprida no Brasil será abatida da pena
cumprida no exterior, o que se chama detração penal. Nos termos do art. 8° do CPB:
Há quem entenda, portanto, que esta regra é uma exceção ao princípio do ne bis in idem4,
pois o Estado estaria autorizado a julgar, condenar e punir a pessoa mesmo já tendo havido
julgamento (inclusive com condenação e cumprimento de pena) em outro Estado.
Este princípio é utilizado para a aplicação da lei penal brasileira contra crimes cometidos em
qualquer território e por qualquer agente, desde que o Brasil, através de tratado internacional,
tenha se obrigado a reprimir tal conduta. Tem previsão no art. 7°, II, a do CPB:
3
A referida norma também se aplica em caso de crimes à distância, ou de espaço máximo, quando o crime ocorre em
mais de um país (Brasil e outro país), pois a conduta aconteceu no Brasil e o resultado ocorreu fora do Brasil, ou vice-
versa. Nesse caso, se o agente foi punido no estrangeiro, a pena lá cumprida será abatida da pena imposta no Brasil,
ou servirá para atenuar a pena a ser imposta no Brasil, caso possuam natureza diversa.
4
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 129
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(...)
II - os crimes:
Por este princípio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro, a
bordo de aeronaves e embarcações privadas, mas que possuam bandeira brasileira, quando, no
país em que ocorreu o crime, este não for julgado.
(...) II - os crimes:
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Para aplicarmos corretamente o que foi aprendido acerca da lei penal no espaço, precisamos
saber, com exatidão, qual é o local do crime. Para tanto, existem algumas teorias:
Só para finalizar, vou deixar de lambuja para vocês um macete para gravarem as teorias
adotadas para o tempo do crime e para o lugar do crime:
Lugar = Ubiquidade
Tempo = Atividade
Entretanto, existem algumas hipóteses em que se aplica a lei penal brasileira a crimes
cometidos no exterior. Nestes casos, estamos diante do fenômeno da extraterritorialidade da lei
penal.
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No primeiro caso, como o próprio nome diz, não há qualquer condição. Basta que o crime
tenha sido cometido no estrangeiro. As hipóteses são poucas e já foram aqui estudadas. São as
previstas no art. 7°, I do CPB (Crimes contra bens jurídicos de relevância nacional e crime de
genocídio). Nestes casos, pelos princípios da Proteção e do Domicílio ou da Personalidade Ativa
(a depender do caso), aplica-se a lei brasileira, ocorrendo o fenômeno da extraterritorialidade:
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA
Crime de genocídio, quando o
UNIVERSAL OU DO
agente for brasileiro ou
DOMICÍLIO OU DA
domiciliado no Brasil
PERSONALIDADE ATIVA
A extraterritorialidade condicionada, por sua vez, está prevista no art. 7°, II e § 2° do CP.
Neste caso, a lei brasileira só será aplicada ao fato de maneira subsidiária, ou seja, apenas se
cumpridas determinadas condições.
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a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
Estas são as hipóteses em que se aplica, condicionalmente, a lei penal brasileira a fatos
ocorridos no estrangeiro. As condições para esta aplicação se encontram no art. 7°, § 2° do CPB:
Art. 7º (...) § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do
concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
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Neste caso, além das condições anteriores, existem ainda duas outras condições:
Desta maneira, meus caros, terminamos o estudo da aplicação da lei penal, no tempo e no
espaço.
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Territorialidade
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c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
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Os sujeitos do crime são aqueles que, de alguma forma, se relacionam com a conduta
criminosa. São basicamente de duas ordens: Sujeito ativo e passivo.
Sujeito ativo é a pessoa que pratica a conduta delituosa. Em regra, a pessoa que pratica a
conduta delituosa é aquela que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Entretanto,
através do concurso de pessoas, ou concurso de agentes, é possível que alguém seja sujeito ativo
de uma infração penal sem que realize a conduta descrita no núcleo do tipo penal.
EXEMPLO: Pedro atira contra Paulo, vindo a causar-lhe a morte. Pedro é sujeito
ativo do crime de homicídio, previsto no art. 121 do Código Penal, isso não se
discute. Mas também será sujeito ativo do crime de homicídio, João, que lhe
emprestou a arma e lhe encorajou a atirar. Embora João não tenha realizado a
conduta prevista no tipo penal, pois não praticou a conduta de “matar alguém”,
auxiliou material e moralmente Pedro a fazê-lo.
Somente o ser humano, em regra, pode ser sujeito ativo de uma infração penal. Os animais,
por exemplo, não podem ser sujeitos ativos da infração penal, embora possam ser instrumentos
para a prática de crimes.
Embora boa parte da DOUTRINA discorde desta corrente, por inúmeras razões, temos que
estudá-la.
Os opositores justificam sua tese sob o argumento, basicamente, de que a pessoa jurídica
não possui vontade, assim, a vontade seria sempre do seu dirigente, devendo este responder pelo
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crime, não a pessoa jurídica. Ademais, o dirigente só pode agir em conformidade com o estatuto
social, o que sair disso é excesso de poder, e como a Pessoa Jurídica não pode ter em seu estatuto
a prática de crimes como objeto, todo crime cometido pela pessoa jurídica seria um ato praticado
com violação a seu estatuto, devendo o agente responder pessoalmente, não a Pessoa Jurídica.
Muitos outros argumentos existem, para ambos os lados. Entretanto, isto não é um livro de
doutrina, mas um curso para concurso, então o que vocês precisam saber é que o STF e o STJ
admitem a responsabilidade penal da pessoa jurídica em todos os crimes ambientais
(regulamentados pela lei 9.605/98)!
Com relação aos demais crimes, em tese, atribuíveis à pessoa jurídica (crimes contra o sistema
financeiro, economia popular, etc.), como não houve regulamentação da responsabilidade penal
da pessoa jurídica, esta fica afastada, conforme entendimento do STF e do STJ.
Essa imunidade é IRRENUNCIÁVEL, exatamente por não pertencer à pessoa, mas ao cargo
que ocupa! Essa é a posição do STF! Cuidado com isso!
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Com relação aos cônsules (diferentes dos Diplomatas) a imunidade só é conferida aos atos
praticados em razão do ofício, não a qualquer crime. EXEMPLO: Se Yamazaki, cônsul do Japão no
Rio de Janeiro, no domingo, curtindo uma praia, agride um vendedor de picolés por ter lhe dado
o troco errado (carioca malandro...), responderá pelo crime, pois não se trata de ato praticado no
exercício da função.
Resumidamente:
Estão previstas na Constituição Federal, motivo pelo qual geralmente são mais bem
estudadas naquela disciplina. Entretanto, como costumam ser cobradas também na matéria de
Direito Penal, vamos estudá-la ponto a ponto.
Assim, o parlamentar não comete crime quando pratica estas condutas em razão do cargo
(exercício da função). Entretanto, não é necessário que o parlamentar tenha proferido as palavras
dentro do recinto (Congresso, Assembleia Legislativa, etc.), bastando que tenha relação com sua
1
Art. 43.1 do Decreto 61.078/67 – Promulgação da Convenção de Viena sobre Relações Consulares.
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função (Pode ser numa entrevista a um jornal local, etc.). ESSA É A POSIÇÃO DO STF A RESPEITO
DO TEMA.
Quanto à natureza jurídica dessa imunidade (o que ela representa perante o Direito), há muita
controvérsia na Doutrina, mas a posição que predomina é a de que se trata de fato atípico, ou
seja, a conduta do parlamentar não chega sequer a ter enquadramento na lei penal (Essa é a
posição que vem sendo adotada pelo Supremo Tribunal Federal – STF).
Temos, ainda, a imunidade material dos vereadores, prevista no art. 29, VIII da Constituição:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da
Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
(...)
Vejam que é necessário que o ato (no caso dos vereadores) tenha sido praticado na
circunscrição do município. Caso contrário, não haverá a incidência da proteção constitucional.
Informativo 775 do STF – “Nos limites da circunscrição do Município e havendo pertinência com
o exercício do mandato, garante-se a imunidade prevista no art. 29, VIII, da CF aos vereadores (...)
O Colegiado reputou que, embora as manifestações fossem ofensivas, teriam sido proferidas
durante a sessão da Câmara dos Vereadores — portanto na circunscrição do Município — e teriam
como motivação questão de cunho político, tendo em conta a existência de representação contra
o prefeito formulada junto ao Ministério Público — portanto no exercício do mandato.” – (RE
600063/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 25.2.2015. (RE-
600063)
Esta imunidade não está relacionada à caracterização ou não de uma conduta como crime.
Está relacionada a questões processuais, como possibilidade de prisão e seguimento de processo
penal. Está prevista no art. 53, §§ 1° a 5° da Constituição da República.
A primeira das hipóteses é a imunidade formal para a prisão. Assim dispõe o art. 53, § 2° da
Constituição:
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O STF entende que essa impossibilidade de prisão se refere a qualquer tipo de prisão,
inclusive as de caráter provisório, decretadas pelo Juiz. A única ressalva é a prisão em flagrante
pela prática de crime inafiançável.
Entretanto, recentemente, o STF decidiu que os parlamentares podem ser presos, além desta
hipótese, no caso de sentença penal condenatória transitada em julgado, ou seja, na qual não
cabe mais recurso algum.
qual pertencer o parlamentar, em até 24h, e esta decidirá, em votação aberta, por maioria absoluta
de seus membros, se a prisão é mantida ou não.
Assim, se um parlamentar cometer um crime após a diplomação e for denunciado por isso,
o STF, se receber a denúncia, deverá dar ciência à Casa a qual pertence o parlamentar (Câmara
ou Senado), e esta poderá, por iniciativa de algum partido político que lá tenha representante,
sustar o andamento da ação até o término do mandato.
CUIDADO! Só quem pode tomar a iniciativa de pedir a sustação da ação penal é partido
político que possua algum representante NAQUELA CASA.
A sustação deve ser decidida no prazo de 45 dias a contar do recebimento do pedido pela
Mesa Diretora da Casa. Caso o processo seja suspenso, suspende-se também a prescrição, para
evitar que o Parlamentar deixe de ser julgado ao término do mandato.
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CUIDADO! No caso de crime cometido ANTES da diplomação, não há essa regra. O STF não tem
que comunicar a Casa e não há possibilidade de sustação do andamento do processo!
CUIDADO! Essas regras (referentes a ambas as espécies de imunidades) são aplicáveis aos
parlamentares estaduais (Deputados estaduais), por força do art. 27, § 1° da Constituição.
Entretanto, aos parlamentares municipais (vereadores) só se aplicam as imunidades materiais!
Muito, mas muito cuidado com isso! Ah, e em qualquer caso, não abrangem os suplentes!
Os parlamentares não podem renunciar a estas imunidades, pois, como disse antes, trata-se
de prerrogativa inerente ao cargo, não à pessoa2.
O sujeito passivo nada mais é que aquele que sofre a ofensa causada pelo sujeito ativo. Pode
ser de duas espécies:
1) Sujeito passivo mediato ou formal – É o Estado, pois a ele pertence o dever de manter a
ordem pública e punir aqueles que cometem crimes. Todo crime possui o Estado como
sujeito passivo mediato, pois todo crime é uma ofensa ao Estado, à ordem estatuída;
2
Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudência entendem que o parlamentar afastado para exercer cargo de Ministro ou
Secretário de Estado NÃO mantém as imunidades, ou seja, ele perde a imunidade parlamentar (A súmula nº 04 do
STF fora revogada!). INQ 725-RJ, rel. Ministra Ellen Gracie, 8.5.2002.(INQ-725) – Informativo 267 do STF.
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CUIDADO! O Estado também pode ser sujeito passivo imediato ou material, nos crimes em
que for o titular do bem jurídico especificamente violado, como nos crimes contra a administração
pública, por exemplo.
NINGUÉM PODE COMETER CRIME CONTRA SI MESMO! Ou seja, ninguém pode ser, ao
mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo imediato de um crime (Parte da Doutrina entende
que isso é possível no crime de rixa, mas isso não é posição unânime).
SÚMULAS PERTINENTES
Súmulas do STF
SÚMULA Nº 4
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EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE – 2019 – DPE-DF – DEFENSOR PÚBLICO) Considerando o Código Penal brasileiro,
julgue o item a seguir, com relação à aplicação da lei penal, à teoria de delito e ao tratamento
conferido ao erro.
Em razão da teoria da ubiquidade, considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria ter sido produzido o
resultado.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois se considera praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria ter sido produzido o resultado,
conforme a teoria da ubiquidade, formalizada no art. 6º do CP:
GABARITO: CERTO
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COMENTÁRIOS
I – CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 2º, § único do CP, que consagra a
retroatividade da lei penal benéfica:
Art. 2º (...) Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II – CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 4º do CP, que estabelece que se
considera praticado o crime no momento da ação ou omissão (momento da CONDUTA), ainda
que outro seja o momento do resultado.
III – ERRADA: Item errado, pois se considera praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria ter sido produzido o
resultado, conforme a teoria da ubiquidade, formalizada no art. 6º do CP:
IV – ERRADA: Item errado, pois o STF entende (súmula 711 do STF) que se a lei nova entra em
vigor durante a continuidade ou permanência (durante a prática do crime, portanto), aplica-se a
lei nova, ainda que mais gravosa.
GABARITO: Letra A
COMENTÁRIOS
Item correto, pois neste caso temos uma hipótese de extraterritorialidade (incondicionada, frise-
se), prevista no art. 7º, I, “d” do CP:
(...)
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GABARITO: Correta
COMENTÁRIOS
Item errado, pois neste caso o agente até poderá ser punido, mas por se tratar de
extraterritorialidade CONDICIONADA (art. 7º, II, “b” do CP), a entrada do agente no território
nacional é necessária, por ser esta uma das condições para a aplicação da lei penal brasileira,
conforme art. 7º, §2º, “a” do CP.
GABARITO: Errada
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o STF entende (súmula 711 do STF) que se a lei nova entra em vigor durante a
continuidade ou permanência (durante a prática do crime, portanto), aplica-se a lei nova, ainda
que mais gravosa. Isso se dá porque a lei nova, neste caso, entra em vigor DURANTE o crime, não
depois.
GABARITO: CERTO
COMENTÁRIOS
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Item errado. De fato, adota-se a teoria da atividade para o TEMPO do crime (art. 4º do CP).
Todavia, em relação ao LUGAR do crime, adotou-se a teoria da UBIQUIDADE, considerando-se
praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria ter sido produzido o resultado, na forma do art. 6º do CP:
GABARITO: ERRADO
7. (CESPE – 2019 – TJ-PR – JUIZ SUBSTITUTO) Nas disposições penais da Lei Geral da Copa,
foi estabelecido que os tipos penais previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de
dezembro de 2014.
COMENTÁRIOS
Aqui há um exemplo clássico de lei temporária, que é uma lei cuja vigência é pré-determinada, ou
seja, a lei possui um “prazo de validade”, pré-estabelecido, motivo pelo qual, atingido o prazo, a
lei sai do mundo jurídico naturalmente, sem que haja necessidade de sua revogação por outra lei.
GABARITO: Letra B
8. (CESPE – 2019 – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) O art. 1.º do Código Penal
brasileiro dispõe que “não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal”.
Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele
decorrentes, julgue o item que se segue.
A norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito, razão por que é proibida, em caráter
absoluto, a analogia no direito penal, seja para criar tipo penal incriminador, seja para fundamentar
ou alterar a pena.
COMENTÁRIOS
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Item errado, pois em Direito Penal a analogia só é vedada quando prejudicial ao réu, a chamada
analogia in malam partem (para criminalizar conduta não prevista como crime, aumentar penas,
etc.); quando benéfica (diminuir pena, descriminalizar conduta, etc.), a analogia é permitida em
Direito Penal (analogia in bonam partem).
GABARITO: ERRADO
COMENTÁRIOS
Item correto, pois se a conduta não foi efetivamente descriminalizada, não houve abolitio criminis.
Se a conduta continua sendo criminalizada em outro tipo penal (ex.: passou do artigo X para o
artigo Y), temos o fenômeno da continuidade típico-normativa.
GABARITO: Correta
10. (CESPE – 2018 – EMAP – ADVOGADO) A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item
a seguir.
No ordenamento jurídico brasileiro, é adotada a teoria da ubiquidade quando se fala do tempo
do crime, ou seja, o crime é considerado praticado no momento da ação ou da omissão.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o CP adota a teoria da ATIVIDADE para definir o tempo do crime, conforme art.
4º do CP, estabelecendo que se considera praticado o delito no momento da conduta (ação ou
omissão), ainda que outro seja o momento do resultado.
GABARITO: Errada
11. (CESPE – 2018 – EMAP – ADVOGADO) A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item
a seguir.
Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de navio que esteja a serviço do governo
brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada em território estrangeiro.
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COMENTÁRIOS
Item correto, pois se o navio está a serviço do governo brasileiro, é considerado como extensão
do território nacional, ONDE QUER QUE SE ENCONTRE, conforme art. 5º, §1º do CP:
Art. 5º - (...)
Isto posto, um crime cometido dentro deste navio será considerado um crime praticado NO
TERRITÓRIO NACIONAL, estando sujeito, portanto, à lei penal brasileira.
GABARITO: Correta
12. (CESPE – 2018 – EMAP – ADVOGADO) A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item
a seguir.
Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro de 2011 e fim
em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração legislativa que agravou
a pena do crime por ele cometido. Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê
pena mais benéfica em atenção ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois se o crime é permanente, e perdurou de fevereiro a dezembro de 2011, durante
TODO ESTE PERÍODO o crime esteve sendo praticado (período de permanência). Assim, a lei
nova mais grave, ao entrar em vigor em NOVEMBRO de 2011, entrou em vigor DURANTE o crime,
e não depois do crime, motivo pelo qual é aplicável ao crime em curso. Não se trata de
“retroatividade da lei gravosa”, pois a lei mais grave, neste caso, não é posterior ao crime. Trata-
se do entendimento do STF por meio da súmula 711.
GABARITO: Errada
13. (CESPE – 2018 – EBSERH – ADVOGADO) Com referência à lei penal no tempo, ao erro
jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos da infração penal, julgue o item que se
segue.
Situação hipotética: Um crime foi praticado durante a vigência de lei que cominava pena de multa
para essa conduta. Todavia, no decorrer do processo criminal, entrou em vigor nova lei, que,
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revogando a anterior, passou a atribuir ao referido crime a pena privativa de liberdade. Assertiva:
Nessa situação, dever-se-á aplicar a lei vigente ao tempo da prática do crime.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois se após a prática do delito entrou em vigor nova lei penal MAIS GRAVE (pois
passou a prever pena privativa de liberdade, que não era antes prevista), a lei vigente à época do
crime é aplicável, não sendo aplicável a lei nova, por se tratar de lei penal nova mais gravosa.
GABARITO: Correta
14. (CESPE – 2018 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Tendo como referência a jurisprudência
sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade
penal, aplicação da lei penal e institutos.
Tratando-se de crimes permanentes, aplica-se a lei penal mais grave se esta tiver vigência antes
da cessação da permanência.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois se o crime é permanente, a lei nova mais grave, ao entrar em vigor DURANTE
a prática do crime, é aplicável ao crime em curso. Não se trata de “retroatividade da lei gravosa”,
pois a lei mais grave, neste caso, não é posterior ao crime. Trata-se do entendimento do STF por
meio da súmula 711.
GABARITO: Correta
15. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE) Depois de adquirir um revólver calibre 38,
que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em
desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado
em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido
à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei que diminua a pena
para o crime de receptação, ele não poderá se beneficiar desse fato, pois o direito penal brasileiro
norteia-se pelo princípio de aplicação da lei vigente à época do fato.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois José será beneficiado pela nova lei, já que será uma lei nova mais benéfica, e a
lei penal nova mais benéfica é dotada de eficácia RETROATIVA (aplica-se aos fatos anteriores), na
forma do art. 2º, § único do CP.
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GABARITO: Errada
COMENTÁRIOS
A lei penal tem eficácia retroativa apenas quando for benéfica ao agente, na forma do art. 2º, §
único do CP. Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra A traz uma situação em que a lei
nova foi mais benéfica ao agente, pois descriminalizou a conduta.
17. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL DE INTELIGÊNCIA) À luz do Código Penal, julgue o item
que se segue.
No caso de entrar em vigor lei penal que inove o ordenamento jurídico ao prever como crime
conduta até então considerada atípica, será aplicada a retroatividade.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a lei penal tem eficácia retroativa apenas quando for benéfica ao agente, na
forma do art. 2º, § único do CP. No caso narrado no enunciado a lei nova foi mais gravosa, pois
criminalizou uma conduta que, até então, não era considerada criminosa (conduta atípica).
18. (CESPE – 2017 – TRF1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Em sete de janeiro de 2017, João praticou
conduta que, à época, configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no
entanto, foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano,
momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de
restrição de direitos.
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Item correto, pois após a prática do delito sobreveio lei penal nova, mais benéfica, que será
aplicada ao caso de João, pelo princípio da retroatividade da lei benéfica, nos termos do art. 2º,
§ único do CP.
19. (CESPE – 2017 – TRF1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Em sete de janeiro de 2017, João praticou
conduta que, à época, configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no
entanto, foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano,
momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de
restrição de direitos.
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Item errado, pois o CP adotou, em seu art. 4º, a teoria da atividade com relação ao tempo do
crime, segundo a qual considera-se praticado o delito no momento da conduta, ainda que outro
seja o momento do resultado.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois em direito penal só é vedada a analogia prejudicial ao réu, exatamente por violar
o princípio da legalidade. É admitida, contudo, a analogia favorável ao réu.
21. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) Por adotar a teoria da ubiquidade, o
CP reputa praticado o crime tanto no momento da conduta quanto no da produção do resultado.
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Item errado, pois em relação ao TEMPO do crime o CP adota a teoria da atividade, nos termos de
seu art. 4º, ou seja, considera-se praticado o crime no MOMENTO da prática da CONDUTA, ainda
que outro seja o momento do resultado.
22. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) A lei material penal terá vigência
imediata quando for editada por meio de medida provisória, impactando diretamente a
condenação do réu se a denúncia já tiver sido recebida.
COMENTÁRIOS
Item errado, eis que Medida Provisória não pode, como regra, ser utilizada em matéria penal. O
STF, todavia, entende que é possível a utilização de medida provisória em benefício do réu.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a lei nova mais benéfica será aplicável mesmo que já tenha havido condenação
transitada em julgado, nos termos do art. 2º, § único do CP.
24. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) A novatio legis in mellius só poderá
ser aplicada ao réu condenado antes do trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou
tribunal processante poderá reconhecê-la e aplicá-la.
COMENTÁRIOS
Item ERRADO, pois a lei nova mais benéfica será aplicável mesmo que já tenha havido condenação
transitada em julgado, nos termos do art. 2º, § único do CP.
No caso de ser aplicada após o trânsito em julgado, caberá ao Juiz da execução penal a aplicação
da lei nova (súmula 611 do STF).
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25. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) Ainda que se trate de crime
permanente, a novatio legis in pejus não poderá ser aplicada se efetivamente agravar a situação
do réu.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois em se tratando de crime permanente a lei nova prejudicial ao réu pode ser
aplicada ao crime, DESDE QUE entre em vigor antes de terminar a execução do delito (antes de
cessar a permanência), pois neste caso não estará havendo retroatividade da lei nova.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois apesar de essa ser a definição do princípio da anterioridade, a lei penal PODERÁ
RETROAGIR quando for BENÉFICA ao infrator, nos termos do art. 5º, XL da Constituição Federal.
27. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE – ADAPTADA) É possível que uma lei penal mais benigna
alcance condutas anteriores à sua vigência, seja para possibilitar a aplicação de pena menos
severa, seja para contemplar situação em que a conduta tipificada passe a não mais ser crime.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a lei penal nova mais benéfica será sempre retroativa, quando amenize a
situação do infrator ou quando descriminalize a conduta, nos termos do art. 2º, § único do CP.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois embora seja possível a aplicação da lei penal brasileira nestes casos (desde que
cumpridos determinados requisitos), isso se dará pelo princípio da DEFESA ou PROTEÇÃO.
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COMENTÁRIOS
Item errado, pois a aplicação da lei penal, neste caso, se dará em razão do princípio da
personalidade ativa, nos termos do art. 7º, II, b, do CP.
COMENTÁRIOS
Neste caso, de acordo com o art. 7º, II, “c” do CP, é possível a aplicação da lei penal brasileira, e
isso se dará em razão do princípio da representação (também chamado de princípio da bandeira,
ou pavilhão).
COMENTÁRIOS
De fato, o princípio da Justiça Universal prega que, em relação a determinados delitos (em relação
aos quais será aplicável o princípio), será possível a aplicação da penal brasileira,
independentemente do local em que foi praticado o delito e da nacionalidade do agente. No
Brasil, tal princípio foi adotado em relação a art. 7º, II, “a” do CP, que diz:
(...)
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a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)”
É certo que existem algumas condições para que a Lei penal seja aplicada neste caso (conforme
expressamente previsto no art. 7º, §2º do CP), eis que se trata de hipótese de extraterritorialidade
condicionada.
Contudo, a despeito de existirem condições à aplicação da Lei Penal, nenhuma delas está
relacionada à nacionalidade do agente ou ao local em que foi praticado o crime. Tais circunstâncias
são irrelevantes, desde que se trate de crime “que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou
a reprimir”.
==14f88c==
Assim, podemos concluir que a afirmativa está correta (Ver, por todos: DIAS, Jorge de Figueiredo.
Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo I, p. 226/227; MAYRINK
DA COSTA, Álvaro. Direito Penal: volume 1 – parte geral. 8º Edição. Rio de Janeiro: Ed. Forense,
2009, p. 557 e CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7º edição. Ed.
Juspodivm. Salvador, 2015, p. 117).
Poder-se-ia sustentar que a aplicação da Lei Penal brasileira, em relação ao crime de genocídio,
fica condicionada ao fato de se tratar de agente brasileiro ou domiciliado no Brasil. Contudo, em
relação a tal hipótese, não há consenso doutrinário, havendo quem sustente que neste caso se
adota o princípio da proteção, e outros que sustentam ter sido adotado o princípio do domicílio
ou nacionalidade ativa.
A Banca considerou tal afirmativa como ERRADA, mas deveria ser CORRETA.
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Item errado, pois neste caso não teremos aplicação do princípio da territorialidade, mas da
personalidade ativa. Além disso, a lei penal brasileira não será aplicada no exterior, mas DENTRO
DO BRASIL (o processo tramitará aqui).
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concomitante da pessoa física que agiu em nome da empresa ou em seu benefício, porque a culpa
e o dolo somente podem ser atribuídos à pessoa física.
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Item errado, pois o STF e o STJ passaram a não mais exigir a DUPLA IMPUTAÇÃO no que tange
à responsabilidade penal das pessoas jurídicas.
O STF e o STJ, porém, passaram a adotar entendimento diverso, entendendo que o sistema da
dupla imputação seria dispensável.
34. (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO - ADAPTADA) No Código Penal brasileiro,
adota-se, com relação ao tempo do crime, a teoria da ubiquidade.
COMENTÁRIOS
Item errado. Com relação ao TEMPO do crime o CP adotou a teoria da ATIVIDADE, ou seja,
considera-se praticado o delito no MOMENTO DA CONDUTA (ação ou omissão). Vejamos:
Tempo do crime
35. (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO - ADAPTADA) A lei penal brasileira aplica-
se ao crime perpetrado no interior de navio de guerra de pavilhão pátrio, ainda que em mar
territorial estrangeiro, dado o princípio da territorialidade.
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Item correto, pois o crime, neste caso, foi cometido NO TERRITÓRIO NACIONAL (território
nacional por extensão), nos termos do art. 5º, §1º do CP.
Territorialidade
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Item errado, pois os costumes e os princípios gerais do direito são considerados como fontes
formais MEDIATAS do Direito Penal.
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Item errado, pois a analogia só não é admitida quando prejudicial ao réu, ou seja, apenas não se
admite a analogia in malam partem no Direito Penal.
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Item errado, pois o STF e o STJ entendem não ser possível a combinação de leis penais, de forma
a se extrair uma “terceira lei”, formada a partir da conjugação dos aspectos mais benéficos de
cada lei penal. Deverá ser aplicada, em cada caso, a lei que seja, num aspecto global, mais benéfica
ao agente.
39. (CESPE – 2016 – TCE-SC – AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO) No Código Penal
brasileiro, adota-se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da
omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
COMENTÁRIOS
Item correto. O CP brasileiro adota, como teoria para o LUGAR DO CRIME, a teoria da
Ubiquidade, ou seja, considera-se como lugar do crime (para fins de aplicação da lei penal
brasileira) tanto o lugar em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto o lugar em que
ocorreu ou deveria ocorrer o resultado, nos termos do art. 6º do CP.
40. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III) Em
relação à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, no Código Penal adotaram-se,
respectivamente, as teorias da atividade e da ubiquidade.
COMENTÁRIOS
O item está correto. Com relação ao tempo do crime, adotou-se a teoria da atividade. Com relação
ao lugar do crime, o CP adotou a teoria da ubiquidade. Vejamos os arts. 4º e 6º do CP:
(...)
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41. (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA) Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e
aplicação de penas.
Na hipótese de crime continuado ou permanente, deve ser aplicada a lei penal mais grave se esta
tiver entrado em vigor antes da cessação da continuidade ou da permanência.
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Súmula 711
42. (CESPE – 2013 – TJ-PB – JUIZ LEIGO – ADAPTADA) A respeito dos princípios do direito
penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo, assinale a opção correta.
A lei penal, depois de revogada, não pode continuar a regular fatos ocorridos durante a sua
vigência ou retroagir para alcançar os que tenham ocorrido anteriormente à sua entrada em vigor.
COMENTÁRIOS
Item errado. A Lei penal pode ser ultra ativa (reger fatos praticados durante sua vigência, mesmo
após revogada) bem como pode ser retroativa (reger fatos praticados antes de sua entrada em
vigor). Contudo, tais fenômenos somente poderão ocorrer quando a Lei penal for mais benéfica
ao agente.
43. (CESPE – 2013 – TJ-PB – JUIZ LEIGO – ADAPTADA) A respeito dos princípios do direito
penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo, assinale a opção correta.
No Código Penal (CP), é adotada a teoria da ubiquidade, segundo a qual tanto o momento da
ação quanto o do resultado são relevantes para a definição do momento do crime.
COMENTÁRIOS
Item errado. Com relação ao TEMPO do crime o CP adotou a teoria da ATIVIDADE, ou seja,
considera-se praticado o delito no MOMENTO DA CONDUTA (ação ou omissão). Vejamos:
Tempo do crime
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44. (CESPE – 2013 – TJ-PB – JUIZ LEIGO – ADAPTADA) A respeito dos princípios do direito
penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo, assinale a opção correta.
Em se tratando de crime continuado ou de crime permanente, será aplicada a lei penal mais
benéfica caso surja lei penal mais grave antes da cessação da continuidade ou permanência da
conduta criminosa.
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Se a nova lei penal passa a vigorar ANTES do término da continuidade ou permanência (nos crimes
continuados ou permanentes), isso significa que ela entrou em vigor DURANTE A EXECUÇÃO de
tais crimes e, portanto, poderá ser aplicada. Não há que se falar, aqui, em “retroatividade” da lei
penal maléfica (até porque isso não seria possível), pois a retroatividade é um fenômeno que
pressupõe que a lei nova vigore apenas APÓS a execução do delito.
45. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL) Túlio sequestrou Caio com o intuito de obter
vantagem pecuniária por meio da exigência de resgate. Durante o período em que a vítima
permaneceu presa no cativeiro, entrou em vigor uma nova lei penal que agravou a pena referente
ao crime de extorsão mediante sequestro. Alguns meses depois, a vítima foi solta em virtude do
pagamento do resgate.
Com base nessa situação hipotética e na jurisprudência firmada pelos tribunais superiores, assinale
a opção correta.
a) Se Túlio for condenado por extorsão mediante sequestro, deve ser aplicada a nova lei penal
mais gravosa.
b) Se Túlio for condenado por extorsão mediante sequestro, não se deve aplicar a nova lei penal
mais gravosa, em razão do princípio da irretroatividade da lei penal mais severa.
c) Se Túlio for condenado por extorsão mediante sequestro, aplica-se uma combinação da lei
antiga com a lei nova, para que sejam determinadas as disposições mais favoráveis das duas leis.
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Verbete nº 711
1
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME
PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA
CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.
Assim, deve ser aplicada a Túlio, caso condenado, a lei penal nova, mesmo sendo mais gravosa.
46. (CESPE – 2014 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE) Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um
delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois
de tais fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa situação, o
magistrado terá de se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar
a lei X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y.
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Item errado. Isso porque a Lei X será aplicada naturalmente, pelo princípio da ultra-atividade, já
que o crime fora praticado durante sua vigência e a lei, embora revogada, continuará a reger o
fato.
47. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No que concerne à
lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime impossível,
julgue os itens a seguir.
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A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus
elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora.
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Item errado, pois neste caso teremos o que a Doutrina chama de “continuidade típico-normativa”,
e não abolitio criminis, que pressupõe a expurgação da conduta incriminada do rol de condutas
consideradas como “crime” pela legislação.
48. (CESPE – 2014 – TJDFT – TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA) Em caso de omissão legal, o
uso de analogia não é admitido em direito penal, ainda que seja para favorecer o réu.
4
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Item errado, pois a analogia só não é admitida quando prejudicial ao réu, ou seja, apenas não se
admite a analogia in malam partem no Direito Penal.
COMENTÁRIOS
Item errado. O item está errado porque não há que se falar, aqui, de extraterritorialidade. Isso
porque o crime foi cometido NO TERRITÓRIO NACIONAL (território nacional por extensão), nos
termos do art. 5º, §1º do CP.
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50. (CESPE – 2014 – TJDFT – JUIZ – ADAPTADA) Caso, a bordo de embarcação privada, em
alto-mar, de propriedade de uma organização não governamental que ostente bandeira de país
onde o aborto seja legalizado, um médico brasileiro provoque aborto em uma gestante brasileira,
com seu consentimento, ambos responderão pelo crime de aborto previsto na lei penal brasileira.
COMENTÁRIOS
f
Item errado, pois temos aqui um caso de extraterritorialidade CONDICIONADA. Uma das
condições, nos termos do art. 7º, §2º, “b” do CP é o que se chama de “dupla tipicidade”, ou
“dupla tipificação”. Resumidamente, exige-se que o fato seja punível também no país em que foi
praticado:
(...)
(...)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
(...)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
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Não retroage a lei penal que alterou o prazo prescricional de dois anos para três anos dos crimes
punidos com pena máxima inferior a um ano.
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Item correto. Tal Lei penal é considerada mais gravosa, pois aumentou o prazo prescricional do
delito, ou seja, ampliou o prazo para que o Estado exerça seu jus puniendi. Assim, tal lei penal não
poderá ser aplicada retroativamente.
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Item errado, pois a exposição de motivos não é modalidade de interpretação autêntica, pois não
é realizada pelo próprio texto legal, tratando-se de modalidade de interpretação doutrinária.
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Em se tratando de direito penal, admite-se a analogia quando existir efetiva lacuna a ser
preenchida e sua aplicação for favorável ao réu. Constitui exemplo de analogia a aplicação ao
companheiro em união estável da regra que isenta de pena o cônjuge que subtrai bem
pertencente ao outro cônjuge, na constância da sociedade conjugal.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois a analogia é uma forma de integração da lei penal, e é utilizada quando há
lacuna na lei, ou seja, não há norma penal aplicável à hipótese. A Analogia, porém, só é cabível
quando favorável ao réu, não sendo admitida quando for prejudicial ao acusado.
55. (CESPE/UnB – 2011 – TER-ES – ANALISTA 8 JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A lei penal
que beneficia o agente não apenas retroage para alcançar o fato praticado antes de sua entrada
em vigor, como também, embora revogada, continua a reger o fato ocorrido ao tempo de sua
vigência.
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Estudamos isso quando vimos a lei penal intermediária mais benéfica. Ainda que seja revogada
por outra, mais gravosa, continua a reger os fatos ocorridos durante a sua vigência e anteriormente
à sua vigência.
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A) CORRETA: Os doentes mentais maiores de dezoito anos são sujeitos ativos de infrações penais,
devendo, entretanto, ser avaliada caso a caso a sua imputabilidade.
B) ERRADA: Os mortos, por não serem titulares de direitos, não podem ser sujeitos passivos de
crimes. No caso do crime de vilipêndio a cadáver, os sujeitos passivos são os familiares.
C) ERRADA: A mesma pessoa não pode ser sujeito ativo e sujeito passivo imediato de um mesmo
crime! O direito penal não pune a autolesão! Neste crime, o sujeito passivo imediato é a
seguradora que será lesada com a fraude.
D) ERRADA: O sujeito passivo não é a gestante, mas o nascituro. Portanto, a questão está errada.
Lembrem-se: O Sujeito ativo nunca será o sujeito passivo imediato.
E) ERRADA: O Estado sempre será sujeito passivo mediato do crime. Mesmo nos crimes em que
c
se faculta à vítima à propositura ou não da ação penal, o Estado possui interesse, é sujeito passivo.
57. (CESPE – 2008 – PC/TO – DELEGADO DE POLÍCIA) Considere que um indivíduo seja preso
pela prática de determinado crime e, já na fase da execução penal, uma nova lei torne mais branda
a pena para aquele delito. Nessa situação, o indivíduo cumprirá a pena imposta na legislação
anterior, em face do princípio da irretroatividade da lei penal.
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A lei penal, como qualquer outra lei, em regra, não retroage. Entretanto, a lei penal, quando for
mais benéfica ao réu, irá retroagir, nos termos do art. 5°, XL da Constituição e art. 2, § único do
CP.
58. (CESPE – 2009 – DETRAN/DF – ANALISTA – ADVOCACIA) A lei penal admite interpretação
analógica, recurso que permite a ampliação do conteúdo da lei penal, através da indicação de
fórmula genérica pelo legislador.
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Como estudamos, quando a lei fornece uma hipótese casuística e criminaliza também quaisquer
outras hipóteses idênticas (fórmulas genéricas), o intérprete estará se valendo da interpretação
analógica, que consiste na comparação entre a hipótese exemplificativa e a hipótese que ocorreu,
de fato, no caso concreto.
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Como disse a vocês, por não integrar o texto da lei, as disposições relativas à exposição de motivos
do CP é considerada interpretação doutrinária, não autêntica.
61. (CESPE – 2008 – STF – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Segundo a máxima in
claris cessat interpretatio, pacificamente aceita pela doutrina penalista, quando o texto for
suficientemente claro, não cabe ao aplicador da lei interpretá-lo.
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Embora quando o texto for suficientemente claro não seja necessário nenhum esforço
interpretativo, mesmo nessa hipótese haverá interpretação, que será meramente literal ou
gramatical.
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ao réu, por não se tratar de retroatividade. O STF, inclusive, editou a súmula 711 sobre o tema,
corroborando este entendimento.
63. (CESPE – 2011 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) Sujeito ativo é
aquele que pratica a conduta descrita no tipo penal. Em regra, o sujeito ativo pode ser qualquer
pessoa, independentemente de qualidades ou condições especiais, como, por exemplo, a de
funcionário público no crime de peculato. O sujeito passivo, por sua vez, é o titular do bem jurídico
lesado ou ameaçado de lesão, ou seja, a vítima da ação praticada pelo sujeito ativo.
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A afirmativa está correta, pois o sujeito ativo é a pessoa que pratica a conduta tida como criminosa.
Por sua vez, o sujeito passivo é a pessoa que sofre a lesão praticada pela conduta criminosa, ou
seja, é o titular do direito lesado. O sujeito ativo, em regra, não necessita possuir nenhuma
qualidade especial, mas em determinados crimes isso é exigido. O mesmo se dá em relação ao
sujeito passivo.
64. (CESPE – 2011 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) A lei penal que, de
qualquer modo, beneficie o agente deve retroagir, desde que respeitado o trânsito em julgado
da sentença penal condenatória.
COMENTÁRIOS
A lei penal mais favorável deve retroagir para beneficiar o infrator, ainda que já tenha ocorrido o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Vejamos o § único do art. 2º do CP:
Art. 2º - (...)
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(...)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
(...)
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§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
C) ERRADA: O crime de genocídio será julgado pela lei brasileira mesmo que o agente não seja
brasileiro, desde que resida no Brasil. Vejamos:
(...)
(...)
(...)
(...)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
(...)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
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e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
(...)
66. (CESPE – 2012 – TC/DF – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) A respeito dos crimes
contra a fé pública, dos crimes previstos na Lei de Licitações, bem como dos princípios e conceitos
gerais de direito penal, julgue o item a seguir.
Segundo os princípios que regem a lei penal no tempo, a nova lei penal, independentemente de
ser mais ou menos benéfica ao acusado, será aplicada aos fatos ocorridos a partir do momento de
sua entrada em vigor, mas a lei revogada, desde que mais benéfica ao acusado, continua a ser
aplicada a fato anterior, ou seja, a fato praticado durante o período de sua vigência.
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Toda Lei Penal só pode ter efeitos a partir do momento em que entra em vigor, regendo os fatos
ocorridos após esse momento, no que se chama de princípio da atividade da lei penal, sendo
vedada a RETROATIVIDADE DA LEI PENAL, salvo se esta lei for mais benéfica ao acusado.
Já a lei revogada, por sua vez, perderá a eficácia, a menos que seja mais benéfica que a lei nova,
hipótese na qual continuará a reger os fatos praticados durante sua vigência (ULTRA-ATIVIDADE
DA LEI PENAL).
A redação da questão é meio truncada, de forma que dá para entender que a primeira parte
estaria incorreta, na medida em que diz que a lei nova não retroagirá em hipótese alguma, o que
é um erro.
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No entanto, parece que a Banca interpretou a questão de outra forma, entendendo que a primeira
parte da questão e a segunda parte estão interligadas, de maneira que a segunda trata de lei nova
mais prejudicial, sendo a lei antiga mais benéfica, o que daria legitimidade para se considerar
como correta a primeira parte da questão e, por consequência, a questão toda.
67. (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A respeito da aplicação da lei penal, dos
princípios da legalidade e da anterioridade e acerca da lei penal no tempo e no espaço, julgue o
seguinte item.
Ocorrendo a hipótese de novatio legis in mellius em relação a determinado crime praticado por
uma pessoa definitivamente condenada pelo fato, caberá ao juízo da execução, e não ao juízo da
condenação, a aplicação da lei mais benigna.
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68. (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Acerca da parte geral do direito penal,
julgue o item seguinte.
Em caso de abolitio criminis, a reincidência subsiste, como efeito secundário da infração penal.
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A abolitio criminis faz desaparecer todos os efeitos penais da condenação, inclusive a reincidência.
Vejamos o art. 2º do CP:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
69. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL) No que se refere à aplicação da lei penal, assinale
a opção correta.
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COMENTÁRIOS:
C) ERRADA: A abolitio criminis ocorre com uma legislação descriminalizando determinada conduta
tida como penal. O art. 107, III, do CP afirma que, de fato, a retroatividade de lei que não mais
considera o fato como criminoso É CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE. No entanto, os efeitos
extrapenais da condenação devem ser mantidos, pois a abolitio criminis só extingue os efeitos
penais da conduta. Vejamos o art. 2º do CP: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
D) ERRADA: A questão foi considerada errada pela Banca, pois a Jurisprudência dominante, de
fato, não admite a combinação de leis penais para se extrair uma terceira lei, que seria a mais
benéfica ao acusado.
E) CORRETA: Sim, a Teoria da Atividade é a que define o tempo em que o fato típico veio a
ocorrer, o que é muito importante para se definir qual lei aplicar ao caso. Nesse sentido, a Teoria
da Atividade está assentada no art. 4º do CP, o qual dispõe que considera-se praticado o crime
no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
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70. (CESPE - 2013 - STF - AJAJ) Acerca dos princípios gerais que norteiam o direito penal, das
teorias do crime e dos institutos da Parte Geral do Código Penal brasileiro, julgue os itens a seguir.
Considere que Manoel, penalmente imputável, tenha sequestrado uma criança com o intuito de
receber certa quantia como resgate. Um mês depois, estando a vítima ainda em cativeiro, nova lei
entrou em vigor, prevendo pena mais severa para o delito. Nessa situação, a lei mais gravosa não
incidirá sobre a conduta de Manoel.
COMENTÁRIOS
A afirmativa é errada, pois a lei nova, neste caso, passou a vigorar DURANTE a consumação do
delito, ou seja, ela PODE ser aplicada, pois não há retroatividade neste caso. Aplica-se, na
hipótese, a súmula nº 711 do STF:
71. (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL) No que concerne
a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e tentadas do crime,
culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem.
A responsabilidade penal da pessoa jurídica, indiscutível na jurisprudência, não exclui a
responsabilidade de pessoa física, autora, coautora ou partícipe do mesmo fato delituoso, o que
caracteriza o sistema paralelo de imputação ou da dupla imputação.
COMENTÁRIOS
Ainda não se pode dizer que tenhamos, aqui, uma “nova” jurisprudência, mas talvez seja o
indicativo de uma jurisprudência futura.
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COMENTÁRIOS
73. (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) Pela
analogia, meio de interpretação extensiva, busca-se alcançar o sentido exato do texto de lei
obscura ou incerta, admitindo-se, em matéria penal, apenas a analogia in bonam partem.
COMENTÁRIOS
O item está errado. Apesar de, de fato, somente se admitir a analogia in bonam partem, a analogia
não é forma de interpretação extensiva, mas meio de integração da lei penal. A analogia é a
utilização de uma norma penal para um caso não previsto por ela, mas que lhe é semelhante. A
interpretação extensiva é a aplicação da lei penal a um caso que ela prevê, mas de forma implícita.
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EXERCÍCIOS DA AULA
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7. (CESPE – 2019 – TJ-PR – JUIZ SUBSTITUTO) Nas disposições penais da Lei Geral da Copa,
foi estabelecido que os tipos penais previstos nessa legislação tivessem vigência até o dia 31 de
dezembro de 2014.
Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele
decorrentes, julgue o item que se segue.
A norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito, razão por que é proibida, em caráter
absoluto, a analogia no direito penal, seja para criar tipo penal incriminador, seja para fundamentar
ou alterar a pena.
9. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL - DELEGADO) Em cada item a seguir, é apresentada
uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base na legislação de
regência e na jurisprudência dos tribunais superiores a respeito de execução penal, lei penal no
tempo, concurso de crimes, crime impossível e arrependimento posterior.
Manoel praticou conduta tipificada como crime. Com a entrada em vigor de nova lei, esse tipo
penal foi formalmente revogado, mas a conduta de Manoel foi inserida em outro tipo penal. Nessa
situação, Manoel responderá pelo crime praticado, pois não ocorreu a abolitio criminis com a
edição da nova lei.
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10. (CESPE – 2018 – EMAP – ADVOGADO) A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item
a seguir.
No ordenamento jurídico brasileiro, é adotada a teoria da ubiquidade quando se fala do tempo
do crime, ou seja, o crime é considerado praticado no momento da ação ou da omissão.
11. (CESPE – 2018 – EMAP – ADVOGADO) A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item
a seguir.
Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de navio que esteja a serviço do governo
brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada em território estrangeiro.
12. (CESPE – 2018 – EMAP – ADVOGADO) A respeito da aplicação da lei penal, julgue o item
a seguir.
Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro de 2011 e fim
em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração legislativa que agravou
a pena do crime por ele cometido. Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê
pena mais benéfica em atenção ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
13. (CESPE – 2018 – EBSERH – ADVOGADO) Com referência à lei penal no tempo, ao erro
jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos da infração penal, julgue o item que se
segue.
Situação hipotética: Um crime foi praticado durante a vigência de lei que cominava pena de multa
para essa conduta. Todavia, no decorrer do processo criminal, entrou em vigor nova lei, que,
revogando a anterior, passou a atribuir ao referido crime a pena privativa de liberdade. Assertiva:
Nessa situação, dever-se-á aplicar a lei vigente ao tempo da prática do crime.
14. (CESPE – 2018 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Tendo como referência a jurisprudência
sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade
penal, aplicação da lei penal e institutos.
Tratando-se de crimes permanentes, aplica-se a lei penal mais grave se esta tiver vigência antes
da cessação da permanência.
15. (CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE) Depois de adquirir um revólver calibre 38,
que sabia ser produto de crime, José passou a portá-lo municiado, sem autorização e em
desacordo com determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado
em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, José foi conduzido
à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei que diminua a pena
para o crime de receptação, ele não poderá se beneficiar desse fato, pois o direito penal brasileiro
norteia-se pelo princípio de aplicação da lei vigente à época do fato.
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18. (CESPE – 2017 – TRF1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Em sete de janeiro de 2017, João praticou
conduta que, à época, configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no
entanto, foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano,
momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de
restrição de direitos.
19. (CESPE – 2017 – TRF1 – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Em sete de janeiro de 2017, João praticou
conduta que, à época, configurava crime punível com prisão. O resultado desejado pelo autor, no
entanto, foi alcançado somente dois meses depois, ou seja, em sete de março do mesmo ano,
momento no qual a conduta criminosa tinha previsão de ser punida com pena menos grave, de
restrição de direitos.
21. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) Por adotar a teoria da ubiquidade, o
CP reputa praticado o crime tanto no momento da conduta quanto no da produção do resultado.
22. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) A lei material penal terá vigência
imediata quando for editada por meio de medida provisória, impactando diretamente a
condenação do réu se a denúncia já tiver sido recebida.
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24. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) A novatio legis in mellius só poderá
ser aplicada ao réu condenado antes do trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou
tribunal processante poderá reconhecê-la e aplicá-la.
25. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) Ainda que se trate de crime
permanente, a novatio legis in pejus não poderá ser aplicada se efetivamente agravar a situação
do réu.
27. (CESPE – 2016 – PC-PE – AGENTE – ADAPTADA) É possível que uma lei penal mais
benigna alcance condutas anteriores à sua vigência, seja para possibilitar a aplicação de pena
menos severa, seja para contemplar situação em que a conduta tipificada passe a não mais ser
crime.
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concomitante da pessoa física que agiu em nome da empresa ou em seu benefício, porque a culpa
e o dolo somente podem ser atribuídos à pessoa física.
34. (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO - ADAPTADA) No Código Penal brasileiro,
adota-se, com relação ao tempo do crime, a teoria da ubiquidade.
35. (CESPE – 2016 – TRT8 – ANALISTA JUDICIÁRIO - ADAPTADA) A lei penal brasileira aplica-
se ao crime perpetrado no interior de navio de guerra de pavilhão pátrio, ainda que em mar
territorial estrangeiro, dado o princípio da territorialidade.
39. (CESPE – 2016 – TCE-SC – AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO) No Código Penal
brasileiro, adota-se a teoria da ubiquidade, conforme a qual o lugar do crime é o da ação ou da
omissão, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
40. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III)
Em relação à aplicação da lei penal no tempo e no espaço, no Código Penal adotaram-se,
respectivamente, as teorias da atividade e da ubiquidade.
41. (CESPE – 2014 – TJ/SE - ANALISTA) Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e
aplicação de penas.
Na hipótese de crime continuado ou permanente, deve ser aplicada a lei penal mais grave se esta
tiver entrado em vigor antes da cessação da continuidade ou da permanência.
42. (CESPE – 2013 – TJ-PB – JUIZ LEIGO – ADAPTADA) A respeito dos princípios do direito
penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo, assinale a opção correta.
A lei penal, depois de revogada, não pode continuar a regular fatos ocorridos durante a sua
vigência ou retroagir para alcançar os que tenham ocorrido anteriormente à sua entrada em vigor.
43. (CESPE – 2013 – TJ-PB – JUIZ LEIGO – ADAPTADA) A respeito dos princípios do direito
penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo, assinale a opção correta.
No Código Penal (CP), é adotada a teoria da ubiquidade, segundo a qual tanto o momento da
ação quanto o do resultado são relevantes para a definição do momento do crime.
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44. (CESPE – 2013 – TJ-PB – JUIZ LEIGO – ADAPTADA) A respeito dos princípios do direito
penal e da aplicação da lei penal no espaço e no tempo, assinale a opção correta.
Em se tratando de crime continuado ou de crime permanente, será aplicada a lei penal mais
benéfica caso surja lei penal mais grave antes da cessação da continuidade ou permanência da
conduta criminosa.
45. (CESPE – 2013 – TJ-PI – TITULAR NOTARIAL) Túlio sequestrou Caio com o intuito de obter
vantagem pecuniária por meio da exigência de resgate. Durante o período em que a vítima
permaneceu presa no cativeiro, entrou em vigor uma nova lei penal que agravou a pena referente
ao crime de extorsão mediante sequestro. Alguns meses depois, a vítima foi solta em virtude do
pagamento do resgate.
Com base nessa situação hipotética e na jurisprudência firmada pelos tribunais superiores, assinale
==14f88c==
a opção correta.
a) Se Túlio for condenado por extorsão mediante sequestro, deve ser aplicada a nova lei penal
mais gravosa.
b) Se Túlio for condenado por extorsão mediante sequestro, não se deve aplicar a nova lei penal
mais gravosa, em razão do princípio da irretroatividade da lei penal mais severa.
c) Se Túlio for condenado por extorsão mediante sequestro, aplica-se uma combinação da lei
antiga com a lei nova, para que sejam determinadas as disposições mais favoráveis das duas leis.
d) O crime de extorsão mediante sequestro consumou-se com o pagamento do resgate.
e) O crime de extorsão mediante sequestro consumou-se com a exigência do resgate.
46. (CESPE – 2014 – POLÍCIA FEDERAL – AGENTE) Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um
delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois
de tais fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa situação, o
magistrado terá de se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar
a lei X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y.
47. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No que concerne à
lei penal no tempo, tentativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime impossível,
julgue os itens a seguir.
A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus
elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma revogadora.
48. (CESPE – 2014 – TJDFT – TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA) Em caso de omissão legal, o
uso de analogia não é admitido em direito penal, ainda que seja para favorecer o réu.
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50. (CESPE – 2014 – TJDFT – JUIZ – ADAPTADA) Caso, a bordo de embarcação privada, em
alto-mar, de propriedade de uma organização não governamental que ostente bandeira de país
onde o aborto seja legalizado, um médico brasileiro provoque aborto em uma gestante brasileira,
com seu consentimento, ambos responderão pelo crime de aborto previsto na lei penal brasileira.
55. (CESPE/UnB – 2011 – TER-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A lei penal
que beneficia o agente não apenas retroage para alcançar o fato praticado antes de sua entrada
em vigor, como também, embora revogada, continua a reger o fato ocorrido ao tempo de sua
vigência.
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D) No crime de auto aborto, a gestante é, ao mesmo tempo e em razão da mesma conduta, autora
do crime e sujeito passivo.
E) O Estado costuma figurar, constantemente, na sujeição passiva dos crimes, salvo, porém,
quando se tratar de delito perquirido por iniciativa exclusiva da vítima, em que não há nenhum
interesse estatal, apenas do ofendido.
57. (CESPE – 2008 – PC/TO – DELEGADO DE POLÍCIA) Considere que um indivíduo seja preso
pela prática de determinado crime e, já na fase da execução penal, uma nova lei torne mais branda
a pena para aquele delito. Nessa situação, o indivíduo cumprirá a pena imposta na legislação
anterior, em face do princípio da irretroatividade da lei penal.
58. (CESPE – 2009 – DETRAN/DF – ANALISTA – ADVOCACIA) A lei penal admite interpretação
analógica, recurso que permite a ampliação do conteúdo da lei penal, através da indicação de
fórmula genérica pelo legislador.
61. (CESPE – 2008 – STF – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Segundo a máxima in
claris cessat interpretatio, pacificamente aceita pela doutrina penalista, quando o texto for
suficientemente claro, não cabe ao aplicador da lei interpretá-lo.
63. (CESPE – 2011 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) Sujeito ativo é
aquele que pratica a conduta descrita no tipo penal. Em regra, o sujeito ativo pode ser qualquer
pessoa, independentemente de qualidades ou condições especiais, como, por exemplo, a de
funcionário público no crime de peculato. O sujeito passivo, por sua vez, é o titular do bem jurídico
lesado ou ameaçado de lesão, ou seja, a vítima da ação praticada pelo sujeito ativo.
64. (CESPE – 2011 – TCU – AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) A lei penal que,
de qualquer modo, beneficie o agente deve retroagir, desde que respeitado o trânsito em julgado
da sentença penal condenatória.
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67. (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) A respeito da aplicação da lei penal, dos
princípios da legalidade e da anterioridade e acerca da lei penal no tempo e no espaço, julgue o
seguinte item.
Ocorrendo a hipótese de novatio legis in mellius em relação a determinado crime praticado por
uma pessoa definitivamente condenada pelo fato, caberá ao juízo da execução, e não ao juízo da
condenação, a aplicação da lei mais benigna.
68. (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Acerca da parte geral do direito penal,
julgue o item seguinte.
Em caso de abolitio criminis, a reincidência subsiste, como efeito secundário da infração penal.
69. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL) No que se refere à aplicação da lei penal, assinale
a opção correta.
a) Em relação ao lugar do crime, o legislador adotou, no CP, a teoria do resultado, considerando
praticado o crime no lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
b) Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia,
mas, nas de multa, não se desconsideram as frações da moeda.
c) A abolitio criminis, que possui natureza jurídica de causa de extinção da punibilidade, conduz à
extinção dos efeitos penais e extrapenais da sentença condenatória.
d) Desde que em benefício do réu, a jurisprudência dos tribunais superiores admite a combinação
de leis penais, a fim de atender aos princípios da ultratividade e da retroatividade in mellius.
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70. (CESPE - 2013 - STF - AJAJ) Acerca dos princípios gerais que norteiam o direito penal, das
teorias do crime e dos institutos da Parte Geral do Código Penal brasileiro, julgue os itens a seguir.
Considere que Manoel, penalmente imputável, tenha sequestrado uma criança com o intuito de
receber certa quantia como resgate. Um mês depois, estando a vítima ainda em cativeiro, nova lei
entrou em vigor, prevendo pena mais severa para o delito. Nessa situação, a lei mais gravosa não
incidirá sobre a conduta de Manoel.
71. (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL) No que concerne
a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e tentadas do crime,
culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem.
A responsabilidade penal da pessoa jurídica, indiscutível na jurisprudência, não exclui a
responsabilidade de pessoa física, autora, coautora ou partícipe do mesmo fato delituoso, o que
caracteriza o sistema paralelo de imputação ou da dupla imputação.
72. (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA) Somente mediante expressa
manifestação pode o agente diplomático renunciar à imunidade diplomática, porquanto o
instituto constitui causa pessoal de exclusão da pena.
73. (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) Pela
analogia, meio de interpretação extensiva, busca-se alcançar o sentido exato do texto de lei
obscura ou incerta, admitindo-se, em matéria penal, apenas a analogia in bonam partem.
GABARITO
1. CORRETA
2. ALTERNATIVA A
3. CORRETA
4. ERRADA
5. CORRETA
6. ERRADA
7. ALTERNATIVA B
8. ERRADA
9. CORRETA
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10. ERRADA
11. CORRETA
12. ERRADA
13. CORRETA
14. CORRETA
15. ERRADA
16. ALTERNATIVA A
17. ERRADA
18. CORRETA
19. ERRADA
20. ERRADA
21. ERRADA
22. ERRADA
23. CORRETA
24. ERRADA
25. ERRADA
26. ERRADA
27. CORRETA
28. ERRADA
29. ERRADA
30. CORRETA
31. ERRADA (QUESTIONÁVEL)
32. ERRADA
33. ERRADA
34. ERRADA
35. CORRETA
36. ERRADA
37. ERRADA
38. ERRADA
39. CORRETA
40. CORRETA
41. CORRETA
42. ERRADA
43. ERRADA
44. ERRADA
45. ALTERNATIVA A
46. ERRADA
47. ERRADA
48. ERRADA
49. ERRADA
50. ERRADA
51. CORRETA
04478374430 - 1374348
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52. CORRETA
53. ERRADA
54. CORRETA
55. CORRETA
56. ALTERNATIVA A
57. ERRADA
58. CORRETA
59. ERRADA
60. ERRADA
61. ERRADA
62. CORRETA
63. CORRETA
64. ERRADA
65. ALTERNATIVA D
66. CORRETA
67. CORRETA
68. ERRADA
69. ALTERNATIVA E
70. ERRADA
71. CORRETA
72. ERRADA
73. ERRADA
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