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Habilidades Sociais Infantis Comparações Por Gêner

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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Habilidades sociais infantis: comparações por gênero,


idade e características escolares

Children's social skills: comparison by gender, age and school


characteristics

Habilidades sociales de niños: comparación por género, edad y


características escolares

Thaciana Araujo da Silva*


Universidade Federal do Pará – UFPA, Pará, Brasil

Lília Iêda Chaves Cavalcante**


Universidade Federal do Pará – UFPA, Pará, Brasil

RESUMO
Habilidades sociais podem variar ao longo do desenvolvimento do indivíduo
em razão de características pessoais e escolares. Neste estudo verificou se
há diferenças nas médias de habilidades sociais em dois grupos de crianças
de acordo com gênero, idade, ano escolar, presença de dificuldades de
aprendizagem e problemas de comportamento. Participaram 81 crianças,
entre seis e doze anos, alunos do segundo ao quinto ano do Ensino
Fundamental e nove professores. Utilizou-se o Inventário Multimídia de
Habilidades Sociais de Crianças - Del Prette (IMHSC-Del Prette). Os
resultados indicaram que crianças com idades entre seis e oito anos e alunos
no segundo ano escolar, são propensas a apresentar médias inferiores de
habilidades sociais em relação àquelas entre nove a doze, que cursavam o
terceiro ao quinto ano. Não houve diferenças significativas para dificuldades
de aprendizagem e problemas de comportamento. Aponta-se que idade e
ano escolar foram preditivos para presença de baixas habilidades sociais na
amostra investigada, entretanto ressalta-se a necessidade de conhecer
características do contexto de desenvolvimento das crianças por entender
que padrões culturais de relações influenciam na presença ou ausência de
adequado repertório social. Outras medidas de avaliação comportamental
devem ser aplicadas em pesquisas futuras no contexto pesquisado.
Palavras-chave: habilidades sociais, crianças, escolares.

ABSTRACT
Social skills can vary over an individual's development because of personal
and school characteristics. This study examined whether there are
differences in means between social skill in two groups of children according
to gender, age, school year, the presence of learning disabilities and
behavior problems. Participants included 81 children between the ages of six
and twelve, elementary school students and nine teachers. The Multimedia
Social Skills Inventory of Children- Del Prette (IMHSC-Del Prette) was used.
The results indicated that children between the ages of six and eight years

ISSN 1808-4281
Estudos e Pesquisas em Psicologia Rio de Janeiro v. 17 n. 2 p. 616-634 2017
Thaciana Araujo da Silva, Lília Iêda Chaves Cavalcante

old and students in the second year of school are likely to present lower
mean social skills compared to those between nine and twelve, who were in
the third to fifth school year. There were no significant differences for
learning difficulties and behavior problems. It is pointed out that age and
school year were predictive of the presence of low social skills for the sample
investigated, however it is necessary to know the characteristics of the
children's development context because it’s understand that cultural
patterns of relationships influence the presence or absence of adequate
social repertoire. Other measures of behavioral evaluation should be applied
in future research in the researched context.
Keywords: social skills, children, students.

RESUMEN
Las habilidades sociales pueden variar a lo largo del desarrollo de un
individuo debido a las características personales y escolares. Este estudio
examinó si existen diferencias en las medias de las habilidades sociales en
dos grupos de niños de acuerdo al sexo, edad, año escolar, presencia de
dificultades de aprendizaje y problemas de conducta. Participaron 81 niños,
entre seis y doce años, estudiantes del quinto año de la escuela primaria y
nueve profesores. Se utilizó el Inventario Multimedia de Habilidades Sociales
de Niños-Del Prette (IMHSC-Del Prette). Los resultados indicaron que los
niños de seis y ocho años, y cursando el segundo año de la escuela, es
probable que tengan medias más bajas de habilidades sociales en
comparación con los de nueve a doce, que estaban en el tercer al quinto año.
No hubo diferencias significativas en las dificultades de aprendizaje y
problemas de conducta. Señala que la edad y el año escolar son predictivos
de la presencia de bajas habilidades sociales en la muestra investigada, sin
embargo, hace la necesidad de conocer las características del desarrollo de
los niños del contexto por entender que los patrones culturales de las
relaciones influyen en la presencia o ausencia de adecuados repertorio social.
Otras medidas de evaluación del comportamiento se deben aplicar en el
futuro en la investigación en este contexto.
Palabras clave: habilidades sociales, niños, estudiantes.

Introdução

As pesquisas que descrevem e classificam as habilidades sociais de


indivíduos e grupos, assim como os programas de treinamento para a
aquisição de repertórios comportamentais têm evidenciado a
importância de se conhecer de forma contextualizada essas
habilidades por constituírem-se importantes aspectos do
desenvolvimento humano. O termo habilidades sociais pode ser
definido por um conjunto de diferentes classes de comportamentos
sociais do repertório de um indivíduo, os quais contribuem para
competência social e favorecem um relacionamento saudável e
produtivo com as demais pessoas (Del Prette & Del Prette, 2009). A
competência social, por sua vez, é a capacidade de articular
sentimentos, pensamentos e ações em função de objetivos pessoais e
de demandas da situação e da cultura, gerando consequências
positivas para o próprio indivíduo e para a sua relação com as outras

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pessoas (Del Prette & Del Prette, 2009; Gresham, 2009). Segundo
Caballo (2012), o comportamento socialmente hábil é aquele que
engloba um conjunto de comportamentos emitidos pelo indivíduo, em
um contexto interpessoal, que expressa atitudes, sentimentos,
desejos e opiniões ou direitos, de forma adequada às situações
colocadas no convívio social, tornando-o eficaz na resolução de
problemas imediatos, minimizando a probabilidade de problemas
futuros.
Pode-se entender as habilidades sociais no centro de um contínuo em
que, de um lado, estão reações não-habilidosas passivas que são
comportamentos que se expressam de forma encoberta, tais como
ansiedade, mágoa, ressentimento e/ou esquiva ou fuga de demandas
interpessoais e em situações conflituosas, e, de outro, estão as
reações não-habilidosas ativas que são comportamentos que se
expressam de forma aberta, como agressividade verbal ou física,
ironia e coerção (Del Prette & Del Prette, 2005). Além disso, admite-
se que as habilidades sociais da pessoa em desenvolvimento e do seu
contexto relacional e cultural atuam conjuntamente exercendo
influência sobre o seu repertório social em formação (Del Prette & Del
Prette, 2009). Por exemplo, a variável gênero tem sido associada a
um repertório adequado de habilidades sociais, como indicam os
estudos de Fumo (2009), Garaigordobil e Maganto (2011) e Valle e
Garnica (2009).
Segundo a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano
(Bronfenbrenner 1996, 2011), características biopsicológicas da
pessoa, tais como idade, gênero, etnia, e aparência física, sofrem
interferências de valores, crenças e papéis sociais que permeiam o
contexto que a pessoa interage (Leme, Del Prette, Koller & A. Del
Prette, 2015). Assim, pesquisas evidenciaram a predominância de
reações não-habilidosas passivas e maiores médias de reações
habilidosas em crianças do gênero feminino, enquanto que em
relação ao gênero masculino foram observadas mais frequentemente
reações não-habilidosas ativas.
Nessas pesquisas, foram utilizados por Fumo (2009), Valle e Garnica
(2009), Garaigordobil e Maganto (2011) o Social Skills Rating System
(SSRS) e o IMHS-Del Prette, respectivamente, além de outros
instrumentos para a avaliação de empatia, atitudes sobre conflitos e
estilos adotados para sua resolução. Na mesma direção, o estudo
longitudinal de Pizato, Marturano e Fontaine (2014) encontrou
também diferenças dos valores de habilidades sociais, sendo as
meninas classificadas como mais habilidosas socialmente que os
meninos, quando em idade escolar, e foram avaliadas pelo SSRS-
versão professor, ao longo de três anos.
As diferenças entre as médias de habilidades sociais de crianças e
outras categorias de participantes de acordo com a sua condição de
gênero, levam em consideração fatores culturais dos ambientes

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principais em que a criança se desenvolve, como a família e a escola,


pois as relações estabelecidas nesses meios interferem nas
expectativas sociais de desempenho de papéis colocados aos meninos
e às meninas (Abdi, 2010; Anme et al.,2010; Caballo, 2012).
Outra característica pessoal relacionada às habilidades sociais é a
idade (Bolsoni-Silva, Marturano & Freiria, 2010; Garaigordobil &
Maganto, 2011; Sabol & Pianta, 2011; Welsh et al, 2001). Tais
estudos mostram que crianças em idade pré-escolar (4 e 5 anos)
apresentam menos habilidades sociais quando comparadas a
amostras de escolares e adolescentes, apontando que ganhos no
repertório socialmente habilidoso se acentuam conforme o
amadurecimento psicológico e da autorregulação emocional da
criança (Bolsoni-Silva et al., 2010; Montroy, Bowles, Skibbe & Foster,
2014).
No que diz respeito às características escolares que podem afetar as
habilidades sociais encontram-se desempenho acadêmico e
dificuldades de aprendizagem (Arnold et al., 2012; Feitosa, Del Prette,
Del Prette, & Loureiro, 2011; Fram, Kim, & Sinha, 2012) que
contribuem para a discussão existente na educação sobre o fracasso
escolar (Del Prette & Del Prette, 2003). Crianças com dificuldades
socioemocionais com menor repertório de habilidades sociais, sendo
passivas ou agressivas nas suas relações com colegas de turma e
com professores, apresentam muitas vezes dificuldades de
aprendizagem, pois deixam de emitir comportamentos apropriados ao
processo de ensino-aprendizagem durante as aulas. Como exemplo,
citam-se os seguintes comportamentos: orientar-se para a tarefa,
ignorando interrupções; participar nas discussões em classe; seguir
regras ou instruções orais; observar e prestar atenção; aguardar a
vez para falar; oferecer, solicitar e agradecer ajuda; fazer e
responder perguntas (Del Prette & Del Prette, 2005, 2009).
Assim, estudos com variáveis escolares feitos por Barreto, Freitas e
Del Prette (2011) e Feitosa et al. (2011) procuraram avaliar a relação
entre dificuldades de aprendizagem e desempenho acadêmico com o
repertório de habilidades sociais observado, concluindo que a
presença de repertório social adequado tem relações com o
desempenho escolar de crianças, ou seja, quanto menores as
dificuldades de aprendizagem e de desempenho acadêmico
apresentados, maiores as habilidades sociais. Um estudo longitudinal
que acompanhou, por nove anos crianças da pré-escola ao oitavo ano,
conduzido por Caemmerer e Kaith (2015), investigou se as
habilidades sociais produziram efeito no desempenho acadêmico ou
se o desempenho acadêmico é que teria impacto sobre as habilidades
sociais. Esse estudo encontrou nos modelos testados que há
reciprocidade dos efeitos entre habilidades sociais e desempenho
acadêmico (leitura e matemática) em crianças acompanhadas no
período escolar por nove anos. Os autores apontam que uma das

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habilidades que os estudantes podem ter desenvolvido seriam as


habilidades de resolução de conflitos que tem uma relação direta na
qualidade de interação entre pares e professores e favorece um apoio
escolar. A relação de altas habilidades sociais e baixo desempenho
acadêmico ocorre no sentido de que a criança emita comportamentos
que favorecem sua aprendizagem e ter interações positivas com seus
pares e professores, como por exemplo, realizar perguntas quando
possui dúvida, seguir regras e ajudar o colega na tarefa (Del Prette &
Del Prette, 2005, 2009).
Outra questão investigada nesta área de pesquisa são as possíveis
associações entre habilidades sociais e problemas de comportamento,
expressos tanto de forma externalizante quanto internalizante
(Bolsoni-Silva et al., 2010; Feitosa et al., 2011; Casali-Robalinho, Del
Prette & Del Prette, 2015). Esses estudos indicaram a presença
predominante de correlações negativas, isto é, verificou-se que
quanto menor a média de habilidades sociais maior a incidência de
problemas de comportamento. O estudo longitudinal de Pizato et al.
(2014) apontou tendência ao aumento das médias obtidas ao longo
dos três anos escolares pesquisados. Ou seja, aumentaram as
habilidades sociais e diminuíram os problemas de comportamento
entre os escolares com o avanço dos anos. Pelo exposto, parece
haver uma estreita relação entre medidas de desempenho social e
variáveis escolares, tais como habilidades de leitura e escrita (Molina
& Del Prette, 2006; Sabol & Pianta, 2011), dificuldades de
aprendizagem (Barreto et al., 2011; Feitosa et al., 2011) e problemas
de comportamento (Bolsoni-Silva et al., 2010; Casali-Robalinho et al.,
2015; Feitosa et al., 2011; Pizato et al., 2014).
Entretanto, especificamente em relação ao ano escolar, os estudos
levantados não têm sido tão conclusivos quanto o esperado,
sobretudo quando envolveram crianças no Ensino Fundamental, que
neste caso os estudos citados ainda usavam a nomenclatura “série”
para se referir ao “ano escolar”, utilizado hoje. Saud e Tonelotto
(2005), por exemplo, indicaram que problemas de relacionamento
com colegas e a ocorrência de comportamentos pró-sociais de
classificação ‘normal’ foram predominantes em escolares da 3ª série
(equivalente ao 2º ano escolar). Por sua vez, Bandeira et al. (2006)
notaram que comportamentos considerados problemáticos tornaram-
se menos frequente ao longo das séries escolares, sendo mais
evidentes na 1ª série (2º ano) e menos comuns na 4ª série (5ºano).
Do mesmo modo, quanto maior era o grau de dificuldades de
aprendizagem pela criança, mais alta era a frequência de
comportamentos problemáticos e menores as habilidades sociais
observadas. A despeito disso, Fumo (2009) não encontrou diferença
significativa entre os anos escolares em relação às habilidades sociais
ao comparar grupos de crianças de 1ª à 4ª série divididos em grupos
de baixo e alto desempenho escolar classificados pelos professores.

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Já Pizato et al. (2014) ao verificarem correlações entre habilidades


sociais e ano escolar, encontraram maiores médias entre o 3º e 5º
ano no mesmo grupo de crianças.
As discordâncias destacadas nos estudos de Bandeira et al. (2006),
Fumo (2009), Pizato et al. (2014) e Saud e Tonelotto (2005),
sugerem que o repertório de habilidades sociais pode variar conforme
a série cursada, porém, o quanto essa diferença será significativa
requer investigações sistemáticas e contextualizadas para a sua
compreensão. Supõe-se que cada série tenha suas particularidades
em termos de atividades e conteúdos ensinados, e que a dinâmica
em sala de aula pode interferir na qualidade das relações
estabelecidas, uma vez que cada série é um novo contexto ecológico
de desenvolvimento que exigem ajustes e ampliações de
desenvolvimento de atividades, papéis e relações da criança
(Bronfenbrenner, 1996). Além disso, atenta-se que no delineamento
dos estudos apresentados, embora concordem em alguns resultados,
as formas como as variáveis escolares foram avaliadas com
diferentes instrumentos e informantes (professores, crianças) são
fatores que podem alterar de forma substancial os resultados de
pesquisas realizadas com uma mesma população, por exemplo
(Dinnebeil et al., 2013).
Assim, considerando as possibilidades de papéis, atividades, e
relações que a escola oferece às crianças, percebe-se que este
contexto é fundamental não só para transmissão de conteúdos
disciplinares como por se constituir em um espaço de aprimoramento
de melhorias nas relações interpessoais. Na visão da bioecologia do
desenvolvimento humano (Bronfenbrenner, 2011), o ambiente
escolar deve ser entendido como um microssistema que possibilita a
ampliação de experiências afetivas e a aquisição de conhecimentos,
entre outras razões, posto ser este ambiente um legítimo
representante da cultura da sociedade vivida (Marturano & Loureiro,
2007). Por isso, pesquisadores da área (Arnold et al., 2012; Ashdown
& Bernard, 2012; Arslan, Durmusoglu-Saltali, & Yilmaz, 2011; Dereli,
2009; Moreira et al., 2010; Moreira et al, 2014) têm investido em
programas de intervenção para avaliação e promoção de habilidades
sociais em crianças, principalmente entre pré-escolares. Nesse
sentido, destaca-se a importância da participação de professores para
a prevenção de conflitos entre pares e melhorias no desempenho
acadêmico e na qualidade de relações interpessoais, por exemplo,
Sabol e Pianta (2011) e Molina e Del Prette (2006) identificaram
melhorias em aquisições acadêmicas (leitura e escrita) em grupos de
crianças que participaram de projeto de promoção de habilidades.
Os resultados desses estudos têm encontrado desdobramentos
positivos na expansão do repertório socialmente habilidoso das
crianças, além de diminuição de problemas de comportamento entre
pares a partir da sua exposição a programas de intervenção no

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contexto escolar, sobretudo em áreas como autocontrole, empatia,


assertividade, regulação emocional e estratégias de coping.
Outrossim, parece existir uma preocupação comum entre
pesquisadores da área na atualidade (Bolsoni-Silva et al., 2010;
Dereli, 2009; Sabol & Pianta, 2011): é preciso conhecer as
habilidades sociais infantis de forma sistemática e contextualizada, já
que quanto mais cedo forem detectados possíveis déficits nesse
importante domínio do desenvolvimento, maiores são as chances de
prevenir consequências negativas para os relacionamentos sociais
que a criança irá construir nos primeiros anos e ao longo da vida. Por
isso, torna-se importante compreender as habilidades sociais em sua
complexa ecologia, procurando identificar o quanto características
pessoais e contextuais, com destaque para variáveis relativas ao
ambiente escolar, estariam associadas à presença de um repertório
socialmente habilidoso na infância.
Neste sentido, a partir do que foi apresentado sobre a relação entre
habilidades sociais e aspectos da pessoa e características escolares,
uma forma de investigar possíveis diferenças no repertório social de
crianças de diferentes contextos são os estudos transversais. No caso
do Brasil, os estudos de avaliação de habilidades sociais na região
Norte ainda não são expressivos, sendo importante conhecer se em
Belém, por sua importância política, social e cultural na região, as
crianças seguem essa tendência nacional e internacional, uma vez
que o contexto é um fator importante para a compreensão do
desenvolvimento de habilidades sociais.
Desta maneira, considerando a importância de características
pessoais e variáveis escolares no repertório de habilidades sociais
para o desenvolvimento da criança, o objetivo deste artigo foi
verificar se há diferença entre as médias obtidas por dois grupos de
crianças formados por alunos do segundo ao quinto ano do Ensino
Fundamental na cidade de Belém-PA, em relação ao gênero, idade,
ano escolar, dificuldades de aprendizagem, e problemas de
comportamento.
Este trabalho foi orientado na perspectiva do Modelo Bioecológico do
Desenvolvimento Humano na medida em que investigou possíveis
associações entre variáveis pessoais e contextuais e as habilidades
sociais infantis avaliadas, procurando demonstrar se os resultados
seguem tendências nacional e internacional apontadas na literatura
PSI e quais as particularidades desse quadro em uma região do país
onde este tipo de investigação tem sido ainda pouco estudado.
Considerando-se que escolares do sexo masculino, mais jovens, com
dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento,
tendem a apresentar menores médias de habilidades sociais em
relação aos do sexo feminino, com mais idade, sem dificuldades de
aprendizagem e problemas de comportamento, pretende-se
investigar o quanto esse é um pressuposto válido para alavancar

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estudos na região Norte do Brasil e orientar futuros projetos de


intervenção para promoção de habilidades.

Método

Participantes

Participaram 81 crianças (40 meninos; 41 meninas), com idade entre


6 a 12 anos, alunos do segundo ao quinto ano escolar, e nove
professores vinculados a uma escola de ensino fundamental de
Belém-PA, no Norte do Brasil. Apenas uma criança de seis anos
participou, pois ela estava às vésperas de completar 7 anos. Os
participantes foram selecionados aleatoriamente a partir de um
universo amostral composto por 109 alunos e, em seguida,
organizados em dois grupos, conforme as médias de reações
habilidosas e não-habilidosas obtidas por um instrumento destinado à
avaliação de habilidades sociais infantis.

Instrumentos

Utilizou-se o Inventário Multimídia de Avaliação de Habilidades


Sociais de Crianças - versão impressa (IMHSC-Del Prette), elaborado
por Del Prette e Del Prette (2005), que avalia o repertório de
habilidades sociais a partir dos indicadores de frequência, adequação
e dificuldade de emissão de reações habilidosas de crianças de 7 a 12
anos. Neste estudo foi utilizada somente a versão de autoavaliação e
o indicador de frequência (sempre = 2, às vezes = 1, nunca = 0) das
reações habilidosas e não-habilidosas, cabendo aos professores que
indicassem na ficha de cada criança a presença de dificuldades de
aprendizagem (muita, pouca ou nenhuma), assim como de problemas
de comportamento (muito, pouco ou nenhum). Este instrumento
possui consistência interna aferida pelo alfa de Cronbach de 0,64
para frequência conforme descrito no manual e, para a amostra deste
estudo, o alfa foi de 0,05.

Procedimento de coleta de dados

A coleta de dados realizou-se em uma instituição de ensino de cunho


filantrópico, mas que possui convênio com órgãos governamentais,
que atende crianças de creche, pré-escola até o quinto ano do Ensino
Fundamental. As etapas da pesquisa consistiram em apresentar o
projeto à direção da escola assim como sua autorização. O projeto foi
submetido para avaliação no comitê de Ética e, após sua aprovação,
foi dado início à coleta de dados. Foi enviada aos cuidadores
(responsáveis pelas crianças) uma carta-convite para participarem da

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pesquisa e aqueles que aceitaram assinaram o Termo de


Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
A coleta com as crianças através do IMHSC-Del Prette, aplicada em
dupla de crianças, ocorreu em duas sessões de, aproximadamente,
40 minutos. O local de aplicação foi uma sala isolada de ruídos com
mesas e cadeiras individuais para cada criança e a pesquisadora
apresentava o caderno de questões e solicitava que elas
respondessem. As duplas foram selecionadas por ordem alfabética
conforme a chamada. Foi feita uma instrução clara para as crianças a
fim de que durante a aplicação fossem evitadas conversas ou
comportamentos que prejudicassem o preenchimento da ficha, e
eram lembradas sempre que necessário, entretanto as crianças
mostraram-se interessadas em participar. Após essa etapa, os
professores foram convidados a preencherem na própria ficha de
avaliação do IMHSC-Del Prette no espaço próprio destinado, se havia
presença de dificuldades de aprendizagem (muita, pouca, nenhuma)
e problemas de comportamento (muito, pouco, nenhum) de cada
criança participante.

Análise de dados

Para efeito das análises pretendidas, foram consideradas duas


amostras neste estudo: O Grupo A (n = 33), constituído de crianças
consideradas habilidosas socialmente, foi formado por participantes
que apresentaram simultaneamente “altas médias de reações
habilidosas”, “baixas médias de reações não-habilidosas ativas” e
“não-habilidosas passivas”. O Grupo B (n = 48), grupo avaliado como
não-habilidoso socialmente, foi composto por crianças que
apresentavam as características opostas: “baixas médias de reações
habilidosas”, “altas médias de reações não-habilidosas ativas” e “não-
habilidosas passivas”. A classificação das crianças conforme as
médias das reações habilidosas, não-habilidosas ativas e não-
habilidosas passivas foi feita considerando-se como ponto de corte a
região do desvio interquartílico (entre Percentil 25 e Percentil 75).
Desta forma, as crianças indicadas como tendo baixa pontuação
obtiveram médias menores que o Primeiro Quartil (P25). As crianças
com altas pontuações obtiveram médias maiores que o Terceiro
Quartil (P75), chegando-se ao total de 81 crianças. Desse modo, as
crianças classificadas como pertencentes ao Grupo A (13 meninos, 20
meninas; média de idade 9 anos), portanto, habilidosas socialmente,
foram as que obtiveram valores médios na faixa entre 1,62 e 2,0,
enquanto que aquelas classificadas como não habilidosas,
constituíram o Grupo B (27 meninos, 21 meninas; média de idade 8
anos), e apresentaram valores médios na faixa entre 0,00 e 1,29.
Os dados dos professores foram agrupados em presente (muita ou
pouca dificuldade de aprendizagem; muito ou pouco problemas de

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comportamento) ou ausente (nenhuma dificuldade de aprendizagem


ou nenhum problema de comportamento). Em seguida, esses dados e
as variáveis gênero e ano escolar foram comparados em relação às
medidas de habilidades sociais conforme os grupos de crianças com
maiores e menores médias de habilidades sociais (Grupo A e Grupo B,
respectivamente), utilizando o Teste Qui-Quadrado. O teste U de
Mann-Whitney foi utilizado para a comparação dos grupos em relação
à variável idade, e foi calculada uma regressão logística a fim de
identificar o perfil probabilístico de crianças pertencerem ao grupo B,
a partir do programa estatístico BioEstat versão 5.4.

Considerações Éticas

Esta pesquisa foi aprovada junto ao Comitê de Ética do Núcleo de


Medicina Tropical, sob CAAE de número 10796412.6.0000.5172.

Resultados e Discussão

Os resultados das análises em relação às variáveis gênero, ano


escolar, dificuldades de aprendizagem e problemas de
comportamento estão indicados na Tabela 1.
Em relação ao ano escolar, as médias de habilidades sociais obtidas
pelas crianças do Grupo A e do Grupo B apresentaram diferença
significativa (p = 0,0032). Encontrou-se que crianças com maiores
médias nas habilidades sociais (Grupo A) frequentavam série escolar
mais avançada (4º e 5º ano) o que confirma o estudo realizado por
Bandeira et al. (2006) e Pizato et al., (2014), todavia, contraria os
resultados de Saud e Tonelotto (2005) que apontaram relação
inversa, assim como Fumo (2009) que também não encontrou
diferenças no desempenho social entre crianças de diferentes anos
escolares. Pode-se pensar que conforme o ano cursado pela criança,
as exigências mudam em relação ao papel social de aluno e mais
regras e participação nas atividades são exigidas, o que requer um
maior controle emocional e domínio de habilidades relacionais, além
do crescimento da criança também ocorrer. A atuação em diversos
contextos ecológicos exige da pessoa em desenvolvimento o
desempenho de atividades, papéis e relações progressivamente mais
complexos e isso pode contribuir para um desfecho positivo do seu
amadurecimento como indivíduo através de ganhos socioemocionais
e controle do comportamento (Leme et al., 2015). Entretanto,
percebe-se que a variável ano escolar e suas implicações em termos
do desenvolvimento demandam investigações que sejam sensíveis às
características específicas de cada contexto (Bronfenbrenner, 1996) e
também, aponta-se que efeitos emocionais de experiências
relacionais anteriores ao ensino fundamental, como por exemplo,

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situações estressoras e de aceitação e rejeição entre pares podem


persistir nos anos escolares subsequentes da criança e favorecer ou
dificultar o seu desenvolvimento social (Pizato et al., 2014).

Apesar do fato de as crianças que pertenceram ao Grupo A, fossem


predominantemente do sexo feminino, enquanto que o Grupo B
apresentou maior número de participantes do sexo masculino,
verifica-se que não houve diferença estatisticamente significativa
entre os grupos no que se refere às médias obtidas pelos mesmos.
Este resultado destoa da literatura da área que indica que as meninas
apresentam, geralmente, melhor repertório social em relação aos
meninos (Fumo, 2009; Garaigordobil & Maganto, 2011; Pizato et al.,
2014; Valle & Garnica, 2009). Este resultado talvez possa ser
explicado pela variedade de métodos de pesquisa presente na
literatura PSI (Dinnebeil et al., 2013), que, em muitos casos,
diferenciam-se do que orientou o presente estudo. Nesse sentido,

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admite-se que essa variação metodológica possa explicar a diferença


estatisticamente não significativa entre os grupos de crianças,
segundo a variável sexo. Igualmente é importante ressaltar que as
habilidades sociais são aprendidas conforme modelos e oportunidades
disponíveis no ambiente (Del Prette & Del Prette, 2009; Leme et al,
2015), sendo capazes de provocar variações no desempenho social
de grupos de meninas e meninos quando comparados (Abdi, 2010;
Anme et al.,2010; Caballo, 2012).
Sobre problemas de comportamento e dificuldades de aprendizagem
estes achados discordam dos da literatura apresentada. Para esta
amostra, estas variáveis não variavam conforme maiores ou menores
habilidades sociais apresentadas pelas crianças, por exemplo, se
maiores médias de reações habilidosas, menos seriam as dificuldades
de aprendizagem e problemas de comportamento delas (Bandeira et
al., 2006; Barreto et al., 2011; Caemmerer e Kaith, 2015; Feitosa et
al., 2011; Pizato et al., 2014). Essas divergências também podem ser
em função da forma como as medidas foram coletadas no presente
estudo, que contou apenas com a informação dos professores sobre
cada criança em relação a essas informações, sem que houvesse um
instrumento específico que medisse as dificuldades de aprendizagem
e a incidência de presença de problemas de comportamento
apresentados pelas crianças participantes. Ressalta-se que diferentes
informantes e medidas para avaliação de tais aspectos podem
contribuir para maior compreensão das relações com as habilidades
sociais das crianças (Dinnebeil et al, 2013). Além disso, o contexto
escolar e seus integrantes representam um microssistema de
desenvolvimento que deve disponibilizar práticas pedagógicas que
atendam às necessidades da criança, facilitando o processo ensino-
aprendizagem e desenvolvimento de outras habilidades e
competências sociais.
Assim, a própria promoção de habilidades sociais, neste contexto,
torna-se importante uma vez que outros estudos (Molina & Del Prette,
2006; Sabol & Pianta, 2011) apontam para benefícios na leitura e
desempenho acadêmico em crianças com pontuações elevadas na
avaliação de habilidades sociais e melhora nos relacionamentos entre
pares, com a redução de problemas de comportamentos ao longo das
séries, como apontado por estudos longitudinais como o de Moreira et
al. (2014).
Outra variável que apresentou diferença significativa (p = 0,0008)
entre os grupos foi idade. A distribuição dos dados pessoais pelo
Teste U de Mann-Whitney indicou mediana de nove anos nos
participantes do Grupo A e de oito anos no Grupo B. Sobre a variável
idade, verificou-se que a faixa etária das crianças no Grupo A foi de
seis a oito anos, enquanto que os participantes do Grupo B possuíam
idades a partir de nove anos de idade. Estes resultados são coerentes
com os dados da literatura (Bolsoni-Silva et al, 2010; Garaigordobil &

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Thaciana Araujo da Silva, Lília Iêda Chaves Cavalcante

Maganto, 2011; Sabol & Pianta, 2011; Welsh et al, 2001) que indica
haver um aumento gradual no repertório social habilidoso das
crianças conforme a sua idade avança, por considerar seu maior
amadurecimento psicológico, desenvolvimento de autorregulação
emocional e senso de autonomia em relação aos cuidadores primários
(Bolsoni-Silva et al., 2010; Montroy et al, 2014).
Conforme o Modelo Bioecológico do Desenvolvimento Humano, as
características biopsicológicas sofrem influência do contexto e o
influencia, e são expressas ao longo do tempo através de
estabilidades e mudanças (Bronfenbrenner, 2011). Neste estudo, o
gênero não foi um fator determinante entre os grupos, enquanto a
idade mostrou-se importante nesta amostra para diferenciar o
repertório de habilidades sociais entre as crianças. A partir do que a
literatura aponta, a hipótese deste estudo era encontrar diferenças
entre habilidades sociais entre meninos e meninas e em crianças com
mais idade, sendo meninas mais velhas consideradas mais
habilidosas.
Por meio de análise de regressão logística das variáveis que
apresentaram significância estatística, dispostos na Tabela 2, foi
possível inferir que em crianças com idade entre seis e oito anos e
que cursavam o 2º ano escolar estavam propensas a pertencerem ao
Grupo B (gl = 3; p < 0,0001).

A partir da regressão logística obteve-se que crianças que cursam o


segundo ano e possuem idades entre 6 a 8 anos possuem baixas
médias de habilidades sociais, ou seja, altos índices de reações não-
habilidosas ativas e passivas. Os efeitos dos seus atributos têm
efeitos esperados sobre sua trajetória desenvolvimental, mas
depende provavelmente do grau significativo dos padrões
correspondentes de resposta que eles podem evocar do ambiente da
pessoa (Bronfenbrenner, 2011). Isso quer dizer que a qualidade da
relação estabelecida com as crianças, em determinado contexto e em
determinada idade, afeta o curso do desenvolvimento, e que
envolvem também os aspectos subjetivos envolvidos nessas
interações. Portanto, deve-se considerar que as relações
estabelecidas entre os pares afetam a emissão comportamentais

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Thaciana Araujo da Silva, Lília Iêda Chaves Cavalcante

sociais e que podem ser modificados e aprimorados através de


treinos de habilidades sociais para as crianças (Arnold et al., 2012;
Ashdown & Bernard, 2012; Arslan et al, 2011; Leme et al., 2015;
Moreira et al, 2014).

Considerações finais

Este estudo comparou dois grupos de crianças com repertório


socialmente habilidoso e não-habilidoso, conforme o IMHSC-Del
Prette em relação a aspectos pessoais e escolares. Os resultados
indicaram diferenças significativas no que se refere a variáveis como
idade e ano escolar, identificando o perfil probabilístico de crianças
entre seis a oito anos, estudantes do segundo ano do Ensino
Fundamental de apresentarem baixas médias de habilidades sociais.
Aspectos que traduzem características pessoais das quais depende o
aprendizado e emissão das habilidades sociais podem explicar as
similaridades nos aspectos relacionais, já que individualidades
interagem com e no contexto da criança que é dotado de objetos,
símbolos e pessoas que também agem no ambiente e nas
características de força, demanda e recursos das crianças, conforme
afirmam Bronfenbrenner (1996, 2011) e Del Prette & Del Prette
(2009).
Sobre o aspecto escolar, este estudo confirmou resultados da
literatura no que diz respeito ao repertório de habilidades sociais
inadequado em crianças que frequentam séries iniciais, neste caso,
crianças do segundo ano e que possuem idades entre 6 a 8 anos.
Estas crianças estão numa fase de desenvolvimento em que,
frequentemente, ainda necessitam de outras pessoas adultas para
haver o apaziguamento dos conflitos com pares ou que apresentam
estratégias de resolução de conflitos ineficientes, sendo passivas ou
agressivas.
Uma limitação deste estudo que deve ser apontada diz respeito à
ausência de medidas de avaliação que gerassem um perfil
comportamental da criança, já que o instrumento utilizado foi
autoavaliação de habilidades sociais. Esta forma de avaliação,
embora utilizada na literatura pertinente e com resultados
significativos, pode gerar vieses, visto que é baseada no relato e
autopercepção que a pessoa tem do seu comportamento e não do
observado em situação natural (Bandeira et al, 2006), além de poder
haver falseamento das respostas para informações socialmente
aceitas (Barreto et al., 2011; Del Prette & Del Prette, 2005). Por isso,
há necessidade de outros instrumentos de medidas para maior
compreensão da variável investigada para confrontar os resultados.
Espera-se que os resultados aqui encontrados sejam úteis na
ampliação do olhar sobre habilidades sociais não apenas por

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Thaciana Araujo da Silva, Lília Iêda Chaves Cavalcante

considerar características da vida escolar da criança que já é


amplamente estudada, mas também de características da pessoa e
do processo que facilitam ou dificultam a emissão e aprendizagem
das habilidades sociais, considerando, para tanto, a passagem do
tempo e o contexto em que a criança vive e se relaciona. Isso
significa observar os elementos de atividades, papéis e relações, pois
dependendo de com quem interagem nos seus ambientes primários
(escola e família), da sua complexidade e regularidade podem
influenciar positivamente o desenvolvimento da criança não só
socialmente, mas em outros aspectos do desenvolvimento como o
afetivo, por exemplo.
Portanto, na área das habilidades sociais é interessante que haja uma
avaliação multimodal para compreender melhor os contextos e
fatores relacionados à aquisição, desenvolvimento e manutenção do
repertório de habilidades sociais em crianças. Assim, sugerem-se
pesquisas que busquem outras formas de análises do fenômeno
investigado.
Uma outra sugestão para pesquisas futuras é acompanhar
longitudinalmente as crianças para verificar como se comportam as
variáveis ao longo do desenvolvimento da criança verificando relações
com as características pessoais e escolares investigadas.

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Endereço para correspondência


Thaciana Araujo da Silva
Universidade Federal do Pará – UFPA
Programa de Pós-graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
Rua Augusto Corrêa, 01, Guamá, CEP 66075-110, Belém – PA, Brasil
Endereço eletrônico: thacianaaraujo@yahoo.com.br
Lília Iêda Chaves Cavalcante
Universidade Federal do Pará – UFPA
Programa de Pós-graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
Rua Augusto Corrêa, 01, Guamá, CEP 66075-110, Belém – PA, Brasil
Endereço eletrônico: liliaccavalcante@gmail.com

Recebido em: 23/5/2016


Reformulado em: 30/11/2016
Aceito em: 30/11/2016

Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 616-634, 2017. 633


Thaciana Araujo da Silva, Lília Iêda Chaves Cavalcante

Notas
* Doutoranda e Mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento, UFPA.
** Doutora em Teoria e Pesquisa do Comportamento, UFPA, professora do Programa
de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento, área de concentração da
Ecoetologia.

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