Aula 10
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Deflexo de Vigas
Objetivo: Determinar a equao da curva de deflexo e tambm encontrar deflexes em pontos especficos ao longo do eixo da viga. Importncia: Estruturas estaticamente indeterminadas-Nmero de reaes excede as equaes de equilbrio. Anlise dinmica. Vibraes de aeronaves ou as respostas de edifcios aos terremotos. Equaes Diferenciais da Curva de Deflexo Deflexo de vigas Equaes diferenciais da curva de deflexo Considere uma viga engastada com um carregamento concentrado atuando para cima na extremidade livre.
Figura 1 Curva de deflexo de uma viga engastada. (Gere, 2003) Consideraes: O plano xy um plano de simetria da viga e todos os carregamentos atuam nesse plano (plano de flexo). O material segue a Lei de Hooke e consideramos somente deformaes devido flexo pura. Deflexo - o deslocamento na direo y de qualquer ponto no eixo da viga, como apresenta a Figura 1.b. Como y positivo para cima, ento positivo.
Vamos considerar a curva de deflexo com mais detalhes como mostra a Figura 2.
ngulo de rotao - o ngulo entre o eixo x e a tangente curva de deflexo, como mostra a Figura 2.b. Observaes: positivo no sentido anti-horrio. Notao: ngulo de rotao = ngulo de inclinao = ngulo de declive ngulo de rotao em m2 = +d d - Aumento no ngulo conforme nos movemos do ponto m1 para o ponto m2. ngulo entre as normais as tangentes = d Ponto de interseo entre as normais as tangentes = O (Centro de curvatura)
onde d dado em radianos e ds a distncia ao longo da curva de deflexo entre os pontos m1 e m2. A curvatura dada por:
k= 1 d ds
(2)
Figura 3 Conveno de sinal para a curvatura. (Gere, 2003) A inclinao da curva de deflexo a primeira derivada d dx . Geometricamente, a inclinao da curva de deflexo o incremento d na deflexo (conforme vamos do ponto m1 para o ponto m2) Dividindo pelo incremento dx na distncia ao longo do eixo x. Como dv e dx so infinitesimais tem-se que: d d = tan = arctan
dx dx
(3)
dx d e sen( ) = ds ds
(4)
Essas equaes so vlidas para vigas de qualquer material Vigas com Pequenos ngulos de Rotao Estruturas encontradas na vida diria: Edifcios, Automveis, Aeronaves, navios e etc. Essas estruturas sofrem pequenas variaes na forma enquanto esto em servio e no so percebidas por um observador casual. Dessa forma, a curva de deflexo da maioria das vigas e colunas tem ngulos de rotao muito pequenos, deflexes muito pequenas e curvaturas muito pequenas. De acordo com a Figura 2, se o ngulo de rotao muito pequeno, a curva de deflexo quase horizontal. Dessa forma tem-se que:
ds dx cos = 1
(5) (6)
(7)
(8)
(9)
A expresso (9) vlida para uma viga de qualquer material, com a condio de que as rotaes sejam pequenas. Se o material elstico e linear e segue a Lei de Hooke, a curvatura dada por:
k= 1
M EI
(10)
Em que M o momento fletor e EI a rigidez a flexo da viga. Combinando (9) e (10) produz-se a equao diferencial da curva de deflexo bsica de uma viga.
d 2 M = dx 2 EI
(11)
Essa equao pode ser integrada em cada caso particular para se obter, , M e EI que so funes de x. Equaes adicionais podem ser obtidas a partir das relaes entre o momento fletor M, a fora de cisalhamento V e a intensidade q da carga distribuda, como a seguir:
dV = q dx dM =V dx
(12)
Figura 4 - Convenes de sinais para momento fletor M, fora de cisalhamento V e intensidade q da carga distribuda. (Gere,2003) Vigas No-Prismticas A rigidez a flexo EIx varivel. A eq. (11) torna-se
EI x d 2 =M dx 2
(13)
(14)
(15)
Vigas Prismticas No caso de uma viga prismtica (EI constante), as equaes diferenciais tornam-se:
EI d 2 =M dx 2 EI d 3 =V dx 3 EI d 4 = q dx 4
(16)
Iremos nos referir a essas equaes como a equao do momento fletor, a equao da fora de cisalhamento e a equao do carregamento, respectivamente.
Deflexes por integrao da equao do momento fletor Mtodo de integraes sucessivas d 2 Objetivo: Integrar duas vezes EI 2 = M
dx
1 Integrao ' = d dx 2 integrao deflexo Passos: 1- Escrever as equaes para os momentos fletores da viga 2- Para cada regio da viga substitumos as expresses para M na equao diferencial da elstica e integramos para obter a inclinao 3- Integramos cada equao da inclinao para obter . Observaes: Cada integrao produz uma constante de integrao. As constantes de integrao so obtidas a partir de condies relativas as inclinaes e deflexes. As condies classificam-se em trs categorias. Condies de contorno: relativas s inclinaes e deflexes nos apoios das vigas, como exemplifica a Figura 5 e a Figura 6.
Condies de continuidade - Ocorrem em pontos em que as regies de integrao se encontram como o ponto C da Figura 7.
Figura 7 - Condies de continuidade no ponto C. Condies de simetria Por exemplo, se uma viga simples suporta uma carga uniforme em todo o seu comprimento, sabemos antecipadamente que a inclinao da curva de deflexo no ponto mdio precisa ser zero. 4- Ao se determinar as constantes de integrao, substitui-se nas expresses das deflexes e inclinaes e se obtm as expresses finais para a curva de deflexo. Exerccios: 1. Determine a equao da curva de deflexo para uma viga simples AB suportando um carregamento uniforme de intensidade q atuando por toda a extenso da viga (Figura 8). Determine tambm a deflexo mxima max no ponto mdio da viga e os ngulos de rotao A e B nos apoios. A viga tem comprimento L e rigidez a flexo EI constante.
2. Determine a equao da curva de deflexo para uma viga engastada AB submetida a um carregamento uniforme de intensidade q, Como apresenta a Figura 9.a. Determine tambm o ngulo de rotao B e a deflexo B na extremidade livre, Figura 9.b. A viga tem comprimento L e rigidez constante EI.
3. Uma viga simples AB suporta um carregamento concentrado P atuando nas distncias a e b dos apoios esquerdo e direito, respectivamente como apresenta a Figura 10.a Determine as equaes da curva de deflexo, os ngulos de rotao A e B nos apoios, a deflexo mxima max e a deflexo C no ponto mdio C da viga (Figura 10.b). A viga tem comprimento L e rigidez a flexo EI constante.
(0 x a ) ,
8
v=
(a x L ) , A = Pab(L + b ) , B = Pab(L + a )
6 LEI 6 LEI
( A )max = PL
3 , ocorre quando b = L 27 EI
A deflexo mxima ocorre no ponto D, da Figura 10.b em que a curva de deflexo tem uma tangente horizontal. Se o carregamento est a direita do ponto mdio, isto se a>b, o ponto D est na parte da viga esquerda do carregamento. Podemos localizar esse ponto igualando ' = 0 e resolvendo para a distncia x, que agora denotamos como x1. Dessa forma tem-se: x1 = deflexo C = =
L 2 L2 b 2 3
Pb 3 L2 4b 2 48 EI
4. Calcule a flecha e a inclinao mximas para a viga retangular (largura b e altura h) mostrada. Considere os dados da tabela 1.
Resposta:
Deflexes por integrao da equao da fora de cisalhamento e da equao de carregamento Nesse caso mais integraes so necessrias. Por exemplo, se comearmos com a equao de carregamento, quatro integraes so necessrias de modo a chegar s deflexes.
Exerccios: 1. Determine a equao da curva de deflexo para uma viga engastada AB suportando um carregamento triangularmente distribudo de mxima intensidade qo (Figura 12). Determine tambm a deflexo B e o ngulo de rotao B na extremidade. Use a equao de quarta ordem da curva de deflexo (a equao de carregamento). A viga tem comprimento L e rigidez de flexo EI constante.
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Resposta: =
qo x 2 q L3 q L4 10 L3 10 L2 x + 5 Lx 2 x 3 , B = o , B = o 120 LEI 24 EI 30 EI
2. Uma viga simples AB com um balano BC suporta um carregamento concentrado P na extremidade do balano (Figura 13). A extenso principal da viga tem comprimento L e o balano tem comprimento L/2. Determine as equaes da curva de deflexo e a deflexo C na extremidade do balano. Use a equao diferencial de terceira ordem da curva de deflexo( a equao da fora de cisalhamento). A viga tem rigidez de flexo EI constante.
0xL
P 3 L3 10 L2 x + 9 Lx 2 2 x 3 , 12 EI
Lx
3L 2
C =
PL3 8 EI
11
3. A curva de deflexo para uma viga simples AB como apresenta a Figura 13 dada pela seguinte equao:
=
qo x 90 L2 EI
(3L
5 L3 x 2 + 3 Lx 4 x 5
Figura 14 Viga simplesmente apoiada. Resposta: q = 4 q o x (L x ) L2 , Carga parablica agindo para baixo.
Referncias Bibliogrficas:
1. BEER, F.P. e JOHNSTON, JR., E.R. Resistncia dos Materiais, 3. Ed., Makron Books, 1995. 2. Gere, J. M. Mecnica dos Materiais, Editora Thomson Learning 3. HIBBELER, R.C. Resistncia dos Materiais, 3. Ed., Editora Livros Tcnicos e Cientficos, 2000.
Observaes: 1- O presente texto baseado nas referncias citadas. 2- Todas as figuras se encontram nas referncias citadas.
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