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Distúrbios Do Crescimento Celular

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Distúrbios do Crescimento Celular

ADAPTAÇÕES CELULARES ATROFIA E HIPOTROFIA


Reversíveis: • Redução quantitativa de síntese dos componentes
estruturais e das funções celulares, resultando em
• Volume – hipertrofia ou hipotrofia
diminuição do volume das células, diminuição do
• Proliferação – hiperplasia ou hipoplasia
número de células e consequentemente de órgãos.
• Diferenciação - metaplasia
• Mecanismos:
• Atividade metabólica o Aumento da degradação de proteínas em
• Funções celulares lisossomos e proteossomos (agressão a
• Alteração da proliferação e diferenciação – displasia proteínas por radicais livres) – sistema
ou neoplasia ubiquitina-proteossomo
HIPERTROFIA
• Aumento quantitativo dos constituintes e das
funções celulares
• Aumento volumétrico das células e dos órgãos
• Para que ocorra:
o Fornecimento de 02 e nutrientes
o Estimulo nervoso
o Organelas e sistemas enzimáticos

o Diminuição da síntese proteica pela


diminuição da atividade metabólica
• Causas:
o Desuso
o Desenervação
• Mecanismos: o Perda de estimulação endócrina
o Aumento de produção de proteínas induzido por o Isquemia
sensores mecânicos, estimulada por aumento de o Nutrição inadequada
carga de trabalho • Fisiológica – ocorre em todos os órgão em
o Fatores de crescimento (TGFβ, fator1 de sistemas do organismo por (redução da
crescimento semelhante a insulina - IGF1 e FGF) atividade metabólica), sem prejuízo funcional
e agentes vasoativos (agonistas α-adrenérgicos, importante
endotelina I e angiotensina II) • Patológica (depende da causa, podendo ser
o Via do fosfoinositídeo 3-cinase/Akt (via mais local ou generalizada)
importante na hipertrofia fisiológica induzida
por exercício) HIPERPLASIA
o Via de sinalização de cascata da proteína G ligada
• Aumento do número de células de um órgão
a receptores (induzida por muitos fatores de
ou de parte dele → aumento de volume e peso
crescimento e agentes vasoativos) - via da
do órgão – só ocorre em locais com células
hipertrofia patológica
lábeis
• Podo correr de forma concomitante a
hipertrofia
• Mecanismo: salivares, pancreáticos e biliares obstruídos
o Proliferação de células maduras induzidas por por cálculos
fatores de crescimento e em alguns casos, o Escamoso para colunar: esôfago de Barrett
surgimento de novas células a partir de (epitélio escamoso esofágico é substituído por
células tronco teciduais epitélio colunar intestinal (influência da
• Fisiológica: doença do refluxo gastro-esofágico (ácido
o Hiperplasia compensadora gástrico)
o Hiperplasia secundária a estimulação o Epitélio escamoso estratificado não
hormonal (útero na gravidez e mamas na queratinizante para queratinizante (boca -
puberdade e lactação). leucoplasia, esôfago, trato genital feminino
• Hiperplasia patológica: baixo) por causa da irritação prolongada.
o Causada por excesso de estimulação hormonal o Formação de cartilagem, osso ou tecido
ou de fatores de crescimento atuando em adiposo em tecidos conjuntivos onde
células-alvo (exemplos: hiperplasia normalmente não possuem estes elementos (é
endometrial e prostática) uma resposta adaptativa podendo ser
o Hiperplasia associada a resposta a infecções resultado de lesão celular ou tecidual)
virais em pele e mucosas
DISPLASIA
HIPOPLASIA
• Alteração na expressão dos genes que regulam a
• Redução quantitativa da população celular de um proliferação e diferenciação celular com perda da
tecido, de um órgão ou de parte do corpo; diferenciação das células afetadas – processo
• Região afetada menor, menos pesada e com reversível (pode estacionar ou regredir)
padrão arquitetural básico; • Mecanismos: são diversos mas há associação com
• Pode ser fisiológica ou patológica (AIDS – redução metaplasia, pelo aumento da taxa de proliferação
do tamanho do Timo) celular (pela perda de células pelo processo
inflamatório), diminuição da maturação das células
METAPLASIA e ação de radicais livres
• Alteração reversível na qual um tipo celular • Displasias epiteliais: aumento da proliferação a
diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é alteração na maturação, provocando atipias
substituído por outro tipo celular (fenômeno celulares e arquiteturais (estão associadas a
adaptativo de células sensíveis ao estresse) metaplasias ou se originam delas)
• Mudança de um tipo de tecido adulto em outro da o Exemplos: Displasias de mucosas (colo
mesma linhagem uterino, brônquios e gástrica), podendo
• Mecanismos: preceder as neoplasias
o Resultado de uma reprogramação de células- • Alterações microscópicas do epitélio displásico:
tronco que sabidamente existem em tecidos o Cariomegalia (alteração do conteúdo do
normais e de células mesenquimais DNA)
indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo o Alteração da maturação do epitélio
o Resultado de irritações persistentes que • Condições pré-malignas: tem mais chance de
acabam levando ao surgimento de tecido mais evoluir para neoplasia do que o tecido normal
resistente → não necessariamente mais adjacente (potencialmente cancerosa)
funcional • Lesão cancerável: alteração microscópica em um
o Causada por sinais gerados por citocinas, tecido com aumento da probabilidade de
fatores de crescimento e componentes de incidência de neoplasia maligna
matriz extracelular (no ambiente da célula) • Condição cancerizavel: não há área de lesão,
• Metaplasia epitelial: entretanto existe alterações genéticas que
o Colunar para escamosa: ocorre no trato favorecem o desenvolvimento de câncer
respiratório em resposta a irritação crônica
(tabagistas crônicos, pacientes intubados por
longo período), na endocérvice de colo uterino
(pode gerar cistos) e em ductos de glândulas
• Sulfixo Oma – carcinoma (maligna, origem
epitelial); sarcoma (maligna, origem
mesenquimal); blastoma (alterações malignas
ou benignas para áreas que ganham
características embriológicas), teratoma
(benigno ou maligno originado de células
totipotentes – 3 folhetos embrionários)

Neoplasia Benigna
Características:
• Células bem diferenciadas, podendo ser
NEOPLASIAS
indistinguíveis das células normais
• Características gerais: • Atipias celulares e arquiteturais discretas (a
o Proliferação celular descontrolada neoplasia reproduz muito bem o tecido de
o Perda da diferenciação – perca de origem)
características morfológicas • Taxa de proliferação celular é pequena (baixo
o Autonomia de crescimento índice mitótico)
• Definição: proliferação anormal de células que têm • Crescimento lento
crescimento autônomo e tendem a perder a sua • Alta adesão celular (não há infiltração de
diferenciação tecidos vizinhos, com formação de massa
o “Lesão constituída por proliferação celular esférica)
anormal, descontrolada e autônoma onde há • Crescimento expansivo com boa delimitação
em geral perda ou redução da diferenciação, • Encapsulados e facilmente removíveis
em função das alterações em genes ou • Geralmente não recidivam
proteínas que regulam a proliferação e • Não se disseminam espontaneamente para
multiplicação celular” outros sítios (deslocamento epitelial por
• Nomeclatura: aumento de pressão, trauma)
o Do ponto de vista clínico, evolutivo e de
comportamento, as neoplasias são divididas Alguns tipos
em benignas e malignas • Tumores mistos benignos da pele e glândula
o Cancerígeno ou oncogênico: estímulo ou salivar: presença de dois componentes
agente causador do câncer distintos benignos que possivelmente se
o Todos os tumores (benignos e malignos) originam da mesma célula (progenitora)
apresentam: Exemplo: adenoma pleomórfico
o Células neoplásicas clonais (parênquima • Tumores fibroepiteliais da mama: componente
tumoral) estromal e epitelial, ambos benignos
o Estroma reativo tumoral (tecido conjuntivo, • Hamartomas: massas desorganizadas de
vasos, células inflamatórias – macrófagos e tecido normal (hamartoma mamário do tipo
linfócitos) adenolipoma, hamartoma condroide
• Classificação: OMS edita periodicamente livros para pulmonar)
uniformização da nomeclatura das neoplasias de • Coristomas: anomalia congênita de origem
todos os órgãos, com participação de comitês com embrionária melhor descrita como restos
especialistas de vários países heterotópicos de células (exemplo: coristoma
• Critérios para classificação: glial nasal)
o Comportamento clínico (benignos ou
malignos) Neoplasia maligna
o Aspecto microscópico (histomorfológico) • Células bem, moderadamente e pouco
o Origem (histogenético e molecular) diferenciadas, podendo ser distinguíveis das
o Epônimos – Tumor de Wilms, Linfoma de células normais
Burkit
• Atipias celulares e arquiteturais moderadas a
• Nomenclatura: intensas (a neoplasia tenta reproduzir o tecido
• Critério mais usado – HISTOMORFOLÓGICO de origem)
• Taxa de proliferação celular é mais alta (maior o Mutação inativadora em genes que codificam
índice mitótico) moléculas reguladoras;
• Crescimento mais rápido o Mutação com perda de função ou deleção em
• Baixa adesão celular (há infiltração de tecidos genes supressores
vizinhos, com formação de massa irregular o Perda de inibição por contato após
infiltrativa) confluência;
• Crescimento expansivo ou infiltrativo, com má o Modificação na atividade dos fatores de
delimitação crescimento
• Não encapsuladas • Evasão da apoptose
• Podem recidivar o Inibição dos genes pró-apoptóticos e da
• Se disseminam espontaneamente para outros sítios hiperexpressão dos genes antiapoptóticos
(metástases) o Autofagia – imortalização das células
cancerosas
Principais diferenças entre neoplasias benignas e • Evasão da senescência replicativa
malignas – MACROSCOPIA • Instabilidade genômica
o Defeitos em genes de reparo do DNA e
estresse oxidativo durante a duplicação do
DNA
o Instabilidade genômica
o Neoplasias malignas – capacidade de acumular
mutações e mudar o seu fenótipo, sua
agressividade e sua resistência ao tratamento
• Angiogênese
o Sobrevivência de clones neoplásicos
imortalizados – suprimento sanguíneo
Principais diferenças entre neoplasias benignas e o Liberação de fatores de crescimento
malignas – MICROSCOPIA o Liberação por células tumorais, células do
estroma do tumor e leucócitos de fatores
angiogênicos (VEGF A e B, FGFb) que atuam no
endotélio de capilares vizinhos e induzem sua
proliferação, migração e diferenciação em
novos capilares
o Hipóxia no tumor → induz angiogênese
o Quanto maior a angiogênese maior a potência
de metastatização e mais rápida a progressão
da doença
• Capacidade de recrutar células inflamatórias
o Indução de resposta inflamatória → fatores de
Propriedades das células malignas: crescimento, fatores angiogênicos e proteases
• Autonomia na proliferação que favorecem a proliferação, sobrevivência e
o Produção de fatores de crescimento pelas deslocamento de células cancerosas.
células tumorais; o Citocinas pró-inflamatórias – ativação de
o Mutações ativadoras em oncogenes que macrófagos
codificam fatores de crescimento; • Capacidade de evasão do sistema imunitário
o Mutação com ganho de função de oncogenes o Células do sistema imunitário juntamente com
que codificam moléculas transdutoras de sinal; o estroma são forçadas a cooperar com as
o Hiperexpressão de genes que ativam o ciclo células neoplásicas, favorecendo a progressão
celular; da neoplasia
o Quebra cromossômica com inversão que gera • Adaptações metabólicas
genes de fusão que codificam proteínas ativas o Suprem a energia necessária para manutenção
• Insensibilidade aos sinais inibidores de mitose da alta atividade proliferativa;
o
Metabolismo com exacerbação acentuada de o A sobrevivência de células tumorais na
glicólise anaeróbia circulação é um elemento importante no
• Capacidade de invadir e de se disseminar aparecimento de metástases
o Ativação de genes que favorecem a produção de • IMPLANTES EM CAVIDADES E SUPERFÍCIES
metaloproteases (MMP) e inibição de genes que CORPÓREAS
estimulam inibidores de MMP o Pode ser em canais, ductos ou cavidades
o Alterações no mecanismo de adesão celular – o Os movimentos das vísceras ou dos líquidos
entre células neoplásicas e a MEC cavitários podem favorecer deslocamento e
o Invadem localmente, ganham via de implantação de células neoplásicas como
disseminação e chegam a sítios distantes – pleura e peritônio
origem a novos tumores (metástases) o Pode ocorrer em qualquer cavidade, inclusive
pericárdica, subaracnóidea e espaço articular
METÁSTASES
• Exclusivos dos tumores malignos (todos podem
gerar metástases, com exceções)
• Selo inequívoco de malignidade e pode ser a
primeira manifestação clínica de câncer
• Em geral, quanto maior, mais agressivo e mais
rápido o crescimento, maior chance de
metástases
• Há exceções: lesões pequenas e bem
diferenciadas com metástases (fatores
relacionados ao tipo de neoplasia e o hospedeiro)
• Presença de metástases: estadiamento mais
avançado e menor chance de cura
• A progressão de um tumor primário para um
tumor disseminado com metástase não é um
processo linear crescente (aparecimento de
clones cada vez mais malignos ou
desenvolvimento precoce na neoplasia de dois
clones paralelos com perfil genético diferente)
• Vias de disseminação – LINFÁTICA:
o Principal via de carcinomas
o Segue via normal da drenagem linfática do
órgão acometido
o Linfonodos podem estar normais ou
aumentados
o Metástases linfonodais na maioria das vezes
indica pior prognóstico
o Linfonodo sentinela: primeira via de
drenagem linfática do tumor
o ‘skip metastasis’: pulam o primeiro linfonodo
e aparecem no seguinte ou em outras regiões
não relacionadas topograficamente com o
tumor
• SANGUÍNEA:
o A maioria das células é destruída por forças
da corrente sanguínea, sistema
complemento, resposta imune, apoptose,
defesa não imunitária

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