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Visão - Sociológica (1) - USTM

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UNIVERSIDADE SÃO TOMÁS DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO
LICENCIATURA EM DIREITO

Visão sociológica segundo Augusto Conte, Emile


Durkheim, Max Weber e Karl Max

Discente:
Amélia Adriano Machele

Docente: João Machava

Maputo, Maio de 2022


Índice
1. Introdução..................................................................................................................2
1.1. Objectivos...........................................................................................................2
1.1.1. Objectivos Gerais........................................................................................2
1.1.2. Objectivos específicos.................................................................................2
2. Visão sociológica segundo Augusto Conte, Emile Durkheim, Max Weber e Karl
Max....................................................................................................................................3
2.1. Conceito de Sociologia-Seu Objecto..................................................................3
2.2. Pensamento de Auguste Comte..........................................................................4
2.2.1. A trajetória intelectual de Augusto Comte..................................................4
2.2.2. Positivismo e física social...........................................................................5
2.2.3. A Lei dos Três Estados................................................................................6
2.2.4. Estática e dinâmica Social...........................................................................7
2.2.5. Sociologia e intervenção social...................................................................8
2.3. Pensamento de Emile Durkheim.........................................................................9
2.3.1. O Que é Fato Social?...................................................................................9
2.3.2. Características do Fato Social...................................................................11
2.4. Pensamento de Max Weber..............................................................................12
2.4.1. A Construção do Objeto na Sociologia.....................................................13
2.5. Pensamento de Karl Max..................................................................................14
2.5.1. Sociedade capitalista.................................................................................15
3. Conclusão................................................................................................................17
4. Referências bibliográficas.......................................................................................18
1. Introdução
Nas ciências sociais uma obra clássica é uma referência para as gerações futuras de
especialistas que usufruem de suas contribuições teóricas, conceituais, analíticas e
metodológicas no desenvolvimento de novas pesquisas e permanente aperfeiçoamento
do conhecimento. Entre os clássicos da sociologia, em particular os teóricos da fase de
surgimento desta ciência social, o pensamento sociológico de Augusto Comte é
considerado de menor relevância comparado a Karl Marx, Emile Durkheim e Max
Weber. Todavia, ao analisar a trajetória intelectual de Augusto Comte este trabalho
sustenta que suas teorias e análises foram fundamentais para a constituição e o
desenvolvimento ulterior da sociologia. Tem si como objectivo nesse trabalho abordar
sobre a visão sociológica desses quatro autores, que permitiram analisar cientificamente
a sociedade contemporânea de sua época. De modo geral, a referência ao pensamento
sociológico clássico relega Augusto Comte a uma condição subalterna em relação a
Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber, mas é importante destacar que Comte foi
pioneiro na construção de um quadro teórico-conceitual e na realização de pesquisas
sociais que favoreceram o reconhecimento, aceitação e prestígio da sociologia enquanto
que sua vasta obra, composta de estudos filosóficos e sociológicos converteu-se em
estímulo ao avanço do pensamento social além de forneceu inestimáveis contribuições
ao desenvolvimento de novas teorias sociais.

1.1. Objectivos
Este trabalho tem como obejctivo gerais e especificos os seguintes:
1.1.1. Objectivos Gerais
 Abordar sobre a visão sociológica de Augusto Comte, Emile Durkheim, Max
Weber e Karl Max.
1.1.2. Objectivos específicos
 Definir sociologia;
 Compreender alguns aspectos básicos do pensamento de Auguste Comte;
 Abordar sobre o facto social dado por Emile Durkheim;
 Falar sobre o contributo dado por Max Weber e Karl Max.

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2. Visão sociológica segundo Augusto Conte, Emile
Durkheim, Max Weber e Karl Max.
A sociologia pode ser concebida como um projeto científico da modernidade orientado
para o estudo sistemático da vida social. A história de sua gênese recai sobre a obra de
pensadores que criaram conceitos, métodos e teorias fornecendo as condições para que a
sociologia se tornasse uma ciência genuinamente autônoma perante outras áreas do
conhecimento científico.

2.1. Conceito de Sociologia-Seu Objecto


"Entendo por Física Social a ciência que tem por objeto próprio o estudo dos fenômenos
sociais, considerados com o mesmo espírito que os fenômenos astronómicos, físicos,
químicos e fisiológicos, isto é, como submetidos a leis naturais invariáveis, cuja
descoberta é o objetivo especial de suas pesquisas. Propõe-se, assim, a explicar
diretamente, com a maior precisão possível, o grande fenômeno do desenvolvimento da
espécie humana, considerado em todas as suas partes essenciais; isto é, a descobrir o
encadeamento necessário de transformações sucessivas pelo qual o gênero humano,
partindo de um estado apenas superior ao das sociedades dos grandes macacos, foi
conduzido gradualmente ponto em que se encontra hoje na Europa civilizada. O espírito
dessa ciência consiste sobretudo em ver, no estudo aprofundado do passado, a
verdadeira explicação do presente e a manifestação geral do futuro.

Considerando sempre os fatos sociais, não como objetos de admiração ou de crítica,


mas como objetos de observação, ocupa-se ela unicamente em estabelecer suas relações
mútuas e apreender a influência que cada um exerce sobre o conjunto do
desenvolvimento humano. Em suas relações com a prática, afastando das diversas
instituições qualquer ideia absoluta de bem ou de mal, encara as como constantemente
relativas ao estado determinado da sociedade, e com ele variáveis, ao mesmo tempo que
as concebe como podendo se estabelecer espontaneamente pela única força dos
antecedentes, independentemente de qualquer intervenção política direta. Reduzem-se,
pois, suas pesquisas de aplicação a colocar em evidência, segundo as leis naturais da
civilização combinadas com a observação imediata, as diversas tendências próprias de
cada época.

Estes resultados gerais tornam-se, por sua vez, o ponto de partida positivo dos trabalhos
do homem de Estado, que só têm, por assim dizer, como objetivo real, descobrir e

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instituir as formas práticas correspondentes a esses dados fundamentais, a fim de evitar,
ou pelo menos mitigar, quanto possível, as crises mais ou menos graves que um
movimento espontâneo determina, quando não foi previsto. Numa palavra, nesta, como
em qualquer outra ordem de fenômenos, a ciência conduz à previdência, e a previdência
permite regular a ação." (OPS (1825). p. 150-51.)

"A elaboração original dessa nova ciência foi essencialmente dinâmica, de modo que
as leis de harmonia estiveram quase sempre implicitamente consideradas entre as leis
de sucessão, cuja apreciação distinta podia, por si só, constituir hoje a Física Social."
(CCP. V. VI. p. 511.)

2.2. Pensamento de Auguste Comte


O nome do pensador francês Auguste Comte (1798-1857) está indissociavelmente
ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o objetivo de reorganizar
o conhecimento humano e que teve grande influência na filosofia e na educação. Comte
também é considerado o grande sistematizador da sociologia.

2.2.1. A trajetória intelectual de Augusto Comte


Isidore Áuguste Marie François Xavier Comte, conhecido como Auguste Comte,
nasceu em Montpellier, França, em 19 de janeiro de 1798 e faleceu em 5 de setembro de
1857. Em 1814, aos 16 anos de idade, Augusto Comte ingressou na Escola Politécnica
de Paris, antiga Escola Central de Obras Públicas; instituição educacional pública de
grande prestígio fundada no ano de 1794 pelo governo revolucionário da época e
dedicada à formação científica de excelência voltada para formação de quadros técnicos
para atender a crescente demanda da administração pública e da indústria. Comte
permaneceu dois anos na instituição e neste breve período desfrutou de um ambiente
científico e intelectual estimulante que exerceu decisiva influência em sua formação e
no seu trabalho intelectual. No convívio com cientistas e colegas da Politécnica cultivou
enorme interesse pelas ciências naturais e pelas mudanças sociais que estavam
ocorrendo em sua época e almejou estudar a sociedade para compreender os fenômenos
e os problemas sociais, sobretudo no âmbito da sociedade francesa que atravessava um
momento crítico de desordem e anarquia sociais após a eclosão da grande revolução.

Apesar de várias tentativas Comte não conseguiu obter uma cátedra por meio de
concursos públicos, por isso levou uma vida de “intelligentsia sans attaches”
enfrentando penúria e dificuldades materiais durante toda sua vida. Trabalhou por um

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breve período na Escola Politécnica como examinador de admissão e depois passou a
ministrar aulas particulares, palestras e cursos oferecidos à comunidade como um meio
de obter rendimentos financeiros além de retribuições por colaborar com jornais e
doações de colaboradores; foi desse modo que conseguiu difundir suas ideias e elaborar
seus estudos (TACUSSEL, 1999).

Suas obras têm amplitude enciclopédica sendo formado pelos seguintes estudos: “Plano
de trabalho científico para reorganizar a sociedade”, “Opúsculos de filosofia social”,
“Curso de filosofia positiva”6 , “Discurso sobre o espírito positivo”, “Discurso sobre o
conjunto do positivismo”, “Catecismo positivista”, “Sistema de política positiva”,
“Apelo aos conservadores”, e “Síntese subjetiva”.

2.2.2. Positivismo e física social


As ideias centrais que forneceram a base para o pensamento sociológico de Augusto
Comte são oriundas do contato com obras de intelectuais e cientistas abrangendo as
áreas de política, economia, história, medicina, astronomia, biologia, física e
matemática; alinhadas à tradição iluminista, movimento intelectual surgido no século 18
que exaltou e difundiu os princípios do racionalismo e a supremacia da ciência como
base para o progresso da humanidade. O prestígio do racionalismo e do conhecimento
científico foi tão dominante naquela época que subordinou o pensamento filosófico à
ciência, a filosofia pura perdeu adeptos e importância ficando restrita a poucos e
inexpressivos círculos acadêmicos e as únicas obras filosóficas que se tornaram
influentes foram aquelas que estavam alicerçadas no conhecimento científico. Foi neste
contexto intelectual que Comte desenvolveu um sistema filosófico chamado positivismo
que, juntamente com o empirismo que se originou na Inglaterra por iniciativa do
filósofo e economista britânico John Stuart Mill, formaram as correntes filosóficas
dominantes na Europa Ocidental do século 19.

O positivismo tinha por objetivo estimular o progresso geral e universal da humanidade


mediante intervenção em todas as esferas da vida social a partir de um projeto de gestão
científica da sociedade, mas antes seria necessário criar uma ciência dedicada ao estudo
da sociedade. Comte constatou que os ramos do conhecimento científico que
constituíam as ciências da natureza haviam alcançado o estágio que ele conceituou de
positivo, entretanto havia uma lacuna que deveria ser preenchida por uma nova ciência
que se ocuparia do estudo da sociedade, essa ciência recebeu duas denominações:
Sociologia e Física Social. A física social se encarregaria do estudo dos fenômenos

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sociais adotando os mesmos procedimentos metodológicos das ciências naturais que
estudam seus respectivos objetos de pesquisa com objetividade por meio da observação,
experimentação e comparação para desvelar às leis gerais que governam tais
fenômenos.

A objetividade é elemento central do debate intelectual da fase de constituição da


sociologia porque tem relação com a questão da neutralidade científica. Comte receava
que interferências de juízos de valor por parte daqueles que se dedicam ao estudo dos
fenômenos sociais prejudicaria a cientificidade da pesquisa sociológica, ressaltou que as
análises realizadas pelos diversos ramos do conhecimento científico que integram as
ciências naturais não sofrem interferência da consciência e das convicções pessoais dos
cientistas, pois as pesquisas no campo da física, da astronomia, da biologia, da química;
entre outros, se baseiam na observação factual de fenômenos que existem
independentemente de opiniões e julgamento de valor dos pesquisadores. Afirmou
também que o pesquisador que estuda os fenômenos sociais não deve considerá-los
como objetos de admiração ou crítica e deve afastar-se de qualquer noção absoluta de
bem ou de mal. Comte considerava a sociologia uma ciência natural, então a tese da
unidade analítica e metodológica tinha coerência; ele assimilou o paradigma científico
predominante porque as ciências naturais estavam progredindo de tal maneira que seria
inconcebível para um intelectual imerso naquela cultura científica propor a criação de
uma ciência que desprezasse o esquema metodológico das ciências naturais,
considerado o único método científico válido (COMTE, 1978, p. 73-103).

A influência das ciências naturais sobre a sociologia não se restringiu à metodologia, o


quadro conceitual que compõem os escritos filosóficos e teóricos de Comte está baseado
num padrão de linguagem e no uso de vocábulos extraídos da física, química, biologia,
astronomia; termos como dinâmica, estática, evolução, leis gerais, anatomia e fisiologia
exemplificam a notável força e prestígio das ciências naturais.

2.2.3. A Lei dos Três Estados


2.2.3.1. Teológico
o estado onde Deus está presente em tudo, as coisas acontecem por causa da vontade
dele. As coisas sem explicação são explicadas pura e simplesmente por Deus.

Esse estado tem outras três divisões:

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 Animismo: as coisas da natureza tem sua própria “animação”, acontecem
porque desejam isto, não por fatores externos, têm vida própria.
 Politeísmo: os desejos dos deuses são colocados em objetos, animais ou coisas.
 Monoteísmo: os desejos do Deus (único), são expostos em coisas,
acontecimentos.

2.2.3.2. Metafísico
No qual a ignorância da realidade e a descrença num Deus todo poderoso levam a crer
em relações misteriosas entre as coisas, nos espíritos, como exemplo. O pensamento
abstrato é substituído pela vontade pessoal.

2.2.3.3. Positivo
A humanidade busca respostas científicas todas as coisas. Este estado ficou conhecido
como Positivismo. A busca pelo conhecimento absoluto, esclarecimento sobre a
natureza e seus fatos. É o resultado da soma dos dois estágios anteriores.

2.2.4. Estática e dinâmica Social


A teoria sociológica desenvolvida por Augusto Comte tinha como foco de análise as leis
gerais que regem os fenômenos sociais e esses fenômenos foram classificados com base
em suas funções sociais de maneira que puderam ser agrupados em duas categorias
básicas: estática social e dinâmica social (COMTE, 1978, p. 104-140). A estática e a
dinâmica representavam as forças sociais que asseguram a existência da sociedade
fornecendo estabilidade ao conjunto das relações sociais e estimulam a transformação
evolutiva da organização social. A estática espelha a ordem social e é comandada pelas
leis da coexistência, a dinâmica representa o progresso e é comandada pelas leis da
sucessão. A estática social mantém a sociedade íntegra e coesa ao fornecer a base de
sustentação para a sociabilidade e a reprodução das relações sociais, isso ocorre pela
existência das instituições tais como a família, as leis, os costumes, a atividade
econômica, o governo. As forças da estática social são subjetivas e cristalizam-se nos
laços morais, nos sentimentos de solidariedade e cooperação e nas crenças
compartilhadas formando um consenso coletivo. A maior diferenciação interna de uma
organização social implica num crescente aumento das instituições sociais; por
conseguinte, maiores serão também os desafios concernentes à integração, pois o
enfraquecimento do senso de interdependência funcional e da visão de conjunto pode
provocar afrouxamento dos laços e vínculos morais comprometendo o que Comte
chama de espírito agregado ou geral.

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A dinâmica social, por outro lado, se dedica a análise da transformação evolutiva da
sociedade; ou seja, é o estudo das leis que regem a transição entre as etapas evolutivas.
Para desvelar e compreender essas leis Comte empregou o método histórico e
acompanhou o movimento das sociedades observando as tendências de mudanças e
transformações sociais operadas num determinado período. Conforme estabelecido pela
lei dos três estados a evolução da sociedade foi considerada um processo espontâneo e
inevitável que se realizaria por si mesmo; porém, o estudo da dinâmica social não é
capaz de explicar a força ou impulso inicial que desencadearia mudanças e a
transformação evolutiva da sociedade. Comte apresenta uma hipótese associada com o
surgimento de contradições sociais envolvendo divergências de pensamento, de ideias e
de valores básicos que acabariam por abalar o consenso coletivo e a própria unidade
orgânica da sociedade. Então, o fator principal da desagregação social estaria
relacionado com as divergências de pensamentos que abalariam a unidade da sociedade.
Embora essa hipótese tenha contribuído para a compreensão das mudanças sociais não
foi suficiente para a formulação de uma teoria sociológica geral da revolução; ainda
assim a teoria da dinâmica social lançou luz sobre os processos de transição da ordem
social que acabaria se convertendo num importante objeto de estudo para a sociologia
(TARDEL, 1990).

2.2.5. Sociologia e intervenção social


À medida que o século 19 avança cresce a inquietude da intelectualidade europeia
diante da conjuntura de crise e conflitos societários que afetavam os países que estavam
se modernizando e para os adeptos do positivismo essa situação precisava ser
compreendida sociologicamente, pois se o progresso era prenúncio inequívoco de um
futuro melhor as crises pareciam contrariar essa previdência. No âmbito da sociedade
industrial a ciência tinha adquirido a capacidade de fomentar o desenvolvimento e o
progresso porque os avanços tecnológicos estavam sendo aplicados a todas as áreas de
atividade laboral; essa concepção pragmática de ciência pressupunha uma articulação
entre teoria e prática; desse modo, é perfeitamente compreensível que a sociologia não
deveria ser uma ciência puramente analítica guiada pela curiosidade de compreender os
fenômenos sociais limitando-se ao acúmulo indefinido de conhecimento teórico; sua
tarefa era colaborar com o aperfeiçoamento da sociedade industrial e científica por meio
de reformas sociais capazes de abreviar a crise e pacificar a sociedade; nas palavras de
Comte “era necessário conhecer para agir; compreender para reorganizar”
(COMTE,1978, p. 64).

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A ideia de intervenção social preconizada por Comte não é originalidade do seu
pensamento sociológico porque naquele contexto histórico outros pensadores sociais
tinham a mesma intenção, a diferença fundamental é que o projeto positivista de
reorganização da sociedade tinha bases científicas e envolvia um amplo conjunto de
reformas sociais. A França foi colocada no centro das preocupações dos positivistas
porque a crise daquela sociedade foi considerada patológica e de longa duração em
decorrência da continuidade dos conflitos societários que prejudicavam os esforços de
consolidação do novo sistema social. Comte afirmou que havia uma situação
estacionária de desgoverno (COMTE, 1844, p. 168) e fez uma distinção entre “direção
crítica” e “direção orgânica” da sociedade, a primeira seria a tendência da formação de
oposições políticas hostis que confrontaria de forma direta e permanentemente à nova
ordem social e o governo estabelecido; a segunda seria a ação direcionada à
reorganização da sociedade visando o pleno estabelecimento da ordem positivista
(COMTE, 1978, p. 63). Na obra intitulada Apelo aos Conservadores, publicada no ano
de 1855, Comte observa que a direção orgânica da sociedade francesa poderia ser
viabilizada se o partido governista firmasse uma aliança política com os partidos
moderados de esquerda e de direita em prol de um pacto político de desenvolvimento da
nação; entretanto, a necessidade de reorganização da sociedade francesa ia muito além
dessa tarefa. A crise tinha dimensões mais amplas, pois era consequência de um
processo de transição incompleta com prevalência de um período de desorganização-
reorganização que Comte previu que seria momentâneo porque as antigas instituições
sociais que mantinham a coesão social tinham desaparecido e novas instituições sociais
ainda não haviam surgido para substituí-las; com base neste diagnóstico o projeto de
reorganização social tinha por objetivo acelerar a transição para o mundo moderno a fim
de consolidar a nova organização social.

2.3. Pensamento de Emile Durkheim.


Ao final do século XIX, no período de formação da Sociologia enquanto ciência, Émile
Durkheim preocupava-se em criar regras para o método sociológico, garantindo-lhe um
status de saber científico, assim como as demais áreas do conhecimento, a exemplo da
biologia, da química, entre outras. Contudo, tão importante quanto definir o método era
definir o objeto de estudo. Assim, segundo Durkheim, à sociologia caberia estudar
somente os “fatos sociais”, e estes consistiriam em maneiras de agir, de pensar e de

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sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção sobre este mesmo
indivíduo.

2.3.1. O Que é Fato Social?


Antes de procurar qual método convém ao estudo dos fatos sociais, importa saber quais
fatos são assim denominados. O método deve ser adequado ao objeto específico das
ciências sociais. Logo, antes de estabelecer as regras do método, torna-se necessário
definir os fatos sociais. O primeiro movimento da metodologia consiste, assim, em
delimitar o território e os limites da sociologia.

A questão se faz ainda mais necessária porque esse qualificativo é utilizado sem muita
precisão. É empregado correntemente para designar quase todos os fenômenos que
ocorrem no interior da sociedade, por pouco que apresentem, com certa generalidade,
algum interesse social. Mas desse modo não há, por assim dizer, acontecimentos
humanos que não possam ser chamados de sociais. Cada indivíduo bebe, dorme, come,
pensa, raciocina, e a sociedade tem todo o interesse em que essas funções sejam
regularmente exercidas. Porém, se esses fatos fossem sociais, a sociologia não teria
objeto próprio, e seu domínio se confundiria com o da biologia e o da psicologia.

A definição corrente de “fenômeno social”, assentada na mera identificação do


“interesse social”, em sua generalidade absoluta, é insuficiente. Não permite, por
exemplo, distinguir a sociologia de outras disciplinas que abordam a vida humana,
como a biologia, a psicologia ou a filosofia. Durkheim propõe-se a demonstrar a
possibilidade de a sociologia existir como ciência específica por meio da determinação
de um objeto que lhe é próprio e só pode ser explicado sociologicamente – o fato social.

Mas, na realidade, em toda sociedade há um grupo determinado de fenômenos que se


distinguem por traços específicos dos que são estudados pelas outras ciências da
natureza. Quando exerço minhas tarefas de irmão, esposo ou cidadão, quando realizo
compromissos que assumi, cumpro deveres que estão definidos fora de mim e de meus
atos, no direito e nos costumes. Ainda que eles estejam de acordo com meus
sentimentos e eu os sinta interiormente na realidade, esta não deixa de ser objetiva; pois
não fui eu que os concebi, mas os recebi por meio da educação. Quantas vezes, aliás,
chegamos mesmo a ignorar os detalhes das obrigações que nos incumbe, e, para
conhecê-los, temos de consultar o Código e seus intérpretes autorizados! Da mesma
forma, as crenças e as práticas da vida religiosa, os fiéis, ao nascer, as encontram

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prontas; se elas já existiam antes deles, isso significa que existem fora deles. O sistema
de signos de que me sirvo para expressar meu pensamento, o sistema monetário que
emprego para pagar minhas dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo em minhas
relações comerciais, as práticas adotadas em minha profissão etc. funcionam
independentemente do uso que faço deles. Tomando, um após o outro, todos os
membros que compõem uma sociedade, as conclusões anteriores poderão ser repetidas a
propósito de cada um. Eis aí, portanto, maneiras de agir, pensar e sentir que apresentam
essa notável propriedade de existir fora da consciência individual.

A primeira característica dos fatos sociais é seu caráter externo. Trata-se de fenômenos
que extrapolam o âmbito dos indivíduos e de suas consciências particulares. Sua
existência é um dos indícios da prevalência da sociedade sobre os indivíduos. Sua
anterioridade deve ser entendida tanto no sentido histórico como conceitualmente.

Nascemos no interior de um mundo já constituído, bem definido, com uma estrutura


própria. Além disso, o indivíduo não é mais que um elemento de um nexo de múltiplas
interações que constitui a sociedade. Os exemplos apresentados por Durkheim destacam
a regularidade, o caráter impessoal, a objetividade dos fenômenos sociais, mas também
antecipam a lista dos assuntos que serão os alvos prioritários da investigação
sociológica: a família, a política e o Estado, a educação, o direito, a religião, as formas
de conhecimento, a economia, as profissões.

2.3.2. Características do Fato Social


Coercitividade – característica relacionada com o poder, ou a força, com a qual os
padrões culturais de uma sociedade se impõem aos indivíduos que a integram,
obrigando esses indivíduos a cumpri-los.

Exterioridade – relaciona-se ao fato de esses padrões culturais serem exteriores ao


indivíduo e independentes de sua consciência.

Generalidade – os fatos sociais são coletivos, ou seja, eles não existem para um único
indivíduo, mas para todo um grupo, ou sociedade.

As respostas para nossa organização social estariam nos fatos sociais e para isso seria
necessária a aplicação de um método para os compreendermos melhor enquanto objeto
sociológico, devendo ser vistos como se fossem “coisas”, como se fossem objetos
passíveis de análise, assim como a biologia se debruça sobre uma planta. Para ele, o
homem naturalmente cria falsas noções do que são as coisas que o rodeiam, mas não é

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através da criação de ideias que se chegará à realidade. Para Durkheim, deve-se propor a
investigação dos fatos para buscar as verdadeiras leis naturais que regem o
funcionamento e a existência destes, pois possuem existência própria e são externos em
relação às consciências individuais.

Em sua obra intitulada As regras do método sociológico, de 1895, Durkheim afirma que
“espera ter definido exatamente o domínio da sociologia, domínio esse que só
compreende um determinado grupo de fenômenos. Um fato social reconhece-se pelo
seu poder de coação externa que exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; e
a presença desse poder reconhece-se, por sua vez, pela existência de uma sanção
determinada ou pela resistência que o fato opõe a qualquer iniciativa individual que
tenda a violentá-lo [...]. É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não,
suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior, ou ainda, que é geral no
conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria,
independente das suas manifestações individuais”. Os fatos sociais dariam o tom da
ordem social, sendo construídos pela soma das consciências individuais de todos os
homens e, ao mesmo tempo, influenciam cada uma.

O importante é a realidade objetiva dos fatos sociais, os quais têm como característica a
exterioridade em relação às consciências individuais e exercem ação coercitiva sobre
estas. Mas uma pergunta se coloca: de onde vem esta ação coercitiva? Pensemos em
nossa sociedade atual. Fomos criados, por nossos pais e pela sociedade, com a ideia de
que não podemos, em um restaurante, virar o prato de sopa e beber de uma só vez, pois
certamente as pessoas vão rir ou talvez achar um tanto quanto estranho, já que existem
talheres para se tomar sopa. Não existem leis escritas que impeçam quem quer que seja
de virar o prato de sopa, segurando-o com as duas mãos para beber rapidamente. No
entanto, a grande maioria das pessoas se sentiria proibida de praticar isso. Da mesma
forma, por que quando trabalhamos em um escritório ou algum lugar formal os homens
estão de terno e não de pijamas? Isso é a ação coercitiva do fato social, é o que nos
impede ou nos autoriza a praticar algo, por exercer uma pressão em nossa consciência,
dizendo o que se pode ou não fazer.

Se um indivíduo experimentar opor-se a uma dessas manifestações coercitivas, os


sentimentos que nega (por exemplo, o repúdio do público por um homem de terno rosa)
voltar-se-ão contra ele. Em outras palavras, somos vítimas daquilo que vem do exterior.

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Assim, os fatos sociais são produtos da vida em sociedade, e sua manifestação é o que
interessa a Sociologia.

2.4. Pensamento de Max Weber


Max Weber (1864-1920) é outro representante muito importante para a Sociologia. É
dele uma das principais explicações para o surgimento do Capitalismo e um dos
principais teóricos da tão falada burocracia. Sobre o Capitalismo, Weber defendia a
idéia de que o Protestantismo, principalmente o Calvinismo, seria o responsável pela
formação do Capitalismo. Para isso, ele estudou os princípios éticos que estão na
origem do Capitalismo, ou seja, o “espírito capitalista”. Estes princípios estariam na
teologia protestante, pois para os católicos, o trabalho era sinônimo de “castigo de
Deus”; já para a teologia protestante, trabalho era uma “graça de Deus”.

Essa teologia teria organizado uma maneira de conduta religiosa com afinidade à
maneira de agir econômica, necessária para a realização de lucro racional e sistemático,
configurando o Capitalismo.

O historicismo e a hegemonia da filosofia idealista na Alemanha (Kant, Hegel) que em


sua concepção de mundo dá ênfase ao sujeito e à razão (ideias, representações),
propondo um enfoque que privilegia o modo como esse sujeito se relaciona como
mundo e dele tem consciência Crítica à visão positivista da realidade social como sendo
exterior e objetiva, independente da consciência e subjetividade dos sujeitos.

Problema sociológico proposto por Weber: compreender o processo de racionalização


das condutas no mundo moderno. Essa racionalização se expressa em todas as
dimensões da vida social: no comportamento econômico capitalista, na formação das
organizações burocráticas, no direito racional, no desenvolvimento científico.

2.4.1. A Construção do Objeto na Sociologia


Para Weber, a sociologia é a ciência que pretende compreender interpretativamente a
açãosocial e assim explicá-la causalment e em seu curso e em seus efeitos.
A ação social refere-se aos comportamentos (ação,omissão,tolerância) cujo sentido
subjetivo visado pelo agente é orientado em relação aos comportamentos dos outros.
Sobre a burocracia, pode-se dizer que ela ganhou importância na época de Weber
porque veio ao encontro de muitas necessidades da era industrial. Ela aumentou a
eficácia da hierarquia, reduzindo os abusos de poder e proporcionando uma forma
racional de gerenciamento das tarefas complexas demais para serem compreendidas
apenas por uma pessoa.

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Embora tenha ganhado força com Taylor e Fayol, a teoria burocrática foi bem
sistematizada por Max Weber, e distinguia três tipos de sociedade e de autoridade:
- na sociedade tradicional (tribo, clã, família, sociedade medieval) predominam
características patriarcais e patrimonialistas; a autoridade que a preside é histórica,
advinda muitas vezes do direito divino, transmissível por herança ou dinastia;
- na sociedade carismática (partidos políticos, grupos revolucionários, nações em
revolução) predominam características místicas, arbitrárias e personalistas; a autoridade
que a preside é exercida pela influência pessoal ou pelo poder extraordinário exercido
por uma pessoa;
- na sociedade burocrática (os estados modernos, as empresas, os exércitos)
predominam normas impessoais e uma racionalidade na seleção entre meios e fins; o
tipo de autoridade exercida é técnica, meritocrática e administrada (LODI, 1971, p. 93).
Aprofundando esta última, Weber apontava como características principais da
burocracia, segundo Kwasnicka (1985, p. 28-29): a organização burocrática é regida por
normas escritas, que determinam os atos e decisões administrativas.
Essas regras estão além dos indivíduos que ocupam o cargo, permitindo dessa forma
manter a continuidade do trabalho; a burocracia baseia a sua divisão de trabalho de uma
forma que estabelece o grau hierárquico de cada cargo, o poder e a responsabilidade; as
atribuições e as condições necessárias; no sistema burocrático o fator mérito individual
é o mais importante nos critérios de seleção, promoção e transferência de pessoas de um
cargo a outro; é necessário separar o corpo administrativo da propriedade da
administração; os bens da organização burocrática devem estar livres de controle
externo, procurando reduzir as influências do meio social; a burocracia procura
caracterizar a profissionalização de seus membros.
As organizações burocráticas, sob o pretexto da eficiência, consistiam de sistemas
sociais baseados na racionalidade funcional caracterizados por impessoalidade,
formalidade, profissionalismo especialista e resistência a inovações, tendo como
objetivo a previsibilidade do comportamento dos indivíduos, procurando reduzir ao
máximo as influências do meio e assegurando assim um maior controle (FIATES;
SANTOS, 1997, p. 821).
2.5. Pensamento de Karl Max
O pensamento de Karl Marx (1818-1883) mudou radicalmente a história política da
humanidade. Inspirada em suas idéias, metade da população do mundo empreendeu a
revolução socialista.
As teorias de Marx, juntamente com as de Engels e seus seguidores, recebem o nome de
Marxismo, ou Materialismo.
Para Marx é impossível compreender a vida (econômica, social, política, ideológica,
afetiva, cultural, religiosa) suprahistoricamente, ou seja, a partir de idéias:

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 A libertação é um ato histórico e não um ato de pensamento, e é efetivada por
condições históricas.
Portanto, para estudar a sociedade não se deve, segundo Marx, partir do que os homens
dizem, imaginam ou pensam, e sim da forma como produzem os bens materiais
necessários à sua vida. São os seres humanos concretos que fazem a história, só que a
fazem em condições principalmente econômicas.
O núcleo do pensamento de Marx é sua interpretação do homem, que começa com a
necessidade humana.
A história se inicia com o próprio homem que, na busca da satisfação de necessidades,
luta contra a natureza.

À medida que luta, o homem se descobre como ser produtivo e passa a ter consciência
de si e do mundo. E assim ele percebe então que ―a história é o processo de criação
do homem pelo trabalho humano. O trabalho é uma categoria-chave do pensamento
de Marx.

É através do trabalho que o homem se humaniza, ou seja, em relação com a natureza


extrai o necessário para comer, vestir, morar.

No entanto, Marx afirma também que a sociedade capitalista transformou o caráter do


trabalho, pois nesse sistema o trabalhador vende sua capacidade de trabalho, sua única
mercadoria. Como ele vendeu sua força de trabalho ao capitalista, todo o valor criado
pertence ao dono de sua força. E aqui se insere o conceito de mais-valia. Pois uma coisa
é o valor da força de trabalho, isto é, o salário, e outra é o quanto esse trabalho rende a
mais ao capitalista. O montante que o trabalhador produziu a mais para o capitalista,
mas não recebeu como salário, é a mais-valia.

O processo de produção cria outro problema. Com a extrema divisão e especialização


do trabalho, o produto não lhe pertence e adquire uma existência independente dele
próprio. Ele não projeta mais aquilo que vai executar, há uma separação entre
concepção e execução do trabalho.

O produto do trabalho do operário está fora de seu controle conceitual e ele não se
reconhece mais no que produz. O produto surge como uma realidade separada do

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produtor. Este é o fetichismo ou a ideologização do processo de produção capitalista. O
operário faz uma peça, mas não necessariamente sabe para que ela vai servir.
2.5.1. Sociedade capitalista
A sociedade capitalista, na visão de Marx, está assim organizada:
- infra estrutura: são as forças de produção e as relações de produção. Constitui o
fundamento, a base econômica da sociedade;
- superestrutura: explica, legitima, sacraliza, reproduz as práticas já existentes na
sociedade. São normas, leis, estatutos, códigos, ética, educação, família, religião etc.
São mecanismos criados pela sociedade para reprodução e manutenção dessa própria
sociedade.
2.5.1.1. Superestrutura
A superestrutura possui dois tipos de aparelhos:
a) aparelhos repressivos: os que usam a força, a repressão. Exército, polícia, leis,
prisões, tribunais etc.
b) aparelhos ideológicos: usam a “persuasão” para atingir seus objetivos, usam a
idéia. Escola, família, igreja, meios de comunicação social (rádio, TV, jornais,
cinema, revistas), clubes etc.
Para Marx as relações materiais de produção de uma sociedade determinam a alienação
política, religiosa e ideológica, como conseqüências das condições de dominação
econômica.
No entanto, essas determinações não podem nos fazer esquecer do caráter dialético da
história: ao tomar conhecimento das contradições, o ser humano pode agir ativamente
sobre aquilo que o determina, ou seja, tomando consciência da dominação e da
exploração do Capitalismo, as pessoas podem agir e mudar estas relações.

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3. Conclusão
Neste texto pôde-se acompanhar que existem diferentes interpretações sobre o que
acontece na sociedade. E que essas visões diferentes formam as diferentes teorias ou
escolas sociológicas. Para entender isso você estudou alguns dos principais sociólogos
clássicos: Comte, Durkheim, Marx e Weber. Pôde ver que eles são responsáveis por
produzirem a base de várias discussões sociológicas ainda na atualidade.

Comte objetivou, além de criar uma ciência dos fenômenos sociais, estabelecer uma
base racional e científica para uma reforma intelectual e moral da sociedade pela
instauração do espírito positivo na organização das estruturas sociais e políticas.

Marx disse que é impossível compreender a vida fora da história. Afirmou que a
libertação é um ato histórico, não um ato de pensamento, e é efetivada por condições
históricas.

Durkheim afirmou que o objeto de estudo da Sociologia deveriam ser os fatos sociais.
Estes fatos têm as seguintes características: generalidade, exterioridade e coercitividade.

Weber, além de oferecer uma explicação para a origem do Capitalismo, é um dos


principais teóricos do sistema burocrático.

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4. Referências bibliográficas
 HOBSBAWM, E. A Era do Capital. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
 IGLÉSIAS, F. A revolução industrial. São Paulo: Brasiliense, 1986.
 MOORE, B. As origens sociais da ditadura e da democracia: senhores e
camponeses na construção do mundo moderno. Lisboa: Edições Cosmos, 1967.
 TACUSSEL, P. Augusto Comte: a obra vivida. Revista Logos, Rio de Janeiro,
v. 6, n. 2, p. 16-21, nov. 1999.
 TARDEL, M. I. Recordando a Comte. Revista de Sociologia, Santiago de
Chile, n. 5, p. 9- 18, jan. 1990.
 TORRES, M. A. El orden social in el pensamiento de Comte. Em Tese,
Florianópolis, v. 7, n. 2, p. 259-279, jul./dez. 2020.
 VEGA, M. L. La filosofia politica de Comte y su proyeto social. Ideas y
Valores, Bogota, v. 40, n. 85, p. 71-90, ago. 1991.
 ARON, R. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes,
1997.
 COMTE, A. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
 FORTE, M. A. Comte: La utopia del orden. Revista Conflito Social, Buenos
Aires, v. 1 n.00, p. 7-23, nov. 2008.
 ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins
Fontes, 1995. Um dos capítulos traz uma apresentação geral das obras de
Durkheim, acompanhadas em sua seqüência cronológica.
 BOTTOMORE, Tom & NISBET, Robert (orgs.). História da análise
sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. O artigo de Edward A. Tiryakian
contém uma excelente apresentação geral dos principais temas da sociologia de
Durkheim.

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 GIDDENS, Anthony. Política, sociologia e teoria social. São Paulo: Unesp,
1998.

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