34 - Sociologia
34 - Sociologia
34 - Sociologia
SOCIOLOGIA
Sociologia -2-
Objeto da Sociologia.
1- O Histórico, através do qual procuramos pelo estudo dos trabalhos clássicos da sociologia,
encontrar as preocupações e os interesses centrais e tradicionais da sociologia, como disciplina
intelectual. Em resumo, perguntamos: o que dizem os fundadores.
3- O Analítico, pelo qual dividimos e delimitamos, arbitrariamente algum objeto mais amplo e
o distribuiremos entre diferentes disciplinas. Na verdade, perguntamos: “O que é sugerido pela
razão?”
2. DEFINIÇÃO DA SOCIOLOGIA
Se considerarmos ‘‘o que os sociológicos fazem’’ como nosso guia para aquilo de que trata a
sociologia, existem três formas principais que devemos examinar: (1) os manuais em que os
sociólogos tentam sumariar o seu campo de estudo; (2) as associações que escolhem, quando
solicitados a identificar-se com um ou outro ramo da sociologia; (3) as pesquisas que empreendem
e os relatórios que apresentam em suas reuniões sociológicas ou publicam em livros ou revistas
especializadas. Talvez as três abordagens tendam a refletir, principalmente, o que fazem os
sociólogos ‘‘típicos’’ ou ‘‘médios’’. Existem os que dizem que não importa o que o sociólogo médio
está fazendo, pois, deveria fazer coisa muito diferente. No entanto, vamos por um momento deixar
de lado a avaliação, a fim de saber o que é que, certa ou erradamente, o sociólogo médio faz na
realidade.
Sociologia -7-
Com poucas exceções, todos os sociólogos do país ensinam, e a grande maioria ensina com
manuais. Tais livros apresentam uma concepção básica do campo de estudos, e seu uso
presumivelmente reflete sua aceitação pelos especialistas. Entre 1952 e 1958, foram publicados,
nos Estados Unidos, 24 manuais de introdução à sociologia. O manual mais aceito foi usado,
aparentemente, por apenas 15% dos estudantes matriculados em cursos de introdução à
sociologia, e apenas dois outros atingiram 10% ou mais desse grupo. Considerando-se essa ampla
difusão, torna-se muito importante, para compreender o caráter do campo, saber se tais manuais
revelam acordo fundamental quanto ao objeto da sociologia, ou se a diversidade de pontos de vista
tão grande quanto à sugerida por tão grande número de manuais. O professor Hornell Hart, que
analisou o conteúdo de tais manuais, identificou temas tratados pelo menos por 20 – isto é, por
quase 85% dos que examinou. Os 12 temas mais tratados eram: método científico na sociologia;
personalidade na sociedade; cultura; grupos humanos; população; casta e classe; raça; mudança
social; instituições eco; família; educação; religião. Alguns processos sociais não atingiram o topo
da lista, em grande parte por causa do esquema de contagem empregado. Por exemplo, se a vida
urbana e rural não tivesse sido tratada separadamente, é evidente que ‘‘vida comunitária’’ teria
sido citada pelo menos por 20, dentre os 24 manuais. Quase a mesma coisa pode ser dita, do
tópico ‘‘problemas sociais’’. Além disso, algumas instituições evidentes quase chegaram ao ápice
da lista; por exemplo, governo e política. Parece haver acordo básico a respeito de pouco mais de
uma dezena de assuntos que devem ser incluídos em qualquer introdução à sociologia. Tal acordo
não se estende, necessariamente, à relativa importância dos diferentes temas. Nessa questão, o
desacordo entre os sociólogos é provavelmente muito maior do que o encontrado em qualquer das
ciências naturais. Alguns dos manuais diferem tanto da média, na acentuação de alguns temas,
que dão uma impressão marcando temente diversa do objeto da sociologia. Por exemplo, o
manual do professor Arnold Green deixa inteiramente de mencionar os seguintes termos, seja, no
índice ou no índice remissivo: atitudes, organizações, associação, controle social, opinião pública e
planejamento social. O professor Ronald Freedman e seus colaboradores da Universidade de
Michigan dão ao tópico de ecologia humana e vida de comunidade quase três vezes o espaço
dado pelo manual médio , fias esquecem quase totalmente os temas de interação social e
comunicação. Apesar dessas importantes diferenças, os fatos indicam que a sociologia tem mais
núcleo comum do que muitas pessoas entre as quais muitos sociólogos – acreditariam. Pesando
todas essas provas, o professor Hart conclui: ‘‘Aparentemente, existe um núcleo sólido e bem
definido do objeto sociológico, tratado, em maior ou menor extensão, por quase todos os manuais.
A sociologia foi à primeira ciência a se ocupar explicitamente com a vida social como uma
tonalidade com a complexa rede de instituições sociais e grupos que constituem a sociedade. A
concepção básica ou idéia diretiva de sociologia é portanto a de estrutura social e inter-relação
sistemática de formas de comportamento ou ação em sociedades determinadas. A sociologia
como ciência tem tido vários obstáculos para seu desenvolvimento, entre os quais 4 merecem ser
citados em virtude das suas implicações prejudiciais, a inexistência ou uma terminologia clara e
precisa que possibilite um universo de comunicações, a tendência a subjetivar os fatos sociais, a
dificuldade de experimentação, pois os elementos com que lida são seres humanos; Parece claro
haver uma necessidade de uma ciência social que se ocupe da sociedade como um todo ou com a
estrutura social total. Dizer isto, porém é suscitar o problema de como tal ciência poderia ser
praticada e como se relacionava com outras ciências sociais. A sociologia não é uma ciência
separada, completa em si antes que o especialismo comece, nem uma simples síntese de ciências
sociais constituída da justa posição mecânica de seus. É antes um princípio vitalizados que corre
por toda a investigação social, alimentando-a e sendo por ela alimentado, estimulado a pesquisa,
correlacionando resultados, exibindo a vida de todo nas portes e voltando do estudo das partes
para maior compreensão do todo. Portanto a sociologia como ciência estuda os fatos tal como se
apresentam, descreve-os, analisa-os e explica-os; distinguindo-se das demais ciências sociais. A
Sociologia -8-
diversidade principal reside no aspecto geral de seu interesse, em contraposição ao das outras
ciências sociais que é mais especializado, pois, à sociologia interessa a interação social no todo e
não apenas uma de suas inúmeras facetas, que constituem, cada uma delas, o campo específico
de diferentes disciplinas.
O sociólogo interessa conhecer a sociedade como é, não como deveria ser. Embora seja
escrito que o sociólogo queira ver suas principais descobertas aplicadas na solução de problemas
específicos, não lhe cabe a responsabilidade das reformas, planejamento, ou adoção de medidas
para melhoria das condições sociais. Tal desejo não invalida o caráter científico de suas
conclusões, pois é o conhecimento em si que norteia sem trabalho e não são possíveis utilizações
práticas. O sociólogo procura ter consciência dos seus valores, preocupando no que refere-se às
relações sociais em si, que se manifestam enquanto os indivíduos pertençam a grupos econômicos
ou religiosos, recreacionais, etc.; surgindo assim entre os sociólogos um esforço no sentido de
relacionarem suas investigações as teorias, orientando suas atividades de pesquisa para a
verificação de hipóteses explicitamente formuladas. O exame das teorias sociologia demonstra
que se tem centralizado ao redor de determinadas questões; Entre elas a fixação do que
representam a sociedade e a cultura, o estabelecimento de unidades elementares para seu estudo;
a especificação dos fatores que condicionam sua estabilidade ou sua mudança; a descoberta das
relações que mantém entre si e com a personalidade; a delimitação de um campo e a
especificação de um objeto e de métodos de estudos próprios à sociologia. Os sociólogos portanto
se ocupam de estudar a realidade do indivíduo e da sociedade moderna no momento em que essa
realidade se consolida, colocando problemas práticos como teóricos; criando assim conceitos cujo
objetivo é explicá-las.
7. HISTÓRIA E SOCIOLOGIA
A história e a sociologia estão interligadas de modo que a sociologia tem uma origem
particularmente importante de início na história.
A idéia geral do progresso, que ajudaram a formular, influi profundamente na concepção
que o homem tem da história. As histórias do pensamento social dão ênfase indevida a sua
continuidade. Serias útil e esclarecedor ter para a sociologia e as ciências sociais modernas uma
explicação em que se destaque a uma modificação radical na atitude para o mundo físico,
entretanto alguns trabalhos recentes em especial, uma abordagem semelhante começou a revelar
as fontes de sociologia relacionada com a história e o seu relacionamento ao surgimento do
capitalismo industrial e à modificação nas concepções da vida social que isso provocou. Podemos
avaliar as contribuições da história à sociologia considerando-as como tendo sido no aspecto
filosófico, as nações de desenvolvimento e progresso e no aspecto científico os conceitos dos
períodos históricos e tipos sociais. Foram os historiadores que tiveram em grande parte.
8. DOUTRINA SOCIAL
Como doutrina social, ela se preocupa com a investigação científica dos fenômenos sociais,
onde se normas para melhorar a sociedade de acordo com os seus princípios e a sociologia
estuda as relações sociais e as formas de associação. Considerando as interações que ocorrem
na vida em sociedade, onde existem normas que já são estabelecidas pela sociedade.
O problema social é relativo aqueles relacionado à várias pessoas associadas, pela ação
reciproca, com o mesmo objetivo e o problema sociológico é relativo somente ao interesse de um
grupo específico, este grupo se dedica aos assuntos sociais, aqueles que se desenvolvem dentro
de uma sociedade dedicando-se à compreensão das estruturas desta organização social.
Sociologia -9-
9. A SOCIEDADE HUMANA
A vida em grupo é uma exigência da natureza humana. O homem tem necessidade dos
seus semelhantes para sobreviver, para propagar e perpetuar a espécie para realizar-se
plenamente como pessoa. A sociabilidade, a tendência natural para viver em sociedade é
desenvolvida através do processo de socialização. Este é um processo global, através do qual o
indivíduo se integra no grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos e costumes
característicos do grupo. Participando da vida em sociedade, aprendendo suas normas, valores e
costumes o indivíduo está se socializando. Quanto mais adequada a socialização do indivíduo,
mais perfeitamente sociável ele se torna. A importância da socialização para a sociedade é
demonstrada através do comércio social, que foi e continua a ser decisivo para o
desenvolvimento da humanidade. As descobertas de um membro de um grupo, comunicadas aos
outros, tornam-se estímulo e ponto de partida para aperfeiçoamentos e novas descobertas.
Transmitidas de geração a geração, elas não se perdem com a morte de seus descobridores.
O homem se guia pela inteligência: sobre o alicerce do instinto gregário ele edifica o
convívio social, cujas formas se transformam de acordo com as condições em que ele vive.
A socialização é condição necessária a sobrevivência da espécie humana.
Toda a sociedade e todo o grupo social tem regras de conduta, que orientam e controlem o
comportamento das pessoas, que são as normas; indicando o que é permitido ou não dentro de tal
sociedade e os grupos convivem com tais regras que são confundidas com símbolos cujo valor ou
significado é atribuído pela mesma sociedade; exprimindo muitas vezes um significado como regra
a norma de um comportamento dentro de uma sociedade.
Sociologia - 10 -
Cultura é a vida social de um povo, a herança social que o indivíduo adquire de seu grupo.
A aquisição é a perpetuação da cultura dominante lida através do processo social,
resultante da aprendizagem: Cada povo tem uma própria cultura. Cada sociedade elabora sua
própria cultura e recebe a influência de outras culturas.
Sua própria cultura e recebe a influência de outras culturas.
Todas as sociedades, desde as mais simples até as mais complexas, possuem cultura. Não
há sociedade sem cultura, do mesmo modo que não existe ser humano destituído de cultura.
Desde que nasce o homem é influenciado pelo meio social em que vive, não há pessoa desprovida
de cultura. A cultura dominante é uma norma de comportamento estabelecida pela sociedade. Os
indivíduos normalmente agem de acordo com os padrões estabelecidos pela sociedade que vivem.
Quando os membros ou uma sociedade agem de uma mesma forma estão expressando a cultura
dominante do grupo. No interior de uma cultura podem aparecer diferenças significativas
caracterizando-se então uma subcultura. A relação da cultura dominante com as subculturas de
uma sociedade, embora não sejam diferentes dos da cultura geral desta sociedade, os seus
costumes, os valores, o modo de ser, apresentam características próprias que se distinguem das
dos indivíduos de outras sociedades. Portanto existe a relação cultura dominante, quando uns
dada sociedade, consequentemente, possui valores culturais comuns a todos os seus integrantes.
Dentro porém desta mesma sociedade encontram-se elementos culturais restritos ou específicos
de determinados grupos que a integram; representativo de modos especiais de comportamento de
um segmento de sociedade mais complexa.
Podemos dizer que o grupo seja a interação permanentemente associadas de uma de mais
pessoas e agregado aquele agrupamento social não-homogêneo e organizado, diferenciando
assim as categorias por se tratas estas de uma das classes onde se dividem as idéias e os termos.
Podemos assim afirmar a desigualdade sobre as quais se assente a sociedade, assim cada
tipo de organização estabelece seus formas de desigualdades de privilégios, de diferenças entre
os indivíduos; e os caracterizam são definidos fora dos indivíduos diferenciando a porção social
dentre uma sociedade, constituída o processo de desigualdades sociais.
Sociologia - 11 -
Mudança social é qualquer alteração nas formas de vida de uma sociedade; nos processos
e instituições sociais e mobilidade social é o momento, no espaço social, executando por
indivíduos ou grupos que sobem ou descem na escada de uma sociedade estratificada em
camadas sociais. As relações existentes entre a mudança e a mobilidade social, é que quando elas
ocorrem; alteram-se as relações sociais, e isto varia de sociedade para sociedade, podendo ser
lentos nas sociedades mais simples, e acelerando nas sociedades contemporâneas complexas,
como as grandes cidades; e o ritmo de mudança depende de maior ou menor número de contatos
sociais com outros povos, desenvolvimento dos meios de comunicação e também de certas
atitudes individuais e sociais, que aceleram ou dificultam.
Mas o indivíduo por se tratar de um ser singular que se encontra em relação com sua
própria individualidade particular e com sua própria genericidade humana; e nela, tornam-se
conscientes ambos elementos genéricos e particulares ; mas, nessas formulações deve-se
sublinhar igual mente os termos “relativamente”. Temos ainda de acrescentar que o grau de
individualidade pode variar; já que o indivíduo dispões de um certo âmbito de movimento no qual
pode escolher sua própria comunidade e seu próprio modo de vida no interior das possibilidades
dadas; construindo uma relação com sua própria comunidade. Bem como uma relação com sua
própria particularidade vivida enquanto “dado” relativo.
São as diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam uns sobre os outros,
isto é, de que forma eles se relacionam estabelecendo relações sociais, qualquer mudança numa
sociedade, proveniente da influência dos seus membros, é um processo social.
Processo é o nome que se dá à continua mudança de alguma coisa em uma direção
definida. Processo social indica interação social, movimento, mudança. Os processos sociais são
as diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam sobre os outros, isto é, de que
forma eles se relacionam, estabelecendo relações sociais. Qualquer mudança proveniente dos
contatos e da interação social entre os membros de uma sociedade constitui, portanto, um
processo social. No grupo social ou na sociedade como um todo, os indivíduos e os grupos se
reunam e se superam, se associam e se associam. Assim, os processos sociais podem ser
dissociados ou associativos.
A interação social é a base de toda a vida social. Sem ela, os grupos não seriam mais que
simples aglomerados de indivíduos, que permaneceriam, lado a lado, como estranhos. Através da
interação social, os membros dos grupos repartem suas atividades, tem vida como e inter-
relacionada.
Por esta razão a interação social e o processo social gera e significa ação recíproca, isto é,
estabelecimento de relações muitas de interinfluências; construindo, portanto, o departamento
chave para uma concepção dinâmica das relações sociais. Ao interagirem, as pessoas não vêem
apenas como objetivos físicos, mas como indivíduos dotados de atitudes, expectativas de
comportamentos, sentimentos e capacidade de julgar. Portanto a ação de cada uma terá como
base não só suas próprias atitudes para com a outra, mas também suas próprias expectativas
quanto ao comportamento da outra e suas ações são significativas; e a interação pública
modificação do comportamento dos que dela participam; comportamento em que se trata o contato
social, seja direto ou indireto, como pré requisito essencial ao processo social, pois é por ele que
se estabelecerá a comunicação. Podemos dizer também que a interação social é o processo social
por soma de todos os interistímulos e respostas de todos os seus possíveis agentes; sendo um
processo incluso, abrangendo tipos distintos de interistímulos e reações, enfeixa a cooperação
como a opinião, formas principais de interação social; sendo a interação social como processo
social responsável por várias das quais as mais importantes são a socialização, a formação da
personalidade e as modificações do comportamento.
Sociologia - 14 -
Porque o contato é a base da vida social, o passo inicial para que ocorra qualquer
associação humana; é a fase incipiente da associação humana, através da qual ocorrem as
interações sociais, aproximando ou dissociando os indivíduos.
É necessário para o contato a realização das ações sociais entre os indivíduos provocando
uma modificação de comportamento nesses indivíduos envolvidos, resultante do contato e da
comunicação estabelecida entre eles.
Portanto a proximidade física não é suficiente para que haja o contato. As pessoas não se
vêem apenas como objetivos físicos, mas como indivíduos dotados de atitudes, expectativas de
comportamento, sentimento e capacidade de julgar. Portanto, a ação de cada uma terá como base
não só suas próprias atitudes para com a outra mas também suas próprias expectativas quanto ao
comportamento da outra ou melhor, às prováveis reações ou respostas do outro para consigo,
estabelecendo assim o contato. O contato social seja direto (frente a comunicação) é um pré
requisito essencial ao processo, pois é por ele que se estabelecerá a comunicação, sendo esse o
fator principal para a ocorrência do contato. Com a industrialização e a conseqüente urbanização
diminuíram os grupos de contatos primários, pois predominam os contatos secundários. As
relações humanas nas grandes cidades são fragmentadas e impessoais devido aos contatos
sociais secundários. A proximidade física não quer dizer proximidade afetiva numa metrópole onde
a violência é grande, e esta proximidade consequentemente não estabelecerá o contato.
Sociologia - 15 -
Em toda a estrutura social existem grupos ou camadas sociais cujos interesses ou valores
fazem com que resistam abertamente à mudança social e as atitudes individuais e sociais podem
favorecer ou não a mudança social. Consequentemente as invasões e a difusão cultural são
processos que ocasionam as mudanças sociais, pois suscitam modificações nos costumes,
relações sociais e instituições.
Essas alterações podem ser de pequeno porte passando até despercebidas, ou podem
alterar quase todos os setores da vida social. As mudanças gradativas não distroem as
instituições sociais existentes, mas visam melhorá-las; já as mudanças profundas e violentas
alteram todo o sistema de relações sociais e culturais a mudança cultural ocorre quando dois ou
mais grupos entram em contato direto e contínuo, ocorrendo mudanças culturais nos grupos, pois
verifica-se a transmissão de traços culturais de uma sociedade para outra, alguns traços são
rejeitados e outros aceitos, incorporando-se freqüentemente com alterações significativas, à cultura
resultante, tanto da diversidade das experiências de vida dos grupos, quanto das interpretações
dessas diferenças, negando preponderância de um determinante responsável pela situação e
transformação da sociedade.
Podemos afirmar que a cultura compreende artefatos, bens processos técnicos, idéias,
hábitos e valores herdados; a aquisição e a perpetuação da cultura é um processo social resultante
da aprendizagem; onde cada sociedade transmite as novas gerações a patrimônio cultural que
recebeu de seus antepassados e cada povo tem uma cultura própria cultural e receber influências
de outras culturas.
Cada geração passa por um processo de aprendizagem, no qual assimila a cultura de seu
tempo e se torna apta a enriquecer o patrimônio cultural da gerações futuras e é nesta capacidade
que tem os grupos de perpetuar a cultura que reside a possibilidade de progresso. As mudanças
dos diversos elementos da cultura não acontecem no mesmo ritmo, alguns se transformam mais
rápido que os outros e ocorrendo um desequilíbrio entre os diferentes aspectos da cultura,
estaremos diante da defasagem da cultura, pois a cultura não é sempre a mesma e apresentando
formas e características diferentes no espaço e no tempo; diante o correndo risco e perder, em
suas análises a dimensão da dominação política econômica que dá numa sociedade e que é
grande parte responsável pela predominância de determinados modos de agir, pensar e sentir;
podendo ignorar outros conceitos importantes para a compreensão da sociedade, como a
sociedade, como a ciência, progresso nação etc., tomando um conceito universalizante.
O processo de industrialização tem usado uma tecnologia cada vez mais moderna, utilizando
pouca mão - de - obra; mas o progresso tecnológico não abrange o uso da mão de obra,
principalmente da classe operária, que acabam não estando integradas em atividades produtivas,
gerando o desemprego e outros que acabam exercendo atividades para sobrevivência, exigindo
apenas uma parcela mínima de sua capacidade de trabalho, e essas pessoas apresentam um
baixo nível de renda e de consumo e vivem aglomeradas em favelas e cortiços, constituindo a
camada marginal do sistema econômico, pois esse processo de industrialização tende a produzir
um crescimento nessa camada marginal, pois há cada vez mais pessoas que não conseguem
Sociologia - 16 -
participar efetivamente do sistema produtivo e da riqueza gerada. Diante do atual processo de
globalização, a industrialização se torna cada vez mais técnica e precisa e voltadas para a
qualidade total, o processo em que utiliza-se cada vez menos a mão-de-obra e cada vez mais
tecnologia. Esse processo tecnológico, teria a função de beneficiar a população, mas a população
continua na miséria, sem alimentação, moradia, saúde, educação e as grandes cidades convivem
com a crescente marginalidade e a deterioração dos serviços públicos. O desenvolvimento social
de um povo só será possível por meio do atendimento à essas necessidades, para as quais
precisam ser orientados os investimentos.
24. ANOMIA
A mudança social se refere a qualquer alteração nas formas de vida de uma sociedade e
alteram-se as relações sociais e a anomia ocorre dentro de uma situação social em que as
próprias normas estão em conflito, refletindo nos indivíduos de uma sociais.
Enquanto a mudança social ocorre nas formas de vida de uma sociedade e nos processos
e instituições sociais, a anomia refere-se a um estado dos indivíduos e não a um estado objetivo
da sociedade, refletindo o estado de ânimo dos indivíduos cujas raízes morais se partiram e que
não mais possuem qualquer senso de continuidade e obrigação, existindo em cada indivíduo como
resultante das crises individuais.
A educação escolar pode ser de mudança ou de estagnação social devido a maneira como
a educação escolar está organizada, pois é o resultado da organização da sociedade em conjunto.
Os mais pobres são marginalizados pela escola do mesmo jeito que são explorados no
plano da relações de trabalho e impedidos de participar da vida política. A escola não é
democrática porque a sociedade em que vivemos ainda não é verdadeiramente democrática. Os
donos do poder também são os donos do saber e os pobres são excluídos tanto da escola quanto
da participação nas decisões.
Vale a pena tentar mudar a educação escolar, pois quando se mexe na escola, estamos
mexendo na sociedade, e a sociedade por sua vez também não é coisa fixa, parada, que não se
muda, pois a sociedade não são só os donos do poder, a sociedade somos todos nós.
A educação escolar pode e deve mudar, mas somos nós que temos de procurar essas
mudanças, muita coisa pode ser feita para melhorar a escola, tornando-se urgente e prioritário
adotar medidas que assegurem a todas as crianças o ingresso na escola e sua permanência no
ensino pelo maior tempo possível, para que haja uma mudança social e não continue a existir esta
estagnação na sociedade, na formação dos profissionais pois os alunos mal formados hoje serão
os profissionais de amanhã.
Estamentos de classes se refere à camada social semelhante à casta, porém mais abertas,
na sociedade estamental a mobilidade social vertical ascendente é difícil, mas não impossível,
como na sociedade de castas. As castas. As classes sociais expressa as desigualdades sobre as
quais se assenta a sociedade capitalista; compreendendo que a maneira pala qual se estratifica
uma sociedade depende da maneira com que os homens se reproduzem socialmente. Na
estratificação em castas existem sociedades em que, mesmo usando toda a sua capacidade não
consegue alcançar posição social mais elevada; pois a posição social é atribuída por ocasião de
seu nascimento, independente de sua vontade e sem perspectiva de mudança.
Pelo fato do indivíduo, ao longo de sua vida participar de vários grupos sociais, usando
atingir um objetivo, correspondendo a uma participação ou não participação de determinado grupo,
pois existem normas, hábitos e costumes, divisões de funções e posições sociais definidas que
aproximam ou afastam os indivíduos provocando ou não a participação.
Nem todos ficaram muito impressionados pelas provas de acordo básicas de objeto nos
manuais de introdução à sociologia. Alguns sustentariam que os manuais podem abranger os
mesmos temas apenas porque a experiência ensinou que esses são os assuntos a respeito dos
quais os estudantes mais desejam ouvir falar. Isso poderia ser dito a respeito de relações raciais,
mas dificilmente a respeito de um tópico como metodologia cientifica, que é também um tema
constante dos manuais. De qualquer modo, muitos pensarão que nem a audiência de estudantes
principiantes, nem os autores que escrevem manuais para eles são a melhor autoridade para decidir
acerca do objeto de um campo de estudos. Desejam saber como é que a profissão, como um todo,
define seu objeto. Felizmente, é relativamente fácil verificar isso, a partir de estudos realizados pela
American Sociological Association.
Em 1950, e novamente em 1959, cada membro da American Sociological Association foi
solicitado a indicar três campos da sociologia em que se sentia qualificado para ensinar ou
pesquisar. Cada sociólogo tinha liberdade para descrever a competência, em termos pessoais, de
forma que as categorias que surgiram não estavam predeterminadas. As respostas individuais foram
depois selecionadas e agrupadas em conjuntos que, aparentemente, de fato abrangiam todos os
campos mencionados. Houve um notável acordo entre os tópicos citados pelos especialistas como
um todo e os temas mencionados por um terço ou mais dos manuais de sociologia. No entanto,
existem alguns poucos casos em que as listas não coincidem completamente. Assim, os manuais
podem ter secções a respeito de governo, política, relações internacionais e guerra, mas, como
regras, não discutem sistematicamente a sociologia do conhecimento, da historia e do direito, que
foram citados como campo de competência, no levantamente dos sociólogos. Como cada um
desses campos foi escolhido por apenas 1 ou 2% dos sociólogos, pode-se sustentar que a questão
não é muito séria. No entanto, muitos sociólogos notarão, com pesar, que os manuais
contemporâneos não dêem mais atenção a assuntos que tinham papel tão importante na história da
pesquisa e dos pensamentos sociológicos. Apesar disso, podemos concluir que os especialistas,
como um todo, identifica, como de interesse sociológico, aproximadamente a mesma amplitude de
tópicos identificada pelos autores de manuais. Além disso, essas duas fontes apresentam grande
acordo quanto à relativa acentuação que atribuem a diferentes campos. Isso pode ser edificado pela
proporção de todos os sociólogos que escolhem qualquer tópico especifico como uma área para
especialização. No alto da lista estão os assuntos com que já nos familiarizamos: cultura, aspectos
psicológicos da vida social, casamento e família, metodologia, relações raciais e étnicas,
comunicação e opinião estão entre os campos em que mais sociólogos admitem sua competência.
O caso notável de discrepância inclui “teoria sociológica” e “sociologia geral”, que estão entre os
campos mais importantes para os especialistas, mas que não são frequentemente tratados como
Sociologia - 18 -
um tópico separado nos manuais para principiantes. Pode-se, evidentemente, citar, numerosas
razões pelas quais seria de bom aviso não aceitar essa abordagem como capaz de dar uma
resposta definitiva para o objeto da sociologia. O que os sociólogos estão fazendo hoje pode não
refletir os interesses tradicionais constantes e centrais da sociologia como uma disciplina. Como
exemplo, podemos citar o crescimento notavelmente rápido do interesse pela sociologia da
medicina. Antes da Segunda Guerra, não havia mais do que aproximadamente uma dezena de
norte-americanos que trabalhavam na sociologia da medicina; por volta de 1960, havia varias
centenas nessa atividade. Entre 1950 e 1959, a sociologia médica apresentou, proporcialmente, o
maior crescimento em todas as especializações de sociologia, pois nesse período aumentou de sete
vezes o numero dos que admitiram competência nesse campo. Inevitavelmente, uma secção
especial, dedicada a esse assunto, foi formada na Associação Americana de Sociologia, colocando-
o em pé de igualdade com alguma das especializações mais antigas e mais tradicionais.
O aumento na pesquisa sobre saúde e hospitais pode talvez ser explicado pelo fato do
Congresso dos Estados Unidos ter criado um novo Instituto Nacional de Saúde, que recebeu um
grande orçamento para pesquisa. O estudo sociológico de doença e medicina tornou-se mais
realizável e mais atraente.
Nem todas as mudanças no interesse sociológico podem ser explicadas tão facilmente. Logo
abaixo da sociologia médica, em sua proporção de crescimento entre 1950 e 1959, estava o campo
de estratificação, que também aumentou sete vezes. Neste caso, é difícil supor que maior
possibilidade de recursos de pesquisa, de fundações ou do governo, explique o maior interesse no
estudo de classes sociais e mobilidade social. Ao contrario, a crescente importância desse tópico
deve ser reconhecida com decorrência espontânea do interesse num aspecto fundamental de todas
as sociedades e que, infelizmente, tinha sido esquecido no passado mais próximo. Os guardiões da
tradição clássica na sociologia podem também alegrar-se com o fato de que, entre os outros
campos que ganharam adeptos, em proporção bem acima da media, estavam: sociologia do direito,
religião, arte, organização e trabalho.
No conjunto, todavia, a relativa atração de diferentes campos na especialização permaneceu
notavelmente estável, na década de 1950 a 1959. Dentre os 16 campos mais aceitos em 1950,
todos, com a exceção de um (sociologia rural), estavam entre os mais aceitos nove anos depois.
Além disso, houve pouquíssimas mudanças dramáticas na ordem de classificação; a mais
espetacular foi o crescimento de organização social (onde se inclui o estudo de estrutura social,
instituições, liderança e estrutura institucional comparativa), que passou dos 16.11 para o 4.0 lugar.
No entanto, entre os 16 mais aceitos, a mudança média na classificação foi de menos de 2 pontos.
Pode-se objetar que, embora as preferências e capacidades dos sociólogos médios sejam
interessantes, não devem ser considerados mais importantes. A fim de compreender os interesses
centrais de uma disciplina, deve-se olhar para os lideres, a elite que estabelece a tendência geral e
por sua influencia determina a forma e orientação do trabalho seguido pelos outros. Nem sempre é
fácil verificar quem constitui a elite, e mesmo quando é identificada, nem sempre torna sua posição
inteiramente explicita. Talvez se possa concordar que um grupo que claramente pertence à elite é a
daqueles que desempenham os principais papéis na organização do programa de reuniões anuais
de sociologia e o dos que publicam artigos nas principais revistas de sociologia. Em 1957, as
reuniões de sociologia forma dedicadas a uma ampla resenha de “Problemas e Prospectos de
Sociologia”. Esse levantamento destina-se a lidar com todos os “principais ramos da sociologia”.
Sob a orientação de uma Comissão de Programa Especial, 3.3 aproximadamente 30
especializações de sociologia foram escolhidas e estudadas; depois, os resultados foram reunidos
em um livro muito usado, denominado Sociology Today.
Os tópicos já conhecidos aparecem novamente: teoria sociológica,, metodologia, o individuo
na sociedade, a família, a comunicação, relações étnicas e raciais e assim por diante. Houve
algumas comissões importantes, tais como a sociologia histórica e militar – que, segundo a
afirmação explicita dos organizadores, foram omitidas por falta de espaço – tal como “sociologia da
doença mental”. No conjunto, todavia, a escolha de tópicos acompanha o esquema que já
discutimos. O fato de as reuniões de 1957 da Americam Sociological Society serem representativas
dos interesses dos sociólogos mais ativos pode ser verificado pelo exame da distribuição, segundo
Sociologia - 19 -
os assuntos, dos artigos que escrevem para as revistas de sociologia. Embora existam diferenças
de acentuação, de acordo com os interesses específicos das varias revistas, os temas conhecidos
predominam nas revistas dedicadas à sociologia geral. Por exemplo, na American Sociological
Review, em 1959, os tópicos predominantes formam controle e divergência social, diferenciação e
estratificação, metodologia cientifica, e assim por diante, de acordo com a lista que já encontramos.
TABELA 1
UM ESQUEMA GERAL DO OBJETO DA SOCIOLOGIA
I. Analise Sociológica
Cultura humana e Sociedade
Perspectiva Sociológica
Método Cientifico na Ciência Social.
É difícil que muitos sociólogos digam que qualquer item dessa lista não merece sua posição.
Talvez exista um ou dois assuntos que muitos sociólogos veriam como omissões básicas, mas na
maioria dos casos seria possível mostrar que estão incluídos em alguma outra categoria. Isso não
significa, de forma alguma, que a lista aparentemente infindável de especialização. Não apenas
existe uma sociologia de pequenos grupos, mas alguns departamentos dão cursos sobre “o grupo
de duas pessoas”.
Sociologia - 20 -
Não apenas existe uma sociologia geral da organização; existe também uma sociologia
especial do hospital. Existe uma sociologia especial e bem desenvolvida do estranho, e os
sociólogos chegaram a escrever sobre a sociologia da bicicleta. Mas todos esses casos podem
serem vistos como casos especiais e refinamentos de categorias mais gerais de interesse
sociológico, sobre cuja inclusão existe acordo geral. Devemos lembrar, no entanto,que o acordo
geral sobre a adequação de tais tópicos como assuntos de interesse sociológico não se estende
necessariamente a uma avaliação de sua relativa importância, nem a julgamentos quanto à maneira
de estudá-los.
Pode-se sustentar, com razão,que nem o que foi proposto pelos fundadores, nem o que os
sociólogos atuais fazem é o caminho mais correto para determinar o objeto adequado da sociologia.
Isso talvez deva ser decidido por um processo de analise lógica. No entanto, como logo
verificaremos, está longe de ser evidente qual é, exatamente, o fundamento mais ‘‘lógico’’ para
atribuir responsabilidade para o estudo de questões humanas. Aparentemente, cada um dos ramos
do conhecimento social e humorístico tem um objeto específico. A ciência política, por exemplo, lida
com as maneiras pelas quais a sociedade distribui o direito de usar poder legítimo. Analisa idéias a
respeito de governo e autoridade, descreve a distribuição rela das quais se exerce o poder.
Seguindo essa orientação, nossa tarefa se torna apenas a de descobrir para a sociologia algum
objeto especial ou distinto, preferivelmente alguma coisa concreta, específica e facilmente
identificável, que não seja considerada como o objeto central de estudo de alguma outra disciplina
estabelecida. O olhar mais superficial às facilmente identificáveis instituições básicas, aos produtos
e aos processos sociais revela que, na realidade, existem tais assuntos não distribuídos ou não
reclamados. A política e a economia são reclamadas e, em grande parte, o mesmo ocorre com a
literatura, a linguagem, a educação e o comercio. Mas ainda restam à família, a delinqüência, as
classes sociais, os grupos raciais e étnicos, a comunidade rural e urbana. Nenhum desses
componentes básicos da sociedade tornou-se o objeto característico de um rumo especializado do
conhecimento que tenha a posição de uma disciplina dependente, comparável à política ou à
economia. Ao contrario, cada um desses assuntos tornou-se, ate certo ponto, a grande categoria
residual das ciências sociais. Não tem um, mas muitos objetos. Alguns poderiam dizer, na realidade,
que nesse sentido a sociologia não tem um objeto característico. É apenas um acúmulo de
disciplinas unidas, principalmente, pelo fato de lidarem com instituições e processos sociais que,
histericamente, não conseguiram tornar-se uma posição independente como disciplinas intelectuais.
Naturalmente, a qualquer momento uma dessas especializações pode ainda estabelecer-se como
uma disciplina independente, dando um fundamento para departamentos nas universidades e
tornando-se reconhecida como um campo independente por sociedades cultas, fundações e
comunidade de eruditos como um todo. Até certo ponto, isso já aconteceu com o estudo da
população e demografia, com a criminologia e a penalogia, a sociologia industrial e o estudo da
família. Se o longo e continuo processo de diferenciação e especialização na erudição continuasse
até o ponto de todos os sobre campos da sociologia se tornar disciplinas independentes, será que a
sociologia deixaria de existir como disciplina independente? A rigor, só podemos dizer “não” se
pudermos indicar um objeto especifico que restaria para a sociologia. Felizmente, podemos fazer
isso. Na realidade, auxiliados pela analise das secções precedentes deste capitulo, podemos propor
vários objetos específicos que a sociologia ainda poderia exigir. São eles, em ordem decrescente de
tamanho e complexidade: sociedades, instituições e relações sociais.
Sociologia - 21 -
A Sociologia não precisa ser o estudo de qualquer parte isolada; pode ser o estudo do todo –
isto é, a sociologia pode ser a disciplina especial que considera a sociedade como sua unidade de
análise. Nesse caso, seu objetivo seria descobrir como as instituições que constituem uma
sociedade estão relacionadas entre si, em diferentes sistemas sociais. O especialista em governo
pode estudar tipos de governo, e perguntar como as funções legislativas, judiciárias e
administrativas são distribuídas, como se relacionam entre si as unidades que realizam tais funções,
quais as conseqüências da descentralização administrativa quando o poder legislativo continua
difuso. Assim, mesmo, pode haver um ramo do conhecimento que se concentra na sociedade como
a unidade de análise. Tal estudo da sociedade teria pelo menos duas divisões principais, uma mais
interessada pela diferenciação interna de sociedades específicas, a outra destinada a tratar as
sociedades como uma população que tem certas características internas identificáveis. Neste último
caso, a sociologia proporia questões do tipo seguinte: existe qualquer prova de que tipos de
sociologia por exemplo, os grandes impérios tendem a durar um período específico de tempo? Será
que as sociedades passam por estados definidos de desenvolvimento? As questões desse tipo já
dominaram o pensamento sociológico,especialmente sob a forma da teoria evolucionista de
desenvolvimento social. O descrédito das teorias evolucionistas contribui para desestimular outros
esforços nessa direção. Atualmente, são muitos mais aceitos e, aparentemente, muito mais
produtivos os estudos da sociedade que pesquisam, fundamentalmente, a sua estrutura interna.
Algumas questões típicas, propostas nessa tradição, são as seguintes: quais são os problemas
internos que qualquer sociedade deve enfrentar? Quais são os componentes mais comuns
encontrados em quase todas as sociedades? Qual a maneira típica pelas quais as sociedades
distribuem responsabilidade por várias funções? Quais as conseqüências da combinação de
determinadas instituições – por exemplo, até que ponto o padrão industrial e vida econômica são
compatíveis com o tipo de família ‘‘extensa’’?
Grande parte do que se chama frequentemente sociologia histórica e comparativa segue esse
modelo. Numa das suas series clássicas de estudos, Max Weber propôs o seguinte conjunto de
perguntas: Será que cada ética para a ação econômica do homem? E na medida em que isso fosse
verdade, daí não decorreria que os praticantes de certas religiões seriam mais ativos e eficientes na
vida econômica do que os que seguem diferentes éticas religiosas? Weber investigou essas
questões numa série grandiosa de estudos sobre a influência da religião na atividade econômica na
China, na Índia e na Europa Protestante, e neste último caso apresentou um dosa estudos mais
conhecidos e mais discutidos de toda a ciência social, em A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo. Citamos Weber como um exemplo do estudo da sociedade porque o seu interesse
não era a religiosa como tal, mas o efeito que tipos específicos de organização religiosa tiveram em
outros aspectos da vida social e, especificamente, na vida econômica.
De acordo com o princípio de cada disciplina deve ter um objeto específico, verificamos que
séries de instituições que não conseguiram tornar-se o objeto de qualquer disciplina estabelecida
tornaram-se subdivisões da sociologia. Vimos, também, que mesmo que algumas instituições,
como a família, se tornassem objeto de disciplinas separadamente estabelecidas, ainda assim as
sociedades, as instituições, as relações sociais e os processos sociais, tais como diferenciação,
cooperação, avaliação e competição continuariam como focos distintos de análise sociológica.
Evidentemente, a antropologia também lida com todos esses assuntos e a historia também se
interessa por sociedades e instituições. Para distinguir precisamente dois campos, precisamos
considerar, não apenas seu objeto, mas também seus objetivos e métodos. Por isso, deixamos
para o próximo capitulo outras distinções entre sociologia, historia e antropologia. Neste capitulo,
exploramos três diferentes caminhos que levam a um delineamento do0 objeto da sociologia, e
consideramos, sucessivamente: “o que os fundadores disseram que os sociólogos fazem” e “o que
a lógica exige”. Todos os três caminhos indicam que a sociologia lida com uma grande amplitude
de instituições e sociais.
O direito da sociologia a alguns desse processo e a algumas dessas instituições não
apresenta requisitos principais. É impensável que uma instituição social não constitua objeto de
estudo intensivo. Portanto, a sociologia pode ser vista não como uma coleção de sub-disciplinas
que lidam com instituições e processos sociais que não são reclamados por disciplinas mais
especializações. No entanto, precisamos reconhecer que, mesmo quando algumas instituições,
como as econômicas e as políticas, constituem o objeto de algumas especializadas e
independentes do conhecimento, continuam como objetos de pesquisa sociológica. Isso não é
apenas redundância ou imperialismo acadêmico. O aspecto de qualquer instituição ou processo
social que o lida a qualquer outro é o seu caráter como “sistema” interligado de ação. Portanto,
podemos dizer que a sociologia é o estudo de sistema social e de suas inter-relações.
Verificamos que o mais importante desses sistemas de ação, por ordem crescente de tamanho e
complexidade, são os seguintes: atos sociais isolados, relações sociais, organizações e
instituições, comunidades e sociedades. Isso não se tornou evidente para nós a partir do estudo de
manuais porque ai só podemos dizer quais as instituições discutidas e não qual de seus aspectos
era acentuados. Ao recordar, agora, os assuntos em que os sociólogos se consideravam
competentes, verificamos que entre as especializações mais frequentemente citadas estavam
“teorias” e “sociologia geral”. Antes, não investigamos o sentido desses termos. Se o fizéssemos,
Sociologia - 23 -
teríamos descobertos que, por essas escolhas, muitos sociólogos exprimiam sua opinião de que a
sociologia não apenas uma coleção de sub-disciplinas sobre todos os domínios da vida, mas,
ao contrario, é o estudo dos aspectos da vida social que estão presentes em todas as formas
sociais. Naturalmente, essa idéia foi explicitada frequentemente nos clássicos da sociologia.
Inevitavelmente a encontramos, também, se procurarmos, por analise lógica, delinear um objeto
distinto para a sociologia, que não entre em conflitos com os direitos de disciplinas que focalizam
instituições especificas, tais como as políticas e econômicas. Para compreender a sociologia,
precisamos, evidentemente, saber algo de seu objeto. No entanto, ainda mais fundamental para a
definição de caráter de qualquer disciplina são as questões que propõe a respeito de seu objeto e
as maneiras pelas quais procura responde-las. As listas de assuntos, como a apresentada na
Tabela, nos dizem do que trata a sociologia, sem responde à questão :”O que é a sociologia?” ate
aqui, estamos na posição de um aluno que deve escrever um trabalho sobre a biologia como um
ramo da ciência e escreve que é o estudo de braços, pernas, cabeças e assim por diante: que
também se refere à circulação, respiração e digestão: que, além disso, compara homens e
mulheres. Essa informação é certamente algo com que começa, mas define o campo de estudo.
Precisamos ainda descobrir a perspectiva especifica através da qual a sociologia vê esses
assuntos, como os estuda, quais os métodos de pesquisa que utiliza, que tipo de conclusão tira de
sua investigação. Esses são os temas que nos ocuparão nos capítulos seguintes. Neles,claro que
algumas das diferenças de acentuação, a que até aqui nos referimos ao esclarecer o objeto da
sociologia, se tornam muito importante ao tomar decisões quanto à relativa acentuação a ser dada
a vários assuntos e quanto aos métodos para pesquisá-los.
Neste capitulo nos voltamos para duas tarefas: esclarecer a relação entre a sociologia e as
outras disciplinas que lidam com o homem na sociedade, e apresenta uma definição mais formal
da sociologia. Ambas apresentam assuntos não completados e que foram trazidos do capitulo
anterior. Em conjunto, nossa analise dessas questões apresenta uma concepção do que é
característico da perspectiva sociológica.
Anteriormente, já deixamos explicita nossa opinião de que, isoladamente, o objeto da
sociologia não poderia servir para definir o campo de estudo. Portanto, não precisamos de muito
tempo para justificar nossa tentativa de uma definição mais formal das características essenciais
da analise sociológica. A relação da sociologia com as outras disciplinas é questão diferente. As
disciplinas intelectuais são tao complexas e diferentes que qualquer caracterização rápida deve,
necessariamente, estar cheia de imagens arbitrarias e até deformada. Quando tentamos distinguir
os ramos do conhecimento, há, inevitavelmente, uma grande tentação para exagerar as
diferenças, em vez de reconhecer as semelhanças. Apesar desses graves riscos, evidentemente
precisamos apresentar certo mapa do terreno àquele que desejam orientar-se no complexo
domínio das ciências sociais. As primeiras impressões, necessariamente superficiais, podem
alterar-se, à medida que o principiante se torna mais orientado e aprofunda sua compreensão da
ciência social. E é importante reconhecer que as diferenças na perspectiva e na pratica das varias
disciplinas que lidam com o homem na sociedade são muitas vezes fundamentais e
permaneceram por longos períodos de tempo.
Benjamin Kidd escreveu sobre a sociologia nas 11.1 edições da Enciclopédia Britânica, disse:
“A partir do século XVII, pode-se dizer, falando rigorosamente, que todas as contribuições mais
importantes para o conjunto da filosofia ocidentais forma contribuição para a ciência da sociedade
(sociologia)”. A seguir, lembra que, com o passar dos anos, os seguintes termos foram seriamente
propostos como substitutos para o termo “sociologia”: política, ciência política, economia social,
filosofia social e ciência social. Em tais circunstancias, qualquer noviço no campo deve ser
desculpado se exprime certa confusão ao enfrentar a tarefa de distinguir uma ciência social de
outra. A manutenção de tais distinções torna-se mais difícil pela facilidade com que os sociólogos
aceitam responsabilidade por qualquer instituição que ainda não é objetivo de uma disciplina
estabelecida. Na medida em que tais assuntos são importantes e de outra forma seriam
esquecidos, os sociólogos merecem mais elogios do que criticas. O mundo acadêmico mostrou
notável capacidade para excluir de estudo sérios, grandes extensões da atividade humana, como
se a natureza humana comum que, se exprime na vida de família, na estratificação e no crime,
tornasse tais estudos vulgares inadequados pára os cavalheiros acadêmicos. É apenas um pouco
menos difícil para um novo ramo de estudo, conseguir reconhecimento na universidade do que um
camelo passar pela porta em Jerusalém é conhecida como “o buraco da agulha”.
Essa qualidade aberta da sociologia e sua pronta acentuação de novos campos de estudo
decorrem do interesse geral do sociólogo por sistemas de ação social e sua inteira. Isso
inevitavelmente o leva a lidar com todos os aspectos da vida especial ou reserva de alguma outra
disciplina. Não existe um tribunal a que nos possamos dirigir para a decisão quanto a tais disputas
territoriais. De cada disciplina intelectual que enfrenta um assunto especifico, podemos perguntar:
Apresenta as questões provocantes? Existe ou será possível criar um método para estudar as
questões que apresenta? Uma vez aplicada, será que esse método para estudar conduz a fatos
significativos? Podem tais fatos ser reunidos a fim de formular conclusões ou generalizações que
são contribuições para o conhecimento? Será que tais conclusões indicam o caminho para novas
perguntas que nos levem ainda mais longe em nosso esforço para entender os homens e suas
obras? Qual o problema fundamental a que se dirige a sociologia?
Se quisesse exigir que o problema básico a que se dirige o sociólogo fosse escrito em uma
única frase, responderíamos: Procura explicar a natureza da ordem social.
Sociologia - 28 -
Bibliografia
Atenção!
Nota
Prova de Sociologia
Bacharel
(NOME LEGÍVEL)
Aluno (a):...........................................................................................................................................data................/................./....................
(Marque um X na alternativa correta)
2. Se considerarmos ‘‘o que os sociológicos fazem’’ como nosso guia para aquilo de que trata a
sociologia, existem três formas principais que devemos examinar: (1) os manuais em que os
sociólogos tentam sumariar o seu campo de estudo; (2) as associações que escolhem, quando
solicitados a identificar-se com um ou outro ramo da sociologia; (3) as pesquisas que empreendem e
os relatórios que apresentam em suas reuniões sociológicas ou publicam em livros ou revistas
especializadas.
Certo
Errado
3. Entre 1982 e 1989, foram publicados, nos Estados Unidos, 21 manuais de introdução à sociologia.
O manual mais aceito foi usado, aparentemente, por apenas 11% dos estudantes matriculados
em cursos de introdução à sociologia, e apenas dois outros atingiram 15% ou mais desse
grupo.
Certo
Errado
4. A sociologia foi à Segunda ciência a se ocupar explicitamente com a vida social como uma
tonalidade com a complexa rede de instituições sociais e grupos que constituem a sociedade.
Certo
Errado