Projecto de Pesquisa
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1. Introdução......................................................................................................................1
1.1. Descrição do problema..................................................................................................2
1.2. Justificativa....................................................................................................................3
1.3. Objectivos......................................................................................................................4
1.3.1. Geral:.........................................................................................................................4
1.3.2. Objectivos específicos...............................................................................................4
1.4. Questões de pesquisa.....................................................................................................4
1.5. Delimitação...................................................................................................................4
1.5.1. Temática....................................................................................................................4
1.5.2. Espacial......................................................................................................................4
1.5.3. Temporal....................................................................................................................4
2. Revisão de Literatura.....................................................................................................5
2.1. Uniões Prematuras.........................................................................................................5
2.2. Quadro legal aplicável à prevenção e combate as uniões prematuras...........................6
2.2.1. Constituição da República de Moçambique..............................................................6
2.2.2. Lei da Família............................................................................................................6
2.2.3. Lei de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras..................................................8
2.2.3.1. Estrutura da Lei de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras..........................8
2.2.3.2. Proibição de Celebração.........................................................................................8
2.2.3.3. Objectivos da Lei...................................................................................................9
2.2.3.4. Princípios Fundamentais........................................................................................9
O presente trabalho surge no âmbito do cumprimento parcial dos requisitos para admissão ao
curso de Mestrado Académico em Ciências Policiais, ministrado na Academia de Ciências
Policiais (ACIPOL) cujo tema é: " Estratégias Policiais de Prevenção e Combate as Uniões
Prematuras em Moçambique: Estudo de caso do Departamento Central de Atendimento à
Família e Menores Vítimas de Violência 2019-2021".
O objectivo deste trabalho é contribuir não só para a prevenção e irradicação dos casamentos de
raparigas, mas ainda para a efectivação dos direitos das raparigas, previstos na Constituição da
República de Moçambique e nas convenções internacionais. Porém, as questões ligadas aos
direitos humanos da criança (neste caso da rapariga), apesar da sua previsão, são omissas,
limitando os espaços para a sua promoção. Neste contexto precisa-se entender as uniões
prematuras considerando que as práticas como os ritos de iniciação podem ser relevantes para a
definição do conceito de criança e, consequentemente, promover mudanças no processo de
prescrição de papéis e espaços de actuação específicos para as crianças e adolescentes vivendo
em zonas rurais. A realidade moçambicana mostra que essas uniões podem ser arranjadas pela
família e, nem sempre os nubentes podem decidir sobre quando e com quem vão contrair
matrimónio.
Para o efeito, analisaremos a actuação da PRM no combate a este flagelo, buscando entender o
enquadramento das normas internas da corporação em comparação com os instrumentos
internacionais de que Moçambique é parte, visando perceber o estágio em que Moçambique se
encontra na protecção dos direitos da rapariga, onde será explorada a legislação relativa a
matéria, casos da Lei de Prevenção e Combate as Uniões Prematuras, a Lei da Família, Lei de
Promoção e Protecção dos Direitos da Criança, O Codigo Penal Moçambicano, O Protocolo à
Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos Relativo aos Direitos da Mulher em África,
A Carta Africana dos Direitos e Bem-Estar da Criança, Lei da Família e a Constituição da
República.
Para melhor compreensão, o estudo está estruturado da seguinte maneira: o primeiro capítulo
apresenta a introdução, constando o problema, as perguntas, justificativa e os objectivos da
pesquisa; o segundo capítulo apresenta a revisão bibliográfica onde debruçamos as abordagens
1
teóricas sobre a matéria em estudo; o terceiro capítulo da metodologia, o quarto capítulo de
apresentação e discussão de Dados, e finalmente o quinto capítulo a presenta a recomendações e
conclusão.
O fenómeno das Uniões prematuras é endémico em Moçambique, o que quer dizer que se está
perante um fenómeno habitual e de grande incidência. Moçambique encontra-se entre os países
que, ao nível mundial, apresentam um maior número deste tipo de uniões forçadas: encontra-se
em 7º lugar nesta lista, depois do Níger, do Chade, do Mali, do Bangladesh, da Guiné e da
República Centro Africana, contabilizando mais de metade de mulheres que se casam antes dos
18 anos.
Contudo, apesar destas práticas constituírem um atentado aos direitos humanos e ao facto de
Moçambique ser signatário de muitos instrumentos internacionais que apelam ao respeito dos
direitos da criança persiste a impunidade das pessoas que se envolvem neste tipo de práticas e
estado continua a mostrar-se incapaz de reprimir esse tipo de actos.
O casamento prematuro constitui um factor de risco porque implica quase inevitavelmente
relações sexuais. Nas sociedades onde tal se consuma existe a forte pressão para se ter filhos
logo após o casamento e a taxa de concepção de mulheres jovens casadas é muito baixa.
Noutra vertente das consequências, existe uma correlação entre o casamento prematuro e a saída
do sistema de educação, por se cuidar de outros afazeres, com consequências para a privação do
direito à educação e no desenvolvimento social e humano das raparigas envolvidas. A aparente
apatia do sistema de educação e as normas permissivas como o Despacho nº 39/GM/2003 do
Ministério da Educação, que prescreve a mudança de turno para a rapariga grávida e apenas o
processo disciplinar para o protagonista concorrem para aumentar a tolerância em relação a estes
tipos de violência e á sua reprodução.
Pergunta de partida:
Até que ponto as estratégias Policiais são eficazes na prevenção e combate as uniões
prematuras em Moçambique?
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1.2. Justificativa
As crianças que vivem nestas uniões forçadas, para além de se verem impossibilitadas de
gozarem dos seus direitos, sofrem severas consequências no que diz respeito ao seu bem-estar
psicológico e emocional, à sua saúde reprodutiva e às suas oportunidades educativas e na vida
como adultas.
Este tema é importante no nível académico e também por si tratar de obtenção de grau de
licenciatura segundo orientação desta faculdade é um dos requisitos principal para elaboração de
monografia. Segundo MARCONI e LAKATOS, a justificativa consiste numa exposição suscita
porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam
importante a realização da pesquisa
A razão de fundo para a escolha desse tema dos diversos é o interessante facto de, Criar sistemas
locais de referência para os casos de violência de menores através da disseminação de
informação sobre como proceder quando se é confrontado com um caso destes. Os sistemas
locais de referência devem incluir todas as pessoas e instituições que podem desempenhar um
papel de reportagem.
3
Com este trabalho pretende-se rever o quadro legal aplicável a Moçambique em relação a
problemática e a sua incidência, e discutir uma tentativa de criminalizar os implicados neste tipo
de situações.
1.3. Objectivos
1.3.1. Geral:
Analisar a eficácia das estratégias policiais de prevenção e combate as uniões prematuras
em Moçambique.
A presente pesquisa insere-se no campo das ciências sociais e tem em vista debruçar-se as
estratégias policiais de prevenção e combate às uniões prematuras.
1.5.2. Espacial
1.5.3. Temporal
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A presente pesquisa irá compreender o período de 2019 a 2021, por este constituir um período no
qual verificou-se evolução progressiva nos casos de uniões prematuras.
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2. Revisão de Literatura
2.1. Uniões Prematuras
União prematura é a ligação entre pessoas, em que pelo menos uma seja criança, formada com
propósito imediato ou futuro de constituir família.
O casamento, o noivado, união de facto ou qualquer relação que seja equiparável à relação de
conjugalidade, independentemente da sua designação regional ou local, envolvendo criança, são
havidos como união prematura para os termos da Presente Lei.
Apesar das uniões prematuras serem uma prática no nosso país, não existe ainda muitas obras
retratando essa problemática. Contudo existem estudos e pesquisas realizadas por várias
organizações nacionais e internacionais que serão as principais fontes para a realização deste
trabalho.
O casamento pressupõe, antes de mais, o livre consentimento das partes. A Lei n° 19/2019, de 22
de Outubro que estabelece o regime jurídico aplicável a proibição, prevenção e mitigação das
Uniões Prematuras em Moçambique, define-o como: “a união voluntária e singular entre um
homem e uma mulher, com o propósito de constituir família, mediante comunhão plena de vida
(Artigo 7, Noção de casamento). Então se pegarmos nesta definição, todas as uniões que não
obedecerem ao carácter “voluntário” e “singular”, não são efectivamente “casamentos” perante a
lei. Esta última característica “singular” refere-se ao casamento monogâmico, enquanto o
“voluntário” diz respeito ao consentimento das partes.
Segundo a Convenção Sobre os Direitos das Crianças (aprovada na 44ª sessão da ONU, 1989 e
ratificada pelo Conselho de Ministros, resolução nº 19/90, no BR, I Série, nº 42, 23/10/1990), a
criança é definida como todo o ser humano com menos de dezoito anos, excepto se a lei nacional
conferir a maioridade mais cedo.
Assim, porque uma pessoa com idade inferior a 18 anos (criança) não é capaz de dar o seu
consentimento válido para se casar, os casamentos em que ambas ou apenas uma das partes é
menor de idade, são considerados como uniões forçadas, o vulgarmente chamado casamento
prematuro. Uma Relatora especial das Nações Unidas para o tráfico de pessoas, em particular
mulheres e crianças, Sigma Huda (2007), vai mais longe: “o casamento imposto a uma mulher
não pela força explícita, mas submetendo-a a pressão implacável e / ou manipulação, muitas
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vezes dizendo-lhe que a recusa de um pretendente irá prejudicar a sua família na comunidade,
também pode ser entendido como forçado”.
Por estas razões, o casamento prematuro é condenado tanto ao nível do sistema universal dos
direitos humanos, como em instrumentos legais regionais e nacionais.
Tem-se em destaque a lei mãe, que é a Constituição da República de Moçambique (CRM), como
um dos instrumentos que protege os interesses da criança, ao estabelecer no seu artigo 47, que as
crianças têm o direito à protecção e aos cuidados necessários ao seu bem-estar. O mesmo
dispositivo legal, advoga ainda no seu artigo 121 que todas as crianças têm direito à protecção da
família, da sociedade e do Estado, tendo em vista o seu desenvolvimento integral.
A Nova Lei da Família, aprovada pela Lei n.º 22/2019, de 11 de Dezembro, a qual revoga a Lei
n.10/2004, de 25 de Agosto (antiga Lei da Família), é um instrumento legal que compreende um
conjunto de normas que regulam as relações entre pessoas ligadas entre si por laços de
familiaridade, que o Estado reconhece efeitos jurídicos, nomeadamente, a procriação, o
parentesco, a afinidade, o casamento e a adopção.
O casamento é definido como união voluntária e singular entre um homem e uma mulher, com o
propósito de constituir família, mediante comunhão plena de vida (art.º. 8 da Lei da Família).
Quanto a modalidade de casamentos, a lei estabelece a existência do casamento civil, religioso
ou tradicional (art.º 17, Lei da Família). O casamento religioso e o tradicional produzem efeitos
previstos na respectiva lei, desde que esteja devidamente transcrito pelos serviços do registo civil
nos termos da lei (nº 2, art.º 18 Lei da Família).
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Contudo, para celebração do casamento no ordenamento jurídico moçambicano, torna-se
necessário que estejam observados todos os pressupostos necessários, dos quais se destaca a
idade núbil exigida por lei, que é, neste caso, a idade de 18 anos. O casamento religioso e o
tradicional também só podem ser contraídos por quem tiver a capacidade matrimonial exigida na
lei civil (art. 26, conjugado com o art.º. 32, al a), da Lei da Família).
Uma das principais novidades trazidas pela nova Lei da Família no âmbito da prevenção e
combate às uniões prematuras, consiste na revogação do nº 2 do art. 30 da Lei n.10/2004, de 25
de Agosto (antiga lei da família), que fala acerca da emancipação para o casamento com 16 ou
17 anos.
A revogação trazida na Lei da Família sobre a idade núbil, visa, por um lado, conformar a nova
Lei da Família com as disposições da Constituição da República sobre:
Direitos da criança: o direito de exprimir a sua opinião nos assuntos que lhes dizem
respeito, o direito à protecção e ao bem-estar e o princípio do superior interesse da
criança (art.º. 47);
Infância: o direito à protecção pela família e do princípio do desenvolvimento integral (nº
1, do art.º. 121);
Princípio do livre consentimento para o casamento (nº. 3, do art. 119).
Por outro lado, a revogação sobre a idade núbil, visa essencialmente, adequar a Lei da Família às
políticas e estratégias vigentes sobre a eliminação dos casamentos prematuros; a Lei sobre
Promoção e Protecção dos Direitos da Criança, Lei nº 7/2008, de 9 de Julho (art. 3); A
Declaração Universal dos Direitos do Homem (nº 2, do art. 16,), o Protocolo à Carta Africana
dos Direitos do Homem e dos Povos relativo aos Direitos da Mulher em África (als. a) e b), do
art. 6,), Protocolo da SADC sobre Género e Desenvolvimento (als. a) e b), do nº 2, do art. 8,) e a
Convenção sobre os Direitos da Criança (art. 1).
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A questão da oposição dos Pais ou Tutor, prevista no art. 41 da Nova Lei da Família, é um
postulado legal que fazia sentido em conjugação com o n.2 do art. 30 da lei revogada, uma vez
que a nova lei revogou a possibilidade de celebração do casamento com 16 ou 17 anos, em que
se exigia consentimento dos pais ou tutor. Com isto, subentende-se que o artigo 41 da Nova Lei
da Família perde o seu sentido de existência.
Com a aprovação da Lei n.º 19/2019, de 22 de Outubro, Lei de Prevenção e Combate às Uniões
Prematuras, Moçambique deu mais um passo na promoção dos direitos e protecção integral da
Criança. Esta Lei tem por objecto a proibição, prevenção, mitigação e penalização das uniões
prematuras, bem como a protecção das crianças que se encontrem nessas uniões.
Não obstante, sendo Moçambique um País onde as uniões prematuras constituem um fenómeno
complexo, a sua implementação trará inúmeros desafios aos diferentes sectores nas instituições
de Administração da Justiça, bem como na sociedade moçambicana.
Estudos feitos indicam que Moçambique está entre os 10 países a nível mundial, com maior
prevalência de uniões prematuras. Ocupa o 7º lugar em África e o 3º a nível da África Austral.
Dados indicam ainda que, a criança representa cerca de 53% da população e destas, 48% unem-
se antes dos 18 anos de idade.
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Nenhuma autoridade, seja administrativa, tradicional, local ou religiosa, pode legitimar por
qualquer forma e no âmbito das suas funções, a constituição da união com o propósito
imediato ou futuro de constituir família, na qual uma ou ambas as pessoas sejam crianças.
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CAPÍTULO III: METODOLOGIA
Este capítulo apresenta as seguintes secções: método de abordagem, população alvo, técnicas e
instrumentos de recolha de dados.
A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o
aprofundamento da compreensão de um grupo social de uma organização. Os pesquisadores que
utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém
ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de
factos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interacção) e se valem de
diferentes abordagens (Gerhardt & Silveira, 2009).
A pesquisa qualitativa preocupa-se com aspectos da realidade que não podem ser
quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Para
Minayo (2004), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das
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relações, dos processos e dos fenómenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis.
Para o alcance dos objectivos do estudo iremos recorrer ao método qualitativo complementado
pelo quantitativo. A conjugação das abordagens qualitativa e quantitativa permitirá recolher mais
informações do que se poderá conseguir isoladamente.
A abordagem quantitativa permitirá recolher dados estatísticos sobre a evolução dos casos de
uniões prematuras em Moçambique durante o período em análise.
A opção por uma metodologia mista parte do pressuposto de que as duas (2) abordagens
(qualitativa e quantitativa) se complementam: as duas abordagens têm pontos fracos e fortes e os
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elementos fortes de uma complementam as fraquezas da outra. Como refere Terence (2006, p.3),
“as abordagens quantitativas e qualitativas, apesar das suas especificidades, não se excluem”.
3.2.2. Amostragem
Segundo Neves e Domingues (2007), a amostra é o subconjunto da população, por meio do
qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo. Richardson (1999) define
amostra como um subconjunto da população alvo que habita num determinado lugar.
Para Doxsey e De Riz (2003, Apud Gerhardt & Silveira, 2009, p. 67), numa pesquisa é sempre
essencial determinar qual será a principal fonte das informações a serem colectadas.
Assim, a escolha dos participantes desta pesquisa será baseada na procura de indivíduos sociais
que tenham uma vinculação significativa com o tema em estudo (Neves & Domingues, 2007).
Desta forma, a amostra da presente pesquisa será composta por 15 Agentes da Polícia de que
lidam com a questão das uniões prematuras no Departamento de Atendimento à Família e
Menores Vítimas de Violência, nomeadamente: um (1) Chefe de Departamento, (3) Chefes de
repartição, oito (8) Chefes de secção, Três (3) Técnicos de atendimento.
Esta constituirá uma amostra relativamente pequena, contudo, para Bogdan e Biklen (1994), na
investigação qualitativa os métodos de recolha de dados conduzem a um trabalho intenso, uma
vez que o objectivo é a obtenção de respostas e explicações através da exploração com maior
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profundidade das questões sob investigação, contrariamente à investigação quantitativa em que
os investigadores usam grandes amostras com o objectivo de generalizar os resultados das
pesquisas.
Os Agentes da Polícia serão escolhidos por conveniência para se explorar as facilidades que a
investigadora tem para conseguir o grupo sobre o qual incide o estudo e este procedimento é
defendido por Gil (1999). A sua escolha permitirá a recolha de opiniões, sentimentos,
experiências, representações que os sujeitos da pesquisa constroem sobre as estratégias de
prevenção e combate às uniões prematuras. Trata-se, pois, de uma amostra não-probabilística,
pois será uma amostra formada em função de escolha explícita da investigadora. É o caso da
amostra típica em que a partir das necessidades do estudo, o investigador selecciona casos
julgados exemplares ou típicos da população-alvo ou de uma parte desta (Laville & Dionne,
1999).
A pesquisadora acredita que esta será uma amostra ideal, pois segundo Minayo (2004), a
amostra ideal na pesquisa qualitativa é a que reflecte o conjunto em suas múltiplas dimensões.
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3.3.1.2. Pesquisa Bibliográfica
Consistirá no desenvolvimento da pesquisa a partir de material já elaborado acerca das
estratégias de prevenção e combate às uniões prematuras, sendo para tal constituído
principalmente por teses, livros, páginas da internet e artigos científicos, possibilitando a
pesquisadora um melhor entendimento da matéria em torno do tema em estudo (Gil, 1999).
Enquanto técnica permitirá a recolha de diversas opiniões e pontos de vista de vários autores no
que se refere à prevenção e combate às uniões prematuras.
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Consiste num instrumento de recolha de dados constituído por uma série ordenada de
perguntas, as quais serão respondidas por escrito pelos participantes da pesquisa sem a presença
da pesquisadora. Possibilitará a obtenção de dados a partir de um conjunto pré-determinado de
perguntas à amostra definida no estudo. É, portanto, um conjunto estruturado de questões
expressas num papel, destinado a explorar a opinião das pessoas a quem nos dirigimos.
Pretende-se com este instrumento recolher dados sobre as estratégias de prevenção e combate as
uniões prematuras, além da percepção dos Agentes da Polícia sobre a caracterização das
actividades realizadas no âmbito do atendimento às vitimas de uniões prematuras. Algumas
perguntas serão construídas de forma a permitir avaliar as atitudes e opiniões que visam o
conhecimento quantificado e directo do comportamento dos sujeitos (Gerhardt & Silveira, 2009).
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4. Cronograma de actividades
Cronograma de actividades
ANO
2023
ABRIL MAIO JUNHO
ACTIVIDADE A REALIZAR
Semana III
Semana III
Semana III
Semana IV
Semana IV
Semana IV
Semana II
Semana II
Semana II
Semana I
Semana I
Semana I
1. Concepção do projecto de pesquisa
2. Elaboração dos instrumentos de recolha de dados
3. Produção da versão final dos instrumentos de recolha de dados
4. Recolha de dados
a. Diário de pesquisa
b. Relatórios sobre estatísticas criminais
c. Entrevistas
5. Análise e interpretação dos resultados
a. Transcrição de gravações das entrevistas
b. Análise de dados estatísticos criminais
c. Análise das respostas dos participantes da pesquisa
6. Redação do relatório de pesquisa
7. Apresentação da versão preliminar do relatório de pesquisa
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Guião de entrevista
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