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Hidro.-Pelágil e Seus Habitats-W

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Alfredo Félix Pereira

Leonardo Américo Machava

Marcelina Félix Chongo

Pelágil e seus habitantes

Universidade Save

Chongoene

2021
2

Alfredo Félix Pereira

Leonardo Américo Machava

Marcelina Félix Chongo

Pelágil e seus habitantes

Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Química

3o ano

Trabalho de pesquisa a ser entregue no


departamento de ciências naturais e exatas na
cadeira de hidrobiologia, sob orientação da
dra. Kátia Eulalia Baloi

Universidade Save

Chongoene

2021
3

Índice
0.0. Introdução.........................................................................................................................4

1.0. Objectivo geral..................................................................................................................4

1.1. Objectivos específicos.......................................................................................................4

2.0. Metodologia......................................................................................................................4

3.0. Pelágil e seus habitats.......................................................................................................5

3.1. Plâncton.............................................................................................................................5

3.1.1. Divisões do plâncton.....................................................................................................6

a) Divisão do plâncton em função das suas dimensões............................................................6

b) Divisão do plâncton em função do Biótopo (haliplâncton e limnoplâncton).......................7

c) Divisões do plâncton em função da distribuição vertical.....................................................8

d) Divisão do plâncton em função da duração da vida planctónica..........................................8

e) Divisão do plâncton em função da nutrição.........................................................................9

3.1.2. Principais tipos de planctontes......................................................................................9

3.1.3. Adaptações à vida no domínio pelágico........................................................................9

3.1.4. Fitoplâncton.................................................................................................................10

3.1.4.1. Adaptações do fitoplâncton à flutuação...................................................................10

3.1.4.2. Distribuição espacial do fitoplâncton......................................................................11

a) Distribuição Vertical...........................................................................................................11

b) Distribuição Horizontal......................................................................................................11

3.1.5. Zooplâncton.................................................................................................................12

3.1.5.1. Nutrição e metabolismo dos zooplânctones............................................................13

3.1.6. Ictioplâncton................................................................................................................14

3.1.6.1. Variações espácio-temporais...................................................................................15


4

3.1.6.2. Migrações verticais nictemerais..............................................................................16

3.1.6.3. Ecologia alimentar dos ictioplanctontes..................................................................16

3.1.6.4. Mortalidade..............................................................................................................17

3.1.6.5. Ecologia do ictioplâncton estuarino.........................................................................17

3.1.7. Métodos de amostragem e de estudo do plâncton.......................................................18

3.1.7.1. Estratégias de amostragem (colheitas qualitativas e quantitativas).........................18

a) Vantagens...............................................................................................................................18

b) Desvantagens..........................................................................................................................19

3.2. Nécton.............................................................................................................................19

3.2.1. Divisão do nécton........................................................................................................20

3.2.1.1. Nécton oceânico.......................................................................................................20

3.2.1.1.1. Adaptações do nécton oceânico...............................................................................21

a) Flutuabilidade.....................................................................................................................21

b) Locomoção.........................................................................................................................21

c) Defesa e camuflagem..........................................................................................................22

d) Órgãos de sentido e ecolocalização....................................................................................22

e) Migrações...........................................................................................................................22

f) Adaptações especiais exibidas pelas aves e mamíferos marinhos......................................22

3.2.2. Métodos de amostragem e de estudo do nécton..........................................................22

3.2.2.1. Principais amostradores de organismos nectónicos.................................................22

3.2.3. Ecologia do nécton......................................................................................................23

4.0. Constatação.....................................................................................................................24

5.0. Referências bibliográficas...............................................................................................25


5

0.0. Introdução
Os maiores oceanos (Antártico, Ártico, Atlântico, Índico e Pacifico) e seus conectores e suas
extensões cobrem aproximadamente 70% da superfície da terra. Os factores físicos dominam a
vida no oceano. Ondas, marés, correntes, salinidades, temperatura, pressão e intensidade da luz
determinam o estado das comunidades biológicas, que, por sua vez, têm influência considerável
na composição dos sedimentos e gazes das profundezas, em solução e na atmosfera. Mais
importante, os oceanos têm um papel destacado em moldar o tempo e o clima em todo o planeta.

Portanto, o presente trabalho tem em vista estudar o domínio pelágico do oceanos e os seus
habitantes destacando se o plâncton e o necton.

1.0. Objectivo geral


 Estudar o pelágil e os seus habitantes

1.1. Objectivos específicos


 Identificar as comunidades pelágicas;
 Descrever as comunidades pelágicas (plâncton e necton);
 Indicar a importância das comunidades do domínio pelágico.

2.0. Metodologia
Segundo GIL (2002: 65) diz que o "método bibliográfico é desenvolvido a partir de material já
elaborado sobretudo os manuais e as teses científicas já publicadas que tem como vantagem
garantir que o investigador consiga fazer a colecta e a sistematização das matérias a serem
analisadas".

Para a realização do presente trabalho, os estudantes basearam-se na revisão bibliográfica,


através de consulta de algumas obras e artigos que permitiram o acesso à informação do tema em
causa.
6

3.0. Pelágil e seus habitats


Ao contrário da região litorânea, a região pelágica é encontrada em quase todos os ecossistemas
aquáticos. Suas comunidades características são o plâncton e o necton. A comunidade
planctónica é constituída por bactérias, algas uni e pluricelulares (fitoplâncton) e invertebrados
(zooplâncton), que se caracterizam pela capacidade de flutuar na água. Alguns invertebrados
como crustáceos são capazes de nadar activamente, facto este que os auxilia significativamente
na realização de migrações verticais. Certamente a alta viscosidade da água desempenhou um
papel importante na evolução da comunidade planctónica.
Pode se considerar a capacidade de flutuação na água como a principal condição para a
existência do plâncton. Para flutuar, o plâncton deveria ter a densidade igual a da água. Contudo,
a densidade da maioria destes organismos é superior a esta. Assim, a flutuação d plâncton,
especialmente do fitoplâncton, é na realidade, um afundamento vagaroso, excepção feita aos
organismos com movimentos próprios.
Outra comunidade típica da região pelágica é o necton, que ao contrário do plâncton, possui
movimentos próprios, por isso pode ser frequentemente encontrado na região profunda. Em
lagos, esta comunidade é formada quase que exclusivamente por peixes (ESTEVES, 1998).

Figura 1: Pelágil e seus habitantes


Fonte: Biologia Marinha, F.T.C., 2007

3.1. Plâncton
A palavra plancton é originaria do grego (plagktón), e significa, errante ao sabor das ondas e foi
pela primeira vez utilizada por Victor Hensen (1835 – 1924) em 1887. O plâncton é constituído
por animais e vegetais que não possuem movimentos próprios suficientemente fortes para vencer
7

as correntes presentes na massa de agua onde vivem (FACUDADE DE TECNOLOGIA E


CIENCIA, 2007).

Figura 2: plâncton
Fonte: biologia NET, acessado em 01.06.2021

3.1.1. Divisões do plâncton


Os organismos planctónicos podem ser classificados em função das suas dimensões, Biótopo,
distribuição vertical, duração da vida planctónica e nutrição. Apesar destas classificações serem
artificiais, tornam se uteis na sistematização das diversas categorias desses organismos (F.T.C.,
2007)

a) Divisão do plâncton em função das suas dimensões


Relativamente as dimensões os organismos planctónicos podem ser classificados em 6 grupos:
 Ultrananoplâncton (<5µm)
 Nanoplâncton (5 - 60µm)
 Microplâncton (60 – 500µm)
 Mesoplâncton (0.5 – 1mm)
 Macroplâncton (1 – 10mm)
 Megaplâncton (>10mm)
Outras classificações dimensionais dos planctontes têm sido propostas. Dussart, em 1965,
distinguiu duas grandes categorias de organismos planctónicos:
 Os que passam através de redes de plâncton de malha reduzida (20µm)
 Os que são facilmente colhidos com o auxílio de redes de plâncton.
Os planctontes ainda estão divididos nas seguintes categorias:
 Ultrananoplâncton (<2µ)
 Nanoplâncton (2 – 20 µm)
8

 Microplâncton (20 - 200µm)


 Mesoplâncton (200 - 2000µm)
 Megaplâncton (>2000µm)
Os planctontes que podem ser amostrados com o auxilio de redes de plâncton possuem
dimensões não inferiores a 200µm. planctontes com dimensões inferiores a esta não são
facilmente amostradas de um modo quantitativo recorrendo a utilização de outros equipamentos
mais adequados. O Megaplâncton é constituído por formas gelatinosas tais como cifomedusas e
pyrosomatas que são, geralmente, difíceis de capturar de um modo adequado com auxilio de
redes de plâncton (F.T.C., 2007)

Figura 3: divisão do plâncton em função das suas dimensões


Fonte: Fonte: Biologia Marinha, F.T.C., 2007.

b) Divisão do plâncton em função do Biótopo (haliplâncton e limnoplâncton)


Os organismos planctónicos podem igualmente serem agrupados em função do biótopo do
seguinte modo:
 Plâncton marinho (haliplâncton) – que engloba o plâncton oceânico, o plâncton
nerítico e o plâncton estuarino;
 Plâncton de águas doces (limnoplâncton) – que engloba lagoas, lagos e rios (RÉ,
2000).
9

c) Divisões do plâncton em função da distribuição vertical


F.T.C., 2007 ainda reconhecer no plâncton categorias distinta de organismos se considerarmos a
sua distribuição vertical:

 Pleuston – animais e vegetais cujas deslocações são fundamentalmente asseguradas pelo


vento;
 Neuston – animais e vegetais que vivem na camada superficial (primeiros cm) das
massas de água (epineuston – neustontes vivendo na interface ar/agua e
hiponeustonneustonte – vivendo sob a interface ar/agua)
 Plâncton epipelágico – planctontes que vivem nos primeiros 300m da coluna de agua
durante o período diurno;
 Plâncton mesopelágico – planctontes que vivem e profundidades compreendidas entre
1000 e 300m.
 Plâncton batipelágico – planctontes que vivem em profundidades compreendidas entre
3000 ou 4000m e 1000m durante o período diurno;
 Plâncton abissopelágico – planctontes que vivem em profundidade compreendidas entre
3000 ou 4000 e 6000m;
 Plâncton hadopelagico – planctontes que vivem em profundidades superiores a 6m;
 Plâncton hepibentonicoplanctontes – vivem próximo do fundo ou temporariamente em
contacto com o fundo.

d) Divisão do plâncton em função da duração da vida planctónica


Podemos finalmente distinguir, segundo F.T.C, (2007), dois grupos de organismo
zooplanctónicos, se consideramos a duração da sua existência planctónica:

Holoplâncton (plâncton permanente) – constituído pelos planctontes que vivem no seio das
comunidades planctónicas durante todo o ciclo de vida.

Meroplâncton (plâncton temporário ou transitório) – constituído pelos planctontes que


ocorrem unicamente durante parte do seu ciclo vital no seio do plâncton (ovos e ou estados
larvais)
10

e) Divisão do plâncton em função da nutrição


Para Ré (2000) modo de nutrição dos planctontes permite separar o plâncton vegetal ou
fitoplâncton (autotrófico) do plâncton animal ou zooplâncto (heterotrófico). Existem, no entanto,
organismos planctónicos que são simultaneamente autotróficos e heterotróficos (mixotróficos)

3.1.2. Principais tipos de planctontes


Consideram-se ainda o virioplâncton, o bacterioplâncton, o microplâncton, o fitoplâncton, o
protozooplâncton e o metazooplâncton e diversos agrupamentos de organismos planctónicos são
ainda reconhecidos por alguns autores: fentoplâncton (0,02 – 0,2µm); picoplâncton (0,2 - 2µm);
nanoplâncton (2 -20µm); microplâncton (20-200µm); Mesoplâncton (0,2 – 200mm);
Macroplâncton (2 – 20cm); Megaplâncton (20 – 200cm) (RÉ, 2000)

3.1.3. Adaptações à vida no domínio pelágico


Apesar de existir uma grande diversidade de formas planctónicas é possível reconhecer algumas
características gerais do plâncton, sobretudo no que diz respeito a pigmentação e dimensões.
Os planctontes apresentam geralmente uma pigmentação pouco intensa, sendo na maior parte
dos casos transparentes. Existem no entanto algumas excepções.
Os neustontes apresentam por vezes pigmentação intensa, assim como o plâncton das águas
oceânicas profundas. Por outro lado e de um modo geral, os planctontes apresentam dimensões
reduzidas.
Algumas formas apresentam no entanto dimensões apreciáveis, como é o caso de alguns
Syphozoa e pyirosomata. A maioria dos planctontes tem dimensões da ordem do centímetro ou
do milímetro no caso do zooplâncton.
São inúmeros os processos desenvolvidos pelos organismos planctónicos, que têm por resultado
uma melhor adaptação à vida no domínio pelágico. A manutenção de uma posição na coluna de
água pode ser conseguida através de diversas adaptações, nomeadamente:

 Desenvolvimento de elementos esqueléticos menos densos e resistentes relativamente aos


organismos bentónicos;
 Composição química específica;
 Enriquecimento em água dos tecidos e desenvolvimento de substancias gelatinosas;
 Secreção de gotas de óleo;
 Desenvolvimento de flutuadores.
11

A superfície de resistência pode igualmente ser aumentada tendo por resultado a diminuição da
velocidade de queda nomeadamente através:
 Da diminuição das dimensões do organismo;
 Do achatamento do corpo (aumento da superfície relativamente ao volume do
organismo);
 Da existência d espinhos e apêndices plumosos;
 Do batimento de flagelos ou bandas ciliares e movimentos natatórios.
A manutenção dos planctontes no seio da coluna de agua pode se associada a uma equação
simples que relaciona a velocidade de afundamento de organismos planctónico na coluna de
agua com alguns parâmetros físicos (RÉ, 2000).

3.1.4. Fitoplâncton
O Fitoplâncton ou fração vegetal do plâncton é capaz de sintetizar, de acordo com F.T.C. (2007),
matéria orgânica através da fotossíntese. O Fitoplâncton é responsável por grande parte da
produção primária nos oceanos (definida como a quantidade de matéria orgânica sintetizada
pelos organismos fotossintéticos e quimiosintéticos). Estudos recentes revelaram que a biomassa
de Bacterioplâncton nos oceanos está intimamente relacionada com a biomassa fitoplanctônica.
As bactérias podem utilizar 10 a 50% do carbono produzido através de atividade fotossintética.
O Fitoplâncton marinho e estuarino são constituídos essencialmente por Diatomáceas
(Bacillarophyceae) e Dinoflagelados (Dinophyceae). Outros grupos de algas flageladas podem
constituir igualmente uma fracção importante do Fitoplâncton, nomeadamente
Coccolithophoridae, Haptophyceae, Chrysophyceae (Silicofl agelados), Cryptophyceae e
algumas algas Chlorophyceae (F.T.C., 2007).

3.1.4.1. Adaptações do fitoplâncton à flutuação


Esteves (1998), afirma que para que o fitoplâncton se mantivesse na massa de água seria
necessário que sua densidade fosse igual a um. No entanto, a maioria das espécies
fitoplanctônicas tem densidade superior à da água (1,01 a 1,05, podendo haver espécies com
valores superiores a 2). Várias adaptações possibilitaram a estes organismos superar as
desvantagens de sua alta densidade. Dentre estas, as principais são:
12

Bainha mucilaginosa - formação de bainha mucilaginosa, cuja densidade é próxima à da água, é


uma das adaptações frequentes em muitas espécies de clorofíceas e na maioria das espécies de
cianofíceas.
Formação de gotículas de óleo - através das quais a alga pode aumentar sua capacidade de
flutuação. Em colônias de Botryococcus (Chlorophyceae), o óleo não é armazenado
internamente, mas sim na mucilagem que envolve a colônia. Gotículas de óleo são também
frequentes entre os fitoflagelados e diatomáceas.
Aumento da superfície de contato, aumento da relação superfície/volume - quanto maior for
a superfície de contato do organismo com o meio, maior será a flutuabilidade. O aumento da
superfície é normalmente alcançado através da formação de prolongamento (processos. espinhos,
setas).
Formação de vacúolos gasosos - também conhecidos como pseudovacúolos, são vacúolos
especializados para contenção de gases.

3.1.4.2. Distribuição espacial do fitoplâncton

a) Distribuição Vertical
Desde o início das pesquisas sobre o fitoplâncton lacustre foi constatado que sua distribuição
espacial não é homogênea mas, sim, apresenta grande distribuição tanto ao longo da coluna
d’água (distribuição vertical) como ao longo da superfície (distribuição horizontal).
Segundo RUTTNER (1930) citado por Esteves (1998), que realizou uma das mais completas
pesquisas sobre a distribuição espacial do fitoplâncton lacustre, os principais fatores que podem
influenciar a distribuição vertical destes organismos são: densidade específica dos organismos,
composição química do meio, herbivoria, “seiches” internos (ondas paradas) turbulência da água,
taxa de renovação da água, radiação solar e temperatura da água.
A temperatura da água também tem grande influência sobre a distribuição vertical do
fitoplâncton, pois atua diretamente sobre a atividade dos organismos, especialmente sobre a
reprodução e movimentos intrínsecos e, indiretamente, alterando a densidade da água.

b) Distribuição Horizontal
Para Esteves (1998), a distribuição horizontal do fitoplâncton, como ocorre na vertical, também é
influenciada por um grande número de fatores que podem atuar isoladamente ou em conjunto.
Em uma detalhada pesquisa sobre a distribuição horizontal do fitoplâncton em vários lagos
13

alemães, STANGE-BURSCHE (1963) citado por Esteves (1998), constatou que, em lagos
pequenos e médios, sem grandes ilhas ou baías, a distribuição horizontal do fitoplâncton é
praticamente uniforme. No entanto, em grandes lagos, com grandes ilhas e baías, a distribuição é
heterogênea. A mesma autora mostrou diferenças significativas na distribuição horizontal entre
espécies com movimentos próprios (e.g. flagelados) e as demais espécies fitoplanctônicas.
Enquanto estas últimas apresentam distribuição uniforme, as primeiras distribuem-se
heterogeneamente, mesmo em pequenos lagos.
GEORGE & HEAVEY (1978) reuniram os fatores que influenciam a distribuição horizontal do
fitoplâncton em dois grupos: a) fatores que produzem modificações locais na taxa de crescimento
da população, como concentração de nutrientes, herbivoria e diferenças de temperaturas; b)
fatores que são responsáveis pela redistribuição das populações no lago, como ventos e
correntes.

3.1.5. Zooplâncton
No Zooplâncton, podemos reconhecer organismos pertencentes à grande maioria dos Phyla do
reino animal, que são heterotróficos. (F.T.C., 2007)
Para Esteves (1998), Zooplâncton é um termo genérico para um grupo de animais de diferentes
categorias sistemáticas, tendo como característica comum a coluna d’água como seu habitat
principal. Na grande maioria dos ambientes aquáticos o zooplâncton é formado por protozoários
(flagelados, sarcodinas e ciliados) e por vários grupos metazoários. Entre estes destacam-se: os
Rotíferos (asquelniintes), Cladóceros e Copépodos (crustáceos) e larvas de dípteros (insetos) da
família C’haoboridae.
Actualmente, sabe-se que o zooplâncton possui um papel central na dinâmica de um ecossistema
aquático, especialmente na ciclagem de nutrientes e no fluxo de energia, desta maneira o seu
estudo é de fundamental importância para limnologia moderna.
Ao contrario do fitoplâncton cuja diversidade no ambiente lacustre é maior do que no marinho, o
zooplâncton de agua doce caracteriza-se pela baixa diversidade (Idem).
Segundo F.T.C. (2007), é possível, durante o período noturno, encontrar no Neuston numerosas
espécies zooplanctônicas que são bentônicas durante o período diurno e que realizam
importantes migrações verticais (bentohiponeuston).
Na maioria dos sistemas estuarinos a diversidade específica é geralmente mais elevada nas
regiões a jusante do estuário. Diversas espécies marinhas podem ocorrer nestas áreas.
14

A diversidade específica tende a diminuir nas regiões intermédias e a montante, sofrendo um


ligeiro aumento próximo do limite superior do estuário devido sobretudo à ocorrência de
espécies dulçaquícolas (Idem).
A abundância do zooplâncton estuarino é geralmente limitada por dois fatores principais,
segundo F.T.C. (2007). Em primeiro lugar a turbidez funciona como um fator limitante da
produção fitoplanctônica e consequentemente da produção secundária. Em segundo lugar em
muitos sistemas estuarinos as correntes prevalecentes tendem a transportar os zooplanctontes
para o domínio marinho.
Muitos zooplânctones estuarinos exibem estratégias próprias de retenção no interior do estuário,
nomeadamente utilizando as correntes de entrada e de saída de água nos estuários parcialmente
ou altamente estratificados (F.T.C., 2007).

3.1.5.1. Nutrição e metabolismo dos zooplânctones


O conhecimento dos hábitos alimentares dos zooplânctones, segundo F.T.C. (2007), permite
avaliar o papel desempenhado por cada espécie nas cadeias tróficas. Os termos herbívoro,
carnívoro e omnívoro são correntemente utilizados no caso dos zooplanctontes que se alimentam
sobretudo à base de fitoplanctontes, zooplanctontes ou de fito e zooplanctontes respectivamente.
Os termos monofágico e polifágico são também empregados no caso dos zooplanctontes se
alimentarem de uma ou várias presas respectivamente.
O método mais comum para estudar os hábitos alimentares dos zooplanctontes consiste na
análise dos conteúdos do tubo digestivo. Os resultados obtidos através deste tipo de estudos
devem, no entanto, ser interpretados cuidadosamente (F.T.C., 2007).
As espécies-presa são, na maior parte dos casos, difíceis de identificar devido ao estado
avançado de digestão que normalmente exibem. Durante o processo de amostragem os
zooplanctontes de maiores dimensões podem ingerir durante o tempo de arrasto outros
organismos zooplanctónicos e fitoplanctônicos devido às perturbações causadas pela coleta
(Idem).
Finalmente os conteúdos dos tubos digestivos de alguns zooplanctontes podem conter alimentos
ingeridos pelas suas espécies-presa após a digestão parcial destas. Se todos estes fatores forem
considerados previamente, de acordo com F.T.C. (2007), torna-se possível realizar estudos
quanlitativos e quantitativos da ecologia alimentar de organismos zooplanctônicos.
15

Com a finalidade de minimizar a quantidade de organismos ingerida acidentalmente durante o


processo de colheita, é por vezes necessário anestesiar os zooplanctontes in situ (logo após a sua
entrada na rede de plâncton), por exemplo, utilizando determinados produtos químicos. Pode-se,
igualmente, estudar-se o regime alimentar de alguns zooplanctontes que constituem presas
preferenciais de predadores de níveis tróficos mais elevados (bentônicos ou nectônicos), através
da análise dos conteúdos gástricos destes últimos (F.T.C., 2007).
Os hábitos alimentares de alguns zooplanctontes podem ser determinados através do estudo das
características morfológicas dos apêndices alimentares. Por exemplo, nos Copepoda, as maxilas
de espécies herbívoras (Calanus, Eucalanus) contêm numerosas setas e, cada uma possuindo
inúmeras sétulas, que têm por finalidade capturar, através de um processo de filtração,
organismos fitoplanctônicos. O aparelho bucal destas espécies é adequado à ingestão e trituração
de partículas geralmente de pequenas dimensões (Idem).
Nos Copepoda carnívoros (Candacia, Tortanus) as maxilas são providas de setas e apropriadas à
captura de pequenos organismos zooplanctônicos. As suas mandíbulas, segundo F.T.C. (2007),
possuem dentes robustos. As espécies de hábitos omnívoros possuem apêndices alimentares
intermédios. Com exceção de algumas espécies exclusivamente carnívoras, a grande maioria
apresenta um regime alimentar eurifágico ou onívoro.

3.1.6. Ictioplâncton
O ictioplâncton é constituído, de acordo com RÉ (2000), pelos ovos e estados larvares
planctónicos dos peixes. A maioria dos Osteichthyes marinhos emite ovos planctónicos. Os ovos
pelágicos apresentam geralmente dimensões reduzidas (ca. 1mm). O diâmetro da cápsula pode
variar entre 0.5 e 5.5mm. Todos os ovos pelágicos são transparentes e a sua forma é geralmente
esférica. Alguns apresentam, no entanto, formas diversas (elipsoidal, ovóide, etc.). Os ovos
possuem uma membrana externa perfurada por um número variável de poros. No seio de uma
espécie as características do ovo (dimensões, número e dimensões das gotas de óleo,
pigmentação, morfologia e desenvolvimento do embrião) são pouco variáveis.
O início dos estudos dos ovos e estados larvares dos peixes situa-se no final do século XIX. Em
1865, G.O. Sars efectua as primeiras investigações sobre a pesca de Gadus morhua e verifica que
esta espécie possui ovos planctónicos. Esta descoberta põe fim à controvérsia gerada na época de
que as técnicas convencionais de arrasto de fundo levadas a cabo por embarcações comerciais
provocariam a destruição de posturas de certas espécies de interesse económico (RÉ, 2000).
16

Estes factos contribuíram para que diversos autores se tenham debruçado sobre o estudo da
postura de algumas espécies comercializáveis, particularmente na Europa, no período que
decorreu de 1880 a 1900 (Idem).
Verificou-se deste modo que a maioria das espécies com interesse económico possuía ovos e
estados larvares planctónicos. Podem citar-se como pioneiros os trabalhos realizados por
investigadores ingleses (J.T. Cunningham, W.C. M'Intosh & A.T. Masterman, W.C. M'Intosh &
E.E. Prince, E.W.L. Holt) alemães (E. Ehrenbaum) e italianos (F. Raffaele). Através de
fecundações artificiais estes autores puderam descrever os ovos e os primeiros estados larvares
de cerca de 80% dos teleósteos com interesse económico com um pormenor suficiente para
permitir a identificação segura dos ictioplanctontes susceptíveis de serem capturados na área em
que efectuaram os seus estudos (RÉ, 2000).

3.1.6.1. Variações espácio-temporais


Para RÉ (2000), a ocorrência no plâncton de ovos e estados larvares das diferentes espécies de
peixes ósseos revela uma sequência estacional que é dependente por um lado da distribuição de
cada espécie e por outro da sua época de postura, entre outros factores.
O período de reprodução é geralmente conhecido para a maioria das espécies. Podem distinguir-
se grupos de espécies que se reproduzem nas diversas estações do ano (reprodutores invernais,
primaveris, estivais e outonais). RÉ (2000) afirma que existem ainda espécies que se reproduzem
durante praticamente todos os meses do ano, apresentando no entanto épocas preferenciais de
postura. A temperatura das águas é um dos factores predominantes na distribuição estacional da
postura da maioria das espécies de peixes.
Um grande número de espécies efectuam a postura em limites bem definidos de temperatura de
tal modo que se pode estabelecer uma relação entre a época do ano e o seu período de
reprodução. Uma alteração do ciclo anual de variação da temperatura das águas, como a
verificada numa região em que se façam sentir os efeitos de afloramento costeiro de águas mais
frias ("upwelling"), pode influenciar sobremaneira a repartição temporal da postura de algumas
espécies. A reprodução de algumas espécies de peixes pode estar estreitamente relacionada com
o ciclo produtivo de uma determinada área geográfica (RÉ, 2000).
Esta estratégia reproductiva parece ser válida para um certo número de espécies, podendo estas
adaptar-se a pequenas variações do ciclo de produção fito- e zooplanctónica. Por outro lado, a
alta produtividade verificada nas áreas de afloramento costeiro pode ser um factor importante na
17

sobrevivência dos estados larvares dos peixes, nomeadamente no que diz respeito às quantidades
de alimento disponíveis no momento da primeira alimentação exógeno (Idem).

3.1.6.2. Migrações verticais nictemerais


Os estados larvares ocorrem sobretudo entre a superfície e os 30m de profundidade durante um
ciclo nictemeral. Durante o período diurno a abundância máxima situar-se-á entre os 10 e os
25m, e durante o período noturno as larvas ocorreram próximo da superfície, nos primeiros 5 a
10m (RÉ, 2000).
A dinâmica da distribuição vertical dos estados larvares dos Clupeidae em geral, parece seguir
um padrão idêntico. As larvas encontram-se predominantemente próximo dos 20m de
profundidade durante o dia (apresar de determinados estados larvares poderem exibir uma
distribuição vertical mais alargada) e durante a noite regista-se uma tendência para se efectuarem
migrações verticais em direcção à superfície (Idem).
As causas das migrações verticais nictemerais poderão estar relacionadas com fenómenos de
fototropismo. A grande maioria dos estados larvares de Clupeoidei exibe ainda, para RÉ (2000),
um ritmo circadiano de enchimento/esvaziamento da bexiga gasosa. As larvas apresentam
bexigas gasosas repletas com gás durante o período noturno e vazias durante o período diurno.
O enchimento e esvaziamento das bexigas é geralmente efectuado exclusivamente durante os
períodos crepusculares através da deglutição de ar atmosférico. Este ritmo de
enchimento/esvaziamento da bexiga gasosa poderá ser interpretado como um mecanismo de
conservação de energia tendente a fornecer a flutuabilidade necessária para que os estados
larvares se mantenham inactivos próximo da superfície das águas durante o período noturno
(Idem).
As vantagens adaptativas deste procedimento são numerosas. As larvas podem através deste
mecanismo comportamental manter uma posição relativamente estável nas camadas superficiais
da coluna de água durante os períodos em que não se alimentem. A redução das actividades
natatórias poderá ainda resultar numa diminuição da predação exercida sobre estas por alguns
zooplanctontes que detectem as presas através dos seus movimentos (e.g. Chaetognatha).
As migrações verticais nictemerais exibidas por alguns ictioplanctontes podem ainda estar
relacionadas com a alimentação, uma vez que um grande número de zooplanctontes efectua
importantes movimentos verticais (RÉ, 2000).
18

3.1.6.3. Ecologia alimentar dos ictioplanctontes


A ecologia alimentar dos estados larvares dos Clupeoidei em particular, e dos peixes em geral,
pode ser estudada a partir da análise dos conteúdos dos tubos digestivos dos ictioplanctontes
capturados na natureza. Após um período variável em que a larva subsiste à custa das reservas
vitelinas, esta passa a alimentar-se activamente. O crescimento e sobrevivência dos primeiros
estados larvares planctónicos depende fundamentalmente das dimensões do ovo, e por
consequência das dimensões das reservas vitelinas (RÉ, 2000).
Os ovos de maiores dimensões poderão conferir um potencial superior de viabilidade das larvas,
nos locais em que as disponibilidades alimentares sejam reduzidas, uma vez que o período em
que a larva subsiste à custa das suas reservas vitelinas é prolongado (Idem).

3.1.6.4. Mortalidade
De acordo com RÉ (2000), a mortalidade dos ovos e estados larvares dos peixes é sobretudo
associada à escassez de alimento adequado, à predação e à existência de condições abióticas
desfavoráveis (condições oceanográficas). Podem considerar-se como causas de mortalidade
factores dependentes da densidade e independentes da densidade. As principais causas de
mortalidade dependente da densidade são a predação, a competição e o parasitismo.
Os factores independentes da densidade são geralmente considerados como uma causa
importante de mortalidade dos primeiros estados larvares dos peixes. De entre estes podem
referir-se fundamentalmente a alimentação, a predação e as condições oceanográficas (RÉ,
2000).

3.1.6.5. Ecologia do ictioplâncton estuarino


O estudo dos ictioplanctontes que ocorrem nos estuários reveste-se de grande interesse, uma vez
que permite avaliar o papel desempenhado pelos referidos estuários no ciclo vital de algumas
espécies ictiológicas. Através de colheitas quantitativas realizadas no interior e nas regiões
adjacentes de um estuário, pode-se determinar se uma certa espécie se reproduz
preferencialmente naquela área, assim como se existem estratégias específicas de retenção ou
permanência dos estados planctónicos no seu interior. Para algumas espécies ainda, um estuário
pode funcionar como um local de alimentação e protecção dos estados juvenis "nursery". Este
facto só pode ser comprovado se for realizado, juntamente com as colheitas de ictioplanctontes,
19

um outro tipo de amostragem tendente a avaliar a ocorrência e distribuição das formas jovens
(RÉ, 2000).

3.1.7. Métodos de amostragem e de estudo do plâncton


3.1.7.1. Estratégias de amostragem (colheitas qualitativas e quantitativas)
Os organismos planctónicos podem ser encontrados em maior ou menor concentração nos
domínios marinho e estuarino. Os métodos e estratégias de amostragem destes planctontes são
muito variados. Não existe um único método standard de amostragem de uma comunidade ou de
uma população planctónica (RÉ, 2000).

Diversos factores devem ser considerados previamente se pretender amostrar qualitativa- ou


quantitativamente uma comunidade planctónica (e.g. tipo de engenho
a utilizar, estratégia de amostragem, evitamento dos organismos a amostrar, migrações verticais,
microdistribuição, evitamento, extrusão, colmatagem, etc.).

A estratégia de amostragem a empregar reveste-se de igual importância relativamente às análises


e técnicas utilizadas no laboratório. A informação contida numa determinada amostra depende
sobretudo da precisão com que esta foi obtida. Uma estratégia de amostragem bem concebida é
fundamental para a correcta descrição da comunidade planctónica que se pretende estudar. A
definição da comunidade ou população planctónica a estudar reveste-se de particular importância
uma vez que desta depende em grande medida a utilização de diversos tipos de engenhos de
colheita com características e finalidades distintas (idem).

Figura 4: Equipamentos utilizados na amostragem


Fonte: Biologia Marinha. F.T.C., 2007.
20

a) Vantagens

 Grande área de cobertura;


 Sinopticidade;
 Monitorização durante longos períodos de tempo, mesmo em regiões inacessíveis;

 Medições não interferem nos processos oceânicos;


 Colheita rápida de dados.

b) Desvantagens
 Medições restringidas a fenómenos superficiais;
 Resolução espacial e temporal limitada e pouco flexível;
 Frequente falta de rigor (baixa resolução espacial, absorção espacial pelas partículas
atmosféricas).

3.2. Nécton
Segundo Dajoz (2008), o nécton é um conjunto de espécies que diferentemente dos planctontes,
podem se deslocar activamente e vencer a força das correntes, ou seja, possuem movimentos
próprios, o que faz com que sejam encontrados frequentemente na região profunda.

O esforço de locomoção pode ser direcionado a perseguição de presas, fuga de inimigos naturais,
bem como para cumprir grandes jornadas migratórias (Pereira & Gomes, 2009)

A maioria dos animais nectónicos são bem adaptados anatómica e fisiologicamente para
desenvolverem tais habilidades de locomoção.

A musculatura, o sistema nervoso, o sistema nervoso, bem como o metabolismo, são


sensivelmente mais desenvolvidos que outros organismos filogeneticamente idênticos, mas não
nectónicos.

Ao contrário da maioria dos planctontes que são invertebrados, os nectontes são


predominantemente constituídos vertebrados, sobre tudo os peixes que são numerosos. Possuem
representantes de todas as classes de vertebrados, excepto os anfíbios (F.T.C., 2007)

Biologicamente, o nécton inclui apenas algumas espécies das taxas de animais, mas devido ao
seu maior tamanho individual, sua tendência em formar cardumes, sua grande influência em
21

comunidades marinhas em termos de predação, e seu grande valor comercial, como fonte de
proteína para o consumo humano, legitima a criação da categoria nécton como um grupo
ecológico funcional de animais marinhos e ao contrário dos demais (bentos e plâncton), sofrem
grandes influências de factores económicos, por isso o seu estudo envolve a pesca e maricultura (
Pereira & Gomes, 2009).

Figura 5: alguns nectontes


Fonte: Biologia Marinha, F.T.C., 2007

Em Lagos essa comunidade é formada quase que exclusivamente por peixes.

3.2.1. Divisão do nécton


 Nécton oceânico
 Nécton costeiro

3.2.1.1. Nécton oceânico


Constituído por um número variável de peixes, bem como por um número mais reduzido de
mamíferos marinhos, as baleias (Cetáceas), focas e leões marinhos ( Pinnipedia), répteis
( tartarugas e serpentes marinhas) e aves ( pinguins ), os únicos invertebrados predominantes
são os cefalópodes ( Ré/ Barcia, 2000).

São encontradas duas categorias nestes, compreendidas em:

 Nécton holoepipelágico, organismos que passam toda sua existência no seio do nécton,
caso de tubarões, a maioria dos peixes voadores, tunídeos, estandartes, etc;
 Nécton meroepipelágico, organismos que passam apenas parte da sua existência no
nécton, os peixes que passam parte do seu ciclo vital na zona epipelágica da província
oceânica, reproduzindo se em águas costeiras no meio marinho ou estatutário.
22

Figura 6: divisões do necton oceânico


Fonte: Biologia Marinha, F.T.C., 2007

3.2.1.1.1. Adaptações do nécton oceânico


a) Flutuabilidade
 A maioria dos organismos possuem densidade muito semelhante a da água;
 Muitos peixes desenvolvem bexigas gasosas que lhes conferem uma flutuabilidade
neutra;
 Aves retirado entre as pensas;
 Mamíferos marinhos, sacos repletos de ar;
 Cefalópodes, substituição frio na sódio por amônia, nós fluidos internos;
 Aquisição de uma percentagem importante de lipídios;

b) Locomoção
 A locomoção pode ser assegurada através de movimentos ondulatórios do corpo, ou
através de movimentos regulatórios das barbatanas, com excepção das baleias e das
serpentes marinhas;
 A propulsão por jacto (usando água ), é exclusiva dos cefalópodes;
 Possuem adaptações que tendem a diminuir a resistência à passagem da água, como a
textura lisa do corpo, frequentemente seus corpos são revestidos de muco, a não
existência de órgãos salientes, as barbatanas pélvicas peitorais podem ser recolhidas em
bolsas excepto quando não usadas, redução ou ausência de escamas;
 De um modo idêntico nos mamíferos marinhos, as pilosidades são inexistentes ou
reduzidas , as glândulas adquirem uma forma achatada e os órgãos genitais não são
salientes, excepto quando em uso.
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c) Defesa e camuflagem
 A fuga a eventuais predadores é assegurada pela aquisição de meios rápidos de
deslocação (defesa)
 A camuflagem também é importante neste contexto;

d) Órgãos de sentido e ecolocalização


 Por grande parte destes organismos serem primariamente predadores, possuem órgãos
dos sentidos desenvolvidos (visão e sistemas laterais nos peixes, etc).
 Os mamíferos nectónicos possuem dispositivos sofisticados de ecolocalização, que
pôs ser utilizados na percepção da profundidade e na localização de potenciais presas;

e) Migrações
 As migrações podem estar relacionadas com a reprodução ou a alimentação
(migração trófica)

f) Adaptações especiais exibidas pelas aves e mamíferos marinhos


 Possuem adaptações que facilitam sua permanência por longos períodos no domínio
oceânico, os mamíferos marinhos apresentam adaptações que tendem a regular a
temperatura do corpo, o mergulho a profundidades elevadas e a osmorregulação.

3.2.2. Métodos de amostragem e de estudo do nécton


As capturas são geralmente muito grandes para serem examinadas mas suas totalidades, de modo
que é necessário separar alguns indivíduos para serem analisados, ou seja deve se fazer uma
subamostragem, o que exige um procedimento cuidadoso e adequado para assegurar uma
amostra representativa.

Todos os aparelhos usados para a pesca apresentam certo grau de selectividade, exemplo, o
tamanho do anzol vai determinar os tamanhos mínimo e máximo dos peixes dos peixes a serem
fisgados, o tamanho da malha da rede vai determinar o tamanho mínimo do organismo a ser
capturado.

3.2.2.1. Principais amostradores de organismos nectónicos


 Rede de cerco do tipo traineira para a captura de peixes pelágicos;
 Rede de espera de fundo para captura de peixes demersais;
24

 Rede de arrasto de fundo para a captura de peixes demersais;

3.2.3. Ecologia do nécton


Considera- se no estudo ecológico, a autoecologia que incluí a distribuição, abundância e
migrações das espécies e a ecologia de comunidades, inclui a diversidade, a interação entre
espécies e analise da trama trófica (F.T.C., 2007).

E para os estudos relacionados com a dinâmica da população referente a entrada que pode ser
através do crescimento somático e recrutamento de novos indivíduos para a população, e a saída
referente a perda devido a mortalidade que pode ser natural ou por pesca.
25

4.0. Constatação
O ambiente pelágico, é um meio que são encontrados organismos que não dependem do fundo
do oceano, portanto eles são capazes de nadarem e se locomoverem formando comunicados
planctônicas e nectónicas.
O plâncton é diferenciado do nécton, devido a biodiversidade que cada um compacta, o plâncton
é constituído por um conjunto de organismos microscópios, as algas microscópicas, as bactérias,
protozoários, entre outros, que não têm movimentos suficientes para contrariar as correntes
contrariamente do nécton composto por répteis, aves, mamíferos marinhos e peixes, estes
últimos compondo a sua maioria, estes organismos possuem movimentos bem activos.
O plâncton constitui a base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, visto que serve de
alimentação para a organismos maiores, sendo a maioria do nécton, constituída por organismos
predadores que tem grande influência na cadeia alimentar.
A importância destes organismos parte desde a manutenção da cadeia alimentar, a produção de
oxigénio, pelos organismos planctônicos, o que é extremamente importante para o planeta em
geral, até a influência do nécton na economia.
26

5.0. Referências bibliográficas


RÉ, Pedro Miguel Alfaia Barcia. BIOLOGIA MARINHA. Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa, 2000.

Faculdade de tecnologia e ciências. BIOLOGIA MARINHA. Licenciatura em biologia, educação


a distancia, 1a edição 2007.

ESTEVES, Francisco de Assis. FUNDAMENTOS DE LIMNOLOGIA. Interciência, 2 a ed. Rio


de Janeiro, 1998.

PEREIRA, Renato Crespo & SOARES-GOMES, Abílio. BIOLOGIA MARINHA. Interciência,


2a ed. Rio de Janeiro, 2009.

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