Saúde Do Adolescente
Saúde Do Adolescente
Saúde Do Adolescente
Deve-se investigar:
Sexualidade;
Afeto;
Drogas;
Suicídio;
Ambições.
c) Exame físico:
O código de ética médica indica a presença de um acompanhante durante o exame físico com o
paciente, sobretudo quando este for menor de 18 anos.
É de vital importância que tudo que esteja sendo feito durante a examinação seja explicado a
medida da feitura. Os dados a serem recolhidos são:
Dados gerais: peso, altura, PA, pulso, FC, estágio de maturação sexual de Tanner, pele, mucosas,
pelos; gânglios, cabeça, pescoço, tórax, abdome, genitais, mamas, coluna, membros;
Avaliação do estado nutricional;
Exame ginecológico (não é necessário que ocorra na primeira consulta);
Exame andrológico: uso de orquidômetro;
Eventual necessidade de exames subsidiários e/ou consulta com especialista.
É imprescindível a estimulação para com o adolescente para que este: responsabilize-se por seus
próprios cuidados e seja informado do seu direito de assistência integral. É importante mostrar a relação
de causa e efeito referente às atitudes dos mesmos.
e) Diagnóstico e tratamento:
Inúmeras vezes o profissional de saúde ficará diante de situações em que se é preciso dar mais de
um diagnóstico: um na esfera orgânica da saúde e outro na esfera psicológica. Dar-se-á a orientação
terapêutica em cada um dos casos.
Os motivos são muito variados, abrangem quase toda a Clínica Médica e especialidades.
b) As queixas Psicosociais:
Privacidade;
Confidencialidade e sigilo;
Princípio da autonomia;
Doutrina do menor maduro e;
Respeito ao pudor do jovem.
A) PRIVACIDADE
Não é intessante mesclar pacientes adolescentes às crianças no consultório pediátrico, isso pode
gerar constragimento e renúncia nas consultas posteriores.
O Código de Ética Médica (CEM) recomenda, bem como vários outros pareceres, a presença de
acompanhante durante o exame físico, em especial em pacientes menores de 18 anos.
B) CONFIDENCIALIDADE E SIGILO
Artigo 103 (CEM): “É vedado ao médico: revelar segredo profissional referente a paciente menor de
idade, inclusive a seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor tena capacidade de avaliar
seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para solucioná-lo, salvo quando a não
revelação possa acarretar danos ao paciente”.
Deve-se informar o adolescente com muita clareza a respeito do alcance e do limite do sigilo e da
confidenciabilidade. As situações mais comuns são a gravidez, a intenção de abortar, algumas doenças
sexualmente transmissíveis (AIDS), abuso de bebidas alcoólicas e drogas, e quando haver risco de suicídio,
ameaças de cometer homicídio, ferimentos por arma de fogo ou instrumentos perfurantes, anorexia e
bulimia nervosas, necessidades de cirurgias urgentes.
O adolescente pode exigir com razão o sigilo relativo ao exercício de sua sexualidade, à presença de
doenças sexualmente transmissíveis (não AIDS) e à prescrição de anticoncepcionais. O sigilo não significa
necessariamente excluir a família e sim, por vezes, proteger o menor de situações de risco, mantendo seus
pais com seus papeis sociocultural, emocional e econômico na passagem à adultícia.
C) PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
O princípio da autonomia admite que o paciente reivindique sua posição de indivíduo autônomo,
responsável e capaz de avaliar seus próprios problemas e optar sobre procedimentos diagnósticos,
terapêuticos e profiláticos, assumindo sua responsabilidade por seu tratamento. Esse princípio é muito
subjetivo visto a enorme gama de considerações a respeito do que é ser adolescente:
Código Civil Brasileiro, artigo 5º: julga imaturo e incapaz todos os menores de 12 anos;
relativamente incapazes os menores de 16;
OMS: 10-19 anos são adolescentes;
ECA, em seu artigo 2º:
o Até 12 anos incompletos: criança;
o Entre 12-18: adolescente.
Tal conceito não é sempre válido para os menores de 14-15 anos, e mesmo para os maiores de 15
anos, o ideal é ter melhor conhecimento do paciente. É necessário levar em conta não só o
desenvolvimento físico, como também o cognitivo, emocional, comportamental e cultural, cabendo ao
médico o máximo de precaução em avaliar seu paciente e julgá-lo capaz de poder avaliar por si próprio os
benefícios e riscos do tratamento proposto, de dar consentimento ou de se negar a um tratamento mesmo
em oposição aos pais.
E) RESPEITO AO PUDOR
Característica que varia de pessoa para pessoa de acordo com hábitos culturais. O médico deve
estar atento ao problema que geralmente está associado à ansiedade do paciente.
Todo ato humano deve ser um ato ético positivo. E, do juramento de Hipócrates: “Se eu cumprir
aqueles preceitos com fidelidade, goze para sempre a minha vida e minha arte de boa reputação entre
os homens; se os infringir ou deles me afastar, suceda-me o contrário”.
Espécie de fuga para o interior, reajuste emocional que leva ao questionameto e preocupação com
princípios éticos, filosóficos, sociais e políticos; também permite a teorização e a imaginação acerca de
grandes reformas que poderiam acontecer no mundo exterior ou no futuro...
e) Deslocação temporal;
Mesmo o desejo pela relação genital pode ser vivido de forma lúdica e masturbatória, refletindo o
caráter de imaturidade e/ou descontrole.
A sexualidade deve ser entendida de forma ampla, pois se refere, não somente ao ato sexual, mas
diz respeito ao conceito de indivíduo, ao modo de se expressar feminilidade ou masculinidade. É por meio
dela que as pessoas podem expressar, em momentos íntimos, o âmago de sua individualidade. Também
está relacionada a como as pessoas gostariam de ser vistas, sua aparência, desejos e capacidade de atrair
aqueles que lhes interessam, ou mesmo medos e fantasias sobre si e outros. Ou seja, devemos entendê-la
de forma ampla, pois refere-se à identidade e ao que cada indivíduo é: sua personalidade.
Energia ligada ao prazer: libido. A libido é a energia sexual querealiza, com prazeres específicos
(singelos ou complexos), algumas funções vitais, como o ato de alimentar-se, regulação intestinal e
esfinctérica ou a movimentação corporal. Para a psicanálise, a sexualidade existe desde o nascimento e,
segundo Freud, essa carga energética distribui-se pelo corpo de maneiras distintas e conforme a idade,
sendo que diferentes zonas corporais proporcionam gratificações dotadas de libido ao indivíduo.
Todo ser humano passa pelas diferentes fases discutidas abaixo e podem expressar, na idade
adulta, vestígios e evidências destas fases.
a. FASE ORAL [primeiros anos de vida (nascimento aos 2 anos)]:
Libido vinculada com a necessidade de manter-se vivo mediante à sucção e à mastigação. Pemite o
desenvolvimento rudimentar de relacionamento social, como a capacidade de obter e de tomar.
A libido se organiza ao redor da “zona erógena” anal e, a expulsão e retenção das fezes possuem
valor simbólico; são: “objetos de satisfação”. Urinar ou defecar são atos normais e prazerosos para a
criança que supostamente acredita estar dando parte de seu corpo ao adulto como forma de gratificação.
“Conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança experimenta em relação a seus
pais”.
o Relacionar à estruturação da personalidade e na orientação do desejo sexual.
Surge ainda a atividade masturbatória como forma de conhecimento e exploração do corpo. Além
disso, pode surgir ainda o exibicionismo (exibicionismo dos genitais), o “voyerismo” (olhar a genitália
dos outros) e a curiosidade a respeito da anatomia do sexo oposto ou do mesmo sexo.
Assim como nas outras fases, a conquista da relação social dessenvolvida aqui é a própria
conquista, a competição e a insistência em prol de um objetivo. A libido mora nisso.
A libido organiza-se ao redor das áreas genitais. É quando desenvolve-se a identidade sexual,
repleta de particularidades e peculiaridades que serão tratadas a seguir...
Sexualidade na adolescência:
o Nessa fase considerada, geralmente já estão determinados o sexo biológico e a identidade
de gênero (senso de masculinidade e feminilidade);
o A adolescência costuma ser dividida– didaticamente- em três fases com mudanças
biopsicosociais, embora o momento e velocidade das mudanças são particulares:
Inicial: 10-14 anos:
Aparecimento dos caracteres sexuais secundários;
Menarca e pubarca;
Curiosidade corporal, fantasias, acompanhadas ou não de frustração ou culpa
ou baixa auto-estima;
Autoconhecimento genital, masturbação (caráter majoritariamente
exploratório) e comparação.
Intermediária ou média: 14-17 anos :
Completa-se a maturação física e há maior interesse em contato físico;
A atitude sexual pode ser de natureza exploratória e masturbatória, por isso
negar as consequências da atividade sexual é típico. O pensamento abstrato
ainda está se desenvolvendo.
Tardia ou final: 17-19 anos:
Comportamento sexual mais maduro, expressivo e menos masturbatório e
explorador;
Relações íntimas com maior possibilidade de troca.
Fase do bebê “verminho”, totalmente dependente da mãe para suas necessidades básicas;
O reforçoà iniciativa depende de quanta liberdade física a criança recebeu e do quanto sua
curiosidade é satisfeita;
Conflitos a cerca da iniciativa podem interferir em seu senso de ambição, que se desenvolve nesse
estágio;
Crianças aprendem que existem limites para seus comportamentos;
Ao fim desse estágio, o superego é estabelecido;
Se bem desenvolvida, a fase desenvolve responsabilidade, confiabilidade e autodisciplina.
C) PIAGET
O desenvolvimento pôndero-estatural tem íntima relação com o apetite e, o pico das necessidades
nutricionais coincide com o período de crescimento máximo. As necessidades proteico-calóricas na
adolescência, principalmente durante o estirão, são maiores do que em qualquer outro período da vida
(com excessão ao período de lactação e gestação nas mulheres). Destaque especial para a influência do
meio sobre a nutrição do adolescente.
As ofertas de nutrientes mais necessárias para o homem são calórico-proteico e maior quantidade
de ferro devido ao aumento da massa muscular, já nas mulheres é mais a custo de gordura do que
músculos, no entanto, após a menarca, a mulher aumenta muito a necessidade de ferro devido aos ciclos
menstruais.
No período da adolescência é muito difícil estipular uma média de alimentação para cada um visto
a enorme gama de diferenças entre cada um. Um jovem de 14 anos pode ser impúbere, outro pode ser
púbere ou com características de adulto, variando , assim, suas necessidades nutrcionais. O crescimento e
maturação devem ser analizados de acordo com as carcterísticas sexuais secundárias. Nos homens o
período de pico de crescimento se dá em fase adiantada da maturação e coincide com o pico de
necessidades nutricionais. Nas mulheres a menarca já representa o período de desaceleração do
crescimento quando hhá a menor necessidade de alguns nutrientes. Esse ínterim geralmente inicia-se dois
anos antes nas mulheres em relação aos homens, sendo que o término também é mais precoce.
B) ASPECTOS PSICOSSOCIAIS:
Conceitos estéticos também podem causar profundas inadequações no padrão alimentar, podendo
desencadear distúrbios bulímicos ou anoréxicos. Deve-se estar atento aos fatores emocionais do idivíduo.
a) Nutrientes:
Na prática, leva-se em conta, o conteúdo de proteínas, calorias, ferro e cálcio; considerando que,
se esses nutrientes estiverem quilibrados, atingiu-se o equilíbrio nos demais.
b) Energia:
Não existe uma padronização específica quanto à quantidade de energia, por peso, altura ou
quaisquer outras medidas, que seja definitiva. É preciso analizar cada caso individualmente procurando
equilibrar o gasto energético, exercícios, com a ingesta, fugindo da desnutrição e da obesidade, os dois
extremos da balança.
c) Proteínas:
É importante buscar saber a composição dos aminoácidos da dieta, ingestão adequada de calorias e
nutrientes, e o estado nutricional do indivíduo.
Cálcio:
o Grande crescimento musculoesquelético;
Retenção de cerca de 200mg em mulheres e 300mg em homens;
Necessidade diária de cerca de 0,5-0,7g/dia, sempre em equilíbrio com Vit.D e
Fósforo.;
Deficiência de cálcio em adolescentes está comumente associada à baixa ingesta
de leite.
Substituições para o leite: derivados, couve, feijão ou soja, mostarda, folhas
de nabo...
Ferro:
o Relacionar ao crescimento da massa muscular, volume sanguíneo e enzimas respiratórias;
o Meninos (42mg/Kg) requerem uma maior quantidade de ferro/kg durante a fase de
aceleração rápida. Meninas (31mg/Kg) precisam de atenção extra após a menarca, na fase
de desaceleração, quando necessitam de duas a três vezes a demanda de ferro na dieta.
o Os valores preconizados são:
18mg/dia para ambos os sexos;
2 a 3 vezes mais após a menarca feminina e;
10mg/dia nos meninos após os 19 anos.
Zinco:
o Reconhecido como fator importante para o crescimento e para a maturação sexual do
adolescente;
o Consumo diário recomendado:
10-15mg/dia.
e) Vitaminas:
De maneira geral, sabe-se que na adolescência a demanda por vitaminas extrapola à do adulto,
especialmente no período de estirão.
Vit.A:
o Ingerida tanto sob forma de vitamina A pré-formada (retinol), quanto de pró-vitamina
(caroteno);
o Dose diária recomendada: 5000 UI (unidades internacionais)/dia;
o Deficiência em adolescentes traduz-se por Hiperqueratose folicular (7-9% nos adolescentes
com carência);
Vitaminas do complexo B
o B6 (piridoxina): na forma de coenzima, está envolvida em inúmeros processos enzimáticos
relacionados ao metabolismo do N; tem sua necessidade em relação à ingestão proteica.
o Ác. Fólico (B9) e vit.B12: o aumento da velocidade de síntese de tecidos aumenta a
demanda por esses elementos por estarem relacionados à produção de ác. nucleicos.
O ác. fólico em sua forma metilteraidrofolato tem importante papel na síntese de
DNA: sua efetividade depende de níveis adequados de vit.B12;
A vit.B12 é responsável por transferir o grupo metil da homocisteína para a
metionina: processo que regenera o metiltetrahidrofolato;
A dose de vit.B12 preconizada é de 2-3µg/dia;
O ác. fólico é ainda indispensável na hematopoiese e outras replicações celulares.
o Tiamina(B1), Riboflavina(B2), Niacina(B3): funções no metabolismo energético, necessários
para liberar a energia dos hidratos de carbono.
Vitamina C:
o Acredita-se que a quantidade de ácido ascórbico necessário nos tecidos seja alta ao ponto
de manter a saturação nos tecidos;
o Quantidades variam de 30-125mg/dia;
o Deficiência manifesta-se paulatinamente por sangrmanetos gengivais.
Vitamina D:
o Manutenção da homeostase do cálcio, do fósforo e para a mineralização dos ossos.
Vitamina E:
o Necessidades inferiores no sexo feminino. Maiores no sexo masculino, relacionando-se à
produção de espermatozoides.
E) Avaliação dietética
a. Método quantitativo:
Questionário de frequência;
História alimentar:
o Recordatório 24h + questionário de frequência + registro alimentar);
o Pesagem de alimetos etc.
F) ANEMIAS CARENCIAIS:
a) Anemia FERROPRIVA
Ferro:
Nenhum exame laboratorial por si só não é capaz de identificar a deficiência de ferro, mas
cobinados podem fechar um diagnóstico. Os parâmetros a serem analizados são: Hemoglobina e
hematócrito, volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM), ferro sérico,
capacidade de transporte de ferro (TIBC-total iron binding capacity), saturação de transferrina,
protoporfirina eritrocitária livre e ferritina sérica;
FISIOLOGIA DO FERRO:
A anemia é o último estágio da deficiência de ferro. Inicialmente, ocorre depleção dos depósitos
(Fe ligados à ferritina) e consequente queda nos níveis de ferritina (globulina sanguínea que
carreia Fe) sérica; carência sem anemia;
A seguir, diminui-se a mobilização de ferro dos depósitos e decai o nível de Fe sérico, aumento da
capacidade de seu transporte com declínio da saturação de transferrina (globulina que transporta
o ferro à medula para a hematopoiese); alteração morfológica da hemácias;
O último estágio ocorre quando o suprimento de ferro se torna insuficiente a ponto de restringir
a produção de hemoglobina; presença de anemia moderada ou acentuada:
o Essa fase caracteriza-se por elevação da protoporfirina eritrocitária livre e pelo gradual
aparecimento de anemia, microcitose (VCM é o último a baixar) e hipopigmentação de
hemácias.
O hematócrito e a hemoglobina são os principais indicadores na rotina médica para diagnosticar
anemia:
o Sexo feminino: Hemoglobina < 11,5 ou 12g/dl; Hematócrito < 35%;
o Sexo masculino: Hemoglobina < 12 ou 12,5g/dl; Hematócrito <35%;
o Os dados acima são considerados para os estágios iniciais de Tanner.
Considera-se deficiência de ferro quando seus níveis estão inferiores a 40mcg/dl;
Saturação de transferrina é calculada dividindo-se concentração de Fe sérico pela TIBC e o
quociente multiplicado por 100:
o Inferior a 16% em M e; a 20% em H: DEFICIÊNCIA DE FERRO.
PEL (protoporfirrina...) é o penúltimo estágio de sintetização do grupo HEME:
o Está aumentada a sua produção na DEFICIÊNCIA DE FERRO.
SINTOMATOLOGIA:
Anemia; Fadiga;
Palidez; Anorexia;
Farofagia (comer gelo); Disfagia;
Letargia; Glossite;
Estomatite.
TRATAMENTO:
Via parenteral é mais rara e menos segura, devendo-se sempre que possível optar pelo tratamento
de via oral com alimentação ou sais ferrosos:
o Alimentação rica em ferro em ordem decrescente:
Fígado, carne vermelha, feijão, ameixas cozidas, galinha ou peru, vegetais cozidos,
ovos.
o Sais ferrosos: 2-6mg/Kg/dia; dose máxima de 200mg/dia; antes das refeições e com sucos
ácidos; 2-3 vezes ao dia
Gluconato;
Fumarato;
Succinato.
o Recomenda-se o uso de Sulfato Ferroso (contém 20% de Fe elementar) por sua facilidade
de aquisição e baixo custo.
Dose recomendada: 180-240mg/dia;
Após 3 a 4 meses e com a normalização dos níveis de hemoglobina, pode-se
suspender o tratamento.
A anemia megaloblástica é causada pela deficiência de vitamina B12 e/ou folatos na dieta.
Refere-se à hematopoiese anormal resultante da síntese de DNA aberrante pela deficiência única
ou combinada de vitamina B12 e ácido fólico (B9).
a) Puberdade:
Aparecimento do broto mamário (primeiro sinal, em média aos 9,7; variação de 8-13 anos);
Pelos pubianos (9,7 anos; variação de 8-13 anos);
Pelos axilares (10,4 anos);
Menarca: em média aos 12,2 anos, variando de 9-16 anos, geralmente.
Aumento do volume testicular (primeiro sinal, em média aos 10,9 anos; variação de 9-14anos);
o Utilização do orquidômetro de Prader:
Volume > 3ml: entrou na puberdade;
a) Sexo feminino:
Mamas:
o Estágio 1 (M1): mamas infantis, com elevação somente da papila;
o Estágio 2 (M2): broto mamário; forma-se pequena saliência pela elevação de mama e
papila. Aumento do diâmetro areolar;
o Estágio 3 (M3): maior aumento da mama e aréola, sem separação de seus contornos;
o Estágio 4 (M4): projeção da aréola e da papila, formando-se uma saliência acima do nível da
mama;
o Estágio 5 (M5): mamas com aspecto adulto, com retração da aréola para o contorno da
mama.
Pilosidade pubiana:
o Estágio 1 (P1): não há pelos, a não ser os que são semelhantes aos da parede abdominal;
o Estágio 2 (P2): crescimento esparso de pelos longos, finos e lisos ou encaracolados,
principalmente ao longo dos lábios;
o Estágio 3 (P3): tornam-se mais escuros, espessos e mais encaracolados, distribuindo-se
agora pela região pubiana;
o Estágio 4 (P4): pelos do tipo adulto, a extensão dos pelos torna-se maior, no entanto menor
do que no adulto, pois não acomete face interna das coxas;
o Estágio 5 (P5): estende-se até a superfície interna das coxas e são de tipo e quantidade
iguais a do adulto;
o Estágio 6 (P6): Extensão até a linha alba ou acima da região pubiana.
b) Sexo masculino:
Desenvolvimento genital:
o Estágio 1 (G1): testículos, escroto e pênis de tamanho infantis;
o Estágio 2 (G2): aumento de escroto e testículos. Pele escrotal torna-se avermelhada e muda
de textura e há aumento do pênis ausente ou pequeno;
o Estágio 3 (G3): aumento do pênis em comprimento. Escroto e testículos continuam a
crescer;
o Estágio 4 (G4): aumento em diâmetro do pênis e desenvolvimento da glande. Há maior
pigmentação escrotal e, este e o escroto continuam a crescer;
o Estágio 5 (G5): genitais adultos em tamanho e forma.
Pilosidade pubiana:
o Estágio 1 (P1): não há pelos propriamente pubianos;
o Estágio 2 (P2): crescimento de pelos longos, finos e lisos o levemente encaracolados na base
do pênis;
o Estágio 3 (P3): pelos tornam-se mais escuros, espessos e encaracolados, recobrem a região
pubiana;
o Estágio 4 (P4): pelos do tipo adulto, não atinge face interna das coxas;
o Estágio 5 (P5): estende-se até a face interna das coxas;
o Estágio 6 (P6): estende-se até a linha alba.
C) Estirão de crescimento:
Ganho de estatura de
cerca de 20% da estatura
final. Esse grande
crescimento acontece na
fase inicial nos MMII e
depois, no tronco; iniciando-
se em sentido distal para o
proximal, ou seja, o pé é o
primeiro que entra na fase
de crescimento e o primeiro
que cessa tal crescimento.
Pré-puberdade: 5-6cm/ano;
Estirão: 10,3cm/ano em meninos
e; 9cm/ano em meninas.
Deve-se inspirar confiabilidade acima de tudo, evitando julgos de qualquer natureza que
possam inibir a jovem. É sempre importante deixar claro o sigilo médico e as exceções a ele, como
situações de risco à vida da jovem e de outros.
Acima de tudo, o médico deve colher história abrangente afim de aprofundar-se numa
relação de confiança, porta essa que abrirá um caminho de revelações e fluidez de informações
importantes para a proteção do jovem, do profissional e da família. Incitar a conversa com a família
é sempre fundamental.
Em geral, os distúrbios mamários na adolescência são benignos, mas mesmo assim podem gerar
angústia;
Atenção aos impactos psicossexuais.
Exame especular: visa a exploração do colo uterino, paredes vaginais e do conteúdo vaginal;
o Em pacientes virgens deve-se usar um espéculo que preserve a integridade do hímen;
o Esfregaço de Papanicolaou: avalia resposta do epitélio vaginal aos estrogênios, bem como
malignidade vaginal e cervical.
Colo uterino:
o Arredondado e róseo, revestido por epitélio estratificado escamoso;
o Orifício em nulíparas é pequeno e redondo; em paridas, tem configuração transversa;
o Ectrópio: área avermelhada e áspera ao redor do orifício cervical e representa epitélio
colunar endocervical projetado pra fora.
Representa exocérvice fisiológico;
À medida que o colo amadurece, essa junção migra para dentro do canal cervical e
não é mais vista.
Toque:
o Último a ser realizado; geralmente bidigital (simples ou combinado) e pode ser vaginal ou
retal:
Simples: para avaliar assoalho pélvico, vagina e colo do útero;
Combinado: avalia-se útero, tubas e ovários.
o Toque retal é indicado somente em casos de hímen íntegro, vaginite aguda, vaginismo,
atresia congênita e carcinoma do colo. Nos demais casos é preferível a ultrassonografia.
B) Distúrbios menstruais:
a. Ciclo normal:
Regulado pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovários e trato genital, o ciclo menstrual é o intervalo entre
um fluxo menstrual e outro subsequente. Na adolescência, amiúde, o ciclo tem de 2 a 6 dias, intervalo de
21 a 35 dias e perda sanguínea de 30 a 80ml (4 a 6 absorventes por dia) . Variações desses parâmetros
correspondem a irregularidades.
A menarca geralmente ocorre cerca de 2,5 anos após o início do desenvolvimento mamário(M2),
durante o estágio M4 de Tanner, geralmente de 6 a 12 meses após o pico de crescimento.