Trabalho - Cabalá PDF
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Or∴ de Caruaru/PE
2023
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À G.’. S.’. A.’. D.’. U.’.
Acácia Respeitável Loja Simbólica União e Justiça n° 52
I – INTRODUÇÃO
Ora, pouco importa a terminologia dada ou a assimilação que fora feita, posto que todas
desembocam numa verdade extrafísica que permite interpretar e vivenciar a realidade de forma
autoconsciente e em sintonia com o Criador. Determinados conceitos são intercambiáveis entre
sistemas de crenças e ajudam na expansão de consciência do neófito.
Fato é que os estudos cabalísticos compõem uma parcela importante da tradição esotérica
oriental. Sem eles, não seria possível alcançar o sentido profundo contido nas entrelinhas das
escrituras judaicas. A Arte Real, sem dúvidas, bebe da fonte cabalística. A importância dada aos
números e os seus simbolismos. A arquitetura, que remonta sempre a narrativas contidas no universo
da Torá (tais como o Templo de Salomão,
II – A ORIGEM DA CABALÁ
É evidente que a autoria do primeiro provavelmente não é de Abraão. Estes dois livros são
duas importantíssimas obras dentro da temática ora tratada. Assim, não se sabe ao certo quando teria
surgido a tradição cabalística. Contudo, parte dos judeus cabalistas tendem a aceitar a origem da
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Cabalá como antes mesmo de Moisés receber a Torá no Monte Sinai, em 2448 (1313 AEC).
Em verdade, alguns estudiosos contestam até mesmo a origem judaica da Cabalá, afirmando
que esta foi trasmitada através dos egípcios. Segundo o Instituto Helion:
Durante a dinastia XVIII, em torno de 1350 a.C, um faraó, que se fez chamar de
Akhenaton, instaurou oficialmente o primeiro monoteísmo da história, adorando a
um único deus - Aton - e iniciando uma série de reformas políticas e religiosas.
Pouco depois de sua morte, suas reformas foram abolidas e o culto de Aton,
proibido para o povo, teve continuidade apenas no interior dos templos a ele
dedicados, cuja sobrevivência foi permitida pelos vencedores. Teria sido
precisamente nestes templos onde o jovem Moisés, educado como um príncipe do
Egito, teria recebido sua formação e, justamente esses conhecimentos dariam
origem à futura Kabbalah.
O termo designa, em hebraico, o verbo “receber”, dando-se a concepção de que a Cabalá foi
entregue por Deus aos judeus. Este conhecimento teria sido repassado geração a geração através da
oralidade. Conforme Moshe Idel (2012):
Fato curioso acerca da Cabalá é que, ab initio, somente poderia ser estudada por homens,
maiores de 40 anos e com ao menos 3 filhos.
A Árvore da Vida compõe a base do sistema cabalístico, estabelecido por 10 sephirot, que
são esferas que tratam de algum aspecto da vida humana e do universo. As sephirot são unidas pelos
caminhos, que são retratados nas 22 letras do alfabeto hebraico. Existe ainda a sephirah invisível de
da’at.
Na cabala judaica, o bem e o mal estão unidos entre si e dão equilíbrio para o cosmo. Sem a
existência do mal, é desnecessário tornar possível que a criatura exista. Entende-se que ambos
existem para elevar a um grau espiritual superior que se conecta com o Criador. Segue nesse mesmo
raciocínio a concepção de pecado, que é chamado o pecado de Adão, não pelo fato que pecou, mas
pela desobediência, descobriu o pecado. O pecado no judaísmo é entendido como traços da natureza
humana (FRANKIEL, 2009, p. 26).
Interessante notar ainda que os dois pilares, Jaquim e Boaz, representam os lados opostos da
Árvore da Vida. Jaquim, masculino. Boaz, feminino. Representam também os princípios herméticos
do gênero, dualidade e polaridade. O significado desses pilares, para além do sentido maçônico, é
trazido também no Ritual do Pilar do Meio, utilizado nas ordens de dissindentes da Golden Dawn,
tal como as thelêmicas (ilustração 2).
ILUSTRAÇÃO 1
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ILUSTRAÇÃO 2
Acerca dos caminhos, estes podem ser divididos de acordo com os mistérios sobre os quais
tratam:
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As sephirot representam (parte retirada do site Morashá com pequenas alterações e adição
de citação de Blavatsky) :
Kether: transcende as leis que governam o universo, pois estas só passam a existir após a
emanação das sefirot de Chokhmá e Binah. A Cabalá refere-se a esta sefirah como o "mundo da
Misericórdia". Sobre Kether, é interessante trazer consideração de Blavatsky, que afirma no livro a
Doutrina Secreta Vol. I – A Cosmogênese:
A sephirah de Kether é, conforme falado anteriormente, o Ein Sof, isto é, a parte não
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manifesta de Deus, tal como os budistas, segundo Blavatsky, concebem a Essência Una, alternada,
regular, harmônica, hora ativa, hora passiva.
Quando Kether se manifesta, D'aat se oculta, já que são manifestações interna e externa,
respectivamente, da mesma força.
Chessed: graça, amor e bondade que nos beneficiam; a grandeza (Guedulá) do amor. Esta
sephirah representa o dar incondicional, o altruísmo, o impulso incontrolável de expansão. É Deus
dando-se às Suas criaturas de forma irrestrita, abrindo todas as portas da Sua Abundância. Deus
usou este atributo como o instrumento supremo no processo da Criação.
Guevurah: poder, justiça, o julgamento severo (Din); as forças para disciplinar a criação.
Guevurá representa a contração, a restrição, a criação de barreiras. A "auto-limitação" Divina foi
indispensável para a criação do Cosmo. A Cabalá se refere a esta como midat hadin, a medida ou
atributo do julgamento, do rigor. Esta sephirah direciona a energia espiritual para atingir uma meta
específica. É a força que permite o controle para podermos vencer tanto nossos inimigos internos
quanto os externos.
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se, ainda, que há correntes de estudos maçônicos que atribuem aos pedreiros do templo
de Salomão o início dos mistérios da geometria sagrada da maçonaria primitiva, que seriam levados
posteriormente ao Ocidente, por meio de Roma e, assim, a Maçonaria Moderna herdara esta tradição
através das Corporações de Ofício.
Alguns adornos da ordem, como o uso do Delta Luminoso, as alusões a passagens do Velho
Testamento, o revestimento do templo maçônico com os pilares Jaquim e Boaz, oriundos do Templo
de Salomão e o estudo do simbolismo dos números são evidências da Cabalá no meio maçônico.
Inclusive, as 3 sephirot superiores são mencionadas em instrução de Aprendiz, como exemplo do
ternário sagrado.
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Que o G ∴ A ∴ D ∴ U∴ a todos Ilumine e Guarde
Or∴ de Recife-PE 03.02.2022
APROVO
EM ...../...../.....
Ir∴ 1º Vig ∴
REFERÊNCIAS
BLAVASTKY, Helena Petrovna. A Doutrina Secreta. Vol. I – A Cosmogênese;
LIMA, Cassia Maranhão. Cabala judaica e cristã: um breve estudo comparado.
IDEL, Moshe et. al. Cabala, cabalismo e cabalistas. São Paulo: Perspectiva, 2012.
SITES CONSULTADOS:
http://www.morasha.com.br/misticismo/sefirot-as-dez-emanacoes-divinas.html
https://www.matematicaparafilosofos.pt/helena-blavatsky-e-a-redescoberta-da-cabala-
grega/#:~:text=46%3A%20%C2%ABLidos%20com%20a%20ajuda,idades%20(e%20compreen
de%20todas%20as
http://www.institutohelion.org.br/origem
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