Pesquisa Sobre A Literatura Sapiencial Na Bíblia
Pesquisa Sobre A Literatura Sapiencial Na Bíblia
Pesquisa Sobre A Literatura Sapiencial Na Bíblia
VILA VELHA
2019
Literatura Sapiencial na Bíblia
Sapiencial tem sua origem na palavra latina sapientia, que significa "sabedoria".
Sendo assim, sapienciais seriam aqueles livros que trazem a experiência, a cultura,
numa palavra, a sabedoria do povo de Israel.
A exemplo dos povos vizinhos, Israel também teve seus escritos sapienciais. Mais
do que isso, a própria cultura de Israel foi influenciada pela cultura dos povos
vizinhos. Muitos relatos bíblicos se assemelham a de outros povos. Com exceção
dos Salmos, esses livros normalmente não recebem a mesma atenção que os
outros, principalmente os proféticos e o Deuteronômio.
A literatura sapiencial normalmente fala das coisas da vida do dia a dia do povo e
engloba a sabedoria popular, nascida do meio do povo, e a sabedoria culta, nascida
na corte. Essa literatura não descreve apenas a cultura e a sabedoria de Israel, mas
também sua espiritualidade. É uma literatura que floresceu principalmente no
período pós-exílico.
Para os Judeus, a verdadeira sabedoria humana tem uma fonte divina. Deus pode
comunicar e comunica a sabedoria a quem lhe apraz. Eis porque os escritores
Sapienciais se comprazem em contemplar a divina sabedoria: sabem que a deles
emanou Dela.
Jó:
O livro aborda o tema por que sofrem os bons?. O povo antigo de Israel via como
castigo do pecado o sofrimento com isso aqueles considerados bons não sofriam,
com o tempo foi se vendo que não era bem assim não necessariamente acontecia
está realidade sobre o sofrimento. Esta concepção se impunha aos Judeus pelo fato
de que ignoravam a existência de uma póstuma consciente; julgavam que após a
morte o indivíduo perdia a lucidez da mente e se encontraria adormecido no sheol,
incapaz de receber alguma sansão. Por isto admitiam a retribuição do bem e do mal
nesta vida mesmo.
É com este pano de fundo que se realiza o livro de Jó um homem reto, que perde
bens e saúde, três amigos diz para ele confessar os pecados graves que ele
cometeu por ver tamanho sofrimento, mas Jó se diz inocente e diz que está situação
é inexplicável. Eliu tenta dar uma explicação que o sofrimento dos bons é para que
eles não se orgulhem. Deus então intervém calando Jó e seus amigos por que quem
é capaz de sondar os desígnios da Providencia de Deus.
Deus é sábio demais para que precise prestar contar dos seus planos. Então Jó
reconhece a sua incapacidade de julgar a Deus e Deus devolve a saúde e os bens
materiais.
Todavia o livro indica a solução pratica estritamente religiosa,que é valida até hoje.
Sim; mesmo depois de Cristo o homem não pode indicar o porque de todos os seus
sofrimentos; faça porem um ato de confiança absoluta na infalível Providencia
Divina. E não será frustrado.
O Novo testamento voltará a tratar do assunto, mostrando que o sofrimento é
disposto por Deus não como mera punição do pecado, mas como remédio do
próprio mal; o patíbulo da Cruz sobre o Calvário foi erguido como arvore da vida e da
ressurreição gloriosa. O Homem portanto, não sofre unicamente para pagar um
tributo à justiça mas para se purificar do pecado e voltar ao Pai com Cristo – que é
suma felicidade.
É preciso para compreender o sofrimento olhar para as realidades futuras, vida após
a morte, assim poderá colher os frutos das obras praticadas na terra. Em Jesus, o
justo que sofre em expiação dos pecados alheios e ressuscita dentre os mortos vem
com um sentido novo ao sofrimento. O livro de Jó se coloca em divisão entre uma
mentalidade do antigo testamento para o novo testamento.
Eclesiastes:
Quem lê o livro, pode, à primeira vista, ficar confuso, por algumas realidades como:
pessimismo em relação a tudo, parece não ter ideal,nem animo na vida, dar-se a
impressão de materialismo por incentivar o gozo dos prazeres, todos viemos do pó e
ao pó voltaremos.
Para ter uma compreensão real da realidade do livro é preciso verificar estes pontos:
• Quando o autor recomenda o gozo dos prazeres materiais ele não faz como os
ateus: ao contrario, na falte de perspectiva de recompensa no além, ele convida
seus discípulos a gozar dos bens que Deus lhes dá no decorrer desta vida. Tem
algumas passagens que podemos verificar Ecl.2,24; 9,9. Se Deus dá alguém prazer,
o autor julga legitimo usufruí-lo como sendo dom de Deus.
• As realidade sem nexo deste livro é um conflito do autor diante das possibilidades
de encontrar a felicidade. Com isso ele chega a uma conclusão que a passagem Ecl.
12,13s. Esta conclusão bem mostra que o autor não é um cético, nem um ateu;
depois de haver discutido o problema da retribuição, ele o acha insolúvel; por isso,
chama seu discípulo para o realismo: sejamos fieis a Deus e entreguemos nossas
obras ao julgamento do Senhor. Nesta proposição está timidamente expressa a
esperança de que haverá retribuição póstuma. Qualquer ímpeto de desespero ou
revolta é superado por esse fecho do livro, que representa a ultima palavra do autor
temente e submisso a Deus.
Provérbios:
Eclesiástico:
É um livro muito parecido com o Provérbios mais de uma disposição mais arrumada.
Salmos:
Salmo vem do grego ‘psalmo’ que significa melodia (cantar hinos com o
acompanhamento de cardas.
O saltério é a oração do próprio Jesus. Cristo não só interpretou, citou, orou, mas
sobretudo os viveu. Por isso também é a nossa oração, é a oração de Israel e da
Igreja (Mt 27,39 – Sl 22,8 ; Mt27,43 – Sl 22, 9 ; Jo 19,24 – Sl 22,19).
A linguagem do livro é muito posterior a Salomão, provavelmente foi escrito por volta
da primeira metade do séc. IV a.C.
O Autor do Cântico quis descrever as peripécias do amor que nasce e, após muitas
vicissitudes, se consuma nas núpcias, para ilustrar o relacionamento vigente entre
Javé, o Deus da Aliança, e Israel, o povode dura cerviz rebelde. Em perspectiva
Cristã, pode-se identificar o Cristo com o Esposo do cristão e a Igreja com a Esposa.
Sem duvida, o amor de Deus se revela, de modo muito vivo, na Paixão do Senhor
Jesus, quando Cristo se entrega pelos pecadores, contrariando todas as regras do
bom senso humano.
Vejamos algumas:
a) Interpretação Alegórica: A obra seria uma alegoria, Deus seria o Amado e o povo
a amada (João fala de Jesus como noivo e dá a entender que a Igreja é a noiva –
talvez por influência do Cântico). Essa linguagem (nupcial) é muito usada por
profetas (Oséias, Jeremias e Ezequiel).
Em suma, o Cântico dos Cânticos é mais um documento que, do seu modo, atenta o
mistério da aliança de Deus com os homens, que enche toda a historia sagrada.
REFERÊNCIAS
Silva, C.M.D. ; Ló, Rita de Cácia . Caminho não muito suave: cartilha de literatura
sapiencial bíblica. 2. ed. Campinas: Editora Alínea, 2012. v. 1. 168p .