Factores Que Contribuem Na Venda e Consumo de Drogas Pelo Adolescente
Factores Que Contribuem Na Venda e Consumo de Drogas Pelo Adolescente
Factores Que Contribuem Na Venda e Consumo de Drogas Pelo Adolescente
Ribeirão Preto
2007
FRANCISCO RAFAEL GUZMÁN FACUNDO
Ribeirão Preto
2007
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca Central do Campus Administativo de Ribeirão
Preto-USP
Banca Examinadora
Aos meus pais, Santiago e Emigdia, que me apoiaram e incentivaram em todas as minhas
decisões, e pelo amor que sempre me demonstraram.
Aos meus queridos irmãos Hilda, Rubén e Sindy Patricia, pelo amor que sempre me
demonstraram e pelo apoio dedicado apesar de estarem fisicamente distantes.
Aos meus sobrinhos Diego, Ángel e Juan, cujos sorrisos me alegraram nas horas mais
difíceis.
Ao meu orientador, o Prof. Dr. Luiz Jorge Pedrão, por sua dedicação de professor e
pesquisador que permitiram o desenvolvimento desta pesquisa e o alcance desta importante
etapa acadêmica.
Aos membros da banca examinadora Profa. Dra. Margarita Antonia Villar Luis, Profa.
Dra. Adriana Inocenti Miasso, Prof. Dr. Érickson Felipe Furtado e Prof. Dr. Mílton
Roberto Laprega por suas contribuições imprescindíveis para o enriquecimento da pesquisa.
À Dra. Maria Elena Espino e Profa. Dra. Cecília Puntel, por acreditar e dar-me a
oportunidade de iniciar e concluir minha formação como pesquisador.
À MSP. Maria Magdalena Alonso Castillo, pelo apoio e por contribuir significativamente
desde o início de minha formação como pesquisador e docente.
O abuso no consumo de drogas constitui problema social e de saúde pública na maioria dos
países pelas múltiplas conseqüências negativas que provocam sobre o desenvolvimento
emocional e físico das pessoas. Grupos reconhecidos como de maior risco para consumir
drogas são os grupos marginais e, dentro destes, estão os adolescentes e jovens pertencentes
aos bandos juvenis. Os objetivos do presente estudo foram: analisar o efeito dos fatores de
risco pessoais (idade, sexo, problemas de saúde mental, baixo nível educacional, ter trabalho
remunerado, anos de escolaridade) e interpessoais (relação com amigos sob condutas
desajustadas e relação inapropriada com pais) sobre o consumo de drogas lícitas (álcool e
tabaco) e ilícitas (maconha, cocaína e inalantes) e, num segundo momento, desenvolver
modelo teórico representativo dos significados do consumo de droga em adolescentes e
jovens marginais de bandos juvenis. Para tal efeito, realizou-se estudo com metodologia
quanti-qualitativa, onde se consideraram 175 sujeitos para o primeiro objetivo. Estimou-se a
amostra para uma regressão linear múltipla com sete variáveis, com potência de 0,90, nível de
significância de 0,05, para variância estimada de 20% e, para o segundo objetivo, utilizou-se o
referencial metodológico da Teoria Fundamentada nos Dados à luz do Interacionismo
Simbólico, com amostra de 16 sujeitos. Os resultados dos modelos de regressão logística
mostraram efeito significativo dos fatores pessoais sobre o consumo de álcool (χ2=30,19;
p<0,05), maconha (χ2=47,78; p<0,001), cocaína (χ2=55,54; p<0,001) e inalantes (χ2= 41,79;
p<0,001), os fatores de risco pessoais que mostraram maior contribuição nos modelos foram:
o sexo (ser homem), idade, problemas de saúde mental e baixo nível educacional; e, os fatores
interpessoais: relações com amigos sob condutas desajustadas e relação inapropriada com
pais, mostraram um efeito positivo sobre o consumo de álcool (χ2=11,96; p=0,003), maconha
(χ2= 22,56; p<0,001), cocaína (χ2=12,44; p=0,002) e inalantes (χ2= 14,80; p<0,001). Os
fatores de risco pessoais e interpessoais não mostraram efeitos significativos para o consumo
de tabaco. Depois de transcrever as entrevistas dos 16 sujeitos, codificou-se em três etapas:
codificação aberta, axial e seletiva. Da análise comparativa dos dados resultou a categoria
central A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS em relação ao significado
do consumo de drogas, e representa as vantagens dos efeitos prazerosos, emocionais, de bem-
estar, relaxamento, desinibição e, conseqüentemente, risos, denotando sentimentos de
felicidade sobre as possíveis conseqüências do consumo de drogas. Esses resultados
possibilitaram a reflexão de que, em um futuro próximo, há a necessidade de elaboração de
programas adequados direcionados à prevenção nesse grupo de jovens marginais.
Abuse in drugs consumption constitutes a social and public health problem in most countries,
due to the multiple negative consequences they provoke for people’s emotional and physical
development. Acknowledged risk groups for drugs consumption are marginal groups, which
include adolescents and young people from youth gangs. This study aimed to: analyze the
effect of personal (age, gender, mental health problems, low education level, having a paid
job, years of education) and interpersonal risk factors (relation with friends with badly
adapted conducts and inappropriate relation with parents) on the consumption of legal
(alcohol and tobacco) and illegal drugs (marihuana, cocaine and inhalants) and, next, to
develop a theoretical model that represents the meanings of drugs consumption in marginal
adolescents and young people from youth gangs. Thus, a study was carried out with a
quantitative-qualitative methodology. For the first objective, 175 subjects were considered.
The sample was estimated for a multiple linear regression with seven variables, with a .90
power and a .05 significance level, for an estimated variance of 20%. For the second
objective, the methodological framework of Grounded Theory was used in the light of
Symbolic Interactionism, using a sixteen-subject sample. The results of the logistic regression
models showed that personal factors exert a significant effect on alcohol consumption
(χ2=30.19; p<.05), marihuana (χ2=47.78; p<.001), cocaine (χ2= 55.54; p<.001) and inhalants
(χ2=41.79; p<.001). The personal risk factors that demonstrated a larger contribution in the
models were: gender (being a man), age, mental health problems and low education level; and
the interpersonal factors relations with friends with badly adapted conducts and inappropriate
relation with parents revealed a positive effect on the consumption of alcohol (χ2 =20.65
p<.05), marihuana (χ2=22.56; p<.001), cocaine (χ2=18.5 p<.05) and inhalants (χ2=14.80;
p<.001). The personal and interpersonal risk factors did not show significant effects for
tobacco consumption. After transcribing the interviews of the 16 subjects, they were coded in
three steps: open, axial and selective coding. Comparative data analysis resulted in the central
category THE GLORY OF PLEASURE OVER THE CONSEQUENCES with respect to the
meaning of drugs consumption, which represents the advantages of the pleasant emotional
effects of well-being, relaxation, disinhibition, and, consequently, provoked laughing,
indicating feelings of happiness about the possible consequences of drugs consumption. These
results allowed for the reflection that, in the near future, there is a need to elaborate adequate
prevention programs in this group of marginal young people.
Key words: drugs consumption, meaning of drugs consumption, marginal adolescents and
young people, risk factors
RESUMEN
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 19
1.1 Consumo de drogas lícitas e ilícitas............................................................. 20
1.2 Grupos de jovens e adolescentes marginais................................................. 23
1.3 Fatores de risco para o uso de drogas........................................................... 26
2 OBJETIVOS, HIPÓTESES E PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO....................... 28
2.1 Objetivos gerais............................................................................................ 29
2.2 Objetivos específicos.................................................................................... 29
2.3 Hipóteses...................................................................................................... 29
2.4 Pergunta de investigação.............................................................................. 29
3 MARCO TEÓRICO CONCEITUAL...................................................................... 30
3.1 Fatores de risco............................................................................................. 31
3.2 Interacionismo simbólico........................................................................... 31
3.3 Estudos relacionados.................................................................................... 34
3.3.1 Consumo de drogas....................................................................... 35
3.3.2. Fatores de risco pessoais.............................................................. 35
3.3.3 Fatores de risco interpessoais........................................................ 36
3.4 Definição de termos..................................................................................... 37
4 REFERENCIAL METODOLÓGICO..................................................................... 39
4.1 Delineamento do estudo............................................................................... 40
5 METODOLOGIA..................................................................................................... 43
6 RESULTADOS....................................................................................................... 53
6.1 Confiabilidade dos instrumentos do estudo................................................. 54
6.2 Estatística descritiva..................................................................................... 54
6.3 Resposta ao objetivo um.............................................................................. 56
6.3.1 Consumo de álcool........................................................................ 56
6.3.2 Consumo de tabaco........................................................................ 60
6.3.3 Consumo de drogas ilícitas............................................................ 60
6.4 Resposta ao objetivo dois............................................................................. 62
6.5 Resposta ao objetivo três.............................................................................. 75
6.6 Demonstração da primeira hipótese............................................................. 89
6.7 Demonstração da segunda hipótese.............................................................. 105
6.8 Resposta ao quarto objetivo e à pergunta de investigação........................... 114
6.8.1 A categoria central………………………………………………. 114
7 DISCUSSÃO.............................................................................................................. 141
8 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS…......…….……………………… 157
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 163
APÊNDICES ................................................................................................................. 170
ANEXOS....................................................................................................................... 176
LISTA DE TABELAS
Unidas, isto é, para três usuários de drogas no mundo há um no México. Para a população em
geral, reporta-se que a droga que ocupa o primeiro lugar de preferência no México é a
maconha, seguida pela cocaína.
Para o setor saúde no México, o consumo de drogas lícitas e ilícitas em adolescentes e
jovens se manifesta de maneira preocupante. Entre os menores de 18 anos de idade, 3,16%
(215 634) mencionaram consumir alguma vez algum tipo de droga ilícita. Reportou-se
diferenças segundo o gênero nos homens de 12 a 17 anos de idade 2,46% provaram alguma
vez drogas ilícitas; entre as mulheres da mesma idade, o consumo de droga alguma vez em
sua vida se deu 0,7%; em adolescentes, a droga de preferência foi a maconha, seguida por
inalantes e cocaína (CONADIC, 2003).
Estima-se que aproximadamente 50% da população adulta em nível mundial consome
álcool (UNODC, 2006). Os dados da última Enquête Nacional de Vícios no México mostram
que 55,6% da população maior de 18 anos consumiu álcool nos últimos 12 meses, do mesmo
modo observou-se incrementos dramáticos no índice de consumo de álcool em adolescentes
em nível nacional. Em 1998, apontou-se que 27% de adolescentes homens o consumiam e,
para o ano 2002, 35%; com respeito às mulheres, as cifras foram de 18 e 25%
respectivamente. Outro dado que chama a atenção é que, entre os adolescentes de sexo
masculino, aumentou o consumo de cinco a mais copos por ocasião de consumo, de 6,3% em
1998 a 7,8% em 2002. E é notável o incremento de 2% de adolescentes que referem ter
manifestado, no último ano, ao menos três dos sintomas de dependência do Manual de
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais [DSM-IV] (CONADIC, 2003).
O tabaco, como substância viciante, é das mais utilizadas no mundo; de acordo com as
Nações Unidas estima-se que 30% da população, em geral, fuma tabaco (UNODC, 2006). Os
dados da ENA, no México, mostram que a prevalência total de fumantes de populações
urbanas de 18 a 65 anos foi 30,2%, e observou-se que a maior freqüência de consumo foi no
grupo de jovens de 18 a 29 anos, com 40,8%; por outro lado, destaca-se que mais de 10% dos
adolescentes de 12 a 17 anos de zonas urbanas são fumantes ativos. A prevalência por gênero
em adolescentes mostrou que 15,4 % dos fumantes são homens e 4,8% são mulheres; com
respeito à idade de início, cerca da metade (47,6%) iniciou o consumo de tabaco entre 15 e 17
anos de idade; no entanto, 10% iniciou antes dos 11 anos de idade (CONADIC, 2003).
O consumo de drogas pode ser estudado em termos da freqüência e quantidade de
consumo que se ingere; o CONADIC recomenda estudar o consumo de drogas em diferentes
momentos no tempo como alguma vez na vida, nos últimos 12 meses e nos últimos 30 dias.
Esses indicadores serão consideradas para o presente estudo.
22
Os grupos que se reconhecem como de maior risco para o consumo de álcool e drogas,
sem dúvida, são populações marginais (DIAZ et al., 2003; URQUIETA; HERNÁNDEZ;
HERNÁNDEZ, 2006). Considera-se marginalidade a condição de exclusão pela qual um
grupo da população não é parte ou não se articula em condições proveitosas com o contexto
social da região. Cortés (2002) distingue cinco dimensões para caracterizar as populações
marginais: 1) dimensão ecológica, tendem a viver localizadas em círculos de miséria,
moradias deterioradas dentro das cidades; 2) dimensão sociológica, não têm a capacidade para
atuar, simplesmente povoam o lugar, o que significa a falta de participação nos benefícios e
recursos sociais; 3) dimensão sociocultural, apresentam baixo nível de vida, saúde, moradia e
baixos níveis educacionais e culturais; 4) dimensão econômica, consideram-se
subproletariados porque têm rendimentos de subsistência e empregos instáveis; 5) dimensão
política, não participam e não contam com organizações políticas que os represente, nem
tomam parte da solução de problemas da sociedade.
estudados aqui, são os bandos sociáveis, o que está de acordo com as definições dos autores
anteriores. Esses bandos juvenis se consideram como grupo que relativamente passam o
tempo numa localização específica (praça, loja ou esquina). Os bandos sociáveis não
participam de atividades delitivas de grau maior, isto é, podem incorrer em roubos de menor
quantia, mas não são delinqüentes profissionais, envolvem-se em atividades violentas que
cometem contra outros bandos só se os membros são atacados por outros bandos que
compartilham sua mesma lógica, mas quase nunca contra terceiros que não fazem parte de seu
mundo, do mesmo modo, alguns dos membros podem fazer uso e ser dependentes de drogas,
no entanto, têm grande probabilidade de cair em delinqüência devido às redes sociais que
podem se iniciar com grupos criminosos. O grupo permanece unido devido à identidade
mútua entre seus membros, bem como pela necessidade de proteção, solidariedade ou estima.
Em síntese, para este estudo, reconhecem-se como bandos juvenis os membros de um
mesmo bairro que desenvolvem relações de companheirismo entre si e que têm como
principais objetivos: divertir-se e prevalecer sobre bandos rivais de outros bairros. Tudo isso
marcado com violência.
Esse tipo de adolescentes e jovens, como outros grupos marginais, com freqüência são
omitidos das enquetes epidemiológicas nacionais sobre consumo de drogas, em grande parte,
devido ao fato de que não têm domicílio fixo, ou porque, no momento das enquetes, não se
encontram em casa para serem entrevistados. Paradoxalmente, aqueles que pertencem a essas
populações ocultas geralmente estão em maior risco para o abuso do consumo de álcool e de
drogas e têm maior mobilidade associada do que outros grupos da população (MEDINA;
MARINO; ROMERO, 2000). Isso significa que quem deveria ser mais beneficiado pelos
serviços de tratamento e os esforços de prevenção são os menos estudados, os menos
compreendidos e os mais evitados por epidemiólogos, clínicos e responsáveis pelos serviços
de saúde.
A cidade de Monterrey, capital de Nuevo León, localizada ao Norte do México, é uma
das metrópoles mais importantes do país, sua área metropolitana conta com aproximadamente
quatro milhões de habitantes, é plena de rostos juvenis; atualmente residem ao redor de 1 557
500 adolescentes e jovens entre 10 e 29 anos (CONSEJO NACIONAL DE POBLACIÓN
(CONAPO), 2002). Essa nova geração se constitui em protagonistas presentes e futuros do
desenvolvimento do Estado e do País.
Na área metropolitana de Monterrey não se pode falar de juventude, senão de
juventudes, já que, nessa cidade, como na maioria das cidades do país, habitam grupos de
jovens com realidades diferentes, resultado das desigualdades existentes. Neste trabalho
25
A maioria dos jovens e adolescentes que se integram a bandos juvenis provém dos
setores populares e empobrecidos. Tais bandos são compostos por 7 a 35 membros com
idades que vão desde 10 até 29 anos, e são basicamente do sexo masculino, mas existm
algumas mulheres que se integram aos grupos (GUZMÁN; ALONSO, 2005; GUZMÁN;
ALONSO; LOPEZ, 2006; HUNT; LAIDLER; EVENS, 2002; MEJIA, 2005; SANTAMARIA
et al., 1989; WINGOOD et al., 2002; ZAVALA, 2003).
Por outro lado, o consumo de álcool e de drogas ilícitas como a maconha, cocaína e
inalantes se caracteriza como uma das principais atividades realizadas nesses grupos de
adolescentes e jovens (BENNETT; HOLLOWAY, 2004; COUGHLIN; VENKATESH, 2003;
GUZMÁN; ALONSO; LOPEZ, 2006; HAGEDORN; TORRES; GIGLIO, 1998; HUNT;
LAIDLER; EVENS, 2002; SANTAMARIA et al., 1989; WINGOOD et al., 2002; ZÚÑIGA;
PALMER, 1987).
Um estudo realizado com adolescentes que pertencem a bandos juvenis mostrou que
os principais motivos para reunir-se eram para conviver com seus iguais, porque se apoiavam
uns aos outros, porque aí nasceram e por diversão, mas não identificaram o uso de drogas
como um motivo para pertencer ao bando. No entanto, mostrou que cerca de 80% desses
jovens consomem bebidas alcoólicas e tabaco, e 40% consome algum tipo de droga ilícita.
Nas entrevistas refletiram hábitos de consumo de drogas, onde tendem a separar-se em
pequenos grupos de dois ou três: siempre nos separamos y vamos drogarnos a otra parte,
ficando claro que nem todos se drogam, e aparecem os termos eles e nós entre os membros do
bando (GUZMÁN, 2003). Porém, é necessário aprofundar a explicação dos fatores que levam
esses adolescentes a consumir drogas.
26
2.3 Hipóteses
1 Os fatores de risco pessoais têm efeito no consumo de algum tipo de droga em
adolescentes e jovens marginais de bandos juvenis da área metropolitana da cidade de
Monterrey.
2 Os fatores de risco interpessoais mostram efeito positivo no consumo de algum tipo de
droga em adolescentes e jovens marginais de bandos juvenis da área metropolitana da
cidade de Monterrey.
O presente estudo tem base nos conceitos de fatores de risco, segundo Moncada
(1997) e Clayton (1999), e as perspectivas teóricas do Interacionismo Simbólico de Blumer
(1969).
consumo de drogas lícitas e ilícitas nos adolescentes e jovens (p<0,05) com risco de 2,31 até 9
vezes mais, comparado com os adolescentes e jovens cujos pais não consomem drogas
(MARTÍNEZ et al., 2005; MUSAYÓN et al., 2005; NAZAR et al., 1994; NUMA;
TETELBOM, 2004; NYÁRI; HERÉDI; PARKER, 2005; PANIAGUA et al., 2001).
5.2 Instrumentos
Nesta parte, descreve-se os quatro instrumentos e a cédula de dados pessoais utilizados
na primeira etapa do estudo.
O primeiro instrumento, denominado POSIT (The Problem Oriented Screening
Instrument for Teenagers) foi elaborado pelo National Institute on Drug Abuse para medir
fatores de risco pessoais e interpessoais. O instrumento original conta com 130 itens, e tem a
capacidade de diferenciar os adolescentes com ou sem problemas no uso de drogas. O
instrumento foi validado no México por Mariño et al. (1998) e utilizado em diferentes
estudos, mostrando alta confiabilidade (GUZMÁN; ALONSO; LÓPEZ, 2006; TRUJILLO,
2003).
Para o presente estudo, unicamente se considerou 45 itens que correspondem a:
sintomas de problemas de saúde mental como ansiedade e depressão (4, 5, 6, 7, 16, 19, 20, 23,
29, 39, 41, 43, 44, 45), relações inapropriadas com pais ou tutores (3, 11, 14, 15, 21, 28, 32,
33, 40, 42), relações com amigos sob condutas desajustadas (1, 2, 8, 10, 13, 17, 18, 25, 35,
37), baixo nível educacional (9, 12, 22, 24, 26, 27, 30, 31, 34, 36, 38). O instrumento tem uma
escala de resposta dicotômica onde se lhe dá um valor 1 quando a resposta é afirmativa (Sim)
e 0 quando é negativa (Não), a pontuação mínima dos itens selecionados é de 0 e o máximo
de 45. Existem 10 itens (9, 10, 12, 14, 15, 21, 31, 32, 33,40) que precisam ser investidos para,
posteriormente, se realizar a somatória das respostas. Para o tratamento estatístico a escala
total do POSIT e as subescalas se converteram em índices com pontuação que vai de 0 a 100,
o que indica que quanto maior a pontuação maior é o fator de risco.
45
realizou por referências de informantes chaves tais como vizinhos de bairros marginados e a
associação civil Raça Nova em Cristo A.C., associação que trabalha com grupos de bandos
juvenis. Uma vez identificada a colônia, retificou-se o diagnóstico de presença de bandos
juvenis através de percursos matutinos e noturnos com o fim de observar grupos de jovens e
suas pintas (marcas nos muros que identificam seu espaço) em muros nas principais praças de
cada bairro, como indicadores de presença de bandos juvenis. Já contatados os jovens, foi
solicitado a eles o consentimento informado (Apêndice D) daqueles que desejassem participar
do estudo, e foi deixada uma cópia do consentimento, indicando que essa informação era
confidencial, anônima e que unicamente os dados seriam utilizados de maneira geral no
estudo. Foi mencionado, ademais, que poderiam retirar-se do estudo no momento em que eles
desejassem, e se respeitaria sua decisão sem nenhum problema.
Para a coleta da informação, organizou-se uma equipe de trabalho por profissionais de
enfermagem que receberam capacitação e treinamento no manejo da metodologia e dos
instrumentos, bem como na seleção da amostra e na resolução de problemas práticos no
campo de trabalho. O momento da coleta da informação foi coberto por cinco pesquisadores,
um dos quais foi supervisor, encarregado de organizar e observar o trabalho de campo a fim
de intervir em imprevistos que pudessem interferir nas entrevistas. Assim, todo o cuidado foi
tomado para que se cumprisse os requisitos metodológicos da aplicação dos instrumentos.
Identificaram-se 16 bandos, com média de 11 (6-23) entrevistados por bando. Cada
um dos pesquisadores se apresentou aos sujeitos que aceitaram sua participação, procuraram
isolá-los do resto do grupo para buscar maior privacidade, e lhe explicaram os propósitos do
estudo, bem como a importância de sua participação no mesmo, dando ênfase na absoluta
confidencialidade com relação aos dados que proporcionaram. A entrevista se estruturou de
tal maneira que foi aplicada período de 15 a 20 minutos, realizou-se cara a cara, o pesquisador
leu cada uma das perguntas e entregou ao participante uma enquete para que seguisse, com a
leitura cada uma das perguntas e facilitasse dar suas respostas, que se iniciou pela Cédula de
Dados Pessoais, o Histórico de Consumo de Drogas para, posteriormente, aplicar-se o POSIT,
o AUDIT, e, finalmente, o FAGESTROM.
Aos participantes que mencionaram consumir atualmente alguma droga ilícita, foi
feito convite para continuar participando numa segunda entrevista semi-estruturada, com o
fim de compreender os significados do consumo de drogas. Essa entrevista foi programada
para os sujeitos que mostraram interesse em continuar participando. A entrevista foi realizada
pelo autor do estudo, e se realizou no momento em que eles terminavam de responder os
instrumentos. Todas as entrevistas foram gravadas com prévio consentimento dos
49
fenômenos.
As condições causais costumam representar o conjunto de acontecimentos que
influem sobre o fenômeno. As condições intervenientes são aquelas que mitigam, ou de
alguma maneira alteram, o impacto das condições causais sobre os fenômenos. Costumam
surgir das contingências (acontecimentos inesperados) que, por vezes, são respondidos por
meio de ação/interação. As condições intervenientes podem ajudar a explicar porque alguns
adolescentes continuam consumindo e outros não. As condições contextuais são o conjunto de
condições específicas que se entrecruzam nas dimensões num tempo e lugar para criar o
conjunto de circunstâncias, ou problemas, aos quais respondem as pessoas por meio da
ação/interação. As condições contextuais têm sua origem nas condições causais e são o
produto da forma como se entrecruzam e combinam em variados padrões dimensionais.
Há ações/interações que são as respostas estratégicas, ou rotineiras, dadas pelos
indivíduos, ou grupos, como manejar os assuntos, problemas, acontecimentos ou
acontecimentos que emergem sob essas condições. As ações/interações estratégicas são os
atos deliberados ou executados com o propósito de resolver um problema e, ao fazê-lo,
modelam o fenômeno de alguma maneira.
O último termo paradigmático é conseqüências. Sempre que há ação/interação, ou
falta dela, com respeito a um assunto ou problema, ou para manejar ou manter uma verdadeira
situação, há um leque de conseqüências, algumas das quais podem ser procuradas e outras
não.
Finalmente, somente quando as categorias principais se integram para formar um
esquema teórico maior, os achados da investigação adquirem forma de teoria. A codificação
seletiva é o processo que permite integrar e refinar a teoria. O primeiro passo para a
integração é determinar a categoria central, algumas vezes chamada categoria modular
representa o tema principal da investigação. Ainda quando a categoria central vai evoluindo, a
partir da investigação, também é uma abstração.
6 Resultados
54
Na Tabela 3, observa-se que, de acordo com a ocupação dos adolescentes e jovens que
pertencem a bandos juvenis, a maioria refere ser operário, seguido de trabalhadores da
construção (pedreiros), estudantes e trabalhadores não qualificados tais como: lavadores de
carros, vendedores ambulantes e palhaços de rua. Uma quarta parte mencionou não ter
nenhuma ocupação (24,6%). No momento da entrevista, 61,7% mencionaram ter trabalho
remunerado.
De acordo com a idade dos participantes do estudo, a média foi de 18,11 anos, com
variacão de 13 a 29 anos (DP=3,59). A média de anos de escolaridade foi de 8,29 anos
(DP=1,81), com valor menor de 1 e máximo de 12 anos. Em relação ao rendimento
econômico mensal dos jovens, que têm um trabalho remunerado, foi em média de $U 354,54,
com variacão de U$ 54,5 a U$659,5 (DP=124,45).
56
ou doutor se preocupou pela forma com que bebe ou lhe sugeriu que diminua o consumo.
Mostrou também que 61,6% (IC 95%; 52-70%) dos adolescentes e jovens do estudo se
identifica com consumo de álcool prejudicial.
Na Tabela 10, mostra-se a comparação por sexo dos tipos de transtornos do consumo
de álcool, os resultados mostram diferenças significativas só para o consumo de álcool
excessivo (χ2=3,19; p=0,048), onde se destaca maior proporção de consumo excessivo em
homens (66,7%) do que em mulheres (28,6%).
O consumo de tabaco alguma vez na vida, no último ano e no último mês não
mostraram diferenças significativas por sexo (Tabela 11).
63
O consumo de qualquer droga ilícita alguma vez na vida, no último ano e no último
mês por sexo é mostrado na Tabela 12. Os resultados mostraram que o consumo de qualquer
droga ilícita alguma vez na vida é diferente por sexo, observando-se maior proporção de
consumo nos homens (61%) do que nas mulheres (27,3%).
Nas Tabelas 13, 14 e 15, observa-se o consumo alguma vez na vida, no último ano e
64
no último mês de maconha, cocaína e inalantes por sexo. Os resultados mostraram que o
consumo dessas drogas não revela diferenças significativas por sexo (p < 0,05).
consumo de álcool alguma vez na vida, no último ano e no último mês por idade, onde os
adolescentes e jovens maiores de 18 anos têm maior proporção de consumo do que os
adolescentes menores de 18 anos.
(p>0,05) do consumo de álcool alguma vez na vida, no último ano e no último mês, nos
adolescentes e jovens que têm trabalho remunerado com aqueles que não o têm. Não obstante,
mostram-se proporções maiores nos adolescentes e jovens que têm trabalho remunerado.
proporção maior de consumo do que os adolescentes e jovens que não o têm. Não se
observaram diferenças significativas no consumo no último mês.
Na Tabela 37, mostra-se a descrição das variáveis de estudo. De acordo com a idade
dos participantes, mostrou-se média de 18,11 anos (DP=3,59), variação entre 13 e 29 anos. A
média de anos de escolaridade foi de 8,29 anos (DP=1,81) com valor menor de 1 e máximo de
12 anos. Em relação ao rendimento econômico mensal nos jovens, que têm trabalho
remunerado, foi em média de $3.900 (pesos mexicanos) com variação de 600 a 7.200
(DP=1.368,8). De acordo com as médias dos índices (0-100) do instrumento POSIT, mostra
que o fator de risco com maior pontuação é o de relações com amigos ( X =61,48
[DP=22,71]). A média de copos (álcool) e cigarros (tabaco) que consomem num dia típico foi
77
maconha e inalantes; relação positiva dos problemas de saúde mental, com as pontuações do
AUDIT e FAGERSTROM, onde quanto mais problemas de saúde mental maior são as
pontuações do AUDIT e FAGERSTROM.
A relação com amigos, sob condutas não convencionais, ou desajustadas, se
relacionou positiva e significativamente (p<0,05) com o número de copos consumidos num
dia típico, isso é, quanto maior o índice de relação com amigos sob condutas desajustadas,
maior é o número de bebidas consumidas num dia típico; assim como se relacionou com o
número de dias de consumo de maconha e inalantes, onde quanto maior o índice de amigos
sob condutas desajustadas, maior é o número de dias de consumo de maconha e inalantes.
O fator de risco interpessoal, relação inapropriada com pais, se relacionou positiva e
significativamente (p<0,05) com o número de dias de consumo de maconha, cocaína e
inalantes, isto é, quanto maior o índice de relação inapropriada com pais, maior é o número de
dias de consumo de maconha, cocaína e inalantes; e com as pontuações do AUDIT e
FAGERSTROM, quanto maior índice de relação inapropriada com pais maior são as
pontuações do AUDIT e FAGERSTROM.
79
Tabela 38 - Coeficiente de Correlação de Spearman para variáveis do estudo e seu valor de p(*)
# de # de Dias Dias Dias Dias Dias AUDIT Excessivo Dependência Dano CTF
copos cigarros álcool tabaco maconha cocaína inalantes
Idade 0,419 0,239 0,395 0,201 0,203 0,283 0,029 0,394 0,333 0,271 0,267 0,336
0,001 0,001 0,001 0,008 0,007 0,001 0,701 0,001 0,001 0,002 0,003 0,001
Escolaridade 0,013 0,075 -0,033 -0,031 -0,186 0,016 -0,189 -0,138 -0,013 -0,150 -0,14 -0,14
0,868 0,322 0,664 0,686 0,014 0,833 0,012 0,125 0,883 0,095 0,112 0,122
Rendimento 0,149 0,010 0,164 -0,120 0,196 0,218 0,019 -0,103 -0,010 -0,159 -0,09 0,114
mensal 0,124 0,916 0,090 0,218 0,042 0,023 0,849 0,361 0,932 0,157 0,389 0,339
Problemas 0,094 0,080 0,073 0,089 0,109 0,162 0,296 0,241 0,058 0,234 0,300 0,281
Saúde mental 0,216 0,291 0,340 0,243 0,151 0,032 0,001 0,007 0,520 0,009 0,001 0,002
Baixo nível 0,124 0,169 0,098 0,120 0,108 0,118 0,175 0,213 0,242 0,179 0,167 0,129
educacional 0,102 0,025 0,198 0,116 0,154 0,119 0,021 0,017 0,007 0,045 0,062 0,166
Relação 0,147 0,102 0,122 0,064 0,187 0,105 0,240 0,053 0,045 -0,033 0,146 0,135
amigos 0,050 0,181 0,107 0,398 0,013 0,165 0,001 0,558 0,619 0,716 0,105 0,147
Relação pais 0,030 0,110 0,019 0,071 0,253 0,196 0,215 0,214 0,172 0,140 0,242 0,194
0,693 0,149 0,802 0,350 0,001 0,009 0,004 0,017 0,055 0,121 0,007 0,036
Índice POSIT 0,145 0,169 0,122 0,137 0,234 0,220 0,355 0,233 0,137 0,175 0,290 0,267
0,055 0,026 0,107 0,071 0,002 0,004 0,001 0,009 0,128 0,051 0,001 0,004
(*)
para uma prova bilateral, o valor superior é o valor de r spearman e o valor inferior é o valor de p
n=175
Fonte: CDP, POSIT, HCD, AUDIT e FAGERSTROM (CFT)
79
80
Tabela 40 - Fatores de risco de baixo nível educacional (POSIT) para o consumo de maconha
Consumo de maconha
Valor
Baixo nível educacional Sim Não χ2 OR IC 95%
Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Tabela 41 - Fatores de risco de baixo nível educacional (POSIT) para o consumo de cocaína
Consumo de cocaína
Baixo nível Valor
Sim Não χ2 OR IC 95%
educacional Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Tabela 42 - Fatores de risco de baixo nível educacional (POSIT) para o consumo de inalantes
Consumo de inalantes
Baixo nível Valor
Sim Não χ2 OR IC 95%
educacional Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Nas Tabelas 43 e 44, são mostrados os fatores de risco de saúde mental que indicam
ser significativos para o consumo de álcool e tabaco. Destaca-se que o fator mais relevante foi
82
assustar-se com facilidade, com quase cinco vezes maior possibilidade de consumo de álcool
e três vezes mais possibilidade de consumir tabaco naqueles que se assustam com facilidade
comparada com os que mencionaram que não se assustam com facilidade.
Tabela 43 - Fatores de risco de problemas de saúde mental (POSIT) para o consumo de álcool
Consumo de álcool
Valor
Saúde mental Sim Não χ2 OR IC 95%
Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Tabela 44 - Fatores de risco de problemas de saúde mental (POSIT) para o consumo de tabaco
Consumo de tabaco
Valor
Saúde mental Sim Não χ2 OR IC 95%
Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Os itens do fator de risco: relação com amigos sob condutas desajustadas não
mostraram relação significativa com o consumo de tabaco.
85
Na Tabela 48, aparecem os fatores de risco de relação com amigos sob condutas
desajustadas que mostraram relação significativa com o consumo de álcool. O fator mais
relevante foi ter amigos que consomem bebidas alcoólicas, com 15 vezes mais possibilidades
de consumir álcool, em comparação com aqueles que não têm amigos que consomem bebidas
alcoólicas.
Tabela 48 - Fatores de risco da relação com amigos sob condutas desajustadas (POSIT),
para o consumo de álcool
Consumo de álcool
Relação com amigos Valor
Sim Não χ2 OR IC 95%
Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Na Tabela 49, são mostrados os fatores de risco da relação com amigos sob condutas
desajustadas, indicando ser significativos com o consumo de maconha. Os fatores mais
relevantes foram ter amigos que consomem alguma droga e amigos que levam drogas às
festas.
Na Tabela 50, mostram-se os fatores de risco de relação com amigos sob condutas
desajustadas que mostraram ser significativos com o consumo de cocaína, o fator mais
relevante foi ter amigos que consomem alguma droga com 19,6 vezes mais possibilidades de
consumir cocaína nos adolescentes e jovens que têm amigos consumidores de drogas,
comparado com aqueles que não os têm.
86
Tabela 49 - Fatores de risco da relação com amigos sob condutas desajustadas (POSIT),
para o consumo de maconha
Consumo de maconha
Valor
Relação com amigos Sim Não χ2 OR IC 95%
Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Tabela 50 - Fatores de risco da relação com amigos sob condutas desajustadas (POSIT),
para o consumo de cocaína
Consumo de cocaína
Valor
Relação com amigos Sim Não χ2 OR IC 95%
Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Na Tabela 51, mostram-se os fatores de risco da relação com amigos sob condutas
desajustadas que mostraram ser significativos para o consumo de inalantes. O fator mais
relevante foi ter amigos que consomem bebidas alcoólicas, com seis vezes mais possibilidades
de consumir inalantes nos adolescentes e jovens que têm amigos consumidores de álcool,
comparado com aqueles que não os têm.
Tabela 51 - Fatores de risco da relação com amigos sob condutas desajustadas (POSIT),
para o consumo de inalantes
Consumo de inalantes
Valor
Relação com amigos Sim Não χ2 OR IC 95%
Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
O fator de relação inapropriada com pais não mostrou relação significativa com o
consumo de álcool e tabaco.
Na Tabela 52, aparece-se a relação dos fatores de risco da relação inapropriada com
pais que mostraram ser significativos para o consumo de maconha, o fator mais relevante foi:
que algum dos pais tenha consumido alguma droga, com quase quatro vezes mais
possibilidades de consumir maconha nos adolescentes e jovens que têm pais que tenham
consumido alguma droga comparado com aqueles que não os têm.
88
Tabela 52 - Fatores de risco da relação inapropriada com pais ou família (POSIT), para o
consumo de maconha
Consumo de maconha
Relação inapropriada Valor
Sim Não χ2 OR IC 95%
com pais ou família Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Na Tabela 53, mostra-se que o único item da relação inapropriada com pais que
apareceu relação significativa com o consumo de cocaína foi: se os adolescentes e jovens
discutem demasiado com seus pais, com 2,6 vezes mais possibilidades de consumo de cocaína
nos adolescentes que discutem com seus pais, comparado com aqueles que não discutem.
Tabela 53 - Fatores de risco da relação inapropriada com pais ou família (POSIT), para o
consumo de cocaína
Consumo de cocaína
Relação inapropriada Valor
Sim Não χ2 OR IC 95%
com pais ou família Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Tabela 54 - Fatores de risco da relação inapropriada com pais ou família (POSIT), para o
consumo de inalantes
Consumo de inalantes
Relação inapropriada Valor
Sim Não χ2 OR IC 95%
com pais ou família Com fator/Sem Com fator/Sem
de p
fator fator
Tabela 56 - Modelo de Regressão Logística para a variável: idade com o consumo de álcool
no último ano
Fonte de variação B EP W gl Valor de p
Idade 0,328 0,08 15,62 1 0,001
Constante -4,74 1,39 116,65 1
Fonte: CDP, POSIT e HCD n=175
2
R =13,1%
1,0
,9
Pobabilidade de consumo de álcool
,8
,7
,6
,5
,4
,3
,2
,1
0,0
10 15 20 25 30
Idade
Para ampliar a explicação do efeito dos fatores de risco pessoais sobre o consumo de
álcool, aplicou-se modelos de regressão linear múltipla para os tipos de transtorno por
consumo de álcool (consumo excessivo, dependente e prejudicial [AUDIT]) nos sujeitos que
mencionaram consumir álcool no último ano (n1=125). Na Tabela 57, mostra-se o efeito dos
fatores pessoais sobre o consumo excessivo de álcool, o modelo em sua totalidade foi
significativo (F(6, 118)= 5,37; p<0,001) com variância explicada do 21,5%
Tabela 57 - Modelo de Regressão Linear Múltipla para as variáveis: idade, sexo, anos de
escolaridade, trabalho remunerado, problemas de saúde mental e baixo nível educacional
sobre o consumo de álcool excessivo
Soma de Quadrado
Modelo gl F Valor de p
quadrados médio
Regressão 184,95 6 30,82
5,37 0,001
Residual 676,37 118 5,73
Coeficientes não
estandardizados Valor
Modelo t
B Erro padrão de p
Tabela 58 - Modelo de Regressão Linear Múltipla para as variáveis: idade, sexo e baixo nível
educacional sobre o consumo de álcool excessivo
Soma de Quadrado
Modelo gl F Valor de p
quadrados médio
Regressão 168.49 3 56,16
9,80 0,001
Residual 692.83 121 5,72
Coeficientes não
estandardizados Valor
Modelo t
B Erro padrão de p.
Na Tabela 59, indica-se o efeito dos fatores de riscos pessoais sobre o consumo
dependente. Os resultados mostram que o modelo foi significativo (F(6,118)=4,02; p<0,001)
com variância explicada de 17%. Ao observar a contribuição de cada variável ao modelo, vê-
se que a idade e os anos de escolaridade mostram efeito significativo.
93
Tabela 59 - Modelo de Regressão Linear Múltipla para as variáveis: idade, sexo, anos de
escolaridade, trabalho remunerado, problemas de saúde mental e baixo nível educacional
sobre o consumo de álcool dependente
Soma de Quadrado
Modelo gl F Valor de p
quadrados médio
Regressão 144,18 6 24,03
4,02 0,001
Residual 704,42 118 5,97
Coeficientes não
estandardizados Valor
Modelo t
B Erro padrão de p
Coeficientes não
estandardizados Valor
Modelo t
B Erro padrão de p
Na Tabela 61, mostra-se o efeito dos fatores de risco pessoais sobre o consumo
prejudicial. Os resultados mostraram que o modelo foi significativo com variância explicada
e17%. Ao observar a contribuição de cada variável ao modelo, percebe-se que a idade e o
índice dos problemas de saúde mental mostraram efeito significativo.
Depois de aplicar o procedimento de Backward (método de regressão), para conhecer
as variáveis que têm maior contribuição ao modelo, a idade e os problemas de saúde mental se
mantiveram significativos no modelo que prediz o consumo prejudicial de álcool, com
variância explicada do 15,4% (Tabela 62).
Quanto ao efeito da idade sobre o consumo de álcool prejudicial, observa-se que
quanto maior idade, maior é a probabilidade de ter consumo de álcool prejudicial (β=0,24;
p=0,005), e quanto maior índice de problemas de saúde mental maior é a probabilidade de
consumo prejudicial (β=0,05; p<0,001).
95
Tabela 61 - Modelo de Regressão Linear Múltipla para as variáveis: idade, sexo, anos de
escolaridade, trabalho remunerado, problemas de saúde mental e baixo nível educacional
sobre o consumo de álcool prejudicial
Soma de Quadrado
Modelo gl F Valor de p
quadrados médio
Regressão 315,59 6 52,59
4,06 0,001
Residual 1528,40 118 12,95
Coeficientes não
estandardizados Valor
Modelo t
B Erro padrão de p
Para conhecer o efeito dos fatores de risco pessoais sobre o consumo de tabaco,
aplicou-se um modelo de regressão logística, no entanto, não se mostrou efeito significativo
(p>0,05) dos fatores de risco pessoais (Tabela 63).
Na Tabela 64, são mostrados os resultados para conhecer o efeito de fatores de risco
pessoais sobre o consumo de alguma droga ilícita, através de modelo de regressão logística.
Os resultados mostram que o modelo foi significativo (χ2=52,92; p<0,001) com variância
explicada de 26,1%.
Aplicou-se, posteriormente, o procedimento de Backward (método de regressão), para
conhecer as variáveis que têm maior contribuição ao modelo. A idade, sexo e os problemas de
saúde mental se mantiveram com efeito significativo no modelo, com variância explicada de
24,3% (Tabela 65).
97
1,0
,6
,4
,2 Sexo
Feminino
0,0 Masculino
10 15 20 25 30
Idade
1,0
Probabilidade de consumo de drogas
,8
,6
,4
,2 Sexo
Feminino
0,0 Masculino
-20 0 20 40 60 80 100
maconha, o modelo foi significativo (χ2=47,78; p<0,001) com variância explicada de 23,9%.
Ao observar a contribuição de cada variável, mostra-se que as variáveis que têm efeito
significativo são a idade e o baixo nível educacional.
Tabela 67 - Modelo de Regressão Logística para as variáveis: idade e baixo nível educacional
com o consumo de maconha
Fonte de variação B EP W gl Valor de p
Idade 0, 30 0,063 10,67 1 0,001
Baixo nível educacional 0,03 0,010 22,97 1 0,001
Constante -6,19 1,20 26,52 1
Fonte: CDP, POSIT e HCD n=175
2
R =24,3%
maconha.
1,0
,6
,4
,2
0,0
10 15 20 25 30
Idade
1,0
Probabilidade de consumo de maconha
,8
,6
,4
,2
0,0
-20 0 20 40 60 80 100
Na Tabela 68, mostra-se o efeito dos fatores de risco pessoais sobre o consumo de
cocaína. O modelo foi significativo (χ2=55,54; p<0,001) com variância explicada de 27,2%.
101
1,0
,6
,4
,2
0,0
10 15 20 25 30
Idade
1,0
Probabilidade de consumo de cocaína
,8
,6
,4
,2
0,0
-20 0 20 40 60 80 100
Na Tabela 70, mostra-se o efeito dos fatores de risco pessoais sobre o consumo de
inalantes. O modelo foi significativo (χ2=41,79; p<0,001) com variância explicada de 21,2%.
103
Tabela 71 - Modelo de Regressão Logística para variáveis: idade, sexo, problemas de saúde
mental e baixo nível educacional com o consumo de inalantes
Fonte de Variação B EP W gl Valor de p
Idade 0,11 0,05 4,88 1 0,027
Sexo -2,90 1,18 5,99 1 0,014
Problemas de saúde mental 0,03 0,01 9,63 1 0,002
Baixo nível educacional 0,02 0,01 4,35 1 0,037
Constante -1,23 1,50 0,671 1
Fonte: CDP, POSIT e HCD n=175
2
R =20,2%
1,0
,6
,4
,2 Sexo
Feminino
0,0 Masculino
10 15 20 25 30
Idade
1,0
Probabilidade de consumo de inalantes
,8
,6
,4
,2 Sexo
Feminino
0,0 Masculino
-20 0 20 40 60 80 100
1,0
,8
,6
,4
,2 Sexo
Femenino
0,0 Masculino
-20 0 20 40 60 80 100
Figura 10. Efeito do índice de baixo nível educacional sobre o consumo de inalantes
Tabela 72 - Modelo de Regressão Logística para variáveis: índice da relação com amigos sob
condutas desajustadas e relação inadequada com pais com o consumo de álcool no último ano
Fonte de variação B EP W gl Valor de p
Relação com amigos 0,009 0,008 6,07 1 0,014
Relação inapropriada com pais -0,005 0,009 0,28 1 0,594
Constante -0,330 0,485 0,465 1
Fonte: CDP, POSIT e HCD n=175
2
R =6,6%
Na Figura 11, mostra-se o efeito positivo do índice da relação com amigos com
condutas desajustadas sobre o consumo de álcool (β=0,009; p=0,014), observa-se que quanto
maior a pontuação do índice, maior é o valor da probabilidade de consumo de álcool.
1,0
,9
Probabilidade de consumo de álcool
,8
,7
,6
,5
,4
,3
,2
,1
0,0
-20 0 20 40 60 80 100 120
Figura 11. Efeito do índice relação com amigos sob condutas desajustadas sobre o consumo
de álcool
Para ampliar a explicação do efeito dos fatores de risco interpessoais sobre o consumo
de álcool, aplicou-se modelos de regressão linear múltipla para os tipos de transtornos por
consumo de álcool (consumo excessivo, dependente e prejudicial [AUDIT]) nos sujeitos que
mencionaram consumir álcool no ultimo ano (n1=125). Os fatores interpessoais não
mostraram efeito significativo sobre os tipos de transtornos por consumo de álcool excessivo
e dependência, só sobre o consumo prejudicial.
Na Tabela 73, é mostrado o efeito dos fatores interpessoais sobre o consumo
prejudicial de álcool, O modelo foi significativo (F(2, 122) =3,37; p=0,038) com variância
107
Tabela 73 - Modelo de Regressão Linear Múltipla para as variáveis: índice da relação com
amigos sob condutas desajustadas e relação inapropriada com pais sobre o consumo
prejudicial
Soma de Quadrado
Modelo gl F Valor de p
quadrados médio
Regressão 96,60 2 48,30
3,37 0,038
Residual 1747,400 122 14,32
Coeficientes não
estandardizados Valor
Modelo t
B Erro padrão de p
Para conhecer o efeito dos fatores de risco interpessoais sobre o consumo de tabaco,
aplicou-se modelo de regressão logística. Na Tabela 74, é mostrado que esses fatores de risco
não apontaram efeito significativo (χ2 =0,693; p>0,707).
108
Tabela 74 - Modelo de Regressão Logística para as variáveis: índice da relação com amigos
sob condutas desajustadas e relação inapropriada com pais com o consumo de tabaco
Fonte de variação B EP W gl Valor de p
Relação com amigos 0,010 0,008 1,66 1 0,197
Relação inapropriada com pais 0,003 0,009 0,07 1 0,779
Constante 0,205 0,499 0,16 1
Fonte: CDP, POSIT e HCD n=175
2
R =1,2%
Tabela 75 - Modelo de Regressão Logística para as variáveis: índice da relação com amigos
sob condutas desajustadas e relação inapropriada com pais com o consumo de alguma droga
ilícita
Fonte de variação B EP W gl Valor de p
Relação com amigos 0,02 0,008 10,75 1 0,001
Relação inapropriada com pais 0,02 0,009 8,79 1 0,003
Constante -2,74 0,568 21.80 1
Fonte: CDP, POSIT e HCD n=175
2
R =14,9%
Na Figura 12, é mostrado o efeito do índice das relações com os amigos sob condutas
desajustadas sobre o consumo de alguma droga ilícita (β=0,026; p<0,001). Observa-se que
quanto maior é o índice de relação com amigos sob condutas desajustadas, maior é o valor da
probabilidade para o consumo de drogas ilícitas.
109
1,0
,6
,4
,2
0,0
-20 0 20 40 60 80 100 120
Figura 12. Efeito da relação com amigos sob condutas desajustadas sobre o consumo de
drogas ilícitas
Na Figura 13, observa-se que, quanto maior o índice da relação inapropriada com pais,
maior é a probabilidade de consumo de drogas ilícitas (β=0,028; p<0,003).
1,0
Probabilidade de consumo de drogas
,8
,6
,4
,2
0,0
-20 0 20 40 60 80 100
Figura 13. Efeito da relação inapropriada com pais sobre o consumo de drogas
A seguir, são indicados os modelos de regressão logística para conhecer o efeito dos
fatores de risco interpessoais sobre o consumo para cada uma das drogas ilícitas tais como:
maconha, cocaína e inalantes. Na Tabela 76, mostra-se o efeito dos fatores de risco
110
Tabela 76 - Modelo de Regressão Logística para as variáveis: índice da relação com amigos
sob condutas desajustadas e relação inapropriada com pais com o consumo de maconha
Fonte de variação B EP W gl Valor de p
Relação com amigos 0,021 0,008 6,79 1 0,009
Relação inapropriada com pais 0,028 0,009 9,13 1 0,003
Constante -2,90 0,610 22,66 1
Fonte: CDP, POSIT e HCD n=175
2
R =12,1%
Na Figura 14, observa-se o efeito do índice relação com amigos sob condutas
desajustadas sobre o consumo de maconha (β=0,021; p=0,009), onde se mostra que, quanto
maior o índice de relação com amigos, maior é a probabilidade de consumo de maconha.
1,0
Probabilidade de consumo de maconha
,8
,6
,4
,2
0,0
-20 0 20 40 60 80 100 120
Figura 14. Efeito da relação com amigos sob condutas desajustadas sobre o consumo de
maconha
Na Figura 15, mostra-se o efeito do índice da relação inapropriada com pais (β=0,028,
p=0,003). Observa-se que, quanto maior a pontuação no índice de relação inapropriada com
pais, maior é a probabilidade de consumo de maconha.
111
1,0
,6
,4
,2
0,0
-20 0 20 40 60 80 100
Figura 15. Efeito da relação inapropriada com pais sobre o consumo de maconha
Na Tabela 77, mostra-se o efeito dos fatores de risco interpessoais sobre o consumo de
cocaína. O modelo foi significativo (χ2=12,44; p=0,002) com variância explicada de 6,9%.
Ao observar a contribuição das variáveis, mostra-se que só o índice de relação com amigos
sob condutas desajustadas mostrou efeito significativo (β=0,028; p=0,003).
Tabela 77 - Modelo de Regressão Logística para as variáveis: índice da relação com amigos
sob condutas desajustadas e relação inapropriada com pais com o consumo de cocaína
Fonte de variação B EP W gl Valor de p
Relação com amigos 0,027 0,009 9,77 1 0,002
Relação inapropriada com pais 0,003 0,009 0,11 1 0,734
Constante -2,74 0,624 19,36 1
Fonte: CDP, POSIT e HCD n=175
2
R =6,9%
Na Figura 16, pode-se observar o efeito da relação com amigos sob condutas
desajustadas sobre o consumo de cocaína. Mostra-se , quanto maior a pontuação do índice de
relacionamiento com amigos sob condutas desajustadas, maior é a probabilidade de consumir
cocaína.
112
1,0
,9
,7
,6
,5
,4
,3
,2
,1
0,0
-20 0 20 40 60 80 100 120
Figura 16. Efeito da relação com amigos sob condutas desajustadas sobre o consumo de
cocaína
Finalmente, na Tabela 78, mostra-se o efeito dos fatores de risco interpessoais sobre o
consumo de inalantes. O modelo foi significativo (χ2=14,80; p<0,001) com variância
explicada do 8,1%.
1,0
,9
,7
,6
,5
,4
,3
,2
,1
0,0
-20 0 20 40 60 80 100 120
Figura 17. Efeito da relação com amigos sob condutas desajustadas sobre o consumo de
inalantes
1,0
,9
Probabilidade de consumo de inalantes
,8
,7
,6
,5
,4
,3
,2
,1
0,0
-20 0 20 40 60 80 100
Figura 18. Efeito da relação inapropriada com pais sobre o consumo de inalantes
...no pues así más, más calmado, no soy así tan inquieto, me calmo más (P1).
...se siente todo más calmadito y como que de repente si se te va la onda, no se le va, bueno si
se te olvidan las cosas, pero no así que digas como te llamas. Que no, no, siempre yo me
sentía en mis cinco sentidos, si sentía los ojos más chiquitos y todo más calmadito así, pero
veía bien, nunca veía borroso, ni batallaba para ver, ni alucinaba ni nada y así me gusta...se
115
sientes más “acá”, y no, es inexplicable la marihuana, nada más sientes todo más calmado,
pero siempre andas en tus cinco sentido, nunca, nunca pierdes la mentalidad (P11).
...porque ando así muy alegre y así sobres pasa una baiza (una fumada), ha y a veces cuando
también hay un baile, que ha que vienen otros otras pandillas y sacan y ya, yo estoy bailando
y ya me dan y me pongo a bailar con la marihuana.... Andas así muy alegre muy risueño y
andas así para allá y para acá, así te siente la marihuana, casi la mayoría le hace a la
marihuana (P6).
...si se siente chido (bien) ha de cuenta te pones así, te pone la risueña (risas), te da la risueña
(P7).
...pues todo se hace bien fácil. Puedes hacer las cosas más fácil (P2).
...los domingos wey, los sábados te pones a pistear (tomar alcohol) bien machin (grandes
cantidades), los domingos cuando te levantas bien crudo, verdad, vamos a jugar pum acá,
tenemos un equipo verda, de fut ball y un cigarrito te quita la cruda y vas y juegas con madre
(P16).
...como que sientes que puedes con todo, te sientes fuerte, te sientes que si te vas a pelear que
le vas a ganar, que si vas a cargar algo lo vas a cargar, que si quieres hacer algo lo vas
hacer aunque no puedas, que te arriesgas, te arriesgas por varias cosas. Dices que si puedes
pero no puedes, te da fuerzas, no se, te sientes mas así, mas fuerte (P13).
Nota-se que, de acordo com as narrações dos adolescentes e jovens acima expostas,
consumir alguma droga produz algumas vantagens prazerosas. No entanto, também falam das
drogas com conotação negativa, onde refletem algumas conseqüências que podem provocar.
…na, pues, que estoy bien flaco, verda, ya casi puro hueso con ese mugrero, que lo deje pero
no hago caso yo, se siente con madre (P3).
...pues si que esta mal lo que hago, pero aparte también porque, pues esta mal porque le hace
daño a uno, en los pulmones y eso (P4).
...na te chinga el pinche cerebro, por eso a veces tengo dificultades para pensar así, se me va
la onda y ya na, yo digo para que le ponía y eso es el pedo te hace mal en la pinche cabeza
(P7).
...no pues si toda drogas es malo, toda la droga es mala, na pues, porque no esta permitida
¿verdad? Legalmente (P9).
Se siente con madre, pero cuando, cuando tiene miedo uno por decir que iba a la casa y da
miedo, la marihuana da miedo, te clavas más en el miedo, ósea y es imposible, si te asustas
mucho con la marihuana (P11).
...que se siente chido, pero pues te arrepientes de no salirte de ahí, de seguir queriendo,
cuando se te acaba el dinero y ya no tenemos para comprar, agarras razón pero ya al ultimo
agarras razón de que para que te gastas el dinero, pero ya que puedes hacer, porque es
dinero mal gastado, no le sacas provecho a nada (P12).
116
letras minúsculas e em negrito, por exemplo, A primeira vez que a provei me agradou.
Condições causais
• Influência de integrantes do bando
• Influência familiar
• Vivendo a experiência inicial
A GLÓRIA DO
PRAZER SOBRE AS
CONSEQÜÊNCIAS
A AS CONDIÇÕES CAUSAIS
As categorias que mostram o conjunto de acontecimentos que determinam o fenômeno
em questão são: A INFLUÊNCIA DE INTEGRANTES DO BANDO, INFLUÊNCIA
FAMILIAR E VIVENDO A EXPERIÊNCIA INICIAL (Figura 20).
CONDIÇÕES
CAUSAIS
A GLÓRIA DO PRAZER
SOBRE AS
CONSEQÜÊNCIAS
Figura 20. Diagrama de condições causais da categoria central A glória do prazer sobre as
conseqüências
... mi amigo dijo que si quería más y dije na mejor no, y luego ya me di, y luego ya me gusto,
y esa vez ya me gusto la marihuana, y horita ya la pruebo y no me siento nada... es que la
mayoría de mis amigos me dice sobres (ofrecen), y por eso le hago y a la vez no me
arrepiento (P6).
...no, si no que de primero me ofrecían, y no, no quería, me insistían los batos, pero no ahí de
repente me dio un camarada (P8).
...na, no se, de repente empezaron hacer el cigarro ahí y me dijeron que si quería y yo les dije
que no, pero ya después dije na pues presta haber que, y así, pero nada más una o dos
baizillas (fumadas) con esas tuve (P10).
Es que cuando veo a los demás y así te ofrecen, ni modo de decir que no, después te empiezan
a decir cosas. Estábamos todos así, así sentados, estaban pisteando (tomando cerveza) varios
y lego empezó a fumar y dijo: ¿sobres quieres? Y luego no, no, no. Sobres. Y nombre sobres,
y ya las, las otras veces cuando te decían: no sobre, ya decía que no. No, eres bien cabra,
bien culo. No simón y ya al ultimo la fume, ya la andaba fumando, pero a hasta que te dicen
un chingo de cosas (P13).
...si, no con otros weyes (amigos), a veces vamos a otras partes y estamos caguamiando
(tomando cerveza), y a veces traigo y les digo sobres no quieren... Que si que role ya nada
mas hago un churrillo y se los doy (P8).
...como dice uno, uno nunca obliga a nadie ¿verdad? Uno nuca le pone una pistola que vas a
fumar esto, vas a inhalar esto o vas oler esto, no, nunca nadie le va poner una pistola a
nadie, uno a veces ofrece, y lo hace porque quiere, y si uno no quieres pues se fregó el que
esta ofreciendo ¿verdad? (P9).
120
...pero la mayoría de mis amigos le hacen y yo también le quiero hacer, para no dejarlos
morir y por eso le hago a la marihuana (P6).
Fue porque estaban todos así que quemando (fumando) la mota y me acerque yo y les pedí y
ya y empecé a fumar y ya (P9).
... sentí que todos andaban loqueando (consumiendo) menos yo y por eso “loquee” me sentí
bien triste de verlos todos así, los vi triste porque estaban “loqueando” todos y me dio las
ganas también de “loquear (P15).
...Nomás lo que uno mira al otro, uno mira a uno y se le antoja, también y haber que se
siente, la curi (curiosidad) como dicen un rumor la curiosidad nos gana, pues no hay nadie
que empiece a drogarse que no le, que no le de la curiosidad, de ponerle. Si a todos puedes
pregúntele... pregunta ¿que sentiste cuando te pusiste? No, me dio curiosidad, a todos les da
curiosidad, que, que se siente, porque yo veo que aquel bato se esta poniendo, digo si el se
pone ¿porque yo no, verdad?, nada mas la curiosidad (P16).
2 INFLUÊNCIA DE UM FAMILIAR
Esta categoria revela as influências dos familiares para o consumo de drogas e assim
dar início ao fenômeno A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS, esta
descrita por duas subcategorias: “consumo de drogas na família” e “quando um familiar apóia
o consumo”. Mostra-se que as atividades dos integrantes da família intervêm como fatores
que reforçam na formação de seu próprio significado. É assim que ante os atos alheios, os
adolescentes e jovens que pertencem aos bandos podem retificar seu comportamento, os atos
da família ou familiares se incluem na decisão dos jovens com respeito ao que pretendem
fazer.
121
...mi hermano también consume, pero también pura marihuana nada de químico (P6).
...mi jefe me regañan, cuando ando loco, me golpea, pero le digo ¿que porqué verdad? Si el
también era así, na (P5).
...me dieron, estaba con una morra él, me dijo he fúmale un baiza y si le fume, nada más con
uno ya me sentí medio acá y se sentía “chido” (risa), como que se sentía, no alucine, esa
madre no alucina, nunca ves monos, o bueno al menos yo nunca vi monos por más que me
excedía, nada mas, has de cuenta se siente todo más calmadito (P11).
122
...me lo dio un amigo, estaba solo, estaba borracho, lo probé y lo agarré y me gustó nomás y
solo lo fui haciendo, lo agarré y si me gustó, y sí pues ya lo compré yo solo (P12).
...La primera vez igual estaba con unos camaradas, pero la primera vez no sentí nada, has de
cuenta como normal así, pero, pero has de cuenta que, has de cuenta que esas veces yo, yo no
la compraba, la compraban unos batos y me decían sobres, pues yo no sabia ni fumar
tampoco, y luego pos así, has de cuenta que no sentí nada y luego iban por más y más me
daban, pero tampoco sentía nada, pero yo ni sabia que rollo que efecto hacia, ya después que
yo solo, empecé a comprar y ya me pique (P10).
...na pues, de primero si, se sintió normal y de repente yo sentía los ojos medios cerrados y
me, me dicen he que onda que acá bien prendido y me fije en el espejo con los ojos cerrados y
rojos y acá y empecé rice, empecé rice y rice y ya, pues, me di cuente que ya andaba acá, que
ya me había afectado eso, y ya, y ya me había dado el efecto ¿verdad? De lo, de lo que daba
así. Y ya y así empecé, pero na uno no, pero como quien te diré no era de, no era de siempre
era debes en cuando una vez al mes así mejor me aventaba dos tres cervezas y ya (P9).
B AS CONDIÇÕES CONTEXTUAIS
São as condições específicas que se entrecruzam nas dimensões tempo e lugar para
criar o fenômeno A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS, aos quais
respondem as pessoas por meio da ação/interação. As condições contextuais têm sua origem
nas condições causais e são o produto da forma como se entrecruzam e combinam em
variados padrões dimensionais. As condições causais para o fenômeno em questão se
descrevem em quatro categorias: DEFININDO AS DROGAS, DESCREVENDO O
CONTEXTO DO CONSUMO DE DROGAS, DESCREVENDO O BAIRRO E AS
FAMÍLIA e VIVENDO O PRECONCEITO DE SER VICIADO (Figura 21).
123
CONSEQÜÊNCIAS
CONSUMO DE -Saber consumir drogas
DROGAS -Almejando o consumo
DESCREVENDO O
-O bairro
BAIRRO E AS
-Minha família
FAMÍLIAS
VIVENDO O
PRECONCEITO DE
SER VICIADO
Figura 21. Diagrama de condições contextuais da categoria central “A glória do prazer sobre
as conseqüências”
1 DEFININDO AS DROGAS
Esta categoria reflete como os jovens definem a droga. Mostra-se nas narrações que a
natureza da droga consiste no significado que essa tem para os jovens e adolescentes que
pertencem a bandos que, como tal, a consideram. O significado determina o modo em que os
jovens e adolescentes vêem as drogas, a maneira em que estão dispostos a atuar com respeito
às drogas e a forma na qual se dispõem a falar delas. A categoria está descrita por duas
subcategorias: “a coca, a mota (maconha) e o tolueno (inalantes)” e “porque a maconha é
mais consumida que as outras”.
...la coca (cocaína), pues es igual como con la mota (maconha), pero no mas que, pero esta
está más fuerte (P10).
...la mota (maconha) es la vida., nombre es la pura naturaleza, es una planta wey, es una
planta y no es venenosa (riso) (P16).
...porque no trae químicos, no trae nada, la marihuana es como un cigarro normal, no sientes
nada (P6).
...El tolueno (inalantes) no, es pura química, pero empata, pero de plano no le hacemos todos
lo días, no el tolueno casi no, de ves en cuando, no más cuando no hay mota, es pura
química, pero empata (P16).
...pues a veces los fines de semana, o cuando hay baile aquí con la raza, aquí te invitan y ya
por eso le haces a la marihuana una baiza, y ya así fue en una casa de un camarada (P6).
andábamos en una quinceañera, bueno llegamos de una quinceañera, estábamos ahí abajo y
luego ya eran como las dos de la mañana, sacaron y estaban tomando y sacaron (P13).
...no pues, se juntan pero para cotorrear, pero si estas cotorreando vas a fiestas, y así todo, y
ahí tienes que consumir drogas, si quieres, pero si no quieres pues no (P16).
...no pues aquí cualquier “wey” tiene mota y donde quiera aquí todos te ofrecen, y no aparte
yo trabajaba y trabajaba para mi vicio, nunca andaba pidiendo, y aparte la marihuana no es
“cara”, por que por veinte pesos le dan a uno dos cigarritos o veinticinco, pero ya con eso
tienes, y ya andas grifo, y ya con la cocaína y la piedra no, quieres más y más, y con eso se
gasta uno toda la lana , y por lo mismo yo nunca quise gastarme todo mi dinero, yo nada mas
compraba un veinte pues en la mañana, y pues ya nada más no traía feria, y decían no ahora
yo compro y ya forjábamos un cigarro y fumábamos y ahí va el rol, y ya se me acaba la mía,
y otro bato iba a comprar y ya sacaba, bueno aquí nunca ha faltado la marihuana, bueno
nada más cuando no había, pero siempre, todos los días, todos los días, es más horita ahí
tienen, pero sí, siempre, siempre hay (P11).
…así como pan caliente (risa), así como el pan de la camioneta, ya están los conectes, si pues
ya, nomás dos tres, pum, pum y papas fritas, ya esta, pim, pum papas, de volada (P16).
Para o acesso à droga, no entanto, alguns jovens mencionam que é necessário ter
dinheiro. Já que, para alguns, pode ser fácil e para outros não.
126
...en fin de semana porque traes dinero y entre semana no, pero has de cuenta que en el
momento de probar así tantillo quieres más y no quieres que se te baje el efecto de la boca,
más, y más, y más, hasta que se te acaba el dinero (P10).
...y ya le agarre gusto y por eso le hago a la mota porque ya no siento nada, así normal, así
como si nada, nada mas los ojos se te ponen rojos y chiquitos, y ya, y andas como si nada
(P6).
...ha no, es que no, no se puede saber, pues es que uno mismo va sintiendo lo que necesita, ya
cuando se siente uno, así ya (P9).
...es que de primero, nada mas le hacía tres baicillas (fumadas) y ya de repente ya me sentía
de volada, me sentía grifo… y ya como la duré consumiendo unos seis meses, lo que tengo sin
fumar es lo que tengo fumando marihuana, y ya has de cuenta cada vez necesitaba más, cada
vez fumaba y cada vez necesitaba más, más dosis para sentirme grifo (P11).
Outros termos que aparecem nas narrações e que descrevem essa subcategoria é saber
controlar o consumo.
...si pero los que no saben controlarla, yo si se controlarla, porque has de cuenta que le doy
unos baizones (fumadas) y ya hasta ahí yo me quedo sentado, y hay unos que andan haciendo
su guato (P8).
...na pues por que yo pensé que así, porque así eran las primeras veces, pero na yo vi que no,
porque uno no sabe controlar y mejor, mejor me la llevo calmado (P9).
127
...si que te guste, pero ya debes en cuando, no es de que, de que estés enviciado, es de cuando
tu quieras, de cuando tengas ganas, uno sabe controlarla (16).
Outro termo que aparece como parte do saber consumir drogas é evitar ultrapassar o
limite de tolerância (bajón). As narrações mostram experiências de bajón e como os demais
integrantes do bando interpretam o q uando se ultrapasa o limite de tolerância (bajón).
...porque me dio el bajón, porque no le digo que le puse una vez y me sentí bien gacho, se me
nublo todo y como que me quiso dar calentura, y a mi mamá yo le quería decir, pero no, no le
dije, porque pensé que me iba a pegar o hacer algo, y ya por eso ya, yo dije, no pues para que
le hago, ponle que un baizasillo (una fumada), pero na, esta gacho porque pensaba que me
iba ir para atrás, y ya dije, na aquí me voy a morir, no pude controlarlo, me fume como
cuatro cigarros (P7).
...na, porque, muchos se están riendo de ti, de cómo estas, porque saben que acá te dio para
bajo la marihuana, saben que te esta dando sueño, se burlan unos, porque unos aguantan
mas ¿verdad?, no que, que, yo me aviento unos dos tres tabacos, pues unos que no esta
acostumbrado, pues lógico que tiene que dar para bajo, dormilona (sueño) acá, no se (P11).
...me dan ganas pero no, y cada que me dan ganas me acuerdo lo de mi jefa y pues ya me
calmo (P11).
...así a mis amigos que le hacen haciéndole, les pides y te dan ganas hacerle, y seguir así
(P12).
3.1 O bairro
Esta subcategoria descreve o contexto do bairro onde vivem os jovens. Nas narrações,
se observam que eles sempre viveram em bairros onde se tolera o consumo de drogas. Isso se
128
reflete nos termos que mencionam como: de hacerlos enemigos, mejor amigos, como uma
alternativa para lidar com os integrantes do bando. Por outro lado, assinalam que para afastar-
se do consumo de drogas, seria necessário mudar-se de bairro.
...es que en frente de la casa se juntan unos borrachillos, y ahí siempre se drogan los welles,
pero a veces también nos ofrecen piedras pero eso no (P8).
...todos se juntan aquí, yo no me junto con ellos, ellos se juntan con migo, (se ríen todos), no,
no te cresas, has de cuenta yo vivo aquí verdad, y nomás salgo y todos están aquí, y me meto
y todos están aquí, y yo me quiero meter y están dos o tres aquí, y mejor aquí me quedo no,
todos se juntan aquí todavía faltan dos tres, salgo y pos que mas haces verdad, ni modo de
hacerlos enemigos mejor amigos (P16).
...no pues es en la colonia solamente que me cambie de colonia pues si ósea cambiándome de
la colonia a lo mejor ya me calmo (P1).
...pues aparte también en la casa pos son diferentes rollos que me tiran aya en la casa, y ya
me vengo aquí en la esquina, y ya me aviento un cigarro, como en la casa no puedo fumar me
vengo ala esquina y me aviento el cigarro (P2).
...na, pues no están aquí, mi mamá no esta, tiene, tiene como unos año y medio que no la
miro, esta perdida verdad ya esta reportada, y mi jefe na, pues esta con una señora, con otra
señora, y pues no lo he visto tampoco. Yo vivo con mi abuela (P3).
...no, mi jefe no vive con migo, yo tengo padrastro, pero pues no es otro rollo, se porta chido
(P9).
...no pues como un marihuano, lo que dicen las vecinas, los chismes a mi jefa que soy
marihuano (P1).
...na pues van a decir que no se, me van a decir que estoy bien loca que soy bien loca, bien
marihuana (P4).
...también por lo mismo porque antes sí cotorreaba a un chingo (muchas) de rucas, porque yo
no era loco ni nada, nada más fumaba puro tabaco, yo no pisteo ni nada, y luego si me hice
bien loco, y siempre que venían las rucas, si andaba bien grifote (drogado), y no cotorreaba
igual, yo andaba acá en mi rollo, y ya poco a poco, dejaron de caer dos, tres rucas (mujeres),
no ya no vinieron, el otra vez me dijeron porque eres marihuano, si tu no eras así, no pues ya
ven… cambia y que no se que (P11).
...pues si ellos me ven y has de cuenta ya han, me ven así como, como con mala cara, si toda
la gente (P1).
...pues nomás se te quedan viendo así, como, así como no se, como algo bien raro (P4).
...si tengo amigos, pero has de cuenta que, por decir, has de cuenta que la gente verdad,
andas de loco y le caes mal, no y andas loco y le caes mal así (P5).
...creo que a la demás gente si le molesta que estemos fuera de su casa, pero no, no, no
hacemos desastres, mucha gente dice, no que pandilleros ¿que por que se drogan? Pero eso
no quiere decir que no, nos podamos llevar bien con las demás gente, aunque la demás gente
nos diga así (P16).
C AS CONDIÇÕES INTERVENIENTES
São aquelas que atenuam ou, de alguma maneira, alteram o impacto das condições
causais (“influência dos integrantes do bando” e “a experiência inicial do consumo”) da
categoria central A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS. Costumam
surgir das contingências (acontecimentos inesperados), aquelas que se deve responder por
meio de ação/interação. As condições intervenientes podem ajudar a explicar porque alguns
adolescentes e jovens, que pertencem a bandos, continuam consumindo pelo significado A
GLÓRIA O PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS e porque outros mudam o significado
e deixam de consumir. As categorias que mostram as condições intervenientes são QUANDO
A FAMÍLIA SE INTEIRA DO CONSUMO DE DROGAS, TER NAMORADA, LIDANDO
130
CONDIÇÕES
INTERVENIENTES
A GLÓRIA DO PRAZER
SOBRE AS
CONSEQÜÊNCIAS
Figura 22. Diagrama de condições intervenientes da categoria central A glória do prazer sobre
as conseqüências
...na pues, me regañan verdad, mi abuela dice que no le haga a eso, na pues, que estoy bien
flaco, verdad, ya casi puro hueso con ese mugrero, que lo deje, pero no hago caso yo (P3).
...una vez se me acabaron las gotas, y duré como una semana yendo con los ojos rojos a mi
casa, y mi mamá me dijo que, que decepción y no se qué, lloró y yo también me puse a llorar,
no pues sentí gacho, por lo mismo, todo lo que me dijo, que todo lo que se ha sacrificado
para que este bien, y no pues, si es cierto (P11).
131
...es que la otra vez me olieron una camisa, es que cuando la lavo olía bastante a marihuana
y me dijo que si le hacia, y le dije que si, le dije la verdad, y hable con ellos, y es que ella está
enferma tiene cáncer (de mama), y, y ese día se, se aguito (se entristeció), y se sintió mal y al
otro día estaba enferma por mi culpa, por eso. Una vez yo me iba a pelear con mi jefe por
eso, yo andaba bien loco, llegue a la casa así, me la, me la hizo de pedo, me dijo que si
andaba bien loco y yo le dije que no, y me olió y si andaba bien loco, yo le dije; a usted que le
importa es mi vida, me empecé así a pelear con él. Al otro día, no, hice eso, me acorde yo
andaba bien loco, y ya le dije que ya no volvería hacer, ya no lo voy hacer. Y como quiera le
hago pero ya no sedan cuenta (P13).
2 TER NAMORADA
Esta categoria mostra que alguns adolescentes e jovens têm namorada, e essas atuam
no sentido de se oporem ao consumo de drogas e assim afetando o fenômeno A GLÓRIA DO
PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS. A categoria se descreve por duas subcategorias;
“quando minha namorada se inteira do consumo” e “a namorada é motivo para deixar as
drogas”.
... mi novia me dice que me iba a dejar si me seguía viendo marihuana, y aparte porque viene
mi ruca y me huele las manos o me checa los ojos, o como se queda sin saliva uno, al darle
un beso devolada (al instante) ya sabe, siente cuando ando seco, porque cuando fumo
marihuana aunque tome coca o traiga chicle, como quiera se queda sin saliva uno, la
marihuana te seca y mi novia devolada sabe.... mi ruca (novia) me dijo; no si no cambias ya
no voy a andar contigo (P11).
Pues nomás le hice, y se enteró, y pues que, que le hacía al dinero, si ya no traía, si ya no me
vestía bien como antes, no me alcanzaba ya para vestirme por mi vicio y sola se enteró y pues
me dejó (P12).
o consumo de drogas para continuar com sua namorada, condição interveniente que poderia
ser um fator para mudar o significado de A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS
CONSEQÜÊNCIAS.
... porque, porque me quise conseguir mejor una morra y acá, y me la conseguí, verdad, pero
por eso horita no estoy con ella, porque ella es otro rollo, ella si sabe como somos nosotros
acá pero, pero ella es bien normal, como te diré, ella, ella se mete temprano y sale tres veces
a la semana y así, yo por eso na, mejor me voy a calmar así verdad, para que ella, para que
no este con la duda que si yo estoy drogado horita o así verdad (P9).
...y no hasta que mi ruca me dijo no, si no cambias ya no voy a andar contigo, y ya quiero
dejar la marihuana y ahora si ya, ahora me traen más en corto (se refiere a que más vigilado)
(P11).
...porque yo venia, yo venia y empecé a cotorrear que no se que, y luego en eso me metí así a
la bola, estaban fumando, y en eso que me metí iba llegando la granadera y nos agarraron,
bueno nada mas me agarraron a mi, si alcancé acorrer pero me tropecé y me agarraron, y ni
modo, y pues dije ni modo quien me manda haberme bajado aquí, y me agarraron y ya, y me
empezaron a preguntar, y yo dije no pues yo no soy de aquí, yo no se nada, yo soy de aquel
lado, me agarraron y ni modo (P9).
...porque si los paraba la granadera nos subía y les quitaba las llaves del carro, y acá, y a
veces así paso, verdad, les quitaron las llaves por nuestra culpa (P9).
...porque me dio el bajón, porque no le digo que le puse una vez y me sentí bien gacho, se me
nublo todo y como que me quiso dar calentura, y a mi mamá yo le quería decir, pero no, no le
dije, porque pensé que me iba a pegar o hacer algo y ya por eso ya, yo dije no pues para que
le hago, ponle que un baizasillo (una fumada), pero na, esta gacho porque pensaba que me
iba ir para atrás y yo dije na aquí me voy a morir, no pude controlarlo, me fume como cuatro
cigarros (P7).
...na, porque, muchos se están riendo de ti, de cómo estas, porque saben que acá te dio para
bajo la marihuana, saben que te esta dando sueño, se burlan unos, porque unos aguantan
más ¿verdad? No que, que, yo me aviento unos dos tres tabacos, pues unos que no esta
acostumbrado pues lógico que tiene que dar para bajo, dormilona (sueño) acá, no se.... Yo he
conocido varia raza que trabaja en la obra, así has de cuenta que así de San Luis, así
¿verdad? Que carga mucho blok y que esta ahí y que fuma de esa cosa acá marihuana, fuma
y anda acá trabajando, acá como si nada, por eso yo digo mucha gente se ríe, imagínate si yo
estuviera con ellos y yo fumara y ellos también, y a mi me da el bajón, se rieran de mi, porqué
yo no podía cargar dos tres blokes y acá yo estuviera acá (P11).
As narrações anteriores mostram o termo bajón como aquele que não sabe consumir
drogas, isto é, os jovens atribuem o significado bajón quando alguém não tolera fisicamente o
consumo de drogas, principalmente a maconha, e, posteriormente, começa a experimentar
sintomas desagradáveis como: angústia, ficam aturdidos, temerosos de perder o controle
mental, trêmulos e suadas. A experimentação de sintomas do ultrapasar o limite de tolerância
às drogas não é permitida entre os integrantes do bando, dado que se coloca um estigma de
não saber consumir drogas a quem experimenta esse limite. Esse resultado dos atos e
respostas ante as situações dos demais não serve para eles mesmos.
D AÇÕES E INTERAÇÕES
São as respostas estratégicas ou rotineiras dadas pelos adolescentes e jovens que
pertencem a bandos juvenis, de como manejar os assuntos, problemas que emergem sob as
condições causais, contextuais e intervenientes. As ações/interações estratégicas são os atos
deliberados ou executados com o propósito de resolver um problema e, ao fazê-lo, modelam o
fenômeno A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS de alguma maneira.
As categorias que mostram as ações e interações são OCULTANDO O CONSUMO DE
DROGAS, CONTROLANDO PARA NÃO ULTRAPASSAR O LIMITE DE TOLERÂNCIA
(BAJON) e O CONSELHO QUANDO NÃO SE CONTROLA (Figura 23).
134
OCULTANDO O
CONSUMO DE
AÇÕES E INTERAÇÕES
AS CONSEQÜÊNCIAS
CONTROLANDO
PARA NÃO
ULTRAPASAR O
LIMITE DE
TOLERÂNCIA
O CONSELHO
QUANDO NÃO SE
CONTROLA
Esta categoria mostra algumas ações que realizam os adolescentes e jovens para
manter oculto o consumo de drogas da família, da comunidade e da polícia, com o fim de não
ter confrontos com eles (condições intervenientes). Entre as estratégias que utilizam e que
descrevem nas narrações são: mentindo à família, escondendo-se ao consumir, utilizando
lentes e soluções oftálmicas para evitar a evidência dos efeitos das drogas nos olhos
(hiperemia das conjuntivas).
...na, pues mi mamá no sabe, no, no, pues, nunca me han visto...yo me escondo, yo me volteo
para que no me miren (P4).
Pues le dicen a las señoras y le dicen a tu mamá ya, pues mi mamá nos sabe, pero no quiero
que sepa... nos escondemos cuando fumamos pues para que no nos miren... na pues no sabe
(P6).
...a mi mamá yo le quería decir, pero no, no le dije, porque pensé que me iba a pegar o hacer
algo naaaa, un día llegue pero llegue con lentes y me metí y ya me acosté (P7).
...compraba unas gotas que se llaman solutina y siempre me echaba para que no me vieran en
mi casa (P11).
Si se imagina, se da un aire pero, na, se da un iris de que le hago al dinero, les digo que se
me cayó o algo, pero ya no me creen, me dicen siempre se te cae cada semana (P12).
135
... yo le dije que ya no le iba hacer y como quiera le hago pero ya no sedan cuenta, pero si le
hago pero sordeado (ocultándolo), así calmado (P13).
... has de cuenta fui con una amiga me echaron, le dije nombre saca una baso de agua helada
y me eche aquí en la nuca en la cabeza y como quiera andaba todo mareado, me tome una
coca na y como quiera ya luego me fui me metí a la casa, y como mi mamá andaba pistiando
(consumiendo alcohol), y estaba con unos camaradas, y yo le quería decir a mi mamá pero de
peligro y me llevaba al seguro, nambre me acosté y me dormí un rato y me quede con ese
pedo y me dormí y de repente me desperté y ya estaba bien, no me sentía muy mal... si estuvo
gacho (P7).
Me sentí bien curado, así igual, pero igual, pero de volada fui a comer algo para que se me
controlara, pero no me gusto el efecto (P10).
Y ya después fui agarrándole el modo, me daba hambre iba a la tienda y me compraba algo
y se me quitaba el hambre y luego otra vez y así se me quitaba y andaba bien toda la noche
(P1).
Na pues por que yo pensé que así porque así eran las primeras veces, pero na yo vi que no
porque uno no sabe controlar y mejor, mejor me la llevo calmado mejor pura cerveza (P9).
Tranquilo yo, no digamos que soy loco o aca, me aviento lo que es, mi, mi dosis, como se
dice verdad (P16).
...el que vive aquí me decía bastante, hablaba con migo, me agarraba y yo andaba bien
prendido y yo decía naaa, yo decían tu no me digas nada, tu no eres mi jefe, pero de repente
así al día siguiente yo me acordaba de varias cosas, na pues esta bien lo que me dicen ellos,
yo lo tomo como acá mal, y yo agarre la onda (P9).
136
...acá, y yo le dije al camarada hay que tirar un rato esto y vamos a conseguir unas dos tres
morras chidas acá, pero el bato nunca quiso, y si las conseguíamos, pero el bato nunca quiso
nunca quiso agarrar la onda (P9).
E CONSEQÜÊNCIAS
Sempre que há ação/interação ou falta dela por parte dos adolescentes e jovens que
pertencem a bandos juvenis, com respeito ao assunto ou problema (condições intervenientes),
ou para manejar, ou manter uma verdadeira situação, há conseqüências, algumas das quais de
sua responsabilidade e outras não. As categorias que explicam algumas conseqüências da
categoria central A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS são: O
PADRÃO DE CONSUMO, DEPENDÊNCIA DE DROGAS, A REABILITAÇÃO PARA
OS QUE NÃO CONTROLAM e PERDA DE AMIGOS (Figura 24).
PADRÃO DE
CONSUMO
CONSEQÜÊNCIAS
DEPENDÊNCIA A
DROGAS
REABILITAÇÃO
PARA OS QUE NÃO
A CONTROLAM
TENDO PERDAS
AFETIVAS
1 PADRÃO DE CONSUMO
Nesta categoria, são mostrados as respostas às condições causais e contextuais através
das práticas do consumo de drogas, nos fragmentos das narrações aparece a forma de
consumo dos tipos de drogas como o inalante, a maconha e a cocaína (craque).
...pues con un rollo verdad, inhalándolo por la boca (tolueno) (P3).
...con un bote por la boca (P7).
...pedí que me mojaran una un pañuelo (P9).
137
Mucho, pues es que aquí hacemos cigarros y por decir si yo hago un cigarro, yo si aquí hago
un cigarro, pues yo le doy a todos, pero si aquí hacemos deperdido unos catorce cigarros
diarios (P11).
De repente cinco lucas (pesos) verdad, por chompa o unos quince lucas y se hace para la
cheves (cerveza) y la mota (P16).
2. DEPENDÊNCIA DE DROGAS
En veces quiero dejarlo, pero pues nada más traigo dinero y pienso en eso, miras a todos y
pues te dan ganas. Ya un vicio, me envicié, porque el cuerpo te lo pide, sigues y sigues (P12).
Es que esos alucines son pesadillas, ósea si tu sabes son pesadillas, verdad, pero si tuve un
alucin grande, y eso es lo que te digo zzzzzuuu se me apareció (diablo), calambres machines
hasta el cuerpo, hasta acá hasta arriba, pero gacho… Si, me espanta y todo el pedo... si yo lo
dejo una semana chingada nombre para los dos días me siento de la chingada (muy mal)
(P14).
...si pero, así como dices tu esta gacho y me lo a dicho mi mamá, mi esposa ¿qué onda con
esa madre? Pero es lo que yo les digo, yo les platico, y ellos me comprenden, y mira mi
esposa me dice yo se que esa madre no te deja porque estas metido. Yo le digo, si lo dejo una
semana chingada nombre para los dos días me siento de la chingada (P14).
Entre outras conseqüências que se mostraram nas notas de campo estão as alterações
mentais, como sintomas depressivos, em alguns jovens. Numa das visitas realizadas a um dos
bandos, o participante 14 fez referência a outro integrante e o chamou. Ele se aproximou e
começou a interagir, inalando tolueno, e podia-se observar que estava intoxicado, no entanto,
138
o resto do grupo referiu que o jovem sempre chorava, começaram a caçoar dele,
mencionando, todos, em coro: já vai chorar. É provável que o jovem experimentava sintomas
depressivos ocasionados pelo consumo de inalantes.
…yo ya no quise, no, no necesite ir aun centro de rehabilitaron ni nada, si uno quiere lo deja,
si no pues es porque ya le afecto, ya le afecto, por decir a mi camarada le afecto, ya no pudo
controlarla verdad, a veces ni se bañaba por estar con esa chingadera (tolueno), verdad, por
andar con la garra y la botella, verdad, y uno pues nomas, ….pues esta mal porque no pudo
escucharnos, duraba una semana, no una semana era mucho, duraba tres días, era mucho
para él tres días, horita estuviera con nosotros, horita estuviera con nosotros él, pero. Ya su
hermana decidió que ahí se va quedar un mes, por decir que va salir el siguiente año en estos
días, si, na pues, na es que él era cuando yo me cambie para acá yo siempre andaba con él, él
era mi mejor camarada (P9).
…Nada más puro malo, pierdes a tu novia, tus cosas, todo es malo... Pues nomás le hice, y se
enteró, y pues que ¿qué le hacía al dinero? Si ya no traía, si ya no me vestía bien como antes,
no me alcanzaba ya para vestirme por mi vicio y sola se enteró y pues me dejó (P12).
…na, lo primero es mi jefa otra vez, bueno la van a operar, pero se decepcionaría de mi, ya
no me creería en lo que le digo en lo que hablamos, no me tendría confianza en nada, que no
iba a contar con ella en lo que yo quisiera, en lo que yo quisiera hacer para mi, que no me
iba apoyar en nada, que si yo seguía en eso que no iba a tener un apoyo de ella en lo que yo
quisiera (P13).
…y mi mamá me dijo que, que decepción y no se qué, lloró y yo también me puse a llorar y ya
le dije no ya no la voy a fumar (P11).
140
A experiência inicial
Saber consumi-las
Não controlar o Padrão de consumo
consumo
Dependência
Quando a família se
inteira
Consequências
Condiçoes Intervinientes
Ter namorada
Ultrapassar o limite de
tolerância (bajón)
Reabilitação
Vivenciando o Ocultando o consumo de
preconceito social drogas
Ações/interaçoes
O bairro
7 Discussão
142
pode-se observar uma maior proporção de consumo excessivo de álcool nos homens que nas
mulheres. Assim mesmo, destacaram-se diferenças do consumo de drogas ilícitas alguma vez
na vida por sexo, e observou-se maior consumo nos homens que nas mulheres. Esses
resultados são consistentes com o referido na literatura em população similar (BENNETT;
HOLLOWAY, 2004; GUZMÁN; ALONSO; LÓPEZ, 2006), na Enquête Nacional de Vícios
2002 (CONADIC, 2003) e estudos em adolescentes e jovens que não se integram a bandos
(MUSAYÓN et al., 2005; PANIAGUA et al., 2001; URQUIETA; HERNÁNDEZ;
HERNÁNDEZ, 2006). Estes achados se explicam pelos papéis culturais que qualquer mulher
mexicana leva. A mulher é bem mais consciente de sua própria saúde, porque desde pequena
tem uma função, que é a maternidade, o que a leva a ser bem mais responsável e cuidadosa de
si mesma.
Os resultados do consumo de tabaco não mostraram diferenças entre mulheres e
homens Recentemente a literatura mostra (CONADIC, 2003) que a única droga onde as
mulheres apresentam maior consumo é o tabaco, e isso se pode explica pelo fato de que as
mulheres, tanto adolescentes, quanto jovens e adultas, estão assumindo papel mais importante
na sociedade e, em ocasiões sociais, assumem comportamentos e hábitos que antes só eram
assumidos pelos homens.
Nota-se, também, que os adolescentes e jovens maiores de 18 anos tiveram maiores
proporções no consumo de álcool e de drogas ilícitas (qualquer droga, maconha e cocaína)
que os adolescentes menores de 18 anos. Esses resultados são semelhantes aos de outros
estudos realizados no México (GUZMÁN; ALONSO, 2005; GUZMÁN; ALONSO; LÓPEZ,
2006; URIQUIETA; HERNÁNDEZ; HERNÁNDEZ, 2006) e em outros países
(HAGEDORN; TORRES; GIGLIO, 1998; MUSAYÓN et al., 2005; PANIAGUA et al.,
2001), onde mostram que, à medida que aumenta a idade, maior é o consumo de bebidas
alcoólicas e o uso de drogas. É provável que, quando adquirem mais idade, os adolescentes e
jovens, que pertencem a bandos, incrementem suas interações com outras redes sociais, e se
exponham ao oferecimento dessas substâncias, por outro lado, o fator econômico para a
aquisição de drogas tem papel importante, pois a maioria dos jovens maiores de idade conta
com trabalho remunerado, o que possibilita a aquisição dessas substâncias.
Em relação ao consumo de tabaco e de inalantes, não há diferenças significativas por
grupos de idade, no entanto, a proporção no consumo de inalantes no último mês foi
ligeiramente maior nos menores de 18 anos. Esses resultados podem ser explicados em
relação ao fácil acesso a essas substâncias, já que a venda de cigarros é por unidade nos
estabelecimentos comerciais (lojas em geral, bares) de bairros marginais, assim mesmo, a
144
venda de tolueno a menores se realiza nos lugares onde se reúnem (vêm e nos o vendem aqui),
com um custo aproximado de um dólar a garrafa de tolueno, o que torna fácil o acesso a essas
substâncias entre os menores de idade, que ainda não têm renda própia.
Resultado alarmante foi consumo de álcool (55,6% [no último mês]), tabaco (64,6%
[no último mês]) e drogas (41,4% [alguma vez na vida]) em menores de idade, ainda e quando
a venda de álcool e tabaco é ilegal para menores de 18 anos, o que põe em evidência que na
prática, as leis têm implementações deficientes nesses bairros marginais. Por outro lado, é
sabido que a maioria dos consumidores de substâncias iniciam antes dos 20 anos (CONADIC,
2003) e o início temporão prevê maior consumo e dependência (ARRELLANES et al., 2004).
Em conseqüência, para o profissional de enfermagem e de saúde, o controle do uso de drogas
deve ter como objetivo prevenir o início do consumo.
O consumo de álcool excessivo e dependente foi maior nos adolescentes e jovens que
têm trabalho remunerado comparado com aqueles que não o têm. Também apareceu diferença
no consumo de drogas alguma vez na vida: observou-se que os adolescentes e jovens que têm
trabalho remunerado mostram maiores proporções de consumo de qualquer droga, maconha e
cocaína, do que aqueles que não têm trabalho remunerado. Isso à luz de outras investigações
(GUZMÁN; ALONSO; LÓPEZ, 2006; NUMA; TETELBOM, 2004; REDDY et al., 2006;
WU et al., 2003), onde explicam que ter trabalho remunerado facilita a acessibilidade que
podem ter os jovens na compra de álcool e drogas. O consumo de tabaco e inalantes não
mostrou diferenças em relação a ter ou não ter trabalho remunerado, já que essas duas
substâncias são acessíveis economicamente entre os adolescentes.
A comparação do consumo de álcool alguma vez na vida e o consumo excessivo por
ocupação mostrou ser diferente, destacando-se que os adolescentes e jovens com ocupação de
motorista, pedreiro e operário mostraram proporções mais altas de consumo de álcool alguma
vez na vida. Em relação ao consumo excessivo, os estudantes são os que mostram menos
proporção, comparado com o resto das ocupações. Em relação ao consumo de qualquer droga,
maconha e cocaína, observou-se que as ocupaçoes como motorista, pedreiro e operário têm
proporções mais altas de consumo, e os estudantes são os que menos consumo de drogas têm.
Esses resultados podem ser devido às influências que os jovens têm na área de trabalho, por
outro lado, os estudantes não têm acessibilidade econômica para a compra de drogas, já que
os jovens mencionam como indispensável ter dinheiro para consumí-las; … porque el vicio es
cabrón, el vicio cuesta…, …pero bueno como uno trabaja le cuesta. O consumo de tabaco e
inalantes não mostra ter diferenças por ocupação, e isso pode ser devido à fácil acessibilidade
dessas substâncias, sendo que seu consumo (tabaco e inalantes) deve ser por outros fatores
145
ante o fracasso escolar, e sentir-se excluído. Como resposta a isso, os adolescentes podem
inclinar mais para a o consumo de álcool ou drogas para diminuir a angústia que isso lhes
causa. E, por outro lado, os jovens muito envolvidos no consumo, deixam de se interessar por
seu desempenho acadêmico.
O fator de risco problemas de saúde mental se relacionou positiva e significativamente
com o número de dias de consumo de cocaína e inalantes, com a pontuação do AUDIT e
FAGESTROM, portanto, quanto maior o índice de problemas de saúde mental, maior é o
número de dias de consumo de maconha e inalantes, e maior é a pontuação no consumo de
álcool (consumo excessivo, dependente e prejudicial [AUDIT]) e tabaco (dependência à
nicotina [FAGERSTROM]). Por outro lado, observou-se que o item mais relevante do fator
de risco problemas de saúde mental para o consumo de tabaco e álcool foi “assustar-se com
facilidade”, apontando de 3 a 4,8 vezes maior possibilidade de consumir álcool e tabaco nos
adolescentes e jovens que mencionam assustar-se com facilidade comparado com os que não
se assustam. O item mais relevante do fator de risco problemas de saúde mental para o
consumo de maconha foi “Ter menos energia do que crê que deveria ter” mostrando 2,6 vezes
maior possibilidade de consumo de maconha nos adolescentes que mencionaram esse item,
comparado com os que não o indicaram. O item mais importante do fator de risco problemas
de saúde mental para o consumo de cocaína e inalantes foi “Ter dificuldades para dormir”,
com 3,5 a 3,9 vezes maior possibilidade de consumo, comparado com os adolescentes que
mencionaram não ter dificuldades para dormir.
Esses dados assemelham-se aos de outros estudos mexicanos (ARRELLANES et al.,
2004; GUZMÁN; ALONSO; LÓPEZ, 2006; MARIÑO et al., 1998;) e internacionais (REY et
al., 2002; VITARIO et al., 2001) onde se observou riscos de consumir drogas superiores a três
vezes mais nos jovens e adolescentes que apresentaram sintomas de problemas mentais como
depressão e de ansiedade. Esses dados colocam que os adolescentes e jovens que sofrem
ansiedade e depressão são mais propensos a participar de atividades de alto risco como o uso
de drogas. A relação entre o consumo de álcool e drogas com sintomas depressivos ou de
ansiedade pode ser indicador de comorbidade entre ambas as condicões (RUIZ et al., 2006).
Ademais, é possível que essa relação tenha a ver com o consumo de drogas como forma de
enfrentar os problemas emocionais que experimentam os adolescentes e jovens que pertencem
a bandos juvenis como resultados de suas interações.
A relação com amigos portadores de condutas não convencionais ou desajustadas se
relacionou positiva e significativamente com o número de copos de bebida alcoólica
consumidos num dia típico e também com o número de dias de consumo de maconha e
147
inalantes. Assim mesmo, observou-se que o item mais relevante do fator de risco de relação
com amigos sob condutas desajustadas para o consumo de álcool foi “ter amigos que
consomem bebidas alcoólicas”, com 15,3 vezes maior possibilidade de consumo de álcool,
comparado com os que não têm amigos consumidores de álcool. O item mais relevante do
fator de risco relação com amigos sob condutas desajustadas para o consumo de maconha
cocaína e inalantes foi “ter amigos que consomem algum tipo de droga”, para o consumo de
cocaína se mostrou até 19,6 vezes maior a probabilidade de consumo, comparado com os que
não têm amigos consumidores. Para o consumo de maconha e inalantes verificou-se valor de
4,06 e 6,4, respectivamente.
Esses resultados estão de acordo com os referidos em estudos anteriores (LATIMER et
al., 2004; MARTÍNEZ et al., 2005; MUSAYÓN et al., 2005; NAZAR et al., 1994;
PANIAGUA et al., 2001), onde apontam de 2,7 a 8 vezes maior possibilidade de consumo de
drogas nos adolescentes e jovens que têm amigos consumidores comparado com os que não
têm, no entanto, neste estudo, a probabilidade para o consumo de cocaína se apresentou até
mais de 19,6 vezes quando os adolescentes têm amigos consumidores, o que reflete que a
relação e interação com amigos consumidores, nesse grupo de adolescentes e jovens, que
pertencem a bandos juvenis, têm influência maior, já que dentro da dinâmica interna desses
grupos se incorpora o uso de drogas como principal atividade, no entanto, parece que não é o
grupo que atrai os adolescentes, mas que existe um elemento de decisão pessoal de sentir-se
incorporado ao grupo e assim experimentar drogas (...pero así, nada mas, para no quedarme
atrás, de que no, ósea así, para andar igual que ellos, así, ricé y riéndose así no se, riéndose,
platicando más así por eso, porque fuman todos y yo también quiero fumar para convivir con
tus amigos para sentirte igual que ellos…[P4]).
Mostrou-se que, quanto maior o índice de relação inapropriada com os pais maior é o
número de dias de consumo de maconha, cocaína e inalantes, e que quanto maior o índice de
relação inapropriada com os pais maior são as pontuações do AUDIT e FAGERSTROM. O
item mais relevante do fator de risco de relação inapropriada com os pais para o consumo de
drogas (maconha e inalantes) foi “se algum dos pais consumiu drogas” com três vezes mais
possibilidades de consumo, comparado com os adolescentes que mencionam que seus pais
não consumiram drogas, e o item relevante para o consumo de cocaína foi “se discute
demasiadamente com seus pais” com 2,6 vezes maior possibilidade de consumo comparado
com os que não discutem com seus pais. Esses resultados são consistentes com os citados na
literatura, onde se observou maior consumo de drogas nos adolescentes que têm pais
consumidores (MARTINEZ et al., 2005; MUSAYÓN et al., 2005; NAZAR et al., 1994;
148
NUMA; TETELBOM, 2004; NYÁRI; HERÉDI; PARKER, 2005; PANIAGUA et al., 2001).
Assim mesmo, observa-se que o fato de se ter falta de comunicação ou relações inapropriadas
com pais se relaciona com o consumo de drogas (TAVARES; BÉRIA; SILVA, 2004;
VITARO et al., 2001).
A literatura (ROJAS, 2001) sustenta que a influência dos pais na prática ou ausência
de consumo pode ser diretamente, isso é, pelas interações e o reforço social; ou indiretamente,
favorecendo o desenvolvimento de valores, atitudes e condutas especiais com respeito ao uso
de drogas. Assim mesmo, se sustenta que os fatores protetores mais importantes no consumo
de drogas são o afeto e a atenção dos pais, especialmente da mãe. Nesse contexto, as relações
afetuosas entre todos os membros da família garantem ambiente saudável e pouco estressante
que pode proteger os adolescentes e jovens, que pertencem a bandos juvenis, de aproximar-se
das drogas.
Com base nos resultados encontrados, pode-se sustentar a primeira hipótese (os fatores
de risco pessoais [idade, sexo, anos de escolaridade, trabalho remunerado, problemas de saúde
mental e baixo nível educacional] tem efeito no consumo de algum tipo de droga em
adolescentes e jovens marginais, que pertencem a bandos juvenis) para o consumo de álcool e
consumo de drogas ilícitas (maconha, cocaína e inalantes).
O modelo de regressão logística mostrou efeito significativo dos fatores de risco
pessoais para o consumo de álcool. A variável que mostrou maior contribuição no modelo foi
a idade. Observou-se, graficamente, que à medida que aumenta a idade, maior é a
probabilidade do consumo de álcool no último ano.
Ampliou-se a explicação do efeito dos fatores pessoais sobre o consumo de álcool, ao
aplicar modelos de regressão linear múltipla para os transtornos do consumo de álcool
(consumo excessivo, risco para a dependência e consumo prejudicial) que foram medidos
através do AUDIT. Os fatores pessoais mostraram ser previsivos para o consumo excessivo,
risco para a dependência e consumo prejudicial de álcool.
Os fatores de risco pessoais que mostraram maior contribuição ao modelo do consumo
de álcool excessivo foram: sexo, idade o baixo nível educacional. De acordo com os
resultados, aparece que, quanto a maior a idade e maior índice de baixo nível educacional,
maior é a predição para consumo excessivo nos adolescentes e jovens de bandos juvenis. Os
homens mostram maior probabilidade de consumo excessivo do que as mulheres. Os fatores
de risco pessoais que mostraram maior contribuição para a predição da probabilidade de
dependência ao álcool foram: idade, anos de escolaridade e problemas de saúde mental.
Mostrou-se que, à medida que aumenta a idade, maior é a probabilidade de dependência, e
149
O modelo de regressão logística permitiu mostrar o efeito positivo dos fatores de risco
interpessoais da relação com amigos sob condutas desajustadas e a relação inapropriada com
os pais sobre o consumo de álcool, no entanto, aparece que a relação com os amigos é o fator
que mais contribuiu para a tendência ao consumo de álcool. Assim mesmo, ao analisar o
efeito desses fatores de risco interpessoais sobre os níveis do consumo de álcool (AUDIT),
mostrou que esses fatores foram previsivos só para o consumo prejudicial, observou-se,
também, que o fator interpessoal que teve maior contribuição foi a relação inapropriada com
pais, mostrando que, quanto maior a relação inapropriada com pais, maior é a probabilidade
de consumo de álcool prejudicial. Percebe-se com esses resultados que o risco de consumo de
álcool é principalmente pela influência dos amigos sob condutas desajustadas, no entanto, o
risco de consumo prejudicial de álcool aumenta quando se têm relações inapropriadas com os
pais.
Os fatores de risco interpessoais (relação com amigos sob condutas desajustadas e
relações inapropriadas com pais) mostraram efeito positivo para o consumo de alguma droga
ilícita. Aparece, graficamente, que, quanto a maior índice de relação com amigos sob
condutas desajustadas e maior índice de relações inapropriadas com os pais, maior é a
probabilidade do consumo de drogas ilícitas. Ao analisar o efeito dos fatores interpessoais
para cada uma das drogas, nota-se efeito similar para o consumo de maconha e inalantes, no
entanto, para o consumo de cocaína o fator interpessoal com maior contribuição é a relação
com amigos sob condutas desajustadas.
O consumo de álcool e drogas é uma das atividades realizadas nesses grupos de
adolescentes e jovens, e funciona como facilitador das relações sociais entre esses jovens, o
que explica que o grupo de amigos do bando é o principal indicador para o consumo de álcool
e drogas ilícitas, e essa probabilidade aumenta quando a relação com os pais não é adequada,
isso é possível que aconteça já que, para os adolescentes e jovens que integram os bandos, a
relação com os pais perde importância, eles destacam o valor vital que tem para eles a
organização do bando sobre sua família, de tal maneira que é maior a influência positiva ou
negativa dos amigos sobre sua conduta. Uma característica da adolescência é que quando se
juntam ou se reunem ao grupo de idade os adolescentes passam a ter mais importância do que
a família, pois através do grupo se introduzem na rede social (MEER; GARCIA;
APARECIDA, 2005).
Até o momento, discutiu-se o efeito de fatores de risco pessoais e interpessoais para o
consumo de drogas lícitas e ilícitas, de acordo com os resultados, os fatores de risco pessoais
estudados explicam o consumo de drogas ilícitas em 26,1% e os fatores de risco interpessoais
151
referência ao dano como componente dessa relação demonstra um saber sobre os riscos, que
por sua vez, mostram o consumo de drogas com imagens da deterioração física e mental
condensadas como câncer e danos neuronais. Dessa forma, não se elimina os outros discursos
que sublimam as sensações prazerosas físicas e mentais do efeito. O prazer de relaxamento
quando se fuma um cigarro, a euforia ou a inibição dos inalantes, o relaxamento e risos que
acompanham a vivência da maconha, ou a estimulado que faz sentir na boca a cocaína, são
discursos que as mensagens das campanhas não conseguem eliminar porque circulam por
outros canais, mais próximos e cotidianos, que passam pelo interacionismo direto de
experiências entre esses jovens.
Esses significados que englobam A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS
CONSEQÜÊNCIAS são os que orientam o adolescente e o jovem a continuar com o consumo
de drogas. Blumer (1969) menciona que o ser humano orienta seus atos para as coisas em
função do que essas significam para ele.
A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS dá início quando os
adolescentes experimentam o consumo de drogas, através da interação dos integrantes do
bando, seja por influência direta, de onde eles recebem oferecimentos reais para o consumo de
drogas, ou por influência não direta, onde não recebem um oferecimento real, no entanto,
percebem que devem utilizar drogas para se sentirem iguais ao resto dos integrantes do bando.
Outra influência para o consumo de drogas é através da família, onde se observa consumo de
drogas e álcool por parte de algum integrante da família, e há familiares que apóiam o
consumo de drogas. Estudos mostraram riscos quantificáveis para o consumo de drogas
quando algum adolescente tem relação com amigos (LATIMER et al., 2004; MUSAYÓN et
al., 2005) ou familiares (TAVARES; BÉRIA; SILVA, 2004) que consomem drogas. No
entanto, parece que não é tanto o grupo que atrai aos adolescentes, mas que existe um
elemento de decisão pessoal de se sentir incorporado ao grupo e, assim, experimentar as
drogas. De acordo com Blumer (1969), o significado do consumo de drogas é fruto do
processo de interação entre os indivíduos. O significado que o consumo de drogas tem para os
adolescentes e jovens de bandos juvenis é o resultado das diferentes formas em que outras
pessoas (integrantes do bando e familiares) atuam para o consumo. Os atos dos demais
produzem o efeito de definir o consumo de drogas nos adolescentes e jovens.
Em suma, Blumer (1969) destaca que o interacionismo simbólico considera que o
significado é um processo social, uma criação que emana de e através das atividades definidas
pelos indivíduos à medida que esses se relacionam. E o significado surge através de um
processo de interpretação, onde o adolescente e jovem indicam a si mesmos quais são as
153
coisas para as quais se encaminham seus atos e, como resultado desse processo, a
interpretação se converte numa manipulação de significados. Os adolescentes, depois de sua
experiência com as drogas, selecionam, verificam, eliminam, reagrupam e transformam os
significados do consumo e direcionam-se para continuar consumindo-as.
A vivência do bando juvenil constrói uma memória que é comum: é a outra história, a
que se faz fora do espaço familiar. Como agrupação, o bando juvenil define contornos que
separam o que está dentro do que fica fora: dentro do grupo, os códigos são outros e outros os
sentidos; o que está fora do grupo (a sociedade) é aquelo que se considera ser mau
(GUZMÁN, 2003; ZÚÑIGA; PALMER, 1987). Nisso cabe o que ocorre com o consumo de
drogas. Se o grupo o integra, cobra sentido no grupo, e ao mesmo tempo serve ao grupo: é a
experiência comum que cria uma identidade que chega ao bando e aos seus componentes: es
que la mayoría de mis amigos me dice sobres (ofrecen), y por eso le hago (P6) o aquí todos le
hacemos (P13), diz o sujeito e diz o bando. Em seu sentido grupal, a droga volta a mostrar
uma cara ritual que, ao mesmo tempo desenvolve as qualidades do efeito prazeroso, o uso de
drogas possibilita, também, a superação das barreiras que impedem a aproximação e limitam
os afetos. Tal como os adultos acompanham a conversa com um copo de vinho, usar drogas
para os jovens tem o sentido dos prazeres e o sentido de compartilhá-los com o grupo e
participar de espaços íntimos que dificilmente se podem realizar fora do bando.
No contexto da GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS, os
adolescentes atribuem definição própria às drogas, e, com base nas suas próprias condições,
procuram os lugares para o consumo, as maneiras de acesso e iniciam, a saber, consumir
drogas evitando ultrapassar o limite de tolerância (bajón), assim mesmo, vivem com o
preconceito de serem dependentes.
A definição de cada droga dada pelos adolescentes e jovens de bandos é diferente: uns
trazem o prazer do relaxamento físico (maconha [mota]), outros a estimulação dos sentidos
(tolueno, cocaína [a coca]); mas todas são sensações físicas e mentais que se traduzem em
estar em outro estado ou perceber de outra forma e que se destaca por levar ao mesmo estado:
mas empata (P16). Como declara Blumer (1969), a natureza dos objetos, nesse caso as
drogas, consiste no significado que encerram para a pessoa que como tal o considera. O
significado que os adolescentes e jovens atribuem às drogas determina a maneira que eles
estão dispostos a atuar com respeito às mesmas e à forma na qual se dispõem a falar delas.
Os lugares onde praticam o consumo adquirem sentido transgressor que vai contra a
norma e desafia o ordem. Nesse sentido, traz ao momento o risco do castigo: sordeados
[escondidos] con la chota [polícia] (P16); por isso que o consumir drogas nos espaços
154
públicos como nas praças, a rua, nos rincões ocultos da via pública é jogar com o alcance e
efetividade dos dispositivos de controle. Assim mesmo, as festas configuram espaços próprios
dessa juventude, facilitando o alcance e o consumo de drogas.
Nesses lugares, os jovens iniciam o aprendizado do consumo de drogas. Provar uma
droga permite saber dela, mas como toda aprendizagem, não é imediato: chega com a prática
e passa pela repetição: pero luego ya después hacia, así a las semana, empezaba así, y poco a
poco, poco a poco hasta que ya me acostumbre....ya después fui agarrándole el modo (P1).
Aprender a fumar, aprender a inalar, a controlar a expulsão da fumaça ou a agüentar nos
pulmões a fumaça da maconha, a tomar nas mãos o cigarro ou a dar uma baiza [fumada] é um
saber que fala quem tem prática, que levou tempo e provou de tudo, sabe de qualidades e tem
experiência. É por isso que a idade tem relação positiva com o consumo de drogas como
mostrado neste estudo. Todo esse saber sobre as drogas se acumula com o tempo e vem com a
idade. A relação com uma droga não é estática: muda com o tempo. Ir crescendo significa
passar por etapas em que se vai variando a quantidade de droga usada ou, inclusive, o sentido
que lhe dá a seu uso. Com a idade, aprende-se a controlar a relação com as drogas, a manejar
as quantidades adequadas ou a droga propícia para os diferentes momentos.
Quando os adolescentes e jovens continuam consumindo drogas e experimentando
mais efeitos prazerosos e assim vivendo o fenômeno A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS
CONSEQÜÊNCIAS, os adolescentes e jovens, que pertencem a bandos juvenis, realizam
algumas ações e interações para evitar os preconceitos e a interrupção do fenômeno. Entre as
ações e interações que eles realizam são: ocultar o consumo de drogas; un día llegue pero
llegue con lentes y me metí y ya me acosté (P4); me volteo para que no me miren (P7), o usar
óculos escuros permitiu ocultar os efeitos nos olhos que produzem a maconha e inalantes
(hiperemia das conjuntivas), e assim evitar os confrontos com a família, namorada e polícia.
Os adolescentes e jovens, que pertencem a bandos juvenis, utilizam seus próprios
recursos para evitar efeitos não prazerosos do consumo de drogas, aparece o termo baixo
[bajón] como resposta aos efeitos não prazerosos e ao não saber controlar o consumo de
drogas: porque me dio el bajón, porque no le digo que le puse una vez y me sentí bien gacho
(mal), ...no pude controlarlo, me fume como cuatro cigarros (P7). O grupo interpreta
ultrapassar o limite de tolerância (bajón) como limite na relação com uma droga, o excesso
também figura como subjetividade: suportar o excesso fala daqueles que têm experiência com
a droga: unos aguantan más. Chegar ao extremo do excesso e não resistir a seus efeitos em
sentido negativo os jovens o interpretam como débil e ainda lhes falta experiência: se estan
riendo de ti, de como estas, porque saben quea acá te dio para bajo la marihuana (P14). Em
155
seu extremo, o excesso permanente, o constante estado alterado de abuso de uma, ou várias,
drogas representa a personalidade do que não sabe manejar sua relação com as drogas: mi
camarada le afecto, ya no pudo controlarla verdad, a veces ni se bañaba por estar con esa
chingadera (tolueno), verdad, por andar con la garra y la botella (P9).
Entre as estratégias que utilizam para não ultrapassar o limite de tolerância está o
controle do consumo de drogas: tranquilo yo, no digamos que soy loco o aca, me aviento lo
que es, mi, mi dosis (P16). O que se observa nesse fragmento é uma demonstração de quem
aprendeu a consumir drogas. O problema é que essa aprendizagem tem seus riscos e pode
resultar em perigo se não se aprendeu as lições: é o que ocorre com aquele que ficou viciado
(resultado), aquele que não soube ou não foi capaz de aprender o que outros aprenderam por
si. Outra estratégia que aparece para o controle no consumo de drogas é o aconselharem-se
entre si, quando algum dos integrantes não controla o consumo: yo le dije al camarada hay
que tirar un rato esto (P9), e assim manter A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS
CONSEQÜÊNCIAS. Dentro do bando juvenil, desenvolvem-se códigos de relações que
funcionam como proteções para evitar o vício de algum de seus membros; ou como forma de
apoio do sujeito viciado.
Manter A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS implica como
resultado em continuar um padrão de consumo de drogas controlado, isto é, evitando
ultrapassar o limite de tolerância. O problema é que a aprendizagem de não ultrapassar o
limite de tolerância tem seus riscos e pode resultar em perigo se não aprendem, o que ocorre é
que ficam viciados, aquele que não soube ou não foi capaz de aprender o que outros
aprenderam por si mesmos. No fracasso dessa aprendizagem surge o componente da
dependência (vício): é a outra cara do uso de drogas, sua cara ruim e a que realmente torna
problemática essa prática: o não saber controlar o consumo de drogas traz como
conseqüências a dependência refletida pela síndrome de abstinência: se me apareció (diablo),
calambres machines hasta el cuerpo hasta acá hasta arriba, pero gacho (P14). Essas
declarações são de um jovem que mencionou o que lhe sucedeu quando parou de consumir
inalantes: si yo lo dejo una semana chingada nombre para los dos días me siento de la
chingada (P14), outras conseqüências são a perda de amigos, namorada, relações familiares e
a internação em centros especializados para a reabilitação quando não se controla o consumo
(vício).
É, assim que, na interação diária dos adolescentes e jovens, que pertencem a bandos
juvenis, com o consumo de drogas, atribuem o significado A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE
AS CONSEQÜÊNCIAS. Os jovens ressaltam mais os efeitos prazerosos do consumo de
156
Com base nos resultados do presente estudo, pode-se concluir que mais de 70% dos
participantes consumiam bebidas alcoólicas, com média de 6,5 dias por mês e, desses, 70%
mostraram consumo excessivo, 50% risco de dependência, e pouco mais de 60% mostraram
consumo prejudicial. Sendo que 66,9% consomem tabaco atualmente, com média de 22,2 dias
ao mês e, desses, 6,8% mostraram dependência média ou alta à nicotina.
Cerca de 60% da população do estudo consumiu drogas ilícitas e, desses, 32%
consumiram mais de três drogas. Aparece também que a droga de maior consumo é a
maconha, seguida dos inalantes e da cocaína.
Notou-se diferenças significativas no consumo de álcool e drogas ilícitas por sexo,
observando-se maior consumo nos homens que nas mulheres. Apareceram, também,
diferenças de consumo de álcool e drogas ilícitas por idade, sendo que os jovens maiores de
18 tiveram maiores proporções de consumo.
O consumo de álcool nos níveis excessivo e dependente e o consumo de drogas ilícitas
alguma vez na vida foram maiores nos adolescentes e jovens que têm trabalho remunerado,
comparado com os que não o têm. A comparação entre o consumo de álcool alguma vez na
vida e o consumo excessivo por ocupação mostraram ser diferentes. Assim mesmo, no
consumo de qualquer droga, maconha e cocaína mostraram ser diferentes por ocupação, sendo
os estudantes os que aparecem com menor proporção, comparados com o resto das ocupações.
Identificou-se que existe relação entre os fatores de risco e o consumo de drogas lícitas
e ilícitas. Mostrou-se que, quanto maior a idade, maior é numero de copos de bebida alcoólica
ingerida, maior é o número de cigarros consumidos, maior é o número de dias de consumo de
álcool, tabaco, maconha, cocaína e inalantes, e maior pontuação do AUDIT e
FAGERSTROM.
Referente à escolaridade, conclui-se que, quanto menor o número de anos de
escolaridade, maior é o número de dias de consumo álcool, maconha, cocaína e inalantes. O
fator de risco baixo nível educacional foi fator presente entre adolescentes e jovens, que
pertencem aos bandos juvenis, e houve relação positiva e significativa desse fator com o
número de cigarros consumidos e com os dias de consumo de inalantes apontados pelas
pontuações do AUDIT (consumo excessivo, dependente e prejudicial). Observou-se que o
item fator de risco baixo nível educacional que mostrou maior possibilidade para o consumo
de maconha, cocaína e inalantes foi o “Ter ou ter tido dificuldades com trabalhos escritos”.
O fator de risco problemas de saúde mental teve relação positiva e significativa com o
número de dias de consumo de cocaína e inalantes, mostrado pela pontuação do AUDIT e
FAGESTROM. Por outro lado, observou-se que o item do fator de risco problemas de saúde
159
mental que mostrou maior possibilidade para o consumo de tabaco e álcool foi “assustar-se
com facilidade”. Os itens do fator de risco problemas de saúde mental que mostraram maior
probabilidade para o consumo de maconha cocaína e inalantes foram: “Ter menos energia da
que acredita que deveria ter” e “Ter dificuldade para dormir”.
A relação com amigos portadores de condutas não convencionais ou desajustadas se
relacionou de forma positiva e significativa com o número de copos de bebida alcoólica
consumidos num dia típico e com o número de dias de consumo de maconha e inalantes.
Observou-se que o item do fator de risco de relação com amigos, sob condutas desajustadas,
que mostrou maior possibilidade para o consumo de álcool foi “ter amigos que consomem
bebidas alcoólicas”, e o item do fator de risco relação com amigos sob condutas desajustadas
que mostrou maior possibilidade para o consumo de maconha, cocaína e inalantes foi “ter
amigos que consomem algum tipo de droga”.
Aparece, também, que, quanto maior é o índice de relação inapropriada com os pais,
maior é o número de dias de consumo de maconha, cocaína e inalantes, sendo assim maiores
as pontuações do AUDIT e FAGERSTROM. O item mais relevante do fator de risco de
relação inapropriada com os pais para o consumo de drogas (maconha e inalantes) foi “se
algum dos pais consumiu drogas” e o item relevante para o consumo de cocaína foi “se
discute demasiado com seus pais”.
Os fatores de risco pessoais: idade, sexo, anos de escolaridade, trabalho remunerado,
problemas de saúde mental e baixo nível educacional, mostraram efeito significativo no
consumo de álcool, maconha, cocaína e inalantes em adolescentes e jovens marginais que
pertencem a bandos juvenis.
Os fatores de risco interpessoais: relações com amigos portadores de condutas
desajustadas e relação inapropriada com pais mostraram efeito positivo e significativo no
consumo de álcool, maconha, cocaína e inalantes em adolescentes e jovens de bandos juvenis.
A construção do modelo teórico representativo do significado do consumo de drogas
em adolescentes e jovens, que pertencem a bandos juvenis, revelou que A GLÓRIA DO
PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS constituiu a categoria central, representando as
vantagens dos efeitos prazerosos físicos e emocionais de bem-estar, relaxamento, desinibição
e, conseqüentemente, risos, denotando sentimentos de felicidade sobre as possíveis
conseqüências do consumo de drogas.
A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS se inicia quando os
adolescentes experimentam o consumo de drogas através da interação dos integrantes do
bando, seja por influência direta ou indireta. Outra influência para o consumo de drogas é a
160
família, onde se observou que o consumo de álcool e drogas, por parte de algum integrante da
família, leva ao apoio para o consumo de drogas ou, melhor dizendo, em famílias em que
algum integrante consome álcool e drogas, há familiares que apóiam o uso de drogas.
No contexto da GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS, os
adolescentes atribuíram uma definição própria às drogas e, com base nas próprias condições,
procuraram os lugares para o consumo, as maneiras de acesso e iniciaram, a saber, o consumo
de drogas, evitando ultrapassar o nível de tolerância, assim mesmo convivendo com o
preconceito de ser dependente.
Quando os adolescentes e jovens continuaram consumindo drogas e experimentando
mais efeitos prazerosos e assim vivendo o fenômeno A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS
CONSEQÜÊNCIAS, realizaram algumas ações e interações para evitar os preconceitos e a
interrupção da categoria central. Entre as ações e interações que realizaram foram: ocultar o
consumo de drogas, evitando assim os confrontos com a família, namorada e polícia.
Os adolescentes e jovens que pertencem a bandos juvenis utilizaram seus próprios
recursos para evitar efeitos não prazerosos do consumo de drogas, aparecendo o termo:
ultrapassar o limite de tolerância, como resposta aos efeitos não prazerosos e o não saber
controlar o consumo de drogas. O grupo ou bando interpreta o ultrapassar o limite de
tolerância como extremo na relação com uma droga, o excesso também figura uma
subjetividade, pois, suportar o excesso, diz respeito a quem tem experiência com a droga.
Chegar ao extremo e não resistir aos seus efeitos, em sentido negativo, é interpretado como
indivíduo frágil e sem experiência. Em seu extremo, o excesso permanente, o constante estado
alterado de abuso de uma ou várias drogas representam a personalidade de quem não sabe
manejar sua relação com as drogas.
Entre as estratégias que utilizam para não ultrapassar o limite de tolerância é o
controlar o consumo de drogas. Outra estratégia que aparece para o controle no consumo de
drogas, quando algum dos integrantes não consegue tal controle, é o aconselharem-se entre si,
mantendo o fenômeno A GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS. Manter A
GLÓRIA DO PRAZER SOBRE AS CONSEQÜÊNCIAS implica, como resultado, continuar
um padrão de consumo de drogas “controlado”, isto é evitando ultrapassar o limite de
tolerância. No fracasso dessa aprendizagem surge o componente da dependência (vício): é a
outra cara do uso de drogas, sua cara má e a que realmente torna problemática essa prática.
Não saber controlar o consumo de drogas traz como conseqüências: dependência refletida
pela síndrome de abstinência, a perda de amigos, da namorada, rompimento das relações
161
obtida por meio de amostra não probabilística de adolescentes e jovens, que pertenciam a
bandos juvenis, o que pode presumir diferenças importantes com outros usuários que não se
encontram nessa situação, particularmente com relação às características próprias desses
jovens e do significado que dão ao consumo de drogas.
De qualquer modo, os fatores de risco identificados e o entendimento do significado
que atribuíram ao consumo de drogas amplia a explicação do fenômeno e confirma a
conveniência de desenvolver modelos multifatorais e sistêmicos na busca do entendimento do
fenômeno das drogas em diferentes populações.
163
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170
Apêndice
171
3. Nome do Bando
4. Bairro
5. Anos de escolaridade
6. Ocupação
8. Renda mensal
Sim Não
Qual?
Pergunta inicial
Consumo de
droga atual
Trabalho Estado
Entrevistado Idade Sexo Ocupação (dias de
remunerado civil
consumo ao
mês)
P1 22 Masculino Pedreiro Sim Casado Maconha (30)
P2 24 Feminina Nenhuma Não Divorciada Maconha (18)
Maconha (6)
P3 15 Masculino Nenhuma Não Solteiro
Tolueno (30)
P4 19 Feminina Nenhuma Não Solteira Maconha (3)
P5 18 Masculino Nenhuma Não Solteiro Tolueno (7)
P6 16 Masculino Nenhuma Não Solteiro Maconha (30)
P7 15 Masculino Estudante Não Solteiro Maconha (12)
P8 19 Masculino Pedreiro Sim Divorciado Maconha (4)
P9 19 Masculino Operários Sim Solteiro Tolueno
Maconha (1)
P10 17 Masculino Pedreiro Sim Solteiro
Cocaína (3)
P11 17 Masculino Pedreiro Sim Solteiro Maconha (23)
P12 17 Masculino Operários Sim Solteiro Maconha (4)
P13 18 Masculino Pedreiro Sim Solteiro Cocaína (4)
União
P14 22 Masculino Comerciante Sim Tolueno (10)
livre
Maconha (7)
P15 16 Masculino Estudante Não Solteiro
Tolueno (1)
Maconha (30)
P16 19 Masculino Operários Sim Solteiro
Cola (3)
Quadro 1 - Características sociodemográficas dos adolescentes e jovens que participaram de
entrevista semi-estruturada
174
Introdução e propósito
Estamos interessados em aprender sobre assuntos de saúde que afetam os jovens e
adolescentes de Nuevo León. Convidamos você a participar de estudo que consiste de uma
entrevista cara a cara, os dados que você proporcionara serão utilizados com fins científicos.
Este formulário explicará o estudo. Se você da seu consentimento para participar, pedirei que
assine esta forma de consentimento. Uma cópia da forma será para você.
O propósito deste estudo é tratar de aprender sobre as experiências das jovens e
adolescentes de Nuevo León como o seu com o consumo de drogas e se algumas
características suas, de sua família, de seus amigos e do que rodeia você influem para que
você possa consumir algum tipo de droga. A informação que compartilho com a pessoa que
entrevista você será usada para o cumprimento da Tese como requisito para obter o grau de
Doutorado em Ciências de Enfermagem, do MCE. Francisco Rafael Guzmán Facundo na
Universidade de São Paulo, Brasil.
Procedimento
Planeja-se levar a cabo entrevistas cara a cara com 175 jovens da área metropolitana
de Nuevo León, que pertencem a bandos juvenis. A você convido a participar por ser um
jovem ou adolescente que vive em Nuevo Leon e por pertencer a uma banda juvenil. Por
favor, você lê esta forma e se tem perguntas, faça, antes de dar seu consentimento como parte
deste grupo de estudo.
Se consentis em participar na entrevista, pediremos o seguinte:
• participar numa entrevista cara a cara que durará mais ou menos 20 minutos;
• responder perguntas sobre características suas, de sua família, de seus amigos,
do que rodeia e sobre consumo de drogas, assim mesmo poders participar
numa entrevista com profundidade onde falarás de sua experiência sobre o uso
de drogas;
• em caso que a pessoa que entreviste, convide você a participar da entrevista
com profundidade, esta pode acontecer nesse momento ou bem na data que
você disponha. Permita que a pessoa que entreviste, faça anotação sobre suas
respostas num papel ou utilize um gravador de bolso com o fim de não perder
detalhe de sua informação brindada.
Riscos
Não existem riscos sérios relacionados com a participação neste estudo. No entanto,
você pode sentir-se incomodado falando de temas pessoais e consumo de drogas. Se você se
indispuses durante a entrevista você pode suspendê-la imediatamente, se você solicitar
informação ao entrevistador este poderá canalizá-la a um serviço profissional se você
solicitar.
175
Benefícios:
Não há nenhum benefício pessoal em participar neste estudo. Não existe nenhum
pagamento econômico, se dará a você algum presente depois que se termines a entrevista.
Tratamento
Este estudo não é um estudo de tratamento, a única alternativa é não participar dele.
Participação voluntária/abandono
Sua participação nesta entrevista é voluntária. Sua decisão em participar ou não
participar não afeta sua relação atual ou futura com a Universidade Autônoma de Nuevo
Leon. Se você decidir participar, está em liberdade para se de retirar em qualquer momento
sem afetar essa relação.
Perguntas
Se tem alguma dúvida, comentários, queixas como participante na pesquisa, por favor
comunique-se Faculdade de Enfermaria da UANL ao Telefone 8348-1847, localizada na
Avenida Gonzalitos 1500 Nte. Com Francisco Rafael Guzmán Facundo ou e-mail:
rafaelmex@eerp.usp.br
Confidencialidade
As opiniões e idéias que você expressas durante a entrevista serão anônimas. Entende-
se por anônimo a condição em que nem o mesmo pesquisador pode relacionar-se com sua
informação obtida.
Anexos
177
Ler o seguinte:
O propósito desta enquete é conhecer a opinião dos jovens como você, sobre, o uso de álcool e
drogas. Suas respostas serão mantidas em segredo. Não poremos seu nome nesta enquete. É anônima,
confidencial, por favor conteste todas as perguntas, o mais próximo à sua realidade. Não deixes de
contestar nenhuma. Isto não é exame, não há respostas corretas ou incorretas e não se fará juízos sobre
você, seus amigos e família. "
As opções de resposta são:
S= Sim N= Não
2. Seus amigos se aborrecem nas festas onde não se serve bebidas alcoólicas? N S
inalantes)?
11. Negam-se seus pais ou família a fala com você quando se enojam contigo? N S
14. A maioria das vezes sabem seus pais ou família onde está e o que está N S
fazendo?
16. Atua impulsivamente e sem pensar nas conseqüências que terão seus atos? N S
21. Prestam atendimento a você seus pais ou família quando lhes falas? N S
32. Seus pais ou família têm uma idéia relativamente boa do que interessa a N S
você?
33. Estão seus pais ou família de acordo na forma em que devem tratar a você? N S
35. Seus amigos faltam à escola ou trabalho sem autorização com muita N S
freqüência?
39. Você é uma pessoa nervosa, das que não podem estar sentadas muito tempo? N S
40. Sabem seus pais ou família como você realmente pensa ou sentes? N S
43. Sente que às vezes perde o controle de você mesmo e terminas brigando? N S
Ler o seguinte:
O propósito desta enquete é conhecer a opinião dos jovens como você, sobre, o uso de álcool
e drogas. Suas respostas serão mantidas em segredo. Não poremos seu nome nesta enquete. É
anônima, confidencial, por favor conteste todas as perguntas, o mais próximo à sua realidade.
Não deixes de contestar nenhuma. Isto não é exame, não há respostas corretas ou incorretas e
não se fará juízos sobre você.
TABACO; cigarros
MACONHA
COCAINA E CRAK
*INALANTES: tiner,
cimento, cola
HEROÍNA
OUTRA
(especificar)
PREGUNTA 0 1 2 3 4.
1. Com que freqüência você Nunca Uma vez 2 ou quatro 2 ou 3 vezes 4 ou mais
consome alguma bebida alcoólica? ao mês vezes ao mês por semana vezes por
ou semana
menos
2. Quantos copos você toma 1 ou 2 3 ou 4 5 ou 6 De 7 a 9 10 ou mais
qualquer dia normal que bebe?
3. Com que freqüencia você toma Nunca Menos Mensalmente Semanalmente Diária ou
seis ou mais copos na mesma de uma diáriamente
ocasião? vez ao
mês
4. Durante o último ano lhe Nunca Menos Mensalmente Semanalmente Diária ou
ocorreu que não pôde parar de de uma diáriamente
beber uma vez que tinha vez ao
começado? mês
5. Durante o último ano quão Nunca Menos Mensalmente Semanalmente Diária ou
freqüentemente você deixou de de uma diáriamente
fazer algo que deveria fazer por vez ao
beber? mês
6. Durante o último ano quão Nunca Menos Mensalmente Semanalmente Diária ou
freqüentemente você bebeu na de uma diáriamente
manhã seguinte depois de ter vez ao
bebido com excesso o dia anterior? mês
7. Durante o último ano quão Nunca Menos Mensalmente Semanalmente Diária ou
freqüentemente você sentiu de uma diáriamente
culpado ou teve arrependimento vez ao
por ter bebido? mês
8. Durante o último ano quão Nunca Menos Mensalmente Semanalmente Diária ou
freqüentemente você esqueçeu um de uma diáriamente
pouco do que tinha passado vez ao
quando esteve bebendo? mês
9. Magoou-se ou alguém ficou Não Sim, mas não Sim, no
magoado como conseqüência de no último ano. último ano.
seu consumo de álcool?
10. Algum amigo familiar ou Não Sim, mas não Sim, no
doutor se preocupou pela forma no último ano. último ano.
em que bebe ou lhe sugeriu que
que paresse de beber
TOTAL
182
2) Você fuma mais cigarros durante a manhã que durante o resto do dia?
1 Sim
0 Não
3) Quanto tempo decorre desde que você acorda até que fuma o primeiro cigarro?
3 Menos de 5 min.
2 6 a 30 min.
1 31 a 60 min.
0 Mais de 60 min.
4) Que cigarro do dia provoca a você mais satisfação? (ou o que te é mais difícil omitir?)
1 O primeiro da manhã
0 Algum outro
5) É difícil para você não fumar onde isso é proibido?
1 Sim
0 Não