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I. DA VIDA
Verdade e Vida
Entronizaram a Insensatez
3. A quem interessar possa
V. DE MIM E DE DEUS
Eterno Fora de Moda
Eu e Deus
Instante na Madrugada
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Sobre o Autor
Créditos
Projeto Orbum
Esclarecimento
Pena que ainda seja “cedo” para ressaltar um tempo futuro o qual, diante
da crise de utopias em que vive atualmente a humanidade, mais do que uma
utopia nos parecerá mesmo ficção, razão pela qual não aprofundaremos o
tema nos textos aqui enumerados, que deverão servir apenas como introito a
esse devir.
Assim, embora em sua maioria sejam inéditos, alguns poucos dos textos
aqui apresentados já foram publicados em jornais e revistas especializadas
recebendo, agora, novo tratamento editorial.
DA VIDA
Verdade e Vida
Huberto Rohden
Estranha essa a mania das pessoas pouco ou nada fazerem esperando que
outros lhes digam o que é certo e errado. Típico das religiões opressivas,
que impõem um ponto de vista anteriormente revelado ou assim entendido
por algum iluminado do passado. Que seja! A grande parte da humanidade
caminha por aqui. Fatalmente haverá de encontrar a sua “verdade”. Penso,
contudo, que os que trilham essa estrada, estarão sempre submetidos a uma
mentalidade de rebanho e, sinceramente, acho isso preocupante. Mais ainda
porque hoje desconfio, pelos fatos que me envolvem, que a entidade que
financiou esse processo, ou seja, o de criação de um rebanho na Terra, está
tão ou mais confusa do que o seu próprio rebanho.
Fiquei espantado! — até porque não fui eu que procurei coisa alguma,
pelo menos que eu saiba.
Esse ser, ou quem por ele se faz passar, realmente nada tem de deus
apesar de ter sido, em sua condição de divindade, o criador deste universo e
de regiões adjacentes. O mais estranho é a sua doentia insistência em isso
afirmar, como se nisso, ou seja, da nossa crença ou não em relação à
pretensa autoria da obra universal, residisse uma questão de “vida ou
morte” para o seu ego bastante afetado e completamente diferente do que
conhecemos como “condição humana”.
Minha vida terrena foi invadida sem que o invasor pedisse licença. Logo
eu que não sou dado a crenças e nem vejo a sua “figura histórica” por trás
do Antigo Testamento e do Alcorão como sendo agradável ou mesmo
confiável. Ainda assim, fui e sou tido por ele como pertencente ao seu
rebanho terrestre, na verdade, taxado de “filho ingrato” até quando me
recusei a escrever a publicar as noticias que ele me encomendara,
estranhamente, revelando agora os seus problemas, quando, no passado,
somente falou do seu poder e da sua disciplina férrea para com quem lhe
desobedecesse aos desígnios.
Sei da minha vida. Quanto à Verdade... penso que tenho toda a eternidade
para caminhar... agora, sem mais espanto.
Entronizaram a Insensatez
Anatole France
Eis o meu maior receio: o senso comum. Procuro fugir dele como se o
aspecto normal da aparente realidade psíquica da coletividade que me
rodeia trouxesse algum tipo de mal à minha sensibilidade.
O (a) amigo (a) leitor (a) deverá estar se perguntando se este escrevente
está defendendo o fato de alguém ser obrigado a ir para uma guerra e não
guerrear com o aparente inimigo. Não, não é isso. É muito pior. Porque o
germe por trás desta questão é a estranha doença que nos marca de formular
argumentos lógicos para as nossas loucuras enquanto nos inabilitamos a
perceber que nada justifica “matar alguém”.
E o triste é supor que “o lado do bem”, tido por parte da mídia mundial,
foi exatamente quem mais promoveu “guerras frias e quentes”, desde a
segunda metade do século XX até os dias atuais. E é imperioso perceber
que uma atitude doentia de um lado sempre provocará insanidades no lado
oposto.
Sou dos que pensam que há algo no nosso íntimo que jamais permite que
nos transformemos naquilo que não somos ou, em outras palavras, por
piores que possam ser as nossas atitudes, somos seres humanos com uma
infinita capacidade de amar, e nisso reside a nossa grande herança divina,
ou seja lá o que venha a ser isso que jaz latente no mais intimo da nossa
consciência pessoal. Os que assim não logram expressar na generalidade
das suas relações é porque estão adoentados em algum grau. Sob esta
perspectiva, a quase totalidade dos que vivem neste mundo está adoentada e
a tal ponto que aceita como trivial o assassinato diário de milhares de
pessoas que possam estar situadas longe das suas sensibilidades pessoais.
Porém, se uma só morre no âmbito da sua percepção emocional, “cruz
credo!”, é coisa do demônio!
Charles de Gaulle
Perdoem-me por não poder reforçar alguns mitos mas, fatos são fatos, e
sou levado a escrever como se iconoclasta fosse quando nada sou. Mas o
que posso fazer perante a estranha realidade imposta pelo império dos
fatos?
Olho para as minhas mãos e vejo a água... Mas os sinos das catedrais do
mundo continuam anunciando os mistérios do passado em pleno presente.
Caminho, surdo aos clamores, acreditando servir à verdade dos fatos que
me abraçam. Nada mais.
II
Jean de La Bruyère
Da mesma forma que se conhece a árvore pelo fruto que ela produz se
perceberá a graduação evolutiva de um espírito pelas atitudes e posturas
diante dos fatos da vida.
Há dois mil anos, Jesus já alertava que era necessário ao homem nascer
de novo para poder entrar nos reinos do céu. O Mestre Maior, sabedor da
necessária credencial energética que o espírito tem que possuir para
adentrar nas moradas iluminadas do cosmos, convidava a todos à prática da
reforma íntima porque, somente com a renovação interior, seria possível a
mudança de postura com a consequente melhoria vibratória.
Robert Browning
Carl Sagan ponderava que, se o universo foi realmente feito para nós e
que, se de fato existisse um deus benevolente, nesse caso a ciência estaria
fazendo algo cruel e impiedoso cuja principal virtude era a de por à prova
as antigas crenças da humanidade. Mas se o universo estivesse alheio às
nossas ambições e ao nosso destino, a ciência estaria nos prestando o mais
importante dos serviços ao despertar-nos para a nossa verdadeira situação.
No meu caso, não penso que o universo foi feito para os terráqueos. Acho
mesmo que somos a espécie bebê deste universo mas muitos outros devem
existir e seguramente haverão de ter também as suas buscas filosóficas,
conforme permitam as circunstancias da ativação do DNA que marcam os
seus corpos.
No dia da sua morte redentora, vendo que uma velha trôpega trazia um
feixe de lenha para aumentar a fogueira, sorriu compreensivelmente e
pronunciou as palavras que passaram à história: “Sanctasimplicitas!”
Suas palavras ecoam até os tempos modernos ante a tola presunção
terrena, seja a de se achar isto ou aquilo, ou mesmo a de ainda atacar a
honra de quem ousa inovar com a semeadura de novas reflexões.
Ao trabalho, pois!
Ilusão de Grandeza
Muitos pensam ser o que não são esquecidos de perceber o que, de fato,
são. Nessa rota estéril, o estacionamento espiritual é a tônica dos que
caminham pela vida terrena enganando aos outros e a si mesmos. E,
infelizmente, esse problema parece não pertencer somente ao psiquismo dos
que vivem na Terra.
É forçoso analisar, no entanto, que talvez seja justamente o elo que nos
une, enquanto sociedade, a incapacidade que tem o ser terreno em perceber
a verdade que reside no íntimo das pessoas. Ressalte-se, por bem da
verdade, que muitos não percebem sequer a própria.
Ferdinando Galiani
A única coisa que realmente sei é que somos muito pequenos para
pontificarmos com tanta certeza sobre os caminhos dos circuitos celestes.
Se nem sobre o ponderável temos o controle “absoluto”, como pretender
traçar conclusões “absolutas” sobre o que para nós ainda é imponderável?
Santo Agostinho
Por volta do ano de 1970, esse tabu começou a cair por terra quando a
ciência descobriu que em ratos adultos era possível a criação de novas
células cerebrais. Assim, a neurogênese foi descoberta e, a partir de seus
postulados e de novas pesquisas, em 1988, verificou-se o mesmo processo
em macacos adultos. Por fim, em 1998, percebeu-se que também nos seres
humanos a neurogênese era possível.
Curioso: Santo Agostinho parecia intuir isso. Pena que o mundo religioso
disso se esqueceu.
É óbvio que o Mestre Jesus sabia que aquele a quem chamava de Pai não
era o Deus Incognoscível, o “PaiMãe Amantíssimo” eterno e imutável nos
seus atributos de perfeição. Quando ele esteve no Oriente, convivendo com
os mestres daquelas terras, apenas ratificou no seu psiquismo humano o
conhecimento que já lhe era inato, pela sua condição divina, como também
já ratificado na sua primeira viagem ao Ocidente conforme procurei
descrever no livro “Jesus e o Druida da Montanha”. Contudo, nos cinco
principais tópicos do seu legado, Jesus e/ou os seus tradutores posteriores,
não consta a referência a Deus, mas somente àquele a quem chamava de
Pai, o Senhor Javé.
Esses cinco pontos foram, portanto, aqueles a que mais o Mestre se dedicou
a ressaltar quando esteve entre nós. Entretanto, qual a ênfase do catolicismo
praticada pelos seus fiéis: a busca da salvação da alma, o culto à Santíssima
Trindade, a obrigação da obediência aos sacramentos e dogmas da igreja;
aspectos aos quais jamais Jesus se referiu, até porque os conceitos de
salvação e de pecado original foram gerados a partir das Epístolas de Paulo,
e a Santíssima Trindade a partir da decisão de Concílio Nicéia, no ano 325
d.C.
Outro aspecto ainda por ser lamentado é o fato dos espíritas mais
fervorosos na expressão religiosa, terem se apoderado de paradigmas,
conceitos, funções do ser humano e aspectos da vida como sendo “questões
espíritas”, quando não são, o que somente dificulta que o objetivo do Mais
Alto seja atingido: o de espiritualizar a todos os que assim o desejem.
Contudo, “como mediunidade é coisa de espírita”, certos segmentos do
catolicismo e do protestantismo já adequaram alguns novos conceitos, com
terminologia própria, para descrever os mesmos fatos de sempre, que
ocorrem com o ser humano desde que ele pôs os pés sobre a Terra. Além
disso, a “canalização” de mensagens de seres cósmicos poderia surtir frutos
mais saborosos e edificantes se pautados no manual de conduta mais
moderno que existe, em termos de prudência, de ética e de solidariedade
fraternas, que é o conjunto de ponderações constantes no Livro dos
Médiuns, além das informações que existem nas obras complementares
sobre o assunto, acertadamente abraçadas pelo movimento espírita. Mas,
infelizmente, o médium espírita que receber mensagens de seres que não se
apresentem como sendo espíritos desencarnados, estará sob a avaliação às
vezes implacável, impiedosa e equivocada de alguns dirigentes de centros,
o que é de todo lamentável.
Dizem os espíritos que cada ser terrestre deve professar a sua religião de
afinidade — caso a tenha — da melhor maneira possível, com o melhor dos
zelos íntimo, sem, contudo, esperar que a sua opção seja a única e
verdadeira. Afinal, existem tantos caminhos para Deus Pai Amantíssimo
quantos forem os filhos e filhas criados pelo seu amor, assim o afirmam os
mentores da presente obra. Se assim é, por que o exclusivismo
desnecessário, qual a função da tentativa de conversão religiosa, a não ser
atender interesses puramente terrenos, já que o Pai Amantíssimo, o Deus
Incognoscível, deseja apenas que nos amemos uns aos outros, como Ele nos
ama indistintamente? Até onde iremos com a disputa pelos fiéis, com as
guerras na mídia por esta ou aquela vivência religiosa?
Pena que as elites religiosas não percebam que, em linhas gerais, existem
dois conjuntos de forças que estão por trás do fluxo dos acontecimentos que
ocorrem na Terra: as que unem e as que desagregam.
Tudo é permitido pelo Mais Alto. Apenas, é de todo lamentável que por
falta de argumentação racional e lógica alguns se permitam a atacar a
sensibilidade e a honra alheia. Se assim o fazem, de fato, não devem jamais
ter lido o que Kardec escreveu ou, se leram, entenderam muito pouco.
Fernando Pessoa
Óbvio que não nos é dado avaliar qualquer pessoa. Tudo o que podemos
é, modestamente, analisar a sua contribuição para o progresso humano,
apesar de que muitos existem que, para isso contribuem de forma
estratégica e decisiva, mas que não chegam a ser corretamente percebidos
pela apressada e superficial editoração das notícias promovidas pela mídia.
É bom saber que o pretenso julgamento do mundo faz justiça, com as
conveniências das suas cores, ao grandioso mérito moral com que se
costuma homenagear Chico Xavier, efetivamente um dos poucos homens
sobre quem se pode afirmar que, pela postura amorosa e por força da sua
contribuição superlativa, encontra-se acima das circunstâncias do que
entendemos ser o bem e o mal. Pode-se até discordar de uma ou de outra
postura, mas não se discute a sua nobreza moral, a prática superlativa do
ideal de cristandade, a bondade e a ternura com que temperou os atos da sua
vida. Isto sem nos referirmos à sua contribuição singular no campo do
esclarecimento intelectual, um dos pilares da evolução do espírito.
“Sim. Esta é a última vez que estarei convosco antes do dia em que
retornarei para o Pai. E este dia está próximo.”
“Ó mestre, como ficaremos sem ti?”, tornou a questionar Pedro.
“Estarei convosco até que se cumpram os últimos dias deste tempo, antes da
minha volta.”
“Mas...”, principiava a dizer Pedro, quando o mestre, sorridente, disse-lhe:
“Já vos foi dito que após cumprirdes o vosso testemunho neste mundo,
seguirás até a minha morada, pois lá nos reuniremos para preparar o porvir.
Assim terá que ser para que se cumpram as Escrituras.”
“Disseste que quase todos iriam contigo, após... a morte de cada um. Será
ainda assim, ó mestre? Todos nós te seguiremos?”, tornou a perguntar
Pedro.
“Quase todos, Pedro”, disse Jesus enquanto se levantava, no que todos o
acompanharam.
“Mesmo estes que aqui estão?”, tornou a perguntar Pedro.
O mestre respondeu balançando a cabeça afirmativamente, enquanto com
um gesto discreto apontou para todos, à exceção de João.
Pedro, percebendo que Jesus não se referira a João, questionou: “E quanto a
ele?”
“Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha?”, disse Jesus
enigmático com um discreto sorriso na face.
O que se torna imperioso é refletir sobre o porquê de Jesus ter feito tal
afirmação, ou seja, a de que os demais apóstolos o seguiriam, após as suas
mortes, à exceção dos espíritos de Judas Iscariotes e de João Evangelista, os
quais, por razões distintas, continuariam a reencarnar na Terra.
No caso do espírito de João, como bem registrado por Jesus até que este
retornasse, outra questão que se impõe é: será que ele deveria se encontrar
reencarnado, quando do retorno do mestre? Ninguém o sabia. Nem mesmo
o espírito do próprio João Evangelista. Com o desencarne de Chico Xavier,
surge inevitavelmente a resposta de que Jesus pretendeu somente dizer que
o seu espírito ficaria reencarnado na Terra até o seu retorno.
Talvez, por isso, alguns mentores sempre afirmaram que tudo o que se
podia depreender do que foi afirmado por Jesus — e da sua intenção em
assim fazê-lo — era que o espírito do apóstolo amado desenvolveria
diversas missões de apoio à causa do Cristo, até o seu prometido retorno.
H. G. Wells
Como podem as religiões preparar seus fiéis para o futuro, se estão presas
a modelos e dogmas anacrônicos do passado equivocado?
Afinal, para onde caminham as religiões da Terra? Que função elas terão
nessa nova era que se inicia? Será que os dogmas prevalecerão diante da
razão esclarecida, a estupidez à sensatez? O tempo dirá. Que venha o
futuro.
A Crença
Ludwig Marcuse
Pessoas há que dizem que Deus interferiu nas suas vidas. Seja um
jogador de futebol que acha que a Deidade o ajudou a derrotar o time
adversário, na hora de marcar o gol, seja um lutador de boxe que agradece o
fato de ter conseguido massacrar o oponente. Outras juram ter recebido esta
ou aquela orientação de Deus e não abrem mão de tal privilégio. Os mais
espertos arrecadam mundos e fundos em seu nome. Os desesperados
clamam seu nome por tudo. Alguns ensandecidos matam em seu nome,
dizendo, inclusive, que obedecem a sua vontade e que serão por ele
recebidos com todas as honras quando lá chegarem.
De fato, mesmo que Deus não existisse, nem que fosse a título de “freio”
no campo da moral, deveríamos nós, cultuá-Lo, para tornar suportável a
vida na Terra, pensam alguns. Que seja! Ainda assim, deveríamos ao menos
ter a noção do que separa o verdadeiro Deus das miseráveis e tolas
pretensões das divindades caídas e das do ser humano.
De toda forma, penso que Ele existe, que não foi iniciativa Sua a criação
deste universo — mas sim um equívoco advindo de uma das suas
divindades menores —, que não se mete em lutas de boxe, em guerras, em
partidas de futebol e nem em outras tantas situações que nem seres menos
evoluídos ousariam interferir.
Pena que o ser humano sequer sabe ao certo se de fato tem uma alma. Se
nem isso sabe, é normal que ponha uma luva de boxe na mão de Deus ou O
vista com a camisa de um time de futebol.
III
DO COSMOS E DA ESPIRITUALIDADE
Revelação Cósmica
Dar por sabido aquilo que ainda se pretende descobrir é atitude que, das
duas, uma: revela a postura cômoda de quem não é muito afeito à
verificação ou a de alguém que, diante da aparente impossibilidade de
poder saber, entroniza a crença como instrumento decodificador da
realidade a sua volta.
Não seria exatamente isso que vem acontecendo ao longo dos milênios?
Ou serão somente produto da loucura dos escribas bíblicos as muitas
narrações sobre anjos, carros de fogo e rodas voadoras, além da mania
milenar que alguns seres humanos parecem ter inventado de contatar e
venerar os espíritos dos seus ancestrais ou de serem por estes envolvidos?
Será que não seria prudente refletir sobre o fato da condição humana não
poder avançar muito mais na direção das “realidades espirituais” e,
exatamente por isso, os espíritos que nelas vivem começaram a manusear
objetos (pranchetas, cadeiras) numa tentativa desesperada para chamar a
atenção dos que estão no lado de cá da vida, para a existência da realidade
espiritual? Será que não foi exatamente por estarem impossibilitados de
falarem as mentes das pessoas, que resolveram construir uma estratégia
para atuar sobre os objetos materiais chamando assim a atenção dos
sentidos humanos para uma causa inteligente que não pertencia ao mundo
dos “encarnados”?
Por que não seria também prudente refletir sobre a atual impossibilidade
dos que vivem na Terra se dirigirem a outros rincões do cosmos e,
exatamente por isso, seres de outros orbes mais evoluídos estarem
preparando longamente esta humanidade para a convivência sideral? Com
vistas a esse objetivo se deixam perceber em visitas furtivas e discretas,
além de outras que nada têm de discretas, como se preparando o árido
terreno do entendimento terrestre para a convivência futura. Se não for esta
a opção que explica os fatos que envolvem a história desta humanidade, em
relação aos Espíritos e Extraterrestres, qual a que deveria ser?
Assim, sou dos que pensam que devemos agir de maneira livre e
prudente, de acordo com os fatores e circunstâncias que envolvem cada ser
humano, sem nos apegar a conceitos que ainda não podem ser tidos como
"verdades" e muito menos nos vincular, por questão de crença pessoal, aos
conceitos que imaginamos representar a verdade. Quando agimos dessa
maneira, sem a necessária vigilância espiritual ou prudência intelectual —
eu que o diga — terminamos por transformar o objeto da nossa busca em
questão de crença, e o pior, muitas vezes fanatizada pelo nosso orgulho
intelectual que não admite outra hipótese que não aquela a que estamos
ferrenhamente abraçados.
Parece longe, muito longe, o tempo em que Kardec disse que não se
devia esperar dos espíritos mais do que podemos esperar de nós mesmos...
Fato é que não temos sabido respeitar a existência e nem muito menos o
principal ator desse processo, que, no caso da Terra, é o próprio ser
humano. Ainda assim, mesmo sem saber ao certo coisa alguma sobre a
nossa origem, sobre qual é a função da vida, se existe Deus, espíritos e
extraterrestres, membros desta humanidade pretendem impor as verdades
que pensam saber sobre os seus pares, e muitos têm sido sacrificados nesse
processo.
Urge uma reflexão por parte dos espíritas, em especial dos médiuns e
dos dirigentes que consideram como embuste a questão extraterrena, pois
será inconcebível se, daqui a alguns poucos anos, for percebido que os
mesmos agiram tal qual os escribas e fariseus no tempo de Jesus, visto que
não avançavam e nem deixavam avançar, não entravam e nem deixavam
entrar os que queriam se iniciar nos estudos de vanguarda que levam ao
desenvolvimento espiritual, única maneira de evoluir. “Ai de vós, escribas e
fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o reino dos céus: vós mesmos
não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar.” (Mt 23, 13).
E o que era o conceito de “ser celeste”, que Kardec depreendera dos seus
estudos?
Uma das que mais lhe marcou a sobriedade de análise foi exatamente a
resposta dada pelos espíritos, de que, a existência corporal que estávamos
tendo na Terra não era, nem a primeira nem a última, donde se depreende
que, ou todos, ou alguns dos que vivem na Terra, já “viveram”, ou seja,
haviam tido existências corporais em outros mundos, e que ainda iriam
viver em outros planetas em um tempo futuro.
O primeiro diz claramente que muitas vezes conversou com Kardec sobre
a “vida celeste” — leia-se extraterrestre, pois na época este termo não
existia — idéia central do tema da Pluralidade dos Mundos Habitados, onde
o amigo Camille Flammarion ressalta ter Kardec utilizado este assunto
como sendo a “pedra angular do edifício doutrinário” por ele formulado. O
que quis Flammarion dizer com isto se não o aspecto óbvio do teor das
intermináveis conversas sobre vida fora da Terra com o seu amigo Kardec?
E observemos também que no seu discurso o astrônomo fez uma distinção
entre vida celeste e vida espiritual.
Nos dias atuais, foi fartamente veiculado pela imprensa que o amado
Chico Xavier teria afirmado em vida que suas possíveis mensagens, após o
seu desencarne, deveriam estar envolvidas em uma espécie de código
identificador somente conhecido por três pessoas da sua intimidade.
Desculpem, mas isso é uma afronta à memória de Chico, por cuja grandeza
espiritual, jamais derrogaria o mais simples dos preceitos observados pelos
espíritos codificadores e expressamente ressaltado por Kardec: que as
mensagens vindas do outro lado da vida não deveriam ter as suas marcas de
possível autenticidade grafadas pelo nome do autor, mas sim pelo conteúdo
das mesmas. Os espíritos codificadores agiram dessa maneira por um
motivo óbvio: na condição humana é simplesmente impossível se
determinar se a "autoria intelectual" é de tal ou qual individualidade. Este é
o preceito mais precioso da prudência no campo das comunicações
interdimensionais. E seria exatamente Chico que iria ferir, depois da obra
magnífica que realizou, tão comezinho principio da lógica espiritual?
Eis que surge um tempo em que precisamos todos nos espiritualizar para
melhor poder conhecer a realidade que nos envolve com todos os seus
contextos. É chegada a era do conhecimento e da espiritualização.
Albert Schweitzer
Não faz muito, há cerca de dois mil anos, nascia Jesus. Homem
singular, dizendo coisas estranhas em um mundo que não o compreendia.
Sua vida, antes de seu ministério público, foi tão discreta que sequer se
tem maiores notícias. Entretanto, ao dar início ao que viera fazer começou a
obrar milagres, ensinar às multidões e perturbar os valores vigentes.
Por que Jesus agiu dessa forma? Por que ele fez tal anúncio?
Resolvera, inexplicavelmente, vincular toda a sua obra a um possível
evento. Para alguns, se ele de fato ressuscitasse, toda a sua obra estaria
confirmada; caso contrário, o descaso seria o salário do seu esforço.
Por aqueles dias, nem mesmo os apóstolos acreditavam que Jesus iria
morrer e muito menos ressuscitar. Escutavam-no como sempre o escutaram:
com respeito, carinho e ao mesmo tempo com aquela sensação inquietante
de vislumbrar coisas que não pertenciam a este mundo — já que seu reino,
de fato, não era e ainda não é deste mundo.
Confúcio
Afinal, Jesus voltará? Quando? De que modo se dará a sua volta? Este
assunto não será uma mera questão da simbologia bíblica em que os
protestantes acreditam, os católicos admitem e a grande parte dos espíritas
não aceita?
Já os católicos têm na corajosa postura do papa João Paulo II, o foco das
suas atenções para o tema em questão. Em 29 de novembro de 1998, na sua
bula denominada Incarnationis Mysterium, ele declarou: “... é preciso
permanecer à escuta d´Ele para reconhecer os sinais dos novos tempos e
fazer que a expectativa do regresso do Senhor glorioso se torne cada vez
mais ardente no coração dos fiéis.”
Ele disse mais: que “passarão o céu e a terra, mas minhas palavras não
passarão” (Lc, 21,33), ou seja, tudo poderia deixar de ocorrer, menos o
cumprimento de sua promessa.
Presidirá esse momento histórico aqui virá — como ele mesmo prometeu
no passado — o Mestre Jesus, como predito por muitos.
Cícero
Mas quem são os religiosos de hoje se não aqueles mesmos que ontem
estavam a queimar focos de novidades esclarecedoras nas fogueiras
inquisitórias?
Sócrates
La Fontaine
Imaginemos, porém, que houve épocas no passado remoto que, por não
poderem ser percebidas através de certos tipos de registros — como os que
julgam os padrões de análise do presente — passaram, ao longo do tempo
terrestre, a título de lendas. Mesmo tendo sido verdade, tais fatos perderam-
se na noite dos tempos e deles somente teremos notícias místicas até que os
seus registros encontrem guarida nas concepções atuais dos padrões
científicos.
Tentar perceber o passado através de paradigmas construídos no presente
é o mesmo que impedir a ocorrência do futuro devido à incapacidade de se
imaginá-lo agora. No entanto, o futuro ocorrerá de qualquer maneira,
possamos imaginá-lo ou não. Da mesma forma, o passado. Ele existiu —
em certas épocas — em níveis bem mais complexos que os atingidos pelo
pensamento científico moderno, possamos percebê-lo ou não.
Se o que será informado nestes livros for tomado por lendas ou histórias,
pouco nos afeta e importa. O tempo se encarregará de melhor classificar.
O que está descrito nesses livros é o que nos foi informado. Não é nossa
opinião pessoal. Esta é muito pequena, frente à grandiosidade dos fatos que
serão expostos. Nem sequer porta-vozes somos. Não temos estatura
espiritual para tanto. Somos simples mensageiros de um recado amoroso de
irmãos mais velhos e experientespara seus irmãos em curso de evolução na
Terra.
Angel Ganivet
Realmente, para os que assim pensam, nada existe além desse horizonte.
Que venha o amanhã e que possamos estar despertos para a arte da vida.
Efeitos da Maré Cósmica
Heráclito
Os efeitos da maré cósmica sobre o nosso planeta são tão marcantes que,
na atualidade, encontram-se 88 cicatrizes marcantes em toda a Terra,
provenientes de impactos consideráveis de imensas rochas.
No momento, só nos resta desejar que o majestoso oceano que nos rodeia
esteja em dias de calmaria.
O Limite das Possibilidades
João Evangelista
Somente para termos ideia, por volta do ano 250 d.C., o cristianismo,
outrora símbolo das palavras e das mensagens de Jesus, encontrava-se agora
interpretado por diversos núcleos que combatiam entre si: ebionistas,
helenistas gregos, helenistas paulíneos ou paulicionistas, gnósticos,
marcionistas, montanistas, maniqueístas, mesalianistas e diversas
ortodoxias.
Ésquilo
O que aqui será exposto deverá servir apenas como parâmetro para
reflexão, jamais como verdade estabelecida, até porque o assunto enfocado
eleva-se muito acima do que normalmente o atual nível da condição
humana permite entender. Afinal, compreender o roteiro dos fatos
proféticos constantes no livro do Apocalipse, a partir dos acontecimentos
ocorridos no dia 11 de setembro de 2001, é tarefa que requer cuidadosa
reflexão. Mais complexa torna-se ainda a questão pelo fato de estarmos
vivendo um momento planetário em que diversos conflitos estão ocorrendo,
e sabemos todos que a primeira vítima das guerras é sempre a verdade, já
que os interesses antagônicos das partes em questão procuram revestir os
fatos com as cores de suas conveniências. Mas não nos furtaremos a ofertar
o que nos foi revelado, mesmo que sejamos os primeiros a ressaltar a nossa
pequenez para tanto, ao mesmo tempo em que reconhecemos que o presente
estudo requer o devido aprofundamento, o que possivelmente será feito
quando houver condições para tanto.
Após este fato, o Mestre orientou-os a seguir para Betânia onde ascendeu
aos céus, conforme descrito no evangelho de Lucas.
Assim, no dia de sua ascensão — última aparição que fez aos seus —
apresentou-se de forma radiante e, com um sorriso na face, como a
significar toda a esperança que depositava no futuro da família terrestre.
Por fim, Ele subiu aos céus junto com seus anjos para preparar o porvir.
Marcos reúne em seu evangelho, também escrito por volta do ano 60, as
principais pregações do apóstolo Pedro, ressaltando, para os pagãos, os
milagres e as obras realizadas por Jesus.
João, ao contrário dos demais, escreveu seu evangelho quase trinta anos
depois dos primeiros. Muitos fatos que foram determinantes para o que
João viria a fazer no futuro ocorreram entre a confecção dos escritos de
Mateus, Marcos, Lucas e o de João.
Devemos somente ressaltar que, naqueles dias, após a confecção dos três
primeiros evangelhos, a questão da volta do Cristo passou a ser discutida
por todos os que tinham alguma relação, fosse com o cristianismo nascente
ou com as eternas querelas existentes entre os judeus que não aceitavam
Jesus, com o poder romano que absolutamente não se preocupava com os
fatos corridos e com os exaltados cristãos que viam na volta de Jesus uma
espécie de vitória de seus argumentos e opiniões.
Cercado por muitos discípulos, dentre eles um que lhe era muito especial,
também chamado João e que rotineiramente escrevia os seus apontamentos,
seguia o seu curso de vida agora já radicado definitivamente na ilha grega
de Patmos, de onde distribuía as suas epístolas para os demais centros
cristãos que haviam sido semeados pelo trabalho incessante de Paulo, Pedro
e de outros trabalhadores da seara do Mestre.
Emocionou-se quando lhe foi dado perceber que o seu antigo mestre João
Batista, de quem fora discípulo antes de começar a seguir Jesus a pedido
daquele, estava também ali, só que sob uma outra roupagem fisionômica, já
que ele havia sido um dos dois que se encontraram com Jesus. Perguntava-
se como podia tal fato se ele, João, que estava acompanhando Jesus no
instante em que ocorreu a transfiguração, percebera que Pedro havia se
referido aos dois seres ali presentes como sendo Elias e Moisés.
Lembrou-se, inevitavelmente — no estado em que se encontrava — que
o próprio Mestre lhes dissera que Elias já “tinha vindo”, na nova
personificação terrena do seu espírito, na pessoa de João Batista.
Expressou, portanto, tudo o que lhe veio à mente como sendo recordação
do encontro. Os mentores celestes ajudavam no que podiam, para que a
fixação das lembranças vividas ocorressem na sua memória, conforme as
circunstâncias o permitissem, apesar do pouco ou nenhum entendimento do
seu cérebro a respeito das ocorrências futuras que lhe foram reveladas.
O recado cósmico deixado por Jesus, quanto à sua volta em dias futuros,
estava renovado. Somente o porvir talvez lhe pudesse dar guarida no campo
do entendimento, até porque o Consolador haveria de vir esclarecer todas as
coisas antes do seu retorno no estado glorioso (cósmico), papel este
assumido corretamente pelo Espiritismo.
Tempos difíceis foram aqueles vividos pelo apóstolo João, nos últimos
dias de sua vida. Procurado a todo momento por muitos cristãos, se
esquivava o quanto podia, de se comprometer com ensinamentos que não
podia provar serem verdadeiros. No entanto, ao ter a inabalável certeza da
volta do Mestre, passou a explicá-la, conforme permitiam as circunstâncias
do entendimento à época dos fatos.
Hoje, para nós, avião é a coisa comum, porém, para aquela época, como
podia o cérebro de alguém entender tal coisa?
Imaginemos, agora, que para o cérebro de João que jamais vira uma
construção elevada, a única referência que tinha para essas coisas era a ideia
cerebral que havia feito ao ter notícias, através dos estudos e das narrativas
históricas do povo judeu, da já lendária questão para aquela época da Torre
da Babilônia (de Babel). Assim, vamos supor o evangelista tendo acesso as
imagens das quedas das torres do World Trade Center, em Nova York, como
ele descreveria aqueles tristes acontecimentos? Com que palavras ele
poderia se referir a tais fatos atordoantes para a sua concepção de mundo e
de vida, à época em que viveu?
Quanto aos demais versículos deste capítulo, antes que chegue a hora em
que o sétimo anjo toca a sétima trombeta, aqui também deixaremos a
critério da análise de cada um, por não ser a preocupação central do
presente estudo.
Nada de fim de mundo com a sua volta e nem muito menos a ocorrência
de acontecimentos negativos. Estes são promovidos pela nossa própria
incúria espiritual, jamais por seres evoluídos e que amam
incondicionalmente. Tão evoluídos são que provavelmente somente se
deixarão mostrar para que tenhamos a certeza absoluta de que não estamos
sós no universo. Mas eles sabem que, enquanto aqui estiverem, todos
ficarão sob a influência de suas presenças vibratórias, o que nos impedirá de
produzir o necessário progresso do nosso mundo, responsabilidades esta
indelegável e intransferível.
Nenhum ser de fora virá fazer ao que cabe ao ser terrestre realizar: o
progresso material e espiritual do nosso mundo baseado no esforço e no
mérito moral de seus habitantes. Por isso eles logo sairão do contexto
terreno prometendo para breve o retorno contínuo de muitas equipes que
virão visitar e conviver com os seus irmãos terráqueos, a medida que fomos
aprendendo realmente a amar uns aos outros — postura básica e essencial
ao exercício pleno da cidadania cósmica — aspecto comum aos seres
evoluídos.
Horácio
Por outro lado, se alguém com um perfume muito forte nos abraça,
inevitavelmente herdaremos o odor que dessa pessoa é emanado, seja ele
prazeroso ou não. Da mesma maneira que o perfume alheio nos invade a
atmosfera pessoal, as vibrações espirituais de quem nos abraça também nos
invadem a organização íntima, nem que essa troca energética se processe —
e também se conclua — em poucos segundos; tempo necessário para que as
defesas energéticas da aura administrem a invasão energética.
DA POLÍTICA E DA HISTÓRIA
Os Demônios e as Queimas de Arquivos
Foi dessa forma que perdemos o elo com a história original. A própria
ignorância e ambição humanas já funcionaram como o pior dos demônios.
Não precisamos deles. Em alguns momentos da história terrena fizemos o
que nem eles ousariam fazer, caso existissem. Fomos e ainda somos os
próprios. Basta olharmos o espelho da história!
As Lições do ano de 1999
Christian Morgenstern
É importante que o ano de 1999 tenha sido um ano especial, pelo menos
no que se refere ao aprendizado do que não aconteceu. Afinal,
ultrapassamos o ano 2000 e ainda estamos como sempre estivemos: não
houve fim de mundo, o eixo do planeta não se inclinou, o planeta marrom
não chegou e nem a Terra entrou em uma outra dimensão. A este devemos
ainda acrescentar os equívocos que me caíram sobre os ombros referentes
ao ano de 2006, apesar de que estes pertencem a outro contexto. Mas não
muda a responsabilidade pelos fatos perante os olhos terrenos. Que seja!
Paguei e pago o preço, enquanto meu coração permanece de criança, sem
peso algum.
Seguramente ficaram para o futuro que ainda não chegou os eventos que
irão romper com a mesmice cósmica que nos rodeia a existência terrena.
Que seja! No que me cabe registrar, como modestamente venho tentando
fazer desde o lançamento do livro Reintegração Cósmica, é imperioso
perceber que, em sendo verdade a possibilidade de algumas dessas
profecias terem acontecido, algo ocorreu que modificou para melhor o
futuro dessa humanidade.
Mas, mesmo que nada disso existisse; mesmo que tudo fosse balela
profética; ainda que tudo fosse somente produto de enganos, temos que
fazer a nossa parte na história. É imperioso que tomemos o ano de 1999
como o marco representativo do final “daquele mundo velho” ainda
presente no interior de cada um, e do início de um mundo novo, edificado
com o nosso próprio esforço, através de novas posturas, de novos ideais
com vistas ao futuro, por mais que o “11 de setembro” e a postura do
partido republicano estadunidense tenham desfigurado o novo tempo que
chegou.
Não nos iludamos! Pode ser até que os cidadãos deste mundo demorem
um pouco mais do que gostariam para que possam encontrar os nossos
irmãos de outros orbes. Mas, o encontro com a própria consciência, este é
inevitável, porque a herança espiritual de cada um de nós será aferida — de
fato, já está sendo — pelos mentores celestiais.
Não é momento para acomodações nem desistências. Muito menos para
desespero. É momento, acima de tudo, de esperança e de trabalho.
Anatole France
Explicando melhor, começo por afirmar que não sou devoto de Sai Baba
e por questões de temperamento não consigo ser de ninguém —
provavelmente pelo que ainda me resta de orgulho espiritual, o que
reconheço. Mas sou dos que pensam que entre o ser terreno e o “Pai Mãe
Amantíssimo” há só um caminho pessoal a ser percorrido, sem maiores
intermediações. Contudo, por vivências ocorridas nos ambientes espirituais,
as quais tive a graça de relembrar-me mesmo na minha condição de espírito
encarnado, pude perceber o quão grandioso é o porte moral e vibratório
desta entidade, sendo mesmo, incompatível, o que lá percebi, com alguns
comentários, soltos ao vento da irresponsabilidade de alguns poucos, que
procuram denegrir a sua imagem terrena. Que seja!Até porque cada um dá o
que tem! O interessante é que, mesmo sob a égide da ótica que nos move o
tirocínio aqui na Terra, a obra social, educacional, filosófica e espiritual de
Sai Baba fala por si só, sendo mesmo desnecessário algum tipo de defesa.
Afinal, o que têm a apresentar aqueles que o acusam? Curioso: estes quase
nunca fazem nada, apenas jogam pedras.
Por ter tido a graça de perceber que na atualidade terrena um ser muito
especial encontrava-se em missão amorosa e esclarecedora na Terra é que
me obrigo a pelo menos chamar a atenção para o seu testemunho pessoal,
credor de todo reconhecimento, pelo menos de minha parte. Quão grande
ele é não me é dado aquilatar, já que o menor não pode medir o maior.
Entretanto, sei quando estou na frente de alguém que me é muito superior
em estatura moral, espiritual e intelectual. Feita a presente ressalva retorno
ao desenvolvimento da ideia central do presente artigo.
São temas tão intrigantes relativos a um período histórico ainda por ser
entendido e esclarecido pela ciência, em que emissários dos céus vieram à
Terra, alguns encarnaram enquanto outros simplesmente aqui chegaram e
deixaram mostras das suas presenças na região da mesopotâmia, como
também em outros lugares. Entretanto, dentre muitas personagens
enigmáticas desse período, como as de Enlil e Enki, da história dos
sumérios, existem outros dois personagens que, quando tiverem as suas
vidas e o legado por eles deixados convenientemente entendidos, o elo
aparentemente perdido que temos em relação ao nosso próprio passado —
extraterreno — será refeito. Referimo-nos às figuras de Rama e de Enoch.
Antes dele, no que concerne à História dos sumérios, tudo foi apenas
transição para tornar possível a tarefa de Enoch. Naquela época, as atuais
religiões, da forma como hoje as conhecemos, sequer existiam.
Apesar de terem vivido em épocas distintas, Rama e Enoch deram início
à atual situação religiosa do mundo — em especial a que vingou até o
período do “crepúsculo dos deuses” há cerca de 2.700 anos — sem que
disso o conhecimento moderno tenha a menor consciência.
Esses seres que estão por trás de todas as religiões referidas, como
também dos movimentos que se seguiram às mesmas, jamais optaram por
beneficiar alguns preterindo outros, apesar de que nesse aspecto existe a
indisfarçável exceção das religiões exclusivistas construídas a partir do
temperamento de Javé.
Goethe
Certo é também que alguns se entregam desse modo pouco refletido por
acreditar ser uma atitude produtiva para os seus espíritos o ato de
humildade e de contrição de se submeterem ao jugo das verdades assim
interpretadas por outrem. Em alguns casos, dizem os espíritos, esta atitude
pode ser até benéfica, levando-se em consideração que, para o “marco
espiritual de certas individualidades”, talvez seja o caminho menos ruim a
percorrer dos que lhe estão disponíveis na cultura da Terra.
Pelo simples fato de Jesus saber como ninguém, que a adesão ao reino de
amor e paz que tem no Deus Incognoscível, o foco criador e mantenedor de
tudo o que existe — e Jesus é uma das personalidades que mais representam
este “reino” na Terra, apesar de também ter se apresentado como enviado de
um outro reino (menor e problemático) do ser criador deste universo —
somente se dá através de uma atitude espontânea do ser, e não por
imposição desta ou daquela ordem, aspecto que contraria profundamente
aos ditames do Senhor Javé, criador deste universo.
Poder ele tinha e tem, mas não o utilizou para dominar a quem quer que
fosse.
Óbvio que a expressão “caridade” utilizada por Kardec diz muito mais da
“tolerância moral” e “elegância espiritual” do que propriamente com o lado
assistencial, mas deixo aqui apenas esse registro para a reflexão dos que são
hábeis em “dar esmolas” mas não conseguem ser tolerantes (caridosos) para
com quem pensa diferente em relação as opiniões que lhe são próprias —
sentido maior da verdadeira caridade moral.
Será que é realmente este o papel das religiões? Se os que estão à frente
dos movimentos religiosos também são pessoas imperfeitas e necessitadas
de esclarecimento, será crível que estas se presumam como condutores das
demais? Como poderá o Mais Alto aplicar a consequência da lei ensinada
por Jesus de que “será dado a cada um conforme as próprias obras”, se o
mérito pelo que se pode fazer ou não, será, neste caso, dos que determinam
o que pode ser feito e não dos que simplesmente obedecem? Qual o mérito
que poderá ter um ser pensante que anestesia a herança que recebeu do
verdadeiro Deus — que jaz latente como herança divina no seu espirito e
que o motiva a pensar e a ser responsável por si mesmo — se este repassa
para a autoridade religiosa, por comodidade ou por ignorância, a tarefa de
determinar quais os valores corretos da vida humana?
Afinal, que tipo de natureza responde pela raça que somos, se somente os
mais capazes — entenda-se, os mais ferozes, os mais predadores, os mais
violentos, os mais espertos — são os que conseguem vencer o desafio
evolutivo? Será uma natureza doentia? Óbvio que sim! Mas onde ela se
encontra residindo? No DNA que marca a todas as espécies da natureza
terrestre. Mas, quem criou esta natureza? Pouco importa mas seja lá quem
tenha sido o seu DNA que foi semeado na erra há 3,8 bilhões de anos atrás
é o detentor de todas as doenças que sempre marcaram e ainda marcam a
absolutamente tudo de vivo que venha a existir neste mundo. Se assim é,
para que existir um Jesus, um Sócrates, um Gandhi? Esses “derrotados de
sempre” que nem talento competitivo tinham para fazer frente aos mais
violentos, pois que sucumbiram diante de sua força e poder, para que eles
servem?
Será que estamos aqui nos defrontando com duas naturezas: uma de
ordem puramente animal via o DNA já referido e outra de cunho espiritual?
Será que, na primeira, somente ganham os mais habilitados à destruição? E
na segunda, somente são vitoriosos aqueles que paradoxalmente funcionam
durante as suas vidas de maneira oposta aos vitoriosos da natureza terrena,
pois que jamais destroem, são aparentemente ingênuos, perdoam sempre,
amam até aqueles que lhe fazem o mal? É mesmo curioso e tragicômico: na
Terra profundidade moral e filosófica é confundida com ingenuidade!
E quanto ao homem, será que pelo fato de ser na sua expressão corporal
um animal, traz na essência química do seu corpo a tendência à destruição,
e por isso quanto mais violento, forte e dominador ele for, melhor será para
ele? Será que é isso que devemos entender como sendo o significado da
vida na Terra? Será que os postulados de Charles Darwin servem também
para a espécie humana?
Mas o homem possui na sua realidade intrínseca um ser que pensa, que
através da forma com que reage diante da vida — o seu psiquismo —
envolve-se com as emoções e as sensações que determinam a explosão da
química corporal que o predispõe ao sexo, ao conflito e ao medo. Se há algo
que pensa no homem, e se é isto que o diferencia dos animais, não caberia a
essa faculdade singular, diante da natureza terrestre, arquitetar exatamente o
caminho oposto às tendências corporais para educar a sua natureza animal?
Se assim é, deverá ser por isso que alguns homens procuram, conforme a
ótica do mundo, perder quando podiam ganhar, sofrer para evitar o
sofrimento alheio, não esperar nada de ninguém preocupando-se somente
em dar, expressando durante as suas vidas um aparente contra-senso, uma
verdadeira violência com a sua aparente natureza animal que o predispõe
sempre à violência e à competição?
Mas se somos espécies de deuses, por que estamos submetidos a este tipo
de vida animal?
Como ficamos então? Mesmo sem saber de muita coisa temos que viver.
Enquanto vivemos em um mundo cuja natureza impiedosamente nos
convida à barbárie, o que devemos fazer, entregarmo-nos ao caos e com ele
contribuir com as nossas atitudes mesquinhas, egoístas, violentas, a título de
sobrevivermos, ou simplesmente procurar, mesmo sabendo que por aqui
não se haverá de ganhar muita coisa, viver acima das circunstâncias,
amando quando muitos odeiam, dando quando muitos somente querem
receber, perdoando as agressões para ser mais e mais agredido como foi o
caso de Jesus? Em nome de quem e por que devo fazer isso?
O nosso planeta está dessa maneira — esta é somente uma das razões —
exatamente porque os que não têm um ideal, um sonho, uma utopia, um
projeto de vida, uma crença honesta, um padrão sincero de conduta
religiosa, são os que a tudo dominam, já que se transformam nos mais
ferozes dentre as feras pensantes desta natureza planetária. Recuso-me,
porém, a seguir os seus exemplos já que o mundo está assim por causa
deles. Prefiro perder sempre a ser um lobo feroz. Que seja. Comprazo-me
na simplicidade e na pequenez dos que a pouco se permitem na luta pela
sobrevivência. Agindo assim, dessa maneira, mesmo sem saber de muita
coisa ou mesmo de alguma coisa, mas da forma que sei, posso contribuir
para que a dignidade, a ética e a virtude possam caracterizar a vida na Terra.
Mais um perdedor? Que seja! Mas no que estarei falhando?
Jean Rostand
Sobre este tema aqui não darei a que me é própria, pois a mesma
encontra-se longamente exposta no livro “O Drama Terreno de Javé”. O que
constato nestas reflexões é que, independente de quem sejam nossos
ancestrais no fluxo da vida cósmica, hoje vivemos de tal modo que até
envergonharíamos as demais espécies terrestres se estas nos pudessem
perceber o modo de vida: elas sofrem os seus efeitos, mas permanecem
puras e ingênuas quanto a algum julgamento dos seus “compatriotas
pensantes da natureza planetária”. Outros olhos nos julgam!
A não ser que se crie uma espécie de “apartheid” entre partes do planeta,
para que não haja a mistura entre os miseráveis e os demais, é que essa
cegueira poderá descansar em paz e ter muitos dias de vida entre os que
vivem na Terra. Do jeito que certas posturas governamentais de algumas
nações estão “involuindo” será questão de dias alguém sugerir ideias desse
tipo.
Esse será um dos grandes desafios dos dois primeiros séculos do terceiro
milênio.
Lamartine
Nós que estamos fora do exercício do poder não podemos faltar com o
respeito fraterno à sensibilidade dos que lá estão, em especial quando foram
votados, por mais hediondos e detestáveis que sejam os desvios cometidos.
Aplaudir tais atitudes é outra coisa!
Lastimo apenas que, frente à miséria das populações dos países pobres
para que estes possam superar a grave crise moral e material que ora
atravessam, os “poucos recursos disponíveis” sejam administrados
inadequadamente, desrespeitando o espírito de responsabilidade social e
política que deveria nortear os passos de qualquer governo. Sobre esse
assunto muito teríamos a comentar e, seguramente, a lamentar, mas não é
essa a nossa tarefa e nem é esse o objetivo principal de nossos escritos e
reflexões.
Walter Benevides
Isto feito, tudo o mais será permitido porque a condição básica para a
reintegração da Terra à convivência cósmica estará atendida. Além disso, a
projeção mental positiva resultante da nova postura e das atitudes fraternas
de todos os habitantes no astral planetário, propiciará condições energéticas
tais que, a exemplo dos imigrantes que para as terras do Brasil vieram e
juntamente com os nativos brasileiros promoveram o grande surto
desenvolvimentista no início deste século, irmãos de outros orbes aqui virão
e, juntamente com seus irmãos terrestres, ajudarão a edificar na Terra os
alicerces do Reino dos Céus.
Henry LouisMencken
Os conflitos que até então foram uma luta fútil e inconsequente por
matérias-primas, mercados e territórios, adquiriam, através do
posicionamento político do Presidente Wilson, um significado maior, como
se o sofrimento de toda uma geração tivesse ao menos servido para que
jamais outra guerra infame tornasse ao ambiente terrestre — essa era a sua
intenção.
DE MIM E DE DEUS
Eterno Fora de Moda
Simon Bolívar
Estranho, esse, o meu destino. Por não estar presente em nenhuma moda,
posso até estar sendo acusado de ter criado alguma. Vejam só!
Enquanto nada se define, continuo a existir, mesmo sem ser nada e sem
possuir pretensões de qualquer naipe, sei lá, continuo tentando me afastar
dos erros grosseiros e dos equívocos comuns à condição humana. Cuido da
minha cota. Por hora, é tudo o que posso fazer.
Eu e Deus
Júlio Camargo
Se sou, posso ser porque sou ou porque alguém ou algo me fez existir.
Se sou porque sou, não sendo obra de ninguém, devo ser obra de mim
mesmo ou do acaso. Se sou obra de mim mesmo sou a própria deidade, sem
disso ter consciência. Se sou porque sou obra do acaso, sou acidente e, se
acidente sou, faço-me deus criando o amor, a moral e a poesia, pois posso
até ser fruto de um acidente, porém, esses atributos, não podem, posto que
somente existem porque eu existo e os criei já que não têm sustentação
material.
Assim, devemos concentrar a nossa atenção nos atributos que nos vem na
alma — herança deste Alguém especial — como também nas características
expressas na criação deste universo material e de tudo o que nele existe, que
seria herança de um outro ser. Haja histórias!
Será que preciso esforçar-me por escutar ainda mais para poder ouvir a
sua voz que, muda na minha garganta, faz-se escutar através da dos mais
habilitados? Será que é assim que este Alguém especial fala? Sempre
através dos seus filhos?
Será que preciso enxergar mais além para poder ver a sua luz que,
inexistente para este cego, brilha ante olhos mais aguçados?
Será que preciso sentir de modo superlativo para poder perceber a sua
presença que, ausente ante minha percepção, expressa-se perante os mais
capacitados?
Como habilitar a mim mesmo para poder ser um filho consciente da
existência desse pais e mães celestiais e de outros seres ainda mais
transcendentes à condição humana, e da minha ligação com todo esse
contexto?
Ao que tudo indica, existo porque de alguém herdei a existência, pois sei
que não criei a mim mesmo e nem muito menos posso ser obra de um acaso
químico-biológico, já que posso amar.
Mesmo sendo tão pequeno, serei como se fosse grande, ao longo dessa
busca, para despertá-Lo em mim mesmo, já que dele herdei, conforme
julgo, a natureza do que sou.
Mesmo sendo tão pouco, serei como se fosse muito, para que a minha
esforçada vontade de “ser com ele” transcenda a pouca habilidade que me
caracteriza.
O que me questiono é quanto tenho ainda que viver para perceber algo
tão simples. Parece que é coisa só para os já habilitados na prática do amor
incondicional. Falta-me muito ainda. Mas, o que fazer?
Mãos à obra!
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Pesa-me a incerteza...
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