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RESUMO Gestão de Recursos Naturais - CAP. 3

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Faculdade de Ciências Agrárias De Marabá - FCAM


Disciplina: Gestão De Recursos Naturais
Prof.: Simone S. Nogueira
Turma: Agronomia 2018
Atividade Avaliativa: Resumo
Discente: Rebeca Freitas De Castro Queiroz

TEXTO: Capítulo 3: Crescimento da Agropecuária e Sustentabilidade Ambiental. In.:


Diagnóstico e desafios da agricultura brasileira / Organizador : José Eustáquio Ribeiro Vieira
Filho; Adriana Carvalho Pinto Vieira [et al.]. - Rio de Janeiro: IPEA, 2019.

Nas décadas 1950-60 as discussões sobre desenvolvimento econômico passam a ser marcadas
por preocupações ambientais referentes à sustentabilidade, tendo em vista que as atividas
agropecuárias causam grande impacto no meio ambiente. Dessa forma por meio de ideias
sustentáveis se busca agregar conservação de recursos naturais com as atividades
agropecuárias, já que se tem uma melhoria na qualidade de vida da população a partir do uso
adequado dos recursos naturais renováveis (RIBEIRO et al, 2017; BUAINAIN e GARCIA,
2019; PATERNIANI, 2001).
De acordo com Holden et al. (2014) o que caracteriza o desenvolvimento sustentável é a
capacidade de satisfazer às necessidades do presente sem compromenter a das futuras
gerações, tendo como base a preservação do meio ambiente e a redução da fome e pobreza,
havendo o incentivo à conservação ambiental. O Brasil é o país com a maior biodiversidade
mundial e possui vastas áreas de terras agricultáveis e características edafoclimáticas que
contribuem para uma gama de condições para atividades de produção sustentáveis e que
atendam a demanda de alimentos no mundo (GALLINA et al., 2017; MARTINELLI et al.,
2010).
O aumento de pesquisas e tecnolorias corrobora para uma maior modernização no setor
agropecuário brasileiro, aumentando a produtividade, favorecendo a disponibilidade de
créditos e criando ponte para novos mercados exteriores. Não deixando de lado o crescimento
da agricultura conservacionista, de baixo carbono e sistemas de integração (GILLER et al.,
2015; KASSAM, FRIEDRICH e DERPSCH, 2018). Entretanto, se faz necessário se certificar
de que o aumento na produção agropecuária tem seguido os princípios da sustentabilidade
ambiental.
Pesquisas mostram que no decorrer dos anos, através da otimização nas práticas agrícolas,
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tem sido possível elevar a produtividade cultivando em menores áreas, ou mesmo sem abrir
novas áreas, que se deve ao uso de maquinários, insumos, melhorias genéticas em vegetais,
etc. Até mesmo na produção de grãos, através de genótipos, e por conta de características
ambientais tendo em vista a possibilidade de duas safras anuais (GASQUES, 2017).
Ademais, notou-se com o decorrer dos anos pesquisa de melhoramento de plantas mitigando
ataque de pragas e doenças. O plantio em área degradadas ou abandonadas refletiu na redução
de desmatamento e diminuição em atividades como a queima. Em se tratando da pecuária,
torna-se possível um aumento no rebanho através do manejo, podendo ser alocado um animal
por hectare de pasto. Porém, há o entrave de tornar tal atividade mais intensiva, que segundo
Ferraz e Felício (2010), se deve baixo custo de produção do sistema extensivo/convencional.
Vinculado a isto, deve ser realizado investimento na recuperação das pastagens em áreas de
pastejo intensificado, tendo em vista maior perda de carbono no solo. Como alternativa, é
viável a integração lavoura-pecuária, agregando sustentabilidade ao produdo final (VIEIRA
FILHO, 2018). As mudanças no uso da terra e a adoção e o desenvolvimento de sistemas de
produção
que geram menor impacto sobre os recursos naturais são importantes indicadores de
sustentabilidade na agropecuária brasileira.
Na agricultura é necessário considerar fatores relacionados ao uso conservacionista das terras,
ao menor impacto no desmatamento, à recomposição da cobertura florestal, à intensificação
da pecuária e à recuperação de pastagens degradadas. Modelos como iLP e iLPF entre outros,
têm como base a sustentabilidade no setor agropecuário.
A partir de dados coletados do MapBiomas, avaliando o aumento das áreas de lavoura,
pastagens e florestas, permitiram verificar que, mesmo com a implantação do Código
Florestal de 2012, há uma continuidade no declínio de florestas, pois, de acordo com Santos et
al. (2017), os proprietários de terras podem reduzir áreas naturais e de florestas naquelas com
excedentes de reserva legal e de área de preservação permanente.
Considerando 2006 e 2017, ao analisar os dois conjuntos de dados, observa-se que, tanto
pelos do MapBiomas (que abrange todas as terras em uso no país) quanto pelos do censo
agropecuário (que abrange as terras em uso pelos estabelecimentos agropecuários), a área de
lavoura apresentou um aumento e a de pastagens teve um decréscimo. O aumento na área de
florestas indica, segundo Lapola et al. (2014), o distanciamento entre a expansão agrícola e o
desmatamento.
O Brasil foi o país que apresentou o maior declínio na perda anual de florestas. Segundo
Foley et al., (2005) mudanças na cobertura florestal afetam todos os ecossistemas, incluindo
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riqueza em biodiversidade, mudanças climáticas, armazenamento de carbono, bem como


disponibilidade de água.
Devido o aumento mundial por cultivo agrícolas se faz necessário o conhecimento sobre os
impactos negativos ocasionados pela expansão da fronteira agrícola, podendo ocorrer
emissões de carbono, que é causada através da alteração da cobertura do solo ou a conversão
da floresta para pastagem ou agricultura. O uso sustentável da terra não é apenas relacionado
às tecnologias de produção, sendo preciso compreender a dinâmica da produção agrícola para,
então, elaborar ideias possíveis de serem realizadas para cada região (BESSA, VENTURA e
ALVES, 2016).
A AC simboliza um avanço tecnológico que permite que haja crescimento econômico no setor
agropecuário sem representar ameaças ao meio ambiente. Trata-se de um conjunto de práticas
agrícolas para conservar, melhorar e otimizar o uso dos recursos naturais mediante o manejo
integrado do solo, da água e da biodiversidade, compatibilizado com o uso de insumos
externos (GILLER et al., 2015).
Está alicerçada sobre os pilares da: ausência de preparo do solo; cobertura permanente do
solo; e rotação de culturas. Proporciona uma supressão ou minimização do intervalo de tempo
entre colheira e semeadura, aumentando as safras anuais, além de serem associados aos
métodos de conservação do solo e da água e de manejo integrado de pragas (MIP), doenças e
plantas invasoras.
Na agricultura, as emissões de GEE são causadas principalmente por modificações nos
estoques de carbono no solo e, em menor intensidade, por fertilizantes e resíduos, pelo cultivo
de arroz irrigado de várzea, pela queima da palhada residual após a colheita das safras
agrícolas e pelo uso de combustíveis fósseis nas operações agrícolas.
A variação no estoque de carbono do solo corresponde à sua perda de matéria orgânica, como
resultado de um uso específico da terra. Já na pecuária, a principal fonte de emissões é o
metano (CH4), gerado pelo processo digestivo dos ruminantes. Além disso, na AC, os
microrganismos do solo prestam inúmeros serviços ecossistêmicos, entre eles a fixação
biológica de nitrogênio e o armazenamento de CO2.
A utilização da AC tem aumentado no Brasil, bem como têm crescido a área de florestas e a
recuperação das pastagens, indicando, assim, que o Brasil está no caminho certo para
contribuir para a redução dos GEE. Além disso, considerando os sistemas de iLPF, também
contidos no Plano ABC, o Brasil está constantemente, ano após ano, aumentando a área de
adoção.
Os sistemas de iLPF consistem em uma estratégia de integração da produção agrícola,
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pecuária e florestal, em plantios com rotação, consorciação ou sucessão, dentro da mesma


área. Alguns de seus objetivos são gerar uma produção sustentável, de forma a combater a
baixa fertilidade do solo, melhorar as pastagens degradadas, aumentar a forragem da terra,
que é baixa principalmente no inverno, e auxiliar no aumento de emprego e renda
(BALBINO, CORDEIRO e MARTÍNEZ, 2011).
Dados comprovam que houve um forte crescimento da produção agropecuária nacional,
baseado em ganhos de produtividade da agricultura, advindos da adoção de tecnologias que
aportaram maior eficiência ao setor, e sendo notados no PIB, geração de empregos e na
balança comercial. A agropecuária brasileira está cada vez mais pautada por princípios de
sustentabilidade ambiental, com a adoção de sistemas de produção relacionados à AC e à
agricultura de baixas emissões de GEE, além da intensificação agrícola e pecuária.

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