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Disciplina Eleitoral

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DIREITO ELEITORAL

DOCENTE REJAI DOS SANTOS


PIRES
rejai.pires@unemat.br
61 98159-7207
10/04/2023
Democracia e Estado
 Mais que princípio inscrito na Lei Magna, a
democracia constitui fundamento e valor
essencial para sociedade. A democracia
autêntica requer o estabelecimento de
debate público permanente acerca dos
problemas relevantes para a vida social.
 A participação popular no governo é
condição sine qua non da democracia.
O modelo clássico é a democracia direta.
Por ela procura-se realizar o ideal de
autogoverno
 Indireta é a democracia representativa. Nela
os cidadãos escolhem aqueles que os
representarão no governo.
 A democracia semidireta ou mista os
governantes são eleitos para representar o
povo e agir em seu nome. Todavia, são
previstos mecanismos de intervenção direta
dos cidadãos.
 Assim, no sistema brasileiro, a democracia
representativa é temperada com mecanismos
próprios de democracia direta, quais sejam: o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular (CF,
art. 14, I, II, III, e art. 61, § 2 º).
 Poder é a força ou energia capaz de alterar uma
situação. A soberania é, portanto, uma qualidade do
poder. O poder soberano deve ser democrático.
O poder soberano emana do povo: todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente (CF, art. 1 º,
parágrafo único). A soberania popular é
concretizada pelo sufrágio universal, pelo voto
direto e secreto, plebiscito, referendo e iniciativa
popular (CF, art. 14, caput).
É importante destacar quais instrumentos
normativos são mais importantes para
formar a base dos nossos estudos:
• Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições);
• Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos);
• Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral);
• Lei Complementar nº 135 (Lei de Ficha
Limpa);
• Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.
Direitos políticos
Os direitos políticos podem ser conceituados como
os direitos de participação na vida política do
Estado. Essa participação pode se dar de duas
formas:
• direito de votar (ius sufragii, capacidade eleitoral
ativa, cidadania ativa ou franquia eleitoral)
• direito de ser votado (ius honorum, capacidade
eleitoral passiva, cidadania passiva).
 As hipóteses da perda e da suspensão dos
direitos políticos estão elencadas no artigo
15 da Constituição Federal. VCNP
É hipótese de PERDA dos direitos políticos:
❑ Cancelamento da naturalização por
sentença transitada em julgado
 São hipóteses de SUSPENSÃO dos direitos políticos:

• Incapacidade civil absoluta


 • Condenação criminal transitada em julgado
 • Recusa de cumprir obrigação a todos
imposta ou prestação alternativa
 • Improbidade administrativa, nos termos do
art. 37, § 4º
Sufrágio
 VCNP

 O Sufrágio tem de ser universal.


 1ª Corrente (Gilmar Mendes - VUNESP): Se confunde com
direitos políticos. Todas as vezes que o cidadão interferir na vida
política, seja por meio de referendos ou plebiscitos ou iniciativa
popular, seja na escolha de seus representantes, estar diante do
exercício do sufrágio universal;
 2ª Corrente (MAJORITÁRIA – CESPE e FCC): É um direito
público subjetivo da escolha de representantes do povo.
O Sufrágio quando era restrito era dividido em:
 Sufrágio censitário: está relacionado à
condição econômica daquele que o exerce.
Acontecia na época do Império e na Primeira
República, onde só podia votar aqueles que
tivessem uma renda determinada;
 Sufrágio capacitário: existiu no Brasil até o ano
de 1985. Leva em consideração a condição
intelectual do eleitor. Não podem votar eleitores
que são analfabetos.
11/04/2023
Justiça Eleitoral
 A justiça eleitoral encontra-se disciplinada nos arts. 118 a 121 da
CF, bem como nos arts. 12 a 41 do CE.

 Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

 •I - o Tribunal Superior Eleitoral;


 •II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
 •III - os Juízes Eleitorais;
 •IV - as Juntas Eleitorais.

 • Justiça Especializada, assim como a Justiça Militar e a Justiça do Trabalho.
 •Estrutura piramidal e hierárquica: a Justiça Eleitoral é distribuída em níveis.
 •Na base estão os Juízes eleitorais e Juntas eleitorais, os quais se encontram subordinados
hierarquicamente ao TRE respectivo. E os TREs estão subordinados ao TSE.
 •Inexistência de magistratura própria na Justiça Eleitoral: os juízes que exercem a função
eleitoral provêm de outros ramos do Poder Judiciário, especialmente da justiça comum
estadual.
 •Existência de servidores próprios: o quadro de servidores é próprio do órgão, ocupado
pelos técnicos e analistas de cada tribunal.
 •Periodicidade da investidura dos juízes: como não há carreira própria de magistrados foi
estabelecido um período de investidura de dois anos, permitida uma recondução pelo
mesmo período.
 •Competência definida por lei complementar.
 •Divisão territorial para fins eleitorais
 A Justiça Eleitoral será dividida em circunscrição
estadual, zonas e seções eleitorais.
 Circunscrição Estadual: cada estado membro e o Distrito
Federal constitui uma circunscrição, sob a jurisdição do
TER.
 Zonas Eleitorais: constituem a divisão de circunscrição
estadual, que podem ou não coincidir com a delimitação
territorial da comarca, sob a jurisdição de um juiz
eleitoral.
 Seções Eleitorais: são divisões da zona eleitoral para
exercício de funções administrativas no dia das eleições
e para a votação.
 Tem como função:

 A função administrativa refere-se à preparação, organização e administração do processo


eleitoral. No exercício dessa função, destacam-se duas características: o poder de polícia e a
atuação ex ofcio do Juiz Eleitoral.

 Poder de polícia: para manter o processo eleitoral dentro da legalidade, o juiz eleitoral poderá
restringir alguns direitos individuais em benefício da coletividade.

 Atuação ex oficio: ao juiz eleitoral é conferida a possibilidade de agir independentemente da


vontade das partes.

 A função jurisdicional caracteriza-se pela solução, em caráter definitivo, dos conflitos submetidos
ao Estado-juiz, afirmando-se a vontade estatal em substituição à dos contendores.

 A função normativa consiste na prerrogativa que a Justiça Eleitoral tem de expedir instruções
para regulamentar a legislação infraconstitucional, como, por exemplo, as resoluções do TSE.

 Por fim, a função consultiva consiste na prerrogativa conferida ao TSE e aos TREs para
responder consultas formuladas pelas partes no processo eleitoral.
 As consultas enviadas aos TREs e ao TSE
sejam consideradas válidas, elas devem
ser formuladas por autoridade
competente e NÃO podem estar
relacionadas a uma situação concreta,
já que equivaleria à antecipação da tutela
jurisdicional. VCNP
 JUÍZES ELEITORAIS
A competência dos Juízes eleitorais é
disciplinada pelo art. 35 do CE
 JUNTAS ELEITORAIS
A competência das Juntas eleitorais é
disciplinada pelo art. 40 do CE
 MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
 Tal como a Justiça Eleitoral, o MPE também se organiza
em três níveis:
 Procurador-Geral Eleitoral: atua perante o TSE;
 Procurador Regional Eleitoral: atua perante o TRE;
 Promotor Eleitoral: atua perante o juiz eleitoral e a Junta
Eleitoral.
 TRE
 Tanto os membros do TSE como do TRE, oriundos da
advocacia, serão nomeados pelo Presidente da República.
Mesmo em se tratando de membros oriundos da
advocacia, NÃO é a OAB quem fará a indicação dos
advogados. Além disso, há a Resolução do TSE nº
20.959/2001, que prevê exigência de 10 anos de prática
profissional para os advogados que integrarão os TREs.
 TSE

A competência recursal do TSE está


prevista no artigo 22, II do CE.
TSE TRE
Cassação de registro de partido político. Cassação de registro dos diretórios estaduais
e municipais.
Cassação de registro dos diretórios
nacionais. Cassação de registro de candidados à
Governador, membro
Cassação de registros de candidatos à
Presidencia e vice-Presidencia . do Congresso Nacional e das Assembleias
Legislativas.
Responder a consultas formuladas por
autoridades com jurisdição federal ou órgão Responder a consultas formuladas por
nacional de partido. autoridade política ou partido político.

Aprovar a divisão dos Estados em zonas Dividir a respectiva circunscrição em zonas


eleitorais ou a criação de novas zonas eleitorais, submetendo essa divisão, assim
como a criação de novas zonas, à aprovação
do Tribunal Superior.
 Recursos Contra Atos do TSE

 • Recurso inominado eleitoral: Art. 264 CE. É oponível contra atos resoluções ou despachos do
presidente do TSE quando não cabível recurso específico.

 • Agravo de instrumento ou agravo: serve para fazer subir para o STF o RE que teve seu
seguimento negado pelo presidente do TSE. Prazo: 3 dias.

 • Embargos de declaração

 • Agravo regimental ou Agravo interno: É para o próprio TSE. Previsto no regimento interno.
Prazo: 3 dias (se for direito de resposta é de 24 horas). Cabimento: seve para agravar decisão
monocrática de membro do TSE levando a decisão impugnada ao Colegiado. O mérito é julgado
pelo pleno.

 • Recurso ordinário constitucional: é cabível em decisões de única instância que denegar HCl
MSl HD ou MI. Efeito meramente devolutivo. É possível ao STF atribuir efeito suspensivo. Prazo:
3 dias. Pode haver reexame de fatos provas.

 • Recuso extraordinário: Cabível nas hipóteses do art. 102 III, CF. O prazo é de 3 dias conforme
súmula 728l STF. Não é cabível contra acórdão dos TREs.
Súmulas do TSE 25 a 30,
35,38,40,41,64 e 71
 VCNP ART 236, CE
12/04/2023 e 13/04/2023
Elegibilidade e Inelegibilidade
A elegibilidade é a aptidão para ser eleito,
ou seja, é a condição adquirida pelo cidadão
para receber votos nas eleições
 além de preencher as condições de
elegibilidade (requisitos positivos) e não
incorrer em causas de inelegibilidade
(requisitos negativos), deve este ainda não
incidir em alguma incompatibilidade.
 Condições Próprias
 nacionalidade brasileira;
 direitos políticos;
 alistamento eleitoral;
 domicílio eleitoral; Art. 9 ;
 filiação partidária.
 idade mínima: abaixo o rol de idades exigidas:
 • 35 anos: para Presidente e Vice e para Senador;

 • 30 anos: para Governador e Vice-Governador;

 • 21 anos: Prefeito, Vice-Prefeito, Deputado Federal, Deputado Estadual e Juiz de Paz.

 • 18 anos: Vereador
 Segundo o art. 11, §10, Lei nº 9.504/97, “as
condições de elegibilidade e as causas de
inelegibilidade devem ser aferidas no momento da
formalização do pedido de registro da candidatura
 No entanto, o art. 9º, da mesma lei, diz que o
alistamento e o domicílio eleitorais, bem como a
filiação partidária, sejam aferidos com base no dia
do pleito. No tocante à idade mínima, deve-se
considerar a data da posse.
 As hipóteses de inelegibilidade podem decorrer de dois
fundamentos principais:
• Decorrente da aplicação de uma sanção.
• Mera situação jurídica em que a pessoa se encontra
ao efetuar o registro da candidatura, decorrente de: a)
status profissional; ou b) outras situações específicas
previstas na legislação.
 As hipóteses de inelegibilidade podem decorrer de dois
fundamentos principais:
• inelegibilidades constitucionais são as seguintes:
• a) inalistáveis e analfabetos (art. 14, §4º, CF);
• b) motivos funcionais (art. 14, §6º, CF);
• c) “inelegibilidade reflexa” (art. 14, §7º, CF);
• d) serviço militar (art. 14, §8º, CF)
.
 As hipóteses de inelegibilidade podem decorrer de dois fundamentos principais:
 •inelegibilidades constitucionais são as seguintes:
 •a) inalistáveis e analfabetos (art. 14, §4º, CF);
 •b) motivos funcionais (art. 14, §6º, CF);
 •c) “inelegibilidade reflexa” (art. 14, §7º, CF);
 •d) serviço militar (art. 14, §8º, CF)
 . A desincompatibilização está prevista no art. 14, §6º, da CF, e constitui
modalidade de inelegibilidade relativa.
 As inelegibilidades infraconstitucionais estão previstas na LC nº 64, editada com base no §9º,
do art. 14, CF.
 •Inelegibilidade: limita a capacidade para concorrer a cargo eletivo. Ataca a capacidade
eleitoral passiva.
 •Inabilitação: não poderá o inabilitado exercer qualquer função pública.
 Desincompatibilização
 A desincompatibilização está prevista no art. 14, §6º, da CF, e constitui modalidade de
inelegibilidade relativa.
 • militares, art 14, § 8 CF;
 •magistrado, membro do Ministério Público e ministros do Tribunal de Contas da União.
 • a LC 64 traz outras hipóteses de desincompatibilização.
Alistamento eleitoral
 O alistamento eleitoral é o procedimento administrativo de
inscrição e qualificação dos eleitores.
 O processo de votação encontra-se regulamentado entre os
arts. 135 a 156, CE.
 Ha, ainda, algumas situações especiais relacionadas ao
processo de votação, a saber:
 Voto no exterior;
 Voto em trânsito Com a Lei no 13.165/2015, o art. 233-A, CE
foi alterado;
 Voto impresso.
A decisão do O STF, através da ADI 5889,
declarou a inconstitucionalidade da impressão
de um comprovante do voto eletrônico, por
colocar em risco o sigilo e a liberdade do voto.

-GOMES, José Jairo. Direito


eleitoral. 17. ed. São Paulo: Atlas.
2021;

-SOHSTEN, Priscilla von. Apostila


Ciclos. 2020.
Todas as figuras e diagramas,
constantes deste material foram
extraídas das referencias
bibliográficas

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