Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Educação Infantil: Caderno de Orientações Pedagógicas de Rondônia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 157

EDUCAÇÃO INFANTIL

Caderno de Orientações
Pedagógicas de Rondônia

Rondônia/2020
EDUCAÇÃO INFANTIL

Caderno de Orientações
Pedagógicas de Rondônia

Regime de Colaboração:
FICHA TÉCNICA
REALIZAÇÃO:
GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA
UNIÃO DOS DIRIGENTES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO – UNDIME/RO

GOVERNADOR DO ESTADO DE RONDÔNIA


Marcos José Rocha dos Santos

SECRETÁRIO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu

DIRETORIA GERAL DE EDUCAÇÃO


Irany de Oliveira Lima Morais

GERÊNCIA DE FORMAÇÃO, CAPACITAÇÃO TÉCNICA E PEDAGÓGICA


Silvânia Gregório Carlos

PRESIDENTE CONSED NACIONAL


Cecilia Motta

PRESIDENTE UNDIME NACIONAL


Luiz Miguel Martins Garcia

PRESIDENTE SECCIONAL DA UNDIME RONDÔNIA


Vilson Sena de Macedo

COORDENADORES ESTADUAIS DO CURRÍCULO TERRITORIAL DE RONDÔNIA - RCRO


Ricardo Braz Bezerra – CONSED/SEDUC/RO
Epifânia Barbosa da Silva – UNDIME/RO

3
AUTORAS

Juverlande Nogueira Pinto – Redatora e formadora da UNDIME/RO do Currículo da Educação Infantil

Marina Florimar Castro – Redator e formadora da UNDIME/RO do Currículo da Educação Infantil

Rosângela Maria Pereira Dourado - da UNDIME/RO do Currículo da Educação Infantil

REVISORA

Edilaine Alves da Silva Nogueira – Pedagoga, Secretária Municipal de Educação (SEMED/Ji-Paraná-RO)

ORGANIZAÇÃO

Ricardo Braz Bezerra – Coordenador Estadual do RCRO - CONSED/SEDUC/RO


Epifânia Barbosa da Silva – Coordenadora Estadual do RCRO - UNDIME/RO
Vanderleia Pereira Nevis – Coordenadora da Etapa do Currículo de Educação Infantil

ARTICULADORA UNDIME/RO
Terezinha Ferreira da Silva – Secretária Executiva da UNDIME/RO

4
Carta
Educação Infantil

Dialogando com o Referencial


Curricular de Rondônia

...a importância de uma coisa não se mede


com fita métrica, nem com balanças, nem
barômetros, etc (...) a importância de uma coisa
há que ser medida pelo encantamento que a coisa
produza em nós.
Manoel de Barros
Ao Contrário, as Cem Existem
Loris Malaguzzi

A criança é feita de cem. de escutar e de não falar

A criança tem cem mãos de compreender sem alegrias

cem pensamentos de amar e maravilhar-se

cem modos de pensar só na Páscoa e no Natal.

de jogar e de falar. Dizem-lhe:

Cem sempre cem de descobrir o mundo que já existe

modos de escutar e de cem

as maravilhas de amar. roubaram-lhe noventa e nove.

Cem alegrias para cantar e Dizem-lhe:

compreender. que o jogo e o trabalho

Cem mundos para descobrir. a realidade e a fantasia

Cem mundos para inventar. a ciência e a imaginação

Cem mundos para sonhar. o céu e a terra

A criança tem cem linguagens a razão e o sonho

(e depois cem cem cem) são coisas

mas roubaram-lhe noventa e nove. que não estão juntas.

A escola e a cultura Dizem-lhe:

lhe separam a cabeça do corpo. que as cem não existem

Dizem-lhe: A criança diz:

de pensar sem as mãos ao contrário, as cem existem.

de fazer sem a cabeça


Tonucci

Inspiradores de uma Pedagogia para a Primeira Infância

Loris Malaguzzi Emmi Pikler Manoel de Barros Paulo Freire


Sumário
Apresentação 10

Dialogando com os termos 11

Os fundamentos Pedagógicos na Prática 12

Os caminhos da ressignificação da prática 20

Atividades permanentes 26

A criança e a investigação 28

Avaliação - Os caminhos da documentação pedagógica na Educação Infantil 49

Educação Especial, Tecnologia, Natureza e Alimentação 77

O espaço externo 83

Pensando nos bebês 92

Pensando nas crianças bem pequenas 107

Pensando nas crianças pequenas 123

Recomendações 151

Agradecimentos 152

Para saber mais 153

Referências 154
Apresentação
Professores e Professoras,

Este Caderno de Orientações Pedagógicas foi elaborado com o propósito de ampliar e apoiá-los na
ressignificação e reinvenção das práticas pedagógicas destinadas aos bebês, crianças bem pequenas e crianças
pequenas, compreendidas na faixa etária de 0 a 5 anos e 11 meses de idade, público da Educação Infantil.
As propostas aqui registradas orientam-se pela consideração à consolidação das concepções e princípios
estabelecidos nos principais documentos normativos da Educação Infantil: Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil – DCNEI (2009), Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017) e Referencial Curricular de
Rondônia – RCRO (2018).
Propomos uma viagem, por meio deste caderno, que o leve a refletir sobre as concepções que devem permear
todas as práticas pedagógicas na Educação Infantil, considerando a criança como centro do processo educativo,
compreendendo-a como sujeito potente, competente, capaz de criar e recriar conhecimentos, culturas e transformar o
mundo, dando-lhe e compreendendo-lhe os sentidos, crescendo e descobrindo por meio das interações e brincadeiras o
encantamento que há na grande aventura que é viver.
Pensamos em um Caderno de Orientações Pedagógicas que dialoguem com as intencionalidades destrinchadas
no RCRO, aprofundando sentidos e significados para práticas educativas que atendam às especificidades do trabalho
destinado à primeira infância em consonância com as concepções deste documento.
Esperamos que esse caderno dê condições de, assim como as crianças, se encantar com as descobertas do
mundo da infância, que proporcione a (re)invenção de vivências inovadoras, propiciadoras de experiências de
encantamento e prazer para todos os que fazem parte deste universo que é a Educação Infantil e, principalmente, para
as crianças rondonienses.
10
Dialogando com os Termos
Heurístico - A arte de descobrir e inventar.

Contexto - Conjunto de situações e propostas projetadas relevantes para a construção da aprendizagem


e desenvolvimento das crianças. Abrange o ambiente físico, cultural e social. Todo o contexto da
instituição deve ser projetado a partir da concepção de criança e Educação Infantil.

Brincar Heurístico - Envolve oferecer a um grupo de crianças uma grande quantidade de objetos para
que elas brinquem livremente sem a intervenção dos adultos.

Arte Heurística - Permite as criações das crianças nas infinitas possibilidades de produzir arte.

Projeção - Projetar a organização dos espaços e materiais no cotidiano para as experiências das
crianças.

Experiência - Segundo Larrosa (2002), experiência não é algo que se transmite, se vive. Experiências são
aquelas que nos atravessam e sensibilizam, que marcam e transformam.

Intercampos - Entrelaçamento entre os Campos de Experiências, a forma como eles se relacionam na


vida cotidiana das crianças.

11
Os Fundamentos Pedagógicos na Prática

As práticas pedagógicas para a Educação Infantil têm como um de seus


fundamentos o Cuidar e o Educar que se constituem como ações que se dão de maneira
associada dentro do fazer docente, pois o cuidado e a educação para bebês, crianças bem
pequenas e pequenas dá-se no âmbito de todas as relações, interações e ações de
quaisquer aspectos para essa faixa etária. Logo, cabe aos professores, professoras e
gestores compreender e atuar no sentido de planejar ações associadas de educação e
cuidado, considerando como cuidado não somente ações pontuais de higiene, alimentação
e segurança, mas também ao pensar as ações pedagógicas, ou seja, o cuidado é manifesto
no respeito pela criança, no sentido de assegurar-lhe boas vivências na instituição e
oportunidade de desenvolver-se integralmente na perspectiva que lhes asseguram os
seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento.

12
Neste contexto, isso se dá em situações do Educação Integral, o que é? Como se faz?
cotidiano como:

cuidados pessoais e físicos dialogados


É a educação que considera a criança como sujeito
e apoiados pelo professor/professora; que é e não que virá a ser. Ela acontece na perspectiva da
momentos coletivos e/ou individuais de formação integral, atua na formação do todo e não de
alimentação, acompanhados pelo adulto partes. Não prepara a criança para ser algo, ela atua por

em local que dê condições de observar uma criança que pensa, que explora, que constrói
conhecimento, que tem cultura própria e hipóteses sobre as
a ação do outro, que permita a troca de
coisas, uma criança que é, capaz e potente.
experiências e diálogo;
Trata-se de uma educação que propicia diversas
cuidar de si mesmo em situações de possibilidades de experiências contempladas nos campos de
autocuidado como lavar as mãos e experiências e que garanta os direitos de aprendizagem e
limpar o nariz; desenvolvimento, considerando todos os aspectos da

organizar o ambiente e o espaço após integralidade humana, ou seja, não somente o cognitivo, mas
principalmente o físico, social , emocional e cultural.
determinada brincadeira;
cuidar de uma planta ou de um animal.

Fonte: CMEI Sonho de Criança - Ariquemes RO

13
Porque tudo o que acontece na Educação
As Interações e Brincadeira Infantil é sustentado pelas interações e
brincadeira.

Porque as crianças aprendem e se


desenvolvem quando interagem com outras
crianças, com adultos, com outros seres vivos,
Por que são eixos estruturantes? com objetos, materiais, conceitos, com a cultura e
seus objetos etc., ou seja, a criança aprende
quando pega, morde, aperta, quando constrói,
destrói, reconstrói, transforma, quando escuta e
quando fala, quando questiona, quando testa,
contesta e cria hipóteses sobre as coisas.

E quando brincam elas simplesmente


estão exercendo e exercitando o seu potencial de
ser criança. Enquanto brincam elas apreendem a
realidade e se desenvolvem e aprendem no
contexto de suas brincadeiras a estarem no
mundo e dele fazer parte.
Fonte: Desemparedamento da Infância
14
Competências Gerais
3. Repertório cultural – ampliado a partir de
intencionalidades pontuais de acesso e exploração dos
Como elas dialogam com os Campos de Experiências e objetos materiais e imateriais da cultura em que a criança
seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento? está imersa e da cultura de outros povos e/ou
localidades, por meio da arte: música, dança, teatro, artes
visuais, artes plásticas etc.

Dialogam de forma muito clara e precisa, veja: 4. Comunicação – A instituição de educação infantil é
espaço de comunicação da criança que é motivada a se
comunicar. E comunicar é sempre preciso, para brincar,
para participar, para explorar, para interagir, etc.

1. Conhecimento – presente em todos os momentos, a


5. Cultura digital – as crianças estão submersas na
criança está em constante processo de conhecer –
cultura digital, cabendo utilizar o que é dessa cultura em
essa competência ela irá adquirindo em todas as
prol das situações e vivências que se projetam para a
situações do contexto projetado da instituição, visto
aprendizagem e desenvolvimento delas.
que tudo na instituição de educação infantil é
“projetado e refletido” para a aprendizagem e 6. Valorização da diversidade dos saberes - na Educação

desenvolvimento das crianças. Infantil dá-se a partir das ações de planejar as

2. Pensamento científico, crítico e criativo – fortemente brincadeiras e os espaços para brincar, na autonomia e na

propiciado através dos projetos investigativos. liberdade de fazer escolhas, considerando a valorização
da diversidade dos saberes e vivências culturais.

15
7. Argumentação – A criança que descobre, que explora, que
constrói sentido sobre o mundo e suas coisas possui
competência para argumentar e defender um ponto de vista,
Você, professor, professora, consegue
uma ideia. As situações para o desenvolvimento dessa
perceber as Competências Gerais nos Campos de
competência precisam acontecer. Aparece muito forte no
Experiências e Objetivos de Aprendizagem e
campo de experiência Escuta, fala, pensamento e imaginação.
Desenvolvimento?
8. Autoconhecimento e autocuidado – Competência que
tende a ser desenvolvida nas situações pertinentes ao Campo
de Experiência “O eu, o outro e o nós” que, como todas as
outras situações pertinentes aos outros campos, precisam de
Resumindo: as 10 Competências Gerais
intencionalidade pedagógica.
estão presentes o tempo todo nas situações de

9. Empatia e cooperação – como não as desenvolver se as aprendizagem e desenvolvimento propostas às

crianças estão em constante interação com o outro, se estão crianças, na interrelação entre os campos de

a desempenhar ações coletivas, se estão realizando vivências experiências e seus objetivos de aprendizagem e

em grupo? desenvolvimento.

10. Responsabilidade e cidadania – quando se vive e convive


em sociedade, quando se interage com o outro dentro de um
ambiente pensado para boas situações de interação, quando
se é convidado a pensar e agir na coletividade, essa
competência aflora naturalmente.

16
Princípios Éticos, Direitos de Aprendizagem e
Políticos e Estéticos Desenvolvimento
Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da Os direitos garantem uma concepção de criança
solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio como ser observador, questionador, capaz de levantar
ambiente e às diferentes culturas, identidades e hipóteses, concluir, julgar e assimilar valores. Isto contribui
singularidades. para que possa construir seus conhecimentos e apropriar-
Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da se deles de forma sistematizada “por meio da ação e nas
criticidade e do respeito à ordem democrática. interações com o mundo físico e social” (RCRO, 2018).
Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento
ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes devem ser garantidos no contexto das instituições
manifestações artísticas e culturais. rondonienses como parte na implementação de uma
educação que respeita o protagonismo e a primeira infância.

É importante ressaltar que o direito de Os direitos de expressar, brincar, conviver,

PARTICIPAR deve ser garantido não só nas explorar, participar e conhecer-se devem guiar as

vivências cotidianas, mas, principalmente, projeções dos educadores e da instituição.

participar junto com educadores no planejamento


da gestão da instituição e das atividades
propostas pelo educador.

17
Os Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento

É importante ressaltar que os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento devem ser


compreendidos como uma ação coletiva da equipe, considerando que para as crianças aprenderem e se
desenvolverem a partir de certos objetivos é preciso ir além das projeções individuais dos docentes,
devendo ser oportunizados por meio de gestão participativa que envolva tanto a equipe de profissionais da
instituição, quanto as crianças e as famílias, em uma reorganização institucional que contemple a
construção pelas crianças de aprendizagens e desenvolvimento relacionados aos objetivos propostos pelo
RCRO.
Para isso é importante estudos coletivos da equipe para reorganização das práticas pedagógicas
para as crianças.

Fonte: CMEI Arikem - Ariquemes - RO


18
Os Campos de Experiências
Os campos de experiências compreendem um posicionamento, uma forma de conceber e praticar a educação infantil
diferenciada da etapa posterior, coerente com a especificidade dessa primeira etapa da Educação Básica, marcada pelo
modo peculiar de agir, sentir e pensar das crianças de zero a cinco anos.
A pedagogia por campos de experiências valoriza a forma de aproximação dos conceitos, valores e normas
socialmente construídos, por meio da experiência, da brincadeira e das interações. Fundamentalmente, compreende-se que a
atividade da criança é a fonte da sua aprendizagem e desenvolvimento e essa atividade envolve a:

Ação,
Manipulação, Como podemos propor
contextos de aprendizagens
Observação, e desenvolvimento para as
crianças com os campos de
Exploração,
experiências?
Investigação,
Descoberta ,
Escolha,
Tomada de decisão, Fonte: paralapracá

Negociação e...
... a expressão de seus sentimentos e valores.

Questionamentos como esse pairam na cabeça de muitos professores e professoras da Educação Infantil na
ressignificação da prática pedagógica. Afinal, quais vivências podem ser significativas às crianças?
Vamos ampliar essas reflexões nas páginas seguintes.
19
A Organização do
Trabalho Pedagógico
Os Caminhos da Ressignificação da Prática

Todas as crianças possuem modos diferenciados, face aos adultos, de


interpretação do mundo e de simbolização do real. São esses modos que
constituem as “culturas da infância”. (SARMENTO, 2005).

20
O Trabalho Docente para a Primeira Infância

O trabalho docente para a primeira infância é de vida das crianças que, nesse período, descobrem o mundo
suma importância para o desenvolvimento integral da à sua volta e desenvolvem a curiosidade que lhes é
criança pois constitui uma etapa fundamental para o intrínseca, despertando os seus potenciais investigativos,
desenvolvimento dos seres humanos nos diversos aspectos: questionando sempre o porquê das coisas e apreendendo
socioemocionais, cognitivos e físicos. o mundo por meio das interações e brincadeira.
A primeira infância compreende a fase do o aos 6 Assim, o professor dessa etapa tem o
anos e é um período crucial no qual ocorre o compromisso de ampliar o universo de conhecimentos,
desenvolvimento de estruturas e circuitos cerebrais, bem saberes, experiências e potencialidades das crianças e
como a aquisição de capacidades fundamentais que bebês, com olhares para ações mediadoras no campo da
permitirão o aprimoramento de habilidades futuras mais criatividade, socialização, criticidade e expressividade
complexas. Crianças com desenvolvimento integral saudável humana.
durante os primeiros anos de vida têm maior facilidade de se É imprescindível que as ações do professor da
adaptarem a diferentes ambientes e de adquirirem novos primeira infância estejam fundamentadas nas
conhecimentos, contribuindo para que, posteriormente, intencionalidades educativas e sejam coerentes com as
obtenham um bom desempenho escolar, alcancem realização necessidades e interesses das crianças, explicitando no
pessoal, vocacional e econômica e se tornem cidadãos planejamento um olhar reflexivo para a criança como
responsáveis. centro do planejamento didático.
Dessa forma, a docência para a primeira infância é
fator de preponderante atenção, carrega em si uma grande
responsabilidade, podendo impactar de diversas maneiras na

21
SÃO TAREFAS DO COTIDIANO: a entrada e o
acolhimento das crianças na instituição; as ações voltadas à higiene e
ao autocuidado (lavar as mãos, ir ao banheiro, escovar os dentes,
banho, troca e, no caso dos bebês, ajudar a arrumar as coisas); ao
A tarefa não é encontrar (e ensinar) bem-estar (sono, descanso); à alimentação (café da manhã, almoço,
uma série específica de regras, ou apresentar lanche) e a saída. Essas tarefas do cotidiano existem em maior ou
certas proposições organizadas em fórmulas menor grau, de acordo com a idade das crianças, do período de
que podem ser facilmente aprendidas, ou permanência da criança na escola, se parcial ou integral, e dos
mesmo ensinar um método que possa ser acordos estabelecidos com os pais. As ações iniciadas pelas crianças,
replicado sem modificações. como definimos, são aquelas em que a criança determina o que, como,
A competência do educador é definida com o que, com quem brincar e por quanto tempo se engajar em
mais em termo de entendimentos do que de alguma ação de seu interesse, no limite estipulado para aquele
conhecimento puro. Isso indica familiaridade segmento de tempo.
com fatos críticos, de modo a permitir que As crianças pequenas possuem muitas ideias para colocar em
aqueles que têm essa familiaridade digam o prática. Quando são capazes de concretizar as suas intenções com
que é importante e levantem hipóteses em sucesso, desenvolvem o sentido de iniciativa e de empreendimento.
cada situação, isto é, o que tem utilidade para Todas as ações em pequenos e grandes grupos precisam ser
aquele que aprende em uma situação projetadas pelo(a) professor(a) de forma que as ações iniciadas pelo
particular (RINALDI, 2019). professor(a) representem um contraponto com as iniciadas pela
criança e possibilitem um equilíbrio de poder entre crianças e adultos,
enquanto as ações iniciadas pelas crianças caracterizam-se pelo seu
percurso de investigação, explorações, descobertas, começos e
recomeços nas aprendizagens e desenvolvimento. (PERCURSO
FORMATIVO).
22
Estratégias que os Professores podem Colocar em Ação para Apoiar as Aprendizagens
e Desenvolvimento das Crianças:

Desafiar: oferecer oportunidades para que as crianças Explicar: tornar ideias e pedidos claros para as
ampliem suas habilidades e ideias no contexto de crianças. Essa intervenção é útil quando as crianças
relações seguras. Os professores avaliam quando querem ou precisam entender um conceito ou ideia.
oferecem desafios e oportunidades que ampliam o
pensamento das crianças por meio de provocações e Identificar: chamar a atenção das crianças para
reflexões. novas ideias e temas. Apontar coisas interessantes
que podem gerar áreas para exploração e
Colaborar: permitir que as crianças assumam a investigação.
liderança em uma investigação ou ideia ao trabalhar ao
Imaginar: criar um ambiente onde as crianças são
lado delas ao invés de dominar a direção da experiência.
encorajadas a usar a imaginação e criatividade para
A colaboração também pode incluir o envolvimento de
investigar, criar hipóteses e expressar-se. Projetar
outras pessoas, como membros da família e da
contextos de aprendizagens nos quais as crianças
comunidade, com a intenção de que tragam
têm oportunidades e liberdade para se envolver em
conhecimentos específicos ou informações importantes
experiências sem expectativas definidas de
para a aprendizagem.
resultados e nos quais possam explorar suas próprias
possibilidades.
Instruir: uso de abordagens que envolvam as crianças e
sejam respeitosas com suas ideias. Os professores
Encorajar: apoiar a criança por meio de comentários
usam instrução direta quando outras estratégias podem
que as motivem e as encoragem a persistir,
não ser apropriadas. Por exemplo, cuidados com a rua
particularmente quando elas estão fazendo um
em uma situação de saída coletiva pelo bairro.
esforço maior para realizar a ação.
23
Escutar: incentivar as crianças a liderar conversas,
participando com uma escuta atenta e reflexiva sobre o
que elas estão dizendo. Ao responder ativamente às
contribuições das crianças, os professores criam
oportunidades para trocas autênticas e sustentadas.

Atuar como modelo: demonstrar uma habilidade ou como


uma tarefa é feita. A modelagem deve sempre ser
Questionar: envolver as crianças de forma sensível em
trabalhada na perspectiva de apoiar e garantir às crianças
propostas de resolução de problemas. As questões
a oportunidade para praticar suas próprias habilidades.
devem ser genuínas e respeitosas e não simples
perguntas usadas para obter respostas conhecidas
Negociar: permitir que as crianças tenham problemas para
pelos professores. Os professores devem incentivar as
resolver abordando questões complexas. Professores
crianças a fazerem perguntas a si mesmas e aos seus
fornecem “andaimes” para permitir que as crianças
pares.
percebam os múltiplos lados de um argumento ou problema
e precisam incentivar as crianças a encontrarem soluções
Pesquisar: trabalhar com crianças para descobrir e
razoáveis que permitam considerar suas próprias
investigar. Isso pode envolver perguntar aos outros,
perspectivas e a dos outros.
usar a internet, a biblioteca local e fazer uso de
diferentes fontes de pesquisa. Promover situações em
Garantir e valorizar: oferecer oportunidades para que as
que as crianças aprendem sobre as várias maneiras de
crianças façam escolhas, apoiando-as e encorajando-as
encontrar informações e soluções.
no desenvolvimento de sua autonomia e independência.
Isso envolve o reconhecimento das consequências de suas
ações.
24
Revisitar e revisar: aproveitar a oportunidade para revisar
experiências e pensar sobre elas, refletindo e
desenvolvendo a aprendizagem prévia.

Andaimes: utilizar o conhecimento que as crianças já


possuem. Os professores podem organizar os desafios em
etapas, fornecendo às crianças um contexto de apoio para
dar os próximos passos ou avançar para um nível mais alto
de pensamento.

Fazer conexões: ajudar as crianças a identificarem


relações ou incongruências, à medida que os professores Fonte: EMEIF D. Tancredo de Almeida Neves - Porto Velho

contribuem para o pensamento infantil, comparando


experiências e ideias contrastantes. (PERCURSO FORMATIVO).

25
A Organização do Trabalho
Pedagógico

Atividades Permanentes

26
A atividade permanente ocorre com certa regularidade podendo ser diária, semanal ou quinzenal. Tem como
objetivo oportunizar experiências de aprendizagens significativas às crianças, propiciar a construção de atitudes, o
desenvolvimento de hábitos, o desenvolvimento da autonomia, investigações e a exploração de diversos materiais que
serão contemplados na organização do tempo e do espaço, tanto os internos (sala referência) quanto os externos
(RCRO, 2018).

Possibilidades de Atividades Permanentes:

❏ Vivências no parque; ❏ Oficinas de percurso (arte);


❏ Higienização; ❏ Oficina de montagem;
❏ Interferência gráfica; ❏ Alimentação;
❏ Desenho por observação; ❏ Roda de leitura;
❏ Percurso de desenvolvimento gráfico do ❏ Roda de conversa;
desenho; ❏ Roda de histórias - conto e
❏ Nomes próprios; reconto;
❏ Chamada; ❏ Roda de cantigas;
❏ Calendário; ❏ Experiências com modelagem;
❏ Banho de mangueira; ❏ Jogos simbólicos;
❏ Vivências com arte; ❏ Jogos;
❏ Circuitos; ❏ Entre outras.
❏ Registros;
27
A Organização do Trabalho
Pedagógico

A Criança e a Investigação

28
Projetando na Educação Infantil
Então, como é projetar investigações com crianças?
Saber sobre projetar boas propostas
É compreender que os conhecimentos não são únicos,
pedagógicas ajudará os professores e professoras a
são plurais e não obedecem uma hierarquia;
olhar os projetos como uma ferramenta que possibilita
Transcender os currículos prescritivos, no qual
a participação das crianças, abrindo espaço para que
desconsidera as histórias pessoais das crianças, suas formas
hipóteses, descobertas, investigações e
de constituir aprendizagem e desenvolvimento;
conhecimentos sejam produzidos numa parceria entre
Trabalhar com a ideia do imprevisível, ou seja,
adultos e crianças.
compreender que os temas dos projetos investigativos serão
O ato de projetar contribuirá para refletir que
construídos e determinados pelos tempos, espaços e sujeitos
planejar, na perspectiva da investigação das crianças,
em questão.
diferencia-se das demais formas de trabalho.
Como surgem as investigações?
De repertórios ofertados para as crianças: espaços
Considerando que as crianças estão sempre
interativos e de criação de enredos, materiais desafiadores e
investigando o mundo a sua volta, perguntando,
diversificados, informações diversas; da interpretação do
explorando, construindo, levantando hipóteses,
professor de situações do cotidiano; das diversas
experimentando… muitas inquietações surgem nas
manifestações das crianças.
cabeças dos professores e professoras sobre como
projetar boas vivências com elas.
Uma boa investigação deve ter clara uma boa pergunta
Logo, algumas questões devem ser compreendidas... O questionamento base da investigação deve partir de
uma situação problema originada na realidade do grupo, isto é,
emerge de uma situação que envolva uma criança, um grupo, a

______________________________________
professora, os pais ou a comunidade e mantém uma
Fonte: Horn e Fochi, 2012. perspectiva de trabalho globalizado, ou seja, intercampos. 29
Projetando as investigações
Para projetar as investigações é preciso aprender a planejar. As crianças aos poucos vão aprendendo a manejar as
diferentes variáveis que envolvem uma projeção de aprendizagem como onde podemos encontrar certas informações, como
podemos registrar, como podemos aplicar um conhecimento novo, que os conhecimentos são provisórios e que as vias de
informação são muitas.

O fio condutor, a projeção


É importante pesquisar em diferentes fontes, buscar informações distintas para problematizar junto com as crianças
e organizar as informações junto com as crianças de modo que as mesmas possam ter autonomia para interferir. É
importante compreender que o trabalho com projetos investigativos não é linear, portanto, é possível que durante a
investigação inicial, novos caminhos de investigações sejam iniciados com a finalidade de busca de mais respostas.

Durante as investigações
Neste momento é preciso registrar de diferentes formas os percursos desenvolvidos pelas crianças: fotos,
amostragem das produções das crianças, anotações de falas, anotações de observações realizadas, folders, objetos...
Novas perguntas, novos caminhos e retorno à pergunta inicial. Trabalhar com projetos investigativos não é um caminho
reto, é ziguezaguear.

A projeção da intenção investigativa

Uma vez que são observados, refletidos e registrados os interesses de investigação da


criança ou provocações dos professores, devem ser organizados em um instrumento para dar
visibilidades aos caminhos da investigação e aos desdobramentos que acontecerão de forma que as
crianças busquem respostas às suas perguntas e às novas perguntas que podem surgir e que serão
acrescentadas ao percurso investigativo. Fonte: Livro Conexões
________________________________________
Fonte: Horn e Fochi, 2012 30
Projeção Semanal e Intenção Investigativa
Pensando na ressignificação das práticas educativas destinadas às crianças da Educação Infantil, tendo-as como centro
do planejamento pedagógico, não há como continuar a redação deste caderno de orientações pedagógicas sem abordar o
planejamento docente na perspectiva de garantir os direitos de aprendizagem e desenvolvimento.
Apresenta-se a seguir uma estrutura de planejamento semanal que intenciona favorecer aos docentes a organização de
projeções de vivências e experiências conectadas aos campos de experiências de forma articulada com os direitos de
aprendizagem e desenvolvimento. Assim, ao se planejar o grande contexto, deve-se conhecer bem as ementas dos campos de
experiências e pensar coletivamente e individualmente como se irá oportunizar a garantia dos direitos de aprendizagem e
desenvolvimento. Provocações são necessárias e podem favorecer boas reflexões acerca das intencionalidades educativas, por
exemplo:
Como posso fazer para garantir o direito das crianças de brincarem?
Como posso garantir o direito das crianças de conviverem?
Como posso fazer para garantir o direito das crianças de participarem?
Como posso fazer para garantir o direito das crianças de explorarem?
Como posso fazer para garantir o direito das crianças de conhecerem-se?
Como posso fazer para garantir o direito das crianças de expressarem-se?
Você deve estar pensando: “que repetitivo!” Mas essa atividade, por mais que a primeira vista seja repetitiva, é um
exercício fundamental, complexo e diferente entre cada pergunta, pois cada uma delas leva a um pensamento reflexivo para boas
propostas de planejamento de vivências cotidianas para as crianças.
Assim,, ressaltamos que as práticas na educação infantil, neste contexto de implementação do RCRO, se darão de forma
bem distinta do que era desenvolvido até aqui, o que torna indispensável a ressignificação e mudanças na forma de planejar. Por
muito tempo os objetivos foram tratados de uma forma que correspondia a atividade. Agora, objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento compreendem uma nova organização que não corresponde exatamente a uma atividade, mas a um planejamento
que se fundamenta nos campos de experiências e nos direitos de aprendizagem e desenvolvimento que irão oportunizar objetivos
31
de aprendizagem e desenvolvimento, o que pode causar estranhamento e desequilíbrio de professores e professoras ao
planejar.
O planejamento aqui é compreendido como instrumento que acolhe a nova organização curricular da educação
infantil para propor contextos de aprendizagens e desenvolvimento que respeitem as crianças e valorizem a infância no
contexto escolar. A projeção semanal deve considerar todos os direitos dos bebês e crianças nas propostas de
intencionalidades educativas, propondo experiências significativas, observando o sentido de continuidade e a relação que
acontece entre os momentos vividos e entre os sujeitos no espaço da instituição, na perspectiva dos intercampos.
O planejamento se constitui em dois instrumentos, sendo: projetando o grande contexto e intenção investigativa.
Os dois instrumentos abrem espaço para a avaliação, tornando-se também organizadores de avaliação e documentação.
Quando falamos de grande contexto, nos referimos a uma organização de espaços, materiais e tempos dentro da
instituição de ensino. Dentro deste instrumento há espaço para as intencionalidades educativas de vivências cotidianas
das crianças e para as ações atreladas às intenções investigativas.
A intenção investigativa é o instrumento inspirado no Observatório da Cultura Infantil (OBECI) e que se
constitui a partir da observação e escuta dos professores e professoras sobre os interesses e necessidades das crianças.
A investigação pode partir de uma problemática do grupo de crianças, da vida cotidiana ou provocação dos docentes. Vale
ressaltar que as crianças devem ser sempre convidadas e oportunizadas a protagonizar durante as investigações, o que
exige conhecimento minucioso do grupo de criança e faixa etária com a qual trabalha. Os caminhos investigativos vão se
desdobrando no decorrer da investigação a partir das descobertas e curiosidades dos protagonistas. Desta forma, torna-
se necessário pensar em estratégias de como organizar espaços e materiais para que as crianças possam investigar, bem
como a organização de suas descobertas e registros.
Com estes instrumentos pretende-se que os docentes encontrem uma forma prática de projetar intencionalidades
educativas para bebês e crianças, considerando não apenas a mudança de uma estrutura de planejamento pedagógico ou a
mudança de termos, mas a mudança da concepção sobre o ensino na Educação Infantil.

32
Planejamento do Grande Contexto Semanal
Grupo Etário: crianças de _______ anos
Projetando o grande contexto das vivências com direitos de aprendizagem e desenvolvimento: conviver, explorar, brincar,
expressar, participar e conhecer-se
Arranjos coletivos (interação com faixas etárias diferentes: qual espaço, materiais e Quais os potenciais de
tempo?). aprendizagem e
desenvolvimento?

Tempo e espaço para alimentar-se e higienizar-se:

Quais ou qual
O que será observado e objetivo de
Dia da semana Intencionalidades educativas de vivências
registrado? aprendizagem e
Tempo de cotidianas em contextos de aprendizagem e
Perguntas guias de desenvolvimento a
Duração desenvolvimento
observação ser observado e
registrado?

Segunda-feira

Terça-feira

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feira

33
Projetando o grande contexto das Trata-se do planejamento, ou seja, o guia das intencionalidades
vivências com direitos de aprendizagem e
educativas pensado no contexto escolar e suas pequenas transições
desenvolvimento: conviver, explorar,
brincar, expressar, participar e (refeitório, banheiros, parques, espaço externo, entre outros) que as
conhecer-se.
crianças fazem durante a jornada diária na instituição, considerando sua
organização a partir dos campos de experiências e direitos de
aprendizagem e desenvolvimento.

Arranjos coletivos (interação com faixas Os arranjos coletivos são a projeção de momentos em que crianças
etárias diferentes: qual espaço, materiais
de grupos etários e/ou turmas diferentes irão interagir nos mesmos
e tempo?).
espaços organizados intencionalmente com diversidade de materiais.
Geralmente esses arranjos ocorrem em curto período de tempo, em torno
de 1h de duração, podendo ocorrer semanalmente, a critério da instituição.

Os potenciais de aprendizagem e desenvolvimento referem-se ao


Quais os potenciais de aprendizagem e
que as crianças poderão vivenciar com maior potencialidade e que
desenvolvimento?
dependem dos espaços e materiais que os professores e professoras irão
organizar. Por exemplo, os espaços organizados poderão potencializar a
sensibilidade estética e propiciar as muitas sensações? Irão favorecer a
cooperação, respeito, criatividade, imaginação, ampliação motora, resolução
de problemas ou de conflitos, emoções e apreciação?

O tempo e espaço para alimentar-se e higienizar-se também


Tempo e espaço para alimentar-se e deverão ser organizados e planejados pelos professores, professoras e
higienizar-se.
demais integrantes da equipe escolar. Assim, pode-se registrar o horário e
o espaço para essas ações, bem como a forma em que elas irão ocorrer.
34
Dia da semana e tempo de duração Refere-se a cada dia da semana em que as vivências ocorrerão e o
da vivência. tempo de duração de cada vivência.

É o espaço de registrar as intencionalidades educativas, onde o


professor registra o quê e o como da ação, dialogando com sua própria
Intencionalidades educativas de prática para detalhar as vivências projetadas para as crianças aprenderem
vivências cotidianas com contextos de
aprendizagem e desenvolvimento e se desenvolverem.
Exemplo de intencionalidade educativa: experiências com arte plástica,
experiências sensoriais, momento de alimentar-se, roda de história, entre
outros.

O professor irá registrar o que vai observar e que recurso irá


utilizar para tanto.
Perguntas guias: são perguntas que os docentes irão fazer para si
mesmos, elas irão guiá-los em suas observações, registros e intervenções
O que será observado e registrado?
Perguntas guias de observação. diárias nos contextos de aprendizagem e desenvolvimento.
Exemplos de perguntas guias: “Como as crianças irão reagir à nova
descoberta? Como irão explorar os materiais no espaço? Como irão
explorar e interagir?”

São os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que poderão


Quais ou qual objetivo de aprendizagem e ser constituídos pela criança na experiência vivida. A intencionalidade
desenvolvimento a ser observado e docente sempre estará alinhada a objetivos de aprendIzagem e
registrado?
desenvolvimento, conforme o RCRO.
35
Intenção investigativa

Contexto observado e Perguntas generativas das Zona Perguntas generativas da (o)


refletido crianças conceitual/investigação professora (o)
(Fato e reflexão) (perguntas que geram os ( campos de experiências) (perguntas que geram a
desdobramento\sessões observação, escuta e
registros)
investigativas)

Desdobramentos\sessões da intenção investigativa (continuidade das investigações)


Desdobramentos da Qual organização do espaço e Objetivos de O quê e como será
intenção investigativa materiais? aprendizagem e observado e
Qual organização de grupo e tempo? desenvolvimento registrado?
(se for por pequenos grupos, o que as Perguntas guias de
demais crianças irão fazer?) observação

1º Desdobramento\sessão

2º Desdobramento\sessão

3º Desdobramento\sessão

… assim por diante...

36
É o relato das observações do contexto, ou seja, de situações que
Contexto observado e refletido
(Fato e reflexão). provocaram o início da investigação (interesses das crianças ou uma proposta
feita pelo docente). Deve ficar claro que a investigação é proposta às crianças
pelo professor ou professora a partir da observação.

Perguntas generativas das crianças Aqui descrevemos as perguntas que as crianças fizeram na roda de

(perguntas que geram). conversa que deram origem ao assunto a ser investigado. São essas perguntas
que irão orientar a organização dos desdobramentos.

Zona conceitual/investigação São os campos de experiências que irão se entrelaçar na investigação.


(campos de experiências). Assim, a partir da leitura das ementas de cada campo de experiência os
docentes poderão propor a organização do desdobramento para que as
crianças possam fazer suas investigações.

São perguntas que a professor(a) irão fazer para si com relação às


aprendizagens e desenvolvimento das crianças que poderão ocorrer durante a
Perguntas generativas do(a) investigação. Essas perguntas irão guiar o olhar observador e a escuta para a
professor(a) (perguntas que geram a
observação, escuta e registros). documentação pedagógica durante todo o caminho que as crianças irão
percorrer na investigação (intencionalmente proposto pelo docente).
Poderemos observar adiante algumas possibilidades dessas perguntas (p.39).

37
É a descrição de como iremos organizar a proposta de forma que as
Desdobramentos/sessões da crianças possam investigar. Observemos o exemplo a seguir de um
intenção investigativa.
desdobramento/sessão de investigação do corpo humano:
“Será feita uma roda de conversa sobre o que as crianças acham que tem
dentro do nosso corpo. Faremos uma lista e deixaremos fixada na parede, serei a
escriba das crianças.”

Aqui descreveremos em qual espaço acontecerá o desdobramento,


quais materiais serão organizados e disponibilizados, se as crianças irão
Qual organização do espaço e investigar em pequenos grupos ou não e a estimativa de duração de tempo.
materiais?
Quando os materiais são pensados para trabalharmos com pequenos
Qual organização de grupo e tempo?
(Se for por pequenos grupos, o que as grupos, devemos propor outras situações para as crianças que não estarão
demais crianças irão fazer?). na investigação. Todas as crianças devem participar da investigação, que
pode ser no mesmo dia ou em outro. Observemos o exemplo a seguir de um
desdobramento de investigação do corpo humano:
“Será realizado com todas as crianças, durante 30 a 40 minutos.
Será feito na sala referência, utilizando: cartolina e pincel permanente.”

38
Aqui elencamos os objetivos de aprendizagem e
Objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento. desenvolvimento que poderão ser construídos pelas crianças. Não
há necessidade de escrever os nomes dos campos de experiências,
pois eles já foram postos anteriormente, porém é importante a
escrita de cada objetivo, antecedido pelo código alfanumérico.

Aqui descrevemos o que queremos observar durante o


desdobramento e para isso descrevemos também as perguntas
O quê e como será observado e que irão orientar a observação e registros. Observemos o
registrado? exemplo a seguir de um desdobramento de investigação do corpo

Perguntas guias de observação. humano:


Serão ouvidas e registradas as respostas das crianças por
meio da escrita.
❏ O que as crianças conhecem sobre os órgão internos?
❏ A criança pensou para responder?
❏ Como respondem aos comentários que os colegas fazem?
❏ Irá discordar de algo que o colega falará?

39
Vamos Analisar como a Educadora Organizou o Interesse de Investigação das Crianças

Intenção investigativa - investigações do maternal “A” (crianças bem pequenas)


Contexto observado e refletido Perguntas Zona Perguntas generativas
(Fato e reflexão) generativas das conceitual/investigação da(o) professor(a)
crianças ( campos de experiências) (perguntas que geram a
(perguntas que geram observação, escuta e
desdobramentos) registros)

Animais que botam ovo. Coelhos botam ovos? O eu, o outro e o nós O que as crianças já sabem
Professora, coelho bota ovo? E dinossauro? Pato, cachorro, Corpo, gestos e sobre os animais que botam
O questionamento surgiu desde a época da dinossauro, borboleta movimento ovo?
Páscoa quando uma criança nos disse na roda da e cavalo botam ovos?
conversa que o coelho botou ovos de chocolate e Escuta, fala, pensamento Como as crianças
levou na casa dele. Conversamos sobre esta Quais são os animais e imaginação investigam?
questão naquele dia, mas de vez em quando me que botam ovos?
perguntavam ou falava que tal animal botava ovo. Traços, sons , cores e As crianças identificam
Foi então que surgiu a idéia de fazer este formas possíveis fontes de
projeto. Fizemos uma roda da conversa e informação?
perguntei pra cada criança qual animal que elas Espaços, tempos,
queriam saber se botava ovo. No primeiro quantidades, relações e Quais palavras as crianças
momento iriam expor somente os que botavam transformações acrescentarão no seu
ovos, mas percebi que não seria tão desafiador vocabulário?
quanto ao que eles escolheriam, propiciando
assim a construção de novos conhecimentos. O
desenvolvimento das crianças na Educação
Infantil depende das oportunidades de
aprendizagem oferecidas pelo mundo que as
cerca e, pensando nisso, o intuito deste projeto é
proporcionar experiências que sejam
significativas para as crianças a fim de propiciar
o conhecimento de diferenças e semelhanças
entre os animais. 40
Os Caminhos Percorridos (desdobramentos da Intenção investigativa)

Que animais investigar - a lista

A professora e as crianças iniciaram a investigação registrando uma lista de


animais que seriam pesquisados.

Compartilhar o projeto com a família

Diante da proposta de continuidade da investigação e envolvimento da família,


a professora propôs que as crianças levassem um comunicado aos pais, a fim de pedir a
participação da família no projeto. Dias depois, trouxeram as pesquisas realizadas para
a sala referência e compartilharam com o grupo suas descobertas.

Visita ao espaço EQUUS

As crianças visitaram um espaço de equoterapia


próximo à comunidade do CMEI que possuía alguns animais
como cavalos, patos, galinhas, dentre outros, que registraram
na lista. Observaram de perto os animais em seus espaços
naturais, validaram suas hipóteses e pesquisas e conversaram
com as pessoas que trabalhavam no local, aprendendo mais
sobre os animais.

Registrando a visita ao espaço EQUUS

Ao voltar da visita a professora propôs às crianças que registrassem


suas descobertas e o que mais lhes interessou no espaço visitado.
41
Intenção Investigativa - Os Caminhos (investigações do maternal “A” - crianças bem pequenas)

Um espaço para organizar as descobertas

Depois da pesquisa realizada e dos registros


feitos, a professora e as crianças organizaram uma
mostra dos resultados da pesquisa para a comunidade.
Na organização, evidenciaram o percurso
realizado pelas crianças e as investigações e
descobertas realizadas.

Essa investigação foi feita pelo grupo de crianças do maternal “A” (crianças
bem pequenas) da professora Simone Brasil, no CMEI Profª. Mirian Trajano Lopes,
no município de Ji-paraná/RO, no ano de 2019.
42
Ampliando Conhecimentos Sobre os
Processos Investigativos das
Crianças

43
44
45
46
47
Os dois últimos textos (Fio 19 e fio 16)
apresentam a experiência de uma escola da
Argentina, retirados do livro “Os fios da infância,
2018” das autoras: Ángeles Bardanca Abelheira.
Isabel Bardanca Abelheira.

48
Organização do Trabalho
Pedagógico

Avaliação
Os Caminhos da Documentação Pedagógica na
Educação Infantil

49
Documentando a Trajetória das Crianças nas suas Hipóteses,
Interações, Brincadeiras, Investigações e Descobertas
Estamos em processo de ressignificação da Garantir escutar e ser escutado é uma das funções
avaliação na Educação Infantil no estado de Rondônia. mais primordiais da documentação (produzir
Porém, ainda temos um longo caminho a percorrer até que traços/documentos que testemunhem e tornem visíveis os
efetivemos práticas de avaliação da aprendizagem e modos de aprendizado dos indivíduos e do grupo), assim
desenvolvimento das crianças como preconiza a Lei de como a segurança de que o grupo e cada criança,
Diretrizes e Bases para a Educação Básica (LDB) para individualmente, tenha a possibilidade de observar a si
esta etapa de ensino. mesmo, de um ponto de vista externo, enquanto estão
Mas como fazer uma avaliação com crianças aprendendo (tanto durante quanto após o processo)
pequenas? Esse questionamento ronda os pensamentos de (RINALDI, p.129 e 130, 2019).
muitos educadores rondonienses e não se tem uma receita
a se seguir, somente uma uma Lei e várias orientações. O
importante é a decisão de iniciarmos o processo de
implementação da avaliação de forma que garanta todos Um dos grandes valores atribuídos à documentação
os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, as pedagógica é sua capacidade de tirar as práticas
interações e brincadeira e o protagonismo infantil. pedagógicas do anonimato, tornando-as visíveis. Permite,
A documentação pedagógica permite, mesmo que assim, colocar em diálogo culturas e identidades: a cultura
parcialmente, a visibilidade do percurso de aprendizagem e da criança e a cultura do adulto, a identidade da criança e a
desenvolvimento, assim como torna visível o trabalho de identidade do educador (FORMOSINHO e PASCAl,
mediação dos educadores nas construções, descobertas, p. 50 e 51, 2019).
investigações, questionamentos, argumentações e os
sentimentos da criança. Reflitamos as palavras de Rinaldi,
Formosinho e Pascal.
50
[...] Pode-se dizer, inclusive, que a
documentação pedagógica abre toda uma nova
paisagem da infância. Quando os professores
cruzam esse novo território, eles assumem um tipo
de desenvolvimento profissional [...] até pela ideia
de que o professor e a criança podem ser ambos
vistos como aprendiz e pesquisador (EDWARDS,
GANDINI E FORMAN, 2016, p. 231).

Fonte: Gandini e Edwards (2002, p. 162).

Fonte: Conexões: A poética das crianças de 0 a 3 anos e a Arte Contemporânea

51
As Finalidades e Sentidos da Documentação Pedagógica:
★ Tornar visível (embora de maneira parcial e, assim,
“partidária”) a natureza dos processos de aprendizado,
as estratégias utilizadas por cada criança e transformar
os processos subjetivos e intersubjetivos em patrimônio
comum.

★ Possibilita a leitura, a revisitação e a avaliação, no


tempo e no espaço, de forma que essas ações se
tornem parte integrante do processo de construção do
conhecimento.

★ Proporciona que os educadores e, acima de tudo, as


próprias crianças, possam refletir sobre a natureza do
processo de aprendizagem enquanto estão aprendendo,
isto é, enquanto estão construindo o conhecimento.
Não uma documentação de produtos, mas de processos
e trilhas mentais.

★ torna a flexão, avaliação e autoavaliação partes


integrantes do processo de construção do saber da Fonte: CMEI Arikem - Ariquemes RO

criança.

A seguir, analisaremos algumas documentações pedagógicas para inspirar.


52
53
A narrativa é o caminho
para criar significado.
(Formosinho e Pascal, 2019).

Retirado do livro: Tornando visível a aprendizagem - crianças que aprendem individualmente e em grupo - Project Zero Reggio Children (2014)
54
Construtividades

Paralelamente à pesquisa com cilindros, as crianças puderam explorar também a argila. Primeiro com as mãos,
aproveitando a materialidade do insumo e tudo o que pudesse oferecer. Depois, também com tampinhas plásticas, já
velhas conhecidas do grupo, de forma a estimular uma pesquisa mais cuidadosa. Construiriam algo também nesse
suporte? O encantamento inicial com o novo material foi dando lugar a uma pesquisa brincante, simbólica e objetiva que
trouxe novamente elementos preferenciais: construções, jogos simbólicos e carros.

Maya, 2 anos e 3 meses, pega um pequeno pedaço de argila. Usando as pontas de seus dedos, explora a textura,
espalhando a argila pelo papel.

Depois, junta novamente utilizando a ponta dos dedos para raspá-la.

Os dedos são ferramenta dessa exploração.

55
Ravi, 3 anos e 1 mês, aproveitou que nesse momento
as outras crianças deixaram de utilizar a argila, e está
modelando com o bloco quase inteiro. Ele usa as três partes
e as empilha.

Descreve essa forma, ainda pensando no que vai


fazer, como:

“Ou será uma pedra de argila ou será um vulcão de argila


com uma pedra em cima.” (RAVI).

Ele continua a explorar e passa a fazer o rosto do


Pinóquio, utilizando pequenos pedaços de argila para criar os
elementos do rosto do personagem.

Lucas, 3 anos, além de modelar blocos e pães,


explora argila em muitos aspectos, arranca-a utilizando
as duas mãos inteiras e a analisa somente com os dedos,
amassa-a com o cotovelo e aproxima o rosto para
cheirar, esclarecendo:

“Não tem nenhum Cheiro...” (LUCAS).

56
A exploração de Gustavo, 3 anos e 5 meses, se
transforma aos poucos. Ele passa a se esforçar para
retirar a maior quantidade possível de argila, utilizando
as duas mãos e tanta força quanto pode.
Sua expressão facial evidencia o esforço e a
entrega.

A exploração não foi somente individual.


Juntas, as crianças têm mais argila à disposição para
construir o que desejam, podendo arquitetar obras
maiores.

Nesse momento, Samuel, 3 anos e seis meses,


começa construindo uma praia e logo todos se juntam
auxiliando-o.

Samuel está pegando a argila e abrindo na


mesa:

“ Eu tô fazendo a praia. Só a Areia. Não sei fazer o


mar.” (SAMUEL).

57
As crianças foram convidadas a criar a escultura que
desejassem. Tinham disponíveis materiais que já lhes eram
familiares: argila e tampinhas.

Antes de Iniciar anteciparam o que criariam. Muitas


vezes, ao se depararem com uma folha branca ou uma argila
crua, as crianças ficam perdidas diante das inúmeras
possibilidades.

Quando definem previamente o que desejam fazer,


escolhem, dentro do que lhes agrada, aquilo que vão trabalhar.
Para tal, utilizam seus conhecimentos prévios: podem escolher
fazer o que já sabem ou se desafiar a fazer algo novo.

Rafael, 2 anos e 9 meses, opta por fazer uma moto.


Encaixa as quatro rodas nas laterais, porém, não fica satisfeito
com o resultado e utiliza mais tampinhas, contando que “seu
carro tem mais pneus.”

Enzo, 3 anos e 4 meses, decide por fazer um castelo.


Utiliza a argila como forma de unir as tampinhas e também
como decoração.

58
Maya explora a argila com a ponta dos dedos,
manuseando-a até formar uma bola e observa seu feito. Maya,
que costuma mamar, finaliza sua obra dizendo: “É um mamá! Igual
mamãe!” (MAYA).

Isadora, 3 anos e 4 meses, decidiu fazer uma bicicleta igual a que seu pai
usa para trazê-la até a escola. Ela junta duas tampinhas para serem as rodas,
narrando:
“Vou fazer a roda e depois a cadeirinha minha”.
(ISADORA).
Para essa, ela coloca uma tampinha em cima e continua:
“E depois, aqui na frente, vou fazer o banco do papai, que chama selim”
(ISADORA)
Posiciona mais uma tampinha utilizando a argila como cola. Quando
perguntamos se fará alguém na bicicleta, explica:
“Não tem Pessoas em cima. É só uma obra de arte”. (ISADORA)

Relembrando com orgulho da construção anterior. Samuel


faz uma outra praia com tampinhas. Dessa vez apenas uma minhoca
habita a obra.

59
Para que as esculturas ganhem vida, as crianças são convidadas a pintá-las. Dessa forma, revisitam suas obras e
continuam a brincadeira: o bolo ganha calda; o carro, cor e o castelo, vida.

“Essa bicicleta chama Meleca”.


(ISADORA)

“Esse é a torre do castelo Gus”

(ENZO)

“Praia.” (SAMUEL)

“É um mamá”. (Maya)

Retirado do livro: Arquiteturas fantásticas: ideias, teorias e narrativas de crianças de 2 e 3 anos\Ateliê Carambola Escola de Educação Infantil.
60
Sentimentos e Teorias
A seguir, um fragmento do processo documental da escola Ateliê Carambola em teorias preciosas sobre o
sentimento - que vira sujeito - e as metáforas das emoções, como “água velha”, para falar de lágrimas.
Para uma melhor compreensão, uma breve contextualização: este é um grupo no qual as relações são vividas entre si
com muita força e curiosidade, com identidade própria e emoções.

Observemos como a professora vai dando visibilidade às emoções, sentimentos e narrativas das crianças.

Pensando na continuidade da pesquisa de autorretrato, propusemos tirar fotos com expressões. Com as fotos
impressas, Matheus se interessa pelas imagens de Luísa e os dois iniciam uma conversa:
“Esse aqui é chorando. Esse aqui é careta, careta e feliz.”

61
Leslie: “O que você estava sentindo nessas duas fotos (caretas)?”

Matheus: “dor.”

Luisa: “É???? dor?”

Leslie: “Por que você fez essa cara?”

Luísa: “porque quando não tô com dor eu fico assim”, apontando


para a foto feliz…

Leslie: “O que muda no seu rosto quando você sente dor?”

Luisa: “Muda porque quando a gente tá chorando, a gente sente


um negócio que a gente não gosta de chorar.”

Leslie: “Como é esse negócio que você sente?”

Luísa: “Eu sinto que eu não gosto de chorar.”

Matheus: “E você tá chorando, por quê?”

Luisa: “Eu choro quando caio, machuco, sai


sangue.”

Matheus: “Ou quando alguém te empurra?”

Leslie: “E você Matheus, quando você chora?”

Matheus: “Eu? Quando eu caio, me machuco…”


62
Luisa: “O sentimento bebe água quando a criança bebe água.”

Leslie: “E onde fica o sentimento?”

Luísa: “Dentro daqui” - apontando para o pé.

Matheus escuta a teoria de Luísa e em tom de dúvida, diz:


“Do pé?????” E continua: “Aí a água cai pela barriga!”

Luísa e Matheus se interessam um pelo desenho do outro.


As narrativas de ambos se misturam e a conversa “nossos
sentimentos” corre solta.
Luiza pergunta ao Matheus o que a gente sente quando a
gente chora?
Matheus: “Dor e água. Quando a água tá velha, a gente
sente dor quando bebe essa água.”
Água velha.

Fonte: Blog da Carambola - Escola de Educação Infantil.


63
Os Registros
Os registros individuais e coletivos elaborados pelo docente, em diários de bordo, cadernos, etc., serão a base para a
reflexão, ressignificar, autoavaliar, como um repertório para organizar e construir toda a documentação pedagógica,
incluindo o Relatório Individual de Aprendizagem e Desenvolvimento. Analisemos os registros de Madalena Freire, que já
em 1981 apresentava boas práticas de registro.
As formas de registro devem ser práticas corrente da ação docente nas
instituições, possuindo como objeto as ações infantis e incidindo sobre todo o
contexto educativo, tendo como possibilidades desses registros fotografias,
vídeos, desenhos, fotos, relatórios, dentre outros, feitos tanto pelo docente,
quanto pelas crianças.
Registros individuais: o professor ou professora pode manter um
caderno no qual registre fatos relativos a cada uma das crianças,
individualmente, como aspectos da vida familiar; comentários que as crianças ou
os pais fazem sobre acontecimentos de casa; vivências da criança na instituição
(parceiros com os quais prefere brincar, desentendimentos, comentários que a
criança faz sobre temas que estejam sendo discutidos, hábitos, preferências),
entre outros aspectos que se julguem relevantes.
As crianças também avaliam suas experiências na instituição e expressam
essa avaliação através de múltiplas linguagens: dos gestos, da fala, do desenho,
da escrita e muitas outras formas. Quando os profissionais estão atentos a
essas linguagens, podem perceber como as crianças estão atribuindo sentido às
suas experiências dentro e fora da instituição e, assim, podem ajudá-las a se
conhecer e a estabelecer nexos entre as várias experiências que vivenciam.
(MICARELLO, 2010).
64
As Observações

A prática da observação deve ser companheira


constante de professores/professoras, mas que seja
sistemática, intencional e organizada, sob o olhar sensível
e reflexivo, “olhar de quem quer ver” (RCRO). A
observação, assim como toda a prática pedagógica, deve
ser projetada, pois se não soubermos o que queremos
observar, corremos grande risco de olhar para um todo,
porém, sem compreender os contextos de experiências
das crianças. A partir do momento que o(a) educador(a)
conhece a especificidade da faixa etária do seu grupo de
crianças, saberá suas perguntas guias de observação.
Essas perguntas, o profissional faz para si mesmo com
relação às proposições que fez de vivências e
experimentações para as crianças.

Observemos a expressão que a criança faz e reflita


sobre quantas estratégias devem ter passado por seus
pensamentos para colocar a peça sem derrubar as demais,
pois deve ter na sua mente a idealização da arquitetura que
Fonte: CMEI Primavera - Ji-Paraná/RO..
deseja construir.

65
As Escutas

A escuta pelos(as) educadores(as) na Educação Infantil é fundamental para proposições que consideram os
interesses e escolhas das crianças. Para ampliarmos nossos saberes sobre a escuta, seguem trechos citados por
Edwards, Gandini e Forman, 2016.:

Escutar não é fácil. Exige uma profunda A escuta precisa ser aberta e sensível à
consciência e suspensão dos nossos julgamentos e necessidade de ouvir e ser ouvido e à necessidade de
preconceitos, abertura à mudança. Exige que escutar com todos os sentidos, não só com os ouvidos.
valorizemos o desconhecido e superemos os
A escuta deve reconhecer as muitas linguagens,
sentimentos de vazio e precariedade quando nossas
os muitos símbolos e códigos que as pessoas usam para
certezas são questionadas.
se expressar e comunicar.
Escutar é base de qualquer relação. Por meio da
Escutar, demanda tempo. Quando você realmente
ação e da reflexão, a aprendizagem ganha forma na
escuta, você entra no diálogo e na reflexão interna, um
mente do sujeito e, por meio da representação e da
tempo interior que é composto do presente, mas também
troca, torna-se conhecimento e habilidade.
do passado e do futuro, e, portanto, está fora do tempo
A escuta produz perguntas e não respostas. cronológico. É um tempo cheio de silêncios.

A escuta deve ser aberta às diferenças,


reconhecendo o valor das interpretações e dos pontos
de vista dos outros.

66
O que Relatar das Aprendizagens Os relatórios de avaliação devem captar as diferentes
e Desenvolvimento? dimensões envolvidas nas experiências das crianças no grupo, ou seja,
eles devem trazer a integralidade das crianças enquanto seres
dotados de sentimentos, afetos, emoções, movimentos e cognição.
O que deve ficar evidente nos relatos: A referência para elaborá-los deve ser a própria criança e
não critérios previamente estabelecidos aos quais se espera que ela
❏ as conquistas das crianças;
corresponda. ( Hilda Micarello).
❏ as intervenções do professor;
❏ os caminhos percorridos para se chegar a
determinadas conquistas; Algumas sugestões sobre o que observar para relatar:
❏ o olhar e escuta atenta do professor.
❏ Como a criança e a família vivem o momento de chegada à
instituição?

❏ Como a criança reage à presença dos diferentes adultos que


interagem com ela?

❏ Como reage à presença de outras crianças e que reações


provoca nas outras crianças?

❏ Como reage à vivência organizada pelo professor;

❏ O que conversa com seus pares e com adultos;

❏ Que atitudes adota quando brinca sozinha ou com os


companheiros?

❏ Por quais temas e/ou objetos mais se interessa?

❏ Que tipo de relações estabelece com os elementos da natureza?


Para relatar é preciso realizar registros
diários de observação das crianças. ❏ Quais hipóteses levanta durante suas investigações e
interações? 67
Vamos refletir sobre como elaborar relatórios de avaliação a partir de alguns
registros desse tipo de documento, apresentados a seguir.

Relatório Individual de Aprendizagem e Desenvolvimento


Ariel foi matriculada nesta instituição depois de 2 meses do início do ano letivo. Quando chegou, demonstrou estar insegura no
ambiente, o que é muito natural. O período de adaptação foi bastante turbulento, pois o desapego com a mãe foi algo que ocorreu
paulatinamente e dependeu de muita atenção, muito colo, agrados e conversa para apoiá-la nesse momento tão delicado. Lentamente Ariel foi
se adaptando ao novo ambiente e a interação com outras crianças foi algo que aconteceu quase que naturalmente. Os momentos de
brincadeira com brinquedos auxiliaram bastante nesse processo, pois eles são instrumentos importantes de diálogo e interação entre as
crianças, claro que esses são também momentos, às vezes, conflituosos, pois as crianças ainda estão aprendendo a compartilhar, ainda estão
na fase do “é meu”. Contudo, foi-me possível criar algumas estratégias para que as crianças nesse primeiro semestre desenvolvessem e
aprendessem algumas atitudes pertinentes ao estar numa instituição educativa, porque tanto Ariel como as outras crianças da turma
estavam em processo de adaptação ao novo.
O desfralde é uma conquistas que as crianças obtêm naturalmente à medida que se conhecem e aprendem a controlar suas
necessidades fisiológicas. Ariel está nesse processo, que transcorre razoavelmente tranqüilo na instituição, ainda usa fralda, mas conhece os
espaços do sanitário, observa seus colegas que estão mais evoluídos nesse processo pedir para usar o sanitário, às vezes também pede
para utilizá-lo, mas ainda não está à vontade para fazer as necessidades nele pois as solicitações de uso ainda funcionam para
experimentação. Acredito que o desfralde será uma consequência natural de seu desenvolvimento.
Acompanhei Ariel para observar como ela reagia a cada momento da rotina na instituição, observei que ela teve um bom
desenvolvimento para alimentar-se, pois quando aqui chegou tinha certa dificuldade em alimentar-se sozinha, hoje Ariel possui considerável
autonomia para comer, consegue manipular os talheres e alimenta-se com maior autonomia, derrama menos os alimentos e experimenta
alimentos que antes recusava, comunica-se com outras crianças à mesa, coordenando bem os atos de comer e falar. Demonstra quando
gosta ou quando não gosta do alimento e manifesta gostar bastante de alimentos derivados de leite.
68
Nas situações de exploração de espaços, objetos e materiais, Ariel tem demonstrado bastante interesse, explora com grande
autonomia os ambientes organizados para brincar e todos os espaços da instituição. Possui criatividade considerável para organizar os
materiais e objetos para brincar com seus pares, gosta de compartilhar os brinquedos e aprecia a companhia de outras crianças para brincar.
No desenvolvimento da fala está se superando a cada dia. No início ouvia-se pouco a sua voz, mesmo nas situações de brincadeiras. Hoje ela
fala o nome de alguns brinquedos, observo que conhece alguns de seus colegas pelos nomes, sabendo pronunciá-los.
Nas experiências de cantar acompanha as músicas, canta alguns refrãos, tem preferências musicais e seu repertório vem se
ampliando. Tenta alguns movimentos corporais enquanto canta, sua expressão oral e corporal está em pleno desenvolvimento. Enfim, é
bastante visível o desenvolvimento de Ariel, ela é uma criança bastante curiosa, que gosta de explorar os objetos e materiais que compõem
os espaços organizados para as brincadeiras e interações, é uma criança interativa que dispõe de muita energia para brincar e participar de
todas as situações de aprendizagem e desenvolvimento que lhe são oportunizadas.

Ariel, 2 anos e 6 meses de idade.

69
Relatório Individual de Aprendizagem e Desenvolvimento
O presente relatório é um instrumento de avaliação que visa compartilhar o processo de desenvolvimento e aprendizagem da Amanda
durante o ano letivo, baseando-se nas observações e registros diários de suas vivências e experiências.
O processo de adaptação da Amanda à creche foi tranquilo No primeiro dia ao deixar a mão da mãe e me abraçar ela chorou. Ainda
abraçada eu disse que não precisava se preocupar, pois sua mãe logo a buscaria na hora da saída das crianças e que ela faria muitas amizades
e que viveria muitas experiências legais no CMEI, então logo se interessou em conhecer a sala e se enturmou com os colegas parando de
chorar.
No primeiro semestre Amanda apresentou desafios com relação a expressar os seus sentimentos. Assim, quando algo não era realizado
de acordo com suas expectativas ela chorava muito e não falava o que estava sentindo e/ou acontecendo. Percebendo a situação, intervi
realizando rodas de conversas onde falávamos sobre sentimentos e diálogo e promovemos a “semana dos sentimentos”, onde levei em uma folha
sulfite uma face de um boneco que não sabia se expressar e precisava da ajuda das crianças. Junto com a folha tinha uma caixa com olhos e
bocas que exprimiam diferentes sentimentos. Assim, a cada dia da semana elas deveriam dizer como ele estava se sentindo e colar as
expressões faciais que correspondessem à emoção, dizendo o porquê de ele estar se sentindo assim.
Aos poucos Amanda passou a também expressar os seus sentimentos e não mais ficar chorando sem dizer o porquê, iniciando o
segundo semestre compartilhando suas emoções e ainda incentivando as outras crianças a falarem quando algo não lhe agradava.
Outro desafio apresentado ainda no primeiro semestre foi com relação a aceitar alguns combinados como compartilhar os brinquedos
com as outras crianças, ou seguir combinados e regras, devido a mesma não expor seus sentimentos, ela se fechava e não queria voltar a
participar dos momentos propostos e, quando se tratava de jogos, ela sempre dava um jeitinho de fazer as suas próprias regras durante as
jogadas de forma que a favorecesse para não perder, mostrando sua criatividade em resolver conflitos, o que me levou a valorizar e promover
sua criatividade nas rodas de conversas incentivando o diálogo e provocando respostas a diversas situações propostas, valorizando e
promovendo o seu percurso criativo também nas experiências com as diferentes linguagens da arte. Mas, com relação às regras dos jogos, eu
precisei intervir conversando sobre o porquê elas existem e porque precisam ser seguidas, repassando as regras do jogo ela foi compreendendo
as dinâmicas dessas regras e a importância de serem cumpridas independente se estivermos ganhando ou perdendo, pois o importante era a
cooperação, o envolvimento e a diversão que aquela brincadeira e/ou jogo poderia proporcionar a quem estivesse participando.
70
Para o encerramento do primeiro semestre foi realizado uma festa para a comunidade com apresentações das turmas sobre o
projeto Profissões que as crianças estavam trabalhando e fizemos uma apresentação de uma paródia da cantiga “Passa, Passa gavião” onde
cantaram e ritmaram usando os instrumentos da bandinha. Para tanto, cada criança deveria ir caracterizada de uma das profissões que mais
gostaram de pesquisar durante o projeto. Amanda disse: “prô, eu vou ir de cozinheira que é o que eu mais gosto de brincar na escola e vou
cantar bem alto para todo mundo me escutar e bater o tambor ainda mais altão, desse tamanho (fazendo movimentos para cima com as
mãos) porque eu também gosto muito de música.”
Ainda com relação ao primeiro semestre os seus desenhos eram garatujas e ao longo das atividades propostas ela foi avançando nas
representações gráficas, criando formas e explorando mais as cores, fato esse que foi observado pela própria criança ao olhar o livro de
registros de interferência gráfica que trabalhamos em sala, onde as atividades foram sendo grampeadas juntas formando um “livro” e foi
entregue a criança agora no segundo semestre. Amanda ao folhear o seu disse: “nossa prô, eu desenhava igual uma bebê agora eu sou uma
artista eu faço meus desenhos tão bonitinhos” – Amanda, 4 anos e 11 meses.
Ela conquistou muita autonomia no segundo semestre indo ao banheiro sem precisar de auxílio na higienização e/ou se vestir, dirige-
se ao bebedouro de sala sozinha, pegando água e bebendo na quantidade desejada, lembrando sempre de lavar as mãos antes do lanche e
escolhendo qual dos espaços ambientados da sala quer brincar e interagir com os colegas. Com relação ao lanche servido na escola, teve boa
aceitação, experimentando tudo e solicitando mais quando finaliza a sua refeição. Tem como brincadeiras preferidas as que exploram as
diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como força, velocidade, resistência, flexibilidade e as de musicalização.
É uma menina ativa, gosta de estar sempre em movimento, deslocando-se bastante pelos espaços de sala e escola. Tem preferência
por desenvolver atividades de grupo, onde se sente mais segura e desenvolve as atividades com mais autonomia, mas, nas atividades individuais
também se destaca desenvolvendo a maioria com muita independência, não necessitando da minha presença constante.
Muitas foram as conquistas de Amanda durante o ano, onde foram proporcionadas diferentes experiências de interação com crianças,
adultos, objetos e situações diversas que fortaleceram e enriqueceram seu processo de desenvolvimento e aprendizagem de forma
significativa.
Amanda, 4 anos e 11 meses
Professora Angélica Cesconetto
71
Relatório Individual de Aprendizagem e Desenvolvimento

Este é o segundo ano de Laura nesta instituição, logo, o período de adaptação para ela foi super tranqüilo. Conheci Laura esse ano, não
fui sua professora no ano anterior, portanto, conhecer Laura foi um desafio para mim, pois ela demonstrou-se meio reticente comigo, estava
muito habituada à professora anterior, então, ganhar a confiança de Laura foi processual, pois apesar de ser uma criança participativa nas
vivências propostas é um pouco reservada, algo que vem se efetivando em sua personalidade em formação, o que considero uma qualidade.
Considerando as características comportamentais de Laura, dei-lhe especial atenção neste semestre, observei como era a sua interação
com as outras crianças, como ela se envolvia nas brincadeiras propostas e como lidava com as situações desafios do cotidiano da instituição, pois
sua timidez e seu jeitinho peculiar me chamaram a atenção. Observei-a em inúmeros momentos e constatei que Laura, apesar de ser reservada,
tem poder de liderança considerável, o que me deixou satisfeita, pois realizei algumas ações para que as crianças interagissem e resolvessem, com
autonomia, algumas problemáticas a partir de situações de brincadeiras e jogos, logo, a liderança nos grupos de crianças foi algo necessário e
dentro dos próprios grupos foram surgindo democraticamente os líderes, dentre eles Laura.
Como toda criança, Laura gosta muito de brincar, os jogos simbólicos são os mais apreciados por ela, o faz de conta de casinha é onde
ela se realiza, é muito imaginativa, nessas situações ela se expressa muito bem, percebo que interage mais no mundo da imaginação, da fantasia
que no mundo real, sua capacidade de interpretar personagens no brincar é bastante viva, o que me encanta como professora investigadora da
infância.
Nas situações propostas para exploração de objetos da cultura, como a língua escrita, por exemplo, Laura demonstra incomparável
interesse, está numa fase de escritas autônomas e de leituras não convencionais, brincar de ler e de escrever tem sido o alvo das intenções de
escrita de Laura, interessa-se por saber de letras, de palavras, de iniciais de palavras que quer escrever.
O seu vocabulário está se ampliando a cada dia, busco sempre trazer no contexto da fala e das leituras de histórias novas palavras,
percebo que Laura está agregando ao seu vocabulário palavras novas. Nesse sentido, tenho a observado nas proposições de rodas de leitura de
história e a apreciação por esses momentos é evidente; observo que o seu comportamento leitor vem se desenvolvendo, o olhar de Laura sobre o
texto escrito, o dedo abaixo da escrita, a “leitura” do texto com apoio da imagem são provas dessa evolução.
72
É observável o encantamento de Laura pelo livro, pelas histórias contadas por mim e, até mesmo, por seus colegas. Como criança muito
observadora que é, demonstrou crescente desenvolvimento e aprendizagem em todas as vivências propostas no semestre, o respeito ao seu
tempo, a sua forma peculiar de lidar com as situações problemas sempre foram minhas intenções pedagógicas ao mesmo tempo em que me
preocupei em trazer desafios para lhe oportunizar vivências que a desafiasse a aprender e a se desenvolver, as situações de interação com as
outras crianças foram o meu foco nas intervenções que realizei para que ela evoluísse nesse aspecto. Constato que a resposta de Laura aos
estímulos e intenções pedagógicas foi positiva.

Laura, 5 anos e 3 meses de idade

73
Refletindo sobre os Relatórios Os relatos trazem de forma acolhedora, as
experiências da criança, evidenciando que não existe uma
perspectiva classificatória ou homogeneizadora no ato de
avaliar, mas um esforço para compreender como é
É possível perceber o olhar atento do adulto possível proporcionar à criança experiências mais ricas
sobre a criança, buscando captar seus interesses, suas que favoreçam seus avanços e um desenvolvimento pleno
ações e reações para, a partir delas, planejar novas de suas potencialidades.
intervenções?

Observe que o relatório de avaliação não


avalia apenas a aprendizagem e desenvolvimento da
criança, mas também o trabalho pedagógico que a
envolve e que envolve o adulto de diferentes maneiras.

Fonte: Arquivo SEMED Ariquemes -RO


Perceba a presença do profissional educador
que utiliza seus saberes pedagógicos para comunicar
Observação: Os registros apresentados
de forma sensível e afetiva o desenvolvimento da
acima foram produzidos a partir de observações
criança, não a compara com as demais, mas evidencia
em períodos semestrais e anual. Foram retirados
seu desenvolvimento a partir do que para ela era
os cabeçalhos que continham o nome da instituição,
desafio.
nome completo da criança, grupo etário e o nome
da professora.
Fonte: Avaliação e transição na Educação Infantil - Hilda Micarello
74
Vamos organizar o portfólio?
O portfólio pode ser entendido como um suporte É importante que as produções das crianças
da documentação pedagógica o que foi proposto para um contenham data para que se permita a observação do
determinado grupo de crianças e que evidencia, em percurso do desenvolvimento no decorrer do tempo, bem
especial, o desenvolvimento da criança a quem ele como facilitará sua posterior organização no portfólio.
pertence.
Sugestões de produção das crianças que podem compor o
O portfólio é um instrumento em que se organiza
portfólio:
as observações e registros diários, os relatórios e parte
da documentação pedagógica. Tendo uma organização - Percurso de desenhos;
individual, pode-se garantir a inserção organizada das - Tentativas de escritas não convencionais;
experiências vivenciadas na Educação Infantil. - Registros convencionais ou não de pontos de um jogo;
- Transcrições pelo professor de falas da criança;
Para a organização do portfólio é importante ter como - Releituras de obras de arte (pintura);
intenção:
- Produções artísticas;
● realizar uma mostra do percurso de desenvolvimento - Registros fotográficos realizados pela criança;
e aprendizagem da criança, seus avanços e
- Fotos de suas esculturas e modelagens em areia,
conquistas;
● refletir o processo de produção, de forma que argila, massinha etc.;
devem conter fotos, objetos, coleções, falas das - A documentação pedagógica feita no decorrer do ano;
crianças e registros do(a) professor(a);
- Aprendizagem e desenvolvimento social;
● comunicar aos familiares os percursos de
experiências de aprendizagem e desenvolvimento da - O desenvolvimento da autonomia
criança.
Fonte: Avaliação e transição na Educação Infantil - Hilda Micarello
75
Para refletir e inspirar, observemos as imagens seguintes que mostram o percurso de
desenho de uma criança.

25 de março

24 de julho

13 de novembro

Fonte: Shores e Grace


76
Organização do Trabalho
Pedagógico
Educação Especial, Tecnologia,
Natureza e Alimentação

77
As Crianças e a Educação Especial
Para as crianças com deficiência devem ser garantidos os mesmos direitos de aprendizagem e desenvolvimento
que são garantidos às crianças típicas, considerando, porém, a necessidade de atenção às suas singularidade, sendo
ação preponderante dos professores pensarem em situações que incluam todas as crianças, prevendo condições para
que elas, independentemente de suas condições físicas, motoras, altas habilidades/superdotação e/ou intelectuais,
usufruam de todas as possibilidades de interações, brincadeiras, cuidado e educação. Portanto, propiciar experiências
de aprendizagem e desenvolvimento que contemplem as flexibilizações curriculares é de suma importância para a
inclusão das crianças.
As experiências oportunizadas às crianças com deficiência não podem ser respaldadas em compensar faltas,
mas pensar em como valorizar, explorar e potencializar a forma singular da criança ser e como reage aos desafios
propostos (RCRO).

Fonte: imagens (internet) 78


Alguns Registros de Intencionalidades
Pedagógicas para Crianças com Deficiência

Fonte: Acervo CMEI Felipe Anselmo Abreu de Souza - Ji-


Paraná/RO
79
A Criança e a Tecnologia

A criança, desde muito cedo, começa a se interessar pela


tecnologia, principalmente pelas digitais. Cabe às instituições de
Educação Infantil pensar em boas propostas que atendam suas
curiosidades de forma cuidadosa e responsável, mediando
adequadamente a interação entre a crianças e as várias
tecnologias existentes.
É importante ressaltar que o trabalho com tecnologia tem
várias possibilidades, principalmente quando utilizadas para que as
crianças façam suas investigações.

CMEI Criança Feliz - Ariquemes/RO

Escola Stagium
Escola Bakhita Inspirados em Reggio Emilia 80
A Criança e a Natureza
As crianças têm muita curiosidade sobre a natureza, desde
bebês ficam fascinados quando vêem pequenos insetos se movendo,
tentam pegar e, às vezes, tentam até comê-los como forma de
sentir e conhecer o mundo, de forma que as vivências com a
natureza na Educação Infantil são fundamentais para conhecimento
de mundo e de si.
É comum atualmente os espaços de educação para infância
ser cada vez mais ausentes de natureza, tornando a escola um local
cimentado, parecendo que não estamos inseridos no contexto
amazônico. Vale ressaltar que faz parte do trabalho das
instituições possibilitar as relações entre a criança e a natureza.
Dois dos indicadores de qualidade para a Educação Infantil
aborda sobre a interação da criança com a natureza:
Os professores têm possibilitado o contato e brincadeiras
Porém, uma análise mais profunda do processo
das crianças com animais e com elementos da natureza como água,
educacional aponta a necessidade de refletirmos e
areia, terra, pedras, argila, plantas, folhas e sementes?
requalificarmos as práticas, a organização, as
A instituição leva as crianças a conhecer e a
rotinas e o tempo escolar, reconhecendo no valor
explorar, de forma planejada, os diferentes espaços naturais,
do brincar e do aprender com a e na natureza um
culturais e de lazer da sua localidade?
dos elementos centrais de uma educação vinculada
É fundamental que a instituição e o professor(a) pense em
com a própria vida (Desemparedamento da infância: a escola
possibilidades de exploração, experimentação, interação e cuidado como lugar de encontro com a natureza, 2018).
da criança com o mundo natural.
81
Alimentação - Momentos para Conviver e Conhecer-se
As experiências de alimentar-se e servir-se precisam ter um
olhar atento da instituição de educação infantil, percebendo este
momento e espaço do refeitório como local e oportunidade para as
experiências e vivências infantis, deixando de ser uma ruptura com outras
experiências e espaços da instituição e passando a ser um momento bem
organizado e intencional, com espaço e tempo cuidadosamente pensados
para que as crianças possam se servir com autonomia, bem como
Fonte: Padrões básicos de qualidade da Educação Infantil Paulistana
organizar seu prato em local próprio, após a refeição, considerando
sempre a faixa etária nessas proposições de organização.
Essas situações constituem-se em momentos significativos de
trocas de experiências entre as crianças quando têm a possibilidade de
vivenciarem mais uma prática social e de compartilharem com seus pares
e adultos da significância que existe no ato de alimentar-se na companhia
de outras pessoas.

Fonte: internet
fonte: CMEI Primavera Ji-Paraná\RO
82
Organização do Trabalho
Pedagógico

O Espaço Externo

83
Organização que Convida e Provoca
O espaço externo permite às crianças múltiplas
oportunidades de ação, de interação, socialização,
experimentação de outras habilidades motoras, de brincar, de
investigar, de construir, tornando-se indispensável sua
organização para as várias possibilidades de aprendizagens e
desenvolvimento, sendo planejado pela equipe escolar e pelas
crianças. Uma boa organização convida as crianças à
exploração e provoca infinitas possibilidades para experimentar
e investigar.
O Espaço Externo, como lugar para montar
Ao organizá-lo,, deve-se pensar em alguns critérios:
contextos, se apresenta como um universo infinito de
★ Segurança - cuidado com as condições de segurança
possibilidades.
das crianças;
O pátio pavimentado, a caixa de areia, o espaço
★ Atratividade estética - em como a organização dos
com barro, o caminho de cimento rodeado de gram e ,os
materiais vão atrair e convidar para a exploração;
locais com pedras oferecem às crianças oportunidades
★ Possibilidades de manipulação, construção, exploração e
de exploração e de manipulação. É a oportunidade de
de criatividade que esses contextos oferecerão;
experimentar situações mutáveis, dadas pelo clima, pelo
★ Participação - em como as crianças vão participar da
calor, pelos raios de sol, pelas coisas que acontecem no
organização dos materiais após a exploração do
ambiente, como os ruídos vindos do exterior, o canto
contexto e quais ideias darão para os próximos
dos pássaros, o encontro com os insetos, o escavar da
contextos.
terra ou da areia, a sombra cambiante das árvores
Seguem algumas possibilidades de organização de espaços (Dubovik e Cippetelli, 2018).
externos:

84
Fonte: Internet
85
86
87
Possibilidades de Organização e Materiais para Ateliê
Essas possibilidades podem ser organizadas também no
espaço externo. É importante que as equipes sejam criativas nas
possibilidades de organização e materiais, utilizando
principalmente materiais da cultura local.
As famílias podem ser convidadas como parceiras nessas
organizações que tornam as experiências significativas para as
crianças.

Fonte: imagens paralapracá 88


Fonte: paralapracá 89
As Inquietações de um Grupo - Ressignificações do Espaço
Externo

Essa experiência apresenta relatos da supervisora pedagógica do CMEI Pedro Gonçalves, Karine Crisoni, que conta
a busca de ressignificação da prática do grupo de professores.
Após algum tempo de intensos estudos, tentativas e ousadia para gerar a compreensão da importância dos espaços
ambientados na sala referência, o desafio foi superado por todos que estavam envolvidos na ação educativa (docentes,
gestão e coordenação). Nesse sentido, ampliou-se o olhar para os demais espaços físicos da escola.
“Apartir das reflexões sobre a infância e a escola de educação infantil, percebemos que nossos muros não revelavam
essas crianças. O espaço externo não convidava, não encantava, não desafiava para construção, brincadeira, interação ou
faz de conta, tão próprio das crianças dessa faixa etária.” (Karine).
90
Com a intenção de trazer vida brincante e dar visibilidade às
crianças do CMEI, nos mobilizamos para organizar esse espaço,
buscando em equipe suas possibilidades e potencial. Espaço esse que
apresentava vários desafios como qualquer outra escola (pequeno,
quente, sem verde e com pouca vida). Aconteceu então a mobilização da
equipe e parceria com as famílias na construção e doação de materiais
para os espaços.
Construímos nossos painéis em palets no pátio da escola para
tornar visível para toda a comunidade as produções das crianças e seus
docentes. No corredor externo, construímos um jardim suspenso com
plantas, no qual as crianças deram nomes às belas plantas, as quais
trouxeram um verde especial aquele local.
As cozinhas, os fogões, a marcenaria, as mesas e os bancos
rústicos construídos para as crianças, tornaram-se grandes aliados à
ação docente e um convite constante à brincadeira.
Ao final, compreendemos que tudo isso aconteceu porque a
equipe percebeu que a escola pode se tornar cada dia mais viva. Ela
precisa encantar, convocar e comunicar. O espaço externo se tornou
mais atraente do que o parque para muitas crianças por possibilitar as
reinvenções.
Esses espaços têm convocado esses meninos e meninas a
aprender e se desenvolver em todos os sentidos.

91
Pensando nos Bebês
Chamamos de bebês as crianças de até 18 meses de idade. Esse período etário representa a primeira fase da vida
do ser humano. Assim, os bebês necessitam de muito cuidado e acolhimento dos adultos para sobreviverem nesses
primeiros meses de vida.
Contudo, pesquisas contemporâneas revelam que os bebês são exímios investigadores que exploram,
experimentam e se comunicam com o mundo de uma forma peculiar e individual.
A organização do trabalho para com os bebês se dá na criação de uma vida cotidiana com práticas sociais que
possibilitam alargar horizontes, ampliar vivências com as linguagens, para que os bebês experienciem saberes e
experiências vivenciadas principalmente com o corpo.

As relações entre educadores e bebês


Os adultos são responsáveis pela educação dos bebês, mas, para compreendê-los, é preciso
estar com eles, observar, “escutar as suas vozes”, acompanhar os seus corpos. Educadores acolhem,
sustentam e desafiam as crianças para que elas participem de um percurso de vida compartilhado.
Precisam continuamente observar e realizar intervenções, avaliar e adequar sua proposta às
necessidades, desejos e potencialidades do grupo de bebês e de cada um deles em particular. O
trabalho com bebês requer uma construção de profissionalização que exige bem mais que
competência teórica, metodológica e relacional (Barbosa, 2010, p.6).

92
Brincar para ser eu e conhecer o outro

Fonte: Práticas comentadas para inspirar

Ao organizar espaços e materiais para que os bebês vivam suas experiências, o olhar observador para as
descobertas e conquistas das crianças é fundamental. A escuta dos gestos, dos olhares, dos balbucios, o silêncio e
reações orientam a documentação pedagógica para os bebês. Observemos a experiência acima e analisemos a quantidade

de hipóteses e relações que vão construindo durante a experimentação e interação.

Sugestão de intencionalidade educativa do campo


Brincadeiras diante do espelho, observando os próprios
de experiência O eu, o outro e o nós:
gestos ou imitando outras crianças (RCRO, p.65)

93
★ Conviver, brincar, explorar, participar, expressar, e
Direitos de aprendizagem e desenvolvimento conhecer-se.
garantidos.
★ RO.EI01EO02.d.02 Identificar e brincar com sua própria
imagem no espelho.
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no ★ RO.EI01CG01.d.04 Observar-se no espelho, explorando
entrelaçamento entre os campos de experiências. expressões e movimentos.
★ RO.EI01ET04.d.01 Explorar elementos presentes no
espaço percebendo suas características e possibilidades.

★ Organizar o espaço intencionalmente para a experiência dos


Possibilidades de ações dos professores e
professoras. bebês.
★ Construir suas perguntas guias de observação.
★ Observar as crianças em suas interações e descobertas.

★ Gestos expressivos da criança e o que elas querem


Possibilidades de observação.
comunicar;
★ Reações das crianças diante do objeto e interações com os
outros.
★ Como a criança irá fazer sua diferenciação entre os outros.

★ Como a criança reage à sua imagem refletida?


Possibilidades de perguntas guias de
observação. ★ Como interage e reage à presença dos colegas diante do
espelho?
★ Compartilha o objeto de descoberta?
★ Quais serão suas descobertas gestuais?
94
Das Delicadezas da Exploração
Quantas descobertas os bebês fazem nesta exploração de gelatina e sagu.
Observemos o contato inicial com a gelatina, que a princípio é superfície lisa, mas que,
conforme vão apertando e despedaçando, a textura lisa se desfaz dando espaço para
outras sensações. Mas, como as mãos ainda limitam a exploração, elas então decidem
provar o sabor e sentir a textura passando pelo corpo.
O sagu permite outras sensações, agora as crianças pintam não só com o pincel,
mas com as mãos, não pintam somente o papel, mas principalmente seu corpo. Vão
descobrindo várias possibilidades e construindo significados à sua experiência, tendo o seu
corpo como principal elemento nessas significações de mundo.

Fonte: CMEI Nosso Lar - Ji-Paraná/RO..


95
Compreensão do corpo em movimento como
Sugestão de intencionalidade educativa do campo de instrumento expressivo e de construção de novos
experiência corpo, gestos e movimento. conhecimentos de si, do outro e do universo.

Conviver, brincar, explorar, participar, expressar e


Direitos de aprendizagem e desenvolvimento
garantidos. conhecer-se.

★ EI01CG02 Experimentar as possibilidades corporais


nas brincadeiras e interações em ambientes
acolhedores e desafiantes.
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no
★ RO.EI01CG05.d.01 Explorar diferentes materiais e
entrelaçamento entre os campos de experiências suas características físicas.
★ RO.EI01TS02.d.01 Manusear e explorar diferentes
materiais e superfícies desenvolvendo as sensações,
com diferentes possibilidades de traçados.
★ EI01ET01 Explorar e descobrir as propriedades de
objetos e materiais.
★ EI01EO03 Interagir com crianças da mesma faixa etária
e adultos ao explorar espaços, materiais, objetos e
brinquedos.

96
❏ Organizar o espaço e preparar os materiais com
antecipação;
❏ pensar em suportes e outros recursos adequados
Possibilidades de ações dos professores e
professoras aos bebês;
❏ Construir suas perguntas guias de observação;
❏ Observar e registrar as crianças em suas interações
e descobertas.

❏ Observar as reações ao toque e ao cheiro da


Possibilidades de observação
gelatina e sagu;
❏ A realização da experimentação.
❏ A exploração na interação com os colegas.

Possibilidades de perguntas guias de ❏ Como as crianças irão reagir às texturas?


observação ❏ Como irão fazer suas experimentações?
❏ Como irão utilizar os recursos de pintura?
A observação e a ❏ Como irão interagir com os outros e com o espaço?
experimentação são os
processos menos complexos
da atividade científica e desde
cedo estão presentes no
comportamento dos bebês.

97
Outras Intencionalidades...

Fonte: Desemparedamento da infância

Fonte: Internet

“Explorando os objetos, interagindo com o


outro e descobrindo o mundo”.

Fonte: Internet
Fonte: Práticas comentadas para inspirar
98
Organizando o Espaço, Materiais e Tempo para os Bebês

O afeto é essencial para que o bebê se sinta seguro e encorajado


a explorar o ambiente e, com isso, ir ganhando autonomia.

O berçário, espaço em que geralmente os bebês permanecem o maior período do tempo quando estão na creche, deve
ser planejado a partir de seus interesses, em como aprendem e se desenvolvem. A organização do tempo bem planejado
propõe momentos que valorizam o jeito de cada bebê pensar e de se expressar; é um incentivo ao protagonismo individual.
Organizar um ambiente que seja acolhedor, seguro e, ao mesmo tempo, que possibilite explorações e descobertas para bebês é
fundamental no trabalho pedagógico.

A troca de fraldas é momento de conversar,


cantar e brincar!
Esses momentos são importantes práticas de
relações entre bebês e adulto. Muitas das
significações que fazem do mundo estão
presentes neste momento de cuidado. A
interação com bebês na afetividade, com escuta
são fundamentais para que se sintam acolhidos e
seguros.
Fonte: Critérios para o atendimento Fonte: Práticas comentadas para inspirar
em creche
99
Tempo… O tempo deve ser sempre
na perspectiva do bebê e de
★ Para brincar individualmente e coletivamente; suas necessidades e
★ Para ser cuidado (higienizar-se); interesses.
★ Para alimentar-se;
★ Para dormir, etc. Fonte: Brincadeira de criança

Espaços
O espaço deve ser organizado para que os bebê se sintam acolhidos,
seguros e motivados a explorar e interagir com outras crianças e com objetos.
Assim, precisa:
O melhor é manter a disposição dos
★ De mobiliário adequado à altura e ao desenvolvimento da criança;
materiais nos mesmos lugares. Assim, dará
★ De amplitude espacial para os diversos deslocamentos;
aos bebês senso de segurança e
★ De local de descanso individual para quando precisarem;
competência (Goldshmied e Jackson,
★ De revestimento de piso adequado;
2006, p.44).
★ De trocador;
★ De espaço para o banho e sono;
★ De locais com jardim, areia e terra;
★ De ambiente iluminado e arejado;
★ De espelho de qualidade, com proteção, adequado às explorações possíveis.

Fonte: internet

Fonte: internet
100
Fonte: internet

101
Materiais O adulto e outra criança são
considerados os primeiros
recursos (brinquedo) de
Possibilidades de materiais para bebês que ficam deitados exploração para os bebês.

❏ Móbiles coloridos, sonoros, que se movimentam e


criam cintilações encantam os bebês, que se envolvem,
prestando atenção e evidenciando prazer pelo
movimento dos braços e pernas;
❏ Mordedores;
Possibilidades de materiais para
❏ Brinquedos emborrachados sonoros e outros;
bebês que ficam sentados
❏ Brinquedos e objetos em tecidos e emborrachados, que
Os materiais oferecidos ao bebês que
seja de tamanho e peso adequado;
ficam deitados vão ter sua exploração ampliada
❏ Objetos do cotidiano.
pelos bebês que sentam. No desafio de
tentarem alcançar objetos, são encorajados a
engatinhar. Assim, além de materiais que
também são oferecidos aos bebês que ficam
sentados, seguem outros materiais:
❏ Mordedores;
❏ Objetos sonoros;

Fonte: Vídeo Ateliê carambola, o brincar está na escola.


❏ Objetos para encaixar;
❏ Giz de cera grosso;
Observem o quanto de estratégias de movimentos este
❏ Materiais da natureza;
bebê pode fazer ao tentar alcançar um objeto.
❏ Objetos da vida cotidiana.
Fonte: Brincadeira de criança - brinquedos e
brincadeiras para crianças pequenas\UNICEF

102
Possibilidades de materiais para bebês que
engatinham

Os bebês, ao engatinharem, ampliam as


possibilidades de exploração indo atrás de objetos de
seu interesse e podem ser motivados, por meio da
organização dos objetos, a começarem a andar para
alcançarem cada vez mais as suas escolhas. Fonte: Vídeo Ateliê carambola, o brincar está na escola.
Materiais como cestos, caixas de papelão,
caixas de madeira, bolas de tecidos diversos,
Depois que o bebê aprendeu a engatinhar, é
diversos objetos sonoros, materiais não
importante oportunizar e oferecer novas
estruturados, utensílios do cotidiano, livros (de pano,
experiências: na grama, na areia ou subir e descer
borracha e de papel), túneis, massas caseiras,
num pequeno declive, pois possibilitam outras formas
diferentes melecas, giz de cera grosso, materiais
de exploração do espaço e materiais.
para pintura, entre outros, ampliam os desafios e a
forma de explorar o mundo.

Fonte: Vídeo Ateliê carambola, o brincar está na escola Fonte: Vídeo exploração de materiais não estruturados
escola.
Fonte: Brincadeira de criança - brinquedos e
brincadeiras para crianças pequenas\UNICEF
103
Possibilidades de materiais para bebês
que andam

Quando os bebês andam eles não deixam de brincar de


encaixar, empilhar, bater, tirar e pôr objetos, brincar na água,
com tintas, com o corpo, explorar os brinquedos e materiais,
como faziam antes de andar. Agora, exploram os mesmos
materiais e outros, com novas preocupações, porque
adquirem maior autonomia com o andar e podem realizar
Fonte: Brincadeira de criança - brinquedos e
brincadeiras para crianças pequenas\UNICEF
brincadeiras mais complexas (Brincadeira de
Brinquedos de puxar
criança\UNICEF).

Brinquedos de empilhar Tais brinquedos oferecem ótimas

Tais brinquedos fazem parte da construção, o que oportunidades para crianças que estão iniciando

implica em montar. No entanto, o grau de complexidade é o os primeiros passos. O carrinho de madeira serve,

empilhamento sem derrubar. Costuma-se oferecer “peças” ao mesmo tempo, para empurrar e puxar.

construídas com materiais de reciclagem como caixas de


papelão ou copos de iogurte como alternativos aos

brinquedos produzidos pela indústria.

Brinquedos de empurrar
São aqueles utilizados para auxiliar no aprendizado e
desenvolvimento motor do andar. Eles devem ser capazes de
sustentar o peso da criança e ter resistência suficiente para
Fonte: Internet

auxiliar node criança


Fonte: Brincadeira equilíbrio
- brinquedos e dos primeiros passos .
brincadeiras para crianças pequenas\UNICEF
104
Brinquedos de encaixar Brincar de imitar

Encaixes e quebra-cabeças com poucas peças Crianças pequenas gostam de imitar as pessoas,
são ótimos para criar desafios para as crianças especialmente as situações que lhes chamam a atenção.
pequenas experimentarem como encaixar a peça Apreciam pegar a colher e dar de comer ao seu ursinho ou
correta. colocar panos na cabeça. É indispensável favorecer tais
iniciativas e dispor de áreas ou cestos com tecidos e
Brincadeiras com materiais diversos roupas.
Brincadeiras com o próprio corpo, com
movimentos, explorando a sensibilidade para produção Brincadeiras com água e tinta

de sons, experiências com argilas, tintas e materiais Crianças pequenas gostam de brincar com água e

para vivenciar formas, cores e texturas; organização de fazer pinturas, portanto, é importante criar ambientes

cenários e ambientes mais estruturados que para essas experiências. Brincar com canecas dentro de

possibilitem a exploração, a socialização e a solução de bacias nos dias quentes, banhos de mangueira, pintar

problemas que envolvam e ampliem as experiências das muros de azulejos, pintar papéis de diferentes tamanhos,

crianças. com giz de cera grosso, pincéis e tintas .

Brincadeiras de exploração
Criação de ambientes de exploração com
materiais pendurados no teto: tiras de jornal, papel
laminado e celofane ou objetos que produzam sons e
que criem ambientes sonoros para a exploração
musical, os quais resultam em brincadeiras coletivas
com muita interação da criança .
Fonte: Vídeo exploração de materiais não estruturados
Fonte: Brincadeira de criança - brinquedos e
brincadeiras para crianças pequenas\UNICEF
105
Possibilidades para o fazer docente com relação aos bebês

❏ Fazer gestos delicados e com dedicação;


❏ Olhar nos olhos dos bebês;
❏ Falar com os bebês durante os cuidados diários;
❏ Informar o que vai acontecer;
❏ Sempre pedir a colaboração, mesmo quando o bebê ainda é bem pequeno;
❏ Não fazer nada com pressa ou afobação, sempre dar o tempo necessário para que o bebê aproveite a
experiência;
❏ Busque a resposta do bebê;
❏ Não fazer nada “para” o bebê, mas sim “com” o bebê;
❏ Ver a criança como um ser ativo, o sujeito da aventura do seu próprio desenvolvimento;
❏ Observar e acompanhar cada pequena descoberta, conquista, surpresa ou admiração;
❏ Perceber a originalidade de cada criança.

Fonte: http://liberdadeparaosbebes.com.br/

106
Pensando nas Crianças
Bem Pequenas
As crianças bem pequenas são compreendidas entre a idade de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses. São
crianças que se locomovem com mais habilidade, pois além do brincar heurístico, brincam de jogos simbólicos. As
situações que vivenciam lhes permitem aprender a perceber como agem em diversas situações, a expressar suas
intenções, pensamentos e sentimentos de modo mais claro e com autoconfiança, capazes de comunicar as próprias

opiniões, argumentar e questionar.

É preciso lembrar que cada criança é diferente da outra e que a idade não é o único critério
para verificar seus interesses e necessidades individuais. As crianças continuam gostando dos
brinquedos e brincadeiras que conhecem, mas ampliam suas experiências e a complexidade do brincar.
Assim, as sugestões para os menores podem servir para os maiores e vice-versa, ( Brincadeira de criança -
brinquedos e brincadeiras para crianças pequenas\UNICEF).

107
As Experimentações

Fonte: CMEI Primavera - Ji-Paraná\RO.

Ao observarmos a proposta da professora, podemos perceber e refletir sobre suas intencionalidades


educativas. Quantas aprendizagens e desenvolvimento estão em jogo neste momento. Observe quanto as crianças
estão interessadas, como socam, ralam e vão percebendo o resultado de tudo isso. A estratégia que utilizam para
ralar dentro de uma panela e dentro de uma latinha, como se ajudam e trabalham em grupo.
Essa intencionalidade educativa se internaliza em cada uma como uma experiência significativa em suas vidas
e que é simplesmente a vida cotidiana. Ao analisar, verificamos que a intencionalidade se apresenta a partir do campo
de experiência corpo, gestos e movimento.

108
Sugestão de intencionalidade educativa do campo Exploração de possibilidades e limites da movimentação
de experiência corpo, gestos e movimento. do corpo nas diferentes ações do cotidiano.

Conviver, brincar, explorar, participar, expressar e


Direitos de aprendizagem e desenvolvimento
conhecer-se.
garantidos.

❏ RO.EI02ET01.d.02 Explorar objetos do meio em que


vive, conhecendo suas características, propriedades e
função social para que possa utilizá-los de forma
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no independente, de acordo com suas necessidades.
entrelaçamento entre os campos de experiências. ❏ EI02CG05 Desenvolver progressivamente as
habilidades manuais, adquirindo controle para desenhar,
pintar, rasgar, folhear, entre outros.
❏ EI02EO03 Compartilhar os objetos e os espaços com
crianças da mesma faixa etária e adultos.
❏ RO.EI02EF01.d.02 Interagir com outras crianças
fazendo uso da linguagem oral e tentando se fazer
entender.

❏ Organizar o espaço e preparar os materiais com


antecipação;
Possibilidades de ações dos professores e ❏ pensar em suportes e outros recursos adequados para
professoras. a vivência;
❏ Construir suas perguntas guias para si de observação;
❏ Observar e registrar as crianças em suas interações e
descobertas.
109
★ Observar as estratégias utilizadas pelas crianças;
Possibilidades de observação. ★ Como trabalham em grupo;
★ Suas reações diante da experiência;
★ Suas descobertas dos materiais utilizados;
★ Como solucionam os problemas;
★ Sua reação diante das texturas e cheiros.

★ Quais estratégias as crianças vão utilizar para socar


e ralar?
Possibilidades de perguntas guias de observação. ★ Como vão compartilhar os materiais na investigação?
★ Quais dificuldades irão ter em suas habilidades
manuais?
★ Como as crianças irão reagir às texturas, sabores e
cores?

É
importante
compreender que as
intencionalidades educativas
surgem da vida cotidiana das
crianças por meio da
observação de seus
interesses.

110
Aconchego para Nossas Leituras

As crianças têm desde muito cedo certo fascínio


pelas imagens e palavras; se encantam com uma história lida
ou contada. Pensando nisso, as professoras organizaram um
espaço aconchegante e convidativo à exploração.
As criança escolhem se envolver em leituras e em
exploração de objetos, enquanto algumas crianças se
deliciam ouvindo uma boa história, outras estão em outras
escolhas. Observamos a sensibilidade em oportunizar as
escolhas e em perceber que cada criança aprecia o mesmo
Fonte: Centro Educacional Grilo Falante - Ji-Paraná\RO
momento de formas tão singulares.
111
Sugestão de intencionalidade educativa do campo de Oportunizar momento de revisitação das histórias

experiência escuta, fala, pensamento e imaginação. nos livros que lhe são lidos e seus personagens.

Direitos de aprendizagem e desenvolvimento Conviver, brincar, explorar, participar, expressar, e


garantidos. conhecer-se.

❏ RO.EI02EF03.d.01 Manusear diferentes


portadores textuais e ouvir sobre seus usos sociais.
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no
entrelaçamento entre os campos de experiências. ❏ RO.EI02ET02.d.02 Conhecer fenômenos naturais
típicos de sua região e de outros lugares do planeta.
❏ RO.EI02ET06.d.02 Participar da construção da
escrita da rotina diária da turma, revisitando sempre
que necessário.

❏ Fomentar a aproximação da criança com a cultura


escrita;
Possibilidades de ações dos professores e professoras. ❏ Oportunizar o acesso com a literatura infantil, com
os diferentes gêneros textuais e seus portadores ;
❏ Favorecer situações de leituras não convencionais,
interação e manipulação de livros, recontos de
histórias conhecidas e rodas de leitura tendo o
professor como leitor.
112
❏ Observar como as crianças se expressam diante das
situações de leitura nos grandes e pequenos grupos, nas
Possibilidades de observação. situações de rodas de leitura e de manipulação dos
portadores.
❏ O que lhes chama atenção nos portadores textuais,
❏ Apontam e conversam entre si sobre as imagens dos
livros e outros portadores;
❏ Escolhem livros para folhear;
❏ Apreciam os momentos de leitura realizados pelo
professor.

Possibilidades de perguntas guias de observação.


❏ As crianças realizam leituras não convencionais?
❏ Quais estratégias utilizaram para realizar as leituras
não convencionais?
❏ Brincam de ler para outras crianças?
❏ Como compartilham o livro e as leituras com seus
Em razão do desenvolvimento pares?
rápido da linguagem da criança, é ❏ Como manipulam o livro?
importante utilizar não só a fala, ❏ Se interessam pelas leituras realizadas pelo professor?
como também a escrita e as
imagens para ampliar as narrativas
das crianças (UNICEF).

113
As Sutilezas do Cotidiano

Fonte: CMEI Miriam Trajano Lopes - Ji-Paraná\RO.

Uma prática corrente com crianças pequenas é a exploração externa de materiais diversificados e interação com
crianças de faixas etárias diferentes. Nas imagens acima é possível observar que o espaço foi organizado contendo várias
propostas com água, mas a lavagem de roupa ganhou centralidade. As crianças lavavam, esfregavam e faziam esforço
para torcer as roupas, construindo a simbolização com a lembrança da mãe lavando roupa em casa.
Observem a tentativa da criança para colocar a roupa no varal com o pregador. enquanto faz suas tentativas, o
colega observa atentamente. Para a criança do maternal é muito desafiador segurar a roupa, colocar no varal e pregar,
pois exige certa competência motora.
As crianças, nas experiências significativas, testam seus limites corporais, principalmente os manuais, elaborando
estratégias lhes permitam vencer seus desafios.
114
Sugestão de intencionalidade educativa do campo de Explorem as possibilidades e limites da movimentação
experiência corpo, gestos e movimento. do corpo nas diferentes ações do cotidiano.

Conviver, brincar, explorar, participar, expressar, e


Direitos de aprendizagem e desenvolvimento conhecer-se.
garantidos.

❏ RO.EI02EO01.d.02 Interagir com crianças de


outros grupos etários.
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no
❏ RO.EI02EF01.d.02 Interagir com outras crianças
entrelaçamento entre os campos de experiências.
fazendo uso da linguagem oral e tentando se fazer
entender.
❏ RO.EI02CG01.d.06 Imitar movimentos fazendo
relação entre a situação vivida e o enredo, cenários
e personagens em situação de faz de conta.

❏ Organizar os espaços, objetos e materiais para as


Possibilidades de ações dos professores e crianças viverem as experiências;
professoras.
❏ Pensar e propor interações em pequenos e grandes
grupos de crianças de diferentes faixas etárias.

115
❏ Observar como as crianças se relacionam e se
comunicam nas situações propostas e como exploram
Possibilidades de observação. os espaços, objetos e materiais ao organizar suas
brincadeiras.
❏ Atentar como utilizam o conhecimento que possuem
vindos de observação e vivências com adultos nas
situações de brincar e significar o mundo do adulto
através do brincar.

❏ As crianças sentem-se à vontade no espaço


organizado para suas vivências?
Possibilidades de perguntas guias de observação.
❏ Os objetos e materiais disponibilizados são utilizados
considerando seus usos sociais?
❏ Que outros objetos elas agregam nas situações de
brincar que são ressignificados no contexto da
situação de brincadeira?
Por meio das interações com
❏ A forma como os espaços, objetos e materiais são
seus pares e com adultos as
crianças têm a possibilidade de organizados propiciam boas situações de faz de conta

aprendizagens, desenvolvimento para as crianças? São suficientes para todas?


e socialização.

116
Possibilidades de Ampliação da Qualidade do Brincar e Interagir

Não basta um ambiente estruturado, com mobiliário, ● Modelos acompanhados de orientação verbal
brinquedos e materiais adequados para o tema da auxiliam a criança a compreender o roteiro da
brincadeira. A ação do adulto é fundamental para ampliar a brincadeira. A criança pode ampliar ou modificar o
qualidade do brincar, observando os interesses da criança e roteiro inicial, introduzindo novas experiências, que
as práticas do universo profissional da comunidade, de modo tornam a brincadeira mais rica e complexa, com
a criar outras brincadeiras de faz de conta ou fazer vários personagens e diálogos mais longos. A
mediações. criança não nasce sabendo brincar, mas aprende
● Quando a criança está encenando o papel de “médico”, com adultos e outras crianças .
para dar maior complexidade ao brincar, pode-se entrar ● No brincar livre, as crianças sozinhas
na brincadeira oferecendo um lápis para usar como experimentam e ensaiam diferentes formas de
termômetro para medir a febre da boneca e dizer: “está brincar, mas é o brincar em ambientes
com febre”. Depois, oferecer um bloco de papel para estruturados, com a participação do adulto e das
que o “médico” possa fazer uma receita médica para a outras crianças, que proporciona maior
“mãe” (outra criança) providenciar os remédios. complexidade ao brincar e qualidade à educação. A
● O adulto pode oferecer orientações verbais e ação do adulto como parceiro de brincadeira,
procedimentos para outros “médicos” cuidarem do observador atento, para atender necessidades que
ouvido, da garganta, da perna ou do braço quebrado, surgem, para reorganizar o ambiente, substituir um
indicando outras especialidades médicas para dar papéis objeto e incluir um novo é o que faz a diferença .
diferentes às crianças .

Fonte: Brincadeira de criança - brinquedos e brincadeiras para crianças


pequenas\UNICEF
117
Nessa idade de construção de identidade, a ● É preciso organizar, selecionar e guardar os
criança pinta figuras, combina cores primárias e dá nome materiais e brinquedos em caixas ou locais
às coisas que pinta. Por isso, deve-se apresentar etiquetados .
diferentes materiais para as crianças: tinta, papel, lápis, ● Durante as práticas diárias, deve-se garantir à
cadernos, adesivos para recados, agendas, calendários, criança autonomia para o acesso aos materiais .
cartões, computador, etc... ● No momento da brincadeira, a criança seleciona e
As crianças gostam de construir objetos e leva os materiais para o local desejado .
estruturas idealizadas pelo seu imaginário com caixas de ● Após o término da brincadeira, a criança lava e leva
papelão, arames, gesso, argila, tubos, tecidos e madeira, os objetos para o local de origem.
entre outros, sempre com acompanhamento do adulto. ● Continuar a prática de autonomia no uso
São brincadeiras prolongadas que podem levar independente e guardar dos brinquedos é importante
dias, semanas, meses, acompanhando projetos em qualquer período da educação infantil .
desenvolvidos ao longo do tempo .

Brincar na areia e na água


Para que as brincadeiras com areia e água se
tornem momentos de qualidade para crianças de 3 anos, é
preciso o acompanhamento de um adulto e o aporte de
materiais adequados.
Ao brincar com água, a criança pode dar banho
em bonecos, lavar e guardar os objetos, aprender a se
auto-organizar, o que exige a preparação do ambiente .

Fonte: Brincadeira de criança - brinquedos e brincadeiras para crianças


pequenas\UNICEF
118
Organizando o Espaço, Materiais e Tempo para as Crianças
Bem Pequenas

Espaço

O espaço da sala de referência deve ser organizado a partir dos interesses e necessidades das crianças bem
pequenas. Segundo Horn, esta sala deverá contemplar três organizações espaciais distintas: repouso, higiene e
atividades diversificadas.
Essa organização da sala referência tem que permitir a livre locomoção das crianças, assim como suas escolhas.
Assim, elencamos possibilidades dos seguintes espaços:
★ Espaço para repouso;
★ Espaço para o jogo simbólico;
★ Espaço para construção;
★ Espaço para expressões estéticas;
★ Espaço para jogos dramáticos e música;
Fonte: paralapracá
★ Espaço para leitura e audição de histórias.
Algumas instituições que têm seu espaço físico mais amplo, podem organizar uma sala para as expressões
estéticas, dramáticas e musicais.

Fonte de inspiração: HORN, 2017.


119
Tempo
❏ Para brincar individualmente e Possibilidades de materiais para construção:
coletivamente; Grandes blocos ocos, tacos e blocos de
❏ Para interagir; diferentes tamanhos, jogos de encaixar, material para
❏ Para ser cuidado e higienizar-se; empilhar, cubos de espuma e madeira, caixas grandes e
❏ Para alimentar-se; pequenas, canos pvc, troncos de madeira, funil, cones,
❏ Para explorar; bobe de cabelo, entre outros.
❏ Para pesquisar e investigar;
❏ Para construir, etc. Possibilidades de materiais para repouso:
Colchonete, catres, objetos de conforto e

Materiais aconchego (bonecos, bicho de pano, etc), móveis de casa


(fogão, armário, mesa, geladeira, cadeiras, cama, etc.)

Possibilidades de materiais para jogo simbólico: Possibilidades de materiais para jogos


Utensílios de cozinha, cestos com frutas e dramáticos e experiências sonoras:
legumes de cera, ferro de passar, vassoura, rodo,
❏ Instrumentos musicais, convencionais e não
telefone, computador, bolsas e bijuterias, apetrechos para
convencionais;
pentear, maleta de médico, caixa de carpinteiro (martelo,
❏ Microfone;
chave de fenda e outras ferramenta), espaços
❏ Máscaras;
ambientados com características locais, entre outros.
❏ Fantasias;
❏ Etc.

Fonte de inspiração: Horn, 2017. 120


Possibilidades de materiais para leitura
e audição de livros:
Livros infantis com histórias de
diferentes gêneros.

Possibilidades de materiais para expressões


estéticas:
Disponibilizar à criança:
❏ papéis de diferentes formas, tamanhos e
texturas; tintas (guache, tinta para tecido,
Fonte: paralapracá
aquarela);
❏ tintas caseiras, várias melecas, tintas
naturais, etc.);
❏ pincéis convencionais e não convencionais
(gravetos, galhos, esponjas, seringas,
garrafas, folhas, barbante, canudos, etc.);
❏ lápis de cor, giz de cera, canetas
hidrográficas, lápis grafite, etc.
❏ suportes (madeira, papel, telas, tecidos,
jornal, parede, chão, etc.)
❏ Colas (branca, colorida, com gliter).

Fonte: paralapracá

121
Fonte de inspiração: Horn, 2017.
Possibilidades de Organização do Espaço da Sala de
Referência

122
Pensando nas Crianças
Pequenas
Crianças pequenas abrange o grupo de crianças na faixa etária entre 4 anos e 5 anos e 11 meses. Cada vez
mais as crianças de 4 e 5 anos aprendem a brincar e desenvolver pesquisas e investigações em grupo, a cuidar de si e
dos outros, a organizar seus pensamentos, a ter iniciativa e buscar soluções para problemas e conflitos, a conhecer
suas necessidades, preferências e curiosidades, procurando respostas a suas perguntas sobre o mundo. As
possibilidades de vivências para crianças dessa faixa etária devem ser ampliadas e desafiadoras, partir de seus
interesses, oportunizando que construam significações às suas experiências na vida cotidiana.

Nesse processo, são auxiliadas por significações e procedimentos para conhecer


o mundo e a si mesmas concebidos na cultura, à qual elas têm oportunidade de
acesso e apropriação, reconhecendo as opiniões de outras pessoas e construindo
sua identidade como participantes de grupos sociais variados (MEC).

123
As folhas que Caem

CMEI Miriam Trajano Lopes - Ji-Paraná\RO.

Podemos concluir que a professora propôs experiências sob a aconchegante sombra de uma árvore. As
crianças exploraram suas folhas no chão, as amassaram, deitaram sobre elas, sentindo suas texturas, ao passo que
puderam perceber que algumas estalavam com a pressão de seus corpos e outras não. Observemos que o simples da
vida cotidiana pode iniciar uma deliciosa investigação das sensações. Vamos refletir sobre essa proposta?

124
Sugestão de intencionalidade educativa do campo Organizar e oportunizar a expressão de sensações
de experiência corpo, gesto e movimento.
conforme exploram objetos ou materiais com texturas diversas.

Conviver, brincar, explorar, participar, expressar, e


Direitos de aprendizagem e desenvolvimento
conhecer-se.
garantidos.

❏ RO.EI03CG01.d.08 Discriminar e nomear as


percepções ao experimentar diferentes sensações
proporcionadas pelos órgãos dos sentidos.
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no ❏ RO.EI02TS02.d.07 Manipular materiais de diferentes
entrelaçamento entre os campos de experiências.
texturas: lisas, ásperas, macias e outros.
❏ RO.EI02TS02.d.12 Perceber, explorar e experimentar
as propriedades dos materiais e seus efeitos.
❏ EI03EF01 Expressar ideias, desejos e sentimentos
sobre suas vivências, por meio da linguagem oral e
escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e
outras formas de expressão.

❏ Propor situações de exploração pelas crianças.


❏ Incentivar a exploração.
❏ Observar atentamente as crianças nesse processo para
Possibilidades de ações dos professores e
professoras. instigá-las a expressarem suas sensações diante da
experiência.
❏ Registrar o momento para favorecer novas
possibilidades de exploração.

125
Observar:
❏ como as crianças se expressam diante das situações de
Possibilidades de observação.
exploração.
❏ O que conversam entre si enquanto exploram.
❏ O que manifestam fisicamente diante do ato de explorar.
❏ Quais sensações manifestam.
❏ Que movimentos realizam.
❏ Que brincadeiras criam com o material e no espaço.

Possibilidades de perguntas guias de


observação. ❏ As crianças se envolvem na pesquisa dos objetos da
exploração?
❏ Demonstram o que sentem enquanto pesquisam?
❏ Manifestam suas sensações?
❏ A experiência que têm é significante para elas?
...os profissionais que atuam na ❏ Criam novas possibilidades de exploração dos objetos?
Educação Infantil cada vez mais
precisam considerar o ambiente como
espaço de vivências e explorações,
zona de múltiplos recursos e
possibilidades para a criança interagir
com objetos (linhas, material não
estruturado, formas, cores, aromas,
texturas, etc.)... RCRO

126
Experiências com Água

Podemos observar que o espaço e materiais foram organizados para que


as crianças explorassem a água e suas transformações. O interesse pelos
brinquedos que estão dentro do gelo e a tentativa de retirá-los foi o que as levou
às suas descobertas. Tentaram quebrar, mas logo viram que não era tão fácil.
Podemos imaginar as sensações das crianças em suas tentativas de
resolver o problema que ali se manifestava. O que fazer para retirar os
brinquedos de dentro da pedra de gelo? Que relações podem fazer em relação à
temperatura e ao estado sólido da água? Que descobertas maravilhosas podem
acontecer nessa exploração! Essas são algumas possibilidades de descobertas
que as crianças constroem na investigação e brincadeiras cotidianas.
Vamos aprofundar sobre essas intencionalidades?
127
Sugestão de intencionalidade educativa do campo de Oportunizar que expliquem o efeito e a
experiência espaços, tempos, quantidades, relações e
transformações. transformação da forma, velocidade, peso e volume de
objetos, agindo sobre eles.

Direitos de aprendizagem e desenvolvimento Conviver, brincar, explorar, participar, expressar, e


garantidos. conhecer-se.

❏ EI03ET02 Observar e descrever mudanças em


diferentes materiais, resultantes de ações sobre
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no eles, em experimentos envolvendo fenômenos
entrelaçamento entre os campos de experiências.
naturais e artificiais.
❏ RO.EI03TS02.d.02 Explorar as formas dos
objetos percebendo suas características.
❏ RO.EI03CG01.d.08 Discriminar e nomear as
percepções ao experimentar diferentes sensações
proporcionadas pelos órgãos dos sentidos.

❏ Propiciar a experiência às crianças.


❏ Fomentar as discussões acerca das possibilidades
Possibilidades de ações dos professores e professoras. de resolução do problema.
❏ Instigar as crianças a resolverem o problema,
fornecendo instrumentos para ampliar as
possibilidades.

128
❏ Observar e registrar as descobertas das crianças.
❏ Quais estratégias utilizam para resolver o
Possibilidades de observação. problema.
❏ Quais objetos buscam para auxiliar.
❏ O que lhes impulsiona a buscar estratégias para
resolver o problema manifesto.
❏ Como se comunicam durante a experiência.

❏ Como as crianças reagem diante do objeto da


Possibilidades de perguntas guias de observação. investigação?
❏ Quais são suas indagações?
❏ Elas se arriscam a buscar soluções para resolver o
problema manifesto?
❏ Que estratégias buscam?
❏ Que materiais agregam à necessidade de resolver
….as instituições precisam
promover experiências nas quais as um problema de ordem física?
crianças possam ter oportunidades
de ampliar seus conhecimentos do
mundo físico, natural e sociocultural
e possam utilizá-los em seu
cotidiano. RCRO

129
Missão Espaço

Fonte: EMEIEF Dr. Tancredo de Almeida Neves - Porto Velho\RO

Observamos nas imagens que foi proporcionado às crianças um telescópio para observação do espaço,
introduzindo-as ao saber científico. Puderam examinar o céu e, a partir daí, começam a elaborar hipóteses sobre o
que perceberam durante a observação. Perguntas como “Por que o sol não cai do céu? ”, “Para onde ele vai durante
a noite?” e “Por que a lua às vezes aparece de dia?” Permitem que as crianças possam manifestar suas hipóteses
sobre esses fenômenos.
A professora, na roda de conversa, incentiva as crianças a relatarem sobre a experiência, mostrando alguns
elementos do espaço, realizando intervenções para ajudá-las a validar suas hipóteses, explicitando seus
entendimentos e saberes por meio de comentários, questionamentos e diálogos com seus pares e adultos etc.

130
Sugestão de intencionalidade educativa do campo de Organizar e mediar observação de fenômenos e

experiência Espaços, tempos, quantidades, relações e elementos da natureza presentes no dia-a-dia e o

transformações. reconhecimento de algumas características do clima: calor,


chuva, claro/escuro, quente/frio.

Conviver, brincar, explorar, participar, expressar, e


Direitos de aprendizagem e desenvolvimento conhecer-se.
garantidos.

❏ RO.EI03ET04.d.07 Elaborar hipóteses


explicativas acerca de fenômenos observados e
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no
vividos.
entrelaçamento entre os campos de experiências.
❏ RO.EI03ET04.d.011 Fazer registros espontâneos
sobre as observações realizadas em momentos de
manipulação para organizar suas hipóteses.
❏ RO.EI03ET05.d.02 Agrupar objetos e/ou figuras
a partir de observações, manuseios e comparações
sobre suas propriedades.

❏ Organizar e mediar a observação do sol e da lua.


Possibilidades de ações dos professores e professoras.
❏ Organizar os espaços, materiais e instrumentos
para a investigação.
❏ Construir suas perguntas guias de observação.
❏ Observar as crianças em suas interações e
descobertas.
131
❏ Reação da criança durante a investigação.
Possibilidades de observação. ❏ Os comentários que fazem umas com as outras, sua
interação;
❏ O interesse em continuar a investigação;

❏ Como reage ao visualizar o sol e a lua?

Possibilidades de perguntas guias de observação. ❏ Como faz o relato da experiência descrevendo com
detalhes?
❏ Elabora hipóteses explicativas?
❏ A curiosidade aumentou?
❏ ficou satisfeita com o que viu?
❏ Faz relações e comparações?

É importante que a criança


realize o registro após o
relato da experiência e que o
professor instigue a querer
saber mais!

132
Das Experiências Estéticas

Observa-se que a professora propôs às crianças vivências estéticas com


elementos naturais. Observamos que elas se envolvem na proposta, sentindo as
texturas, as cores e até as formas das sementes. Elas começam experimentando e
fazendo pequenos movimentos com os dedos. Depois, começam a misturar. As
crianças têm necessidade de explorar mais. Então, o próximo passo é usar a mão
inteira explorando várias possibilidades de sensações.
As crianças neste ato de experimentação sensível à representação de
suas emoções e imaginação vão conhecendo mais sobre si mesmas nos
sentimentos prazerosos que a experiência lhes proporcionam.

Fonte: Escola Stagium 133


Organizar e oportunizar a expressão de
Sugestão de intencionalidade educativa do campo de sensações conforme exploram objetos ou materiais com
experiência traços, sons, cores e formas. texturas diversas.

Direitos de aprendizagem e desenvolvimento Conviver, brincar, explorar, participar, expressar


garantidos. e conhecer-se.

❏ RO.EI02TS02.d.06 Experimentar em suas


produções tintas naturais e materiais típicos da
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no região como folhas, sementes, flores, terras de
entrelaçamento entre os campos de experiências. diferentes texturas e cores etc.
❏ RO.EI02EO04.4 Interagir com outras crianças
estabelecendo relações de trocas de materiais e
espaços.

❏ Organizar os espaços e materiais para a

Possibilidades de ações dos professores e professoras. experimentação.


❏ Pensar e organizar grupos de crianças
conforme o espaço e materiais para exploração.
❏ Criar perguntas guias de observação.
❏ Registrar a vivência das crianças.

134
❏ Expressões demonstradas pelas crianças durante a
Possibilidades de observação. exploração.
❏ Envolvimento do corpo, das mãos no manuseio e
interação com os materiais.
❏ Produções que elaboram com o material.
❏ Diálogos que desenvolvem durante a exploração.

❏ Como as crianças reagem diante da organização da


mesa com os materiais para exploração?
Possibilidades de perguntas guias de observação.
❏ Como se envolvem no processo de exploração e
produção com os materiais?
❏ Quais são os movimentos que realizam e as formas
que constroem com os materiais?
...as crianças precisam ❏ Como utilizam os diferentes elementos em suas
ser encorajadas a se expressar produções?
pelas linguagens da arte,
rompendo com pinturas de
desenhos prontos e
estereotipados… RCRO

135
As Arquiteturas da Infância

O material não estruturado permite várias experimentações das


crianças. Observemos a exploração acima dos materiais não estruturados,
como as crianças os utilizam para criar arquiteturas. Podemos observar
que as crianças criam várias estratégias em uma construção que se
reinventa a cada instante, o que à primeira observação pode ser simples,
mas pensemos nas resoluções de problemas que podem ter feito para
colocar uma madeira maior sobre uma menor, em como equilibrar as
madeiras para dar vida às suas ideias, escolher o material certo para
interligar as distâncias. Pensaram sobre as possibilidades dos pesos entre uma peça e outra e como isto influenciou na
construção ao perceberem que o mais pesado fez com que tombasse.
Essa proposta provocou várias experimentações e construção de hipóteses sobre as propriedades da madeira,
seus formatos, tamanhos e pesos.

136
Possibilitar a exploração de objetos de diferentes
Sugestão de intencionalidade educativa do campo de formatos e tamanhos e que utilizem o conhecimento de suas
experiência espaços, tempos, quantidades, relações e propriedades para explorá-los com maior intencionalidade.
transformações. Por exemplo: empilhar objetos do menor para o maior e vice
e versa.

Direitos de aprendizagem e desenvolvimento Conviver, brincar, explorar, participar, expressar, e


conhecer-se.
garantidos.

❏ RO.EI02ET05.d.02 Usar seus conhecimentos


Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no sobre os atributos de diferentes objetos para
entrelaçamento entre os campos de experiências. selecioná-los segundo suas intenções.
❏ RO.EI02TS02.d.04 Experimentar diversas
possibilidades de representação visual
bidimensionais e tridimensionais.
❏ RO.EI02CG05.d.01 Conhecer e explorar novos
objetos, seus usos ou funções.

❏ Organizar o espaço, disponibilizando os materiais de

Possibilidades de ações dos professores e forma esteticamente organizada e convidativa,


professoras. favorecendo as explorações e construções das
crianças.
❏ Propiciar a interação das crianças entre si para as
suas construções.
137
❏ Escuta aos diálogos das crianças durante suas
Possibilidades de observação. explorações e produções.
❏ Produções das crianças e seus critérios para utilização
dos materiais.
❏ Experimentações das possibilidades de utilização dos
materiais

❏ Como as crianças reagem diante da organização dos


Possibilidades de perguntas guias de materiais nos espaços?
observação.
❏ Como se envolvem no processo de exploração e
construção com os materiais?
❏ Quais são suas indagações sobre as possibilidades de
utilização das peças a partir de suas características de
peso, tamanho ou forma?
❏ Como utilizam os diferentes elementos em suas
As crianças precisam ter produções?
oportunidade de conviver com ❏ Quais os principais desafios diante das construções e
diferentes manifestações artísticas, como resolvem os problemas que surgem?
culturais e científicas, locais,
regionais e universais, no cotidiano da
instituição, possibilitando a
apreciação, a reflexão e a criação.
RCRO

Crianças pesquisando na Biblioteca Municipal


CMEI Miriam Trajano Lopes - Ji-Paraná\RO
138
Meu nome, seu nome!

No dia a dia as crianças são sempre convidadas a registrar suas


experiências em forma de desenhos ou escritas espontâneas, registrando
o seu nome como forma de construção de identidade e identificando suas
produções.
Com plaqueta em mãos e vasto espaço para fazer seus traçados,
produzem suas escritas, percebendo que escrever no chão é diferente do
CMEI Pedro Gonçalves - Ji-Paraná\RO.
que escrever no papel. O chão apresenta ondulações que faz a canetinha
fazer algumas curvas.
A criança, ao iniciar a exploração e registro do seu nome,
geralmente usa como referência a plaqueta, que a auxilia perceber as
letras que o compõem, assim como o conhecimento sobre elas, e neste
processo observa cada letra, fazendo comparações entre sua própria
escrita e a escrita da plaqueta. Essas explorações favorecem cada vez
mais a curiosidade das crianças com o vasto mundo da escrita.
139
Possibilitar que imitem comportamentos de
Sugestão de intencionalidade educativa do campo de
escritor ao escrever não convencionalmente recados e
experiência Escuta, fala, pensamento e imaginação.
identificação da escrita do nome próprio em listas e
objetos.

Direitos de aprendizagem e desenvolvimento


garantidos. Conviver, brincar, explorar, participar, expressar e
conhecer-se.

Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no ❏ RO.EI03EF06.3 Produzir escritas espontâneas em


entrelaçamento entre os campos de experiências. práticas cotidianas quando se fizer necessário.
❏ RO.EI03EF06.d.04 Registrar e reconhecer seu
nome, sabendo identificá-lo nas diversas
situações do cotidiano.
❏ RO.EI03EO03.d.01 Desenvolver a habilidade de
trabalhar e conviver em grupo.

❏ Oferecer o recurso necessário para que as

Possibilidades de ações dos professores e professoras. crianças interajam com a cultura escrita.
❏ Favorecer situações significativas e de função
social para as escritas espontâneas.
❏ Valorizar as produções escritas das crianças,
considerando suas hipóteses.

140
❏ Em que as crianças se apoiam para escrever?
Possibilidades de observação. ❏ Quais hipóteses levantam durante a escrita?
❏ O que conversam enquanto escrevem?
❏ Quais referèncias usam para sua escrita?
❏ Distingue letras de números?
❏ Conhecem a direção da escrita?

Possibilidades de perguntas guias de observação. ❏ Como reagem diante da necessidade de registro?


❏ Buscam alguma referência gráfica para criar
escritas espontâneas?
❏ Identificam seu nome escrito?

Uma importante base significativa


para que a criança passe a refletir
sobre a construção da língua escrita
é o próprio nome, identificando-o
como caráter de individualidade e
interação social.

141
Nossas Legendas

Ao analisarmos esta imagem,


percebemos a riqueza desse momento
proporcionado à criança. Apresenta
revisitação a uma experiência vivida, que
permite novas significações, ao mesmo tempo
que a criança é convidada a registrar
espontaneamente fazendo sua legenda.
Experiências como essa são
importantes para as crianças construírem
gradativamente suas hipóteses e sentidos
sobre a escrita.

142
Sugestão de intencionalidade educativa do campo
Possibilitar que imitem comportamentos de escritor ao
de experiência Escuta, fala, pensamento e
escrever não convencionalmente.
imaginação.

Direitos de aprendizagem e desenvolvimento Conviver, brincar, explorar, participar, expressar e


garantidos. conhecer-se.

❏ RO.EI03CG05.d.05 Manusear diferentes riscadores em


suportes diversos para perceber suas diferenças e
registrar suas ideias.
❏ RO.EI03TS02.d.11 Ampliar as possibilidades de conhecer
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento no e representar o mundo, bem como sua própria experiência.
entrelaçamento entre os campos de experiências. ❏ EI03EF01 Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre
suas vivências, por meio da linguagem oral e escrita (escrita
espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de
expressão.
❏ RO.EI03EF01.3 Apropriar-se gradativamente dos
aspectos gráficos da escrita.

❏ Analisar a produção da criança para possibilitar o


planejamento das próximas intervenções.
❏ Apreciar a produção escrita das suas idéias e hipóteses.
Possibilidades de ações dos professores ❏ Organizar o espaço para a revisitação e produção escrita
e professoras.
da criança.
❏ Observar a criança durante a revisitação, realizando
intervenções com o intuito do avanço no seu
desenvolvimento.
143
❏ O espaço organizado favorece a criança durante o
desenvolvimento da atividade?
Possibilidades de observação. ❏ Como realiza a escrita das hipóteses?
❏ As expressões da criança durante a realização da
atividade.
❏ O manuseio dos riscadores e dos papéis durante o
registro.

❏ O que a criança lembra olhando a imagem proposta?


Possibilidades de perguntas guias de observação.
❏ Elabora hipóteses para a escrita?
❏ Que lembranças a revisitação causará?

Propor às crianças a revisitação


das experiências vividas é uma
rica fonte de descoberta de si e
do outro, valorizando suas
produções.

144
Organizando o Espaço, Materiais e Tempo para
as Crianças Pequenas

Nessa faixa etária as crianças se interessam mais


por contar e ouvir histórias, construir estruturas,
elaborar representações gráficas, discutir o planejamento
do dia, jogar coletivamente, realizar pesquisas e partilhar
com seus pares momentos destinados às atividades que
envolvem todo o grupo. Elas ainda necessitam de espaços
que possibilitem movimentar-se, escolher, criar, edificar,
espalhar produções, fazer de conta, permanecer sozinhas
e trabalhar em pequenos ou em grandes grupos (hORN,
p.47,2017). Fonte: Escola Bakhita

As crianças pequenas ainda necessitam da mesma


organização de espaços e materiais que são oferecidos às
crianças bem pequenas. Porém, nesta faixa etária, as
crianças precisam de propostas mais desafiadoras,
atendendo seus interesses de investigação cotidiana,
interação e de brincadeira.

Fonte: internet
145
O Tempo
❏ Para brincar individualmente e coletivamente;
O tempo da criança de 4 e 5 anos é
❏ Para interagir;
diferente das demais faixas etárias. Elas
❏ Para higienizar-se;
constroem hipóteses mais elaboradas sobre si
❏ Para alimentar-se;
e sobre o mundo.
❏ Para explorar;
❏ Para pesquisar e investigar;
❏ Para construir, etc.

O Espaço
O espaço da sala de referência deve ser organizado a partir dos interesses e necessidades das crianças
pequenas de forma que possibilite livre locomoção, interação, investigação individual e em grupo e escolhas.
Assim, elencamos as possibilidades dos seguintes espaços:
- Espaço para jogo simbólico;
- Espaço para Construção;
- Espaço para expressões estéticas;
- Espaço para jogos dramáticos e música;
- Espaço para leitura e audição de histórias. Escola Stagium

Ressaltamos que algumas instituições que têm seu espaço físico mais
amplo podem organizar uma sala para as expressões estéticas, dramáticas e
musicais.

146
Possibilidades de materiais para construção
Possibilidades de materiais para jogo simbólico
Materiais de construção, grandes blocos ocos,
Utensílios de cozinha, cestos com frutas
tacos e blocos de diferentes tamanhos, jogos de
e legumes de cera, ferro de passar, vassoura,
encaixar, material para empilhar, cubos de espuma e
rodo, telefone, computador, bolsas e bijuterias,
madeira, caixas grandes e pequenas, canos de pvc,
apetrechos para pentear, maleta de médico, caixa
troncos de madeira, funil, cones, bobe de cabelo,
de carpinteiro (martelo, chave de fenda e outras
entre outros.
ferramentas), espaços ambientados com
características locais, entre outros.
Possibilidades de materiais para jogos dramáticos e
experiências sonoras
Instrumentos musicais convencionais e não
Possibilidades de materiais para leitura e audição
convencionais, microfone, máscaras, fantasias, etc.
de livros
Livros infantis com histórias de diferentes
Assim, as experiências vividas no
gêneros, revistas em quadrinho, jornal, livros de
espaço de Educação Infantil devem
receitas, revistas informativas.
possibilitar o encontro de explicações
pela criança sobre o que ocorre à sua
volta e consigo mesma, enquanto
desenvolvem formas de sentir, pensar e
solucionar problemas.

147
Possibilidades de materiais para expressões
estéticas
❏ Papéis de diferentes formas, tamanhos e texturas;
❏ Tintas (guache, tinta para tecido, aquarela, tintas
caseiras, várias melecas, tintas naturais, etc.);
❏ Pincéis convencionais e não convencionais
(gravetos, galhos, esponjas, seringas, garrafas,
Carlene's Cubbyhouse Family Day Care
folhas, barbante, canudos, etc.);
❏ Lápis de cor, giz de cera, canetas hidrográficas,
lápis grafite, etc.;
❏ suportes (madeira, papel, telas, tecidos, jornal,
parede, chão, etc.);
❏ Colas (branca, colorida, com gliter).

Possibilidades de materiais para investigar


Inspirados em Reggio Emilia
Lupas, réguas, trena, fita métrica, prancheta, prumo,
medidores, tabela de alfabeto, tabela numérica, mesa de
experimentação, tubos de ensaio, bacias, baldes, potes
variados, microscópio, tubete, lupa, binóculo, termômetro,
lanterna, entre outros.

escola Bakhita
148
Possibilidades de Organização do Espaço da Sala de Referência

149
150
Recomendações
Recomenda-se que este Caderno de Orientações Pedagógicas seja utilizado na reflexão da práxis de professores
e professoras, a fim de implementar práticas pedagógicas para as crianças alinhadas ao Referencial Curricular de
Rondônia (RCRO) e à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ressalta-se a importância da formação
continuada de professores e professoras em serviço para revisitação e ressignificação das concepções de Educação
Infantil, convergentes com os documentos normativos, em busca de efetivar uma educação que garanta todos os direitos
de aprendizagem e desenvolvimento das crianças de Rondônia.

Para isso, torna-se necessário:

❏ Reorganização dos berçários rondonienses para possibilitar a movimentação segura, a interação entre bebês, com
adultos, objetos e brinquedos;
❏ Reorganização das espaços e materiais convergentes com os direitos de aprendizagem e desenvolvimento das
crianças;
❏ Reorganização da rotina sem tempo de espera e que atenda ao protagonismo infantil;
❏ Implementação de práticas de investigação com crianças;
❏ Reorganização da avaliação para a primeira infância;
❏ Foco nas intencionalidades educativas para o protagonismo infantil;
❏ Projeção de intencionalidades com a participação das crianças, acolhendo suas necessidades e interesses;
❏ Ressignificação da vida cotidiana das crianças na instituição educacional;
❏ Possibilidades para que as crianças vivam experiências significativas de aprendizagem e desenvolvimento;
❏ Educadores ativos nas vivências com as crianças;
❏ Protagonismo das crianças e educadores;
❏ Ações construídas na coletividade para a reorganização da instituição educativa.
151
Agradecimentos
COLABORADORES

SEMED Ariquemes
CMEIs Sonho de Criança, Criança Feliz, Arikem e Madre Tereza de
Calcutá

SEMED Ji-Paraná
CMEIs: Profª Mirian Trajano Lopes, Primavera, Pedro Gonçalves,
Nosso Lar, Felipe Anselmo Abreu de Souza e
Centro Educacional Grilo Falante

SEMED Porto Velho


EMEIEF Dr. Tancredo de Almeida Neves

152
Para saber mais...
Sites e páginas
https://reggiochildrenfoundation.org/attivita/fare-scuola/ http://paralapraca.org.br/
https://www.reggiochildren.it/atelier/ http://liberdadeparaosbebes.com.br/
https://blog.wpensar.com.br/pedagogico/abordagem-pikler-educacao-infantil/ https://territoriodobrincar.com.br/
https://innovarteinfantilesp.wordpress.com/ https://criancaenatureza.org.br/
https://www.escolaateliecarambola.com.br/ https://lunetas.com.br/
http://escolacasaamarela.com/ https://www.obeci.org
https://www.graodechao.com.br/ https://avisala.org.br/
https://tempodecreche.com.br/ https://ocomecodavida.com.br/
https://www.facebook.com/carlenescubbyhouse/?epa=SEARCH_BOX https://www.facebook.com/escolastagium/?epa
https://www.facebook.com/mapainfanciabrasileira/ =SEARCH_BOX
https://www.facebook.com/groups/315318389267593/?epa=SEARCH_BO https://www.facebook.com/escolabakhita/?epa=
X SEARCH_BOX
https://www.pedagogiasubjetividade.com/
https://www.escoladavila.com.br/
Livros

153
Referências
AS CEM LINGUAGENS DA CRIANÇA: a experiência de Reggio Emilia em transformação/organizadores,
edwards, Carolyn; Gandini, Lella; Forman, George. Tradução: Marcelo de Abreu. Revisão técnica; Maria Carmen
Silveira Barbosa. Porto Alegre: Penso, 2016.

ARQUITETURAS FANTÁSTICAS: ideias, teorias e narrativas de crianças de 2 e 3 anos\Ateliê Carambola Escola de


Educação Infantil - São Paulo: Unic Gráfica e editora, 2016.

BARBOSA, Maria Carmem. Especificidades da ação pedagógica com os bebês. Anais do I seminário nacional:
Currículo em movimento – Perspectivas Atuais Belo Horizonte, novembro de 2010.

BARDANCA, Ángeles Abelheira. BARDANCA, Isabel Abelheira. Os fios da infância. tradução Tais Romero. São
Paulo: Phorte, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular


Nacional para a Educação Infantil - Brasília: MEC/SEF, 1998.

________.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

________.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação
infantil /Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010.

________.Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada,


Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Conselho Nacional da Educação. Base Nacional Comum Curricular. –Brasília:
MEC,SEB, 2017.

________.Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998.

________.Indicadores da Qualidade na Educação Infantil / Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica –


Brasília: MEC/SEB, 2009.

BEM VINDO MUNDO!: Criança, cultura e formação de educadores. Organizadoras: Silvia Pereira de Carvalho,
Adriana Klisys, Silvana Augusto. São Paulo: Peirópolis, 2006.

CONEXÕES: A poética das crianças de 0 a 3 anos e a Arte Contemporânea.


154
CARVALHO, Silvia Pereira de; KLISYS, Adriana; AUGUSTO, Silvana. Bem-vindo, Mundo! Criança, Cultura e
Formação de Educadores. São Paulo: Peirópolis, 2006.

Desemparedamento da infância: A escola como lugar de encontro com a natureza. Organização: Maria Isabel Amando
de Barros. Rio de Janeiro, março de 2018.

FREIRE, Madalena. A paixão de conhecer o mundo: relatos de uma professora.Editora: Paz e Terra, 1983.

GODSCHMIED, Elinor. JACKSON, Sonia. Educação de 0 a 3 anos: o atendimento em creche. Tradução: Marlon
Xavier. - 2 ed.- Porto Alegre: Grupo A, 2006.

GANDINI, Lella. Espaços Educacionais e de Envolvimento Pessoal. In: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella;

FORMAN, George. As cem linguagens da criança: a abordagem de Réggio Emilia na educação da primeira infância.
Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda.,1999, p. 145-158

HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, Cores, Sons, Aromas - A Organização dos Espaços na Educação Infantil.
Editora: ARTMED, 2009.

________. Brincar e interagir nos espaços da escola infantil. Porto Alegre: Penso, 2017.

HORN, Mario da Graça. FOCHI, Paulo Sergio. A organização do trabalho pedagógico na educação infantil. VI
Simpósio do curso de formação de docentes – normal em nível médio conteúdo, 2012.

EXPERIÊNCIAS COTIDIANAS. Disponível em: http://escolabakhita.com.br/site>. Acesso em 10\03\2020.

AS QUATRO DIMENSÕES DA ABORDAGEM PIKLERIANA E SUA RELAÇÃO DINÂMICA. Disponível em:


ttp://liberdadeparaosbebes.com.br>. Acesso em: 09\03\2020.

CONHEÇA A ABORDAGEM PIKLER PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. Disponível em:


https://blog.wpensar.com.br/pedagogico/abordagem-pikler-educacao-infantil>. Acesso em: 09\03\2020.

FRAGMENTOS DE UM PROCESSO DOCUMENTAL. Disponível em:


https://www.escolaateliecarambola.com.br/blog>. Acesso em 10\03\2020.

PLANEJAMENTO NO OBECI. Disponível em: https://www.obeci.org/>. Acesso em 07\03\2020.


155
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO. dISPONÍVEL EM:
https://percursoformativobncc.org.br/downloads/int/percurso_formativo_INT_interativo.pdf>. Acesso em
08\03\2020.

CARVALHO, Silvia Pereira de; KLISYS, Adriana; AUGUSTO, Silvana. Bem-vindo, Mundo! Criança, Cultura e
Formação de Educadores. São Paulo: Peirópolis, 2006.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Formosinho, Júlia Oliveira. Em busca da pedagogia da infância: pertencer e
participar. Porto Alegre. Ed. Penso 2013.

LARROSA, Jorge BondÌa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, Jorge
Larrosa BondÌa22Jan/Fev/Mar/Abr 2002 nº 19.

MEC. Campos de experiências :efetivando direitos e aprendizagens na educação infantil / [Ministério da Educação ;
texto final Zilma de Moraes Ramos de Oliveira]. – São Paulo : Fundação Santillana, 2018.

MICARELLO, Hilda. Avaliação a transições na educação infantil. Anais do I seminário nacional:Currículo em


movimento – Perspectivas Atuais Belo Horizonte, novembro de 2010.

OLIVEIRA - Formosinho, Júlia. PASCAL, Christine. Documentação pedagógica e avaliação na educação infantil: um
caminho para a transformação. Porto Alegre: Penso, 2019.

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. O Currículo na educação infantil: O que propõem as novas diretrizes
nacionais? Anais do I seminário nacional: Currículo em movimento – Perspectivas Atuais Belo Horizonte, novembro de
2010.

PINAZZA, Mônica Appezzato; FOCHI, Paulo Sérgio. Documentação Pedagógica: observar, registrar e (re)criar
significados. Revista Linhas. Florianópolis, v. 19, n. 40, p. 184-199, maio/ago. 2018.

Reggio Emilia em transformação;tradução: Marcelo de Abreu Almeida; revisão técnica: Maria Carmem Silveira

RINALDi, Carla. Diálogos com Reggio Emília: Escutar, investigar e aprender. Tradução de Vania Cury. 7ª.Edição. Rio
de Janeiro\São Paulo: Paz e Terra,2019.

RONDÔNIA. Referencial Curricular de Rondônia. Porto Velho, 2018.


156
SARMENTO, M.J.Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância. Educação & Sociedade.
Campinas, São Paulo, v. 26, n. 91,p. 361-378, 2005.

SHORES, Elizabeth e Cathy Grace; Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Manual de Portfólio: um guia passo a passo para o
professor. Porto Alegre – Artmed, 2001.

UNICEF. Brincadeira de criança Brinquedos e brincadeiras para crianças pequenas. s\ano.

ZERO, Project. Tornando visível a aprendizagem: crianças que aprendem individualmente e em grupo/ReggioChildren;
tradução: Thaís Helena Bonini. 1º Ed.-São Paulo: Phorte, 2014.

157

Você também pode gostar