Disciplina de Acionamentos Elétricos
Disciplina de Acionamentos Elétricos
Disciplina de Acionamentos Elétricos
DISCIPLINA DE ACIONAMENTOS
ELÉTRICOS
- ACE -
MÓDULO: III
Curso Técnico em Eletromecânica.
6 EXERCÍCIOS........................................................................................................................................... 102
6.1. EXERCÍCIOS DE MOTORES ELÉTRICOS...................................................................................... 102
6.2. EXERCÍCIOS DE DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO E COMANDO..................................................... 103
6.3. EXERCÍCIOS DE SIMBOLOGIA................................................................................................... 105
6.4. EXERCÍCIOS DE CHAVES DE PARTIDA........................................................................................ 108
6.5. EXERCÍCIOS DE DIMENSIONAMENTO DE CHAVES DE PARTIDA............................................... 115
6.7. Teste de continuidade e polarização das bobinas de motores monásticos................................ 120
6.8. Teste de continuidade e polarização das bobinas de motores trifásicos................................. 121
7 122
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................
1. Motores elétricos
120 ⋅ f
nS = ,
p
A principal característica destes motores é que a velocidade varia com a carga aplicada.
Quanto maior a carga, mais devagar gira o motor. A velocidade é dada em termos da velocidade de um
motor síncrono de mesma frequência e número de pólos, ou seja, a velocidade síncrona. Com o motor
a vazio, teoricamente a velocidade seria igual à síncrona, mas se deve lembrar que o próprio rotor, eixo
e demais componentes girantes oferecem resistência ao motor, logo, sempre há uma perda de rotação.
Esta perda é chamada de escorregamento e ocorre por causa da interação entre a força gerada pelos
campos magnéticos e o conjugado resistente de carga. A expressão da velocidade de um motor
assíncrono é:
120 ⋅ f s
n= ⋅ 1 −
p 100
s
n = nS ⋅ 1 −
100
A expressão do escorregamento é:
s=
(nS − n) ⋅ 100
nS
Outra característica destes motores é a alta corrente de partida, ocasionada pela inércia do
motor e da carga e que pode alcançar de 6 a 9 vezes a corrente nominal. Vale lembrar que a corrente de
partida é dado de placa dos motores. Quando o motor parte a vazio, a corrente de partida é a mesma do
que se partisse a plena carga, porém o tempo de partida a vazio é bem menor. Os motores também
recebem classificações conforme a característica da sua curva de partida. Observe a Figura 1.3.
Os motores classe N são os mais comuns, porém possuem um menor conjugado de partida.
Os das classes H e D são utilizados quando há a necessidade de fazer a partida com mais carga ou
mesmo a plena carga. A Figura 1.4 mostra como a curva de conjugado é avaliada.
O escorregamento também fica evidente neste gráfico, observando-se a região entre n e nS.
Outra característica importante dos motores elétricos é o tempo de rotor bloqueado, que
designa o tempo que o motor suporta sem queimar, estando com o rotor bloqueado. Na prática, implica
que o tempo de aceleração do motor não deve ser maior do que o tempo de rotor bloqueado.
Os motores assíncronos com rotor bobinado ou motor de anéis possuem, ao invés de um
rotor em gaiola, bobinas que são alimentadas através de escovas de carvão apoiadas sobre anéis
coletores. Devido à possibilidade de se fazer a partida com a inclusão de resistências rotóricas, estes
motores são largamente utilizados em sistemas com elevada inércia de partida. Além disso, em
partidas a vazio, a corrente não apresenta picos tão elevados. Porém o custo de manutenção é bastante
alto, devido aos anéis coletores e escovas.
Para fazer a inversão de um motor monofásico, basta inverter os pólos do circuito auxiliar
de partida, ou seja, trocar os bornes 5 e 8.
1 2 3 U1 V1 W1
R1 S1 T1 R2 S2 T2
4 5 6 U2 V2 W2
Figura 1.8: identificação de enrolamentos para motores trifásicos.
Existem duas formas básicas de ligação de um motor trifásico: estrela e triângulo. A Figura
1.9 traz a ligação estrela e a Figura 1.10 à ligação triângulo.
V L =V F
IL = 3 ⋅ I F
• Para a ligação estrela:
VL = 3 ⋅ VF
I L =I F
Assim, para ambos tipos de ligações, a potência será dada por:
P = 3 ⋅VL ⋅ I L ⋅ cos ,
onde cos φ é o fator de potência do motor.
Para o motor, o que é inalterável é a tensão sobre os enrolamentos, que é a mesma para
ambas ligações e a escolha vai depender de qual valor é a tensão da rede. Então, para um motor ligado
em triângulo com uma tensão de 220 V (que é a tensão sobre o enrolamento), para ser ligado em
estrela deverá ser ligado numa rede de 380 V, a fim de que se tenha os mesmos 220 V sobre os
enrolamentos, ou seja na rede com tensão menor ligamos em triangulo e na rede com tensão maior
ligamos em estrela.
Normal
ou
repouso
Atuado
2.1. Fusível
2,3 Disjuntor
.
Os disjuntores são dispositivos de seccionamento e proteção contra sobrecarga e curto-
circuito. O dispositivo de proteção contra sobrecarga consiste em bimetálicos, cujo funcionamento já
foi descrito na seção sobre os relés térmicos.
O dispositivo contra curto-circuito consiste em uma bobina que, quando atravessada por
uma corrente de grande intensidade, gera um campo magnético que atrai uma peça magnética que
desarma o disjuntor. A Figura 2.4 mostra um esquema interno de um disjuntor monofásico.
2.4 Contator
Por definição, o contator é uma chave de operação eletromagnética, com uma única posição
de repouso e é capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais no
Núcleo fixo
Contato fixo
Bobina Suporte do
eletromagnética contato
móvel
Os contatos móveis estão apoiados sobre molas fixadas em uma estrutura chamada
cabeçote. Esta por sua vez é ligada rigidamente ao núcleo móvel, que se mantém separado do núcleo
fixo pela ação de molas de curso. Assim, na posição de repouso os contatos mantêm-se em sua posição
normal. Quando a bobina é atravessada por corrente elétrica, pela aplicação da tensão correspondente
em seus terminais, um campo magnético é gerado, forçando o núcleo móvel a se juntar ao fixo,
vencendo a força das molas, a fim de diminuir o entreferro (espaço vazio entre os núcleos). Assim, os
contatos movem-se, passando para o estado atuado (veja a Tabela 1). Se a bobina for desenergizada, o
campo magnético é extinto, fazendo com que o núcleo móvel, pela ação das molas, afaste-se do núcleo
fixo e os contatos voltem a sua posição normal.
Os contatos são divididos em contatos principais ou de força e contatos auxiliares ou de
comando. Os contatos principais têm a função de interromper ou estabelecer a corrente de carga, assim
suas dimensões acompanham a magnitude da corrente que são capazes de conduzir. Os contatos
auxiliares têm a função de implementar a lógica de comando, interrompendo ou estabelecendo a
corrente que vai alimentar os dispositivos que fazem a sequência lógica de operação da carga, muitas
vezes, alimentando a própria bobina do contator.
ACE – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - III - 2015/2
COOPERATIVA ESCOLA DOS ALUNOS DO CEDUP
“DARIO GERALDO SALLES” – COOPERSALLES. 19
Normalmente os contatores possuem apenas um ou nenhum contato auxiliar, mas outros
contatos podem ser adicionados através de encaixes específicos na superfície superior ou lateral do
contator. São os chamados blocos de contatos, que podem ser contatos individuais abertos ou fechados
ou contatos conjugados, um aberto e um fechado.
Há outros acessórios para contatores, como: bloco pneumático temporizado, que faz um
comando temporizado regulável; dispositivo de inter-travamento, que impede mecanicamente que dois
contatores sejam ligados ao mesmo tempo; bloco de retenção mecânica, que impede o contator de se
desligar em caso de queda brusca de tensão e outros.
Os contatores possuem características específicas para cada aplicação. Assim, um contator que
faz a partida de um motor de um torno pode não ser o mesmo que aciona o motor de uma esteira,
mesmo que os motores tenham características idênticas. Isto se deve ao fato dos contatores sofrerem
um desgaste dos seus contatos a cada acionamento. Logo, o tipo de carga e a frequência de manobras
influem diretamente sobre o desgaste dos contatos.
Este desgaste se dá pela ação dos arcos elétricos criados com o fechamento e principalmente
abertura dos contatos, provocando eletro-erosão do material da superfície dos contatos. Como a eletro-
erosão ocorre de maneira aleatória, a superfície dos contatos torna-se irregular, provocando aumento
da resistência elétrica nos contatos e aquecimento. Pode acontecer mesmo dos contatos atingirem
temperaturas tão altas que acabam se fundindo e soldando-se, impedindo a abertura do contator.
Os temporizadores com retardo na desenergização têm seus contatos acionados após ser
retirada a energia e mantêm-se durante o tempo selecionado. Observe a Figura 2.10.
3 - Simbologia
Os contatos, por serem elementos muito frequentes em diagramas elétricos, recebem nomenclaturas
especiais. Os contatos de força de dispositivos trifásicos recebem os números de 1 a 6, sendo que os
números ímpares representam a entrada dos contatos e os pares as saídas. As entradas ainda recebem a
letra L e as saídas a letra T. E as fases recebem os números 1, 2 e 3. Observe e Figura 3.1.
Os contatos com retardo por efeito térmico, pneumático ou acionamento eletrônico recebem
os números 5-6 para contatos fechados, 7-8 para contatos fechados e 5-6-8 para contatos reversores.
Observe a Figura 3.3.
3.1 Fusível
Os fusíveis são designados pela letra F e seus bornes não recebem nomenclatura. Os
símbolos de fusíveis de força e comando são mostrados na Figura 3.4.
Figura 3.4: Simbologia de fusíveis (a) usual e (b) com indicação do lado energizado
3.3 Disjuntor-motor
Figura 3.9: Simbologia de (a) botoeiras pulsantes, (b) knobs, (c) fins-de-curso e (d) sinaleiras
Chave de partida é um equipamento que tem por função fazer a partida, desligamento,
operação e proteção de motores elétricos. Inicialmente eram chaves manuais, em que o operador
realizava a operação.
As chaves de partida magnéticas surgiram em substituição às chaves de partida manuais,
fazendo manobras que poderiam se feitas de maneira errada, prejudicar o desempenho das máquinas e
ainda colocando-se em risco. Sua função é ligar, desligar, fazer manobras e frenagem em motores de
corrente contínua ou alternada, mono ou trifásicos, além de garantir ao operador uma maior segurança
e simplicidade de comando, além de prover maior confiabilidade ao sistema.
Existem inúmeros tipos de chaves de partida, fabricadas às vezes de formas diferentes, mas
o princípio de funcionamento de todas é idêntico.
É constituída de um único contator para ligar e desligar o motor, além de fusíveis e relé
térmico, ou disjuntor-motor para proteção.
Do ponto de vista do motor, esta é a melhor chave, pois o motor parte com valores de
tensão e conjugado nominais, mas por norma só pode ser usada para partir motores até 5 CV, pois a
alta corrente de partida dos motores de indução pode causar danos à rede elétrica, como já foi visto.
Push botton ou
botão de impulso
Contato de selo
Para fazer a reversão do sentido de giro de um motor trifásico, basta fazer a inversão de
duas fases. Mas, para evitar a ligação simultânea dos dois contatores, que estão ligados em paralelo
com fases trocadas, é necessário utilizar contatos fechados para fazer o inter-travamento.
Para este comando é necessário acionar o botão de desligamento de um giro para pós
acionar o botão que fará com que o motor gire no sentido inverso.
Figura 4.5 - Diagrama de comando para partida direta com reversão simples.
Figura 4.7 - Esquema Elétrico da Força para Partida Direta com Reversão de motor trifásico
Figura 4.9 - Esquema Elétrico da Força Partida Direta com Reversão de motor monofásico
Para este diagrama, não é necessário desligar o motor antes de se fazer a reversão. Com a
inclusão de contatos fechados das botoeiras em série com os contatos aberto de partida, porém
cruzados, é possível fazer a reversão de forma direta, caso não haja carga e a potencia não seja muito
elevada, lembrando que isto causa sobreaquecimento no motor.
A fim de reduzir a corrente de partida do motor, utilizam-se chaves de partida que reduzem
a tensão na partida, resultando em uma diminuição da corrente e consequentemente do torque. Uma
dessas chaves é a chave estrela-triângulo, que parte o motor em ligação estrela, alimentado com tensão
de triângulo, para depois de acelerado, mudar a ligação para triângulo, com tensão nominal.
Logo, não é a tensão de rede que muda, mas sim a forma de ligação. Assim, durante a
partida, o motor recebe apenas 58% de sua tensão nominal, havendo uma redução da corrente de
partida para 33% da corrente em partida direta. A Figura 4.1 mostra claramente a redução da tensão na
partida em estrela.
Este tipo de chave de partida parte o motor com tensão reduzida, assim como a chave
estrela-triângulo, porém utiliza um autotransformador em série com o motor para fazer a redução. É
utilizada quando o motor parte com carga e a chave estrela-triângulo não atende as necessidades.
Os autotransformadores de partida possuem três TAP’s de saída, em 80, 65 e 50%. No TAP
de 80%, a corrente é reduzida para 64% de seu valor normal, em 65%, é reduzida para 42%, e em
50%, para 25%. No TAP de 50%, as características de partida são semelhantes às da chave estrela-
triângulo, por isso este TAP é pouco usado, apenas quando se deseja partir o motor sem carga.
Também é possível mudar o TAP quando há variação de carga, com a inclusão de uma chave seletora
trifásica.
Atualmente, estas chaves vêm sendo cada vez menos utilizadas, pois o seu custo é muito
alto, devido ao autotransformador e ao tamanho do painel necessário para acomodá-lo. No lugar da
compensadora, está sendo utilizada a partida eletrônica, com soft-start.
Estrela-triângulo Compensadora
Custo menor Custo maior
Maiores dimensões, devido
Menores dimensões
autotransformador
Admite partidas com carga (pode variar o
Deve partir praticamente a vazio
TAP conforme exigência de carga)
Corrente de partida reduzida:
Corrente de partida reduzida para 33% • No TAP 80% para 64%;
• No TAP 65% para 42%.
Tabela 4.1: Comparação entre partida estrela-triângulo e partida compensadora
Os motores Dahlander são motores que podem funcionar em duas velocidades, bastando
mudar o tipo de ligação. Em baixa rotação, o motor é ligado em ∆ e em alta, em YY.
120 ⋅ f s
n= ⋅ 1 −
p 100
Analisando a equação, vemos que existem três formas de se variar a rotação de um motor:
através da frequência f, do número de pólos p e do escorregamento s. O número de pólos de um motor
é fixo, mesmo para aqueles que, devido a mudanças na ligação podem girar a mais de uma velocidade.
E mesmo que pudéssemos variar o número de pólos, ainda assim estaríamos restritos aos números
pares e inteiros, permitindo apenas algumas velocidades específicas. O escorregamento varia
realmente, mas apenas 2 ou 3%, além de ser muito difícil controlar o valor exato do escorregamento, já
que ele depende da carga aplicada ao eixo.
Assim, a única saída prática para variar a rotação de um motor CA é a variando a
frequência. Mas, para manter o fluxo magnético do motor constante em praticamente toda a faixa de
velocidade, deve-se variar a tensão aplicada ao motor na mesma proporção da frequência. Em outras
palavras, se diminuirmos pela metade a frequência, a tensão também deverá cair pela metade. Isso vale
para a faixa de frequência que vai de 0 até a frequência nominal, já que a partir daí, não é mais
possível aumentar a tensão, que deverá se manter no valor da tensão nominal. A Figura 4.8 mostra
como é feita a variação da tensão e da frequência.
Na prática, em rotações muito baixas existe perda de conjugado, que pode ser compensada
pelo aumento da relação entre a tensão e a frequência, além de um aquecimento excessivo do motor
pela diminuição do fluxo de ar que envolve a carcaça, devido à baixa velocidade de rotação do
ventilador de refrigeração. Pode-se resolver este problema utilizando ventilação forçada, ou seja,
desacoplando o ventilador do eixo do motor e lhe aplicando alimentação independente.
Acima da frequência nominal (60 Hz), a tensão é mantida constante (UN) enquanto a
frequência aumenta. Isso provoca diminuição do fluxo magnético e perda de conjugado. Estas perdas
devem ser levadas em conta no projeto quando a faixa de frequência da aplicação compreender valores
muito baixos ou acima da frequência nominal. Observe a Figura 4.9.
Para gerar uma forma de onda com tensão e frequência variáveis, o inversor de frequência
faz duas conversões. Primeiramente, a tensão da rede, com tensão e frequência constantes, é convertida
em corrente contínua através de um retificador. Nesta parte, um banco de capacitores filtra a tensão,
mantendo-a o mais constante possível. Então, a corrente contínua é transformada em alternada através
de um circuito conversor de frequência, gerando um sinal onde a frequência e a tensão podem ser
controladas conforme a necessidade. Observe a Figura 4.10.
Mas o sinal gerado não se parece em nada com o que nós conhecemos por corrente
alternada, já que para construir o sinal com frequência variável, a onda é recortada em picos cuja
frequência real varia de 5 a 20 kHz e apenas o contorno ou valor médio dessa onda é que possui a
frequência e tensão requeridos. Observe a Figura 4.11.
Obs.: muitas vezes, no dimensionamento dos componentes básicos de uma chave, depara-se
com questões ligadas ao fator custo x benefício, fazendo com que se opte por uma composição mais
econômica e consequentemente prejudicando o chamado fator de segurança.
As tabelas 5.1 a 5.4 referem-se a motores de indução trifásicos WEG, com rotor de gaiola,
IP 54 e IP 55, 220 V, 60 Hz, II, IV, VI e VIII pólos respectivamente.
Obs.: para obter a corrente nominal em rede de 380 V, basta multiplicar por 0,577 e em 440
V, por 0,5.
Obs.: para obter a corrente nominal em rede de 380 V, basta multiplicar por 0,577 e em 440
V, por 0,5.
Obs.: para obter a corrente nominal em rede de 380 V, basta multiplicar por 0,577 e em 440
V, por 0,5.
Obs.: para obter a corrente nominal em rede de 380 V, basta multiplicar por 0,577 e em 440
V, por 0,5.
5.4.Curva de fusíveis
As Figuras 5.1 e 5.2 mostram as curvas para levantamento do tempo virtual de fusão de
fusíveis Diazed e NH, respectivamente.
A Figura 5.3 mostra o circuito de corrente do diagrama de força da chave de partida direta,
que pode ser usado para a partida reversora.
A partir das Tabelas 5.1 a 5.4, determina-se, dados a potência, velocidade e tensão de
alimentação do motor, a corrente nominal e corrente de partida. Se o fator de serviço (FS) for diferente
de 1, deve ser multiplicado pela corrente nominal, obtendo-se nova corrente In’.
I n' = FS ⋅ Fseg ⋅ In
I p = (I p I n )⋅ I n'
5.5.2Dimensionamento do contator
I e≥ I n '
A corrente nominal In’ deve se situar dentro da faixa de ajuste do relé, de preferência num
valor intermediário ou mais próximo do valor máximo de sobrecarga.
Para determinar quais fusíveis serão usados para proteger o motor, deve-se fazer o
cruzamento na curva apropriada (inicie com a curva de fusíveis Diazed) do valor da corrente de partida
no eixo horizontal com o tempo de partida especificado no eixo vertical. O fusível correto será aquele
cuja curva está imediatamente à direita do ponto encontrado pelo cruzamento.
A corrente nominal do fusível deve ser pelo menos 20% maior do que o valor da corrente
nominal.
I F ≥1,20⋅ In'
Determinado os fusíveis (IF), resta saber se o valor máximo de fusível para o contator e para
o relé térmico é menor do que o valor do fusível encontrado.
I F≤ I F max (contator )
I F≤ I F max (relé térmico)
Dimensionar uma chave de partida direta para um motor de 5 CV, IV pólos, 60 Hz,
alimentado em 380 V, cuja partida demora cerca de 4 s.
I e ≥ 8,08 ⇒ I e máximo= 9 A
O contator utilizado será CWM9, cuja corrente máxima admissível é de 9 A. A bobina pode
ser 220 V/60 Hz e há a necessidade de um contato auxiliar aberto. Logo, com o auxílio de um
catálogo, pode-se especificar o contator.
CWM9.10 220V/60Hz
Neste caso, poderia ser utilizado o relé térmico com faixa de 5,6...8 A, já que a corrente
nominal é praticamente a mesma do ajuste máximo. O relé térmico será, então:
RW27D 7...10 A
• Com o tempo de 4 s no eixo vertical e 61 A no eixo horizontal, levanta-se o valor nominal dos
fusíveis de força. Observe a Figura 5.4:
Esta condição é satisfeita, mas deve-se verificar se o fusível máximo do disjuntor e do relé
térmico é maior do que o fusível selecionado. Pelas Tabelas 5.5 e 5.6, chega-se a:
Estas condições também são satisfeitas. Assim, os fusíveis de força a serem utilizados são:
3 – fusíveis Diazed 20 A
A Figura 5.5 mostra as correntes nos trechos do diagrama de força da chave de partida
estrela-triângulo.
A partir das Tabelas 5.1 a 5.4 determina-se a corrente nominal do motor In e o fator da
corrente de partida. Aplicando-se o FS e o Fseg, determina-se a corrente nominal de projeto In’,
exatamente como na partida direta.
Em ligação nominal, triângulo, a corrente do motor é IL e a corrente que circula pelos
contatores K1 e K2 é dada pela relação entre correntes da ligação triângulo.
In'
I ∆=
√3
I n'
IY=
3
5.6.2. Dimensionamento dos contatores
I e (K1 )≥ I ∆
I e (K2 )≥ I ∆
I e (K3 )≥ I Y
Como o relé térmico é ligado em série com o contator K1, temos que:
I SCmin ≤ I ∆ ≤ ISCmax
5.6.4. Dimensionamento de fusíveis
Aplicando este valor no eixo horizontal do gráfico de fusíveis apropriado, juntamente com
o tempo de partida no eixo vertical e fazendo o cruzamento, obtém-se o valor nominal dos fusíveis de
força.
Deve-se verificar se o valor nominal dos fusíveis é pelo menos 20% superior ao valor de
corrente nominal do motor.
I F ≥1,20⋅ In
Também deve-se verificar se o fusível máximo para o contator K1 e para o relé térmico é
maior do que o valor dimensionado para os fusíveis.
I F ≤ I F max (contator K1 )
I F≤ I F max (relétérmico )
Não é necessário verificar para K2, pois se a condição for válida para K1, também o será
para K2.
43 , 56
I ∆= = 25 , 15 A
√3
43 , 56
IY= = 14 , 52 A
3
K1:
K2:
K3:
I e (K3) ≥ 14,52 ⇒ I e máximo(K3) =18 A
• Para dimensionar o relé térmico, utiliza-se a corrente que circula por K1:
7,5⋅43 , 56
I p= = 108,9 A≈ 110 A
3
Cruzando este valor com o tempo de partida de 10 s, chegamos ao provável valor nominal
dos fusíveis de força. Observe a Figura 5.6.
Assim, o valor nominal dos fusíveis de força deverá ser de 35 A. Mas é necessário verificar
se o valor dos fusíveis é ao menos 20% maior do que a corrente nominal do motor.
Esta condição não é satisfeita, logo deve-se aumentar o valor dos fusíveis. O primeiro valor
de fusível que é maior do que 52,27 A é 63 A. Também poderia ser usado 50 A, já que está sendo
usado um fator de 20% para os fusíveis.
63 A ≤ I Fmax(contatorK1) ⇒ 63≤ 63 A
63 A ≤ I Fmax(relétérmico) ⇒ 63≤ 63 A
Outra solução seria colocar seis fusíveis de 50 A, de forma que os mesmos fiquem dentro
do triângulo do motor. O custo aumenta, porém a segurança é maior.
A Figura 5.7 mostra as correntes nos trechos do diagrama de força da chave de partida
compensadora.
IK1 = In'
I K2 = K 2 ⋅ I n '
(
I K3 = K − K 2 ⋅ I n' )
Obs.: deve-se sempre considerar o pior caso dentre os TAP’s utilizados, com relação à redução de
corrente. Normalmente será de 0,64 para IK2 e 0,16 para IK3.
I e máximo (K1)≥ I K1
I e máximo (K2 )≥ I K2
I e máximo (K3)≥ I K3
I SC min ≤ I K1 ≤ I SC max
I p = I p I n ⋅ I K2
IF ≥1,20⋅ In'
I F ≤ I F max (contator K1 )
I F≤ I F max (relé térmico)
Solução: vamos considerar FS e Fseg unitários e regime de serviço suave e contínuo, categoria AC-3.
I K1 = 101,5 A
I K2 = 0,64 ⋅ 101,5 = 65,0 A
I K3 = 0,16⋅101,5=16,2A
Assim, IF será 160 A. Mas deve-se verificar se é 20% maior do que a corrente nominal e
menor do que os fusíveis máximos para o contator K1 e o relé térmico.
Com todas as condições satisfeitas, sabemos que os fusíveis de força serão 3 fusíveis NH
160 A.
A lista abaixo mostra os principais defeitos em chaves de partida e suas prováveis causas.
Relé atuou:
• Relé inadequado ou mal regulado;
• Tempo de partida muito longo;
• Frequência de ligações muito alta;
• Sobrecarga no eixo;
• Falta de fase;
• Rotor bloqueado ou travado.
6. Exercícios
3 – Por que os motores de corrente contínua deixaram de ser utilizados em aplicações de grande
potência para variação da velocidade de rotação?
6 – Por que os motores de indução com rotor de gaiola são os mais utilizados na indústria?
7 – O que é escorregamento?
14 – Represente a ligação estrela de um motor trifásico, colocando os números dos fios do motor.
15 – Represente a ligação triângulo de um motor trifásico, colocando os números dos fios do motor.
3 – Por que os fusíveis utilizados para partida de motores são do tipo retardado?
6 – O que é sobrecarga?
a. ( ) Os fusíveis têm como função proteger apenas o motor contra sobrecargas de natureza violenta
(curto-circuito);
b. ( ) A vida elétrica dos contatores é avaliada de acordo com a corrente interrompida por estes;
c. ( ) A função do anel de curto-circuito nos contatores é a eliminação do magnetismo
remanescente e das correntes parasitas;
d. ( ) O funcionamento dos relés de sobrecarga baseia-se no fenômeno da dilatação de um
material com coeficiente de dilatação diferente.
14 – O que é um contator?
16 – Como são chamados os contatos do contator que ligam o motor e os contatos que são usados para
implementar a lógica de comando?
20 – Explique com suas palavras como os contatos do relé temporizador com retardo na energização
atuam após a bobina ser energizada.
23 – Que cor de sinalizador poderia ser utilizada para indicar uma sobrecarga no motor?
1 – O que é borne?
2 – Qual é o símbolo e o número de função dos bornes de contatos aberto, fechado e reversor de
contatos imediatos?
3 – Qual é o símbolo e o número de função dos bornes de contatos aberto, fechado e reversor de
contatos retardados?
Símbolo Significado
a ( ) Contato fechado de relé térmico
b ( ) Fusível
c ( ) Bobina de contator
f ( ) Bobina de temporizador
g ( ) Sinalizador luminoso
h ( ) Dispositivo bimetálico
i ( ) Contato fechado de contator
K ( ) Botoeira
Ft ( ) Disjuntor
Kt ( ) Fusível
F ( ) Relé térmico
Q ( ) Sinalizador
Sw ( ) Contator
H ( ) Temporizador
4 – Por que a chave de partida direta só é recomendada para partir motores de pequena potência?
7 – Para que servem os contatos fechados dos contatores na chave de partida direta com reversão de
rotação?
8 – Qual é o objetivo de se colocar contatos fechados das botoeiras em série com as bobinas dos
contatores na chave de partida direta com reversão de rotação?
12 – Que tipo de motor, com relação aos enrolamentos, deverá ser usado para uma chave de partida
estrela-triângulo numa rede de 220 V?
13 – Quais contatores ficam ligados durante a partida da chave estrela-triângulo, quando o motor está
ligado em estrela?
17 – Como é chamada a chave eletrônica que faz o controle da tensão aplicada ao motor na Soft-
starter?
22 – O que acontece com o conjugado do motor quando a frequência aplicada com o inversor é
superior à frequência nominal?
23 – Que valor deve ser colocado no parâmetro P000 do inversor CFW-08 para que os outros
parâmetros sejam liberados para alteração?
36 – Elabore um esquema de comando para partir um motor e, depois de contado um tempo, desligá-lo
automaticamente.
37 – Elabore um esquema de comando que, ao ser acionada uma botoeira, um motor será ligado e após
decorridos alguns segundos outro seja ligado automaticamente.
38 – Elabore um esquema de comando idêntico ao anterior, porém faça com que o primeiro motor seja
desligado quando o segundo for ligado.
39 – Elabore um esquema de comando que faça partir três motores em sequência, de forma que o
segundo parta alguns segundos depois do primeiro e o terceiro alguns segundos depois do segundo.
Todos são desligados por uma única botoeira.
40 – Elabore um esquema de comando que faça com que um motor fique ligado em um sentido de giro
durante alguns segundos, então automaticamente reverta o sentido, depois de alguns segundos então
novamente reverta o sentido e assim sucessivamente.
41 – Elabore um esquema de comando que faça com que três contatores sejam ligados em sequência,
um de cada vez, comandados por temporizadores, de forma que a sequência se mantenha até que a
botoeira de desliga seja acionada.
c) Motor trifásico de 10 CV, VIII pólos, 220 V, 60 Hz, com tempo de partida de 6 s.
e) Motor trifásico de 100 CV, IV pólos, 440 V, 60 Hz, com tempo de partida de 20 s.
c) Motor trifásico de 25 CV, VIII pólos, 220 V, 60 Hz, com tempo de partida de 10 s.
e) Motor trifásico de 100 CV, IV pólos, 440 V, 60 Hz, com tempo de partida de 20 s.
c) Motor trifásico de 50 CV, VIII pólos, 220 V, 60 Hz, com tempo de partida de 15 s.
e) Motor trifásico de 125 CV, IV pólos, 440 V, 60 Hz, com tempo de partida de 35 s.
Observação: Não se deve, durante as operações, permanecer com o motor ligado mais tempo que o
necessário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS