Monografia Inelda1211
Monografia Inelda1211
Monografia Inelda1211
Universidade Pedagógica
Nampula
II
2019
I
Universidade Pedagógica
Nampula
2019
II
ÍNDICE
LISTA DE TABELAS..............................................................................................................IV
LISTA DE GRAFICOS/MAPAS/.............................................................................................V
LISTA DE ABREVIATURAS.................................................................................................VI
DECLARAÇÃO......................................................................................................................VII
DEDICATÓRIA....................................................................................................................VIII
AGRADECIMENTOS.............................................................................................................IX
RESUMO...................................................................................................................................X
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO................................................................................................11
1.1. Objectivo do Estudo.......................................................................................................12
1.1.2. Objectivo Geral...................................................................................................12
1.1.3. Objectivos Específicos........................................................................................12
1.2. Justificativa....................................................................................................................12
1.3. Problematização.............................................................................................................13
1.4. Hipótese.........................................................................................................................13
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................14
2.1. Sector Informal..............................................................................................................15
2.2. História de Economia Informal......................................................................................19
2.3. Contas.............................................................................................................................21
2.4. Contas Nacionais............................................................................................................21
2.4.1. Marco de Compilação das Contas Nacionais......................................................21
2.5. Estrutura Contável..........................................................................................................21
2.5.1. Quadro Económico Integrado.............................................................................22
2.5.2. Contas dos Sectores Institucionais......................................................................22
2.5.3. Quadros de Recursos e Empregados...................................................................22
2.6. Métodos de Calculo da Economia Informal segundo o SCN........................................22
2.7. A Economia Informal no Âmbito das Contas Nacionais em Moçambique...................23
CAPÍTULO III: METODOLOGIA..........................................................................................26
3.1. Tipos de Abordagem......................................................................................................26
3.2. Técnicas de Pesquisa......................................................................................................26
3.3. População em estudo e tamanho da amostra..................................................................27
3.4. Dados da Pesquisa..........................................................................................................27
3.5. Ferramenta de análise e software usados.......................................................................27
III
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRAFICOS/MAPAS
LISTA DE ABREVIATURAS
DECLARAÇÃO
Declaro que este trabalho é resultado da minha investigação e das orientações do meu
supervisor. O conteúdo deste é original e todas fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto e na referência bibliográfica.
Declaro ainda que, este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra ocasião para efeito da
obtenção de qualquer grau académico.
Nome da Autora
______________________________________
Data:
Nome do Supervisor
_______________________________________
Data: _____/_____/2019
VIII
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Chegado ao fim de mais um percurso académico, agradeço a Deus pela protecção e força que
me concedeu durante os cinco anos.
De forma especial e honrosa, agradeço aos meus progenitores, Alves Missomal e Inês
Margarida Paulo Nunes pelo apoio incondicional na minha vida e aos meus irmãos, tios, tias,
primos, primas, a todos amigos e colegas.
RESUMO
A abordagem da economia informal nas contas nacionais cuja complexidade se multiplica ao
longo dos tempos. O seu desenvolvimento histórico relaciona-se a vários factores sócio-
político, sócio-económicos e culturais. Embora não se tenha um claro entendimento da
dimensão do sector informal, é unânime que constitui uma importante parte da economia. Em
Moçambique não existe um critério harmonizado de medição do sector informal, daí a
necessidade de desenvolvimento sistemático de estudos, pesquisas, investigação e
estabelecimento de metodologias adequadas que sustentem análises contínuas no tempo. Este
estudo apresenta uma proposta de metodologia para a medição do sector informar com
recurso ao Sistema de Contas das Nações Unidas (SCN). Usando as recomendações do SCN,
o objectivo foi de apresentar uma definição operativa de sector informal, estimar a sua
contribuição económica na produção e no valor acrescentado do país. Foi também estimada a
contribuição deste sector no emprego. Para o efeito assumiu-se que o sector informal é parte
da produção familiar não agropecuária.
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
Um dos grandes objectivos macroeconómicos quando se estuda o sector informal tem a ver
com o preço ou contribuição que as actividades económicas nos países desenvolvidas tem
sobre o PIB e sobre outros indicadores macroeconómicos, tais sejam, emprego, rendimento,
inflação, níveis de consumo e poupança. Trata-se, entre outras coisas, de saber medir e incluir,
com certo graus de fiabilidade, a economia informal nas contas nacionais.
1.2. Justificativa
Do ponto de vista teórico, a importância do tema em análise decorre pelo facto de ser um
tema pouco estudado e consequentemente escassearem estudos focalizados e aprofundados
sobre a economia informal em Moçambique.
Do ponto de vista prático, o motivo da escolha do tema move-se pela inquietação de querer
compreender até que ponto o contributo de economia informal nas contas nacionais podem
permitir ao município ofertar serviços cada vez melhor aos seus munícipes, numa situação em
que a maioria dos municípios apresentam um défice orçamental resultado de uma fraca
contribuição do sector informal e da consequente dependência de financiamento por parte dos
Doadores.
Por sua vez, a escolha do local está relacionada com a falta de recursos financeiros para se
deslocar a outros municípios, por conta disso escolheu-se município de Nampula por estar
relativamente próximo em relação aos outros.
No que concerne a relevância do ano, escolheu-se este período (2015-2017) por ser neste
período que é possível ter informação consistente que nos permita colher dados fiáveis para a
nossa análise.
13
1.3. Problematização
Na elaboração das contas com base no Sistema de Contas Nacionais devem-se cumprir certas
regras e procedimentos padronizados dado o seu carácter de comparabilidade internacional.
Em resposta a esta particularidade do sistema, na sua implementação é considerado um
conjunto de parâmetros que orientam a elaboração das contas.
Diante deste cenário surge a seguinte questão: Qual é o contributo de economia informal nas
contas nacionais?
1.4. Hipótese
A abordagem do sector informal não é nova na esfera académica. Data de há muitos anos,
tanto em países desenvolvidos como nos em desenvolvimento. Este conceito é destacável por
se observar que as economias dos países não são só constituída por indivíduos que trabalham
no sector informal, mas também por aqueles que operam informalmente, principalmente nos
países em desenvolvimento. Segundo INE (2009, p.30), o conceito do sector informal surge
na década de 1970, quando a literatura económica lançou a ideia de que as sociedades em
estágios iniciais do processo de desenvolvimento apresentavam uma natureza dualista.
Esta dualidade, segundo INE (2009, p.55), traduz-se, por um lado em um sector moderno com
rápida difusão do progresso técnico e altas taxas de crescimento, e por outro, em um sector
arcaico, tradicional, com baixos níveis de produtividade. A premissa básica era de que a
natureza dualista das sociedades subdesenvolvidas era um fenómeno transitório, em que o
sector informal deveria desaparecer naturalmente, incorporando-se na formalidade.
Nos países em desenvolvimento o sector informal constitui uma parte relevante da economia,
e de acordo com o Manual para a Medição da Economia Não-Observada –NOE (OCDE,
2002) citado por INE (2006, p.40), o sector informal é visto como um elemento da economia
não (directamente) observada (NOE), que pode se apresentar como forma de economia ilegal,
subterrânea e informal.
Existem varias definições de sector informal que variam de acordo com o interesse do
analista, que toma a liberdade de enfatizar certos aspectos em função do enfoque de análise. A
OIT, por exemplo, tem vindo a desenvolver estudos permanentes sobre a economia informal
em relação ao emprego, como um factor real que não pode ser ignorado. Segundo a definição
adoptada pela 15ª Conferencia Internacional de Estatísticas do Trabalho (CIET 1993, p.19).
O sector informal pode ser caracterizado, de forma geral, como o sector que abarca unidades
que produzem bens e serviços com o objectivo principal de criação de emprego e rendimento
para os indivíduos envolvidos. Estas unidades operam, tipicamente, com fraco nível de
organização, com pouca ou nenhuma divisão entre trabalho e capital como factores de
produção à uma escala reduzida. As relações de trabalho, quando existem, são baseadas,
principalmente, em emprego ocasional, em ligações de parentesco ou relações pessoais e
sociais e não em relações contratuais com garantias formais. (SCN 1993, p.154)
Segundo o SCN (1993, p.212), a OIT considera que o sector informal, agrupa as unidades
económicas envolvidas na actividade de produção de bens e serviços, desenvolvida em
pequena escala de forma artesanal, sem separação a nível de propriedade de factores de
produção (trabalho e capital) baixo nível de organização e tendo por objectivo a criação de
emprego e rendimento. As unidades de produção que integram este sector assumem as
características de empresas familiares em que não há lugar a um património próprio de
unidade de produção. O proprietário é totalmente responsável pelas obrigações que decorrem
do exercício da actividade, denominando-se empresa em nome individual.
evasão fiscal. Se o ponto de observação são os modos e os meios de produção maior interesse
terá a observação das relações dos trabalhadores com os meios de produção (relação
capital/produto, coeficientes técnicos) e a tecnologia (tipo de investimento, capacidade técnica
do trabalhador, eficiência). Se trata de uma análise social, o interesse orienta-se a composição,
estrutura e relações do elemento humano que trabalha nas unidades produtivas informais,
(salários pagos, segurança social, relações patrão/empregado, grau de escolarização) etc.
Servira de referência para esta análise a definição geral segundo a qual o Sector informal é
aquele que engloba actividades que se desenvolvem à margem do controle oficial instituído e
da regulamentação económica, carecem de registos fiscais e administrativos, de segurança
social e estatísticos, sem acesso ao crédito formal, são constituídas por pequenas empresas
que operam de forma, muitas vezes, irregular, com capital muito limitado e com um reduzido
numero de trabalhadores, actividades que colocam problemas de consistência na informação
estatística e na avaliação económica, criando distorções no calculo das variáveis
macroeconómicas como PIB, Rendimento Disponível, Inflação, Taxa de Desemprego, entre
outros (SANTOS 1994, p.98).
De acordo com SANTOS (1994, p.123), na definição do sector informal, não pode afirmar
que o tipo de actividade constitui algum critério para a sua delimitação, embora se possam
observar certas actividades que por natureza são características do sector familiar. Porem, nas
outras, a agricultura, pescas e têxteis, podem coexistir os dois sectores, o que leva a concluir
que a observação estatística devera incidir sobre as unidades económicas de produção,
indivíduos e actividades. A análise estatística deve basear-se nas unidades económicas de
produção, tendo como principal quadro de referência as características destas e a sua função
principal. (SANTOS, 1994, p.19)
famílias e em certos casos se resume ao proprietário. Este tipo de unidades económicas são
adoptados de instrumentos rudimentares e desenvolvem actividades tradicionais.
Esta imagem é diferente da que é apresentada pelas unidades económicas formais, cuja
produção é orientada para o mercado, embora a este nível também se identifiquem unidades
desenvolvendo actividades tradicionais, maior incidência esta nas actividades modernas.
Esta mesma característica identifica as actividades ilícitas, que não vão ser consideradas neste
estudo.
Segundo SANTOS (1994 p.21), as unidades que compõem o sector informal, subterrâneo e
ilegal não constam dos registos administrativos, tomando inviável o recurso aos processos
tradicionais de colecta de informação estatística para a observação destes agrupamentos.
Deste modo a avaliação da parte da economia não registada implica o recurso preferencial à
observação estatística do sector famílias.
Na 15ª CIET organizada pela OIT, definiram-se os principais critérios de definição de sector
informal, quadro 3.
Critérios Opcionais
A 15ª CIET, reconhece que as actividades excluídas do sector informal, não são
necessariamente formais, como é o exemplo da produção não mercantil de bens, a agricultura
de pequena escala, serviços domésticos pagos, e actividades não consideradas dentro das
fronteiras da produção definição pelo SCN93. (HUSSMANNS 1998 p.80).
Por não haver uma definição única de económica informal, o SCN propõe um conjunto de
parâmetros operacionais, que consideram os diversos elementos componentes da actividade
económica informal: assim, para fins estatísticos o quadro 3 descreve os conceitos que
permitem distinguir as unidades informais. Para facilitar a integração das estatísticas de
análise do sector informal no SCN, a definição da OIT permite:
Assim, o cálculo e integração do sector informal pode submeter-se aos métodos de medição
do sistema SCN (1993, p.34).
Somente a crise económica, principalmente a partir dos anos 70, vem distorcendo a estrutura
organizacional das economias desenvolvidas. O aumento dos prego tem reduzido
consideravelmente os índices de protecção o que faz com que um número de assalariados
passe a procurar emprego em ocupações não protegidas.
Este processo (a chamada informalização) é visto como sendo positivo porque enquanto o
sector formal continua com a sua forca de trabalho, também passa a ociosidade para o sector
informal. A dês verticalização é um processo que é critico para o desenvolvimento económico
de muitos países em desenvolvimento porque, em face duma internacionalização das
economias, cria-se um ambiente de maior competitividade em que a estratégia de redução de
custos, flexibilidade na produção e no uso da forca de trabalho, etc, querem empresas menores
e ágeis (Cacciamali e Pires, 1997, p. 89).
21
Tal situação leva a um novo exame do papel do sector informal no sistema de economia
capitalista em que este sector passa a ser parte integrante.
2.3. Contas
Na elaboração das contas com base no Sistema de Contas Nacionais devem-se cumprir certas
regras e procedimentos padronizados dado o seu carácter de comparabilidade internacional.
Em resposta a esta particularidade do sistema, na sua implementação é considerado um
conjunto de parâmetros que orientam a elaboração das contas.
O SCN é um quadro contabilístico, comparável a nível internacional, que tem como objectivo
registar de forma sistemática e detalhada as transacções dos agentes económicos, suas inter-
relações e os resultados obtidos pelos agentes económicos.
As Contas dos Sectores Institucionais constituem uma descrição sistemática dos diferentes
aspectos do processo económico. Produção, geração, distribuição e redistribuição dos
rendimentos e acumulação financeira e não financeira, realizadas pelas unidades
institucionais.
Este quadro constitui o sistema coordenador de todas as folhas de trabalho da Industria, pois é
o resumo dos fluxos de bens e serviços elaborados nos equilíbrios de oferta e procura por
produto e os componentes de custos da Industria, que será a fonte de dados para a comparação
com os resultados das contas dos sectores institucionais.
Para o calculo da economia informal, o SCN propõe três ópticas, realizadas em simultâneo, e
conduzidas de modo independente rendimento, despesa e produção. Trata-se de uma
abordagem do sector que é coincidente, do ponto de vista metodológico, com o processo de
avaliação do PIB no quadro do SCN, (Robaud e Seruzier, 1992, p.62).
23
Moçambique esta na fase de introdução do SCN no cálculo das contas nacionais. Tendo sido
desenvolvido o calculo do PIB nas ópticas de Produção e da Despesa. A incorporação da
óptica do rendimento está sujeito a elaboração das contas dos sectores institucionais
financeiras. Em relação as outras contas foi feito o desenho do marco de compilação e esta em
processo a sua elaboração.
como um mero exercito académico, já quem tem a obrigação de estar constantemente atento
não somente a volta do debate, como também quanto aquilo que acontece efectivamente na
economia do pais. Tal é a vocação, entre outras instituições, do Departamento das Contas
nacionais do Instituto Nacional de Estatística de Moçambique. Contudo, uma pequena
reflexão a volta do debate sobre o sector informal mostra que a falta de consenso resulta, em
parte, da falta duma metodologia clara adoptada pela instituição afim, que possa produzir
dados fiáveis e compatíveis com os resultados que muitos outros países em desenvolvimento
tem vindo a conseguir nos últimos anos. A falta de estudos sistemáticos e de cobertura
nacional é um indicativo de quanto trabalho ainda há por ser realizar.
Por seu turno, Ardeni (1997, p.65), usando uma abordagem relativamente diferente mas
também baseada na unidade família (e a partir de dados das Contas Nacionais, dados da forca
de trabalho do Inquérito Demográfico Nacional e dados do Ficheiro Central das Empresas), a
assumindo que o sector informal seria toda a produção familiar chegou a conclusão de que o
PIB oficial em Moçambique pode-se encontrar subestimado em 70%, e que o peso do sector
informal na produção total encontra-se subestimado em 44%, números que afirma não
estarem muito longe dos encontrados noutros estudos (ARDENI, 1997, p.19).
25
Abreu (1996, p.23), usando uma abordagem monetária concluiu que em Moçambique, o
sector informal floresce a partir de 1987; e o seu peso ma economia tem vindo a subir,
variando de 30% (1987) a 51 (11994), sugerindo que o PIB oficial em Moçambique encontra-
se subestimado, no mínimo em 33.7% (Abreu, 1996, p.12). Ele também afirma que embora as
suas estimativas possam merecer criticas, elas não fogem dos resultados encontrados noutros
estudos e como exemplo, cita Silviana de Abreu que estimou o peso do sector informal em
Nampula em 23% (Abreu, 1994, p.34).
26
A pesquisa é explicativa uma vez que este tipo de pesquisa busca identificar os factores que
determinam ou contribuem para a ocorrência de fenómenos. É apenas uma busca que dá uma
explicação detalhada da realidade, razões fundamentais para a ocorrência de certos
fenómenos.
Para o alcance dos objectivos da presente pesquisa, a metodologia a usada teve como base a
análise de obras literárias, com sustentação através de dados quantitativos contidos nas
estatísticas existentes em vários documentos que abordem o assunto. Por outro lado, foi feita a
exploração de alguns dados qualitativos, que permitiram conhecer a visão opinativa de
individualidades por sinal especialistas no assunto e as percepções dos próprios sujeitos do
mercado informal.
Qualquer que seja o tipo de pesquisa requer sempre que seja feita um levantamento de dados
tendo em atenção as diferentes fontes para sua obtenção. Contudo, esta colecta é feita
recorrendo-se a diferentes métodos ou técnicas empregadas. Porém, neste caso em específico,
foi usado dois métodos, sendo primeiro o questionário usado para obter os dados através da
documentação directa obtida por via da pesquisa de campo, onde foi usado a técnica de
observação directa intensiva e extensiva. A segunda foi a pesquisa bibliográfica, sendo esta
27
última baseada em fontes de dados colectados ou produzidos por outras pessoas, ou seja,
baseou-se tanto em material já elaborado e não elaborado.
Por se tratar de uma pesquisa documental, amostra foi escolhida de forma propositada ou
intencional, escolhida por decisão da pesquisadora por via de pressupostos considerados mais
adequados para a pesquisa.
Para a análise quantitativa dos dados recorrer-se-á a dados de internet tido no Instituto
Nacional de Estatística (INE), e pela Direcção Provincial de Industria e Comercio.
Nesta pesquisa foram usados tanto dos primários quanto dados secundários.
No que concerne a dados primários foram todos aqueles que foram especificamente
recolhidos para o estudo em questão, nomeadamente os produzidos através dos questionários
que foram dirigidos aos funcionários com conhecimento no objecto de estudo em número de
dois para o Conselho Municipal da cidade de Nampula e igual numero para a Direcção
Provincial de Economia e Finanças e seis praticantes do comércio informal.
tabelas; igualmente foi usado a folha do Microsoft Word para redigir e compilar todo o
trabalho. Salientar ainda que usou-se diferentes gráficos para analisar e interpretar diferentes
dados obtidos.
4.1.1. Visão
O Conselho Municipal de Nampula tem como visão construir um município centrado nas
pessoas, tornando-o numa referência ao nível da África Austral, nas áreas da coesão social,
solidariedade e inclusão social, mas também, numa cidade preparada para ganhar os desafios
da competitividade, empreendedorismo, inovação e modernidade, num quadro de um
desenvolvimento sustentável.
4.1.2. Missão
O Concelho Municipal de Nampula tem como missão definir e executar política, que visem a
defesa dos interesses e a satisfação das necessidades da população local.
4.1.3. Valores
O Cadastro Central de Empresas é uma base de dados que tem informação sobre identificação
da empresa, ramo de actividade, pessoal ao seu serviço, e tamanho da empresa que se
determina em função do número de trabalhadores. Este ficheiro foi analisado a luz da
definição de informalidade segundo o qual constituem actividades informais as desenvolvidas
por microempresas com um número de trabalhadores (ate 10 trabalhadores).
Com base neste ficheiro, cujos resultados apresentados na tabela 4, foi possível constatar que
das 7368 empresas registadas em 2015, 14476 foram confirmadas existirem operando ou
como novas inscrições. E deste total, 49.1% tinham menos de cinco trabalhadores e 25% de
cinco a dez trabalhadores. O registo total de pessoal ocupado por empresas era de 185786
trabalhadores.
Para o ano base 2015, o cálculo das contas nacionais pelo INE, a medição do sector
empresarial considerou a população ocupada registada no IDN. O cruzamento entre esta
informação e os dados do ficheiro central de empresas daquela instituição permitiu a expansão
da produção para o total da população, classificada em empresarial e produção familiar, a
partir da produção registada nas diferentes fontes.
Por não haver informação precisa pressupõe-se que haja uma subavaliação na estimativa dos
produtos tradicionais regionais e sazonais tais como a exploração de minerais pelos pequenos
garimpeiros, mas considera-se que as actividades mais importantes estão incluídas nas cifras
oficiais do INE.
O SCN considera como produção familiar todos os bens que elaborados pelas famílias se
sujeitam à compra e venda estando incluídos nos produtos que tem características semelhantes
aos que fluem ao mercado e são produzidos para o consumo agrícola os produtos básicos
como milho, mandioca, mexoeira, a produção manufacturada, a produção de farinhas a partir
destes produtos, transformados no domicílio para a venda no mercado e para o auto-consumo.
No caso dos serviços, só se considera produção os serviços que pela sua prestação há um
pagamento efectivo.
Segundo INE (2016, p.13), o valor bruto da produção do país tem como componentes 23,6%
de origem agro-pecuária e 76,4% de outros sectores. Da produção empresarial 96.4%
correspondem aos produtos não agro-pecuários e apenas 3.6% a produtos agro-pecuários. Em
contrapartida, nas famílias a maior percentagem 54.8% corresponde a produção agro-pecuária
32
e 45,2% é referente a produção não agropecuária que neste caso constituiria a produção
informal.
90.7
60.9 62.4
39.1
28.4
23.8
15.2
9.3
Fonte: INE-IOF16
O gráfico 3 mostra que o sector empresarial produziu 60.9% do total do valor bruto da
produção, enquanto que o sector familiar, no mesmo ano produziu 39.1% da produção, que
corresponde a 86% da população ocupada total. Esta situação de facto, esta condicionada
dentre outros factores pelos níveis de produtividade dos trabalhadores e os preços relativos de
seus produtos.
A partir do gráfico 2 pode se verificar que a produção das famílias esta constituída por 54.8%
de produtos agro-pecuário e 45.2% de produtos não agro-pecuários; segundo a metodologia
das contas nacionais, os produtos não agro-pecuários incluem a transformação dos produtos
agro-pecuários em produtos transformados, como o que ocorre com os diferentes tipos de
farinhas, peixe seco, entre outros.
76.9
60.9 62.4
39.1
28.4
23.1 23.8 22.4
15.2
9.3 0.70000000000
0001
Empresarial Total Familiar F. Mercantil F.Autoconsumo
Fonte: INE-IOF
Esta situação mostra também o desenvolvimento ainda fraco da economia moderna,
caracterizado por uma grande parte da população não estar integrada na dinâmica das
transacções entre unidades produtivas.
Fonte: INE-IOF17
A partir do gráfico 3 pode-se verificar que do total do valor acrescentado gerado no país em
2017, o sector familiar participou com 46.3%. Outra constatação é que, proporcionalmente a
produção é 39.1% (Gráfico 2). As famílias geram menor valor acrescentado 46.3% que o
34
sector empresarial, a explicação é que, o recurso mais utilizado ma produção é o trabalho, que
apresenta uma produtividade menor relativamente aos outros factores usados no sector
moderno.
90
80
70
60
Total
50
Agropecuária
40 Não Agropecuária
30
20
10
0
Empresarial Total Familiar F. Mercantil F. Auto-Consumo
Fonte: INE-IOF17
A Tabela 5 mostra que do Valor Acrescentado Total do país 14.4% correspondente ao valor
acrescentado da produção não agro-pecuária das famílias. O que permite afirmar que se
considera que a parte informal da economia é medida através da produção não agropecuária
seria de se concluir que a contribuição da produção informal para o total do valor
acrescentado do país em 2015 corresponderia a 14.4%.
Fonte: INE-IOF15
Esta situação reflecte o estado de desenvolvimento de todo o sistema, onde a maior parte do
rendimento e gerado pelas actividade terciárias, cujo impacto no crescimento económico é
mínimo dadas as poucas relações intersectoriais incentivadoras de desenvolvimento.
A outra fonte, que também foi utilizada, é o ficheiro central da empresas que embora não
tenha actualmente dados representativos para o universo, está orientado ao registo das
unidades produtivas de tamanho relativamente grande e, pode ser aperfeiçoado de modo a
constituir fonte complementar para análise do comportamento das unidades formais e por
36
defeito as informais. Segundo este ficheiro, se considerasse que todas as empresas com menos
de 10 trabalhadores são informais ter-se-ia que mais de 70% das empresas registadas
pertencem ao sector informal.
Do IOF estimou-se que em 2015, 14.4% do valor acrescentado total do país correspondia ao
valor acrescentado da produção não agropecuária das famílias.
Importa reter ainda que da população agropecuária em 2015 trabalhavam por conta própria
51.2% e dedicam-se ao comércio. A industria transformadora 18%, e os outros serviços
18.2%, o que confirma que existe preferência dos informais pelo comercio e serviços.
O SCN93 recomenda a integração do sector informal nas famílias, que permite não apenas
corrigir a distorção nas estimativas de variáveis macroeconómica, mas também de se obter a
contribuição do sector informal por ramo de actividade económica, instrumento útil para os
tomadores de decisões na orientação e monitores de políticas sociais.
Do IOF15, verificou-se que do valor acrescentado total 58.4% corresponde a contribuição das
famílias e que do total do valor acrescentado gerado pela produção não agrícola do país 29%
corresponde a produção familiar.
Estas constatações são muito importantes para explicar e justificar a realização de estudos
mais profundos em termos de conteúdo e com uma cobertura geográfica representativa do
sector informal para se dispor de informação útil como instrumento para a tomada de decisões
de política económica nacional.
A outra constatação que se pode extrair destes resultados é que ma definição de sector
informal para se dispor de informação útil como instrumento para a tomada de decisões de
politica económica nacional.
Hipótese: A economia informal pouco contribui para as contas nacionais. Esta hipótese torna-
se valida, porque a maioria que estão nessa área não se encontram registados para o
37
pagamento de imposto assim sendo acaba sendo difícil estimar o quanto contribui para as
contas nacionais.
38
O estudo permitiu ver que a análise do sector informal nas contas nacionais deve ser orientada
para as actividades não agropecuárias das famílias, cuja informação poderá ser obtida através
da observação estatística.
Foi visto também que todas as actividades desenvolvidas no âmbito da economia informal,
como um sector de unidade económica produtiva incluem-se no sector das famílias. Para o
caso específico de Moçambique este tratamento é feito de forma implícita não existe uma
consideração especial. Apesar disso, nota-se que o sector informal na economia moçambicana
tem uma participação muito importante nas actividades não agrícolas, tanto na geração de
riqueza como na geração de emprego.
REFERÊNCIAS
DE VLETTER, F. (1996). Study of the Informal Sector in Mozambique (Maputo and Beira).
Proverty Alleviation Unit, Ministry of Planning and Finance, Maputo.
Dedecca, C.S. e Baltar, P.E.A. (1997), Mercado de trabalho e Informalidade nos anos 90. In
Estudos Económicos. Vol. 27 – Especial.
GIL, António Carlos. (1991), Como elaborar projecto de pesquisa, 2 ed. São Paulo, editora
Atlas. S.A.
Roubaud, F.(1997), Statistical measurement of the informal sector in Africa: data collection
strategies.
41
Anexos
42
Guião de entrevistas
Conselho Municipal da Cidade de Nampula
2. Existe uma base de dados que visa controlar os praticantes da actividade informal?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Guião de entrevistas
Instituto Nacional de Estatística