Psicologia Comunicação e Linguagem
Psicologia Comunicação e Linguagem
Psicologia Comunicação e Linguagem
2010/2011
A primeira forma de comunicaçã o dos seres humanos foram os gestos, ou seja, a comunicaçã o nã o
verbal. Ao longo da nossa evoluçã o acreditamos que através de algum tipo de som se terá
desenvolvido a comunicaçã o verbal.
Definiçõ es da comunicaçã o:
A comunicaçã o do ponto de vista do senso comum é definido como a acçã o de comunicar qualquer
coisa: noticia, mensagem, informaçã o, etc. É o tornar comum, fazer parte, transmitir e partilhar. É
sobretudo estar em relaçã o com o outro.
A comunicaçã o do ponto de vista da psicologia é definido através do psicó logo social (Scheflen) como
um sistema de comportamentos organizados, estandardizados e culturais que suportam, regulam e
tornam possível as relaçõ es humanas. Remete para as características da comunicação. Moscovici
vem dizer que os fenó menos da comunicaçã o designam trocas de mensagem linguísticas e nã o
linguísticas (imagens, gestos) entre indivíduos e grupos. Trata-se de meios utilizados para transmitir
informaçã o e influenciar os outros. Remete para a função da comunicação. Por sua vez, Beaudichon
refere que uma comunicaçã o eficaz pode ser concebida como resultante de um conjunto de perícias
que se exercem sobre conhecimentos relativos ao referente e à s condiçõ es de enunciaçã o, controladas
por avaliaçõ es pró -activas e retroactivas do resultado imediato dos fluxos de comunicaçã o sucessivos .
Remete para a competência da comunicação.
Definiçõ es da linguística:
Natureza Transaccional: significa que a alteraçã o num dos elementos do processo altera todo o
processo. Se eu tiver a falar e me interromperem o processo é alterado.
Natureza Afectiva: significa que quando comunicamos, de uma maneira ou de outra, nó s divulgamos
os nossos afectos. Quanto mais conhecemos uma pessoa mais facilmente extraímos os afectos. Há uma
grande parte da nossa comunicaçã o que é afectiva, nã o só na comunicaçã o nã o verbal (por exemplo:
expressõ es nã o faciais) mas também como a verbal (por exemplo: o tom da nossa voz).
Natureza Pessoal: tem a ver com o facto de que nã o há nenhum ser humano que comunique igual, ou
seja, cada pessoa tem o seu processo pessoal de comunicaçã o com os outros.
Elementos que intervém num acto de comunicaçã o:
Emissor: colocar-se na perspectiva do outro (o que é que ele sabe, vê, ou imagina) tendo em conta as
suas características pessoais e as da situaçã o que define um contexto. Ser sensível à s características do
referente e à s do conjunto do contexto, incluindo indícios provenientes do interlocutor. Perceber as
informaçõ es ú teis à elaboraçã o da mensagem. Tratar esta informaçã o do ponto de vista linguístico.
Codificar a informaçã o sob a forma de uma mensagem que deverá ser emitida procurando-se que seja
precisa e nã o se preste confusõ es.
Variáveis importantes
Poder é uma característica ao qual o ser humano tem em si para exerce-lo com os outros. Este é
construído através do poder de reforçar, poder coercivo ou de sancionar, poder enquanto um
referencia e o poder de “expert”.
Os símbolos sã o um elemento representativo que existe para representar algo. Está no lugar de outro
porque serve para representar outra coisa. Essa representaçã o é feita de modo analó gico ao que se
quer representar. Por exemplo: nos frascos de veneno a morte é representada por uma caveira. A
caveira é um símbolo, que representa a morte. Um símbolo pode ser um gesto, por exemplo fazer um
“V” com os dedos.
Os signos sã o um elemento representativo, está no lugar de outro e resulta da uniã o de duas coisas –
de um significante (parte material) e de um significado (parte abstracta). A relaçã o e a forma de
representar o que se quer representar é arbitrá ria (é extrínseca, foi codificada e nã o é analó gica como
os símbolos). Por exemplo: a pomba branca é um signo porque foi uma convençã o universal.
Os sinais sã o um signo mais elementar de todos. É um elemento destinado a provocar uma acçã o sem
grande necessidade de reflexã o. Por exemplo: um “trim” do telefone é um sinal para nó s atendermos o
telefone, desencadeando em nó uma acçã o nossa.
As mensagens podem ser incompletas (têm menos informaçã o do que aquilo que precisamos); podem
ser redundantes (têm excesso de informaçã o) ou contrastante (nível adequado de informaçã o
transmitida).
Semana 3 (28 – 4 de Março)
Auto-Estima: o estudos têm descoberto que as pessoas sã o muito mais persuadidas, mais facilmente
em pessoas com baixa auto-estima.
O níveis de ansiedade: quanto mais ansiosos estamos menos mensagens recebemos do ponto de
vista do receptor.
Canal de Comunicação: é o que é que se utiliza biologicamente (ou seja, cordas vocais, visã o, etc.).
Código: o có digo implica a utilizaçã o de um conjunto de regras. Para que a mensagem chegue para o
exterior é necessá rio que a linguagem utilize um conjunto de có digos que pode ser signos, linguagem
gestual, etc.
Podemos considerar a linguagem tudo aquilo que implica todo e qualquer sistema de signos
convencionados que serve para comunicar ideias e sentimentos.
A língua neste caso é a forma especifica e particular que o sujeito tem para realizar a linguagem numa
determinada comunidade. É portanto um instrumento cultural. A língua implica um sistema de signos
vocais e escritos.
A fala é a vertente fó nica da língua, isto é, quando falamos da fala falamos é do produto vocal. Neste
caso falamos da utilizaçã o de um có digo verbal pelo sujeito falante. Falamos através da articulaçã o dos
sons.
A fonologia estuda os sons de uma determinada língua. Tudo o que é sons e combinaçõ es de sons é
estudado pela fonologia.
A morfologia estuda a formaçã o e a estrutura interna das palavras. Está muito ligada a regras e à
combinaçã o das palavras.
A sintaxe estuda a estrutura frá sica, isto é, organizaçã o das palavras em frases. Está muito ligada ao
que no senso comum chamamos gramá tica.
O segundo nível de articulaçã o implica fonemas (unidades mínimas (mais pequenas que os monemas
ou morfemas) que articulamos e nã o têm significado, ou seja, sã o os sons).
Princípios Pragmáticos
Inferencial: inferir através da palavra dos outros o que realmente eles querem dizer ou subentendido.
Senso comum tácito: uma grande parte do nosso có digo e/ou comunicaçã o adquirimos com a
experiencia, ou seja, com o nosso dia a dia.
Sequencial: ao utilizarmos a articulaçã o de sons para comunicar é necessá rio haver uma sequência.
Influencias relacionais: atravessa todos os có digos verbais, isto é, há sempre afectos à mistura em
relaçã o à forma como comunicamos e ao que comunicamos.
Indicadores Paralinguísticos
Altura
Tom de Voz
Débito do Discurso (forma como dizemos as palavras – o ritmo por exemplo)
Expressar Emoçõ es
Atribuiçã o dos tempos de elocuçã o (o saber como/quando intervir com alguém)
Grelha de Ekman e Frieson (1969) para os movimentos corporais (classificação dos gestos)
Semana 4 (7 – 11 de Março)
Gestos e Posturas
A maior parte das posturas dependem da cultura, isto é, as posturas mudam de cultura para cultura. As
posturas sã o inconscientes. Existe uma diferenciaçã o face ao género, ou seja, muitas posturas sã o mais
utilizadas pelas mulheres e outras para os homens. As expressõ es faciais sã o a parte do nosso corpo
mais expressiva.
Contacto Ocular: quanto menos conhecemos uma pessoa mais necessidade de estabelecer contacto
ocular temos. O contacto ocular é um indicador para uma boa comunicaçã o com os outros.
Estuda a proximidade entre as pessoas, isto é, a distancia entre as pessoas quando comunicam.
Estuda também o movimento e a orientação das pessoas: quando vemos alguém que nã o nos agrada
movimentamos nos e orientamos nos para outro sitio/outra coisa, já quando é alguém que nos agrada
isso muda, ficamos parados à espera que venham ter connosco. Estuda o comportamento territorial
ao qual é a á rea pela qual o sujeito se sente a vontade/seguro que os outros se aproximem.
Comunicação verbal: código digital (có digo onde a mensagem é transformada a partir d um sistema
de regras que permite transformar essa mensagem noutra mas que as pró prias regras foram feitas
sem significado)
Comunicação não verbal: código analógico (pode ser feita em relaçã o ao sistema emocional – há
muita coisa que fazemos e que nã o temos noçã o que fazemos visto a comunicaçã o nã o verbal estar
muito mais ligada à s nossas emoçõ es).
Competências Comunicativas
A primeira coisa que parece mais ou menos obvia é que do ponto de vista da relaçã o é impossível não
comunicar. O comunicar nã o tem oposto. A comunicaçã o só para se por acaso houver um black out. A
comunicaçã o assume-se em dois níveis: nível de conteúdo e a nível de relação. A comunicaçã o tem
implicaçõ es no nosso self – os nossos actos comunicativos permitem-nos a definir o nosso eu, ou seja, a
nossa identidade. Existem diversos enunciados – enunciados confirmató rios: sã o enunciados que
confirmam o eu ; enunciados de rejeiçã o: nã o é propriamente uma negaçã o do eu, mas é o negar, é o
negar alguma informaçã o negativa ; enunciados de desconfirmaçã o: nã o é tanto de rejeiçã o mas é
como se a pessoa deixasse de existir. As interacções podem ser simétricas (implicam minimizaçã o
das diferenças das pessoas, ou seja, tendem a considerar-se as pessoas iguais) ou complementares
(onde se atenuam as diferenças, e por serem complementares acreditamos que os outros nos
complementam).
Actos de fala – nã o inclui apenas um enunciado mas sim vá rios enunciados, ou seja, os enunciados
estã o sempre em interacçã o (implica dois ou três)
Para considerar-mos um acto de fala tem que haver um acto de enunciação, isto é, emitir palavras. O
acto preposicional é o emitir palavras com significado. Actos ilocutórios sã o os efeitos que o locutor
espera atingir com a sua produçã o. Por fim, pode também haver um acto perlocutório é os
efeitos/reacçã o (positivo ou negativo) de quem ouve.
Episódios Comunicativos
Os episó dios comunicativos é uma sequencia de actos de fala com principio e fim, ou seja, é uma coisa
maior do que um acto de fala. Dentro dos episó dios comunicativos estã o implicados factores como a
cultura – diferenciaçã o de culturas implicam diferenças na comunicaçã o (tanto verbal como nã o-
verbal) ; o self – a comunicaçã o é uma base para a construçã o da nossa identidade ; a relação – a
comunicaçã o é a melhor ferramenta para nos relacionarmos com os outros.
Escuta activa: implica elaborar informaçã o que esta a ser passada pelo locutor. Nã o é apenas ouvir, é
preciso captar o significado do que o nosso locutor nos está a dizer. É preciso utilizarmos os nossos
sentidos todos. A escuta activa visa melhorar a compreensã o da mensagem. A escuta implica estar
consciente de nos pró prios, implica reformular mentalmente aquilo que o locutor nos está a dizer e
por fim implica focarmos a nossa atençã o no locutor.
Atitude não Defensiva: é uma competência importante. É nã o tentarmos afirmar as nossas ideias
quando falamos com os outros. A atitude nã o defensiva implica uma atitude aberta com os outros,
implica nã o proteger tanto a nossa auto-imagem. A medida que vamos crescendo vamos tornando nos
mais abertos com os outros.