TOMAR
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TOMAR
A cidade de Tomar foi fundada, no século XII, pelos Templários, uma irmandade de monges-
guerreiros oriundos de França e da Borgonha, que pretendiam não só proteger os peregrinos que se
deslocavam a Jerusalém, mas também defender os estados cristãos da Terra Santa, entre os quais o
recém-criado reino de Portugal.
Em 1159, tendo ajudado D. Afonso Henriques nas conquistas de Santarém e de Lisboa aos mouros,
os Templários receberam do rei um vasto território no centro de Portugal. Foi aí que fundaram o
Castelo e a Vila de Tomar, sede da Ordem do Templo no nosso país.
Com vista a pôr fim ao seu poder, a Ordem foi mais tarde perseguida por Filipe IV de França e
extinta em 1311 pelo Papa Clemente V. O rei D. Dinis manteve, porém, os cavaleiros-monges em
Portugal sob um novo nome: a Ordem de Cristo. O Infante D. Henrique, grande impulsionador dos
Descobrimentos portugueses, foi o seu governador e regedor entre 1420 e 1460, tornando-se, em
termos práticos, o seu primeiro mestre laico.
NA COLINA DO CASTELO
Castelo de Tomar
Também conhecido como o Castelo dos Templários, é impossível não o ver no ponto mais alto da
cidade. Fundado em 1160 e inspirado nas fortificações da Terra Santa, era na época a fortificação
mais moderna e avançada do reino.
Construído dentro das muralhas do castelo, entre os séculos XII e XVII, o Convento de Cristo é o
monumento mais conhecido de Tomar, tendo sido considerado Património Mundial pela
UNESCO em 1983. Inclui alguns dos marcos mais importantes da arquitetura portuguesa, como a
Charola (o oratório dos Templários), o claustro de D. João III e a famosa janela manuelina da Sala
do Capítulo.
A Mata Nacional dos Sete Montes, também designada como Cerca do Convento de Cristo, é o
principal parque de Tomar. Usada outrora pela Ordem de Cristo como área de cultivo e
recolhimento, faz a ligação entre o castelo e o centro histórico.
NO CENTRO DE TOMAR
Praça da República
O centro de Tomar percorre-se facilmente a pé. Nesses passeios, poderá admirar exemplares de
arquitectura gótica e renascentista, magníficos edifícios dos séculos XVII e XVIII, assim como
belíssimos azulejos nas fachadas.
A Praça da República é a principal praça de Tomar e uma das mais bonitas de Portugal, aí
ficando situadas:
A Igreja Matriz de São João Baptista é um templo de estilo gótico tardio, construído por ordem de
D. Manuel I. Foi concluída no início do século XVI. Entrada livre.
O caminho que outrora os cavaleiros percorriam para chegar ao castelo é hoje a principal rua
comercial do centro histórico de Tomar.
Sinagoga de Tomar
É a mais antiga de Portugal, albergando atualmente um museu. Não deixe de reparar nas quatro
colunas e nos cântaros embutidos nas paredes (sistema de acústica). Entrada livre.
A Sinagoga encontra-se a meio do antigo bairro hebraico, constituído por ruas estreitas e floridas,
perfeitas para passeios à solta.
No interior deste convento, fundado por frades franciscanos no século XVII, pode visitar-se o
seguinte:
Destaque para a primeira capela ao lado do Evangelho onde sobressai a imagem de Santa Iria,
padroeira da cidade de Tomar. Entrada livre.
Museu dos Fósforos
Localizado no Convento de São Francisco, é para nós o museu mais original de Tomar, aí se
conservando mais de 60 mil caixas de fósforos, representando cerca de 127 países. Entrada livre.
Situada igualmente no Convento de S. Francisco, mesmo em frente ao Museu dos Fósforos, neste
espaço é possível não só comprar peças de olaria, mas também vê-las a ser trabalhadas ao vivo.
Entrada livre.
Igreja gótica do séc. XIII, foi não só o Panteão dos Templários, aí se encontrando o túmulo de
Gualdim Pais, mas também a matriz de todas as igrejas dos Descobrimentos. Entrada livre.
Levada de Tomar
Perto da Ponte Velha, encontra-se a Levada de Tomar onde podemos ver não só os edifícios dos
lagares e moinhos que trabalhavam com a força do Rio Nabão desde o tempo dos Templários, mas
também a antiga Central Elétrica (facilmente identificável pela alta chaminé de tijolo),
recentemente transformada em museu. Aliás, toda a área tem vindo a ser recuperada
arquitetonicamente, com vista à criação do futuro Centro Cultural da Levada de Tomar.
Roda do Nabão
Esta roda de madeira, a única que restou das que costumavam aproveitar a força das águas do rio
Nabão para a rega, é hoje muito acarinhada pelos tomarenses. Situa-se na entrada do Parque do
Mouchão, no centro da cidade.
Construído no reinado de Filipe I para abastecer água ao Convento de Cristo, o Aqueduto dos
Pegões Altos tem cerca de 6 km de extensão e 30 metros de altura, estando classificado como
Monumento Nacional. Entrada livre.
Já ao Aqueduto dos Pegões, fomos de carro. Também poderá ir de tuk tuk, a partir da Praça da
República.
Restaurantes em Tomar
Ora veja os restaurantes que as pessoas da terra nos recomendaram:
A arqueologia prova que Tomar teve ocupação humana desde a pré-história, e Tomar ocupa a
região das cidades romanas de Nabantia e Sellium. Na Reconquista Cristã, estas terras de feudo
foram doadas por D. Afonso Henriques à Ordem dos Templários. Em 1160, o Grão-Mestre
Templário Gualdim Pais funda a cidade de Tomar e inicia a construção do Castelo de Tomar e do
Convento de Cristo, que se tornariam o Quartel-General da ordem religiosa militar, defensora desta
terra de fronteira durante mais de cem anos.
Importa saber que visitar Tomar é entrar nos bastidores do apogeu de Portugal a seguir à sua
fundação. Esta foi a cidade onde o Infante D. Henrique delineou os Descobrimentos em mais duma
década de vida em Tomar como Administrador Geral da Ordem de Cristo. Foi ainda um
importantíssimo polo industrial nos setores do papel, fiação, cerâmica, metalurgia, eletricidade,
entre muitas outras.
No verão, Tomar ComVida a abrir os horizontes musicais com concertos gratuitos todas as sextas
e sábados. Um dos eventos musicais de maior destaque é o Festival Bons Sons, em agosto, que
acontece na pitoresca aldeia de Cem Soldos. Em maio, há cavaleiros a brandir espadas pelas ruas e
parques de Tomar na Festa Templária. Em setembro chegam as Estátuas Vivas para contar
estórias.
E quem não ouviu falar da grandiosa Festa dos Tabuleiros de Tomar? A Festa dos Tabuleiros em
Tomar é um evento único nacional, uma tradição secular que põe toda a cidade em festa. Trajando a
rigor, centenas de raparigas nabantinas carregam os coloridos tabuleiros num cortejo que percorre
as ruas engaladas de flores de papel. Das janelas e varandas pendem colchas garridas e a vizinhança
aclama as cachopas com uma chuva de flores. Imperdível! Acontece de 4 em 4 anos e a próxima
está agendada para julho de 2023.
A forma mais rápida de chegar a Tomar é de carro. Fica entre Lisboa e o Porto, a menos de duas
horas de distância de ambas as cidades. Para quem visita Portugal e viaja de entre Lisboa e o Porto,
Tomar é uma parada perfeita que vale a pena considerar, mesmo a meio caminho.
De Lisboa, a viagem mais rápida é tomando a autoestrada A1, sair para a A23 em Torres Novas
(portagens eletrónicas) e seguir as indicações para Tomar. Vindo do Porto também pela A1, em
Coimbra pode apanhar a saída para Condeixa e seguir a estrada N110 até Tomar.
A fasquia na arte de bem receber foi elevada pela Casa dos Ofícios. O coração deste boutique hotel
de 4 estrelas bate ao ritmo do centro histórico de Tomar, onde está localizado. Inserido num edifício
histórico do século XVIII, louvavelmente recuperado, distingue-se pela homenagem carinhosa que
faz aos ofícios que predominaram e tornaram Tomar uma cidade próspera. Preserva os elementos
arquitetónicos originais e de relevo do edifício sem abdicar de classe, requinte e conforto. Isso está
patente nos 14 quartos, receção e sala de refeições, sala de estar e biblioteca, onde a identidade dos
espaços foi engenhosa e harmoniosamente conciliada ao conforto irrepreensível. São os detalhes
que nos vão contando a história duma casa de Tomar que emana “memória, calor, refúgio,
celebração, convivialidade, tranquilidade, conforto.” Atrevemo-nos a acrescentar generosidade: a
mesa do pequeno-almoço é um banquete de delícias servidas com mimo. Gostamos de espaços com
alma. Gostamos do calor humano de quem recebe de braços abertos. Isto, e muito mais, foi o abraço
que nos envolveu e conquistou na Casa dos Ofícios.
Em plena cidade de Tomar, junto ao centro histórico, rodeado de jardins exuberantes e debruçado
sobre o rio Nabão, encontra o Hotel Dos Templários. É um hotel de referência na cidade que
apresenta quartos espaçosos e luminosos, com casa de banho privativa e varandas com vista sobre o
Rio Nabão e o Parque do Mouchão. Ao fim do dia, pode relaxar numa das espreguiçadeiras do
terraço em redor da piscina exterior. Há ainda serviço de restauração e bar, um salão de jogos, um
ginásio e um campo de ténis. Na área de Spa, com sauna seca e húmida, pode recorrer aos serviços
de massagens e tratamentos de beleza do centro de bem-estar.
Como livro vivo que é, tem um fim aberto e as suas páginas continuam a ser escritas pelos que
amam esta cidade esbelta, enigmática e enérgica.
Não se admire se, ao visitar Tomar, der de caras com algumas coisas mais enigmáticas e simbólicas.
Como o baixo-relevo do touro por baixo do nicho de Santa Iria, padroeira de Tomar, no Convento
de Santa Iria. Tomar é uma Cidade Templária, portanto está revestida de simbologia a começar pela
própria estrutura da cidade… Em cruz. Orientada como uma rosa-dos-ventos. Quatro extremos,
quatro pontos cardeais, quatro conventos.
E é precisamente no vértice mais emblemático dessa rosa-dos-ventos que vamos dar início ao nosso
roteiro a visitar Tomar.
Convento de Cristo
O Convento de Cristo é o monumento mais emblemático e a grande razão pela qual muitos
escolhem visitar Tomar. Património Mundial da Humanidade UNESCO desde 1983, o Convento
dos Cavaleiros de Cristo de Tomar é um tesouro único que espelha sete séculos da história, não só
de Portugal mas de todo o Ocidente. A arquitetura é extraordinária! Cruzando elementos dos estilos
Românico, Gótico, Manuelino, Renascentista, Maneirista e Barroco, a ornamentação é
verdadeiramente espantosa.
Desde o intrincado Portal Sul da Igreja, passando pelo esplendor cromático da Charola
Templária, à geometria do Claustro Principal, não há quem não deixe cair o queixo em algum
momento da visita. Principalmente quando se depara com a Janela do Capítulo, a obra-prima mais
representativa do estilo Manuelino, o gótico português. Entre um e outro momento de
maravilhamento, vai passar por outros claustros, a cozinha e o refeitório, o corredor dos
dormitórios, o noviciado e respetiva capela e, mais recentemente aberta ao público, a cisterna do
Claustro dos Corvos.
Castelo de Tomar
Desça do castelo via Mata Nacional dos Sete Montes. Um espaço verdejante idílico onde (crê-se) os
Templários praticavam os rituais iniciáticos da Ordem religiosa militar. Talvez isso explique a
existência da Charolinha no meio da densa floresta. O cenário e ambiente dominam-nos e
facilmente a imaginação ganha asas. O que não é de admirar depois de visitarmos o convento e o
castelo.
Camelot, Rei Artur e Excalibur, cavaleiros do Santo Graal e a Távola Redonda, Merlin e
Morgana… Voltando à terra! Descubra fontes como a do Sangue, caminhos como o das Raízes, ou
simplesmente perca-se pelos labirintos deste bosque encantado.
Um desvio curto para sul da saída da Mata Nacional dos Sete Montes, está o convento que marca a
ponta sul da rosa-dos-ventos de Tomar. É o Convento de São Francisco que se destaca pela bela
capela maneirista que acolhe. Num espaço do convento foi estabelecido o curioso Museu dos
Fósforos que reúne a coleção pessoal de Aquiles de Mota Lima com mais de 40 mil caixinhas de
fósforos e afins. Caminhando para o centro da cidade, vamos ao encontro do Tribunal Judicial, do
antigo Hospital da Misericórdia anexo à bela Igreja de Nossa Senhora da Graça, também
pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Tomar, para nos adentrarmos no ambiente medieval da
cidade de Tomar.
Num instante chegamos à Praça da República, o centro, o coração de Tomar. Em todos os aspetos.
Dominada (ainda) por Gualdim Paes, ergue-se ao centro a homenagem da cidade ao seu fundador.
Sobressaem a Igreja de São João Batista, a matriz, e o antigo edifício dos Paços do Concelho
onde ainda hoje funciona a Câmara Municipal de Tomar. O perfil da praça é complementado pelas
fachadas limpas e cuidadas de casas antigas com detalhes arquitetónicos ao gosto da época. Aliás, a
arquitetura da cidade é razão suficiente para levar os apreciadores a visitar Tomar. Desde a Idade
Média à Modernidade, Tomar é a melhor aula de história da Arquitetura que se pode ter, com
detalhes preciosos, sem perder um período ou estilo arquitetónico. Uma aula viva.
Corredoura
A Corredoura, atual Rua Serpa Pinto é “a” rua pedonal de Tomar que, para além das lojas de
comércio (até uma retrosaria aqui sobrevive), alojamentos, cafés e restaurantes e outros serviços, é
o spot para ver e ser visto. De cada lado do tapete de calçada portuguesa, estão algumas das casas
mais lendárias da cidade, como a Residencial União o “hotel” do século passado (leia-se, XIX) que
é uma viagem no tempo, o centenário Café Paraíso (do outrora seleto Club Thomarense) ou a
confeitaria Estrelas de Tomar que granjeia a fama de ter inventado os doces típicos da cidade
(Fatias de Tomar, Queijinhos de Tomar, Beija-me Depressa), ou a Pharmácia Pinheiro cuja
longevidade já ultrapassou os 140 anos (um dos segredos tem que ser a poção da juventude, só
pode!).
As lojas vão-se modernizando, mudando de mãos, mas o castiço é que encontramos quase todo o
tipo de comércio na Corredoura. Aproveite para comer uns petiscos numa das cervejarias, adoçar o
dente com umas Fatias de Tomar, ou saciar a vontade de ir às compras.
O postal mais conhecido de Tomar é o Convento de Cristo, não temos dúvidas. Mas logo a seguir
está a tríade rio Nabão, Roda e Parque do Mouchão. Ao parque não lhe falta o clássico coreto,
bancos de jardim para ler um livro ou relvado para praticar ioga, jardim e pérgula romântica para
namorar. A Roda do Mouchão, mais do que um engenho mecânico movido pelas águas correntes do
rio Nabão, é um emblema emotivo acarinhado pelos tomarenses.
Como um barómetro da vida da cidade, a Roda do Mouchão tem que mexer. A completar o quadro,
a eterna banda sonora das águas em cascata, do vento na folhagem e do canto dos pássaros.
Ninguém resiste a ser uma das personagens deste quadro perfeito num dia de sol, seja tomarense ou
não.
Ponte Velha
É imperioso atravessar o rio Nabão pela Ponte Velha (Ponte D. Manuel I) quando visitar Tomar.
Acredita-se que a sua origem é Romana, embora não haja certezas. O que se sabe é que, à chegada,
os Templários aproveitaram uma estrutura de pedra pré-existente e melhoraram-na para construir
uma ponte sólida que permitisse a travessia sobre as águas do Nabão. Esta ponte secular foi sempre
preservada, com algumas alterações como é óbvio. Talvez porque é, até aos dias de hoje, uma das
entradas mais bonitas da cidade de Tomar.
Levada de Tomar
Do tempo dos Templários (século XII / XIII) é também o Açude dos Frades que desviava a água
do Nabão pela Levada para fornecer energia aos moinhos e lagares nas margens do rio, como o do
Alcaide-Mor e o do Secretário, ao lado da Ponte Velha. Como sempre foram mantidos, um grande
número resiste de pé até aos nossos dias. Inclusivamente, o lagar quatrocentista de D. Pedro de
Évora foi aproveitado para receber a central elétrica em 1901. Pode visitar a central, hoje espaço-
museu, ou simplesmente passear pelos passadiços da Levada, vale bem a pena, quanto mais não seja
para visitar a Casa dos Cubos onde se sedia o Centro de Estudos Em Fotografia de Tomar.
Ofuscada pela popularidade e beleza desconcertante do Convento de Cristo, a Igreja de Santa Maria
do Olival é muitas vezes esquecida por quem vai visitar Tomar. Injustamente. Afinal de contas, esta
é que era a sede da Ordem dos Templários e posteriormente da Ordem de Cristo. Na altura dos
Descobrimentos recebeu, inclusivamente, honras de Sé Catedral de todas as igrejas sem diocese em
África, na Ásia e na América. No século XII, Gualdim Pais mandou erguer a igreja, aproveitando
um antigo mosteiro beneditino, e nela sediou a Ordem dos Templário. O edifício românico foi
ampliado no século seguinte salientando-se como um exemplar de arte gótica em Portugal e modelo
de muitas igrejas da época no país. A igreja é o panteão dos mestres da Ordem, onde inclusivamente
se encontra o túmulo do próprio Gualdim Pais.
Quase impercetível, mas outrora santuário de peso, a Capela de São Gregório demarca-se do
restante património religioso pela planta octogonal, o alpendre colunado, o belo e elaborado portal
manuelino e os azulejos setecentistas.
Pelourinho de Tomar
Ainda não se questionou por onde anda o Pelourinho de Tomar? No Largo do Pelourinho, como
pertence. A sua localização, longe das ruas populares e badaladas, faz com que seja um solitário
monumento. Mas vale a pena ir ao seu encontro e aproveitar para ver algumas das mais
emblemáticas Janelas de Tomar, um traço arquitetónico pelo qual Tomar se orgulha. Na Ruas dos
Arcos também encontra uma série delas.
Comece pelo Aqueduto dos Pegões Altos, a pouco mais de dois quilómetros do Convento de
Cristo se for a pé pelo trilho, um pouco mais pela estrada. Este aqueduto filipino, com cerca de seis
quilómetros de comprimento, era o principal meio de abastecimento de água do Convento de Cristo.
No troço dos Pegões Altos, pode admirar os seus vertiginosos trinta metros de altura e os mais de
setenta arcos que possibilitam uma infinidade de simetrias fotográficas. Os mais audazes arriscam a
subida à Casa da Água a jusante e caminham pelo estreito carreiro que acompanha o aqueduto até à
Casa da Água a montante. Não aconselhável a cardíacos, pessoas com vertigens e crianças. Não há
corrimão nem vedação e o vento àquela altura é muito forte.
Cem Soldos
Cem Soldos não tem castelos, nem tão pouco palácios imponentes. Mas tem dizeres na rua, frases
escritas com o coração… Cem Soldos pode não ter grandes monumentos mas é uma fábrica de
momentos. E isso sabe tão bem! Conhecemos Cem Soldos numa ida ao Bons Sons que nos atraiu
pelo conceito de festival comunitário e coletivo. Novos e velhos, todos na aldeia dão uma
mãozinha. A própria aldeia é o palco, nas praças, nas ruas, na eira, na igreja, no café. Isso captou a
nossa atenção (e aumentou o apetite) de imediato. Melhor ainda quando se trata de música
portuguesa, de ontem e de hoje, de nomes sonantes e ilustres desconhecidos, de sons de sempre e do
que se faz de novo…
Gostamos tanto que prometemos voltar a Cem Soldos sem festival. Promessa cumprida,
repetidamente, para beber um café pago com “soldos”. Se está à espera duma aldeia parada no
tempo, esqueça. Esta aldeia está alive and kicking. É uma aldeia de hoje, de ideias, que preza e
cuida dos seus, que pensa e faz, que investe nas pessoas e acredita na cultura sem dono.
A uns 35 minutos de carro, a Aldeia Templária de Dornes é um destino imperdível. Dornes é terra
de mistérios, da matéria que as lendas são feitas. Vencedora das 7 Maravilhas de Portugal –
Aldeias, Dornes é também conhecida como a Península Encantada ou Terra Mítica dos Templários.
Ambos os epítetos têm fundamento.
É que a pequena povoação fica no cimo duma adorável península contornada pela albufeira do Rio
Zêzere e tem plantada bem no topo a afamada Torre Templária de Dornes, a torre defensiva
pentagonal de que não se conhece mais exemplos em Portugal. Há ainda a Igreja da Nossa Senhora
do Pranto, destino de romaria, e uma deliciosa praia fluvial para refrescar corpo e alma nos dias
quentes de verão ou depois dum trilho pelas suas belezas naturais.
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A leste da cidade e subindo para norte, a Albufeira da Barragem de Castelo de Bode é uma manta
de retalhos de belezas naturais entre serra e vales, rio domado e praias fluviais, miradouros e trilhos.
Quando visitar Tomar, não dispense uma travessia da gigantesca Barragem do Castelo de Bode.
Lago Azul
Acompanhe o serpentear da Albufeira do Castelo de Bode para sul e suba ao miradouro do Lago
Azul, no concelho de Ferreira do Zêzere, para a fotografia digna do Instagram. Cá em cima, as
paisagens são de babar. Lá em baixo, a Praia Fluvial da Castanheira (vulgo Lago Azul, pela cor da
água), com a sua gigante piscina flutuante, espera por si para banhos e desportos náuticos ou um
simples passeio de gaivota. Os miúdos adoram, os graúdos deleitam-se. Com o Lago Azul Eco
Hotel mesmo ao lado, o Lago Azul é um excelente destino para uma escapadinha.
Dica VagaMundos: É fã de praias fluviais? Então não deixe de ler os seguintes artigos:
Praias Fluviais
Mas há mais! Menos populares mas igualmente rodeadas da paisagem idílica que distingue esta
albufeira, nada como explorar todas e depois decidir.
Praia Fluvial da Bairradinha (na fonteira dos concelhos de Tomar e Ferreira do Zêzere): espaçosa
e com a particularidade de ter areal;
Praia Fluvial dos Montes (Tomar): o acesso não é dos mais fáceis, talvez por isso seja das mais
sossegadas em Castelo de Bode;
Praia Fluvial de Alverangel (Tomar): a maioria dos tomarenses conhece-a por praia do Casalinho,
mas para nós será sempre a Praia da Árvore na Ilha;
Praia Fluvial da Aldeia do Mato (Abrantes): já fica na outra margem da Barragem de Castelo de
Bode, mas vale cada quilómetro, pois a água têm dias de ser mais quentes que nas praias do
Algarve.
Dica VagaMundos: provavelmente não será novidade nenhuma para os amantes de desportos
náuticos, mas pode dar jeito a quem deseje iniciar-se na prática. Castelo de Bode reúne as condições
perfeitas para remo, SUP, vela, windsurf, jet ski, pesca desportiva e esperemos que venha a ser a
“capital do wakeboard.”
E já que estamos na temática das praias fluviais, terminamos as nossas sugestões com a mais
fotogénica de todas: a Praia Fluvial do Agroal, situado no vizinho concelho de Ourém. Em menos
de 20 minutos chega à maior nascente do rio Nabão contida numa piscina fluvial de sonho. Tem a
particularidade de ser uma nascente cársica cujas águas tem propriedades terapêuticas benéficas
para aparelho digestivo e pele. Mas a água é fria para chuchu! É preciso muita coragem para fazer
este tratamento de beleza da pele.
Quando visitar Tomar aproveite também para ir descobrir as maravilhosas cascatas de Vila de Rei.
Para um passeio de puro relax deixe-se guiar pelos passadiços até às idílicas Cascatas do Penedo
Furado. Já se gosta de uma boa aventura vá percorrer o surpreendente Trilho das Cascatas de Vila
de Rei, e deixe-se apaixonar pela Cascata dos Poios e Cascata do Escalvadouro.
Aproveite a viagem e rume até à Aldeia de Xisto de Água Formosa e ao vizinho Picoto da
Melriça, onde se encontra o Centro Geodésico de Portugal, que assinala, com pompa e
circunstância, o Centro de Portugal.
Sabia que o Tejo tem uma ilha? E que nessa ilha se ergue um “guardião das águas” de pedra? O
esbelto, enigmático e intrigante Castelo Templário de Almourol. Na verdade, era mouro, mas
Dom Afonso Henriques chegou, viu e venceu… E entregou o castelo aos Templários. Basta isto
para o lugar se encher de misticismo. As suas pedras já viram nascer inúmeras lendas, e diz-se até
que há uma passagem secreta que passa por baixo do Tejo. Apanhe o barco no cais e atreva-se a
explorar as “entranhas” do mítico castelo e subir às suas torres-miradouro.
Vai precisar de outro dia inteiro para o que se segue. Desta vez, a nossa sugestão do que visitar nos
arredores de Tomar centra-se a sul, em direção ao Tejo.
Encante-se com Vila Nova da Barquinha, naquele que é provavelmente o melhor parque
ribeirinho do Médio Tejo. Arte e verde marcaram aqui encontro e o resultado é um espaço de bem-
estar e relax estupendo.
“Suba” o Tejo e pare em Tancos, mais precisamente no cais de Tancos. Não pelo jardim ribeirinho,
apesar de ser muito agradável, mas pelo vislumbre do imperdível Castelo de Almourol.
Nem lhe vamos falar de Fátima, da Batalha, da Nazaré, de Óbidos, de Leiria, de Ourém, da
Golegã nem tão pouco dos novissímos Passadiços das Fragas de São Simão ou da apaixonante
Cascata do Penedo Furado. Para isso precisa de mais uma semana em Tomar. Como vê, há muito
que ver e fazer quando planear visitar Tomar.
Clique no canto superior direito para aumentar o mapa dos principais pontos de interesse a visitar
nos arredores (perto) da cidade de Tomar.
Cabrito Assado
Dificilmente vai encontrar nos restaurantes da cidade aqueles pratos tradicionais que são destacados
como as iguarias gastronómicas de Tomar, a saber as Couves à D. Prior, o Coelho na Abóbora e a
Feijoada de Caracóis, a par da lampreia quando em época, sável, cabrito, dobrada e cabidelas.
Assim já tem uma desculpa para visitar Tomar num evento gastronómico.
Fatias de Tomar
Espantosamente não conventual (que se saiba), o doce mais famoso de Tomar data de meados do
século XX e é exclusivo da cidade. As Fatias de Tomar são um doce à base de gemas de ovos
cozido em banho-maria numa panela especial inventada por um dos mestres latoeiros da cidade, o
senhor Aurélio. Compravam-lhe a panela e a receita vinha incluída. Mas o que dizer dos Queijinhos
Doces, das Queijadas de Amêndoa, das Castanhas Doces, ou dos sugestivos Bolos de Cama que
derivaram nos sedutores Beija-me Depressa?
Dentre os nossos favoritos, deixamos algumas sugestões de restaurantes onde comer em Tomar.
$ | Cervejaria do Fernando
Rua Silva Magalhães nº 47, Tomar 2300-593, (+351) 249 314 014
Especialidades: Petiscos: moelas na caçarola, caracóis, orelha, ovas, pica-pau, camarão, berbigão à
espanhola. Peixes: salada de polvo com batata cozida; bacalhau cozido com grão. Carnes: costeleta
de novilho; bife da vazia; morcela de arroz com bróculos.
$-$$ | Casa das Ratas & Casa Matreno
Rua Doutor Joaquim Jacinto 6, Tomar 2300-577, (+351) 933 549 128
Especialidades: Arroz de pato, iscas, maranhos, cabrito, lampreia (na época).