O documento descreve uma questão sobre o status jurídico de normas sobre direitos humanos antes e depois da Emenda Constitucional 45/2004 no Brasil. Antes da emenda, tais normas não tinham caráter constitucional; depois da emenda, convenções e tratados sobre direitos humanos aprovados pelo Congresso passaram a ter o mesmo valor de emendas constitucionais.
O documento descreve uma questão sobre o status jurídico de normas sobre direitos humanos antes e depois da Emenda Constitucional 45/2004 no Brasil. Antes da emenda, tais normas não tinham caráter constitucional; depois da emenda, convenções e tratados sobre direitos humanos aprovados pelo Congresso passaram a ter o mesmo valor de emendas constitucionais.
O documento descreve uma questão sobre o status jurídico de normas sobre direitos humanos antes e depois da Emenda Constitucional 45/2004 no Brasil. Antes da emenda, tais normas não tinham caráter constitucional; depois da emenda, convenções e tratados sobre direitos humanos aprovados pelo Congresso passaram a ter o mesmo valor de emendas constitucionais.
O documento descreve uma questão sobre o status jurídico de normas sobre direitos humanos antes e depois da Emenda Constitucional 45/2004 no Brasil. Antes da emenda, tais normas não tinham caráter constitucional; depois da emenda, convenções e tratados sobre direitos humanos aprovados pelo Congresso passaram a ter o mesmo valor de emendas constitucionais.
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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS
Murilo Mendes Mainardes; Direito – 9º Período
Direito Processual Constitucional
Prof.º Elcio Domingues da Silva
QUESTÃO 01 - A Constituição da República Federativa do Brasil apresenta um
extenso catálogo de direitos e garantias fundamentais, tanto individuais como coletivos, sendo que tais normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, por expressa previsão constitucional. O texto constitucional também é claro ao prever que direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Por ocasião da promulgação da Emenda Constitucional de no 45, em 2004, a Constituição passou a contar com um § 3o, em seu artigo 5o, que apresenta a seguinte redação: "Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais". Logo após a promulgação da Constituição, em 1988, o Brasil ratificou diversos tratados internacionais de direitos humanos, dentre os quais se destaca a Convenção Americana de Direitos Humanos, também chamada de Pacto de San José da Costa Rica (tratado que foi internalizado no ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto no 678/1992), sendo certo que sua aprovação não observou o quórum qualificado atualmente previsto pelo art. 5o, § 3o, da Constituição (mesmo porque tal previsão legal sequer existia). Com base na descrição acima a respeito da Convenção Americana de Direitos Humanos e segundo a orientação do Supremo Tribunal Federal descreva sobre o status jurídico que normas sobre direitos humanos detém antes e depois da Emenda Constitucional 45.
Resposta: Anteriormente à Emenda Constitucional 45/2004, as disposições de
direitos humanos presentes em acordos internacionais ratificados pelo Brasil não possuíam caráter constitucional, portanto, não eram comparáveis às emendas constitucionais; doravante a promulgação da referida Emenda, as convenções internacionais e tratados sobre direitos humanos que passaram a serem aprovados pelo Congresso Nacional, em conformidade com os requisitos de quórum qualificado, presentes no artigo 5º, parágrafo 3º da CF/88, se tornaram homólogos às emendas constitucionais, desempenhando o mesmo valor normativo, com a conseguinte aplicação imediata e direta no ordenamento jurídico. O STF salienta em julgados a relevância dos direitos humanos previstos em tratados internacionais ratificados pelo país, até mesmo quando em conflito com normas infraconstitucionais. QUESTÃO 02 - Um país tem uma Constituição que prevê a prisão como pena para todos os tipos de crimes, inclusive os crimes de menor potencial ofensivo. Com o passar dos anos, surgem diversas críticas sobre a eficácia do sistema prisional e a necessidade de se encontrar outras formas de punição que não sejam tão severas. Diante disso, surge a discussão sobre a possibilidade de se aplicar a pena de multa como alternativa à prisão, mesmo para crimes considerados graves. Seria possível essa mudança através de uma mutação constitucional?
Resposta: A aplicação da pena de multa ao invés da prisão, principalmente para
crimes graves, não pode ocorrer por intermédio mutação constitucional; a mutação é realizada por meio de interpretações e práticas que modificam o sentido e o alcance dos dispositivos constitucionais, sem a necessidade de uma emenda formal. Ainda, a mudança proposta no enunciado contraria cláusula pétrea da CF/88, que estabelece que a pena de prisão só pode ser aplicada nos casos previstos em lei e com estrita observância aos direitos fundamentais, ademais, o mesmo corpo prevê que a aplicação da pena de multa é restrita aos crimes de menor potencial ofensivo. Logo, a referida mudança apenas poderia ocorrer por meio de uma emenda constitucional, seguindo os procedimentos previstos na Constituição para a alteração do seu texto. Isso significa que seria necessário que a emenda fosse apresentada por um terço dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, discutida e aprovada em duas votações em cada uma das Casas do Congresso Nacional, com um quórum qualificado de três quintos dos votos dos respectivos membros, e promulgada pelo Presidente da República.
QUESTÃO 03 – Um grupo de parlamentares está discutindo a possibilidade de retirar
alguns direitos fundamentais previstos na Constituição do país, alegando que eles geram custos financeiros elevados para o Estado e prejudicam o desenvolvimento econômico. No entanto, outros parlamentares argumentam que esses direitos são fundamentais para garantir a dignidade humana e representam o consenso democrático mínimo de um Estado de Direito. Como resolver essa questão?
Resposta: A preservação dos direitos fundamentais é essencial para o Estado de
Direito democrático e representa a base da ordem jurídica de um país; a retirada de direitos fundamentais previstos na Constituição não deve ser tomada sem minuciosa análise, a qual envolve debates públicos, que devem atentar sobre os custos financeiros e os princípios e valores fundamentais de um Estado de Direito Democrático. A diminuição de direitos fundamentais previstos na Constituição deve ser uma medida excepcional e somente deve ser tomada após uma avaliação cuidadosa de seus impactos e uma ampla discussão pública sobre o assunto. O Estado deve buscar soluções criativas e inovadoras que permitam a proteção dos direitos fundamentais sem comprometer o desenvolvimento econômico do país.
QUESTÃO 04 – O Congresso Nacional apresentou uma proposta de emenda
constitucional para suprimir a cláusula pétrea que garante a separação dos poderes. A proposta argumenta que a separação dos poderes é uma ideia ultrapassada que impede o país de avançar em questões importantes, como a luta contra a corrupção e a tomada de decisões mais eficientes. No entanto, a proposta causou grande controvérsia e mobilizou diversas entidades da sociedade civil em defesa da manutenção da cláusula. Com base na situação problema acima descreva as limitações de alteração da Constituição em relação aos seus aspectos formais, circunstanciais e materiais.
Resposta: Em relação aos aspectos formais, a Constituição estabelece que as
propostas de emendas constitucionais devem ser apresentadas por um terço dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, ou pelo Presidente da República. Além disso, a proposta deve ser discutida e aprovada em duas votações em cada uma das Casas do Congresso Nacional, com um quórum qualificado de três quintos dos votos dos respectivos membros. Por fim, a emenda constitucional deve ser promulgada pelo Presidente da República e incorporada ao texto da Constituição. Ao que concerne aos aspectos circunstanciais, a Constituição estabelece que não podem ser objeto de emenda constitucional as cláusulas pétreas, que são os dispositivos fundamentais que garantem a integridade e a estabilidade da ordem constitucional. A separação dos poderes, por exemplo, é uma cláusula pétrea prevista na Constituição, e, portanto, não pode ser suprimida ou modificada por meio de emenda constitucional. Consoante aos aspectos materiais, a Constituição estabelece limitações para a alteração de determinados temas, como os direitos e garantias individuais e os direitos sociais. Esses temas são considerados fundamentais para a proteção da dignidade da pessoa humana e para a construção de uma sociedade justa e solidária, e, por isso, a Constituição estabelece que qualquer emenda constitucional que os modifique deve respeitar o núcleo essencial desses direitos e garantias. Por fim, a proposta de emenda constitucional que suprime a cláusula pétrea que garante a separação dos poderes, apresentada pelo Congresso Nacional, não respeita as limitações constitucionais estabelecidas em relação aos aspectos formais e circunstanciais. Além disso, a supressão da cláusula pétrea que garante a separação dos poderes pode afetar o núcleo essencial da proteção constitucional dos direitos e garantias individuais, uma vez que a separação dos poderes é um mecanismo fundamental para a garantia da independência e imparcialidade do Poder Judiciário.
QUESTÃO 05 – Uma empresa de construção civil, que atua em diversos
municípios do país, está em processo de expansão e planeja iniciar novos projetos em uma cidade específica. No entanto, ao fazer uma pesquisa sobre as leis e regulamentos locais, a empresa percebe que há uma falta de clareza e previsibilidade nas normas aplicáveis à construção civil naquela cidade. Além disso, há decisões judiciais conflitantes sobre a interpretação dessas normas, o que aumenta a incerteza e o risco legal para a empresa. Diante desse cenário, a empresa precisa decidir se deve prosseguir com os planos de expansão naquela cidade, correndo o risco de enfrentar processos judiciais e sanções legais, ou se deve buscar uma alternativa mais segura em outra localidade, sacrificando oportunidades de negócios e investimentos. Da análise do presente caso descreva os aspectos teóricos essenciais que envolve a temática da segurança jurídica.
Resposta: Deve observar o princípio da segurança jurídica, que se refere na
garantia de que as normas jurídicas são claras, previsíveis, estáveis e aplicáveis de forma uniforme, proporcionando aos indivíduos a certeza de que seus direitos e obrigações serão respeitados e protegidos pelo Estado. Quanto a empresa de construção civil, a falta de clareza e previsibilidade nas normas aplicáveis à construção civil naquela cidade, aliada às decisões judiciais conflitantes sobre a interpretação dessas normas, gera uma situação de incerteza e risco para a empresa. Isso pode afetar a capacidade da empresa de tomar decisões informadas e investir em novos projetos, uma vez que a possibilidade de enfrentar processos judiciais e sanções legais pode prejudicar sua atividade econômica. A segurança jurídica é essencial para a proteção dos direitos fundamentais e para o desenvolvimento econômico e social de um país. Quando as normas jurídicas são claras e previsíveis, os indivíduos e as empresas podem planejar suas ações e investimentos com maior segurança e confiança, contribuindo para o desenvolvimento da economia e para a geração de empregos e renda. Por outro lado, a falta de segurança jurídica pode gerar insegurança e instabilidade, desestimulando investimentos e afetando negativamente o ambiente de negócios. Além disso, pode gerar desigualdade entre os cidadãos, uma vez que aqueles que possuem mais recursos financeiros e jurídicos podem se beneficiar de decisões judiciais favoráveis, enquanto aqueles que não possuem esses recursos podem ser prejudicados. Portanto, é fundamental que o Estado atue para garantir a segurança jurídica, por meio da elaboração de normas claras e previsíveis, da uniformização da jurisprudência e da proteção dos direitos fundamentais dos indivíduos e das empresas. Isso contribui para a construção de um ambiente jurídico saudável e favorável ao desenvolvimento econômico e social do país.
QUESTÃO 06 – Um servidor público, que trabalha há 25 anos em um órgão
público, recebe uma notificação informando que seu cargo será extinto em razão de uma reforma administrativa em curso no Estado. O servidor, que está a apenas cinco anos da aposentadoria, entende que possui direito adquirido ao seu cargo e remuneração, e que a extinção do cargo viola esse direito. No entanto, o Estado sustenta que a reforma administrativa é necessária para reduzir gastos e melhorar a eficiência do serviço público, e que a extinção do cargo não fere o direito adquirido do servidor. Diante desse impasse, como se resolve a questão do direito adquirido do servidor público? Resposta: Se servidor acentuar que sua aposentadoria está próxima e que, portanto, a extinção da carga prejudique seu direito adquirido, é importante que ele apresente sua situação ao órgão responsável pela reforma administrativa, buscando uma solução que possa garantir seus direitos. Há a possibilidade de o servidor ser remanejado para outro cargo ou setor do órgão público, de modo a garantir sua estabilidade e continuidade de emprego, pois se torna indispensável que o Estado e o servidor busquem soluções que possam conciliar os envolvidos, garantindo ao mesmo tempo a estabilidade do servidor e a eficiência do serviço público. Os servidores estáveis com cargos extintos são imediatamente postos em disponibilidade. Essa proteção do vínculo empregatício garante que continuem recebendo uma remuneração proporcional ao tempo de serviço até que sejam reaproveitados em outra função. Vide o decreto nº 3.151, de 23 de agosto de 1999, artigo 5º.
QUESTÃO 07 – Uma pessoa é acusada de ter cometido um crime e é levada a
julgamento. Durante o processo, a defesa alega que a acusação não apresentou provas suficientes para comprovar a culpabilidade do réu, mas o juiz decide condená-lo sem dar oportunidade para que a defesa apresente novas provas ou argumentos. A defesa, então, alega que houve violação do devido processo legal, em especial do direito ao contraditório e à ampla defesa. Diante desse impasse, como se resolve a questão do respeito ao devido processo legal? Resposta: O devido processo legal é composto pela ampla defesa e o contraditório, previsto no art. 5º, LV, da CF/88, se trata de garantia formal e material, dado a exibição de provas, fundamentos e justificativas. O Magistrado não poderá impedir o benefício fundamental da defesa, do contrário, deve recorrer da decisão se observados vícios processuais, requerendo a nulidade. Acentua-se que a magistratura deve buscar a exatidão dos fatos materiais respeitando aos direitos fundamentais do processo.
Discutindo Possibilidades de Conciliar Proteção e Urbanização de Faixas Marginais de Rios Urbanos: O Caso Do Rio Dona Eugênia em Mesquita Na Baixada Fluminense