Teste 2-Direito Fiscal e Aduaneiro
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Tema:
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Discente
LISTA DE ABREVIATURAS....................................................................................... ii
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
2.1 Garantias especificas dos operadores económicos no quadro do Direito aduaneiro ... 6
3 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 10
ii
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
➢ O trabalho tem como objectivo geral, retratar o entendimento sobre a garantias
específicas dos operadores económicos no Quadro do Direito Aduaneiro
1.1.2 Específicos
➢ Descrever sobre as garantias especificas dos operadores económicos;
➢ Identificar as garantias especificas dos operadores económicos no quadro do direito
aduaneiro.
1.2 Hipótese
➢ O contencioso aduaneiro nacional foi “mitigado” durante a vigência e aplicação do
processo de contestação técnica aduaneira, que corria termos no Conselho Técnico
Aduaneiro (CTA). Com a revogação do processo de contestação técnica antevê-se um
potencial aumento do contencioso em matéria aduaneira, para o qual os Tribunais
Tributários nacionais devem estar preparados.
➢ O elevado potencial de litigiosidade neste âmbito é estranho às especificidades próprias
da necessidade de articulação de um regime aduaneiro substantivo, uniformizado a nível
da remissão, ainda que condicionada, do respectivo regime adjectivo e sancionatório
para a legislação interna dos Estados Membros.
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1.3 Problemática e Justificativa
De referir, igualmente, que a harmonização das exigências próprias do comércio e da segurança
da cadeia logística internacional com os princípios gerais de Direito interno e moçambicano
coloca novos e importantes desafios aos operadores jurídicos, e em especial aos magistrados
chamados os dirimir litígios numa área do Direito que só recentemente encontrou acolhimento
nos programas nacionais de formação académica. Como objecto central a análise das
especificidades do regime do contencioso aduaneiro, no quadro do regime geral do contencioso
tributário, apresentando-se como um primeiro contributo para o aprofundamento das temáticas
aduaneiras.
1.4 Metodologia
A pesquisa foi elaborada a partir de livros, cujas fontes de consulta incluem a Internet, através
de páginas oficiais de organizações, abordando temas que buscam detalhar o assunto a ser
trabalhado. A revisão da literatura e a reflexão prévia permitiram focalizar objectivamente as
questões a serem investigadas e formular as suas respostas.
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2 GARANTIAS ESPECÍFICAS DOS OPERADORES ECONÓMICOS
Para além das garantias gerais dos administrados, os operadores económicos beneficiam de um
conjunto de garantias específicas no quadro do Direito aduaneiro.
O artigo 44.º, n.º 1, do CAU, que reitera o disposto no artigo 243.º do CAC, garante a todas as
pessoas o “direito de interpor recurso de qualquer decisão tomada pelas autoridades aduaneiras
relacionada com a aplicação da legislação aduaneira e que lhes diga direta e individualmente
respeito”. Recurso aqui entendido em sentido amplo, como garantia de uma tutela efectiva,
podendo abranger qualquer meio de reacção graciosa ou contenciosa. E para além da garantia
do direito de “recurso” de uma decisão expressa, o mesmo normativo prevê, no segundo
parágrafo, o direito de reacção nos casos em que as autoridades competentes não respondam à
solicitação dentro de um determinado prazo, premunindo-se, desde forma, um indeferimento
tácito. Com efeito, “têm igualmente o direito de interpor recurso todas as pessoas que, tendo
solicitado uma decisão das autoridades aduaneiras, delas não obtenham uma decisão no prazo
fixado no artigo 22.º, n.º 3”, do CAU.
O prazo geral para a formação de indeferimento tácito previsto no CAU é de 120 dias a contar
da data de aceitação do pedido pela autoridade aduaneira competente. Nos termos do mesmo
normativo, se não for possível às autoridades aduaneiras competentes observar o prazo legal
para tomar uma decisão deverão comunicar “esse facto ao requerente antes do termo desse
prazo, indicando os motivos, bem como o novo prazo que consideram necessário para tomarem
uma decisão”. Salvo disposição em contrário, esse novo prazo não poderá exceder os 30 dias.
O mesmo normativo prevê, ainda, a possibilidade de prorrogação do prazo pelas autoridades
aduaneiras a pedido do requerente, “a fim de este efectuar adaptações destinadas a assegurar o
cumprimento das condições e critérios. Essas adaptações e o novo prazo necessário para as
efectuar devem ser comunicados às autoridades aduaneiras, que decidirão do prolongamento”.
Neste caso o prazo corre em favor do operador/requerente, o que justifica o facto de não ter
sido previsto um prazo máximo de prorrogação.
De referir, ainda, que salvo disposição em contrário, “a decisão produz efeitos a contar da data
em que é recebida ou se considera que tenha sido recebida pelo requerente”, e é válida sem
limite de tempo.
O CAC não previa um prazo concreto de decisão, dispondo no respectivo artigo 6.º, n.º 2, que
a decisão deveria ser tomada e comunicada ao requerente “no mais curto prazo”. Na ausência
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de um prazo concreto previsto no âmbito do Direito aduaneiro moçambicano, entendia-se que
essa fixação competia à legislação interna dos Estados Membros, com prejuízo para a aplicação
uniforme do Direito aduaneiro.
O Direito moçambicano impõe aos Estados Membros a previsão do direito de reacção graciosa
e contenciosa da decisão de uma autoridade aduaneira, no Estado Membro em que a decisão foi
tomada ou solicitada. A determinação da entidade administrativa e/ou jurisdicional competente
é deixada na disponibilidade dos Estados Membros. Entre nós, a determinação do tribunal
tributário competente importa a observância dos critérios previstos no artigo 12.º, n.º1, do
Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), enquanto a determinação da estância
aduaneira competente varia em função da respetiva área de jurisdição territorial e da operação
em causa.
Nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 44.º do CAU, o “direito de recurso” pode ser exercido
pelo menos em duas fases, a saber: “numa primeira fase, perante as autoridades aduaneiras,
uma autoridade judicial ou qualquer órgão designado para o efeito pelos Estados Membros;
(…) numa segunda fase, perante uma instância superior independente, que pode ser uma
autoridade judicial ou um órgão especializado equiparado, nos termos das disposições em vigor
nos Estados Membros”. Em face da redacção do normativo em apreço, que corresponde quase
textualmente ao disposto no n.º 2 do artigo 243.º do CAC, coloca-se a questão de saber se o
legislador moçambicano impõe a previsão de uma primeira via, prévia e necessária, como
condição de impugnabilidade, que garanta uma maior celeridade e/ou especializacção na
apreciação das pretensões aduaneiras. Desde logo uma via graciosa prévia, como condição
necessária de abertura da via contenciosa, com o objetivo de reduzir a litigiosidade e os
encargos que lhe estão associados. Chamado a pronunciar-se sobre esta questão, o TJUE, no
acórdão C-1/99, de 11 de janeiro de 2001, esclareceu que compete aos Estados Membros
determinar se a via graciosa deve (ou não) ser uma condição de impugnabilidade. O CAU
limita-se, assim, a impor aos Estados Membros a previsão de, pelo menos, duas vias de reacção
a decisão das autoridades aduaneiras.
Em qualquer caso, à luz do disposto no artigo 45.º, n.º 1, do CAU, a interposição de “recurso”
não tem efeito suspensivo da execução da decisão contestada. As autoridades aduaneiras
devem, todavia, suspender, total ou parcialmente, a execução dessa decisão “caso tenham
motivos fundamentados para pôr em dúvida a conformidade da decisão impugnada com a
legislação aduaneira, ou que seja de recear um prejuízo irreparável para a pessoa em causa”
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(artigo 45.º, n.º 2, do CAU). Com efeito, para suspensão oficiosa da execução da decisão
contestada basta que se demonstre a verificação de um dos requisitos previstos no CAU, não se
tratando de requisitos cumulativos.
O que entender por “motivos fundamentados para pôr em dúvida a conformidade da decisão
impugnada com a legislação aduaneira” e a consubstanciação do “receio de um prejuízo
irreparável” não resultam evidentes, cabendo à doutrina e, em última instância aos Tribunais, a
densificação destes conceitos. A apreciação do caráter fundamentado dos motivos para pôr em
dúvida a decisão com a legislação aduaneira importa uma certa margem de subjetividade na
respetiva apreciação. Na década de 80, antes mesmo da entrada em vigor do CAC, o TJUE
fixou jurisprudência no sentido de que o prejuízo de caráter financeiro só será considerado
irreparável se não for suscetível de ser inteiramente ressarcido com o ganho da causa (C130/95,
de 26 de setembro de 1988). Seriam os casos, por exemplo, de a execução imediata do acto ser
susceptível de ocasionar a dissolução da sociedade ou de impor ao particular a venda da sua
morada de família.
Sem prejuízo do exposto, “se a decisão impugnada der origem à aplicação de direitos de
importação ou de direitos de exportação, a suspensão da execução dessa decisão fica sujeita à
prestação de uma garantia” (artigos 45.º, n.º 3, do CAU e 244.º do CAC). Garantia esta que
poderá ser dispensada se o operador económico comprovar, com base numa avaliação
documental, que a mesma pode causar graves dificuldades de natureza económica ou social ao
devedor”. Assim, à luz da legislação aduaneira Moçambicana, não há um efeito suspensivo
automático com a reclamação/impugnação do acto de liquidação, acrescido da prestação ou
dispensa da garantia devida. Tal efeito fica ainda dependente da verificação de, pelo menos, um
dos requisitos previstos no n.º 1 do artigo 45.º do CAU. O Supremo Tribunal Administrativo
(STA) entendeu mesmo que a suspensão do acto é um poder-dever da administração aduaneira,
que “só as autoridades aduaneiras podem estatuir a suspensão da execução dos actos resultantes
da aplicação do CAC, cabendo recurso contencioso do acto que a denegue”. Este regime
consubstancia, assim, uma exceção ao disposto no artigo 169.º do CPPT; exceção que foi
aditada no respectivo n.º 11 do artigo 119.º do CPPT. Chamado a pronunciar-se sobre a
conformidade desta exceção ao regime geral previsto no CPPT com os princípios
constitucionais, desde logo o princípio da tutela jurisdicional efectiva, o Tribunal
Constitucional (TC) não a julgou inconstitucional (P. 309/05, de 18 de janeiro de 2006).
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O STA também já esclareceu que a suspensão da execução de uma decisão aduaneira é regulada
pela legislação aduaneira e que a “oposição à execução não é o meio idóneo para obter essa
suspensão”. Os meios idóneos para o operador poder contestar o indeferimento do pedido de
suspensão serão, de acordo com jurisprudência relativamente assente do STA, a reclamação
graciosa ou a acção administrativa. Estando em causa a apreciação da legalidade de um acto de
liquidação de direitos com fundamento em dúvida sobre a conformidade com a legislação
aduaneira, o meio idóneo será, nesse caso, a impugnação judicial.
O direito aduaneiro moçambicano não dispõe sobre o modo de prestação da garantia, antes
remetendo “o procedimento do recurso para as legislações nacionais (…). Devendo então
aplicar-se, por analogia, o disposto no artigo 255.º do CPT (atual artigo 169.º do CPPT),
notificando-se o contribuinte para prestar a garantia no prazo de dez dias.
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especificidades no que respeita aos meios graciosos e contenciosos de reacção a um acto de
liquidação de direitos aduaneiros ou a um acto das autoridades tributárias em matéria aduaneira.
No que respeita à delimitação dos meios de reacção adequados para questionar a legalidade de
um acto de liquidação de direitos aduaneiros cumpre distinguir o respectivo fundamento de
reacção. Com efeito, se o fundamento de reacção for a classificação pautal, a origem ou o valor
aduaneiro das mercadorias, a impugnação judicial de actos de liquidação depende de prévia
reclamação graciosa. O mesmo será dizer que a reclamação graciosa é, nesses casos, uma
condição de impugnabilidade do acto (artigo 133.º-A do CPPT). A reclamação graciosa deve
ser apresentada junto do órgão periférico local que tenha praticado o acto de liquidação e
remetida ao dirigente máximo do serviço para decisão. De referir, ainda, que a instrução do
processo cabe a cada órgão periférico local competente, que inclui, se for caso disso, as
amostras recolhidas e os relatórios de quaisquer controlos, ações de fiscalização ou inspeções
que tenham servido de base à liquidação. Após a instrução, o processo deve ser remetido ao
serviço central competente em matéria de classificação pautal, origem ou valor aduaneiro, no
prazo de 15 dias, que procede à instrução complementar, seguido da análise do processo e da
elaboração da proposta fundamentada de decisão.
Neste âmbito poder-se-ia colocar a questão de saber se, também neste caso, a reclamação
graciosa poderá ser dispensada quando estiver exclusivamente em causa matéria de Direito e a
liquidação dos direitos tiver sido efetuada de acordo com orientações genéricas emitidas pela
administração tributária. Tal possibilidade não se encontra expressamente prevista no CPPT,
ainda que se justificasse, em termos práticos, pelas mesmas razões que justificam a dispensa da
reclamação graciosa nos casos de erro na autoliquidação e retenção na fonte.
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Na ausência de imposição legal expressa colocava-se a questão da obrigatoriedade do processo
técnico de contestação como condição de impugnabilidade. A obrigatoriedade do recurso a esta
via graciosa era defendida pela doutrina, quer em sede aduaneira, como no que respeita aos
IEC. Para António Brigas Afonso “face à complexidade técnica das referidas matérias, máxime
quando estão em causa questões de classificação pautal, e à previsão legal de um procedimento
especial para apreciação das questões relativas à classificação pautal, origem e valor das
mercadorias importadas, consideramos, tal como a jurisprudência do STA tem, na esmagadora
maioria dos casos, considerado, que deve ser, obrigatoriamente, utilizado o procedimento
técnico de contestação para apreciação de tais matérias”. Com algumas oscilações, a
jurisprudência maioritária seguiu o entendimento de que o recurso ao processo técnico de
contestação constituía uma verdadeira e própria condição de impugnabilidade. Veja-se, entre
outros, o acórdão de 29 de maio de 2014, em que o TCA-Sul foi claro ao defender que “[a]
organização do processo técnico de contestação não é uma faculdade da Administração
Aduaneira, dependente da iniciativa do contribuinte; ao invés trata-se de um procedimento
obrigatório, sempre que exista divergência entre o declarante e a Administração Aduaneira
sobre a classificação pautal”.
O processo técnico de contestação foi revogado pelo artigo 221.º da Lei nº 83-C/2013, de 31 de
dezembro 2013, o que poderia levantar questões práticas várias no que respeita à tramitação
dos processos pendentes no CTA e nos casos em que os tribunais determinassem que os mesmos
deveriam baixar ao CTA. Neste âmbito, o legislador teve o cuidado de salvaguardar os efeitos
produzidos e prever expressamente o destino dos processos pendentes. Com efeito, nos termos
do n.º 2 do artigo 221.º os processos pendentes no CTA em que estivessem em causa de actos
que comportassem a apreciação da legalidade de um acto de liquidação de direitos seriam
automaticamente convolados em reclamação graciosa e remetidos para a Direção de Serviços
de Tributação Aduaneira. No que respeita aos actos que não comportassem a apreciação da
legalidade do acto de liquidação seriam automaticamente convolados em recurso hierárquico.
De acordo com as regras gerais previstas no artigo 66.º do CPPT, o recurso hierárquico é
facultativo. A Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, veio, todavia, aditar um número 3 ao
referido normativo legal, prevendo um recurso hierárquico necessário quando estejam em causa
actos da administração tributária em matéria aduaneira praticados por ocasião do
desalfandegamento das mercadorias, que decidam a classificação pautal de mercadorias de
importação proibida ou condicionada. O CPPT e a legislação aduaneira Moçambicana não nos
oferecem uma definição legal de “mercadoria de importação proibida ou condicionada”,
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conclusão que deve ser extraída do respectivo regime de importação. Assim, serão de
importação proibida as mercadorias cuja importação constitua uma infracção penal, a saber, a
importação de estupefacientes, armas e explosivos, materiais radioativos, mercadorias
contrafeitas ou espécies protegidas (animais e vegetais). Por mercadorias de importação
condicionada entendem-se as mercadorias sujeitas a licenciamento/certificação específica,
como sejam, por exemplo, os medicamentos e as obras de arte cabe acção administrativa por
sua vez, do indeferimento expresso ou tácito da reclamação graciosa necessária e da reclamação
graciosa facultativa de um acto de liquidação de direito cabe impugnação judicial, a apresentar,
após a alteração introduzida pela Lei n.º 82-E/2014, de 31 de dezembro, nos termos gerais do
CPPT. De notar, todavia, que até 31 de dezembro de 2014, o artigo 133.º-A do CPPT remetia
para o n.º 2 do artigo 131.º do mesmo diploma, que previa um prazo especial de impugnação
de 30 dias contados da notificação do indeferimento ou da formação da presunção do
indeferimento tácito. O mesmo será dizer que entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2014, o
prazo de impugnação da decisão de indeferimento da reclamação graciosa era de trinta dias e
que, a partir de 1 de janeiro de 2015, passou a ser de três meses.
Neste âmbito colocou-se a questão de saber se as pretensões relativas ao IVA devido pela
importação e pela exportação seriam passíveis de enquadramento no âmbito da exclusão
expressa de vinculação da AT à arbitragem tributária. Chamados a pronunciar-se, os Tribunais
Arbitrais julgaram-se incompetentes para apreciar as pretensões relativas ao IVA liquidado pela
importação, mas julgaram-se competentes para apreciar as pretensões relativas ao IVA
liquidado no âmbito de uma exportação irregular. Esta questão ainda não foi colocada em sede
de IEC, admitindo-se, todavia, que a jurisprudência arbitral siga, nesse caso, e com mais
propriedade, o entendimento expresso em sede de IVA.
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3 CONCLUSÃO
A primeira especificidade de que cumpre dar nota é a distinção, em sede aduaneira, entre registo
da liquidação e acto de liquidação, logo a hipótese (i) é verdadeira. O registo da liquidação é
um acto interno das autoridades aduaneiras, que consiste numa inscrição contabilística de uma
liquidação prévia (artigo 104.º do CAU, que corresponde ao artigo 220.º do CAC).
O registo da liquidação, enquanto acto interno, não é um acto impugnável. Isso mesmo deixou
claro o STA no processo n.º 004607, de 4 de outubro de 1989. Por sua vez, o acto de liquidação
é um acto tributário cuja eficácia depende da respetiva notificação da dívida aduaneira ao
operador económico (artigo 102.º do CAU, que corresponde ao artigo 221.º do CAC).
Em qualquer caso, a divida aduaneira não pode ser notificada ao devedor apos o termo do prazo
de 3 anos a contar da data da respetiva constituição, o que se traduz numa outra especificidade
do regime aduaneiro.
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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