MarinielSouzaGalvãoJr. 2016 Trabalhopdf PDF
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Vitória - ES
2016
Mariniel Souza Galvão Junior
Vitória - ES
2016
Aluno, Nome C.
Gravitação Canônica no Formalismo Simplético
76 páginas
Dissertação (Mestrado) - Centro de Ciências Exatas
da Universidade Federal do Espírito Santo. Departamento
de Física.
1. Relatividade Geral
2. Formalismo Hamiltoniano
3. Sistemas Vinculados
4. Gravitação Modificada
Comissão Julgadora:
Prof. Dr.
Davi Cabral Rodrigues (Orientador)
Dedico este trabalho à memória de meus avós Dona Biu e Zé Pereira
Agradecimentos
Ao meu orientador, Prof. Davi Rodrigues, pelo enorme apoio no trabalho e por ser o prin-
cipal responsáveis por minha formação acadêmica durante os dois últimos anos;
Meus sinceros agradecimentos à minha família: minha esposa Silvia pelo suporte e com-
preensão ao longo destes últimos dois anos, meus filhos, Frederico e José Pedro, minha mãe,
Silvânia e meu pai, Mariniel, por serem meu porto seguro e minha razão de viver;
Aos meus queridos amigos e colegas de pós-graduação Felipe, Taís, Michael, Eddy, Dênis,
Igor, Carla, Pedro e Cássio, pela companhia nos momentos difíceis e alegres;
ADM, é utilizado em uma ampla gama de aplicações, indo desde a obtenção de soluções nu-
méricas até a busca por teorias de gravidade quântica. A despeito de várias particularidades
não triviais e típicas da Relatividade Geral, é sabido que o formalismo ADM pode ser enten-
lho é apresentada uma revisão do método de Dirac, uma revisão do método simplético, que
constitui outro método de análise Hamiltoniana, uma revisão do formalismo ADM e, por fim,
tação Modificada
Abstract
The Hamiltonian formalism in theories of gravitation, also known as ADM formalism, is used
gravity theories. Despite various non-trivial and typical particularities of General Relativity, it
is known that the ADM formalism may be understood from Dirac’s treatment of constrained
systems. In this work is presented a review of Dirac’s method, a review of the symplectic
method, which constitutes another method of Hamiltonian function analysis, a review of the
ADM formalism and, finally, we present a new development of the ADM formalism from the
symplectic method. Aplications for General Relativity and Brans-Dicke are presented here in
details.
ity
Sumário
1 Introdução 1
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.4.1 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
libre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.3.5 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
6 Considerações Finais 65
rac 67
Referências Bibliográficas 72
Capítulo 1
Introdução
A “irracional eficácia da matemática nas ciências naturais” [1] tem fascinado e gui-
ado os físicos por séculos, acabando por tornar o desenvolvimento de descrições formais não
apenas desejável do ponto de vista da elegância e beleza intrínsecas, mas também necessário
para a evolução do conhecimento científico. Tomemos o exemplo das coordenadas generali-
zadas na descrição lagrangiana que podem ser convenientemente selecionadas para explorar
(e investigar!) as simetrias de um sistema e a geometria de seus vínculos [2]. Ou o formalismo
da mecânica quântica que através de espaços de Hilbert levou, por exemplo, ao enunciado do
importante axioma onde se diz que valores físicos observáveis como energia e momento não
podem ser considerados funções no espaço de fase, mas autovalores associados a uma fun-
ção de estado [3]. Enfim, é impossível exagerar a importância da perspectiva certa na física.
Neste trabalho motivações semelhantes nos levaram a investigar que informações diferentes
o formalismo simplético pode fornecer sobre teorias de gravitação canônicas.
Como sabido, um sistema físico pode ser descrito através de sua função hamiltoniana, por
sua vez dada por uma transformação de Legendre de sua lagrangiana. A evolução de um sis-
tema hamiltoniano é dada pelos parênteses de Poisson entre as variáveis que compõem seu
espaço de fase. Em alguns casos não é possível estabelecer a dinâmica diretamente através
do uso de parênteses de Poisson, esses são os chamados sistemas vinculados e uma estru-
tura adicional deve ser desenvolvida. Para lidar com essa situação Dirac, Anderson e Berg-
mann [4, 5] desenvolveram um método de manipular uma dada teoria e reduzir seu espaço
de fase a uma dimensão igual ao de seus graus de liberdade, obtendo equações que fornecem
a evolução de observáveis físicos sem ambiguidades.
Faddeev e Jackiw [6, 7] por sua vez desenvolveram um método para lidar diretamente
com a lagrangiana de uma teoria obtendo as equações de movimento mesmo para o caso
2
de teorias com lagrangiana singular, para isso utilizam o teorema de Darboux de modo a
transformar o conjunto de variáveis de um problema em um conjunto de variáveis canôni-
cas independentes, à parte duma transformação de calibre. Embora esse seja um resultado
teórico importante, frequentemente é muito difícil descobrir qual a transformação que deixa
o problema solucionável. Um algoritmo inspirado no formalismo simplético de Faddeev-
Jackiw foi especialmente desenvolvido por Barcelos Neto, Wotzasek [8–10] no qual o conhe-
cimento da transformação de Darboux é desnecessário. No método FJ com algoritmo BW
a lagrangiana é reescrita em termos do conjunto de variáveis estrategicamente definidas e
um algoritmo é aplicado para encontrar os vínculos da teoria, bem como suas equações de
movimento.
O método FJ com algoritmo BW foi utilizado na obtenção de resultados para uma am-
pla gama de problemas teóricos [8–17]. Serviu também de base para extensões de outros
métodos ou como princípio para gerar extensões de modelos conhecidos [13, 18–22]. A apli-
cação do método num contexto de gravitação é recente [23, 24] e ainda incompleta. Bus-
camos neste trabalho justamente desenvolver esta aplicação. Nesta dissertação aplicamos o
método simplético na teoria da Relatividade Geral e na teoria de gravitação de Brans-Dicke,
estudando suas consequências.
A dissertação foi estruturada em seis capítulos. O Capítulo 2 trata do formalismo de Di-
rac para sistemas vinculados, os principais conceitos e métodos são apresentados e discu-
tidos. No Capítulo 3 é apresentado o formalismo simplético e sua descrição geométrica de
sistemas físicos. O Capítulo 4 desenvolve o formalismo de foliações para geometria rieman-
niana e as quantidades geométricas pertinentes são deduzidas em detalhes. No Capítulo 5
são resolvidos os problemas de encontrar os vínculos e as simetrias de calibre das teorias
de Relatividade Geral e Brans-Dicke, além da contagem dos graus de liberdade. Por fim, o
último capítulo traz um resumo do que foi obtido juntamente com perspectivas adicionais
decorrentes do trabalho realizado.
Capítulo 2
2.1 Introdução
Podemos brevemente definir uma teoria de calibre como aquela em que as variáveis di-
nâmicas possuem uma arbitrariedade contínua no espaço-tempo. As variáveis fisicamente
relevantes são independentes da escolha de um referencial local, desse modo, as grandezas
físicas são as invariante de calibre. Isto é, são grandezas que têm uma realidade independente
da escolha de calibre.
O método comumente usado para o tratamento de teorias de calibre recorre à formulação
hamiltoniana. Partindo do formalismo lagrangriano, vamos exibir a construção do forma-
lismo hamiltoniano e em seguida mostraremos como são tratados os sistemas que exibem
características de invariância sob determinados aspectos.
Uma propriedade das teorias de calibre é que soluções gerais das equações de movimento
contêm funções arbitrárias. A presença de grandezas arbitrárias, como será apresentado, leva
a relações de dependência entre as grandezas que descrevem a teoria, as relações entre elas
são chamadas de vínculos. Portanto, uma teoria de calibre é sempre um sistema hamiltoni-
ano vinculado. Entretanto o contrário é falso.
A seguir apresentaremos uma revisão baseada em especial nas Refs. [25] e [26].
cional
Z t2
S[q(t)] = L(q,q̇,t)dt , (2.1)
t1
∂2L ∂L 2
j ∂ L
q̈ j = − q̇ . (2.3)
∂ q̇ j ∂ q̇ i ∂q i ∂q j ∂ q̇ i
∂2L
det := |Wij | (2.4)
∂ q̇ j ∂ q̇ i
é não nulo. A matriz Wij é chamada de matriz hessiana. Se o determinante da matriz hessiana
é zero, ela é dita singular, caso contrário a matriz hessiana é dita não singular.
Utilizando essa relação na equação (2.4) temos Wij = ∂pi /∂ q̇ j . Consequentemente, se a ma-
triz hessiana for singular, as equações das velocidades não podem ser resolvidas em termos
das coordenadas e dos momentos canônicos porque não constituem um conjunto de equa-
ções independentes. Por exemplo, se tivermos uma lagrangiana L = L[q,q̇] tal que p = f (q),
temos que W = 0 e não existe q̇(p).
Em geral temos relações entre as coordenadas e os momentos do tipo
φm (q,p) = 0, m = 1, . . . , M. (2.6)
5 2.3. Vínculos Primários
Supondo que as M relações acima sejam independentes entre si, temos que N − M é o posto
da matriz hessiana de ordem N . As relações (2.6) são chamados de vínculos primários.
Considere a hamiltoniana canônica, definida a partir da transformação de Legendre,
HT ≡ H + λ m φ m . (2.8)
Z t2 Z t2
i
δ (pi q̇ − HT )dt = δ (pi q̇ i − H − λm φm )dt = 0 (2.9)
t1 t1
∂H ∂φm
q̇ i = + λm , (2.10a)
∂pi ∂pi
∂H ∂φm
ṗi = − − λm i , (2.10b)
δq i ∂q
para enfatizar que a quantidade φm é numericamente restrita a valer zero, mas não identica-
mente zero em todo o espaço de fase.
De modo geral, duas funções F e G coincidentes na subvariedade definida pelos vínculos
6 2.3. Vínculos Primários
φm ≈ 0 são ditas fracamente iguais. Por outro lado, se a igualdade existe em todo o espaço de
fase, dizemos que as duas funções são fortemente iguais e utilizamos o símbolo de igualdade
usual. Logo
F ≈ G ⇔ F − G = λm (q,p)φm . (2.12)
Definição 1. Seja um espaço de fase definido pelos eixos coordenados (q i ,pi ), dadas duas fun-
ções f (q,p) e g(q,p), o Parêntese de Poisson entre f e g é definido por
n
X ∂f ∂g ∂f ∂g
{f,g} ≡ − (2.13)
∂q i ∂pi ∂pi ∂q i
i=1
Com a notação de igualdade fraca e a ajuda dos parênteses de Poisson podemos reescre-
ver as equações de movimento de Hamilton (2.10) como
Ḟ ≈ {F,HT }, (2.15)
donde podemos ver que o hamiltoniano total gera — no sentido de realizar a operação parên-
teses de Poisson com o hamiltoniano como argumento — a evolução temporal das variáveis
no espaço de fase.
7 2.4. Condições de Consistência e Algoritmo de Dirac-Bergman
Os vínculos primários φm devem ser preservados com a passagem do tempo, isto é, é ne-
cesário exigir que φ̇m ≈ 0 por questão de consistência. Utilizando a equação (2.15) podemos
expressar essa exigência por
0
{φm ,H} + λm {φm ,φm0 } ≈ 0, (2.16)
Caso (i). As condições de consistência são identicamente satisfeitas. Nesse caso os φm são
os únicos vínculos da teoria e os multiplicadores são arbitrários, ou seja, as equações
de movimento têm funções arbitrárias dependentes do tempo. Esses vínculos geram
transformações de calibre.
0
Seja ||C mm || a inversa de ||{φm , φm0 }||, nesse caso
00
C mm {φm00 ,φm0 } = δm
m
0. (2.18)
0
λm ≈ C mm {φm0 , H}, (2.19)
0
Ḟ ≈ {F,H} − {F,φm }C mm {φm0 ,H}. (2.20)
8 2.4. Condições de Consistência e Algoritmo de Dirac-Bergman
Definição 2. Seja um espaço de fase definido pelos eixos coordenados (q i ,pi ), dadas duas fun-
ções F (q,p) e G(q,p), o Parêntese de Dirac entre F e G é definido por
0
{F,G}∗ ≡ {F,G} − {F,φm }C mm {φm0 ,G}. (2.21)
Ḟ = {F,H}∗ . (2.22)
Com o sinal de igualdade forte, já que os parênteses de Dirac entre os vínculos e uma função
qualquer são nulos,
0 00 0
{F,φm }∗ = {F,φm } − {F,φm0 }C m m {φm00 ,φm } = {F,φm } − {F,φm0 }δm
m
= 0. (2.23)
χs (q,p) = 0, s = 1, . . . , S. (2.24)
Os vínculos gerados dessa maneira são chamados de vínculos secundários. Nesse caso, a
partir de então, os vínculos secundários devem ser tratados da mesma forma como foi feito
com os vínculos primários, podendo recair nos casos (i), (ii), ou (iii), sendo que, caso ocorra
o terceiro caso, o procedimento deve ser repetido, de forma que após um número finito de
iterações ficamos com o conjunto de todos os vínculos secundários
φk (q,p) ≈ 0 , k = M + 1, . . . , M + K, (2.25)
λm = U m + v a V(a)
m
, (2.28)
onde os coeficientes v a são inteiramente arbitrários, U m é uma solução particular das equa-
ções não-homogêneas (2.27)
{φj ,φm }U m ≈ −{φj ,H} (2.29)
m,
e V(a) a = 1, . . . , A, são as soluções das equações homogêneas
m
{φj ,φm }V(a) ≈ 0. (2.30)
HT = H + U m φm + v a V(a)
m
φm (2.31)
Ḟ ≈ {F,HT }. (2.32)
2.4.1 Exemplos
1
L = [ṙ2 + r2 (θ̇ − ξ)2 ] − V (r) (2.33)
2
10 2.4. Condições de Consistência e Algoritmo de Dirac-Bergman
Solução.
∂L ∂L ∂L
pr = = ṙ ; pθ = = r2 (θ̇ − ξ) ; pξ = = 0. (2.34)
∂ ṙ ∂ θ̇ ∂ ξ˙
p2r p2
H= + θ2 + pθ ξ + V (r). (2.36)
2 2r
∂φ1 ∂H
φ˙1 = {φ,H} + λ1 {φ1 ,φ1 } = − = −pθ ≈ 0. (2.37)
∂pξ ∂ξ
φ2 ≡ −pθ ≈ 0. (2.38)
Novos vínculos não mais podem ser gerados, já que φ̇2 = {φ2 ,H} + λ2 {φ1 ,φ2 } = 0 , iden-
ticamente.
A partir daí, utilizando (2.32) obtemos as equações de movimento
∂V
⇒ ṗr = − ; (2.40)
∂r
E também obtemos
∂V
⇒ r̈ − r(θ − ξ)2 + = 0; (2.43)
∂r
ṙ(θ̇ − ξ) = 0; ˙ =0.
2ṙ(θ̇ − ξ) + 2r(θ̈ − ξ) (2.44)
1 1
L = q̇12 + q2 q̇1 + q1 q̇2 + (q1 − q2 )2 (2.45)
2 2
Solução.
p1 = q̇1 + q2 , p2 = q1 , (2.46)
φ1 ≡ p2 − q1 ≈ 0. (2.47)
O hamiltoniano do sistema é
1 1
(p1 − q2 )2 − (q1 − q2 )2 . (2.48)
2 2
1 1
HT = H + λφ2 = (p1 − q2 )2 − (q1 − q2 )2 + (p1 − q2 )(q1 − q2 ). (2.51)
2 2
12 2.5. Vínculos de Primeira e Segunda Classes
Com o emprego dos parênteses de Dirac os vínculos podem ser postos iguais a zero, assim
1
HT = (p1 − q2 )2 . (2.52)
2
e
ṗ2 ≈ {p2 ,HT } ≈ p1 − q2 (2.54)
onde a e b são constantes arbitrárias. Como os vínculos são de segunda classe, não existem
funções arbitrárias do tempo e conseguimos encontrar diretamente as equações de movi-
mento do sistema.
Definição 3. Uma função F (q,p) é dita de primeira classe se os parênteses de Poisson entre ela
e todos os vínculos da teoria são fracamente iguais a zero, isto é,
{F,φj } ≈ 0 , j = 1, . . . , J (2.57)
Uma função das variáveis canônicas que não é de primeira classe é dita ser de segunda classe.
13 2.5. Vínculos de Primeira e Segunda Classes
A presença de funções arbitrárias na hamiltoniana total sugere que nem todas as variáveis
canônicas são observáveis físicos. De outro modo, embora o número de estados físicos dum
sistema seja definido unicamente se forem dados os q’s e p’s, o contrário não é verdadeiro,
ou seja, existe mais de um conjunto de variáveis canônicas representando o mesmo estado
físico.
De fato, dado um conjunto de valores das variáveis canônicas para um tempo t1 se espera
que as equações de movimento forneçam o estado do sistema em um tempo t2 , com t2 6= t1 ,
qualquer ambiguidade no valor das variáveis canônicas para o tempo t2 deve ser fisicamente
irrelevante.
Agora, da equação (2.28), temos que os coeficientes v a são funções arbitrárias do tempo,
portanto seus valores em t1 e t2 dependem da escolha dessas funções. Considerando, em
particular, t2 = t1 + δt, a diferença entre os valores de uma variável dinâmica F no tempo t2 ,
correspondente a diferentes escolhas, digamos v a e ṽ a , no tempo t1 é dada por
δF = δv a {F, φa } (2.58)
com δv a = (v a − ṽ a )δt. Portanto, a transformação (2.58) não altera o estado físico do sistema.
Pela construção de v a , dizemos que
3.1 Introdução
∪i Ui = M
15 3.2. Estruturas Simpléticas em uma Variedade
Ui ∩ Uj 6= ∅, então φi ◦ φ−1
j : φi (Ui ∩ Uj ) → φj (Ui ∩ Uj )
para f, g ∈ C ∞ , a, b ∈ R.
Definição 6. Uma forma exterior de grau 1 (ou 1-forma) é uma função linear ω : M → R, i.e.,
Definição 7. Uma forma exterior de grau 2 (ou 2-forma) é uma função bilinear ω 2 : M × M →
R e antissimétrica:
ω1 (ξ1 ) ω2 (ξ1 )
(ω(ξ1 ) ∧ ω(ξ2 ))(ξ1 , ξ2 ) = = ω1 (ξ1 )ω2 (ξ2 ) − ω1 (ξ2 )ω2 (ξ1 ) .
ω1 (ξ2 ) ω2 (ξ2 )
dω = dai ∧ dxi .
1
dω 2 ≡ daij ∧ dxi ∧ dxj . (3.1)
2
Definição 10. Seja M 2n uma variedade diferenciável de dimensão par. Uma 2-forma diferen-
cial ω 2 em M 2n é dita não-degenerada se para todo ξ 6= 0 existir um ζ tal que ω 2 (ξ, ζ) 6= 0, com
ξ, ζ ∈ Tx M .
17 3.3. Formalismo Simplético
ω = dq i ∧ dpi , i = 1, . . . , n .
Teorema 1. Uma transformação é simplética se, e somente se, sua matriz S nas coordenadas
simpléticas (q i , pi ) satisfazem a relação
S −1 f S = f ,
onde
0 δji
f = .
−δij 0
A matriz f é chamada de matriz simplética canônica. E por fim apresentamos sem de-
monstração o teorema de Darboux.
ω 2 = dq i ∧ dpi .
1
Ldt = ξ α fαβ dξ β − V (ξ)dt, (3.3)
2
1
a ≡ ξ α fαβ dξ β (3.4)
2
e a 2-forma simplética f é
1
f = da = fαβ dξ α ∧ dξ β . (3.5)
2
∂V
ξ˙β fαβ = α , (3.6)
∂ξ
com
∂aβ ∂aα
fαβ = α
− β. (3.7)
∂ξ ∂ξ
de modo que a toma a forma padrão a = pα dq α , fora termos de derivada total. Com a trans-
formação de coordenadas acabamos com os N −2M graus de liberdade no termo “potencial”
da lagrangiana
Ldt = pα dq α − Φ(p,q,z)dt. (3.10)
Resolvendo as equações
∂Φ
≡0, (3.11)
∂z l
eliminamos os vínculos e terminamos, em geral, com expressões lineares nas variáveis tipo z.
Reescrevendo a lagrangiana substituindo as variáveis tipo z em multiplicadores de Lagrange
λ, temos que
L = pα q̇ α − H(p,q) − λl φl (p,q). (3.12)
φl = 0. (3.13)
mas nesse caso a equação tem um número reduzido de variáveis. Se a nova matriz pré-
simplética for invertível obtemos as equações de movimento através de (3.8), caso contrário
repetimos o procedimento um número finito de vezes. O problema desse método é que nem
sempre é simples encontrar uma transformação de coordenadas que irá reduzir o espaço de
fase.
(ξ (0)α ) = ξ1 ... ξM ,
(3.16)
(0)
(aα )T = a1 . . . aM .
α
νm fαβ = 0, (3.17)
α
νm ∂α V = 0. (3.18)
teoria. O caso em que a relação (3.18) é identicamente nula leva a uma transformação de
calibre e será tratado na seção 3.3.3. Procedemos com o algoritmo supondo que a igualdade
em (3.18) não é uma identidade.
Fazendo
α
0 = νm ∂α V (0) ≡ Φ(0)
m , (3.19)
(ξ (1)α ) = ξ (0)α λm
(1) (0)
(aα )T = aα Φm (3.22)
∂A αβ ∂B
{A,B}∗ ≡ f , (3.24)
∂ξ α ∂ξ β
Caso Contínuo
Z
d3 y νm
α
(x)fαβ (x,y) = 0 . (3.25)
Z
δV (y)
d3 y νm
α
(x) =0. (3.26)
δξ α
δA(x) αβ δB(y)
{A,B}∗ ≡ α
f (x,y) β . (3.28)
δξ (y) δξ (x)
ξ 0α = ξ α + δε ξ α (3.29)
Z t2
∂L ˙ α ∂L ˙ ˙
α
(ξ,ξ)δε ξ + (ξ,ξ)δε ξ dt. (3.30)
t1 ∂ξ α ∂ ξ˙α
Z t2
∂L ˙ d ∂L ˙
δε S ≡ (ξ,ξ) − (ξ,ξ) δε ξ α dt. (3.31)
t1 ∂ξ α dt ∂ ξ˙α
Tome agora a lagrangiana L definida por (3.10), aqui também consideramos que a matriz
hessiana associada a L é singular. Se impusermos δε ξ = 0, o que simplesmente significa que
(3.29) define uma transformação de calibre, obtemos que
∂aβ ˙β ∂V daα
0= ξ − α− δε ξ α = (fαβ ξ˙β − ∂α V )δε ξ α . (3.32)
∂ξ α ∂ξ dt
Relação que é satisfeita caso os dois termos entre parênteses sejam iguais ou se
∂V
δε ξ α =0 (3.33)
∂ξ α
e
δε ξ α fαβ ξ˙β = 0, (3.34)
δε ξ α = ν α ε, (3.35)
23 3.3. Formalismo Simplético
Z
α
δε ξ (x) = d3 y ε(y)ν α (y)δ 3 (x − y) . (3.36)
Em uma teoria que os vínculos são apenas equações que relacionam as variáveis canôni-
cas originais não há a presença de funções arbitrárias. Após a fixação de calibre, mesmo os
vínculos que geram transformações de calibre são reduzidos a relações numéricas entre as
variáveis canônicas originais. Dessa forma chegamos à seguinte fórmula para a contagem de
graus de liberdade:
Número de graus Número de variáveis
2× = (3.37)
de liberdade canônicas independentes
Número total de Número de equações
= −
variáveis canônicas de vínculos
Número de vínculos Número de variáveis
− −
que geram trafos de calibre de calibre fixadas
Como os vínculos são todos derivados dos modos-zero, e como todos os vínculos que
levam a transformações de calibre devem ser fixados para se obter equações que descrevem
univocamente o estado de um sistema físico, podemos escrever a fórmula da contagem dos
graus de liberdade como
Número de graus Número total de
2× = (3.38)
de liberdade variáveis canônicas
Número de Número de vínculos
− −
modos-zero de calibre
24 3.3. Formalismo Simplético
3.3.5 Exemplos
Considere a lagrangiana
N h
X m i
L(0) = (q̇ i )2 + λ((q i )2 − 1) , (3.39)
2
i=1
∂L(0)
pi ≡ = mq̇ i , (3.40)
∂ q̇ i
temos que
L(0) = pi q̇ i − V (0) , (3.41)
p2i
com V (0) = i 2
P
2m −λ((q ) −1). Das definições (3.16) o vetor simplético e a 1-forma simplética
são, respectivamente,
ν = 0i 0i 1 , (3.44)
com 0i = {0, . . . , 0}, o zero aparecendo N vezes. Utilizando a condição de consistência (3.18)
obtemos o vínculo
∂V (0) ∂V (0)
ν = = q2 − 1 ≈ 0 , (3.45)
∂ξ i ∂λ
25 3.3. Formalismo Simplético
onde omitimos o símbolo de somatória para simplificação. Esse é o vínculo que indica que o
movimento da partícula está restrito à superfície da N -esfera de raio 1. Seguindo o método
realizamos a primeira iteração, o que consiste em em fazer
p2
V (1) = V (0) |q2 −1=0 = (3.46)
m
(1) 1 2
ai(1) = {pi , 0,
ξi = {qi , pi , η} e q −1 }. (3.48)
2
∂V (1) ∂V (1)
− qi + = −q i pi ≈ 0 . (3.50)
∂pi ∂η
1 2
L(2) pq̇ + q − 1 q̇ + pq ρ̇ − V (2) ,
(3.51)
2
(2)
ξi = qi
pi η ρ (3.52)
1 2
ai(2) i i
= pi 0 q − 1 0 q pi (3.53)
2
26 3.3. Formalismo Simplético
e
0 −δij −q i −pi
ij
i
δj 0ij 0i −q i
(fij )(2) =
j
. (3.54)
0j
q 0 0
pj qj 0 0
(2)
A matriz fij é regular e, portanto, possui inversa.
O número de graus de liberdade desse sistema é, então, igual a (2N variáveis iniciais - 2
modos-zero ) /2 = N −1 graus de liberdade. Um caso particular descrito por esse problema é
o de uma partícula “livre” de massa m se movendo na superfície bidimensional de uma esfera
tridimensional.
Teoria Eletromagnética
1
L = − Fµν F µν , (3.55)
4
∂L 1 ∂F γν
Πµ = = − Fγν
∂ Ȧµ 2 ∂ Ȧµ
1
= − Fγν δ0γ δµν − δµγ δ0ν
2
= Fµ0 = ∂µ A0 − Ȧµ . (3.56)
1 1
L(0) = Ȧi Πi − Πi ∂ i A0 − Πi − F i0 Fi0 − F ij Fij
2 4
1
= Ȧi Πi − Πi ∂ i A0 + Πi Πi − F ij Fij , (3.57)
4
onde identificamos o potencial simplético de ordem zero, o vetor simplético de ordem zero e
27 3.3. Formalismo Simplético
1 1
V (0) = Πi ∂ i A0 − Πi Πi + F ij Fij , (3.58)
2 4
(0) 0 i 0
ξ = A A Πi , (3.59)
a(0) = (0 Πi 0) . (3.60)
E pudemos eliminar Π0 do vetor simplético impunemente, já que ele não aparece na lagran-
giana.
A matriz pré-simplética de ordem zero é portanto, segundo a equação (3.27),
0 0 0
(0) 3
hαβ = 0 0 −δji δ (~x − ~y ) . (3.61)
0 δji 0
δV (0) (~y ) 3
Z
d y = −∂ i Πi = Φ(0) . (3.63)
δA0 (~x)
Z
(1) 1 1 ij
V =− Π Πi − F Fij d3 x
i
(3.64)
2 2
e
L(1) = Πi Ȧi + η̇∂i Πi − V (1) . (3.65)
28 3.3. Formalismo Simplético
Temos de L(1)
ξ (1) = Ai
Πi η , (3.66)
T
a(1) 0 ∂i Πi ,
α = Πi (3.67)
0 −δj 0
(1) j 3
hαβ = δi 0 ∂iy δ (~x − ~y ) , (3.68)
0 −∂jx 0
(1)
onde ∂jx ≡ ∂
∂xj
e ∂iy ≡ ∂
∂xi
. Temos que o modo zero de hαβ é
δ E Ai = ∂ i E , (3.71)
δE η = E . (3.72)
∂E
δE A0 = (3.74)
∂t
δE Ai = −∂ i E , (3.75)
∂E
δ E A0 = , (3.76)
∂t
29 3.3. Formalismo Simplético
~→A
A ~ + ∇Λ , (3.77)
∂Λ
Φ→Φ− . (3.78)
∂t
De acordo como indicado em [32] (cap. 3, Equações 6.12 e 6.13). Temos então que o potencial
de ordem dois
1 1
V (2) = V (1) |Ω = − Πi Πi + F ij Fij (3.79)
2 4
ξ (2)α Ai Πi
= η γ , (3.81)
T
a(2) ∂ i Πi ∂ i Ai ,
α = Πi 0 (3.82)
0 −δji 0 ∂iy
j
δi 0 ∂iy 0 3
fαβ = δ (~x − ~y ) . (3.83)
−∂jx
0 0 0
−∂jx 0 0 0
Com todas as derivadas atuando em ~x. Os parênteses generalizados (3.28) entre Ai e Πj são,
portanto,
∂ j ∂i
i ∗
{A (~x,t), Πj (~y , t)} = δji − k δ 3 (~x − ~y ) . (3.85)
∂ ∂k
liberdade.
Por fim lembramos que resultados do tipo (3.84) e (3.85) não fazem parte do escopo dessa
dissertação, aqui nos interessa principalmente encontrar as transformações de calibre de
uma teoria mais a contagem de seus graus de liberdade. O resultado acima aparece como
ilustração do método conforme originalmente elaborado por Barcelos-Neto e Wotzasek.
Capítulo 4
4.1 Introdução
A formulação adequada de uma teoria canônica para a gravitação requer uma separação
do espaço e do tempo. No contexto de relatividade especial, existe uma escolha natural para
a coordenada temporal, e a métrica é invariante pelas transformações de especial interesse,
as transformações de Lorentz. Já para o caso geral não existem simetrias de fundo ou ob-
servadores inerciais prediletos, tornando a noção de tempo muito mais generalizada. Nesse
caso podemos simplesmente considerar superfícies “espaciais”, digamos Σ, parametrizada
para alguma função t ∈ R constante, assim M = Σ × R.
Em geometria Riemmaniana dada a função t sempre existe um vetor normal a Σ dado por
∇µ t. Para todo campo vetorial sµ ∈ T Σ a t constante, temos que gµν sµ ∇ν t = sµ ∇µ t = 0.
Apenas falta agora definir um vetor que aponte na direção da passagem do “tempo”. Da
não degenerescência da métrica definimos o vetor normalizado
∇µ t
nµ ≡ p , (4.1)
−gαβ ∇α t∇β t
tal que gαβ nα nβ = −1. Exigimos que esse vetor não mude de sentido (o qual denominamos
futuro), assim nµ ∇µ t > 0.
Esta divisão do espaço-tempo fornece à subvariedade Σ uma estrutura riemanniana pró-
pria. Temos, então, a métrica induzida definida por
que é única por conta de sua propriedade de operador projetor, a saber, verifica-se imediata-
mente que
hσµ hµν = hνσ , (4.3)
hµν nν = 0 (4.4)
e
hµν sν = gµν sν , ∀ sν ∈ T Σ . (4.5)
Podemos considerar hµν como sendo a parte espacial de gµν , definindo uma métrica positivo
definida em Σ, daí simplesmente escrevemos hab . Assim hab equivale à inversa de hab quando
aplicada a vetores tangentes a Σ.
33 4.2. Geometria de Hiperssuperfícies
Nas seções abaixo até a seção (4.3) usaremos a notação com índices a, b, c etc, significando
que, dado um vetor sa ∈ T M , a = 0, 1, 2, 3.
Segundo a interpretação da métrica induzida hab como sendo a métrica espacial, faz sen-
tido definirmos uma derivada temporal da métrica induzida. Introduzimos o campo vetorial
evolução temporal ta para definir a direção da derivada temporal, que é dado por
ta ∇a t = 1 . (4.6)
Esta condição, junto com uma a condição ta ∇a sb = 0, com sa ∈ T Σ, garante que (4.6) possa
ser interpretada como uma componente temporal. Podemos simplesmente decompor ta em
ta = na N + N a , (4.7)
Proposição 2. Seja T um tensor arbitrário definido em M , sua derivada temporal é dada por
Curvatura Intrínseca
Para o caso em que o produto interno é nulo, é possível construir uma conexão de Levi-
Civita única D, sem torção e com métrica compatível com Σ [35]. A própria métrica espacial
é uma quantidade intrínseca, e como ela é de fato uma métrica em Σ é possível definir o
operador Da , tal que Da hbc = 0 :
Definição 13.
Dc T ab11 ,...,a n a1 ak e1 el f d1 ,...,dk
,...,bm ≡ hd1 . . . hdk hb1 . . . hbl hc ∇f T e1 ,...,el . (4.11)
onde usamos que gde é covariante a ∇f , além da relação (4.4). Com uma derivada covariante
definida é possível definir outras quantidades geométricas da foliação.
Definição 14. O tensor curvatura intrínseca é definido como o tensor de Riemann tridimensi-
onal
(3) d
R abc ωd = Da Db ωc − Db Da ωc , (4.13)
para todo ωc ∈ T ∗ Σ.
Curvatura Extrínseca
A demonstração é imediata:
= nc ∇c (na nb ) + ∇a nb + ∇b na
4.
1
Kab = (ḣab − Da Nb − Db Na ) , (4.19)
2N
1
Kab = Ln hab (4.20)
2
1
= (N nc ∇c hab + hcb ∇a (N nc ) + hac ∇b (N nc ))
2N
1 c d 1 c d
= ha hb Lt−N hcd = h h (Lt hcd − LN hcd ) ,
2N 2N a b
xα = xα (y a ) . (4.21)
∂xα
eαa = . (4.22)
∂y a
E o elemento de linha de Σt é
∂xα a ∂xβ b
ds2Σt α β
= gαβ dx dx = gαβ dy dy = hab dy a dy b , (4.23)
∂y a ∂y b
Como o vetor deslocamento é tangente à superfície Σt , a métrica induzida pode ser usada
para abaixar e levantar índices desse vetor,
Ni = hij N j . (4.26)
Como g é um morfismo que leva dois vetores em um número real, podemos ver seus compo-
nentes como a função
gαβ = g(∂~t , ∂~N ) . (4.28)
37 4.2. Geometria de Hiperssuperfícies
= (na N + N a )(na N + Na )
= −N 2 + N a Na ,
= Na (∂ a ∂i ) = Na δia (4.30)
= Ni
e
gij = g(∂~i ,∂~j ) = ∂~i · ∂~j = hij . (4.31)
Esse resultado chave é o verdadeiro início do formalismo ADM, a partir daqui podem ser
38 4.2. Geometria de Hiperssuperfícies
Por definição, o produto interno das duas matrizes tem que ser a matriz identidade, ou
−N 2 + N i Ni N j a vk 1 0
· = . (4.41)
Ni hij vj bjk 0 δik
(−N 2 + Nj N j )a + Nj vj = 1 . (4.42)
Daí, temos
(−N 2 + Nj N j )a − aNj N j = 1 . (4.44)
Nj
Das equações (4.43) e (4.44), temos que a = − N12 e v j = N2
. Da multiplicação da segunda
linha de gαµ com a segunda coluna de g αµ temos que
Ni N k
Ni v k + hij bjk = δik ⇒ δik − , (4.45)
N2
ou
N iN j
bij = hij − . (4.46)
N2
Da regra de Cramer
C00 h
g 00 = = . (4.48)
g g
√ √
−g = N h . (4.50)
hαη hβφ hκγ hσδ Rσηφγ =(3) Rδαβκ + Kακ Kβδ − Kβκ Kαδ , (4.51)
que segue de
= hαφ hβδ hκσ ∇φ ∇δ ωη + hκη (hαφ hβγ ∇φ hγδ )∇δ ωη + hβδ (hαφ hκσ ∇φ hση )∇δ ωη ,
40 4.3. Relações de Curvatura
hβδ (hφα hκσ ∇φ hση )∇δ ωη = hβδ Kακ nη ∇δ ωη = −Kακhβδ ωη ∇δ nη = −Kακ Kβη ωη . (4.54)
Portanto,
(3) η
R αβκ ωη = Dα Dβ ωκ − Dβ Dα ωκ (4.55)
A equação de Codazzi
hαη hβφ hκγ Rαβκδ nδ = hαη hβφ hκγ (∇α ∇β − ∇β ∇α )nκ (4.57)
= Dη Kφγ − hαη hβφ hκγ ∇α (nβ nδ ∇δ nκ ) − Dφ Kηγ + hαη hβφ hκγ ∇β (nα nδ ∇δ nκ )
considerando que o último termo é nulo por conta da simetria da projeção espacial de ∇α nβ ,
temos demonstrado a relação.
A equação de Ricci é
No último termo, onde foi utilizada a relação nα nκ = −gακ + hακ , podemos escrever
= Dα aβ + nβ aη ∇α nη + nα nκ nβ aη ∇κ nη .
Logo,
Notando que
= (∇α nκ )(∇β nκ − ∇κ nβ + nβ nδ ∇δ nκ )
onde utilizamos na primeira linha o fato de na ser normalizado para sumir com o último
42 4.3. Relações de Curvatura
termo, e
= −nκ nη ∇η nβ ,
usando
= Kηα Kαη .
Analogamente (∇α nα )(∇κ nκ ) = (Kηα )(Kαη ) = (Kαα )2 e o resultado segue notando que
v α = −nα ∇κ nκ + nκ ∇κ nα .
Agora, passando para o cálculo do escalar de curvatura
onde utilizamos a equações (4.51) e (4.60). Portanto, o escalar de Ricci no formalismo ADM é
1
Z √ h i
L[hij , N, N ] = i
d3 xN h (3) R + K ab Kab − (K a a )2 . (5.1)
2κ
Os campos da teoria são N , N a e hab . A lagrangiana não é linear nas velocidades. Por con-
veniência, pela maior proximidade explícita com o formalismo de Dirac, escolhemos usar os
momentos para linearizar a lagrangiana.
Os momentos conjugados aos campos que compõem a teoria são
∂L
ΠN = =0, (5.2)
∂ Ṅ
∂L a
Πa = =0, (5.3)
∂ Ṅ √
∂L 1 ∂L h
Πab = = ab
= (Kab − K c c hab ) , (5.4)
∂ ḣab 2N ∂K 2κ
1
de modo que, temos usado Kab = ḣab D(a Nb) . Levando em conta
N
√ √
a h a c h
Π a = (K a − 3K c ) = (−2K a a ) , (5.5)
2κ 2κ
resultando
2κ Πc c
Ka a = −√ , (5.6)
h 2
e, notando que
Πc c ab
ab 2κ 2κ
K = √ Πab + K c c hab = √ ab
Π − h , (5.7)
h h 2
vemos que
Πc c
2κ
ḣab = 2N √ Πab − hab + 2D(a Nb) . (5.8)
h 2
que
(0) 2κ
V = √ N 2Πab − Πc c hab Πab − 2D(a Nb) Πab −
h
√ !h
h i
−N (3)
R + K ab ab (K c c )2 . (5.9)
2κ
Mas
√ !2
ab h
Π Πab = K ab − K c c hab (Kab − K c c hab )
2κ
√ !2
h
= Kab K ab − K c c K ab hab − K c c Kab hab + 3 (K c c )2
2κ
√ !2
h
= Kab K ab − 2 (K c c )2 + 3 (K c c )2
2κ
√ !2
h
= Kab K ab + (K c c )2 . (5.10)
2κ
Então
√ !
2κ h
√ 2Πab Πab − (Πc c )2 = 2Kab K ab + 2 (K a a )2 − 4 (K a a )2 , (5.11)
h 2κ
ou seja,
√ !
1 2κ 2
h
√ 2Πab Πab − (Πc c ) = Kab K ab − (K a a )2 . (5.12)
2 h 2κ
√ !
(0) 2κ 1 c 2 h
V = √ N Πab Π − (Π c ) + 2D(a Nb) Πab − N
ab (3)
R. (5.13)
h 2 κ
(ξ β(ij)(0) ) = N N i hij Π Πi Πij . (5.15)
47 5.1. Teoria da Relatividade Geral Canônica
(0)
(aα(kl) )T = 0 0k Πkl 0 0k 0kl . (5.16)
Em particular,
0 0k 0kl 0 0k 0kl
0i 0ik 0ikl 0i 0ki 0kl
i
δaβ (0) (y) 0ij 0ijk 0ijkl 0ij 0kij 0
α(0)
= , (5.18)
δξ (x)
0 0k 0kl 0 0k 0kl
i
0ik 0ikl 0i 0ik ikl
0 0
ij
0ij 0ij δkl (x, y) 0ij 0ijk 0 ijkl
zero é
0 0k 0kl 0 0k 0kl
0i 0ik 0ikl 0i 0ki 0kl
i
ij
0ij 0ijk 0ijkl 0ij 0kij δkl (x, y)
(0)
(fα(ij)β(kl) )(x,y) = . (5.19)
0k kl
0 0k 0kl 0 0
i
0ik 0ikl 0i 0ik ikl
0 0
ij
0ij 0ij −δkl (x, y) 0ij 0ijk 0 ijkl
A matriz tem 4 modos-zero no espaço αβ, mas considerando os índices internos o total
de modos-zero é, na realidade, 2 × 1 + 2 × 3 = 8. São eles
α(ij)
ν[1] = 1 0i 0ij 0 0i 0ij , (5.20)
α(ij)
ν[2]p = 0 δpi 0ij 0 0i 0ij , (5.21)
α(ij)
ν[3] = 0 0i 0ij 1 0i 0ij , (5.22)
α(ij)
ν[4]p = 0 0i 0ij 0 δpi 0ij , (5.23)
onde p = 1, 2, 3.
48 5.1. Teoria da Relatividade Geral Canônica
δV (0) 3
Z Z n
2κ ab 1 c 2
d y = √ Πab Π − (Π c ) (5.24)
δN (x) h 2
√ !
h 3 o 3
− R δ (y − x)d3 y = 0 .
2κ
Z Z
δ
b) c
3 δ c b
2D(c N Π b (y)d y = 2 D b N Π c d3 y
δN a (x) δN a
Z
δ c b
= − 2 N D b Π c d3 y
δN a
Z
= −2 δac (y − x)Db Πb c (y)d3 y
É oportuno comentar que a integração por partes na penúltima linha só é possível pois Πb a é
√
um tensor densidade em Σ , — o termo h está incorporado nele — enquanto N a é vetor em
Σ.
Do cálculo acima definimos o vínculo de difeomorfismo
Ωa ≡ −2Db Πb a . (5.27)
Z
α
δξ (x) = ε(y)ν α (y)δ 3 (x − y)d3 y , (5.28)
δΠ = ι, (5.29)
δΠi = η i . (5.30)
49 5.1. Teoria da Relatividade Geral Canônica
Essas são simetrias de calibre triviais, uma vez que nem Π nem Πi aparecem na lagrangiana.
Agora vamos estabelecer o potencial simplético impondo o potencial de ordem zero na
superfície de vínculo
Impondo a derivada temporal do campo como multiplicador de Lagrange, como dita o mé-
todo, temos que a densidade de Lagrangiana de primeira ordem é
(ξ β(ij)(1) ) = hij Πij λ κi (5.33)
(1)
(aα(kl) )T = Πkl 0kl Ω Ωk . (5.34)
Onde foram omitidos os campos que não aparecem na lagrangiana de ordem 1. Assim, a
matriz de primeira ordem pré-simplética fica
Agora, o passo a ser dado é encontrar os modos-zero dessa matriz, estabelecer se existe
algum vínculo e saber se ele gera transformações de calibre. Como o potencial da lagran-
giana de grau um é nulo, V (1) = V (0) |Ω , o modo-zero da matriz pré-simplética de grau um
necessariamente irá levar a uma liberdade de calibre da teoria.
Do cálculo do determinante da matriz simplética f (1) temos que não existem novos mo-
dos zero associados à teoria, entretanto isso vai de encontro ao estabelecido para relativi-
dade geral, uma teoria que apresenta invariância por difeomorfismos. Porém, devido à se-
50 5.1. Teoria da Relatividade Geral Canônica
R
α(ij) δΩ(z) δΩ(z)
d3 z δΠ − d3 z δh −1 0i (5.36)
R
ν[5] (x) = ij (x)
ij (x)
e
R
α(ij) δΩ (z) δΩ (z)
d3 z δΠijp (x) d3 z δhijp (x) −δpi (5.37)
R
ν[6]p (x) = − 0
como modos zero de segunda interação. Contraindo os vetores (5.36) com a matriz (5.35),
utilizando os parênteses de Poisson calculados por Dirac [4], obtemos
Z
3 α(ij)
d x ν[5] (x)fα(ij)β(kl) (x,y) . (5.38)
Z Z Z
3 3δΩ(z) ij δΩ(x)
(ν5 · f )1 = d zd x ij δ (x, y) − d3 x ij (5.39)
δh (x) kl δh (y)
Z Z
3 δΩ(z) δΩ(x)
= d z kl − d3 x kl = 0kl ;
δh (y) δh (y)
Z Z Z
3 3 δΩ(z) ij δΩ(x)
(ν5 · f )2 = d zd x δ (x, y) − d3 x (5.40)
δΠij (x) kl δΠij (y)
Z Z
3 δΩ(z) δΩ(x)
= d z − d3 x = 0kl ;
δΠkl (y) δΠkl (y)
Z Z
3 3 δΩ(z) δΩ(y) ij δΩ(z) δΩ(y)
(ν5 · f )3 = d zd x − δ (x, y) + ij (5.41)
δΠij (x) δhij (x) kl δh (x) δΠij (x)
Z
= { d3 z Ω(z) , Ω(y)} ≈ 0 ;
Z Z
3 3 δΩ(z) δΩk (y) ij δΩ(z) δΩk (y)
(ν5 · f )4 = d zd x − δ (x, y) + ij (5.42)
δΠij (x) δhij (x) kl δh (x) δΠij (x)
Z
= { d3 z Ω(z) , Ωk (y)} ≈ 0k ;
Da mesma forma, contraindo (5.37) com (5.35) e resolvendo cada elemento do vetor resul-
51 5.1. Teoria da Relatividade Geral Canônica
Z Z Z
3 3 δΩp (z) ij δΩi (x) i
(ν6p · f )1 = d zd x ij δkl (x, y) − d3 x ij δ (5.44)
δh (x) δh (y) p
Z Z
δΩp (z) δΩp (x)
= d3 z kl − d3 x kl = 0kl ;
δh (y) δh (y)
Z Z Z
3 3 δΩp (z) ij δΩi (x) i
(ν6p · f )2 = d zd x δkl (x, y) − d3 x δ (5.45)
δΠij (x) δΠij (y) p
Z Z
δΩp (z) δΩp (x)
= d3 z − d3 x = 0kl ;
δΠkl (y) δΠkl (y)
Z Z
3 3 δΩp (z) δΩ(y) ij δΩp (z) δΩ(y)
(ν6p · f )3 = d zd x − δ (x, y) + ij (5.46)
δΠij (x) δhij (x) kl δh (x) δΠij (x)
Z
= { d3 z Ωp (z) , Ω(y)} ≈ 0 ;
Z Z
δΩp (z) δΩk (y) ij δΩp (z) δΩk (y)
(ν6p · f )4 = d3 zd3 x − δ (x, y) + (5.47)
δΠij (x) δhij (x) kl δhij (x) δΠij (x)
Z
= { d3 z Ωp (z) , Ωk (y)} ≈ 0pk ;
De maneira que os candidatos (5.36) e (5.37) funcionam como uma espécie de “modos-zero”
na superfície de vínculos. Isso sugere a existência transformações de calibre válidas somente
na superfície de vínculos. Assumindo que de fato isto ocorra, temos, de (3.36),
Z
δΩ(z)
δε hij (x) = − d3 zε(z)
δΠij (x)
Z
3 2κ 1 a
= − d z√ Πij (z) − hij (z)Πa (z)
h 2
Z
= d3 z(−2Kij (z))ε δ 3 (z − x)
δΩb (z)
Z Z
3 δ
δεb hij (x) = d z ij ε(z) = d3 z ij (Πab (z)Da εb )
δΠ (x) δΠ (x)
Z
= 2 d3 zDa (hbc εc )(z)δij ab
(z,x)
Z Z
1h
= 2 d zhbc (∂a ε + Gad ε )(z)δij (z,x) = 2 d3 z(hbc ∂a εc + (hbc hcf
3 c c d ab
2 ad
(∂a hdf + ∂d haf − ∂f had ] εd )(z))δij ab
(z,x)
Z
3 c 1 ab
= 2 d z hbc ∂a ε + (∂a hbd + ∂d hab − ∂b had ) (z) δij (z,x)
2
Z
1 1 1
= 2 d3 z (hbc ∂a εc + hac ∂d εc ) + (∂a hbd + ∂b had )
2 2 2
1
+∂d hab − (∂b had + ∂a hbd ) εd (z)δij ab
(z,x)
2
Z
= d3 z(hbc ∂a εc + hac ∂b εc + εd ∂d hab )(z)δijab
(z,x)
δεµ hij (x) = −2εKij (x) + εd (x)∂d hij (x) + hjc (x)∂i εc (x) + hic (x)∂j εc (x) , (5.51)
δN = ε4 , (5.52)
δN i = ε4+i . (5.53)
√
Z
µν 1 4 (4) ω(φ) α
S [g ,φ] = d x −g φ R− ∂α φ∂ φ − V (φ) , (5.56)
Σ 2 φ
onde fizemos 8πG = 1. Por foliação 3 + 1, o escalar de Ricci (4) R é dado por
(4)
R = Kab K ab − K 2 + (3)
R − 2∇c (nc ∇a na − na ∇a nc ) , (5.57)
Z √ n1 h i
L = d4 x N h φ (3)R + Kab K ab − K 2 − 2 (nc ∇c na − na ∇a nc ) ∇c −
2
2
ω(φ) 2 ab
a
o
− √ N h Da φDb φ − φ̇ − N Da φ − V (φ) , (5.58)
φ
onde
e usando
55 5.2. Teoria Canônica da Gravitação de Brans-Dicke
tc − N c
c a a c ab
N (n ∇a n − n ∇a n ) ∇c φ = N ∇a nb g ∂c φ − N na ∇c φ∇a nc
N
= g ab ∇a nb (tc − N c ) ∂c φ − N na ∇a φ∇a nb g bc
= hab − na nb ∇a nb (tc φ − N c Dc φ) − N hbc − nb nc na ∇a nb ∇c φ
= hab ∇a nb φ̇ − N a Da φ − na nb ∇a nb N nc ∇c φ
−N na hbc ∇a nb ∇c φ + N na nb nc ∇a nb ∇c φ
= ha c hbc ∇a nb φ̇ − N a ∇a φ − N hbc na ∇a nb ∇c φ
= hbc Kbc φ̇ − N a Da φ − N hbc na ∇a nb ∇c φ
= K φ̇ − N a Da φ − ∇c φhbc [∇a (na nb ) − nb ∇a na ] N
= K φ̇ − N a Da φ − had hc d ∇c φhb a ∇b N
= −had Da N Dd φ + K φ̇ − N a Da φ , (5.60)
∂L
ΠN = =0, (5.62)
∂ Ṅ
∂L
Πa = = 0. (5.63)
∂ Ṅ a
∂L
Πab =
∂ ab
√ḣ
h hab c
= φ (Kab − Khab ) − φ̇ − N Dc φ , (5.64)
2 N
56 5.2. Teoria Canônica da Gravitação de Brans-Dicke
onde utilizamos
∂ ab ∂ 1 ab (a b) 1
K = ḣ − 2D N = (5.65)
∂ ḣab ∂ ḣ ab 2N 2N
∂ ∂ ∂K ab hab
K= hab K ab = hab = . (5.66)
∂ ḣab ∂ ḣab ∂ ḣab 2N
Tal como em relatividade geral, o momento conjugado para N e N a são equações de vínculos
triviais, ou seja, Π ≈ Πa ≈ 0. Por outro lado, a partir da combinação de Πh ≡ hab Πab e Πφ ,
encontramos que
√
h 3 c
Πh − φΠφ = φ (K − 3K) − φ̇ − N Dc φ −
2 N
2ω c
− −2Kφ + φ̇ − N Dc φ
N
√
3 + 2ω h
= − φ̇ − N c Dc φ , (5.68)
N 2
3 3
também desaparece quando ω = − , que é o caso associado à f (R) Palatini [49]. Para ω 6= −
2 2
obtemos o caso geral. Na exposição que se segue trataremos do caso geral.
57 5.2. Teoria Canônica da Gravitação de Brans-Dicke
Tomando
√ hab
ab h ab ab c
Π Πab = φ K − Kh − φ̇ − N Dc φ ×
2 N
√
h hab c
× φ (Kab − Khab ) − φ̇ − N Dc φ
2 N
h n 2 ab
= φ K − Khab (Kab − Khab ) −
4
hab
ab hab
ab
− φ K − Kh + φ (Kab − Khab ) φ̇ − N c Dc φ +
N N
ab
h hab 2 o
+ 2
φ̇ − N c Dc φ
N
h h 2 ab
= φ K Kab − 2K 2 + 3K 2 −
4
h
ab
−2φ K ab − Khab φ̇ − N c Dc φ +
N
3 2 i
+ 2 φ̇ − N c Dc φ (5.69)
N
Temos
Π2 h n 2 ab 2φ
Πab Πab − = φ K Kab + K 2 − (K − 3K) φ̇ − N c Dc φ +
2 4 N
3 2 h 6Kφ
c
+ 2 φ̇ − N Dc φ − φ2 (2K 2 ) + φ̇ − N c Dc φ +
N N
9 2 io
+ φ̇ − N c Dc φ
2N 2
hn 2 4φK 6 2
ab 2 c c
= φ K Kab + K + φ̇ − N Dc φ + φ̇ − N D c φ −
4 N 2N 2
6Kφ 9 2 o
− φ2 (2K 2 ) + φ̇ − N c Dc φ + φ̇ − N c
D c φ
N 2N 2
2
h 2 ab 2
2φK
c
3 c
= φ K Kab − K − φ̇ − N Dc φ − φ̇ − N Dc φ
4 N 2N 2
√ h√ √hK
hφ hφ ab 2
= K Kab − K + φ̇ − N c Dc φ −
2√ 2 N
3 h 2 i
− φ̇ − N c Dc φ , (5.71)
2N 2
58 5.2. Teoria Canônica da Gravitação de Brans-Dicke
então
√ √ h
Π2
2N ab 3 h 2 h
√ Π Πab − + φ̇ − N c Dc φ = N φ K ab Kab − K 2 −
hφ 2 2N 2 2
i
−2K φ̇ − N c Dc φ . (5.72)
2
√ n
2
φ̇ − N cD φ
h 4 Π c
L = N φR + Πab Πab − + (3 + 2ω) −
2 hφ 2 2N φ
Nω a o
− D φDa φDb φDb N − N V (φ) + Dc φDc N . (5.73)
φ
Logo
2
√ √
h φ̇ − N c Dc φ h (3 + 2ω) 4
N
2
(3 + 2ω) = (Πh − φΠφ )2
2 2N φ 2 2N φ h 3 + 2ω
√
h 1 4N
= (Πh − φΠφ )2 (5.75)
2 (3 + 2ω) h 2φ
Z
H= (pq̇(q,p) − L) d3 x . (5.77)
59 5.2. Teoria Canônica da Gravitação de Brans-Dicke
resultando
φ̇ − N cD φ
a Πa
3 c
−K = √ + , (5.79)
φ h 2 Nφ
também
2Πab hab
√ = φ K ab − Khab − φ̇ − N c Dc φ , (5.80)
h N
obtendo
2Πab hab
√ + φ̇ − N c Dc φ = K ab − Khab . (5.81)
φ h φN
e
ab 2N 2 ab 1 c 2
ḣab Π = √ Π Πab − (Π c ) −
φ h 2
2 N Π
h
−√ hcd Πcd − φΠφ + 2Πab D(a Nb) . (5.85)
h 3 + 2ω φ
Também
2 N
φ̇ = − √ hab Πab − φΠφ + N a Da φ (5.86)
h 3 + 2ω
e
2 N
φ̇Πφ = √ hab Πab − φΠφ Πφ + Πφ N a Da φ , (5.87)
h 3 + 2ω
obtemos
2N 2 1 c 2
ḣab Πab + φ̇Πφ = √ (Π c ) + 2D(a Nb) Πab +
Πab Πab −
φ h 2
Π
a 2 N cd h
+N Da φΠφ − √ hcd Π − φΠφ − Πφ
h 3 + 2ω φ
2 2N 1 c 2
= √ Π Πab − (Π c ) + 2D(a Nb) Πab +
ab
h φ 2
c 2 N 2
+N Dc φΠφ + √ hcd Πcd − φΠφ . (5.88)
φ h 3 + 2ω
(ξ α(ij)(0) ) = hij Πij φ Πφ N Ni (5.91)
(aα(kl) (0) )T = Πkl 0kl Πφ 0 0 0k . (5.92)
Nesse caso optamos por deixar de fora do vetor simplético de ordem zero os momentos con-
jugados à função lapso e ao vetor deslocamento, porque, como vimos para o caso de Rela-
tividade Geral, esses campos levam a simetrias de calibre triviais que não afetam o desen-
volvimento dos cálculos. Vamos chamar os modos-zero associados a esses campos de ν[3] e
ν[4]p .
A matriz pré-simplética tem seus elementos dados por
Em particular,
0ijkl 0kl
ij 0ij 0ij 0ij 0ijk
ij
δkl (x,y) 0ijkl 0ij 0ij 0ij 0ij
k
0kl 0kl 0 0 0 0k
δaβ (y)
α
= . (5.94)
δξ (x) 0
0kl 1 0 0 0k
kl
0kl
0kl 0 0 0 0k
0ikl 0kl
i 0i 0i 0i 0ik
0ijkl kl (x,y) 0
δij 0ij 0ij 0ijk
ij
ij
−δkl (x,y) 0ijkl 0ij 0ij 0ij 0ij
k
0kl 0kl 0 1 0 0k
(0)
(fα(ij)β(kl) (x,y)) = . (5.95)
0kl −1
0kl 0 0 0k
0kl
0kl 0 0 0 0k
0ikl 0kl
i 0i 0i 0i 0ik
62 5.2. Teoria Canônica da Gravitação de Brans-Dicke
α(ij)
ν[1] = 0ij 0ij 0 0 1 0i (5.96)
α(ij)
ν[2]p = 0ij 0ij 0 0 0 δpi . (5.97)
Então
ξ α(kl)(1) = hij Πij φ Πφ λ λ i , (5.101)
aα(kl) (1) = Πkl 0kl Πφ 0 Ω Ωk . (5.102)
63 5.2. Teoria Canônica da Gravitação de Brans-Dicke
R
α(ij) δΩ(z) δΩ(z) δΩ(z) δΩ(z)
d3 z δΠ d3 z δh d3 z δΠ d3 z δΦ(x) (5.104)
R R R
ν[5] (x) = ij (x) − ij (x) − −1 0
Φ (x)
R
α(ij) δΩ (z) δΩ (z) δΩ (z) δΩp (z)
d3 z δΠijp (x) − d3 z δhijp (x) d3 z δΠΦp (x) − d3 z δΦ(x) 0 −δpi . (5.105)
R R R
ν[6]p (x) =
Assim, como ocorre com Relatividade Geral, como era de se esperar, a gravitação de Brans-
Dicke no formalismo canônico também comporta modos-zero somente na superfície de vín-
culos. A explicação é a mesma: isso ocorre devido à foliação ser uma operação que fixa uma
direção temporal e mudanças arbitrárias de coordenada acabam por contorcer a foliação,
gerando transformações não invariantes de calibre.
64 5.2. Teoria Canônica da Gravitação de Brans-Dicke
Procedendo a contagem dos campos independentes da teoria temos (22 (campos iniciais)−
8 (ν1 , ν2p , ν3 , ν4p ) − 4 (ν5 , ν6p ) − 4 ( 1 vínculo hamiltoniano mais 3 vínculos de difeomor-
fismo) )/2 = 3 graus de liberdade.
Capítulo 6
Considerações Finais
O formalismo canônico representou uma revolução nos métodos de se fazer física no sé-
culo XIX [53]. A possibilidade de abordar uma ampla gama de problemas sob uma ótica for-
malmente estruturada e unificada trouxe sucessivos avanços no modo de pensar científico.
No último século, a ciência tem sido desafiada a pensar geometricamente e a geometria sim-
plética na mecânica hamiltoniana vem ganhando espaço como linguagem formal no trata-
mento matemático de teorias físicas [28].
Neste trabalho tratamos de descrever as teorias da gravitação de Einstein e Brans-Dicke
utilizando o formalismo geométrico simplético através da aplicação do método desenvolvido
por Barcelos-Neto e Wotzaseck [8, 10]. No capítulo 2 fizemos uma revisão do método mate-
mático utilizado na descrição de teorias hamiltonianas que apresentam vínculos, destacando
o algoritmo de Dirac para o tratamento de vínculos.
No capítulo 3 descrevemos como um sistema hamiltoniano vinculados pode ser tratado
como um problema geométrico e como o formalismo simplético de Faddeev-Jackiw dá aber-
tura para um tratamento puramente geométrico da evolução das variáveis duma teoria em
seu espaço de fase.
No capítulo 4 apresentamos como a gravitação, uma teoria do espaço-tempo, pode ser
matematicamente transformada em uma teoria hamiltoniana com evolução num tipo es-
pecial de espaço de fase. Tentamos fazer uma descrição detalhada do formalismo ADM da
geometria do espaço-tempo no que concerne ao desenvolvimento dos cálculos empregados
na teoria.
Partindo da teoria da Relatividade Geral no vácuo em sua formulação lagrangiana, no
capítulo 5 apresentamos pela primeira vez como usar o formalismo simplético, em sua for-
mulação de BW, para tratar de Relatividade Geral e Brans-Dicke. Avanços nessa direção foram
66
atingidos em alguns trabalhos recentes [23, 24], mas o emprego do formalismo de BW não foi
completo, somente parte da matriz pré-simplética foi analisada nesses artigos, o que impos-
sibilita, em geral, a contagem dos graus de liberdade e a descoberta das transformações de
calibre. Introduzimos aqui também uma notação adequada para tratar de relatividade geral
no contexto do formalismo simplético, em particular a coordenada simplética é descrita por
um índice principal α e outros dois sub-índices, como visto na Eq. (5.15).
Apesar da equivalência entre as abordagens de Dirac e de Faddeev-Jackiw [54], encontra-
mos que a descrição simplética fornece de maneira explícita uma importante característica
da gravitação ADM: uma limitação na própria invariância por transformações arbitrárias de
coordenadas. Uma vez que os campos que definem uma foliação (N e N i ) não podem sofrer
deformações arbitrárias sem alterar a própria foliação, a geometria do espaço-tempo passa
a apresentar, nessa descrição, invariância por difeomorfismos espaciais mais invariância por
deslocamentos “temporais” dados por seu vínculo hamiltoniano.
A gravitação de Brans-Dicke exibe, no contexto da geometria simplética, as mesmas ca-
racterísticas fundamentais que a gravitação de Einstein no que diz respeito à natureza do
espaço-tempo foliado, o que indica a consistência matemática da abordagem alternativa-
mente explorada neste trabalho.
Apêndice A
Transformação de Coordenadas em
Relatividade Geral Canônica no
Método de Dirac
Seção extraída de [44], explica como Relatividade Geral se comporta sob transformações
de coordenadas no contexto do formalismo canônico. O objetivo é mostrar que RG canônica
só é uma teoria fisicamente consistente na superfície de vínculos.
Partindo do princípio que o espaço-tempo (entendido aqui como uma superfície geo-
métrica mais um sistema de coordenadas) evolui dinamicamente em resposta a variação de
outros campos nele definidos, temos que a descrição física de um evento qualquer nesse
espaço-tempo requer que a introdução de quatro variáveis redundantes (descritoras da geo-
metria com características dinâmicas) resulte na inclusão de quatro vínculos no formalismo
hamiltoniano, uma vez que os momentos não podem ser dados como funcionais das coor-
denadas e velocidades. Sejam as variáveis que descrevem a superfície denotadas por y A (x)
(A = 0,1,2,3) e seus momentos conjugados ΠA (x), então esses vínculos têm a forma
HA ≡ ΠA + KA = 0 , (A.1)
onde KA é independente dos ΠA , mas em geral depende dos y A e das variáveis canônicas do
campo.
A mudança em qualquer funcional F das variáveis canônicas é dada pelo parêntese de
68
Z
δH = d3 xδy A (x)HA (x) . (A.2)
H⊥ ≡ HA nA ; A
Hr ≡ HA y,r (A.3)
onde nA é o vetor unitário normal à superfície. De modo que obtemos o sistema de vínculos
H⊥ ≡ Π⊥ + K⊥ = 0 , (A.4)
Hr ≡ Πr + Kr = 0 .
Z Z
δH = 3 α
d xδy α ≡ d3 x δy ⊥ H⊥ + δy s Hs . (A.5)
Na análise que se segue supomos que as equações de Hamilton são integráveis, isto é, a
mudança nas variáveis canônicas durante a evolução duma dada superfície inicial para uma
dada superfície final é independente de uma sequência particular de superfícies intermediá-
rias usadas na avaliação dessa mudança.
No formalismo hamiltoniano de Dirac a mudança em qualquer funcional F sob uma de-
formação δy α da superfície é dada por
Z
δF = d3 x {F, δy α Hα } . (A.6)
Hα = 0 (A.7)
se mantêm.
Considere uma superfície σ que é deformada por uma transformação de coordenadas in-
finitesimal, digamos δξ α , em uma superfície σ1 . Seja outra transformação δη α em σ1 levando
a uma superfície σ 0 . Realizando as operações acima na ordem inversa obtemos como resul-
tado a superfície σ 00 , em geral diferente de σ 0 — deformações normais e tangenciais são não
69
"holonômicas". Nesse caso existe uma transformação δζ que deforma σ 0 em σ 00 . Essa defor-
mação compensatória é dada por
Z Z
00
ν
δζ (x ) = 3
d x d3 x0 κναβ (x00 , x,x0 )δξ α (x)δη β (x0 ) , (A.8)
Z
F [σ 0 ] = F + d3 x {F, (δξ α (x) + δη α (x)) Hα (x)}
Z Z nn o o
+ d3 x d3 x F, δη β (x0 ) Hβ (x0 ) , δξ α (x)Hα (x) , (A.9)
Z Z n n oo
00 0
F [σ ] − F [σ ] = 3
d x d3 x0 F, δξ α (x) Hα (x), δη β (x0 ) Hβ (x0 ) . (A.10)
Z
00 0
d3 x00 F, δζ ν (x00 ) Hν (x00 ) .
F [σ ] − F [σ ] = (A.11)
A teoria só poderá descrever uma evolução dinâmica consistente se (A.10) e (A.11) forem
iguais, logo, de (A.8), temos que
Z
F, Hα (x), Hβ (x0 ) − d3 x00 κναβ (x00 ; x,x0 ) Hν (x00 ) = 0 .
(A.12)
Z
Hα (x), Hβ (x0 ) = d3 x00 κναβ (x00 ; x,x0 ) Hν (x00 ) .
(A.13)
O que significa que a teoria só pode fornecer equações dinâmicas consistentes se as con-
dições iniciais forem dadas sob os vínculos (A.7), cuja a superfície por eles formada jamais
será abandonada.
Uma análise das deformações em um sistema de coordenadas fixado fornece o algebróide [37]
70
dos vínculos
κ⊥ 00 0 ⊥ 00 0 00 00 0
r⊥ (x ; x,x ) = −κ⊥r (x ; x ,x) = δ(x ,x)δ,r (x ,x ) , (A.15a)
= δ(x00 ,x)δ,a (x00 ,x0 )δbr − δ(x00 ,x)δ,b (x00 ,x0 )δar , (A.15b)
Z Z Z n o
00
F [σ ] − F [σ ] =0 3
d x 3 0
d x d3 x00 F, κγαβ (x00 ; x,x0 ) Hγ (x00 ) δξ α (x) δη β (x0 ) . (A.16)
Z Z Z
F [σ 00 ] − F [σ 0 ] = d3 x d3 x0 d3 x00 F, κγ⊥⊥ (x00 ; x,x0 ) Hr (x00 ) δξ ⊥ (x) δη ⊥ (x0 ) .
(A.17)
Primeiro notemos que a mudança de um funcional F arbitrário sob uma deformação tan-
gencial δξ r dada por
Z
δF = d3 x {F, Hr (x)} δξ r (x) (A.18)
1
De classicalnumber, nomenclatura utilizada por Dirac para se referir a números reais e complexos. Usada
para distinguir números comuns de operadores.
71
é válida mesmo para Hr (x) não vinculado a ser nulo. Isso decorre so fato que mudanças
de coordenadas numa superfície dependem somente do valor numérico da deformação e é,
portanto, independente de qualquer dependência funcional que δξ r possa ter.
O análogo de (A.11) é, de acordo com (A.18),
Z
00 0
d3 x00 F, κr (x00 ) δξ r (x00 )
F [σ ] − F [σ ] =
Z Z Z
3 3 0
d3 x00 F, Hr (x00 ) κγ⊥⊥ (x00 ; x0 )δξ ⊥ (x) δη ⊥ (x0 ) . (A.19)
≡ d x d x
que é equivalente a
Mas a equação (A.21) só é uma identidade se κr⊥⊥ for um c − number, entretanto isso não é
verdadeiro. κr⊥⊥ não é um c − number pois depende da métrica γrs (equação (A.15a)). E (A.21)
só é uma identidade para o caso
Hr = 0 , (A.22)
o que deve ocorrer em qualquer superfície, inclusive, em particular, sob deformações pura-
mente normais. E segundo (A.5) e (A.15b)
H⊥ = 0 . (A.23)
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