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Direito Tributário 8

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RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Índice Retomando o que foi visto na aula anterior, acerca dos elementos subjetivos da relação jurídico-tributária,
1) Responsabilidade Tributária - Aspectos Gerais
..............................................................................................................................................................................................3 vimos que o sujeito passivo pode ser contribuinte ou responsável, correto?

..............................................................................................................................................................................................
2) Responsabilidade por Substituição 8 É contribuinte, nos dizeres do art. 121 do CTN, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador. Por outro lado, é responsável, quando esteja obrigado por lei a pagar
3) Responsabilidade por Transferência 13
..............................................................................................................................................................................................
o tributo, mas não seja contribuinte, isto é, não possua uma relação pessoal e direta com o evento que fez
4) Responsabilidade por Infrações 39
.............................................................................................................................................................................................. acontecer o fato gerador.
..............................................................................................................................................................................................
5) Questões Comentadas - Responsabilidade Tributária - Cebraspe 48
Costuma-se dizer que a responsabilidade do contribuinte pelo cumprimento da obrigação tributária é
6) Lista de Questões - Responsabilidade Tributária - Cebraspe 60
.............................................................................................................................................................................................. originária, pois decorre do próprio fato gerador. Já a responsabilidade do responsável é derivada, pois
decorre da lei.

A responsabilidade tributária, colega, é uma forma do Fisco otimizar a atividade de fiscalização e


arrecadação tributária. Relembre o exemplo citado na aula anterior sobre o IR. O que seria mais fácil:
fiscalizar o recolhimento do IR de todos os contribuintes pessoas físicas ou das empresas? Levando em
consideração que as empresas podem contratar milhares de empregados, certamente o controle destas será
mais efetivo.

Nessa esteira, por não fazer acontecer o fato gerador, deve-se haver uma lei que preveja tal
responsabilidade, afinal de contas, repita-se, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada, senão em
virtude de lei (CF/88, art. 5º, II). Por consequência, as convenções particulares não podem modificar a
definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias (CTN, art. 123).

Observação: Nunca se esqueça de que para ser contribuinte também se faz necessário
haver previsão legal. Vamos reforçar: quando uma lei institui um tributo, deve haver
previsão de fato gerador, base de cálculo, alíquotas e contribuintes. Caso contrário, não
há elemento subjetivo na relação jurídico-tributária.

Um detalhe, que não pode ser confundido pelo candidato, é a diferença entre sujeito passivo indireto com
sujeito passivo de tributo indireto.

O sujeito passivo indireto, como já estudamos, é o responsável pelo adimplemento da obrigação tributária.
Já o sujeito passivo dos tributos indiretos pode ser tanto o contribuinte como o responsável, se houver. O
contribuinte, neste caso, a quem nos referimos é o de direito, já que nesses tributos também há a figura do
contribuinte de fato, o qual, como já foi estudado, não integra a relação jurídico-tributária. É o caso da pessoa
que compra uma TV sobre a qual incide ICMS. Neste caso, o cliente acaba pagando pelo valor do imposto
que está embutido no preço da mercadoria, mas não é ele quem irá recolher o imposto ao Fisco.
 O contribuinte é obrigado a cumprir a obrigação. Caso não cumpra, exige-se do responsável (o
responsável é subsidiário).
 O(s) contribuinte(s) ou o(s) responsável(eis) podem ser exigidos conjunta ou isoladamente sem
benefício de ordem.

Nos tributos diretos, há identidade entre os contribuintes de direito e de fato. Além da questão da intensidade em relação ao cumprimento da obrigação tributária, outro aspecto
importante é saber em que momento o responsável assunto o dever de pagar, antes ou depois do fato
Nos tributos indiretos, o contribuinte de direito não é contribuinte de fato. gerador.

O CTN, ao iniciar a abordagem do tema “Responsabilidade Tributária”, estabeleceu o seguinte: Quando o vínculo jurídico do responsável surge antes, ou mesmo no momento da ocorrência do fato gerador,
diz-se que a modalidade de responsabilidade é por substituição. Por outro lado, se o responsável entra em
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a cena em momento posterior à ocorrência do fato gerador, trata-se da responsabilidade por transferência.
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a A doutrina ainda divide a responsabilidade por transferência em responsabilidade por solidariedade, por
este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. sucessão e de terceiros.

Vamos ver cada uma dessas modalidades (transferência e substituição) separadamente. De antemão, vamos
Observação: Não se esqueça de que o crédito tributário, como será visto em outra aula, é esquematizar da forma como o assunto tem sido cobrado em provas:
a obrigação tributária exigível, com o lançamento.

Há que se destacar também que a pessoa eleita pela lei como responsável pelo pagamento do tributo deve
possuir uma vinculação, ainda que mínima, com o fato gerador da respectiva obrigação, conforme se
destaca no artigo supracitado.

O dispositivo ainda evidencia a possibilidade de o responsável ser o único obrigado ao cumprimento da


Progressiva/
obrigação, hipótese em que haverá exclusão da responsabilidade do contribuinte.
Regressiva
Também, há possibilidade de o contribuinte ser colocado na posição subsidiária (supletiva), ou seja, caso
o responsável não realize o pagamento da obrigação, chama-se o contribuinte para arcar com o ônus.
Resp. Terceiros c/ atuação
Por Substituição

Responsabilidade Tributária
irregular
De modo semelhante, também há permissão no CTN (art. 134) para que o responsável seja colocado na
condição de subsidiário. Dessa forma, a obrigação deve ser cumprida pelo contribuinte, que, não o fazendo,
torna-se exigível do responsável legal.
Resp. por Infrações
Nesses dois últimos casos, fica evidente o benefício de ordem, isto é, cobra-se primeiro de uma pessoa,
sendo a outra acionada apenas no caso de impossibilidade de recebimento da primeira.
Resp. por Sucessão
Mas tome muito cuidado, pois a responsabilidade tributária nem sempre comporta benefício de ordem. É o
caso da responsabilidade solidária, prevista nos arts. 124 e 125 do Código Tributário Nacional. Na
solidariedade não há devedor principal, isto é, não há benefício de ordem, podendo o Fisco exigir a dívida
integralmente de um ou de outro. Por Transferência Resp. por Solidariedade

Resumindo, veja que o responsável surge na obrigação tributária de quatro modos distintos:
Resp. Terceiros c/ atuação
 O responsável fica obrigado a pagar, excluindo qualquer responsabilidade do contribuinte (o
regular
contribuinte é excluído da relação jurídica);
 O responsável é obrigado a cumprir a obrigação. Caso não cumpra, exige-se do contribuinte (o
contribuinte é subsidiário);
Observação: Recomendo que, após a leitura da aula por completo, você retorne a esse (TCE-AL-Auditor/2008) ‘Contribuinte’ é aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitui
esquema e veja se o teu raciocínio está correto. Caso reste alguma dúvida, estamos no fato gerador.
fórum para elucidá-la. Comentário: Conforme previsto no art. 121, par. único, I, do CTN, contribuinte é o sujeito passivo da
obrigação principal que possua relação pessoal e direta com o fato gerador.
Gabarito: Correta
(SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2009) A respeito da sujeição passiva da obrigação tributária principal, é
possível afirmar que o contribuinte é sujeito passivo indireto e o responsável tributário é sujeito passivo
direto.
Comentário: Na verdade, é exatamente o contrário: sujeito passivo direto é o contribuinte, e sujeito passivo
indireto é o responsável.
(Pref. São Luis-Auditor de Controle Interno/2015) O Código Tributário Nacional criou um conjunto extenso
de regras atinentes à responsabilidade tributária. De acordo com as regras do CTN, Gabarito: Errada

a) a atribuição de responsabilidade a terceira pessoa não impede a atribuição de responsabilidade em caráter


supletivo ao contribuinte.
b) a atribuição de responsabilidade a terceira pessoa exclui, em definitivo, a responsabilidade do
contribuinte.
c) o terceiro, a quem a responsabilidade pelo crédito tributário for atribuída, não pode ser pessoa vinculada
ao fato gerador da respectiva obrigação.
d) somente lei complementar federal pode atribuir, de modo expresso, a responsabilidade pelo crédito
tributário a terceira pessoa.
e) a atribuição de responsabilidade a terceira pessoa pode ser feita de modo implícito, vedada essa
possibilidade quando se tratar de responsabilidade por infrações.
Comentário:
Alternativa A: O art. 128, do CTN, estabeleceu a possibilidade de se atribuir a responsabilidade do
contribuinte em caráter supletivo. Logo, a alternativa está correta.
Alternativa B: Conforme já comentado, o art. 128, do CTN, estabeleceu a possibilidade de se atribuir a
responsabilidade do contribuinte em caráter supletivo. Alternativa errada.
Alternativa C: O art. 128, do CTN, esclarece que o terceiro responsável deve ser uma pessoa vinculada ao
fato gerador da respectiva obrigação. Alternativa errada.
Alternativa D: Não há necessidade de lei complementar federal para se estabelecer responsabilidade a
terceira pessoa, bastando que seja uma lei do ente tributante. Alternativa errada.
Alternativa E: A atribuição de responsabilidade deve sempre ocorrer de forma explícita, conforme prescreve
o art. 128, do CTN. Alternativa errada.
Gabarito: Letra A
(PGE-SP-Procurador do Estado/2012) Em se tratando de responsabilidade tributária, pessoa que não tenha
praticado o fato gerador não pode ser sujeito passivo da relação tributária.
Comentário: Sabemos que aquele que pratica o fato gerador é o contribuinte, mas também pode ser sujeito
passivo da relação tributária a pessoa que não tenha praticado o fato gerador, caso a lei assim o determine,
situação em que será considerado responsável tributário.
Gabarito: Errada
RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO
Essa modalidade de responsabilidade tributária também é denominada responsabilidade originária, título
que não vem por acaso, já que o responsável fica obrigado no momento da ocorrência do fato gerador ou
até mesmo antes dele. DICA DE PROVA: Para facilitar a memorização, guarde que, na substituição “para trás”,
quem fica para trás (no elo anterior da cadeia) é substituído. Simples, não? Como
Veja um exemplo, mais do que repetido no nosso curso: imposto de renda das pessoas físicas. Quando a lei
consequência lógica, paga o tributo quem vem depois, ou seja, o recolhimento é posterior.
atribui a responsabilidade das fontes pagadoras em reter o valor do imposto para posterior recolhimento,
esta obrigação surge no momento da ocorrência do fato gerador, de forma que o contribuinte (aquele que
auferiu os rendimentos) fica substituído. 2 – Substituição tributária progressiva
Observação: À pessoa que substitui o contribuinte, dá-se o nome de responsável por Na substituição tributária progressiva, ocorre exatamente o oposto do que acabamos de ver. Ou seja, as
substituição, contribuinte substituto, substituto tributário, ou, o mais comum, pessoas que estão nas etapas posteriores são substituídas pelas ocupam posição anterior na cadeia de
simplesmente responsável. produção e circulação de mercadorias.

Há que se ressaltar dois casos em que ocorre responsabilidade por substituição: substituição tributária Observação: A substituição tributária progressiva também é denominada “para frente” e
regressiva (para trás) e substituição tributária progressiva (para frente). consequente.

1 – Substituição tributária regressiva Assim, se quem está “na frente” é substituído, a decorrência lógica é haver a antecipação do pagamento
dos tributos. O raciocínio é exatamente o contrário do que vimos no tópico anterior, ao tratar da substituição
A sistemática da substituição tributária regressiva consiste na substituição das pessoas que estão nas etapas tributária regressiva.
anteriores da cadeia de produção ou circulação de mercadorias.
Vamos imaginar o caso da incidência do ICMS sobre as operações de venda de veículos novos. Quando o
veículo é produzido na indústria e vendido às concessionárias, ocorre o fato gerador do ICMS.
Observação: A substituição tributária regressiva também é denominada “para trás” e
Posteriormente, quando você compra o seu carro “zero” na concessionária, uma nova incidência do ICMS
antecedente.
ocorre.

Se quem está “atrás” é substituído, o que ocorre, na verdade, é o diferimento do pagamento dos tributos Contudo, a concessionária (etapa posterior) pode ser substituída pela indústria automobilística (etapa
devidos. anterior), ocorrendo antecipação do pagamento do ICMS, e surgimento da substituição tributária
progressiva.
A princípio, parece confuso entender que na substituição regressiva ocorre diferimento do pagamento. Mas,
veja que é bastante simples de entender: se a pessoa que faz acontecer o fato gerador é substituída por A sistemática ocorre com base na presunção da base de cálculo e do fato gerador que ainda irão ocorrer.
outra que se situa em momento posterior na cadeia de produção, há, por conseguinte, recolhimento a Ou seja, o valor pelo qual a mercadoria será revendida pela concessionária é presumido em momento
posteriori. anterior, com base no regime de valor agregado, estabelecido pelo art. 8º da Lei Kandir (LC 87/96).

Vamos exemplificar!

Imagine que um grande frigorífico brasileiro tenha como fonte de insumos (carne bovina) diversos e
pequenos criadores espalhados pelo Brasil afora. Como os criadores não possuem escritório, nem qualquer
outro aparato fiscal ou contábil, ou seja, tudo é feito lá no meio do “mato”, a lei pode estipular que o
adquirente dessas mercadorias (frigorífico) venha se tornar responsável por substituição. Na substituição tributária progressiva, o substituto surge antes mesmo da ocorrência do
fato gerador.
Novamente, o raciocínio é o de que o Fisco deve buscar o modo que otimize a sua atividade de fiscalização
e arrecadação tributária. Como você já deve imaginar, é muito mais simples fiscalizar o escritório de uma
grande empresa, do que ir no meio da “roça”, fiscalizar pequenos contribuintes.
Por mais que se argumente que a sistemática agrida o princípio da tipicidade, por exemplo, por se cobrar “Professor, e se a base de cálculo real for diferente (maior ou menor) da presumida? Nesse caso, deve-se
algo sem que tenha havido a subsunção do fato à norma tributária, é de se ressaltar que há previsão restituir o que foi pago a maior ou realizar pagamento complementar?” Atualmente, sim!!! Vamos ver o
constitucional para tal situação, conforme verificamos a seguir: porquê!

Art. 150 - (...): Anteriormente, o STF (ADI 1.851/AL) entendia que o fato gerador presumido não seria provisório, mas, sim,
definitivo. Portanto, o fato de a base de cálculo presumida ser diversa da base de cálculo definitiva não
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de ensejaria restituição ou complementação do imposto pago pelo sujeito passivo, salvo quando não se realizar
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer o fato gerador presumido, como já comentado acima.
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso
não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de Ocorre que, em outubro de 2016, ao julgar o Recurso Extraordinário 593.849, com repercussão geral
1993) reconhecida, o STF fixou a seguinte tese (grifamos): “É devida a restituição da diferença do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para a frente
se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”.
Observação: Lembre-se de que nós estudamos em outra aula que, em se tratando de ICMS,
cabe à lei complementar dispor sobre substituição tributária. A Lei Kandir (LC 87/96) No voto proferido pelo relator Ministro Edson Fachin, foi dito que “a tributação não pode transformar uma
cumpriu com esse papel. ficção jurídica em uma verdade absoluta, tal como ocorreria se o fato gerador presumido tivesse caráter
definitivo, logo, alheia à realidade extraída da realidade do processo econômico”.
Lembre-se também de que apenas a substituição progressiva foi prevista na CF/88.
Ao fim do julgamento, o plenário modulou os efeitos da referida decisão, restringindo-os apenas às ações
Ademais, o entendimento do STF (RE 213.396) e do STJ (REsp 89.630) é no sentido da constitucionalidade judiciais que estejam pendentes e aos casos futuros. Trata-se de uma forma de permitir o realinhamento
da substituição tributária progressiva. Aliás, esta Corte decidiu que: o pagamento antecipado não se das administrações tributárias à alteração jurisprudencial da Suprema Corte.
confunde com o recolhimento do tributo.
Na mesma linha julgou o STF o RE 596832, em junho de 2020, em um caso que envolvia também a
substituição tributária progressiva, mas desta vez referente à contribuição ao PIS/Pasep e à Cofins, tendo a
Suprema Corte fixado a seguinte tese: “é devida a restituição da diferença das contribuições para o
Programa de Integração Social – PIS e para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins recolhidas a
mais, no regime de substituição tributária, se a base de cálculo efetiva das operações for inferior à
presumida”.

Na substituição tributária progressiva, não há recolhimento antes da ocorrência do fato


gerador, mas apenas antecipação do pagamento realizada por responsável definido em
lei. Embora pareça confuso, o assunto já caiu em provas! Se o fato gerador presumido não ocorrer, é assegurada a devolução do que foi pago.

Caso ocorra o fato gerador, e a base de cálculo seja efetiva seja inferior à presumida,
Note também que o § 7º, do art. 150, da CF/88, restringiu a sistemática da substituição tributária
haverá restituição da diferença!
progressiva apenas aos impostos e contribuições. A restrição faz total sentido, tendo em vista que não seria
possível estendê-la aos tributos vinculados (taxas e contribuições de melhoria), a fim de ser feita a cobrança
antes da prestação da atividade estatal.

Cabe ainda destacar que o legislador constituinte assegurou a imediata e preferencial restituição do valor
que foi pago ao Fisco, caso não se realize o fato gerador presumido. Em nosso exemplo, a restituição
ocorreria se o veículo ficasse “encalhado” no pátio da concessionária, devendo este bem ser devolvido ao
industrial. DICA DE PROVA: Para facilitar a memorização, guarde que, na substituição “para frente”,
quem fica para frente (no elo posterior da cadeia) é substituído. Simples, não? Como
consequência lógica, paga o tributo quem vem antes, ou seja, o pagamento é anterior.
RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA
Diferentemente do que ocorre na responsabilidade por substituição, neste caso o responsável tributário
somente passa a ser devedor da obrigação tributária após a ocorrência do fato gerador.

Pode-se dizer, portanto, que, ocorrido o fato gerador, tem-se o contribuinte como devedor da obrigação
(PGE-MA-Procurador do Estado/2016) Quando a lei atribui a qualidade de responsável tributário sobre fato
tributária. No entanto, diante da ocorrência de certos fatos, o responsável pode assumir a obrigação no lugar
gerador que ainda não ocorreu, mas que deva ocorrer posteriormente, estar-se-á diante de
do contribuinte.
a) retroatividade da lei tributária, permitida expressamente por lei.
b) sucessão tributária, vedada expressamente pela CF/88. Como foi visto, a doutrina divide a responsabilidade por transferência em responsabilidade “por
solidariedade”, “por sucessão” e “de terceiros”. Vamos estudar, a partir de agora, cada um deles!
c) ultratividade da lei tributária, permitida expressamente por lei.
d) substituição tributária para frente, permitida expressamente pela CF/88. (E) substituição tributária para Por questão de organização da nossa aula, os três tipos de responsabilidade por transferência serão
trás, vedada expressamente pela CF/88. classificados em tópicos autônomos, mas não deixam de pertencer a esse assunto.
Comentário: A lei que atribui a terceira pessoa a qualidade de responsável tributário por tributo cujo fato
gerador ainda não tenha ocorrido cria um caso de substituição tributária progressiva (ou para frente),
permitida expressamente no art. 150, § 7º, para os impostos e contribuições.
1 – Transferência por Solidariedade
Gabarito: Letra D
(TCE-SP-Auditor/2013) Ao prever a lei de determinado tributo que será atribuído ao sujeito passivo da A transferência da responsabilidade do pagamento dos tributos, ocorrida por meio da solidariedade, foi
obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto, cujo fato gerador deva ocorrer tratada no art. 124 do CTN.
posteriormente, estar-se-á diante de
a) fato gerador pendente. Em relação ao art. 124, I, vimos que ficam solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum
na situação que constitua o fato gerador da obrigação.
b) fato gerador futuro.
c) substituição tributária para frente. Não se nega que o vínculo entre as pessoas que tenham o citado interesse comum e o fato gerador da
obrigação é tão forte que elas são, na verdade, contribuintes. Vamos relembrar o nosso exemplo:
d) substituição tributária para trás.
e) lançamento a certo período de tempo. Carlos, José e Bruno são proprietários de um imóvel urbano, localizado no Município de São Paulo. Carlos
Comentário: A questão trata do instituto da substituição tributária para frente, prevista no art. 150, §7º da detém 5% do imóvel, José, 70% e Bruno, 25%. Vamos supor, ainda, que o valor do IPTU no ano de 2013 foi
CF/88. Alternativa C correta. de R$ 1.000,00.

Gabarito: Letra C Naquele momento, vimos que o Fisco pode exigir a dívida integralmente de qualquer um dos devedores
solidários, correto? Portanto, imagino que José, possuindo 70% da propriedade, seja compelido a pagar o
valor total, isto é, R$ 1.000,00. Certamente, ele pagou uma parte (R$ 300,00) que não lhe cabia.

Nesse caso, dizemos que José pagou como contribuinte R$ 700,00, e como responsável R$ 300,00.

O contribuinte solidário que paga a dívida integralmente, paga a sua parte como
contribuinte e, a dos demais codevedores, como responsável.
Veja que, em relação aos fatos geradores anteriores à sucessão, o sucessor será responsável e, quanto aos
fatos geradores surgidos após a sucessão, este figurará como contribuinte. Afinal, é bastante óbvio: após a
Ademais, cumpre destacar que o art. 124, II, permite que a lei nomeie como devedores solidários pessoas sucessão, o sucessor terá relação pessoal e direta com o fato gerador da obrigação tributária, o que o torna
que não tenham relação pessoa e direta com o fato gerador, hipótese em que teríamos mais uma figura de contribuinte, nos termos do art. 121, par. único, I, do CTN.
responsabilidade por via do instituto da solidariedade.
Observação: Em relação às obrigações tributárias surgidas após a data do evento que
Observação: Não se esqueça de que a solidariedade foi tratada, pelo CTN, fora do capítulo demarcou a sucessão, o responsável (sucessor) é, na verdade, contribuinte. Guarde isso!
referente à “responsabilidade tributária”.

2 – Transferência por Sucessão

O CTN inicia a abordagem da responsabilidade por sucessão, ou, nas palavras exatas do texto legal,
responsabilidade dos sucessores, prevendo o seguinte dispositivo: O que vai definir as obrigações que ficam sujeitas às regras da responsabilidade por
sucessão é a data da ocorrência do fato gerador.
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários
definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, (Não despreze, contudo, a literalidade do art. 129!)
e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações
tributárias surgidas até a referida data.

Nós vimos que a responsabilidade por transferência se dá com a ocorrência de um ato ou fato, posterior à Acrescente-se, também, que a responsabilidade por sucessão é caracterizada pelo desaparecimento do
ocorrência do fato gerador, que transfere a obrigação do contribuinte para o responsável. Ok? devedor original (contribuinte).

O que o art. 129 quis dizer, ainda que por uma redação mais confusa, é que o sucessor assume todas as De acordo com o ilustre Eduardo Sabbag (2013):
obrigações tributárias surgidas até a data do ato ou fato que demarcou a sucessão. Estamos falando,
portanto, de datas de ocorrência dos fatos geradores. “Esse desaparecimento por ser, por exemplo, por morte do primeiro devedor, recaindo o ônus sobre os herdeiros, ou por
venda do imóvel ou estabelecimento, incidindo o importe tribtário sobre o comprador.” (SABBAG, Eduardo. Manual de
Desse modo, se um fato gerador ocorrer anteriormente à data do ato que gerou a sucessão tributária Direito Tributário. 2013. Pág. 727)
(falecimento de uma pessoa, por exemplo), o tributo correspondente a esse fato será transferido ao
sucessor, mesmo que o crédito tributário seja regularmente constituído em momento posterior à data da Podemos dividir os assuntos a serem estudados sobre a responsabilidade por sucessão da seguinte maneira:
sucessão.
1. Sucessão na transmissão de bens imóveis (CTN, art. 130);
Para não restarem dúvidas, vejamos a linha do tempo abaixo: 2. Sucessão na transmissão de bens móveis (CTN, art. 131, I);
3. Sucessão na transmissão causa mortis (CTN, art. 131, II e III);
4. Sucessão empresarial (CTN, art. 132 e 133).
Responsável Contribuinte
Data da Sucessão 2.1– Sucessão na transmissão de bens imóveis

A sucessão na transmissão de bens imóveis tem como responsável o adquirente de tais bens. Esta pessoa
assume a responsabilidade pelo pagamento dos impostos, taxas e contribuições de melhoria relativas ao
imóvel objeto da transmissão.

FG Anteriores FG Posteriores Vamos ver o que diz o art. 130 do CTN:

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade,
o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação
de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa Tudo isso será detalhadamente estudado nas próximas aulas. Não se preocupe.
dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o


respectivo preço.

Antes de interpretar o dispositivo citado, devemos entender a diferença entre os impactos da sub-rogação
real e sub-rogação pessoal no Direito Tributário: Por hora, grave apenas que o prazo decadencial é de 5 anos.

Sub-rogação real  O imóvel responde pela dívida tributária. Logo, a responsabilidade é


limitada ao valor do bem.
Diante do exposto, no momento em que se comprova o pagamento dos tributos, pode haver outros a serem
Sub-rogação pessoal  O adquirente assume a responsabilidade sobre os tributos, posteriormente descobertos e lançados pelo fisco. Nesse caso, o adquirente não assume tal
respondendo por todo o crédito tributário relativo ao imóvel, mesmo que ultrapasse o responsabilidade, ou seja, serão cobrados do antigo proprietário.
valor deste.
Existe uma situação interessante, digna de nota, por já ter sido objeto de decisão do Superior Tribunal de
Justiça, que diz respeito à discussão se há, ou não, sucessão tributária quando há desapropriação de imóvel
Vamos lá, então!
pertencente à empresa privada pela União Federal, visto que os débitos, objetos de cobrança em execução
fiscal promovida por fazenda municipal, têm como fundamento fatos geradores ocorridos em momento
Quando uma pessoa adquire um imóvel, assume a responsabilidade pelos tributos incidentes sobre o bem.
pretérito à ocorrência da imissão na posse, relativos ao Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e Taxa de
Nesse caso, ocorre a sub-rogação pessoal, ficando o responsável (adquirente) com a obrigação de quitar os
Limpeza Pública de Coleta de Resíduos Sólidos:
tributos, ainda que o montante seja superior ao valor do imóvel adquirido. Essa é a regra!

Quanto a este ponto, é relevante salientarmos que o STJ (Recurso Repetitivo Tema n° 122) já firmou DESAPROPRIAÇÃO. AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA DE PROPRIEDADE. EXIGIBILIDADE DE TRIBUTOS
entendimento segundo o qual, na compra de um imóvel, tanto o promitente comprador (possuidor a ANTERIORES AO ATO DESAPROPRIATÓRIO. AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO ENTE
qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade EXPROPRIANTE.
registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. Veja que neste
caso, mesmo não tendo sido efetivada a transferência da propriedade no registro de imóveis, já se admite a O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas
responsabilização do promitente comprador. hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição
originária da propriedade.
Contudo, devemos destacar que existem duas exceções previstas no citado artigo do CTN. São elas:

 Quando constar do título de transferência de propriedade (escritura) a prova da quitação dos tributos
(STJ, REsp 1.668.058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Julgamento em 08/06/2017)
(CTN, art. 130, caput);
 Quando o imóvel for adquirido em hasta pública - leilão – (CTN, art. 130, par. único).
Nesta ocasião, o STJ, citando a doutrina, ressaltou que a desapropriação constitui “forma originária de
Portanto, se no momento do registro da transferência do imóvel for apresentada a prova de quitação dos aquisição de propriedade porque não provém de nenhum título anterior, e, por isso, o bem expropriado
tributos, o adquirente recebe o bem livre de qualquer ônus tributário. torna-se insuscetível de reivindicação e libera-se de quaisquer ônus que sobre ele incidissem
precedentemente, ficando os eventuais credores sub-rogados no preço". Logo, não há ligação entre o
sucedido (antigo proprietário) e sucessor (ente expropriante).
Observação: A comprovação da quitação dos tributos é feita pela emissão da Certidão
Negativa de Débitos (CND) ou simplesmente certidão negativa. Por último, porém não menos importante, em relação ao imóvel adquirido em hasta pública, que é o leilão
de bens penhorados, realizado pelo Poder Público, o CTN afirma que a sub-rogação ocorre sobre o respectivo
A que ônus eu estou me referindo se já foram apresentados os comprovantes de quitação dos tributos? Ora, preço. O que isso significa?
entre o momento da ocorrência do fato gerador e o lançamento do tributo (procedimento com a finalidade
de torná-lo exigível), há um prazo determinado no CTN, denominado decadência. Se este prazo não existisse, Significa que o arrematante dos bens imóveis em hasta pública adquire tais bens livres de qualquer gravame
os fiscais nunca iriam poder lançar os tributos que não foram declarados espontaneamente pelos tributário, já que se trata de sub-rogação real. Ou seja, os débitos tributários existentes sobre o imóvel são
contribuintes. quitados pelo próprio valor da arrematação. Logo, se o valor dos tributos devidos superar o valor do imóvel,
o Fisco não pode exigir a diferença do arrematante nem do alienante (antigo proprietário), pois a sub- 2.3 – Sucessão na transmissão causa mortis
rogação é real.
A responsabilidade com base na transmissão causa mortis foi prevista no art. 131, II e III, do CTN, nos
seguintes termos:

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:

(...)
Grave isso: hasta pública  bens imóveis.
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus
As bancas tentam confundir o candidato, citando bens móveis. até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do
quinhão do legado ou da meação;

III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
2.2 – Sucessão na transmissão de bens móveis
Observação: Confira abaixo um mini-dicionário para que você possa entender o assunto com
A norma que rege a responsabilidade do sucessor na transmissão de bens móveis é o art. 131, I, do CTN, cuja tranquilidade:
redação é a seguinte:
De cujus: pessoa falecida
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
Espólio: conjunto de bens, direitos, dívidas e responsabilidades do falecido
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;
Abertura da sucessão: momento capaz de gerar os efeitos da sucessão (morte)
Embora não o legislador não tenha mencionado expressamente que se trata de bens móveis, essa é a
interpretação da maioria dos autores, tendo em vista que a responsabilidade dos bens imóveis já foi tratada Quinhão: parcela do patrimônio deixado pelo de cujus
no art. 130.
Legado: patrimônio deixado pelo de cujus, por meio de testamento.
Essa espécie de responsabilidade em muito se assemelha à dos bens imóveis, com a distinção de que, neste
caso, não há exceções que eximem o adquirente dos bens móveis. Se houve a transmissão dos bens, há Meação: é a metade do patrimônio do casal que pertence a cada cônjuge
sucessão tributária, sem exceções.
Nesse tipo de transmissão, a lógica é que, da mesma forma que os bens do de cujus são transferidos para
No que se refere aos responsáveis, a norma assevera que são eles o adquirente ou o remitente. Quando ao seus herdeiros, as dívidas tributárias também o são.
adquirente, não há observações a serem feitas. É a pessoa que compra o bem móvel de outra.
Assim, quando em vida, a pessoa é sujeito passivo, na condição de contribuinte, de vários tributos. Após a
No que concerne ao remitente, embora não deixe de ser um adquirente, é bom que conheçamos, ainda que sua morte, alguém deve se responsabilizar por isso.
superficialmente, a origem do termo. Remitente é aquele que realiza a remição, que pode ser traduzida no
resgate e aquisição de bens que foram penhorados ou objeto de leilão judicial, pelo cônjuge, ascendente Portanto, os sucessores devem arcar com as dívidas, na condição de responsáveis. Afinal, não foram eles que
ou descendente da pessoa executada. Tais pessoas (remitentes) possuíam preferência sobre o arrematante. praticaram o fato gerador (não houve relação pessoal e direta com o fato gerador), havendo, tão somente,
a transferência da responsabilidade.
Destaque-se que, atualmente, o instituto foi revogado. Contudo, para nossa prova, você pode responder
normalmente: o remitente é pessoalmente responsável pelos tributos relativos aos bens (móveis) remidos. Ocorre que, logo após a morte, há o procedimento de inventário, e até que seja feita a partilha aos herdeiros,
o ente que fica responsável pelas dívidas do de cujus é o espólio, assim considerado o conjunto coisas e
direitos que compunham o patrimônio do falecido.
Observação: Não confunda remição com remissão. Esta é um benefício fiscal, já citado em
outra aula, mas que só será detalhadamente estudado na aula em que tratarmos das
Dessa forma, o CTN estabeleceu que o espólio, embora não seja pessoa, fica pessoalmente responsável
hipóteses de extinção do crédito tributário.
pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão (morte). Por outro lado, em relação
aos fatos geradores ocorridos após a abertura da sucessão e antes da sentença da partilha, o espólio é
considerado contribuinte. De Cujus
•É contribuinte pelos FGs antes da morte.
No que concerne aos sucessores, são pessoalmente responsáveis por todos os fatos geradores ocorridos •A resposabilidade é transferida ao espólio.
antes da sentença de partilha, inclusive o que ocorreram antes da abertura da sucessão, caso o espólio não
os tenha quitado. De maneira análoga, em relação aos fatos geradores ocorridos após a partilha, os
sucessores são contribuintes, possuindo relação pessoa e direta com o fato gerador. Espólio
•É responsável pelos FGs antes da abertura da sucessão;
Em síntese, o que você precisa saber é que há três marcos temporais para definirmos o contribuinte e o •É contribuinte pelos FGs após a abertura da sucessão;
responsável perante a administração tributária: antes da morte (abertura da sucessão), entre esta e a
partilha ou e após a partilha.
Sucessores
Antes da abertura da sucessão  fatos geradores ocorridos até esse momento possuem •É responsável pelos FGs antes da partilha;
como contribuinte o de cujus e como responsáveis o espólio ou os sucessores. •É contribuinte pelos FGs após a partilha;

Entre a abertura da sucessão e a partilha  fatos geradores ocorridos dentro desse


período possuem como contribuinte o espólio e como responsáveis os sucessores.

Após a partilha ou adjudicação  fatos geradores após essa data possuem como Por fim, deve ser ressaltado que a responsabilidade na sucessão causa mortis engloba não só o valor dos
contribuintes os sucessores. tributos devidos, mas inclui as multas moratórias, que são aquelas impostas pelo não pagamento do tributo
na data de vencimento. Esse é o entendimento do STJ:

TRIBUTÁRIO. INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 2º, § 8º, DA LEI 6.830, DE 1980,

E DO ART. 131, III, DO CTN.

Os sucessores (inclusive o cônjuge meeiro) somente são responsáveis até o limite do (...) 3. A multa moratória é imposição decorrente do não pagamento do tributo na época do
valor que lhes foi repassado. Observe que a responsabilidade vai sendo transferida para vencimento.
os demais envolvidos na relação jurídica.
4. Na expressão créditos tributários estão incluídas as multas moratórias.

5. O espólio, quando chamado como sucessor tributário, é responsável pelo tributo declarado
pelo "de cujus" e não pago no vencimento, incluindo-se o valor da multa moratória.(...)"

(STJ, REsp 295.222/SP, Primeira Turma, Rel. Min. José Delgado, Julgamento em 12/06/2001)

2.4 – Sucessão Empresarial

O CTN estabelece que a sucessão empresarial gera, nos termos do art. 132 do CTN, responsabilidade
tributária às empresas resultantes das operações societárias. Vejamos a íntegra desse dispositivo:

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do
ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
A sucessão empresarial consiste em operações societárias entre empresas, que são denominadas fusão, As operações societárias não se confundem com operações comerciais. Logo, não ocorre
incorporação, transformação ou cisão. Vamos entender cada uma das operações: fato gerador do ICMS.

Fusão  Operação em que duas empresas se unem para formar uma só. As empresas
fusionadas deixam de existir, surgindo uma nova, que será a sucessora.
A responsabilidade por sucessão também é extensiva aos casos de extinção das pessoas jurídicas de direito
Incorporação  Operação em que uma (ou mais do que uma) sociedade é absorvida por privado, conforme preceitua o par. único do art. 132, do CTN:
outra. A empresa incorporada deixa de existir.
Art. 132 – (...):
Transformação  Operação em que a sociedade muda de forma (de Ltda. Para S.A., por
exemplo). Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada
Cisão  A cisão pode ser total ou parcial. Na cisão total, uma empresa transfere todo o seu
por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou
patrimônio para outra, deixando de existir. Na cisão parcial, a empresa transfere parcela
sob firma individual.
do seu patrimônio para uma (ou mais de uma) empresa, continuando a existir.
Veja que, para a responsabilidade tributária ficar caracterizada, é necessário que a atividade seja continuada
Cabe observar que o CTN não cita expressamente a “cisão”, pois a operação só foi regulada 10 anos após a por qualquer sócio remanescente ou seu espólio, podendo a atividade ser explorada sob a mesma ou outra
publicação do CTN, conforme consta na Lei das S.A. (Lei 6.404/76): razão social, ou sob firma individual.

Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio
Observação:
para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a
companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu 1) Firma individual, em termos atuais, significa “empresário individual”.
capital, se parcial a versão.
2) O sócio que continuar a respectiva atividade pode ser responsabilizado, ainda que
Apesar disso, a doutrina e a jurisprudência têm aceitado a aplicação da regra da responsabilidade tributária exerça a atividade sem regular constituição, já que o art. 126, III, do CTN, impõe a
na sucessão empresarial aos casos de cisão, como o trecho da ementa do acórdão abaixo transcrito: capacidade passiva, independentemente de a pessoa jurídica estar regularmente
constituída.
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. CISÃO DE EMPRESA.
HIPÓTESE DE SUCESSÃO, NÃO PREVISTA NO ART. 132 DO CTN. REDIRECIONAMENTO A SÓCIO- No que se refere à abrangência do crédito transferido na responsabilidade por sucessão empresarial, deve
GERENTE. INDÍCIOS SUFICIENTES DE FRAUDE. ficar claro que, neste caso, abrange tanto as multas moratórias como as punitivas. Vejamos o
posicionamento do STJ a respeito do tema:
(...) 2. Embora não conste expressamente do rol do art. 132 do CTN, a cisão da sociedade é
modalidade de mutação empresarial sujeita, para efeito de responsabilidade tributária, ao
"(...) A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido,
mesmo tratamento jurídico conferido às demais espécies de sucessão (REsp 970.585/RS, 1ª
as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o
Turma, Min. José Delgado, DJe de 07/04/2008).
passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a
data da sucessão. (...)"
(STJ, REsp 852.972/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Julgamento em
25/05/2010)
(STJ, REsp 923.012, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, Julgamento em 09/06/2010)
Dando continuidade ao nosso estudo, o marco temporal para se definir se a empresa sucessora será
contribuinte ou responsável é a data do ato que gerou a operação societária.
Tal posicionamento encontra-se, hoje, cristalizado na Súmula 554:

Súmula STJ 554 - Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange


não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas
referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
2.5 – Responsabilidade do adquirente de fundo de comércio ou  Havendo o prosseguimento na exploração da respectiva atividade, o adquirente somente responde
estabelecimento profissional pelos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido. Nesse sentido, seria responsável pelo
ICMS ou IPI, por exemplo, mas não sobre o Imposto de Renda devido pela pessoa jurídica alienante.
Além da responsabilidade na sucessão empresarial, o legislador do CTN disciplinou também a
responsabilidade tributária na alienação de fundo de comércio e estabelecimentos profissionais, conforme Vamos esquematizar para deixar tudo mais simples:
se vê abaixo:

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por
qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou
profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou
sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
Adquirente de Fundo de Comércio ou Estabelecimento
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;

II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro Se continuar a exploração
de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo
de comércio, indústria ou profissão.

Antes de partirmos para análise do art. 133, vamos entender o que vem a ser “fundo de comércio” e
Torna-se Responsável
“estabelecimento comercial”.

Fundo de comércio é caracterizado pelo conjunto de bens tanto materiais (máquinas, móveis, computadores Subsidiariamente Integralmente
etc.) como imateriais (marca, ponto comercial etc.), utilizados para cumprir com a atividade empresarial. O
fundo de comércio pode ser composto por um ou mais estabelecimentos.
Se o alienante continuar atividade comercial; ou
Se o alienante cessar exploração comercial
Portanto, os estabelecimentos são considerados parcelas do fundo de comércio, já que este pode conter Iniciar nova atividade dentro dos próximos 6 meses.
vários estabelecimentos.

Nesse contexto, repare que o CTN responsabiliza tanto o adquirente de todo o fundo de comércio, como o
que adquire apenas um estabelecimento comercial.

Assim, o adquirente que continua a respectiva exploração da atividade comercial, ainda que sob a mesma
ou outra razão social ou sob firma individual, responde pelos tributos relativos ao fundo ou
É importante destacar que o STJ (REsp 108.873/SP) já decidiu que, se uma empresa aluga
estabelecimento adquirido.
um imóvel que já foi anteriormente locado a outra pessoa jurídica devedora, não há que
se falar em responsabilidade tributária.

Daí, podemos tirar duas conclusões: Entendido tudo até aqui, correto? Então, vamos prosseguir no assunto, explicando a intensidade da
responsabilidade assumida pelo adquirente, que pode ocorrer de duas maneiras. Vamos lá!
 O adquirente deve continuar a exploração da respectiva atividade comercial. Dessa forma, se compra
um estabelecimento onde há a exploração de uma farmácia, e decide abrir um lava-jato, não há que se Imagine, a título de exemplo, que um japonês, inconformado com o elevado índice de inadimplência na sua
falar em responsabilidade do adquirente. loja de roupas, decide vendê-la a outra pessoa, com a finalidade de regressar ao seu país de sua origem.
Outro exemplo seria o de um italiano, que possui duas pizzarias. Decepcionado com o baixo volume de Da mesma forma que na recuperação judicial, em que está presente o princípio da preservação da empresa,
vendas de uma das pizzarias, decide aliená-la e continuar com a exploração da outra, que já se encontra na falência pode haver alienação dos estabelecimentos.
estruturada.
Em ambos os casos, o alienante está repleto de dívidas tributárias. Aplicando-se a regra da responsabilidade
A primeira hipótese ocorre quando o alienante, após realizar a venda do fundo de comércio ou do por sucessão, o adquirente seria responsável por tais dívidas.
estabelecimento, cessa completamente a exploração do comércio, indústria ou atividade. Perceba que, para
o fisco, fica difícil localizar o japonês, para cobrar-lhe os tributos porventura devidos. Por esse motivo, se o A LC 118/05 alterou justamente esse ponto, ou seja, criou uma hipótese de exclusão da responsabilidade
alienante cessa a exploração comercial ou industrial, o adquirente responde integralmente pelos tributos do adquirente dos fundos de comércio e dos estabelecimentos.
(art. 133, I).
Art. 133 – (...):
A segunda hipótese refere-se ao caso de o alienante prosseguir na exploração da atividade comercial ou
industrial, ou iniciar, dentro dos próximos seis meses, contados da data da alienação, nova atividade, no § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
mesmo ou até mesmo em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
I – em processo de falência;
Como o alienante pode ser encontrado com maior facilidade, o adquirente somente responderá pelos
tributos devidos se a Fazenda não lograr êxito na cobrança do alienante. Ou seja, a responsabilidade é II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
subsidiária do adquirente.
A princípio, poderíamos pensar que foi aberta a possibilidade de os sócios da sociedade falida, ou em
recuperação judicial, utilizarem terceiros para adquirir os estabelecimentos livres do ônus tributário.
Contudo, de modo a prevenir que tal exceção seja utilizada com fins fraudulentos, o legislador estabeleceu
no § 2º o seguinte:

Art. 133 – (...):


Percebe-se que há benefício de ordem, ou seja, o adquirente só irá cumprir com a
obrigação, caso o alienante não possa fazê-lo. § 2o Não se aplica o disposto no § 1º (que estabelece a exclusão da responsabilidade)
deste artigo quando o adquirente for:

I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo


Um detalhe a ser notado é que, para o adquirente se responsabilizar pelo fundo de comércio ou devedor falido ou em recuperação judicial;
estabelecimento adquirido, deve continuar a exploração da respectiva atividade. Por outro lado, a
responsabilidade do alienante continua, ainda que venha a iniciar atividade distinta dentro dos próximos II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do
seis meses. devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou

Observação: O que foi dito sobre a transferência da responsabilidade das multas III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o
moratórias e punitivas também se aplica na aquisição de fundo de comércio ou objetivo de fraudar a sucessão tributária.
estabelecimento.

Impende destacar que o advento da LC 118/2005 trouxe importantes alterações no art. 133 do CTN,
acrescentando 3 parágrafos a ele. Como tais alterações envolvem o processo de recuperação judicial e de
falência, é muito importante que você entenda a relação desses conceitos com o assunto que estamos
estudando.

Na sistemática da recuperação judicial (antiga concordata), o objetivo é fazer com que a empresa supere a
crise econômico-financeira pela qual está passando. Para que isso ocorra, pode ser necessário alienar um
dos estabelecimentos da empresa.
O objetivo de tais restrições é evitar fraude contra o benefício estabelecido no CTN.
b) não responde pelos tributos devidos até a data da compra, se a alienação for judicial, no âmbito de
processo de falência, exceto se for sócio da sociedade falida, sociedade controlada pelo devedor falido,
Por último, a LC 118/05 acrescentou o § 3º ao art. 133, asseverando que o dinheiro arrecadado com a parente em linha reta ou colateral até o 4º grau do devedor falido ou de seus sócios, ou agente do falido.
alienação de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá à disposição do juízo de falência pelo c) não responde pelos tributos devidos após a compra do estabelecimento adquirido, por até 3 anos, se o
prazo de 1 ano, só podendo ser utilizado para pagar dívidas contraídas ao longo da falência (créditos alienante estava falido ou em recuperação judicial.
extraconcursais), ou para pagar créditos que, na falência, possuem privilégio em relação ao crédito
tributário. d) responde integralmente pelos tributos devidos até 12 meses da data da aquisição, se o alienante, por
qualquer motivo, cessar a atividade econômica ou, estando em recuperação judicial, falir.
Não se preocupe, amigo(a) concurseiro(a) com tais conceitos, pois tudo isso será muito bem detalhado em e) responde subsidiariamente pelos tributos devidos até a data da compra, se o alienante, por qualquer
momento oportuno. Não vamos complicar nosso curso sem necessidade. Tudo deve fluir naturalmente! motivo, cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade.
Comentário: A responsabilidade tributária nos casos de aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento
comercial, industrial ou profissional foi disciplinada no art. 133, do CTN, estabelecendo-se que, caso o
adquirente continue a exploração da respectiva atividade sujeita-se à responsabilidade integral, se o
alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade.
A responsabilidade, por outro lado, é subsidiária com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar
(SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) A sociedade empresária que tenha sócio remanescente de sociedade extinta dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de
e que explore a mesma atividade não responde pelos débitos tributários desta. comércio, indústria ou profissão.
Comentário: O art. 132, par. único, do CTN, prevê que há responsabilidade em caso de extinção de pessoas Fica, ainda, isento da responsabilidade, o adquirente nos casos de alienação judicial em processo de falência
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio ou de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial, exceto se for sócio da
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. sociedade falida, sociedade controlada pelo devedor falido, parente em linha reta ou colateral até o 4º grau
Gabarito: Errada do devedor falido ou de seus sócios, ou agente do falido. Desse modo, só nos resta a alternativa B como
resposta.
(MPE-CE-Promotor de Justiça/2020) João arrematou um imóvel em hasta pública, tendo descoberto
posteriormente que havia dívidas de IPTU relativas ao imóvel, constituídas antes da data da arrematação e Gabarito: Letra B
que não haviam sido informadas no leilão. Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Tributário (CLDF-Consultor Legislativo/2018) A condição de responsável tributário é uma das formas de sujeição
Nacional (CTN), a sub-rogação do crédito tributário ocorrerá sobre passiva em relação à obrigação tributária principal. O Código Tributário Nacional contempla várias regras
a) o patrimônio do arrematante, o qual passa a ser pessoalmente responsável pela dívida. atinentes à responsabilidade. Relativamente à responsabilidade dos sucessores, prevista no CTN, o
b) o patrimônio do proprietário anterior, o qual deverá responder sozinho pela dívida tributária. a) cônjuge meeiro, que não se qualifique como herdeiro, é pessoalmente responsável, por sucessão, pelos
tributos devidos pelo de cujus, até a data da partilha, limitada esta responsabilidade ao montante da meação.
c) o preço pago pelo arrematante, não devendo ser gerado qualquer gravame no imóvel.
b) adquirente, que compra um bem por meio de contrato de venda e compra, é responsável pelos tributos
d) o imóvel, sobre o qual incidirá o gravame, até o limite do seu valor. devidos pelo vendedor, embora essa responsabilidade não seja pessoal, por não se tratar de uma situação
e) o patrimônio tanto do proprietário anterior quanto do arrematante, sendo hipótese de responsabilidade de sucessão.
solidária. c) herdeiro, parente em linha colateral, até o quarto grau, é responsável, ilimitadamente, pelos tributos
Comentário: O art. 130, par. único, do CTN, prevê que, no caso de arrematação em hasta pública, a sub- devidos pelo de cujus, até a data da abertura da sucessão.
rogação ocorre sobre o respectivo preço. Isso significa que o arrematante não responde pela dívida tributária d) legatário que tiver aceitado o legado, desde que não tenha tido relação de parentesco com o autor da
anterior à arrematação, como é o caso de João. Por isso, a alternativa correta é a Letra C. herança, não é pessoal nem limitadamente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data da
Gabarito: Letra C abertura da sucessão.
(SEFAZ-SC-Auditor Fiscal/2018) Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), no que tange à e) espólio é excluído de qualquer forma de responsabilização, por não ter personalidade jurídica.
responsabilidade tributária, a pessoa de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, Comentário:
estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração
Alternativa A: O art. 131, II, do CTN, estabelece que é pessoalmente responsável o sucessor a qualquer título
a) não responde pelos tributos devidos pelo alienante ou pelo estabelecimento alienado até a data da e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta
compra, se o alienante continuar exercendo a atividade econômica no mesmo ramo ou for declarado falido. responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação. Alternativa correta.
Alternativa B: O art. 131, I, do CTN, estabelece que é pessoalmente responsável o adquirente ou remitente, (...)
pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos. Alternativa errada.
Alternativa C: A responsabilidade dos sucessores é limitada ao montante do quinhão do legado ou da De início, cumpre ressaltar uma imprecisão terminológica do CTN. A Lei diz que, não sendo possível exigir o
meação. Alternativa errada. cumprimento da obrigação principal do contribuinte, o terceiro passa a ser responsável “solidário” com
aquele.
Alternativa D: O legatário é responsável pessoal pelos tributos devidos pelo de cujus, até a data da partilha,
limitada sua responsabilidade ao do quinhão do legado. Alternativa errada. Nós estudamos que a solidariedade não comporta benefício de ordem, podendo ser exigida de um ou de
Alternativa E: O art. 131, I, do CTN, estabelece que é pessoalmente responsável o espólio, pelos tributos outro. No caso, o comando é claro que a exigência deve ser feita ao contribuinte e, não sendo possível
devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. Alternativa errada. adimplir a obrigação, cobra-se do responsável.
Gabarito: Letra A Embora o CTN tenha sido impreciso na terminologia utilizada, devemos guardar que a responsabilidade é
(TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015) Os tutores e curadores respondem solidariamente pelos solidária, mas que deve seguir a ordem estipulada no caput. Esse conselho deve ser seguido, pois é assim
tributos devidos por seus tutelados ou curatelados, nos atos em que intervierem ou não, ou pelas omissões que as bancas costumam cobrar.
de que forem responsáveis, independentemente da possibilidade de exigência do cumprimento da obrigação
principal pelo contribuinte (“responsabilidade por sucessão"). Observe que a responsabilidade é considerada por transferência, pois, ao ocorrer o fato gerador, o
contribuinte é o sujeito passivo da obrigação. Em caso de impossibilidade do cumprimento pelo sujeito
Comentário: A responsabilidade solidária dos tutores e curadores pelos tributos devidos por seus tutelados
passivo direto, transfere-se a responsabilidade ao terceiro.
ou curatelados, nos atos em que intervierem ou não, ou pelas omissões de que forem responsáveis, somente
haverá nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte.
Repare que no final do caput do art. 134, uma informação adicional também nos foi dada: o terceiro deve
Gabarito: Errada intervir no ato que culminou no inadimplemento da obrigação ou se omitir de um dever que lhe cabe. Ou
seja, a atuação do terceiro possui relação com o nascimento da obrigação tributária e, se o contribuinte não
pagar, o terceiro se torna responsável.

Logo, podemos esquematizar os dois requisitos para que a dívida venha a ser exigida do responsável:
3 – Responsabilidade de Terceiros

Diferentemente do que vimos nos tópicos anteriores, em que há sucessão patrimonial e consequente
Impossibilidade de exigir a dívida do
responsabilidade, o que vamos estudar aqui é a responsabilização de pessoas (denominadas “terceiros”),
contribuinte
que possuem o dever de administrar os bens dos contribuintes, de representá-los. Responsabilidade “Solidária” de
Terceiros com Atuação REGULAR
Caso tais pessoas se omitam do seu dever, ainda que não atuem contrariamente à lei, devem ser (art. 134)
responsabilizadas, já que a elas foi confiada a gestão patrimonial. Colaborou, de algum modo, com o não
pagamento do tributo
Nesse rumo, a responsabilidade de terceiros foi dividida, no CTN, em duas partes: o art. 134 trata da
responsabilização por atuação regular, e o art. 135 se refere à responsabilidade de terceiros que agiram de
forma irregular, infringindo a lei, por exemplo.

Vamos estudá-los separadamente a partir deste momento. Deve ficar claro, quanto ao artigo em análise, que os responsáveis somente assumem o tributo devido e as
multas de caráter moratória, isto é, por mero atraso de pagamento. Isso porque o seu par. único estabelece
3.1 – Responsabilidade de terceiros com atuação regular que a responsabilidade decorrente do art. 134 só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter
moratório.
Vamos começar o estudo desse tipo de responsabilidade, analisando o caput do art. 134:

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação


principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
Os tabeliães, também conhecidos por notários, podem ficar responsáveis, por exemplo, quando não
exigirem (omissão) a comprovação de quitação dos tributos relativos a determinado imóvel, no momento da
transferência de sua propriedade.

Por fim, quando o CTN se referiu aos sócios de sociedade de pessoas, quis se referir àquelas sociedades em
que a responsabilidade dos sócios é ilimitada em relação à sociedade, ou seja, respondem pelas dívidas das
As multas por descumprimento de obrigações acessórias (que, como vimos, “convertem- sociedades com o próprio patrimônio.
se” em obrigação principal) não são transferidas nesse tipo de responsabilidade.
3.2 – Responsabilidade de terceiros com atuação irregular

Acabamos de estudar a responsabilidade “solidária” (que, na verdade, é subsidiária) dos terceiros que atuam
Nesse momento, você de estar se perguntando: quem são esses terceiros responsáveis? Nos incisos do art. ou se omitem, acarretando o não pagamento dos tributos devidos. Não houve, portanto, qualquer infração
134, o legislador elenca os terceiros que podem ser tornar responsáveis em relação à obrigação tributária. dolosa à lei ou excesso de poderes, por exemplo.
São eles:
A partir desse momento, veremos a responsabilidade pelos terceiros que agem com excesso de poderes ou
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; infração de lei, contrato social ou estatutos.

II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; Dessa forma, o art. 135 do CTN estabelece o seguinte:

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei,
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; contrato social ou estatutos:

V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; I - as pessoas referidas no artigo anterior (art. 134, estudado no tópico anterior);

VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre II - os mandatários, prepostos e empregados;
os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Observação: Lembre-se de que os menores, tutelados e curatelas, embora sejam


incapazes, possuem capacidade tributária passiva, em decorrência do disposto no art. 126
do CTN.

Em todos os casos, observe que o responsável exerce uma função de representação do contribuinte.
Repare que as pessoas mencionadas nos incisos II e III desse artigo não foram previstas na
Os pais, os tutores e os curadores, por exemplo, representam aqueles que são incapazes para praticar os responsabilidade “solidária” do art. 134. Isso cai em prova. Cuidado!
atos da vida civil (filhos menores, tutelados e curatelados).

O inventariante, por seu turno, exerce a função de gerir o patrimônio do espólio, podendo, por isso mesmo,
se tornar responsável quando colaborar para o inadimplemento da obrigação tributária principal (tributos
ou multas moratórias). Vamos imaginar que o diretor de uma empresa, embora não tenha poderes para adquirir imóveis sem
anuência dos sócios da pessoa jurídica, compra uma fazenda a fim de que os funcionários da organização
No que se refere aos síndicos e comissários, na legislação falimentar atual, são denominados Administrador tenham um local para o lazer. Como houve excesso de poder por parte do referido diretor, ele será
Judicial. Na falência, o administrador assume a administração dos bens da massa. Na recuperação judicial, o pessoalmente responsável pela obrigação tributária relativa ao ITBI, por conta da transmissão onerosa de
administrador judicial atua como auxiliar. bens imóveis.
Observe que não é difícil ilustrar uma situação em que ocorre a prática de um ato com excesso de poderes. 14. Ademais, a prática de ato ilícito imputável a um terceiro, posterior à ocorrência do fato
Porém, quanto à prática de infrações à legislação tributária, que também ensejam a responsabilidade pessoal gerador, não afasta a inadimplência (que é imputável à pessoa jurídica, e não ao respectivo
do agente, é importante tecermos alguns comentários. sócio-gerente) nem anula ou invalida o surgimento da obrigação tributária e a constituição do
respectivo crédito, o qual, portanto, subsiste normalmente.
Primeiramente, deve-se destacar que o mero descumprimento da obrigação tributária principal, ou seja, o
não pagamento do tributo, caso não haja dolo ou fraude, não caracteriza infração legal, de modo que a (...)
mora é da empresa, e o gestor não passa a ser pessoalmente responsabilizado. A jurisprudência atual do
STJ é pacificada quanto a isso: (STJ, Segunda Turma, REsp 1.455.490/PR, rel. Min. Herman Benjamin, Julgamento em
26/08/2014)
Súmula STJ 430 - O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
responsabilidade solidária do sócio-gerente. Ambas as súmulas acima citam o sócio-gerente. A propósito, nós vimos quem são os terceiros responsáveis
do art. 134, mas ainda não comentamos quem pode ser pessoalmente responsabilizado nos termos do art.
Agora, imaginemos o caso de uma empresa que simplesmente deixa de funcionar no seu endereço, ou seja, 135.
encerra suas atividades, deixando débitos tributários em aberto sem qualquer respaldo patrimonial como
garantia do pagamento da dívida. Neste caso, isso seria uma infração à lei? Saiba que todas as figuras citadas no art. 134 podem sofrer a responsabilização, caso ajam com excesso de
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Além disso, também podem ser responsabilizados
Esta situação retrata a famigerada dissolução irregular de uma pessoa jurídica que, para o STJ, configura os mandatários, prepostos e empregados, bem com os diretores (citado no nosso exemplo), gerentes ou
infração passível de responsabilização do sócio-gerente: representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Súmula STJ 435 - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente.

Em relação à dissolução irregular, em 2015, embora seja divergente do entendimento da 1ª Turma, a 2ª


Turma do STJ decidiu, por votação unânime, no REsp 1.520.257/SP, para caracterizar a responsabilidade do Os mandatários podem vir em provas como “procuradores”!
sócio-gerente não é necessário que ele já estivesse no comando da entidade no momento do fato gerador
das obrigações tributárias ou nas datas dos vencimentos dos respectivos débitos tributários, mas sim no
momento da prática da infração, isto é, ao tempo da dissolução irregular da sociedade.
Em relação aos sócios de uma empresa, é importante ter em mente que são as atividades desenvolvidas na
Observação: Pelo exposto, fica claro que não se pode responsabilizar toda e qualquer gestão da empresa que podem acarretar responsabilização pessoal, e não o simples fato de ser sócio. Por
pessoa que já tenha figurado como administrador de uma empresa em momentos conseguinte, o sócio-gerente pode ser responsabilizado, ao passo que o sócio-quotista não pode.
anteriores ou posteriores, nada tendo a ver com a prática dos ilícitos.
Destaque-se que a responsabilidade pessoal, prevista no art. 135, objeto de nosso estudo, abrange os
tributos, os juros e as multas, sejam elas de caráter moratório ou punitivo. Trata-se, na definição da doutrina
Talvez, em decorrência da leitura da Súmula 435 do STJ, você esteja se perguntando se o redirecionamento em geral, de uma modalidade de responsabilidade por substituição.
da execução fiscal para o sócio-gerente implicaria exclusão da pessoa jurídica do polo passivo. Não obstante
a redação do art. 135 mencione o termo “pessoalmente”, a jurisprudência do STJ indica que a pessoa
Observação: As multas punitivas também podem ser denominadas multas de ofício,
jurídica persiste no polo passivo da execução fiscal:
multas formais, multas fiscais ou até mesmo multas pessoais.
(...)

12. Não há sentido em concluir que a prática, pelo sócio-gerente, de ato ilícito (dissolução
irregular) constitui causa de exclusão da responsabilidade tributária da pessoa jurídica, fundada
em circunstância independente.

13. Em primeiro lugar, porque a legislação de Direito Material (Código Tributário Nacional e
legislação esparsa) não contém previsão legal nesse sentido.
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1º (que estabelece a exclusão da responsabilidade) deste artigo quando o
adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em
recuperação judicial;
(SEFAZ-AM/2022) A pessoa jurídica Espectro, em processo de falência, foi alienada judicialmente para a II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou
sociedade empresária Ômega, que manteve o mesmo nome e as mesmas lojas daquela. em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
Em relação aos tributos devidos, a empresa Ômega III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a
sucessão tributária.
A) responderá integralmente, por ter adquirido o fundo de comércio e os estabelecimentos.
Alternativa correta.
B) Responderá subsidiariamente com o alienante.
Alternativa E: Conforme o item anterior, se um dos sócios da Ômega (adquirente) também for sócio da
C) Só responderá se o alienante não continuar no mesmo ramo de comércio.
Espectro (sociedade em falência) teremos responsabilização dos tributos devidos. Alternativa errada.
D) Não responderá, por ter havido alienação judicial em processo de falência.
Gabarito: Letra D
E) Não responderá, mesmo que um de seus sócios seja sócio da sociedade empresária Espectro.
(SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) A atribuição de responsabilidade tributária solidária ao administrador da
Comentário: massa falida pelas penalidades tributárias por ela devidas se restringe às de caráter moratório.
Alternativa A: Perceba que a presente questão aborda a alienação feita judicialmente por processo de
Comentário: Trata-se da responsabilidade prevista no art. 134, V, do CTN, que abrange os tributos e
falência, e nessa hipótese, salvo as exceções previstas no §2º, art. 133, do CTN, o adquirente não tem
penalidades tributárias de caráter moratório. Quando a banca fala em responsabilidade solidária, indica
responsabilidade. Alternativa errada.
claramente que deseja como resposta o art. 134, do CTN.
Alternativa B: Pelo motivo da alienação judicial ter sido realizada em processo de falência não há
Gabarito: Correta
responsabilidade da adquirente, salvo as exceções previstas no §2º, art. 133, do CTN. Alternativa errada.
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) A responsabilidade tributária corresponde à imposição do pagamento do
Alternativa C: Conforme item anterior. Alternativa errada.
tributo a terceira pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação: é originária quando o
Alternativa D: Se a alienação não fosse em processo judicial aplicaríamos a inteligência do art. 133, I e II, do responsável é colocado diretamente na posição de sujeito passivo, como ocorre, por exemplo, no caso da
CTN. Confira: responsabilidade dos pais pelos tributos devidos pelos filhos menores.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de Comentário: A banca fez uma associação incorreta ao dizer que a responsabilidade dos pais pelos tributos
comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob devidos pelos filhos menores é originária, quando na realidade, é conhecida como responsabilidade por
a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo transferência, isto é, não surge diretamente com a ocorrência do fato gerador, mas depende de fato
ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: posterior para transferir ao responsável a obrigação de pagar o tributo.
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; Gabarito: Errada
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a (PGE-MT-Procurador/2016) A pessoa jurídica DAMALINDA, dedicada ao varejo de vestuários, é composta
contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. por dois sócios, um dos quais assumiu a administração da empresa conforme previsto em seus atos
Então, atenção hein, se não for processo de falência, a depender do alienante continuar ou não a exploração constitutivos. Em razão de dificuldades financeiras, essa empresa passou a interromper os recolhimentos do
de comércio, o adquirente pode responder integralmente ou subsidiariamente. Beleza?! ICMS, visando a obter recursos para o pagamento de seus empregados e fornecedores. Não obstante a
inadimplência, a empresa continuou a declarar o valor mensalmente devido. Após certo período de tempo,
Voltando ao contexto da questão, temos o processo de falência, vamos conferir o que prevê o CTN?! a atividade se revelou efetivamente inviável, e o administrador optou por encerrar suas atividades e fechou
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: todas as lojas, leiloando em um site de internet todo o saldo de estoques. A decisão deste administrador
I – em processo de falência; I. foi acertada, pois se a empresa estava em dificuldades não haveria motivo para continuar com as atividades
e incrementar ainda mais seu passivo tributário.
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
II. foi incorreta, pois ao simplesmente fechar as portas das lojas ficou caracterizada a dissolução irregular, o
Por conseguinte, a empresa Ômega não responderá pelos tributos devidos. que poderá justificar o futuro redirecionamento de execuções fiscais à pessoa física dos sócios.
Para completar o raciocínio, essa hipótese de não responsabilização do adquirente não é aplicada quando
tivermos, art. 133, § 2º, do CTN:
III. foi incorreta, pois o administrador poderia ter recorrido a remédios legais para a proteção de empresas
em dificuldade, tais como a recuperação de empresas e a falência, ao invés de simplesmente encerrar suas RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES
atividades sem a comunicação aos órgãos administrativos competentes.
IV. não alterou a situação legal do outro sócio no tocante à respectiva responsabilidade pelo crédito O CTN trata das responsabilidades por infrações nos arts. 136 e 137.
tributário, uma vez que todos os sócios respondem pelos débitos fiscais da sociedade.
Normalmente, quando uma pessoa pratica infrações tributárias, fica sujeita às penalidades pecuniárias. Ser
Está correto o que se afirma APENAS em
punido com multas é o mais corriqueiro. Contudo, há que se destacar que, no âmbito da legislação dos
a) I e IV. tributos incidentes sobre o comércio exterior, há infrações puníveis com penas de perdimento de
b) II e III. mercadorias ou veículos, e até outras que não possuem conteúdo pecuniário.

c) II. Nessa esteira, é importante entender que aquele que pratica infrações possui relação pessoal e direta com
d) III. o fato, o que o tornaria impreciso dizer que é “responsável”. Contudo, é assim que o CTN estabelece, e é o
que vamos levar para a nossa prova, não é mesmo?
e) IV.
Comentário: Pode-se dizer também que, como a pessoa é responsável pela infração desde o momento de sua prática, é
Item I: A decisão foi incorreta, pois o o administrador poderia ter recorrido a remédios legais para a proteção uma forma de responsabilidade por substituição.
de empresas em dificuldade, tais como a recuperação de empresas e a falência, ao invés de simplesmente
Pois bem, vamos ver então o que o CTN diz acerca dessa “responsabilidade”:
encerrar suas atividades sem a comunicação aos órgãos administrativos competentes. Item errado.
Item II: A decisão foi incorreta, mas o redirecionamento de execução fiscal só alcança o sócio-gerente. Da Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da
forma como foi redigida a assertiva, fica subentendido erroneamente que a execução fiscal pode recair sobre legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade,
qualquer sócio. Item errado. natureza e extensão dos efeitos do ato.
Item III: É exatamente a justificativa da primeira assertiva. Item correto.
Item IV: Somente os sócios que exercem a administração na sociedade podem ser pessoalmente Pode-se inferir do dispositivo que a responsabilidade por infrações tributárias é, via de regra, objetiva, ou
responsabilizados pelas dívidas da empresa. Item errado. seja, não se leva em consideração as características pessoais (subjetivas) do infrator e os efeitos que o ato
pode causar. Tudo isso, salvo disposição de lei em contrário, havendo, portanto, exceções, se forem
Gabarito: Letra D previstas em leis.

Observação: O entendimento desse assunto tornar-se-á mais compreensível quando


estudarmos a distinção entre Direito Tributário Penal e Direito Penal Tributário.

Deve ficar muito claro que não estamos tratando de tributo, mas de infrações e penalidades. Aí vai um
exemplo para ficar claro: o cidadão que recolhe imposto de renda durante o ano, em conformidade com a
legislação que rege tal imposto, mas que não presta a declaração ao Fisco na data correta, está sujeito à
penalidade pela infração à legislação tributária.

Nunca é tarde para se lembrar de que a lei mais benéfica sobre penalidades é aplicada retroativamente,
desde que o ato não esteja definitivamente julgado (art. 106, II, do CTN).

Além disso, a lei tributária que define infrações ou lhe comina penalidades deve ser interpretada em
benefício do infrator (acusado), quando houver dúvida sobre (art. 112, do CTN):

• a capitulação legal do fato;


• a natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
• a autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
• a natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação
Destaque-se que há duas exceções, que acabam por afastar o agente da responsabilidade pelas infrações
à legislação tributária: se forem praticadas no exercício regular da administração ou se for por cumprimento
de ordem expressa emitida por quem de direito.

A segunda hipótese se refere à infração em que o agente possui dolo específico, ou seja, age com uma
De qualquer modo, deve sempre ser conferido ao acusado o direito de defesa. finalidade específica. O dolo específico é um elemento subjetivo que, como regra, não está presente nas
infrações à legislação tributária, já que estas têm natureza objetiva (CTN, art. 136).

No entanto, lembre-se de que há possibilidade de as infrações à legislação tributária serem subjetivas (o art.
136 prevê a exceção). Portanto, sempre quando o elemento subjetivo (dolo específico) estiver presente na
legislação que preveja a infração, dizemos que o dolo específico é elementar, e a responsabilidade será
pessoal ao agente.
A responsabilidade pessoal do agente
Por último, a terceira hipótese se faz presente quando a infração decorra de dolo específico do
Em matéria tributária, a responsabilidade pelas infrações cabe a quem praticou o ato ilícito. Logo, se foi a representante contra seu representado. Portanto, se o tutor age com a finalidade especial de lesar o
pessoa jurídica, ela será responsabilizada, ainda que, na prática, seja uma pessoa natural que atue em nome tutelado, aquele responde, ainda que este seja o sujeito passivo direto da obrigação.
da empresa. A punição é aplicada ao sujeito passivo da obrigação tributária principal ou acessória, que não
foi cumprida. Essa é a regra! Do mesmo modo, se o diretor comete uma infração à legislação tributária, com o fim específico de prejudicar
a empresa na qual trabalha, responderá pessoalmente pela infração.
O art. 137 do CTN traz justamente a exceção à referida regra. São situações em que a responsabilidade é
pessoal do agente quanto à punição, permanecendo a pessoa jurídica na condição de sujeito passivo do Observação: As pessoas referidas no art. 137 são as mesmas que foram previstas no art.
tributo. 135.

As três hipóteses de responsabilização pessoal do agente são as seguintes:


Denúncia Espontânea
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
A denúncia espontânea é o instituto criado pelo CTN para que o contribuinte se redima das infrações
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando tributárias, confessando os ilícitos. Como consequência, a responsabilidade pela multa é afastada. Na
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, verdade, conforme entendimento do STJ (REsp 774.058/PR), a denúncia espontânea afasta tanto as multas
ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; moratórias como as punitivas.

II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;

III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:

a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
Denúncia espontânea = afastamento de todas as multas (moratórias e punitivas)
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou
empregadores;

c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado,


contra estas.
Há que se ressaltar que, para configurar a espontaneidade, o sujeito passivo deve se antecipar ao fisco, ou
A primeira se refere às infrações que foram definidas na lei penal como crimes ou contravenções. As penas seja, a denúncia espontânea deve ser feita antes de qualquer procedimento fiscalizatório.
previstas para os crimes e contravenções penais aplicam-se às pessoas naturais. O CTN, seguindo essa lógica,
também estabeleceu que a responsabilidade caberá ao agente. Obviamente, o infrator não é obrigado a “adivinhar” quando a sua espontaneidade fica afastada, sendo
necessário que a administração tributária comunique o sujeito passivo formalmente.
Com o início da fiscalização sobre certo contribuinte, lavra-se o Termo de Início de Fiscalização (CTN, art. Em relação aos tributos sujeitos a lançamento por declaração, vislumbra-se a possibilidade de utilização da
196), com data e hora, ficando claro a partir de que momento a espontaneidade fica excluída. denúncia espontânea em duas situações distintas: quando o fato gerador não tenha sido declarado pelo
contribuinte ou quando, após declaração, o contribuinte proceda à sua retificação, antes da atuação do
Observação: A denúncia espontânea deve ser feita antes do início de qualquer Fisco. Neste último caso, percebe-se que houve omissão parcial do montante a pagar.
procedimento fiscalizatório. Portanto, é errado afirmar que basta que seja formulada antes
da notificação de lançamento, tendo em vista que este é o resultado final da fiscalização, Por último, deve ser demonstrada a incompatibilidade da denúncia espontânea com os tributos lançados
e não o seu início. de ofício. Neste caso, o sujeito passivo não participa do lançamento tributário. Não são necessárias
informações prestadas pelo sujeito passivo para providenciar a constituição do crédito tributário, nem
mesmo a antecipação do pagamento do tributo. Portanto, qualquer infração relativa a esses tributos
Outro ponto digno de nota é que, com o início do procedimento de fiscalização, o sujeito passivo somente
(lançados de ofício), sempre ocorrerá após o lançamento.
perde o direito à denúncia espontânea em relação ao tributo objeto de apuração, bem como aos períodos
aos quais se refere. Logo, se o objeto da fiscalização é o IPI relativo ao ano de 2010, o sujeito passivo pode
utilizar da denúncia espontânea em relação ao IPI relativo ao ano de 2011, ou mesmo em relação a outros Direito Tributário Penal e Direito Penal Tributário
tributos.
Antes de finalizarmos o estudo da responsabilidade por infrações, você, meu aluno, minha aluna, não pode
Destaque-se que o art. 138 assevera que a denúncia espontânea deve ser feita acompanhada do pagamento ficar sem saber a distinção entre os conceitos de Direito Tributário Penal e Direito Penal Tributário.
do tributo e dos juros de mora. Caso o valor do tributo dependa de apuração, cabe ao sujeito passivo
depositar o valor arbitrado pela autoridade administrativa, como condição de ser beneficiado pela Primeiramente, cumpre-nos salientar que o Direito Tributário Penal está relacionado às infrações
denúncia espontânea. administrativas, passíveis de punição por penalidades pecuniárias (multas), as quais não deixam de ser
obrigações tributárias, conforme preceitua o § 1°, do art. 113, do CTN, cuja redação é a seguinte:
Nessa linha, o STJ (REsp 426.964/SC) já decidiu que o parcelamento não equivale ao pagamento do tributo,
não sendo suficiente para configurar a denúncia espontânea.
Art. 113:
Vamos nos atentar, ainda, para o entendimento do STJ, segundo o qual as disposições do CTN sobre a
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
denúncia espontânea não se aplicam ao cumprimento das obrigações acessórias. Faz todo o sentido, já que
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
se isso fosse permitido, a regra seria descumprir o prazo de entrega de declarações, por exemplo, fazendo a
dela decorrente.
denúncia poucos dias depois. Ou seja, a regra se tornaria o descumprimento dos prazos.
Diferentemente do que foi acima exposto, o Direito Penal Tributário constitui instituto do Direito Penal,
Aplicabilidade da Denúncia Espontânea aos Tributos Lançados por
disciplinando crimes contra a ordem tributária.
Homologação, por Declaração e de Ofício
A distinção relevante entre o Direito Tributário Penal e o Direito Penal Tributário é que, como já foi estudado
A denúncia espontânea é majoritariamente aplicável aos tributos lançados por homologação, tendo em vista por nós, naquele a responsabilidade do agente é objetiva e, neste, subjetiva.
a obrigação, neste caso, do sujeito passivo em declarar e pagar o tributo antecipadamente, sem prévio
exame da autoridade administrativa. Logo, a denúncia espontânea pode ser apresentada quando não Explique-se melhor: no Direito Tributário, se a infração foi cometida, haverá a respectiva responsabilização,
houver previamente a declaração por parte do sujeito passivo. independentemente da intenção do agente, conforme prevê o art. 136 do CTN. Por outro lado, no Direito
Penal, vigora o princípio da responsabilidade penal subjetiva, tomando relevância a intenção do agente. É
Por outro lado, o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por por esse motivo que a doutrina incansavelmente discute os elementos dolo e culpa, quando da prática de
homologação, quando, embora declarados, sejam pagos a destempo: determinado delito.

Súmula STJ 360 - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.

Ora, se fosse possível a denúncia espontânea nesses casos, o sujeito passivo declararia o débito
regularmente (após a ocorrência do fato gerador), sendo que esta declaração por si só já configuraria
espontaneidade. Assim, ele ficaria livre para recolher o tributo algum tempo depois, sem arcar com a multa
moratória (por atraso de pagamento). Muito injusto com quem paga tempestivamente seus tributos, não é
mesmo?
Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária
independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
Alternativa correta.
Gabarito: Letra D
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do
pagamento do tributo devido com juros de mora correspondentes, realizada até a conclusão do
Diferentemente do que ocorre no Direito Penal, a responsabilidade pelas infrações à procedimento administrativo ou da medida de fiscalização relacionada com a infração resulta na exclusão
legislação tributária independe do elemento volitivo. da responsabilidade do contribuinte pela infração.
Comentário: Na realidade, a denúncia espontânea somente se aplica antes de iniciado qualquer
procedimento administrativo referente à infração praticada pelo sujeito passivo, conforme estabelece o art.
138, par. único, do CTN.
Gabarito: Errada
(TRF4-Analista Judiciário/2019) No capítulo que trata de responsabilidade tributária, o Código Tributário
(TJ-MG/2022) Farmácia do Povo Ltda. é uma sociedade empresária limitada composta por 4 (quatro) sócios; Nacional (CTN) estabelece que
A, B, C e D. O sócio B é administrador. No exercício regular de suas atividades, o administrador da pessoa (A) a pessoa jurídica de direito privado que resultar de cisão, fusão ou incorporação de outra é responsável
jurídica deixou dolosamente de pagar o PIS nos anos 2017, 2018, 2019 e 2020, razão pela qual, após todas apenas pelos tributos devidos após a data do ato, sendo que os débitos anteriores ao ato são de
as medidas administrativas de fiscalização, e esgotadas as formas de recebimento dos valores em aberto, foi responsabilidade integral das pessoas jurídicas cindidas, fundidas ou incorporadas, e seus respectivos sócios,
ajuizada a competente ação de Execução Fiscal. titulares, controladores e gestores.
Sobre a situação apresentada, assinale a afirmativa correta. (B) a responsabilidade dos sucessores ocorre quando pessoa natural ou jurídica, de direito público ou
A) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou privado, adquire, em leilão judicial, fundo de comércio ou estabelecimento, comercial, industrial ou
contravenções, quando praticadas no exercício regular de administração, ou no cumprimento de ordem profissional, em processo de falência, e continua a exploração da respectiva atividade.
expressa emitida por quem de direito. (C) em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada
B) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de um ano, contado da data
culpa. de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos
que preferem ao tributário.
C) A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. (D) a responsabilidade relativa às infrações à legislação tributária é excluída na hipótese de denúncia
espontânea, desde que acompanhada de recolhimento, ou de parcelamento, do valor integral do tributo,
D) A responsabilidade por infrações da legislação tributária, salvo disposição de lei em contrário, independe
acrescido dos juros de mora e multa moratória devidos.
da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
(E) em regra, o crédito tributário não pode ser exigido de terceiro, que não seja o contribuinte ou o
Comentário:
responsável, mas admite tal cobrança, com caráter solidário e sem beneficio de ordem, em relação aos pais
Alternativa A: Conforme o art. 137, I, do CTN. A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações e avós pelos tributos devidos por seus filhos e netos menores e em relação aos sócios, pelos tributos devidos
conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de pela sociedade simples ou empresarial.
administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por
Comentário:
quem de direito. Alternativa errada.
Alternativa A: O art. 132, do CTN, estabelece que a responsabilidade transferida na sucessão empresarial
Alternativa B: A literalidade prevê que a responsabilidade é pessoal do agente quanto às infrações que
abrange os tributos devidos até a data da sucessão, e não após essa data. Alternativa errada.
decorram direta e exclusivamente de dolo específico, portanto o item erra quando afirma que é
exclusivamente de culpa. Alternativa errada. Alternativa B: Na aquisição em leilão judicial de fundo de comércio ou estabelecimento, em relação à pessoa
jurídica em processo de falência ou em recuperação judicial, como regra não existe responsabilidade do
Alternativa C: A denúncia espontânea exclui a responsabilidade quando for feita antes do início de qualquer
adquirente. Alternativa errada.
procedimento administrativo ou fiscalizatório. Art. 138, § único, do CTN. Alternativa errada.
Alternativa C: Trata-se do disposto no art. 133, § 3º, do CTN: Em processo da falência, o produto da alienação
Alternativa D: Essa é a literalidade do CTN, confira:
judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do
juízo de falência pelo prazo de 1 ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o
pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. Alternativa correta.
Alternativa D: Para exclusão da responsabilidade por infrações, a denúncia espontânea deve ser
acompanhada do pagamento integral, não se admitindo o parcelamento, acrescido dos juros de mora
apenas. Alternativa errada.
Alternativa E: O que o art. 134, I, do CTN, prevê é que, nos casos de impossibilidade de exigência do
cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis os pais, pelos tributos devidos por seus filhos
menores. Alternativa errada.
Gabarito: Letra C
(SEFAZ-SC-Auditor Fiscal/2018) Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), a responsabilidade por
infrações à legislação tributária
a) independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do
ato, exceto se houver lei em sentido contrário.
b) e comercial, depende da existência de dolo ou culpa, e do resultado econômico resultante, ainda que a lei
ordinária disponha de forma diversa.
c) e penal depende da intenção do agente e do resultado produzido.
d) depende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do
ato, ainda que a lei específica disponha de forma diversa.
e) e civil depende da ocorrência de culpa ou dolo, e do resultado ocorrido, exceto se houver lei em sentido
contrário.
Comentário: A responsabilidade por infrações à legislação tributária independe da intenção do agente ou do
responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, exceto se houver lei em sentido
contrário. É o que estabelece o art. 136, do CTN.
Gabarito: Letra A
(TCM-GO-Auditor de Controle Externo/2015) A responsabilidade é pessoal ao agente quanto às infrações
em cuja definição o dolo genérico do agente seja elementar (“responsabilidade por sucessão").
Comentário: O art. 137, II, do CTN, estabelece que a responsabilidade é pessoal ao agente quanto às
infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar.
Gabarito: Errada
(TRF - 4ª REGIÃO-Técnico Judiciário/2014) Sobre responsabilidade tributária, a responsabilidade pelo
pagamento do tributo, juros de mora e multa é excluída pela denúncia espontânea da infração.
Comentário: A denúncia espontânea da infração deve ser acompanhada do pagamento dos tributos e dos
juros de mora, excluindo apenas a responsabilidade pela multa.
Gabarito: Errada
Gabarito: Errada
QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS
3. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015
A sujeição passiva indireta pode ser fruto de uma responsabilidade por sucessão, o que caracteriza uma das
Responsabilidade Tributária modalidades de responsabilidade por transferência.

1. CESPE/TJ-BA-Juiz Estadual/2019 Comentário: De fato, a sujeição passiva indireta, ou seja, o responsável pode entrar em cena por conta da
responsabilidade por sucessão, sendo esta uma das modalidades de responsabilidade por transferência.
Por expressa previsão legal do CTN, entende-se como responsável tributário a pessoa que
a) figure como sujeito ativo de uma obrigação tributária acessória em razão da solidariedade, substituição Gabarito: Correta
tributária ou sucessão.
b) figure como sujeito ativo de uma obrigação tributária sem que tenha a obrigação de efetuar o pagamento 4. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
do crédito tributário. É possível que sujeito passivo de obrigação principal figure como responsável, ainda que a obrigação não
c) tenha relação pessoal direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador e seja obrigada ao decorra de disposição expressa em lei.
pagamento de uma penalidade pecuniária.
Comentário: Para que uma pessoa se torne sujeito passivo de obrigação tributária principal, na condição de
d) esteja obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária sem ter relação pessoal e direta responsável, é necessário que haja expressa disposição em lei, conforme preceitua o art. 121, par. único, II,
com a situação que constitua o respectivo fato gerador. combinado com o art. 128, ambos do CTN.
e) esteja obrigada a prestações que constituam o objeto de uma obrigação acessória.
Gabarito: Errada
Comentário:
5. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
Alternativa A: O responsável tributário é, na verdade, sujeito passivo da obrigação tributária. Alternativa De acordo com a sistemática do CTN, a lei pode atribuir expressamente a responsabilidade pelo crédito
errada. tributário a terceira pessoa, ainda que não vinculada ao fato gerador da obrigação.
Alternativa B: O responsável tributário é, na verdade, sujeito passivo da obrigação tributária. Alternativa Comentário: De acordo com o art. 128 do CTN, a terceira pessoa a quem a lei atribua a responsabilidade
errada. pelo crédito tributária deve possuir algum vínculo com a situação que constitua o fato gerador da obrigação.
Alternativa C: Esta definição corresponde ao contribuinte da obrigação tributária. Alternativa errada. Gabarito: Errada
Alternativa D: Realmente, o responsável tributário está sujeito ao pagamento de tributo ou penalidade 6. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
pecuniária sem ter relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
Alternativa correta. De acordo com o estabelecido no CTN, obrigação e responsabilidade tributária são equivalentes, não se
podendo atribuir responsabilidade tributária a terceira pessoa que não o contribuinte.
Alternativa E: O responsável é aquele sujeito ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (obrigação
principal) sem ter relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. Alternativa Comentário: Em primeiro lugar, o conceito de obrigação não se confunde com responsabilidade tributária.
errada. O CTN conceitua responsável como sendo a terceira pessoa que deve cumprir a obrigação tributária.

Gabarito: Letra D Gabarito: Errada

2. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


A responsabilidade tributária derivada é aquela que é transferida a terceiro que tenha ligação direta e
pessoal com o fato gerador da obrigação, sem que decorra de expressa previsão legal.

Comentário: A responsabilidade derivada está relacionada ao responsável, e não ao contribuinte, que seria
quem possui relação pessoal e direta com o fato gerador da obrigação.
Responsabilidade por Substituição Responsabilidade por Transferência

7. CESPE/SEFAZ-RS-Auditor-Fiscal/2019
Determinada lei estadual transferiu para momento posterior o pagamento de tributo referente à saída de 10. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020
mercadoria de produção própria entre um produtor e uma cooperativa. A sociedade empresária que tenha sócio remanescente de sociedade extinta e que explore a mesma
Nessa situação hipotética, verifica-se hipótese de responsabilidade por atividade não responde pelos débitos tributários desta.
a) transferência progressiva.
Comentário: O art. 132, par. único, do CTN, prevê que há responsabilidade em caso de extinção de pessoas
b) transferência de terceiros. jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio
c) substituição regressiva. remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

d) transferência regressiva. Gabarito: Errada


e) substituição progressiva.
11. CESPE/MPE-CE-Promotor de Justiça/2020
Comentário: O caso se refere à substituição tributária, devendo ser analisado se há substituição tributária João arrematou um imóvel em hasta pública, tendo descoberto posteriormente que havia dívidas de IPTU
progressiva ou regressiva. No caso, como houve um diferimento no pagamento do tributo, sendo pago por relativas ao imóvel, constituídas antes da data da arrematação e que não haviam sido informadas no leilão.
uma pessoa que recebe a mercadoria (em relação ao tributo devido na operação anterior), trata-se de Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), a sub-rogação do crédito
substituição tributária regressiva. tributário ocorrerá sobre
Gabarito: Letra C a) o patrimônio do arrematante, o qual passa a ser pessoalmente responsável pela dívida.
b) o patrimônio do proprietário anterior, o qual deverá responder sozinho pela dívida tributária.
8. CESPE/PGM-Fortaleza-Procurador/2017
c) o preço pago pelo arrematante, não devendo ser gerado qualquer gravame no imóvel.
A substituição tributária progressiva, modalidade de responsabilidade tributária por transferência, ocorre
d) o imóvel, sobre o qual incidirá o gravame, até o limite do seu valor.
quando a obrigação de pagar é adiada para momento posterior ao fato jurídico tributário.
e) o patrimônio tanto do proprietário anterior quanto do arrematante, sendo hipótese de responsabilidade
Comentário: Há duas imprecisões quanto ao que foi afirmado na questão: a substituição tributária não solidária.
configura modalidade de responsabilidade por transferência, evidentemente. Ademais, na substituição
tributária progressiva a obrigação de pagar é antecipada para momento anterior ao fato jurídico tributário. Comentário: O art. 130, par. único, do CTN, prevê que, no caso de arrematação em hasta pública, a sub-
rogação ocorre sobre o respectivo preço. Isso significa que o arrematante não responde pela dívida tributária
Gabarito: Errada anterior à arrematação, como é o caso de João. Por isso, a alternativa correta é a Letra C.

9. CESPE/PGE-BA-Procurador do Estado/2014 - Adaptada Gabarito: Letra C


No caso do tributo de ICMS, a substituição tributária para trás corresponde a uma espécie de
responsabilidade de terceiros por transferência. 12. CESPE/TJ-PR-Juiz Estadual/2019
A empresa X adquiriu todo o fundo de comércio da empresa Y e passou a explorar o negócio sob outra razão
Comentário: A substituição tributária para trás (ou regressiva), como o próprio nome já diz, se refere a uma social. Após a venda do fundo, Y encerrou regularmente suas atividades, sem que tenha havido falência ou
responsabilidade por substituição, e não por transferência. recuperação judicial.
De acordo com a jurisprudência majoritária do STJ, em relação a tributos e multas devidos pela empresa Y e
Gabarito: Errada
referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão, a empresa X responderá
a) apenas pelos tributos devidos, e não pelas multas moratórias ou punitivas.
b) pelos tributos devidos e pelas multas moratórias, mas não pelas multas punitivas.
c) pelos tributos devidos e pelas multas moratórias ou punitivas.
d) apenas pelas multas moratórias ou punitivas, e não pelos tributos devidos.
Comentário: Neste caso, o adquirente responde por ter continuado a exploração do negócio, ainda que sob do crédito tributário se o alienante cessar o exercício de qualquer atividade mercantil. É o que estabelece o
outra razão social. De acordo com a jurisprudência do STJ, a responsabilidade não se limita aos tributos, art. 133, I, do CTN.
como afirma o CTN, mas alcança também as multas moratórias ou punitivas.
Gabarito: Correta
Gabarito: Letra C
16. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014 - Adaptada
Decidido anteriormente pelo juízo de direito, nos autos da recuperação judicial, que o adquirente de unidade
produtiva via alienação naquele processo não responderia pelas obrigações do devedor (art. 60, parágrafo No caso de arrematação em hasta pública, é vedada em sub-rogação de impostos cujo fato gerador seja a
único, da Lei n.º 11.101/2005), tal deliberação sobrepõe-se a qualquer decisão sobre a matéria advinda de propriedade de bens imóveis.
juízos diversos, sob pena de inibição do propósito tutelar e da operacionalidade do mencionado diploma
legal. (AgRg no CC 112638 / RJ, Relator Ministro João Otávio de Noronha, Órgão Julgador S2 – Segunda Seção Comentário: No caso de arrematação em hasta pública, ocorre a sub-rogação sobre o respectivo preço,
do STJ, Data do Julgamento 10/8/2011) relativamente aos impostos e demais tributos relativos ao bem imóvel.

Tendo como referência inicial a jurisprudência apresentada, julgue os itens subsequentes. Gabarito: Errada
13. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016
17. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014
A referida jurisprudência não afasta a possibilidade de redirecionamento da execução fiscal contra os sócios
O produto da alienação judicial de empresa em processo da falência permanecerá em conta de depósito à
da sucessora.
disposição do juízo competente, pelo prazo um ano, contado da data de alienação.
Comentário: Na realidade, a jurisprudência do STJ afasta a possibilidade do redirecionamento da execução
Comentário: É o que consta no art. 133, § 3º, do CTN: Em processo da falência, o produto da alienação
fiscal contra os sócios da adquirente de unidade produtiva.
judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do
Gabarito: Errada juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado
para o pagamento de créditos extra concursais ou de créditos que preferem ao tributário.
14. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016
Gabarito: Correta
Na hipótese de o adquirente da referida unidade produtiva empresarial ser sócio da empresa submetida ao
processo de recuperação judicial, à sua responsabilidade tributária deverá ser destinado o mesmo 18. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014
tratamento que o destinado à responsabilidade do adquirente que for agente do devedor em recuperação
A pessoa jurídica que resultar de fusão de outra é responsável pelas pessoas jurídicas fusionadas e pelos
judicial.
tributos devidos pelo prazo de seis meses, contado da data do ato.
Comentário: Em ambos os casos, conforme prevê o art. 133, § 2º, I e III, do CTN, o adquirente torna-se
Comentário: No caso de sucessão empresarial, a responsabilidade da pessoa jurídica sucessora se restringe
responsável pelos tributos relativos à unidade produtiva empresarial. O objetivo é evitar que o sócio da
aos tributos devidos pela sucedida até a data do ato. É o que prevê o art. 132, caput, do CTN.
empresa submetida ao processo de recuperação judicial ou terceiros que tenham relação próxima com este
adquiram a referida unidade produtiva empresarial livre dos tributos devidos.
Gabarito: Errada
Gabarito: Correta
19. CESPE/PGE-BA-Procurador do Estado/2014
15. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016 Suponha que determinado empresário tenha adquirido o imóvel de um estabelecimento comercial
completamente vazio e tenha dado continuidade à exploração, sob outra razão social, do mesmo ramo do
A alienação de filial ou unidade produtiva isolada de uma empresa que sofre processos de execução fiscal —
comércio, e que os alienantes tenham prosseguido na exploração da atividade a partir do quinto mês após a
no caso de a sociedade empresária não estar submetida à falência ou processo de recuperação judicial —
alienação.
ensejará a
Considerando essa situação hipotética e aspectos gerais da sucessão empresarial, julgue: A sucessão
responsabilidade, por sucessão, do adquirente em relação à integridade do crédito tributário se o alienante
empresarial é uma forma de responsabilidade tributária por transferência, haja vista que a obrigação
cessar o exercício de qualquer atividade mercantil.
tributária nasce com o contribuinte, mas é transferida ao responsável.
Comentário: Não estando a sociedade empresária não estar submetida à falência ou processo de
Comentário: De fato, na sucessão empresarial, tem-se inicialmente determinada pessoa como sujeito
recuperação judicial, a aquisição de filial ou unidade produtiva isolada de uma empresa que sofre processos
passivo da obrigação tributária, qual seja aquela que tenha praticado a situação que ensejou a ocorrência do
de execução fiscal implica responsabilidade tributário por sucessão do adquirente em relação à integridade
respectivo fato gerador (contribuinte). Contudo, com a sucessão, outra pessoa assume o polo passivo da
obrigação tributária (responsável).
Responsabilidade de Terceiros

Gabarito: Correta 24. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020


A atribuição de responsabilidade tributária solidária ao administrador da massa falida pelas penalidades
20. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014
tributárias por ela devidas se restringe às de caráter moratório.
A massa falida é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da
sucessão. Comentário: Trata-se da responsabilidade prevista no art. 134, V, do CTN, que abrange os tributos e
penalidades tributárias de caráter moratório. Quando a banca fala em responsabilidade solidária, indica
Comentário: Na verdade, em se tratando de abertura da sucessão, não há que se falar em responsabilidade claramente que deseja como resposta o art. 134, do CTN.
da massa falida, mas sim do espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
Gabarito: Correta
Gabarito: Errada
25. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
21. CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011
A responsabilidade tributária corresponde à imposição do pagamento do tributo a terceira pessoa vinculada
Considere que Ômega tenha adquirido, a título oneroso, estabelecimento empresarial de Delta Auto Peças ao fato gerador da respectiva obrigação: é originária quando o responsável é colocado diretamente na
Ltda. e, após três meses, Delta tenha iniciado nova atividade empresarial, na área de venda de posição de sujeito passivo, como ocorre, por exemplo, no caso da responsabilidade dos pais pelos tributos
medicamentos. Nesse caso, Ômega será subsidiariamente responsável pelos débitos tributários devidos por devidos pelos filhos menores.
Delta até a data da alienação.
Comentário: A banca fez uma associação incorreta ao dizer que a responsabilidade dos pais pelos tributos
Comentário: Como a empresa alienante (Delta) iniciou nova atividade, ainda que em outro ramo, dentro do devidos pelos filhos menores é originária, quando na realidade, é conhecida como responsabilidade por
prazo de seis meses contados da data da alienação, a empresa adquirente apenas responde transferência, isto é, não surge diretamente com a ocorrência do fato gerador, mas depende de fato
subsidiariamente. posterior para transferir ao responsável a obrigação de pagar o tributo.

Gabarito: Correta Gabarito: Errada

22. CESPE/AGU/2012 26. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


O adquirente de um fundo de comércio é subsidiariamente responsável, juntamente com o alienante que A responsabilidade tributária por infração a lei tributária praticada por pessoa na gestão de sociedade
continue a exercer a atividade comercial em outro estado, pelos tributos devidos até a data da venda desse limitada ficará adstrita ao capital social devidamente integralizado.
fundo.
Comentário: Na realidade, se houve a prática de infração a lei tributária por pessoa na gestão da sociedade,
Comentário: Quando o alienante continua exercendo atividade comercial, ainda que em outro estado, o aplica-se o art. 135, III, do CTN, ou seja, o gestor é pessoalmente responsável pelo crédito correspondente
adquirente responde subsidiariamente. às obrigações tributárias resultantes da prática de tais atos.

Gabarito: Correta Gabarito: Errada

23. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012 27. CESPE/Câmara dos Deputados-Analista Legislativo/2014


O cônjuge meeiro é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da adjudicação A responsabilidade pessoal do sócio-administrador pelos débitos tributários da pessoa jurídica pode ser
ou da partilha, limitada a responsabilidade ao montante do quinhão, legado ou meação. reconhecida em caso de dissolução irregular da sociedade empresária, sendo pressuposto dessa
responsabilização a condição de sócio-administrador da empresa no momento da ocorrência da dissolução.
Comentário: A assertiva foi literalmente copiada do art. 131, II, do CTN. Lembre-se de que o cônjuge meeiro
também é sucessor tributário. Comentário: De acordo com a Súmula 435, do STJ, “presume-se dissolvida irregularmente a empresa que
deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
Gabarito: Correta redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente”. Veja que a responsabilidade decorre da condição
de sócio administrador da empresa, quando da ocorrência da dissolução irregular.
Gabarito: Correta Comentário: Embora o art. 134 estipule regras de responsabilidade solidárias de terceiros, devemos lembrar
que nem todas responsabilidades a cargo de terceiros são solidárias, como é o caso do art. 135 do CTN
28. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012 (responsabilização por praticar atos com excesso de poderes.
Os mandatários, prepostos e empregados são solidariamente responsáveis pelos créditos correspondentes
Gabarito: Errada
a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes.

Comentário: A responsabilidade, nesse caso, não é solidária, mas pessoal, o que torna a questão errada. 33. CESPE/PROCURADOR FEDERAL/2010
O sócio-administrador de sociedade limitada em débito com a fazenda pública federal, referente ao
Gabarito: Errada pagamento do IRPJ, é pessoal e solidariamente responsável pelos referidos débitos, quando contraídos
durante a sua administração.
29. CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013
Comentário: O entendimento do STJ, expresso na Súmula 430, é o de que o inadimplemento da obrigação
O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade gera, de forma automática, a responsabilidade
tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. A questão,
solidária do sócio-gerente.
portanto, está errada.
Comentário: O entendimento do STJ, expresso na Súmula 430, é o de que o inadimplemento da obrigação
Gabarito: Errada
tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. A questão,
portanto, está errada.

Gabarito: Errada
Responsabilidade por Infrações
30. CESPE/PROMOTOR-MP-RR/2011-Adaptada
Determinado consumidor, ávido por conseguir abatimento no preço de determinado produto, adquiriu a 34. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
mercadoria de estabelecimento comercial, aceitando nota fiscal emitida, por um dos sócios da sociedade A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido com juros
comercial, no valor da metade da venda efetivamente realizada, o que reduziu os tributos incidentes sobre de mora correspondentes, realizada até a conclusão do procedimento administrativo ou da medida de
a operação comercial e possibilitou a concessão do desconto. Com base na situação hipotética acima fiscalização relacionada com a infração resulta na exclusão da responsabilidade do contribuinte pela
apresentada, julgue a assertiva a seguir. Além de responder pessoalmente pela dívida da sociedade, o sócio infração.
que realizou a venda subfaturada responderá pela prática de crime contra a ordem tributária.
Comentário: Na realidade, a denúncia espontânea somente se aplica antes de iniciado qualquer
Comentário: Com base no art. 137, I, do CTN, o agente (o sócio) responderá pessoalmente pela infração procedimento administrativo referente à infração praticada pelo sujeito passivo, conforme estabelece o art.
praticada, sem excluir a responsabilidade na esfera penal. 138, par. único, do CTN.
Gabarito: Correta Gabarito: Errada

31. CESPE/DPDF/2013 35. CESPE/SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019


A responsabilidade dos pais pelos tributos devidos pelos filhos é, de acordo com o CTN, solidária e pessoal. Verificada situação que enseje a imposição de multa em decorrência de infração tributária legalmente
prevista, a administração tributária poderá impor a penalidade considerando
Comentário: A responsabilidade dos pais pelos tributos devidos pelos filhos é solidária, e não pessoal.
a) a intenção do agente causador.
Gabarito: Errada b) a efetividade do ato.

32. CESPE/AGU/2012 c) a natureza do ato.

A responsabilidade tributária de terceiros é solidária. d) a extensão dos efeitos do ato.


e) a ocorrência do ato.
Comentário: De acordo com o art. 136, do CTN, salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por 39. CESPE/PGE-BA-Procurador do Estado/2014
infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade,
natureza e extensão dos efeitos do ato. Assim, para imposição de multa, considera-se simplesmente a Determinado contribuinte solicitou parcelamento de dívida logo após a lavratura do auto de infração pelo
ocorrência do ato (infração). Fisco contra ele, no qual lhe fora imputada fraude em razão de práticas fiscais que acarretaram a supressão
de tributos.
Gabarito: Letra E Com base nessa situação hipotética, julgue: O pedido de parcelamento gera o benefício da espontaneidade
para o contribuinte, que se verá livre das multas aplicadas pelo descumprimento das normas tributárias,
36. CESPE/Pref. Campo Grande-MT/2019 especialmente aquela correspondente à fraude praticada.
Situação hipotética: Pedro deve R$ 50.000 de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
à prefeitura de determinado município brasileiro e soube por telejornal que a administração tributária Comentário: Como o auto de infração já havia sido lavrado, não há que se falar em aplicabilidade da denúncia
municipal havia determinado a instauração de processo administrativo para o lançamento dos créditos espontânea. Ademais, o pedido de parcelamento não é suficiente para caracterizar a denúncia espontânea,
municipais não pagos, o que inclui o débito de Pedro. sendo necessário o pagamento integral do tributo e dos juros de mora.

Assertiva: Até que se inicie o referido procedimento administrativo, com a formalização de notificação, a Gabarito: Errada
responsabilidade de Pedro será excluída se houver denúncia espontânea.
40. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014
Comentário: A denúncia espontânea apenas deixa de ser aplicável quando apresentada após o início de
qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. É o que prevê Como regra geral, a responsabilidade por infrações da legislação tributária depende do dolo do agente ou
o art. 138, do CTN. Logo, a denúncia espontânea abrange a situação de Pedro. do responsável.

Gabarito: Correta Comentário: De acordo com o que prevê o art. 136, caput, do CTN, salvo disposição de lei em contrário, a
responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável
37. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015 e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.

A responsabilidade tributária por infração implica solidariedade da sociedade com o gestor que cometer Gabarito: Errada
infração no pagamento dos tributos.
41. CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012
Comentário: O art. 137, do CTN, elenca diversas situações em que a responsabilidade tributária pela infração
é pessoal ao agente. Por tal motivo, já podemos descartar a redação da questão, por mencionar que a Aplica-se o benefício da denúncia espontânea aos tributos sujeitos a lançamento por homologação
responsabilidade é solidária da sociedade com o gestor que cometeu a infração. regularmente declarados, mas pagos a destempo.

Gabarito: Errada Comentário: A Súmula 360 do STJ estabelece que o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos
tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.
38. CESPE/PGE-PI-Procurador do Estado Substituto/2014
Gabarito: Errada
A responsabilidade por infrações é elidida pela denúncia espontânea do contribuinte acompanhada do
pagamento, ainda que parcial, do crédito tributário devido, não se considerando espontânea a denúncia da 42. CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011
prática infracional ocorrida após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização.
A responsabilidade do agente por infrações é excluída pela denúncia espontânea, que deve ser apresentada
Comentário: Realmente, não se considera espontânea a denúncia da prática infracional ocorrida após o antes da propositura da ação penal, em relação às conceituadas por lei como crimes.
início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização. Contudo, a responsabilidade por
infrações só é excluída se for acompanhada do pagamento total do tributo e dos juros de mora, conforme Comentário: Na realidade, a denúncia espontânea deve ser apresentada antes do início de qualquer
estabelece o art. 138, do CTN. procedimento fiscal.

Gabarito: Errada Gabarito: Errada


6. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES
De acordo com o estabelecido no CTN, obrigação e responsabilidade tributária são equivalentes, não se
podendo atribuir responsabilidade tributária a terceira pessoa que não o contribuinte.
Responsabilidade Tributária

1. CESPE/TJ-BA-Juiz Estadual/2019
Responsabilidade por Substituição
Por expressa previsão legal do CTN, entende-se como responsável tributário a pessoa que
a) figure como sujeito ativo de uma obrigação tributária acessória em razão da solidariedade, substituição 7. CESPE/SEFAZ-RS-Auditor-Fiscal/2019
tributária ou sucessão.
Determinada lei estadual transferiu para momento posterior o pagamento de tributo referente à saída de
b) figure como sujeito ativo de uma obrigação tributária sem que tenha a obrigação de efetuar o pagamento mercadoria de produção própria entre um produtor e uma cooperativa.
do crédito tributário.
Nessa situação hipotética, verifica-se hipótese de responsabilidade por
c) tenha relação pessoal direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador e seja obrigada ao
pagamento de uma penalidade pecuniária. a) transferência progressiva.

d) esteja obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária sem ter relação pessoal e direta b) transferência de terceiros.
com a situação que constitua o respectivo fato gerador. c) substituição regressiva.
e) esteja obrigada a prestações que constituam o objeto de uma obrigação acessória. d) transferência regressiva.
e) substituição progressiva.
2. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015
A responsabilidade tributária derivada é aquela que é transferida a terceiro que tenha ligação direta e
8. CESPE/PGM-Fortaleza-Procurador/2017
pessoal com o fato gerador da obrigação, sem que decorra de expressa previsão legal.
A substituição tributária progressiva, modalidade de responsabilidade tributária por transferência, ocorre
quando a obrigação de pagar é adiada para momento posterior ao fato jurídico tributário.
3. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015
A sujeição passiva indireta pode ser fruto de uma responsabilidade por sucessão, o que caracteriza uma das
modalidades de responsabilidade por transferência. 9. CESPE/PGE-BA-Procurador do Estado/2014 - Adaptada
No caso do tributo de ICMS, a substituição tributária para trás corresponde a uma espécie de
responsabilidade de terceiros por transferência.
4. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
É possível que sujeito passivo de obrigação principal figure como responsável, ainda que a obrigação não
decorra de disposição expressa em lei.
Responsabilidade por Transferência

5. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
De acordo com a sistemática do CTN, a lei pode atribuir expressamente a responsabilidade pelo crédito 10. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020
tributário a terceira pessoa, ainda que não vinculada ao fato gerador da obrigação. A sociedade empresária que tenha sócio remanescente de sociedade extinta e que explore a mesma
atividade não responde pelos débitos tributários desta.
11. CESPE/MPE-CE-Promotor de Justiça/2020 14. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016
João arrematou um imóvel em hasta pública, tendo descoberto posteriormente que havia dívidas de IPTU Na hipótese de o adquirente da referida unidade produtiva empresarial ser sócio da empresa submetida ao
relativas ao imóvel, constituídas antes da data da arrematação e que não haviam sido informadas no leilão. processo de recuperação judicial, à sua responsabilidade tributária deverá ser destinado o mesmo
Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), a sub-rogação do crédito tratamento que o destinado à responsabilidade do adquirente que for agente do devedor em recuperação
tributário ocorrerá sobre judicial.
a) o patrimônio do arrematante, o qual passa a ser pessoalmente responsável pela dívida.
b) o patrimônio do proprietário anterior, o qual deverá responder sozinho pela dívida tributária.
15. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016
c) o preço pago pelo arrematante, não devendo ser gerado qualquer gravame no imóvel.
A alienação de filial ou unidade produtiva isolada de uma empresa que sofre processos de execução fiscal —
d) o imóvel, sobre o qual incidirá o gravame, até o limite do seu valor. no caso de a sociedade empresária não estar submetida à falência ou processo de recuperação judicial —
e) o patrimônio tanto do proprietário anterior quanto do arrematante, sendo hipótese de responsabilidade ensejará a
solidária. responsabilidade, por sucessão, do adquirente em relação à integridade do crédito tributário se o alienante
cessar o exercício de qualquer atividade mercantil.

12. CESPE/TJ-PR-Juiz Estadual/2019


A empresa X adquiriu todo o fundo de comércio da empresa Y e passou a explorar o negócio sob outra razão 16. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014 - Adaptada
social. Após a venda do fundo, Y encerrou regularmente suas atividades, sem que tenha havido falência ou No caso de arrematação em hasta pública, é vedada em sub-rogação de impostos cujo fato gerador seja a
recuperação judicial. propriedade de bens imóveis.
De acordo com a jurisprudência majoritária do STJ, em relação a tributos e multas devidos pela empresa Y e
referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão, a empresa X responderá
a) apenas pelos tributos devidos, e não pelas multas moratórias ou punitivas. 17. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014
b) pelos tributos devidos e pelas multas moratórias, mas não pelas multas punitivas. O produto da alienação judicial de empresa em processo da falência permanecerá em conta de depósito à
disposição do juízo competente, pelo prazo um ano, contado da data de alienação.
c) pelos tributos devidos e pelas multas moratórias ou punitivas.
d) apenas pelas multas moratórias ou punitivas, e não pelos tributos devidos.
18. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014

Decidido anteriormente pelo juízo de direito, nos autos da recuperação judicial, que o adquirente de unidade A pessoa jurídica que resultar de fusão de outra é responsável pelas pessoas jurídicas fusionadas e pelos
produtiva via alienação naquele processo não responderia pelas obrigações do devedor (art. 60, parágrafo tributos devidos pelo prazo de seis meses, contado da data do ato.
único, da Lei n.º 11.101/2005), tal deliberação sobrepõe-se a qualquer decisão sobre a matéria advinda de
juízos diversos, sob pena de inibição do propósito tutelar e da operacionalidade do mencionado diploma
legal. (AgRg no CC 112638 / RJ, Relator Ministro João Otávio de Noronha, Órgão Julgador S2 – Segunda Seção 19. CESPE/PGE-BA-Procurador do Estado/2014
do STJ, Data do Julgamento 10/8/2011)
Suponha que determinado empresário tenha adquirido o imóvel de um estabelecimento comercial
Tendo como referência inicial a jurisprudência apresentada, julgue os itens subsequentes. completamente vazio e tenha dado continuidade à exploração, sob outra razão social, do mesmo ramo do
comércio, e que os alienantes tenham prosseguido na exploração da atividade a partir do quinto mês após a
13. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016
alienação.
A referida jurisprudência não afasta a possibilidade de redirecionamento da execução fiscal contra os sócios
Considerando essa situação hipotética e aspectos gerais da sucessão empresarial, julgue: A sucessão
da sucessora.
empresarial é uma forma de responsabilidade tributária por transferência, haja vista que a obrigação
tributária nasce com o contribuinte, mas é transferida ao responsável.
20. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014 27. CESPE/Câmara dos Deputados-Analista Legislativo/2014
A massa falida é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da A responsabilidade pessoal do sócio-administrador pelos débitos tributários da pessoa jurídica pode ser
sucessão. reconhecida em caso de dissolução irregular da sociedade empresária, sendo pressuposto dessa
responsabilização a condição de sócio-administrador da empresa no momento da ocorrência da dissolução.

21. CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011


Considere que Ômega tenha adquirido, a título oneroso, estabelecimento empresarial de Delta Auto Peças 28. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
Ltda. e, após três meses, Delta tenha iniciado nova atividade empresarial, na área de venda de Os mandatários, prepostos e empregados são solidariamente responsáveis pelos créditos correspondentes
medicamentos. Nesse caso, Ômega será subsidiariamente responsável pelos débitos tributários devidos por a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes.
Delta até a data da alienação.

29. CESPE/JUIZ-TJ-MA/2013
22. CESPE/AGU/2012 O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade gera, de forma automática, a responsabilidade
O adquirente de um fundo de comércio é subsidiariamente responsável, juntamente com o alienante que solidária do sócio-gerente.
continue a exercer a atividade comercial em outro estado, pelos tributos devidos até a data da venda desse
fundo.
30. CESPE/PROMOTOR-MP-RR/2011-Adaptada
Determinado consumidor, ávido por conseguir abatimento no preço de determinado produto, adquiriu a
23. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012 mercadoria de estabelecimento comercial, aceitando nota fiscal emitida, por um dos sócios da sociedade
O cônjuge meeiro é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da adjudicação comercial, no valor da metade da venda efetivamente realizada, o que reduziu os tributos incidentes sobre
ou da partilha, limitada a responsabilidade ao montante do quinhão, legado ou meação. a operação comercial e possibilitou a concessão do desconto. Com base na situação hipotética acima
apresentada, julgue a assertiva a seguir. Além de responder pessoalmente pela dívida da sociedade, o sócio
que realizou a venda subfaturada responderá pela prática de crime contra a ordem tributária.

Responsabilidade de Terceiros
31. CESPE/DPDF/2013
24. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020
A responsabilidade dos pais pelos tributos devidos pelos filhos é, de acordo com o CTN, solidária e pessoal.
A atribuição de responsabilidade tributária solidária ao administrador da massa falida pelas penalidades
tributárias por ela devidas se restringe às de caráter moratório.
32. CESPE/AGU/2012
A responsabilidade tributária de terceiros é solidária.
25. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
A responsabilidade tributária corresponde à imposição do pagamento do tributo a terceira pessoa vinculada
ao fato gerador da respectiva obrigação: é originária quando o responsável é colocado diretamente na
33. CESPE/PROCURADOR FEDERAL/2010
posição de sujeito passivo, como ocorre, por exemplo, no caso da responsabilidade dos pais pelos tributos
devidos pelos filhos menores. O sócio-administrador de sociedade limitada em débito com a fazenda pública federal, referente ao
pagamento do IRPJ, é pessoal e solidariamente responsável pelos referidos débitos, quando contraídos
durante a sua administração.
26. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015
A responsabilidade tributária por infração a lei tributária praticada por pessoa na gestão de sociedade
limitada ficará adstrita ao capital social devidamente integralizado.
Responsabilidade por Infrações 39. CESPE/PGE-BA-Procurador do Estado/2014
Determinado contribuinte solicitou parcelamento de dívida logo após a lavratura do auto de infração pelo
Fisco contra ele, no qual lhe fora imputada fraude em razão de práticas fiscais que acarretaram a supressão
34. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
de tributos.
A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido com juros
Com base nessa situação hipotética, julgue: O pedido de parcelamento gera o benefício da espontaneidade
de mora correspondentes, realizada até a conclusão do procedimento administrativo ou da medida de
para o contribuinte, que se verá livre das multas aplicadas pelo descumprimento das normas tributárias,
fiscalização relacionada com a infração resulta na exclusão da responsabilidade do contribuinte pela
especialmente aquela correspondente à fraude praticada.
infração.

40. CESPE/TJ-DF-Titular de Serviços de Notas e de Registros /2014


35. CESPE/SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019
Como regra geral, a responsabilidade por infrações da legislação tributária depende do dolo do agente ou
Verificada situação que enseje a imposição de multa em decorrência de infração tributária legalmente
do responsável.
prevista, a administração tributária poderá impor a penalidade considerando
a) a intenção do agente causador.
b) a efetividade do ato. 41. CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012
c) a natureza do ato. Aplica-se o benefício da denúncia espontânea aos tributos sujeitos a lançamento por homologação
d) a extensão dos efeitos do ato. regularmente declarados, mas pagos a destempo.
e) a ocorrência do ato.

42. CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011


36. CESPE/Pref. Campo Grande-MT/2019 A responsabilidade do agente por infrações é excluída pela denúncia espontânea, que deve ser apresentada
antes da propositura da ação penal, em relação às conceituadas por lei como crimes.
Situação hipotética: Pedro deve R$ 50.000 de imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
à prefeitura de determinado município brasileiro e soube por telejornal que a administração tributária
municipal havia determinado a instauração de processo administrativo para o lançamento dos créditos
municipais não pagos, o que inclui o débito de Pedro.
Assertiva: Até que se inicie o referido procedimento administrativo, com a formalização de notificação, a
responsabilidade de Pedro será excluída se houver denúncia espontânea.

37. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


A responsabilidade tributária por infração implica solidariedade da sociedade com o gestor que cometer
infração no pagamento dos tributos.

38. CESPE/PGE-PI-Procurador do Estado Substituto/2014


A responsabilidade por infrações é elidida pela denúncia espontânea do contribuinte acompanhada do
pagamento, ainda que parcial, do crédito tributário devido, não se considerando espontânea a denúncia da
prática infracional ocorrida após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização.
GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

1. D 15. C 29. E
2. E 16. E 30. C
3. C 17. C 31. E
4. E 18. E 32. E
5. E 19. C 33. E
6. E 20. E 34. E
7. C 21. C 35. E
8. E 22. C 36. C
9. E 23. C 37. E
10. E 24. C 38. E
11. C 25. E 39. E
12. C 26. E 40. E
13. E 27. C 41. E
14. C 28. E 42. E

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