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ANDRADE, L. o Quebra-Cabeça Das Modalidades Organizativas (Nova Escola) PDF

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organizativas

Publicado em NOVA ESCOLA Edição 21, 06 de Janeiro | 2016

Sala de aula

O quebra-cabeça das modalidades


organizativas
Integrar atividades permanentes, sequências didáticas e projetos de ensino
requer planejamento e conhecimento claro dos conteúdos
Luiza Andrade
Arthur Guimarães

Você já sabe o que ensinar ao longo do ano com base nas expectativas de aprendizagem de cada
disciplina. Falta agora saber como colocar tudo isso em prática no dia-a-dia da sala de aula. A
pesquisadora argentina Delia Lerner classificou o trabalho em classe em três grandes blocos -
atividades permanentes, sequências didáticas e projetos didáticos -, que hoje são conhecidos como
modalidades organizativas. Como em um jogo de encaixar peças, planejar o uso dos três ao longo do
ano exige visão global do processo e capacidade de projetar cenários e encadear situações, pois eles
são módulos complementares que podem ser interligados ou usados sepa- radamente, em montagens
que devem levar em consideração os objetivos e os conteúdos a trabalhar.

"Toda essa rede de atividades tem de estar desenhada antes mesmo de começar o ano letivo. De
preferência, numa tabela. O ideal é começar do todo e ir aos poucos, criando as ramificações. Fazer
esse tipo de previsão ajuda a guiar os passos, evita a sobreposição de assuntos e clareia o ponto de
partida e o de chegada", explica Andrea Guida, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e
Documentação para Ação Comunitária.

Para ela, esse tipo de organização deve ser compartilhado por todos os professores,
independentemente de série ou disciplina. "Planejar dessa forma ajuda a pensar o progresso dos
alunos e favorece a retomada consciente de conteúdos durante a vida escolar. Se determinada turma
leu muitos contos de fadas no 1º ano, vai realizar mais facilmente um projeto de produção de um livro
quando chegar ao 2º", exemplifica. "Mas estabelecer esse tipo de rotina não significa criar uma camisa
de força. A ideia é programar cada detalhe, com materiais e abordagens pré-analisadas e estudadas,
mas saber que imprevistos podem surgir."

As definições e especificidades de cada uma das modalidades organizativas são bem claras. As
atividades permanentes devem ser realizadas regularmente (todo dia, uma vez por semana ou a cada
15 dias). Normalmente, não estão ligadas a um projeto e, por isso, têm certa autonomia. As atividades
servem para familiarizar os alunos com determinados conteúdos e construir hábitos. Por exemplo: a
leitura diária em voz alta faz com que os estudantes aprendam mais sobre a linguagem e desenvolvam
comportamentos leitores. Ao planejar esse tipo de tarefa, é essencial saber o que se quer alcançar, que
materiais usar e quanto tempo tudo vai durar. Vale sempre contar para as crianças que a atividade em
questão será recorrente - ao longo do semestre ou mesmo do ano todo.

Já a sequência didática é um conjunto de propostas com ordem crescente de dificuldade. Cada passo
permite que o próximo seja realizado. Os objetivos são focar conteúdos mais específicos, com começo,
meio e fim (por exemplo, a regularidade ortográfica). Em sua organização, é preciso prever esse tempo
e como distribuir as sequências em meio às atividades permanentes e aos projetos. É comum
confundir essa modalidade com o que é feito no dia-a-dia. A questão é: há continuidade? Se a resposta
for não, você está usando uma coleção de atividades com a cara de sequência.

Por fim, temos o projeto didático, modalidade que muitas vezes se confunde com os projetos
institucionais (que envolvem a escola toda). Suas principais características são a existência de um
produto final e objetivos mais abrangentes. Os erros mais comuns em sua execução são certo descaso
pelo processo de aprendizagem, com um excessivo cuidado em relação à chamada culminância.

"A feira de ciência ou a olimpíada escolar são exemplos marcantes. É comum encontrar muita torcida
nas quadras sem que os estudantes tenham de fato aprendido Ciências ou desenvolvido habilidades
esportivas. A proposta não é fazer algo bonito, mas conduzir uma série de tarefas que resultem em
algo concreto", orienta Andrea. "A integração com outros professores é indicada em alguns projetos
por permitir a troca de experiências. Mas é essencial sempre envolver a coordenação pedagógica."

Nos projetos de ensino, há ainda a pretensão de atingir propósitos didáticos e sociais. Um exemplo é o
projeto de leitura e escrita em que a classe produz um livro de receitas (além de aprender a ler e
escrever, a criança tem a oportunidade de mostrar aos familiares como aproveitar melhor os
alimentos). Confira abaixo alguns exemplos de como conciliar as modalidades organizativas em cada
uma das disciplinas do Ensino Fundamental.

Arte

Pintura em análises de obras e em atividades práticas

No 1º e 2º ano do Ensino Fundamental, as aulas de Arte podem ser planejadas com se-quências
didáticas. A que trata da pintura, com duração de aproximadamente um mês, pode iniciar o trabalho.
Antes de mais nada, o professor apresenta a proposta, os objetivos e os materiais a ser utilizados (tipos
de suporte, ferramentas e tintas). O pincel é o primeiro instrumento abordado. "O educador conta um
pouco sobre a história dele e mostra algumas imagens de telas de diferentes estilos, de autoria de
Monet, Seurat, Van Gogh e Nuno Ramos, por exemplo", sugere Mariza Szpigel, selecionadora do Prêmio
Victor Civita - Educador Nota 10.

O docente pode propor que as crianças observem variados tipos de pincelada: as pequenas, as
grossas, as imperceptíveis, os pontinhos etc. O próximo passo é colocar a turma para testá-las, mas
ainda somente com uma cor de guache. Na segunda aula, a proposta é aumentar a dificuldade,
trabalhando com o rolinho e o pincel e cores diferentes. Após a realização dessas pinturas, o ideal é
selecionar resultados bem distintos para a análise. Como a turma procedeu em relação ao uso das
cores? Fez mistura? Quais foram usadas? Não fez? Adotou justa ou sobreposição? "É importante que os
alunos discutam as formas de utilização das ferramentas e digam quais acharam melhor para pintar
áreas grandes e quais para figuras", diz.

Na terceira e última etapa, a tarefa é usar rolinho e pincel grosso e fino. O momento seguinte é
dedicado à reflexão sobre as variáveis estudadas no processo. "Se um aluno disser que o rolinho é
bom para pintar o fundo, vale solicitar que todos procurem um trabalho em que isso aconteceu",
sugere Mariza. Apesar da diversidade analisada, é importante que uma atividade permanente de
pintura permeie a sequência. "A turma coloca em prática as técnicas de que mais gostou. Ajuda a
individualizar a criação."

O uso de diferentes materiais é trabalhado com turmas de 1º e 2º anos em uma sequência


didática de um mês de duração, com complexidade progressiva. Enquanto testam os jeitos
de pintar, os alunos desenvolvem a individualidade de criação em atividades permanentes

Língua Portuguesa

Projeto para fazer um jornal da classe prevê muita leitura

A leitura e a produção de textos são conteúdos a ser trabalhados durante todo o ano. Textos
jornalísticos, especificamente, podem ser abordados em um projeto anual com alunos de 8º e 9º anos.
O produto final é o jornal da classe. Uma atividade permanente de leitura desse tipo de mídia é
essencial para permear todo o primeiro semestre. "O professor ou os estudantes podem trazer diária
ou semanalmente jornais para serem lidos e debatidos em conjunto", sugere Heloisa Ramos,
formadora do projeto Letras de Luz, da Fundação Victor Civita. Dessa forma, os estudantes vão
aprender os jargões jornalísticos e as particularidades dessa produção, como o uso de legendas,
subtítulos e olhos de página.

No segundo semestre, Heloisa sugere tratar de diferentes gêneros: notícia, entrevista, crônica ou
editorial. A ordem pode variar desde que se assegure que as etapas não sejam feitas em paralelo.
"Cada uma pode levar cerca de dois meses. O importante é ter consciência de que elas são
independentes e têm seu fim", argumenta. Para que os alunos aprendam efetivamente a escrever os
quatro tipos de texto, é necessário planejar diversas sequências didáticas em que são abordados os
perfis de cada um.

No estudo sobre as notícias, por exemplo, a sequência pode começar com uma discussão sobre o que
os estudantes já sabem sobre o gênero. Em seguida, o ideal é, com base nesses diversos modelos,
analisar as características do gênero e elencá-las. Depois, vêm as produções textuais com esse modo
de escrita jornalística, em que são trabalhados conteúdos, como a pontuação. "A avaliação é primordial
para saber se houve avanço." Depois de sequências sobre os outros tipos de texto a ser abordados, os
alunos devem estar aptos a compreender os formatos e propósitos e produzir dentro de suas
características. A montagem do jornal, produto final do projeto serve para comunicar o que foi
aprendido.

Para trabalhar a produção e análise de textos jornalísticos com alunos de 8º e 9º anos, é


possível fazer um projeto para criar um jornal. Dele, derivam sequências didáticas para
estudar notícia, entrevista, crônica etc. Uma atividade permanente de leitura ajuda a criar
familiaridade com esse portador

Matemática

Trabalhar o cálculo mental sem decorar resultados

Ao trabalhar o cálculo mental com turmas de 4º ano, o professor precisa ter em mente que é
necessário organizar o tempo em atividades permanentes e sequências didáticas. Na primeira
modalidade, entram situações que favorecem a memorização de resultados - como as tabuadas - e
ajudam o aluno a responder, rapidamente, os resultados de algumas contas.

No momento da atividade permanente, o professor pode organizar, por exemplo, situações que
envolvam a multiplicação por 10. "Para as crianças, é mais simples realizar cálculos com números que
tenham a unidade seguida de zeros, os chamados números redondos", explica Priscila Monteiro,
formadora de professores e selecionadora do Premio Victor Civita Educador Nota 10. É importante
deixar, por um tempo, os resultados desses cálculos disponíveis para a consulta depois fazer atividades
que permitam sistematizá-los e organizá-los, procurando sempre a memorização.

Simultaneamente, trabalhe com sequências didáticas de cálculo mental. Esse tipo de cálculo depende
de alguns resultados de memória, que devem ser trabalhados permanentemente. Por exemplo, para
calcular 525 + 325, os alunos usam resultados parciais conhecidos: 500 + 300 = 800 e 25 + 25 = 50, logo,
525 + 325 = 850. "O aluno não precisa decorar tudo. Cabe ao professor trabalhar uma sequência
didática que o ajude, por meio do cálculo mental, a encontrar resultados que não foram
memorizados", afirma Priscila. Nesse sentido, o arredondamento pode ser bastante útil. "Se um aluno
precisa calcular 6 x 9 e não sabe quanto é, pode pensar em 6 x 10 e subtrair 6", exemplifica.

Para desenvolver essa estratégia, são necessárias cerca de oito aulas. Em seguida, inicia-se o trabalho
com outro conteúdo específico, em uma nova sequência que desenvolva outras formas de
arredondamento, por exemplo.

O cálculo mental pode ser trabalhado com turmas de 4º série em diversas sequências
didáticas com duração de oito aulas, que vão se sucedendo com a abordagem de conteúdos
específicos. Atividades permanentes de memorização ajudam por permitir que as crianças
respondam rapidamente

História
Debate e eleição simulada para compreender o que é democracia

Construção de uma sociedade democrática, representatividade e divisão de poder são conceitos


essenciais da disciplina. O trabalho com eles - com turmas de 8º e 9º anos - ganha força em anos
eleitorais. Contudo, estudos sobre a Revolução Francesa e a organização de sociedades como a egípcia,
a grega e a romana também dão abertura para introduzir os temas e relacioná-los com a atualidade. O
trabalho dura dois meses.

Muitas escolas aproveitam para simular uma votação para prefeito, governador ou presidente entre os
alunos ou mesmo para eleger um representante da classe junto ao conselho. Flavia Aidar, consultora e
selecionadora do Premio Victor Civita Educador Nota 10, afirma que essas iniciativas são válidas, porém
não é preciso forçar uma situação de eleição se ela não se justificar: "Cabem como produto de um
projeto sobre o tema um debate sobre plataformas de governo ou uma eleição".

Como atividade permanente, ocupando de 20 a 30% de cada aula, Flavia indica a leitura de textos de
pensadores de diversas correntes que tratem de conceitos de representatividade e ideologia. Em
períodos eleitorais, o acompanhamento no noticiário é outra excelente forma de o professor mostrar
como são construídas as plataformas dos partidos e compará-las.

Sequências didáticas devem ser reservadas para tratar de conteúdos específicos, como o conceito de
democracia e suas modalidades, sistemas de governo (parlamentarismo, presidencialismo etc.), tipos
de poder (aristocracia, ditadura etc.), classes de estado (colônia, federação etc.), divisão de poderes
(Legislativo, Judiciário e Executivo) e de processos (eleição, golpe, revolução, plebiscito, referendo, lobby
etc.).

Na organização da eleição ou do debate, é preciso prever como uma das etapas a elaboração de
plataformas políticas a ser expostas, assim como a confecção de urnas, cédulas e material de
campanha.

A leitura regular de textos teóricos e do noticiário político, junto com sequências didáticas
para aprofundar conceitos como sistemas de governo e divisão de poderes, ajuda a turma
de 8º e 9º anos a entender assuntos importantes da disciplina, num projeto sobre a
democracia com duração bimestral

Educação Física

Atletismo se aprende na quadra - e também com estudo


Quer oferecer aulas de Educação Física que tenham mais do que simplesmente jogos? Fabio Luiz
D'Angelo, coordenador pedagógico do Instituto Esporte e Educação, de São Paulo, sugere um projeto
para turmas de 7º e 8º anos sobre atletismo com dois produtos finais: um festival envolvendo as
diferentes turmas participantes e um painel coletivo organizado com base em pesquisas realizadas em
livros, jornais, revistas e internet. Assim, além de propiciar o contato dos estudantes com várias
modalidades atléticas e desenvolver habilidades motoras, você ajuda a moçada a ampliar seus
conhecimentos e a fazer uma leitura crítica do esporte.

D'Angelo sugere organizar o projeto em 22 aulas, divididas em diagnóstico, vivências e finalização.


Reserve as duas primeiras para o diagnóstico, que será o ponto de partida do painel. Perguntas como
"O que vocês conhecem sobre esse esporte?", "Quais as modalidades que o compõem?", "Onde foi
inventado?", "Quais os espaços necessários para a prática?", "Quais as capacidades e habilidades
envolvidas no esporte?" são ótimas para motivar a garotada.

A etapa das vivências pode ser planejada em três blocos - com as modalidades corrida, salto e
arremesso. Use cinco aulas para cada um. Assim, é possível explorar todas as variantes: revezamento,
corrida com obstáculos, arremesso de peso, salto com vara etc. "Quando a moçada realiza as
atividades, aprimora as habilidades motoras específicas." Em paralelo, com as pesquisas e o painel de
registros, todos são incentivados a conhecer mais sobre o esporte.

No fim do projeto, organize um minifestival. Divididos em comissões (de divulgação, inscrições, tabelas
etc.), os alunos ganham mais uma chance de ser avaliados - agora por indicadores atitudinais, como
responsabilidade e comprometimento, que, junto com o painel coletivo, ajudam a aferir se a turma
aprendeu sobre o atletismo.

As turmas de 7º e 8º anos vão fazer pesquisas sobre diferentes modalidades, se exercitar na


pista e montar um grande painel para mostrar aos colegas como é importante desenvolver
uma cultura esportiva ampla. O projeto sugerido nesta página tem duração prevista de 22
aulas

Geografia

Visita, jornais e entrevistas ensinam sobre o bairro


Conhecer o bairro em torno da escola faz parte do conteúdo a ser ensinado no 4º e 5º ano com o
objetivo de introduzir o estudo da cartografia e a da linguagem verticalizada. O tema pode ser
explorado por aproximadamente um mês, em uma sequência didática composta de cinco aulas
mesclada com uma atividade permanente, que deverá ser realizada uma vez por semana. Ela servirá
para enriquecer o trabalho e colocar os alunos em contato com outras fontes de conhecimento. São
opções ler um jornal do bairro ou realizar entrevistas com os moradores uma vez por semana.

Na primeira etapa da sequência, deve-se pedir que os alunos desenhem o bairro, incluindo os
elementos principais. O que eles conhecem ao redor da escola? Registrar a impressão deles sobre o
tema após um debate é essencial. Na segunda aula, os alunos são levados a uma excursão pelos
arredores. Vale chamar a atenção para os pontos citados na primeira aula e também para as
localidades desconhecidas. Ao voltar para a sala, os estudantes registram o que viram no passeio e
verificam se isso se relaciona de alguma forma ao que foi lido ou contado nas entrevistas.

Na terceira aula, introduz-se o ensino da cartografia. Com a ajuda dos registros, os estudantes
desenham as ruas visitadas e traçam itinerários. Sueli Furlan, formadora de professores e
selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, diz que na hora de desenhar, por exemplo, é
preciso ensinar que, se a rua é vista de cima, as casas devem aparecer só com o telhado.

Na quarta aula, dividem-se os alunos em grupos de quatro. Eles devem escrever um texto relacionando
as informações obtidas com a atividade e o desenho realizado por um dos colegas. Na última aula da
sequência, cada equipe apresenta seu desenho e o que aprendeu sobre o bairro. Comparar o registro
da atividade inicial com o texto final é uma boa forma de avaliação.

A cartografia e a linguagem verticalizada são vistas em um estudo do bairro durante uma


sequência didática de um mês. Uma atividade permanente - leitura de jornais ou entrevistas
com moradores - coloca os alunos do 4º e 5º ano em contato com diferentes fontes de
conhecimento

Ciências

Pesquisa é fundamental antes das saídas a campo


Em Ciências, a sugestão de como utilizar as modalidades organizativas ao longo do ano é um trabalho
sobre os diferentes biomas brasileiros com as turmas de 4º e 5º anos. Ao fim do projeto, a garotada vai
fazer uma exposição (que tal durante a Semana do Meio Ambiente, em junho?) para apresentar os
temas pesquisados - em sala de aula e também num estudo do meio.

Cada etapa pode durar de quatro a seis aulas. Para começar, leve informações sobre o assunto: um
mapa do Brasil para apontar a extensão desse bioma, com destaque para o relevo e a vegetação.
Textos sobre os problemas mais comuns vão ajudar a garotada a se interessar pelo tema. "Muitos
alunos podem não ter informações sobre esses fatos, daí a necessidade de apresentá-los", explica
Pricila Melo, coordenadora de unidade de séries iniciais da Sangari Brasil.

O próximo passo é pesquisar em jornais, livros e sites informações sobre a região escolhida. A seguir,
promova uma apresentação coletiva dos dados colhidos e divida a turma em duplas para que seja feito
um registro por escrito do que for debatido. Terminada cada etapa, passe para outro bioma (mata
Atlântica, cerrado etc.). E, durante o semestre, compare as características com a das regiões já
estudadas.

Como em Ciências o estudo do meio é valorizado, organize uma excursão a um dos biomas. Pricila
lembra que a atividade é muito mais que um passeio. Por isso, é essencial preparar um roteiro que
ajude a orientar o olhar das crianças. Além de tudo o que já foi pesquisado nas aulas anteriores,
prepare perguntas. Como são as árvores? Grandes ou pequenas? E as copas? Como é seu tronco? Há
sinais visíveis de degradação do ambiente? E desmatamento? Além de um caderno para registrar tudo,
a turma pode fotografar a área. No fim, reserve algumas aulas para montar cartazes com textos e
fotos. Em grupos, os jovens podem apresentar tudo o que aprenderam.

Ao estudar os biomas brasileiros, apresente às turmas de 4º e 5º anos uma série de


conteúdos importantes que possam culminar com um estudo do meio, para ver ao vivo o
que está sendo estudado, e uma exposição sobre o que foi aprendido ao longo do semestre

Língua Estrangeira

Ler para entender mais um idioma e conhecer expressões de uso cotidiano


Num mundo em que as fontes de informação são muitas vezes encontradas em outros idiomas, uma
das principais tarefas do professor é propor a leitura como forma de aumentar a familiaridade com a
Língua Estrangeira e o aprendizado das expressões mais usadas no dia-a-dia. O trabalho dura todo o
ano e, para turmas de 6º e 7º anos, uma ótima possibilidade é levar contos de fadas para a sala de aula.
"Primeiro, porque a garotada já conhece a história na língua materna, o que facilita a compreensão.
Segundo, porque elas possuem enredos ricos, dos quais pode-se destacar passagens para enfocar
conteúdos curriculares", argumenta Andrea Vieira Miranda Zinni, formadora de professores e
selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10.

O conto A Bela e a Fera em inglês pode ser estudado durante um bimestre por meio de uma
combinação de modalidades organizativas. A leitura da obra é trabalhada como uma atividade
permanente, em capítulos. Em cada encontro, o professor chama a atenção para recursos e expressões
diferentes - as pistas dadas pelas ilustrações e por ele, que deve responder em inglês às intervenções
da garotada, ajudam no aprendizado sobre o vocabulário e sobre a estrutura linguística. Vale utilizar
diferentes estratégias para contar a história. "Ler e só mostrar as ilustrações à turma, distribuir
exemplares para todos ou atuar como narrador enquanto os estudantes leem as falas dos
personagens", exemplifica Andrea.

Ao longo da atividade, é possível intercalar sequências didáticas, com duração de várias aulas, que
abordem o uso cotidiano da língua. No caso de A Bela e a Fera, a cena do jantar entre os protagonistas
serve de base para uma sequência sobre como pedir um prato em um restaurante. Nessa situação, o
professor trabalha o vocabulário relacionado à comida, as construções gramaticais para realizar
pedidos e a forma educada de falar nessas ocasiões.

Por causa da crescente importância da internet como um recurso de pesquisa, a leitura em


outro idioma é competência essencial. Para explorar o dia-a-dia da língua, o professor
seleciona um gênero, como contos de fadas para turmas de 6º e 7º anos, e trabalha um
título durante um bimestre

Fotos: Marcos Lima, Tamires Kopp, Gustavo Lourenção, Paulo Santos/Interfoto, Tatiana Cardeal e Marina Piedade

Ilustração: montagem de Danielle Bidóia com fotos de Gustavo Lourenção e Tatiana Cardeal e ícones de Cássio
Bittencourt

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