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Relatório de Intervenções Com Adolescentes (PSICOLOGIA)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA – UNICEP

PSICOLOGIA
CINTIA KAROLINE FERREIRA DOS SANTOS
EMILY CRISTINA DA SILVA
VINICIUS OCTÁVIO ARGUERE REZENDE
MICAELLA SILVA MUNIZ LOPES DE MENEZES
LEONARDO DE LIMA ZÓIA

RELATÓRIO DE PESQUISA

SÃO CARLOS
2023

CINTIA KAROLINE FERREIRA DOS SANTOS


EMILY CRISTINA DA SILVA
VINICIUS OCTÁVIO ARGUERE REZENDE
MICAELLA SILVA MUNIZ LOPES DE MENEZES
LEONARDO DE LIMA ZÓIA

RELATÓRIO DE PESQUISA

Relatório de pesquisa apresentado no Centro


Universitário Central Paulista – UNICEP, como
requisito das disciplinas de Programação
Multidisciplinar e Extensionista III, Dinâmica de
Grupo e Relações Humanas e Desenvolvimento
II, sob orientação da Prof.ª. Rosana Maria Alves
de Mangili, Prof.ª Elisângela Maria Machado
Pratta e Prof.ª Ariane Rico.
SÃO CARLOS
2023

RESUMO

O trabalho integrado das matérias Dinâmica de Grupo e Relações Humanas,


Desenvolvimento II e Programa Multidisciplinar e Extensionista III, teve como objetivo
analisar, pontuar e desenvolver com alunos do terceiro ano do ensino médio temas da
adolescência, através dinâmicas de grupo no período de três encontros no mês de abril e maio,
na instituição Escola Estadual Conde do Pinhal, localizada em São Carlos-SP.
Sumário
RESUMO..............................................................................................................................................3
Relações pessoais na adolescência.......................................................................................................7
Planejamentos de intervenção.............................................................................................................9
Planejamento 1.................................................................................................................................9
Planejamento 2...............................................................................................................................11
Planejamento 3...............................................................................................................................13
Relatório 1...........................................................................................................................................17
Relatório 2.......................................................................................................................................20
Relatório 3.......................................................................................................................................23
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Introdução

Durante a adolescência é possível observar uma série de acontecimentos e


desenvolvimentos, o desenvolvimento físico é o primeiro a ser notado; as transições
hormonais, puberdade, tende a ocorrer no período de 3-4 anos, variando a idade entre meninos
(9 a 13) e meninas (8 a 12). Os marcos da puberdade são: a ativação das glândulas adrenais,
aumento gradativo de secreção de androgênios, influência no crescimento de pelos no corpo,
oleosidade, acne, odores corporais, alteração na voz, amadurecimento dos órgãos sexuais e
crescimento. No decorrer desta fase os adolescentes têm também o desenvolvimento
cognitivo, Jean Piaget (1896-1980) chamava esse período de operatório-formal e ocorre dos
11 aos 15 anos, é perceptível nesse estágio a quebra de crenças em contos infantis, como o
papai Noel, fada do dente e até mesmo os amigos imaginário, é notável o amadurecimento
cognitivo do adolescente através da compreensão de metáforas, tempo histórico, espaço
extraterrestre e o raciocínio hipotético-dedutivo.

A saúde mental e física na adolescência são pontuados por quatro problemas recorrente de
fácil desenvolvimento, a falta de atividade física, necessidade de sono em quantidade
adequada, transtornos de alimentação e abuso de drogas; estes fatores podem ser
desenvolvidos a partir de outra série de negligências ao indivíduo, relações familiares
negligentes, padrões corporais e comportamentais, baixo rendimento acadêmico, necessidade
e consumo atrelado ao fácil acesso à indução ao consumismo através de mídias e redes
sociais. As consequências ao adolescente contam com transtornos mentais, principalmente
ansiedade generalizada e depressão; maior risco de diabetes e obesidade pela baixa atividade
física e transtorno alimentar compulsório; irritabilidade; transtornos de atenção; baixa
motivação e alterações comportamentais, além do distúrbio de sono, distorção de imagem
podendo levar à bulimia e anorexia.

Segundo Kurt Lewin, somos seres naturalmente grupais, desde o nascimento estamos
inseridos em um grupo e conforme o crescimento somos inseridos em outros, o segundo
grupo citado por Lewin é o grupo escolar, entramos nesse grupo no início da infância e
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saímos dele somente no final da adolescência. O primeiro grupo classificado é o familiar,


grupo este que tem o segmento de três modelos basais; modelo autoritário, pais que seguem
uma linha rígida de criação aos filhos; modelo permissivo, pais que permitem que os filhos
não tenham limites, chegando à negligência; e o modelo autoritativo, pais que conseguem
conciliar a autoridade moderada com afeto.

Para Lewin, o indivíduo nasce sem habilidades sociais, mas desenvolve e treina elas a
partir do convívio com o outro e de vivências ao decorrer da vida, uma das primeiras
habilidades sociais citada por Kurt é a comunicação, a comunicação é considerada uma “via
de mão dupla” a partir do entendimento básico de que a comunicação é composta por dois
elementos simples: fala e escuta. Porém, a comunicação é composta também por outros
elementos, existindo assim a comunicação verbal e a não verbal, a comunicação não verbal é
a primeira a ser utilizada a partir do nascimento e durante a vida seguimos utilizando-a.
Durante o trabalho desenvolvido com o grupo, será possível observar atos da adolescência e
de relações humanas grupais.
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Relações pessoais na adolescência

Ao longo do nosso desenvolvimento muito se há mitos e discussões sobre o período da


adolescência, sendo ela apresentada como uma fase de conflitos em todos os quesitos, isso
porque o indivíduo está em constante mudança. Um dos eixos que passa por maior
transformação são as relações interpessoais, isso porque suas prioridades mudam. Segundo
Jean Piaget, o pensamento do adolescente durante esse período é o formal, este que é pautado
durante os 11-15 anos, onde deixamos o presente concreto para elaborar representações
abstratas. Isso é consequência da flexibilidade que o cérebro adquire com a sua maturação,
sendo agora responsável por compreender hipóteses que estão além do superficial. Fica claro
então que a partir desse momento suas concepções anteriores sobre seus relacionamentos
interpessoais adquirem uma complexidade maior. Os pais antes vistos apenas como membros
da família agora podem apresentar valores positivos e negativos.

Durante a primeira reunião com o grupo de adolescentes foi apontado sobre a


confidencialidade, sendo entre eles reforçado que não se sentiam confortáveis em expor
questões sobre sua vida pessoal, sendo elas triviais ou não. Esse processo é natural, e é
consequência do desenvolvimento da personalidade e individuação. Os indivíduos em
desenvolvimento tendem a se aproximar dos pares, isso em decorrência da identificação, pois
em um contexto no qual o adolescente está em um processo de transformações físicas e
emocionais, é normal voltar-se para aquele que possui as mesmas dúvidas e vivências atuais,
e por esse motivo a amizade ganha foco e a família tende a ficar em segundo plano.
Apontamos também que durante os discursos dos participantes foi possível perceber que essa
falta de confiança para compartilhar dúvidas, está relacionado a maneira que os responsáveis
se relacionam com os filhos.

Os estilos parentais, termo proposto por Diana Baumrind (1966), propôs a existência de
três modelos parentais distintos: o autoritário, o permissivo e o autoritativo. O comportamento
autoritário se caracteriza por ser extremamente rígido e com punições, e por conta disso tende
a prejudicar a relação familiar. O receio de ser transparente com os pais pode levar o
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adolescente a se sentirem pouco amados e inseguros, levando os jovens a compartilharem


com seus colegas temas importantes como sexualidade e relacionamentos amorosos. A
gravidade disso é que outros adolescentes podem ser tão inexperientes quanto aqueles que
estão buscando sanar seus questionamentos, podendo oferecer “ajuda” que na maioria das
vezes leva a um desserviço.

No decorrer das discussões, ainda da primeira dinâmica (palestra interativa sobre


adolescência) foi levantada pelos participantes que as relações sexuais era um tema recorrente
na roda de amigos, sendo os colegas que “ensinavam” sobre educação sexual. É nítido a
influência que a opinião dos colegas tem sobre o comportamento dos jovens, levando como
resultado uma necessidade de aprovação dos mesmos. Em diversos momentos ao decorrer das
dinâmicas participantes deixaram de se colocar, podendo ser visto como esse receio de ser
julgado por amigos, sendo o bullying um dos motivos mais plausíveis para tal.

Citando Piaget novamente, a fase operatório formal elaborada pelo próprio referente a
esse período, diz que o adolescente tende a formar opinião sobre a sociedade e sua relação
com o indivíduo, por conta disso suas opiniões tendem a ser críticas e repleto de um caráter
transformativo. Isso se interliga com as discussões sobre bullying que tivemos, onde os
participantes afirmaram considerar totalmente razoável a reação de excluir e aplicar um mau
tratamento se o comportamento de um sujeito não se adequar ao que o grupo achar correto. É
característico dessa fase que os adolescentes se envolvam em questões sociopolíticas, de fato
elas tendem a ser as mais engajadas em assuntos sobre intolerância e preconceito,
relacionando-se com problemáticas atuais com a ideia de que podem revolucionar o mundo.
No entanto, ao se posicionar, levando em consideração todo o contexto complexo que os
atravessam como a maturação do cérebro e mudanças hormonais intensas, ao temperamento e
a fatores ambientais, fazem com que esses posicionamentos não sejam realizados de forma
assertiva, mas muitas vezes agressivas e imutáveis.
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Planejamentos de intervenção

Planejamento 1
Dinâmica de apresentação: Fazer um crachá.

Livro: Dinâmicas Para Encontros de Grupo, Volney J. Berkenbrock

Fazer um crachá.

Os participantes são convidados a sentar-se. Cada um recebe um pedaço de papel


recortado do tamanho a servir de crachá. É preferível que seja um papel um pouco grosso,
tipo cartolina. Os participantes são instruídos a preparar este pedaço de papel para ser um
crachá, ou seja: A) fazer linhas onde será colocado o "nome", o "grupo" a que pertence, a
procedência etc.; B) fazer bordas desenhadas no crachá; C) fazer algum tipo de desenho
(conforme a criatividade pessoal). É importante salientar que o crachá apenas será preparado,
ou seja, ninguém deve ainda colocar os dados pessoais. Terminada a preparação do crachá,
estes são recolhidos, embaralhados e colocados sobre uma mesa. Todos são convidados a ir
até a mesa, pegar um crachá e preencher com os dados pessoais. Tendo sido preenchido, cada
qual deverá colocar o crachá em si mesmo (prendendo com um alfinete ou pregador, que deve
ser providenciado pela coordenação). Quando todos já estiverem devidamente identificados
com seus crachás, cada participante deverá procurar ver com quem ficou o crachá que ele
preparou. Tendo encontrado esta pessoa, deverá colher alguns dados sobre ela. Quando todos
já tiverem conhecido quem ficou com o crachá que preparou, cada qual é convidado a
apresentar a pessoa que ficou como crachá que preparou. Esta apresentação poderá ser breve
(dizendo apenas os dados básicos) ou, então, mais longa (dizendo algo mais sobre a pessoa).
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A coordenação deverá definir previamente como quer a apresentação.

Adaptação

O grupo pretende realizar essa dinâmica entregando crachás com espaços predeterminados
para que coloquem as informações e para definirem a adolescência em uma palavra, logo após
os participantes preencherem os crachás, será embaralhado e sorteado de volta aos mesmos,
fazendo com que eles se apresentem como a pessoa inscrita no crachá, não terá o segmento da
conversa entre os sorteados, pois já existia uma convivência entre os participantes.

Ao concluir serão feitas algumas perguntas:

Como se sentiram apresentando outra pessoa como se fosse você; como se sentiram
apresentados por outra pessoa;

Dinâmica de aprendizagem: Minha história (relacionar adolescência na geração dos pais e dos
filhos)

Livro: Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção psicossocial, Maria Lúcia


M. Afonso

Minha História

Palestra interativa com o tema "A família hoje", na qual enfatizamos as novas formas
familiares, o cotidiano, o relacionamento do casal, a paternidade e a maternidade
contemporânea e a adolescência. Os participantes ofereceram depoimentos e observações,
articulando as informações com suas vidas. Auxiliando a discussão com conceitos e dados de
pesquisas sobre o tema. Ao contar suas histórias, as pessoas recordaram suas experiências
como adolescentes e refletiram sobre seu papel de pais e mães, o que as aflige nessa mudança
de lugar, em uma época que a família mudou tanto.
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Adaptação

Trazer a palestra interativa com o mesmo tema, "A família hoje", articulando entre os
participantes a diferença entre a infância, adolescência e início da vida adulta. Comparar a
adolescência atual com a de seus pais e trazer temas direcionados sobre o ato de
amadurecimento e o envelhecimento que os cercam e esperam. Perguntar quais são os pontos
positivos e negativos da adolescência equiparando com outras fases da vida.

Planejamento 2

Ao chegar, iremos reunir os alunos e relembrá-los os nossos nomes. Apontaremos que em


nossa última reunião alguns assuntos foram expressos por eles; devido a isso na intervenção
do dia, e nas próximas, os assuntos abordados serão trazidos em forma de dinâmicas para
trabalharmos tais demandas em prol do desenvolvimento grupal da sala e do individual.

Dinâmica de aquecimento: Desenho ditado

Referência: Dinâmica aplicada em sala de aula.

Ao iniciar a dinâmica será orientado a separação dos seguintes materiais, uma folha de
papel e uma caneta ou lápis. Depois da separação deste material, um dos coordenadores irá
pedir um voluntário. É importante que se não houver alguém que se disponha que os
coordenadores salientem que não será uma atividade difícil. Após o voluntário ser escolhido
um coordenador vai conversar em particular com ele passando as instruções:

- Apresentar a imagem para o participante; explicar que ele terá que ditar esse desenho
para a turma. O desenho deve ser mantido em segredo e não se deve mostrar aos outros
participantes; A explicação deve ser feita por partes e o voluntário vai repetir duas vezes e
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somente duas como cada parte deve ser feita. Ele também não deve responder nenhuma
pergunta dos seus colegas.

Outro coordenador irá apresentar as regras para a sala; o voluntário dará as informações
do que deve ser feito e irá repetir; após a repetição eles deverão fazer o que foi dito pelo
colega, sem fazer perguntas a qualquer pessoa.

Após o desenho ser feito por completo, será mostrado o desenho original para todos

verem.

Ao concluir serão feitas algumas perguntas:

- O que eles perceberam; por que acham que o resultado foi diferente; como se sentiram
durante a execução.

Em seguida serão feita observações sobre o que a dinâmica avaliou, no caso a


comunicação, relembrando o início das orientações e as percepções que tivemos dos
participantes durante a execução. Trazendo uma conclusão ao final sobre o que é
comunicação e a sua importância no cotidiano e em suas futuras profissões.

Dinâmica de aprendizagem: Dinâmica do balão.

Referência: Dinâmica aplicada em sala de aula.

A dinâmica se inicia com cada integrante do grupo recebendo uma bexiga; será indicado o
enchimento de seu balão e a orientação de que se deve imaginar que este representa seus
valores éticos e morais, suas crenças individuais e a representação do seu caráter. Após isto os
alunos deverão andar pela sala mantendo o próprio balão no ar; também será avisado que não
tem problema ele cair; em seguida os participantes devem voltar aos seus lugares segurando
um balão e deverá ser repassado a próxima etapa, semelhante a etapa anterior; os participantes
devem manter os balões no ar independente se é o seu ou não. Ao finalizar esta parte,
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acontecerá a entrega de um palito para cada um e haverá somente a orientação de que cada um
proteja o seu balão. Depois de alguns minutos o coordenador irá encerrar a dinâmica.

Em conclusão haverá uma conversa sobre quais foram as orientações, qual foi o
movimento do grupo diante delas, o que foi percebido durante a execução, os sentimentos
sentidos e o motivo de agirem de uma forma; também haverá um debate sobre como se
comunicar de forma assertiva e não violenta. Tendo em vista que em grande parte das
discussões sobre o bullying, os motivos são desentendimentos entre grupos que têm diferentes
níveis de poder dentro de um espaço, atrelado a preconceitos com orientação sexual, religião,
peso corporal, condições econômicas ou raça.

Nesta dinâmica temos como objetivo observar a influência de pares e o posicionamento do


sujeito ao lidar com situações de preconceito.

Planejamento 3

Dinâmica de aquecimento: jogo do círculo

Livro: 100 Jogos para Grupo, Yozo

Nesta dinâmica todos os participantes ficarão em pé, em círculo (voltados para dentro), de
mãos dadas. O coordenador dará a seguinte orientação: “Vocês devem ficar de costas para o
círculo, sem soltar as mãos e nem ficar com os braços cruzados. Durante as tentativas não
podem passar por cima dos braços”.

Em um primeiro momento, tentarão sem verbalização. Após um determinado tempo,


permitir a verbalização. Término do jogo, quando a solução for encontrada e, posteriormente,
haverá comentários.

Solução: Um dos participantes deverá passar por baixo das mãos e seu colega à direita,
sendo que o grupo acompanhará, até que o círculo seja formado.
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Objetivo: Observar como os participantes lidam com situações problemas, como será a
comunicação entre eles, tendo em vista a dinâmica da semana anterior, e se irão trabalhar em
grupo, incluindo todos os participantes.

Após a conclusão dos objetivos correlacionarmos essa dinâmica a do encontro anterior,


desenho ditado, enfatizando o poder da comunicação, trabalhado nas duas dinâmicas, da
inclusão e do trabalho em equipe para a resolução de problemas e adversidades.

Dinâmica de aprendizagem: o indivíduo no meio social

Livro: 100 Jogos para Grupo, Yozo

A dinâmica propõe a leitura e discussão do texto, “a águia que (quase) virou galinha”, em
subgrupos. Posteriormente, solicitar que cada subgrupo monte uma dramatização do que
compreendeu. Em seguida será feito comentários e os coordenadores irão efetuar o
processamento, com uma referência à construção deles, ou seja, vivencia-se o papel para,
posteriormente, compreender como é a formação do ser social e como nos tornamos sociais.
Além disso, o texto revela características de nossas conservas culturais sobre crença,
limitações e visão sobre um contexto, gerando uma mobilização dos alunos para uma
reflexão.

Texto: A Águia Que (Quase) Virou Galinha, Rubem Alves

“O tempo está chegando quando o homem não mais lançará a flecha do seu desejo para
além de si mesmo e a corda do seu arco se esquecerá de como vibrar... O tempo está chegando
quando o homem não mais dará à luz uma estrela. O tempo do mais desprezível dos
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homens… (Nietzsche)

O tempo está chegando quando todas as águias se transformarão em galinha.”

A ideia desta história não é minha. Meu é só o jeito de contar...

Sobre uma águia que foi criada num galinheiro.

E foi aprendendo sobre o jeito galináceo de ser, de pensar, de ciscar a terra, de comer
milho, de dormir em poleiros...

E, na medida em que aprendia, ia esquecendo as poucas lembranças que lhe restavam do


passado. É sempre assim: todo aprendizado exige um esquecimento... e ela desaprendeu.

os cumes das montanhas.

os vôos nas nuvens.

o frio das alturas.

a vista se perdendo no horizonte.

o delicioso sentimento de liberdade...

Como não havia ninguém que lhe falasse destas coisas, e todas as galinhas cacarejassem
os mesmos catecismos, ela acabou por acreditar que ela não passava de uma galinha com
perturbação hormonal, tudo grande demais, aquele bico curvo, sinal de acromegalia, e
desejava muito que o seu cocô tivesse o mesmo cheiro certo do cocô das galinhas...

Um dia apareceu por lá um homem que vivera nas montanhas e vira o voo orgulhoso das
águias.

'Que é que você faz aqui?', ele perguntou.


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'Este é o meu lugar', ela respondeu. 'Todo mundo sabe que galinhas vivem em galinheiros,
comem milho, ciscam o chão, botam ovos e finalmente viram canja: nada se perde, utilidade
total...'

'Mas você não é galinha', ele disse. 'É uma águia.'

'De jeito nenhum. Águia voa alto. Eu nem sequer voar sei. Pra dizer a verdade, nem quero.
A altura me dá vertigens. É mais seguro ir andando, passo a passo...'

E não houve argumento que mudasse a cabeça da águia esquecida. Até que o homem, não
aguentando mais ver aquela coisa triste, uma águia transformada em galinha, agarrou a águia
à força, e a levou até o alto da montanha. A pobre águia começou a cacarejar de terror, mas o
homem não teve compaixão: jogou-a no vazio do abismo. Foi então que o pavor, misturado à
memória que ainda moravam em seu corpo, fez as asas baterem, a princípio em pânico, mas
pouco a pouco, com tranquila dignidade, até se abrirem confiantes, reconhecendo aquele
espaço imenso que lhe fora roubado. E ela finalmente compreendeu que o seu nome não era
galinha, mas águia…

Dinâmica de encerramento: conduzindo o outro

Referência: Dinâmica aplicada em sala de aula.

O grupo será dividido em duplas, escolhidas pelos coordenadores, cada dupla irá escolher
um papel (um é condutor e o outro é o conduzido; o que será conduzido deverá permanecer de
olhos fechados e o que vai conduzir não poderá se comunicar verbalmente). Serão colocados
obstáculos na sala de aula e o condutor deve guiar o outro, fazendo com que este não tropece
ou se machuque; posteriormente os papéis serão trocados. Ao encerrar, será iniciada uma
conversa sobre como se sentiram.

O objetivo desta dinâmica é avaliar como o grupo expressa as suas emoções e trabalhar a
confiança deles.

Ao concluir a dinâmica faremos o fechamento do trabalho, revelando o intuito aos


participantes, que é promover habilidades que deveriam ser desenvolvidas conforme as
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deficiências apresentadas por eles no primeiro encontro, relembrando cada dinâmica e a


importância delas para o crescimento pessoal e do grupo, com base no que foi analisado pelos
coordenadores.

Após o fechamento pediremos um feedback dos participantes sobre quais dinâmicas mais
se identificaram e qual a razão de as escolherem, também será solicitado um feedback sobre
os temas abordados.

Relatórios de intervenção

Relatório 1

Intervenção realizada na data 14/04/2023 na instituição Escola Estadual Conde do Pinhal.

O encontro teve duração de 1h30, com início às 7:30 e término às 9:00, sendo
desenvolvidas duas dinâmicas neste período. O grupo foi constituído por 16 participantes,
havendo interesse de todos os alunos presentes. As funções de coordenadores foram
desenvolvidas por Emily e Vinicius, a de observadora por Cintia e a de auxiliares por
Leonardo e Micaella.
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Ao chegarmos na instituição já havia uma sala separada e os alunos nos esperaram dentro
dela; houve pequenas dificuldades em fazê-los ficarem quietos e prestarem atenção. Após
uma rápida apresentação contendo nomes, faculdade, motivo de estarmos lá e objetivos,
fizemos combinados básicos de convivência, especificamos o que faríamos no dia e que havia
a escolha de participar ou somente observar; em seguida demos início à primeira dinâmica.

Primeira dinâmica: fazer um crachá.

Ainda com os participantes sentados em carteiras, foram entregues papéis em formato e


impressão de crachás, foi orientado o preenchimento dos mesmos com nome, idade, série
escolar, hobbies e a definição da adolescência em uma palavra. Após o preenchimento
correto, os crachás foram postos em uma caixa para serem embaralhados e os alunos
formaram um círculo com cadeiras e se sentaram.

Para demonstrar aos participantes como seria a dinâmica os instrutores fizeram os seus
crachás com as mesmas orientações e em seguida sortearam entre si, de maneira que não
pegassem os próprios crachás, e apresentaram a pessoa que havia pegado como se fosse ele
mesmo e no final quem foi apresentado se identificou para que o grupo pudesse reconhecê-lo.
Os adolescentes fizeram o mesmo e, posteriormente, foi possível observar que todos os
presentes eram alunos do terceiro ano do colegial, na faixa etária de 16 a 18 anos.

Segunda dinâmica: Minha História (palestra interativa)

Esta dinâmica teve como objetivo levantar assuntos considerados importantes para os
participantes e também observar o desenvolvimento humano na adolescência.
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A palestra se iniciou com a pergunta “quando você percebeu que não era mais criança?”
Alguns participantes relataram que não tiveram essa percepção de início da adolescência e fim
da infância, enquanto outros relataram que a percepção veio através das responsabilidades
com as suas famílias, principalmente financeira.

Quando questionados sobre quando começa a vida adulta, as respostas giraram em torno
de sustentar uma casa, ter um emprego e iniciar uma faculdade, durante a discussão alguns
participantes disseram que já se sentem “meio adultos” por terem responsabilidades iguais às
de seus pais. Ao entrar no assunto pais, perguntamos se eles sentem que a adolescência atual é
diferente ou parecida com a de seus pais; todos dizem que é diferente, é relatado que a criação
dos responsáveis foi oposta da que receberam e a religião não teve tanto peso quanto para os
pais, ainda abordando a convivência com os responsáveis os integrantes demonstram que
sentem uma falta de interesse dos pais em participar ou saber de suas vivências e não tem um
apoio emocional da parte deles, porém, ao questionarmos se mudariam alguma coisa na sua
própria criação, tivemos somente respostas dizendo que não. Os integrantes do grupo também
declaram que se sentem mais confortáveis em compartilhar conversas sobre o cotidiano,
sexualidade e incômodos com pares e entram em uma breve discussão se há ou não influência
dos pares em suas vidas.

Ao entrar no tópico escolar, abordamos o que é perceptível da instituição enquanto


ambiente integral em suas rotinas, muitos compartilham sentirem uma falta de apoio e
preocupação real por parte dos professores com os alunos, entre os próprios alunos eles
declaram que o bullying é algo recorrente e compartilham pensamentos de que isso não é
completamente ruim, que em alguns momentos os próprios utilizam o bullying como meio de
proteção e aprendizagem, também falam que a escola é um ambiente de preparação para a
vida adulta e que até prefeririam estar com empregos do que frequentando o instituto.
Entretanto, ao serem questionados sobre faculdade, poucos participantes demonstraram
interesse em ingressar em alguma ou possuem indecisão sobre qual curso fazer, tendo uma
maioria já decididos sobre qual carreira irá seguir. Durante o nosso diálogo, notamos que
alguns alunos ainda apresentavam dúvidas em relação às possíveis carreiras que poderiam
seguir no futuro, enquanto outros já tinham claro qual caminho desejavam seguir, optando por
uma formação específica. Por outro lado, alguns afirmaram não ter interesse em prosseguir
para o ensino superior, preferindo ingressar diretamente no mercado de trabalho. A dinâmica
foi encerrada com um breve feedback dos alunos, se eles gostaram de conversar sobre tais
assuntos e se havia algo a ser acrescentado, todos concordaram que gostaram e não tinham
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nada a acrescentar até o momento, nos deixamos a disposição para conversas em particular e
foi registrado uma foto ao fim do encontro.

Foi possível observar que os alunos se dividiram em dois grupos dentro de suas próprias
interações e quando questionados, eles afirmaram que isso ocorre em aulas no cotidiano e em
qualquer outro tipo de interação, uma parte do grupo se mostrou mais quieta e retraída mesmo
com estímulo de falas. Houve dificuldades de comunicação durante a execução das duas
dinâmicas, conversas paralelas e interpretação errônea por falta de atenção foram recorrentes.

Para o grupo executante, com a experiência foi perceptível os pontos a serem melhorados
em nossa comunicação e no preparo de dinâmicas futuras. Percebemos que há algumas áreas
que precisam ser aprimoradas em relação à coordenação dos grupos, tais como comunicação
clara e assertiva e organização na transmissão das dinâmicas para o grupo. Acreditamos que é
fundamental trabalhar nesses pontos para garantir uma melhor execução das próximas
atividades. Além disso, é necessário enfatizar a importância da empatia e comunicação entre
os membros do grupo para promover um ambiente colaborativo e respeitoso. Portanto, nos
próximos encontros implementamos medidas para melhorar a comunicação e o trabalho em
equipe, e dinâmicas específicas, a fim de aprimorar essas habilidades.

Relatório 2

Intervenção realizada na data 28/04/2023 na instituição Escola Estadual Conde do Pinhal.

O encontro teve duração de 1h30, com início às 7:30 e término às 9:00; duas dinâmicas
foram desenvolvidas neste período. Tivemos a presença de 12 alunos; na primeira dinâmica
somente 9 participaram e na segunda dinâmica todos participaram. O grupo iniciou com uma
dificuldade maior de atenção e conversas paralelas; eles estavam em um dia de trote
estudantil. Após três tentativas de acalmá-los, conseguimos dar início a uma breve
apresentação de nomes dos coordenadores e observadores, dando início às dinâmicas. As
funções de coordenadores foram desenvolvidas por Emily, Micaella e Cintia; as funções de
observadores foram desenvolvidas por Leonardo e Vinicius.
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Primeira dinâmica: desenho ditado.

Para iniciar a dinâmica fizemos o pedido de que separassem uma folha e um lápis ou
caneta, para a próxima parte explicamos que era preciso um voluntário, houve um receio entre
eles, mas após reforçarmos que não seria difícil e era importante um voluntário, o presidente
do clube se dispôs a ajudar. Foi passado as informações para o voluntário de que ele deveria
descrever a imagem da forma que achava ser a correta, sem mostrar aos demais participantes,
falando uma vez e em seguida repetindo, enfatizamos que seria somente essas duas vezes e
assim ele poderia partir para a próxima descrição. Após o entendimento completo do
voluntário, explicamos as regras para os participantes, repassamos que o aluno iria descrever,
repetir somente duas vezes e eles iriam fazer o que foi pedido, também frisamos a importância
de não fazer perguntas e prestar atenção. A dinâmica iniciou e uma das primeiras
manifestações após a primeira descrição foram perguntas direcionadas ao voluntário;
cortamos as perguntas e relembramos que não podiam fazê-las; o voluntário retornou à
explicação e mais perguntas foram feitas; explicamos novamente que não era para fazer
perguntas e assim conseguiram continuar com a dinâmica. Foi perceptível a dificuldade de
entendimento do grupo, porém ao encerrar a dinâmica e mostrar qual era o desenho que havia
sido ditado, os participantes notaram que ninguém acertou. Ao iniciar as perguntas sobre o
porquê de eles não terem acertado e como eles poderiam ter chegado mais perto do pedido,
eles apontaram que o erro estava na descrição do voluntário.

Passamos a explicação que a comunicação é uma “via de mão dupla”, que o entendimento
está no que o outro nos comunica, no nosso entendimento e na atenção que dedicamos para
entender; descrevemos qual foi o comportamento deles de desatenção durante a explicação e
isso também levou a fazerem o que foi descrito pelo voluntário antes do tempo, tentar copiar
do colega ao lado e fazerem perguntas; repassamos a importância da comunicação no
momento atual da vida deles, mas também para as futuras profissões e, até mesmo, que isso
afeta a vida pessoal. Mesmo após toda a explicação, notamos que poucos alunos prestavam
atenção e faziam silêncio, não demonstrando muito interesse pela dinâmica.

Segunda dinâmica: dinâmica do balão.


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Para a segunda dinâmica levamos os participantes para o jardim da escola; observamos


um entusiasmo maior quando foi repassado aos alunos que iríamos para um lugar diferente e
que a próxima dinâmica envolvia balões. Levou cerca de dez minutos para todos os membros
se deslocarem até o jardim e se organizarem em um círculo, ainda havia uma dificuldade de
comunicação e atenção entre os participantes. Depois de organizar o círculo, foi distribuído
uma bexiga para cada integrante e orientado o enchimento dela, após feito, orientamos os
alunos a imaginarem que aquela bexiga representava a ética, moral, conceitos e crenças
pessoais de cada um, em seguida foram instruídos a andarem com a sua bexiga sem segurá-la
pelo jardim, minutos depois foi pedido para pararem e somente ouviram depois da terceira
vez; ao retornarem ao círculo a orientação seguinte foi para andarem e fazerem todos os
balões flutuar, sem se restringir ao próprio balão; desta vez foi dito para pararem somente
duas vezes. Reunimos os participantes em um círculo novamente e foi entregue um palito de
dente para todos, durante a entrega de palitos os participantes ficaram mais agitados e
começaram a fazer perguntas, foi pedido o aguardo para a próxima instrução, ao terminar a
entrega de palitos e dizer a frase “protejam seus balões” começou a movimentação de estouro,
fuga e proteção; após 5 minutos iniciou as orientações de parar, os participantes pararam e
retornaram ao círculo depois de 4 pedidos. Ao finalizar a dinâmica, iniciamos uma discussão
sobre como eles se sentiram ao serem atacados e porque tiveram o movimento de ataque ao
outro; os relatos foram de se sentirem ameaçados e em desespero ao se sentir desamparados,
sentindo que era necessário atacar o outro, principalmente depois de ser atacado, teve também
alunos que se juntaram em duplas e disseram que se sentiram mais seguros sabendo que um
iria proteger o outro. Relembramos os participantes de quantas vezes tivemos que repetir para
pararem, precisamos retornar à atenção deles diversas vezes, interromper conversas e
explicamos que a dinâmica anterior tratava exatamente desta comunicação e como isso pode
afetar colegas e eles mesmos, durante a discussão alguns alunos começaram a interromper
com conversas paralelas, atrapalhando o decorrer da conversa coletiva. Logo após,
perguntamos se alguém tinha interesse em acrescentar algo ou dar um feedback, ninguém
demonstrou interesse, demos como encerrada a dinâmica e retornamos o grupo para a sala de
aula.

Nesta intervenção foi possível observar que a influência de pares é constante em grupos
de adolescentes. Apesar da maioria ter discordado no encontro anterior que havia uma
influência de amigos e colegas, notamos que o comportamento deles é facilmente afetado
pelos pares; quando um colega distrai o grupo com conversa paralela não há relutância de
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participar e quando um colega chama a atenção dos demais por não fazer silêncio eles
também não relutam em fazer o que foi pedido. Os adolescentes têm uma facilidade maior em
respeitar pedidos do próprio grupo que está ali com eles no cotidiano do que em pessoas de
fora e com idades diferentes da deles. O grupo condutor notou que é preciso melhorar nas
formas de manter a atenção dos participantes, em como recitar as regras quando elas forem
descumpridas, ter uma direção e objetivo maior durante as falas e orientações.

Relatório 3

Intervenção realizada na data 05/05/2023 na instituição Escola Estadual Conde do Pinhal.

O encontro teve duração de 1h30, com início às 7:30 e término às 9:00; três dinâmicas
foram desenvolvidas neste período. Tivemos a presença de 9 alunos, contando com a
participação de todos em todas as dinâmicas.

As funções de coordenadores foram desenvolvidas por Leonardo, Vinicius e Cintia; as


funções de observadores foram desenvolvidas por Micaella e Emily.

Primeira dinâmica: Jogo do círculo.


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Iniciamos a intervenção explicando aos alunos que na primeira dinâmica eles utilizariam o
corpo e o espaço ao redor deles. Orientamos que eles se levantassem e fossem ao centro da
sala, a partir disso o seguinte passo foi para formarem círculo e darem as mãos (fechando este
ciclo), apesar da leve agitação eles seguiram o que foi orientado sem precisar de repetições,
após isso foi passada a seguinte orientação: “Vocês devem ficar de costas para o círculo, sem
soltar as mãos e nem ficar com os braços cruzados. Durante as tentativas não podem passar
por cima dos braços ou conversar entre si”. Mesmo com a orientação para não se
comunicarem, os alunos continuaram conversando, reforçamos o pedido e diminuiu, porém,
não completamente. Notamos que ao instruir a não comunicação os participantes tiveram
dificuldades de interagir entre eles, tentando resolver de forma individual; ao liberar a
comunicação eles hesitaram e não sabiam como se comunicar, passado um tempo em silêncio,
os participantes começaram a conversar e buscaram formas de resolver. Como tempo foi
perceptível a animação diminuindo e a frustração se espalhando, alguns alunos pararam de
tentar e diziam ter desistido enquanto outros alunos permaneceram tentando, movimentando
somente uma parte do círculo; após o período de dez minutos, para não atrapalhar o
desenvolvimento das próximas dinâmicas, ocorreu a intervenção de um coordenador
apresentando a solução ao grupo, eles tentaram novamente e conseguiram.

Ao encerrar a dinâmica, abrimos uma roda de conversa sobre o que eles notaram, como se
sentiram e o objetivo da atividade; os participantes relataram que eles se sentiram frustrados
por não conseguirem chegar à solução, disseram que a comunicação foi importante e
contribuiu para as tentativas, segundo eles faltou dicas dos coordenadores, porém observaram
que deveriam ter escutado mais uns aos outros e que se tivessem conversado mais entre eles,
ouvindo todos os alunos, teriam chegado a solução sozinhos.

Mencionamos o encontro anterior e apontamos como a comunicação entre eles evoluiu,


nos encontros anteriores eles não ouviam todas as orientações, não ouviam quando o colega
estava falando e faziam perguntas repetitivas sobre o mesmo assunto, também tinham
dificuldades de reconhecimento sobre as falhas de comunicação. A evolução deles foi
pontuada em pontos citados anteriormente que demonstrou mínima e grande melhoria, os
alunos gostaram e concordaram com tais desenvolvimento individual e grupal.

Segunda dinâmica: O indivíduo no meio social.


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Visando a separação dos participantes em dois grupos, reunimos todos e fizemos uma
divisão de três subgrupos contendo três pessoas, escolhemos quem complementaria os
subgrupos e instruímos que eles se reunissem em carteiras, distribuímos o texto “a águia que
(quase) virou galinha” para cada grupo e orientamos a leitura juntamente com a solicitação de
que eles deveriam montar uma dramatização do que foi compreendido. Ao terminar a leitura e
o planejamento de qual seria a dramatização, o grupo 3 se demonstrou relutante na atividade,
o grupo 2 estava com dificuldades de interação (havendo interferência de participantes do
grupo 3 diretamente com alguns participantes do grupo 2) e o grupo 1 interagiu e solucionou
de forma rápida. No momento de dramatizar apenas o grupo 1 se dispôs a iniciar, os grupos
seguintes relutaram um pouco, mas fizeram e demonstraram divertimento durante a realização
da atividade. Notamos o movimento de repetição entre os alunos, seguindo o que foi feito
pelo primeiro grupo apresentado, sem modificação alguma.

Encerramos a dinâmica com uma roda de conversa, incentivamos os participantes a


dizerem o que eles entenderam do texto, como eles sentiram fazendo a dramatização e qual
foi o entendimento da dramatização também. Os relatos seguintes foram de reflexões sobre o
posicionamento que temos sobre aquilo que acreditamos, citaram que as vezes o nosso
entendimento sobre a nossa capacidade está errado e que podemos ser capazes de alcançar e
fazer mais do que esperam por nós mesmos e pelos outros, citaram também que as limitações
afetam diretamente a crença de capacidades deles e que essa limitação pode vir tanto do
interno quanto do externo, “somos muitos mais do que pensamos”; os alunos mencionaram o
divertimento durante a dramatização e citaram que a cópia foi por motivo de falta de
criatividade acerca do tema, neste momento citamos que eles poderiam ter criado papéis
diferentes do que estava no texto e um grupo respondeu que pensou na possibilidade de criar
outros papéis e recitar o texto para o grupo, porém acharam que levaria muito tempo,
encerramos com os alunos dizendo que gostaram de refletir e conversar sobre como eles se
sentem.

Terceira dinâmica: Conduzindo o outro.

Para esta dinâmica separamos novamente os participantes em 3 duplas e 1 trio, as duplas e


trio foram escolhidas pelos coordenadores. Com a formação correta o grupo foi levado para
fora da sala de aula com dois coordenadores, foi espalhado obstáculos no ambiente e os
coordenadores que acompanhava o grupo explicou qual era a atividade, passando a orientação
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que em cada dupla haveria um cego e um mudo e no trio haveria dois cegos e um mudo o
objetivo era que o mudo conduzisse o cego, zelando pelo seu bem estar; ao retornar para a
sala de aula os participantes com papel de cego já estavam de olhos fechados, orientamos que
eles deveriam andar pela sala e reforçamos a ideia de que o mudo não deveria falar, os alunos
demonstraram divertimento e animação durante a execução da dinâmica, ao pedir para
pararem e inverter os papéis tivemos algumas reações de espanto, mas seguiram com a
atividade sem complicações ou interferência dos coordenadores.

Para encerrar o encontro fizemos outra roda de conversa, inicialmente conversamos sobre
os sentimentos e entendimento da dinâmica; os alunos relataram que foi difícil estar em
ambos os papéis e não estavam esperando que ocorresse a inversão de papel, mas ao
perguntar qual impactou mais o grupo concordou entre si que foi insegurança ao ser guiado
pelo colega; citaram a responsabilidade que foi guiar alguém e estar responsável por essa
pessoa; explicaram que a falta de intimidade deixou mais difícil o processo de confiança;
alguns admitiram que em alguns momentos abriram os olhos e que a falta de comunicação era
difícil, pois ela facilitava o processo. Esclarecemos que o objetivo da dinâmica era observar
como eles se relacionavam entre si, o aprendizado de confiar no outro e como eles lidavam
com responsabilidades.

Explicamos que todas as dinâmicas utilizadas nos encontros que tivemos estavam
interligadas, relembramos eles do primeiro encontro e quais pontos eles destacaram e quais
percebemos que precisava ser trabalhado com eles (comunicação, relação de pares, relação
com os pais, preconceitos, integração da sala, empatia) a partir da dinâmica “minha história”,
citamos para eles que trabalhamos a comunicação, preconceito e relações de pares no segundo
encontro e nesse último encontro foi trabalhado a integração de sala, empatia,
relacionamentos e a comunicação. Os participantes demonstraram entendimento e disseram
sentir efeitos principalmente na comunicação e no relacionamento entre eles, perguntamos o
que eles mais gostaram de fazer e citaram a dinâmica do crachá (dinâmica de apresentação
realizada no primeiro encontro), do balão (dinâmica de aprendizagem realizada no segundo
encontro) e a do círculo (dinâmica de aquecimento realizada no terceiro encontro).

Encerramos o encontro agradecendo a participação de todos, demonstramos estar


disponíveis para conversas após o encontro e que esperávamos que os encontros tenham
gerado algum impacto neles e no clube deles.
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Foto registrada no primeiro encontro:

Resultados e Discussões

No decurso das dinâmicas era esperado que, baseado nos estudos de Piaget sobre a fase
operatório formal, houvesse um comprometimento e a tentativa de uma resolução lógica a
cada desafio imposto pelas dinâmicas, visando entender o objetivo proposto de cada uma.
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Esse comportamento era esperado por conta da capacidade de raciocinar logicamente sobre
coisas abstratas adquirida por essa fase, tendo o poder de manipular ideias complexas. Porém,
foi observado que os participantes se mostraram pouco interessados nas dinâmicas
inicialmente, se empenhando pouco para concluir o que era proposto. Este comportamento
teve destaque maior na segunda semana de intervenção.

Houve uma análise dos coordenadores, durante a palestra interativa, dinâmica de


aprendizagem na primeira semana de intervenção, sobre as dificuldades que o grupo
enfrentava, e foram identificados uma falta de comunicação entre os participantes,
preconceitos impostos e uma divisão de dois subgrupos, em que um se mostrou mais retraído
mesmo com estímulos de fala e o outro subgrupo possuía uma falha e comunicação entre eles,
havendo interrupção de falas e repetição de assuntos mencionados posteriormente. Esses
temas foram abordados nas conclusões das dinâmicas, conforme o tema em que cada uma
aborda, levamos para eles de maneira indireta, apontando somente no final da dinâmica o
objetivo e os pontos que apresentaram melhorias, trazendo também a importância da
colocação deles sobre o que estavam sentindo, se houve ou não algum impacto neles e se os
participantes gostaram de trabalhar tais pontos desenvolvidos em cada atividade.

As dinâmicas usadas para trabalhar a comunicação foram o desenho ditado, desenvolvida


no segundo encontro; o jogo do círculo e a condução do outro, desenvolvidos no terceiro
encontro; houve uma diferença grande no comportamento dos participantes em relação ao
segundo e terceiro encontro, sendo o segundo com uma falha maior do que o esperado na
comunicação e desinteresse mútuo do grupo em discorrer as atividades, porém foi notável que
no terceiro encontro os participantes se mostraram mais interessados e compreensão na
importância de uma comunicação abrangente e inclusiva. Para os preconceitos impostos
foram designadas as dinâmicas do balão, segundo encontro, e o indivíduo no meio social,
terceiro encontro; foi observado pelo grupo coordenador um interesse maior em desenvolver a
dinâmica do balão, entretanto o desempenho na conversa após a atividade foi baixo,
ocorrendo o oposto na dinâmica o indivíduo no meio social, o interesse em desempenhar a
atividade foi consideravelmente baixo, enquanto a conversa pós atividade discorreu
positivamente, havendo interesse em compartilhar o que foi feito, como se sentiram, qual foi o
impacto neles e como isso afetava o cotidiano. Para diminuir a separação dos participantes em
subgrupos foi utilizado a dinâmica de condução do outro e uma mescla dos grupos durante a
realização das demais dinâmicas, fluindo positivamente tendo um resultado positivo nos
alunos
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Os resultados obtidos divergem um pouco do esperado pelo grupo executante, entretanto


foi possível uma observação dos coordenadores sobre o tempo de aprendizado do grupo e do
indivíduo, apontando também uma melhora no grupo executante a própria comunicação entre
eles e com os adolescentes, observando quais melhorias haveriam de ser feitas e apresentando
resultados positivos ao serem modificadas, melhorando a convivência e execução do grupo.

Conclusão

O desenvolvimento do trabalho integrado permitiu com que tanto os alunos, participantes


das dinâmicas, quanto nós, graduandos de psicologia adquirissem um conhecimento valioso.
No início do projeto, eles se apresentavam acuados e pouco dispostos a mudança, com baixa
confiança tanto em si mesmos quanto nos colegas. Com o desenvolvimento do processo de
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intervenção foi possível para o grupo identificar falhas de comunicação e restabelecer laços,
além de uma grande reflexão sobre o ambiente familiar.
Como todo desenvolvimento, esse não foi linear, e apresentamos retrocessos até que
conseguíssemos aprender com as falhas. O grupo permitiu a construção de um ambiente
favorável à discussão de opiniões divergentes e o estabelecimento da colocação assertiva
entre os participantes. Nós, os coordenadores e observadores, durante todo o processo de
planejamento, discussão e aplicação das dinâmicas, adquirimos novas habilidades sociais
como a liderança, ao manter o grupo na direção correta, mantendo o monitoramento e dando
feedbacks, além de aprender a realizar um planejamento bem elaborado, estar prontos para os
imprevistos na execução, exercitando a flexibilidade e a criatividade nas aplicações.
Por fim, ressaltamos a importância de todo o processo para ambos os lados, partindo do
princípio de que não somos os mesmos do início do processo, cabendo a psicologia a
estabelecer contatos entre os adolescentes e os profissionais da saúde mental com fim de
entender melhor as angústias e elaborar soluções para melhorar a qualidade de vida.  

Referências Bibliográficas

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adolescência: Você sabe o que é o pensamento formal? É um estágio de desenvolvimento
cognitivo que ocorre no início da adolescência. Vamos apresentar as suas principais
características a seguir.. Sou mamãe, [S. l.], 6 maio 2019. Disponível em:
https://soumamae.com.br/o-desenvolvimento-do-pensamento-formal-e-a-adolescencia/.
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BESEN, Brani. Os estilos parentais e o desenvolvimento das crianças: “Aquilo com que
nascemos é substancialmente modificável; aquilo que recebemos quando somos criados…
Isso sim é bem mais difícil de mudar.” (MUNCHING; KATZ). SECCIONAL DA GRANDE
FLORIANÓPOLIS, [s. l.], 21 maio 2014. Disponível em:
https://escoladepaisgrandefloripa.org.br/os-estilos-parentais-e-o-desenvolvimento-das-
criancas/. Acesso em: 9 maio 2023.

VALENÇA, José Telmo. Egocentrismo adolescente. revisão bibliográfica dos principais


estudos recentemente publicados: o objetivo desta revisão é remeter o estudioso interessado
em egocentrismo adolescente às principais publicações de trabalhos realizados em várias
partes do mundo, assim como informar ao leitor o sentido que vêm dando os autores
modernos a este estudo. Algumas aplicações práticas decorrentes de recentes pesquisas já se
prenunciam de modo promissor.. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 3, n. 1, p. 63-66, 3 jun.
1985. Disponível em:
https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/10768/1/1985_art_jtvalenca.pdf. Acesso em: 10 maio
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SOARES, Isabel; CAMPOS, Bártolo Paiva. Vinculação e autonomia na relação do


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LOURENÇO, Monica de Azevedo. Piaget e as Operações Formais (após os 11 ou 12 anos).


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