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Tema 1 - Ferramentas de Analise de Circuitos

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0.

História de Electrónica

Define-se Electrónica como sendo a ciência que estuda o controle de energia eléctrica, utilizando
sistemas eléctricos de baixas correntes e que tem como componentes principais os
semicondutores.
A electrónica divide-se em duas áreas, nomeadamente Electrónica Analógica e Electrónica
Digital.
A Electrónica Analógica estuda o processamento de sinais analógicos, isto é, sinais que podem
assumir valores infinitos de amplitude ao longo do tempo.

A Electrónica Digital estuda o processamento de sinais digitais que são sinais que podem assumir
valores predeterminados de amplitude ao longo do tempo.

0.1. História do Desenvolvimento da Electrónica

Ao longo do tempo houve invenções que marcaram o desenvolvimento da electrónica, sendo a


invenção do transístor a mais importante de todas, pois revolucionou o fabrico de todos os
sistemas electrónicos. Com efeito, a invenção do transístor figura na lisa das 10 maiores
invenções do século XX.
A seguir apresenta-se a cronologia de algumas das invenções no ramo da electrónica:
1895 - Marconi faz a primeira radiocomunicação intercontinental.
1904 – Fleming (John Ambrose Fleming) inventa a válvula termiónica ou tubo de vácuo,
amplamente conhecida como válvula de Fleming ou válvula de oscilação de Fleming, usada na
telegrafia sem fio electromagnética. Esta válvula foi considerada como primeiro díodo
termodinâmico.
1907 – Começa a idade de electrónica com a invenção do tubo de vácuo tríodo por Lee De Forest,
conhecido como Audion de três elementos, o primeiro amplificador de tensão.

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1905 – Foi feita a primeira demostração do sistema de televisão, embora os registos de uma
demostração pública do sistema de Televisão sejam em 1926, por John Logie Baird, que usou
uma máquina de transmissão pictorial, que a chamou de Televisor.
1940 – Os físicos John Bardreen, Walter H. Brattain e William Shocklay inventaram o Transístor
de junção bipolar de junção, nos laboratórios Bell. Por esta invenção eles foram laureados com o
prémio Nobel de Física em 1956.
1952 – Começa a produção comercial dos transístores bipolares feitos de silício, feita pela Texas
Instruments.
1958 – É desenvolvido, de forma simultânea, o circuito integrado por Jack St. Clair Kilby na Textas
Instrument e Robert Noyce e Gordon Moore na Fairchild Semicondutors.
1961 – É colocado no mercado o primeiro circuito integrado digital pela Fairchild Semicondutors.
1967 – Foi discutida a prima RAM de 64 bits à base de semicondutores na Conferência
Internacional de Circuitos de Estado Sólido, organizada pela IEEE – Institute of Electrical and
Electronic Engineering.
1968 – O primeiro amplificador operacional à base do circuito integrado, o µA-709, é
comercialmente apresentado pela Fairchaild Semiconductor.
1971 – A INTEL apresenta o microprocessador 4004.
1978 – É apresentado o Microprocessador de 16 bits.

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1. Introdução
1.1. Grandezas em uso na teoria de circuitos

As unidades em uso na análise de circuitos eléctricos são de sistema internacional. A tabela a


seguir apresenta algumas delas com as suas respectivas unidades que serão utilizadas ao longo
do curso.

Nº Grandeza Unidade Símbolo da Símbolo da


unidade grandeza
1 Corrente Ampére A I
2 Carga Coulomb C Q
3 Tensão Volt V U ou E
4 Resistência Ohm W R
5 Capacitância Farad F C
6 Indutância Henry H L
7 Energia Joule ou Watt x Tempo J ou Ws E
8 Potência Watt W P
9 Frequência Hertz Hz F
10 Condutibilidade Siemens S G

As unidades das grandezas acima referidas podem ser muito maiores ou muito menores,
dependendo do tipo da grandeza a ser expressa. Para o uso racional das mesmas são aplicados
factores de escala, alguns deles representadas na tabela que se segue.

Factor Prefixo Símbolo


𝟏𝟎𝟏𝟐 Tera T
𝟏𝟎𝟗 Giga G
𝟏𝟎𝟔 Mega M
𝟏𝟎𝟑 Quilo K
𝟏𝟎𝟐 Hecto h
𝟏𝟎 Deca da
𝟏𝟎&𝟏 Deci d

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𝟏𝟎&𝟐 Centi c
𝟏𝟎&𝟑 Mili m
𝟏𝟎&𝟔 Micro µ
𝟏𝟎&𝟗 Nano h
𝟏𝟎&𝟏𝟐 Pico r
𝟏𝟎&𝟏𝟓 Funto f
𝟏𝟎&𝟏𝟖 Acto a

1.2. Grandezas básicas

1.2.1. Carga Eléctrica

A carga elétrica representa excesso ou défice de cargas num condutor eléctrico. A carga électrica
relaciona-se com os electrões da seguinte maneira:

1𝐶 = 6,28𝑥10'( 𝐸𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠 e 1𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟ã𝑜 = 1,6𝑥10&') 𝐶

1.2.2. Potencial Eletrostático

O Potencial Electroestático descreve a capacidade de realização de trabalho num corpo


carregado, como por exemplo, a capacidade de realização de trabalho pelas cargas pontuais
positivas no ar, distanciadas entre elas por r. Reflete-se através de uma força descrita pela lei de
Coulomb, matematicamente expressada da seguinte maneira:

𝑄' 𝑥𝑄*
𝐹=
4𝜋𝜀+ 𝑟 *
,!
Em que 𝜀+ = 8,854𝑥10&'* -./, chama-se permeabilidade do vácuo.

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1.2.3. Corrente Eléctrica

Define-se corrente elétrica como sendo o movimento ordenado de partículas carregadas. A


corrente eléctrica não se percebe pelos sentidos humanos, mas os seus feitos têm características
específicas que se traduzem nas seguintes acções:

a) Onde flui corrente eléctrica há sempre um campo magnético.


b) Um condutor atravessado por corrente eléctrica produz efeito Joule, isto é, aquece e
dissipa calor.
c) Se o condutor for de iões, existe sempre o transporte de material. Esta carecterística é
notória no processo de electrólise.
d) A velocidade da corrente elétcrica é da ordem de quilómetros por segundo.

Quantitativamente, a corrente eléctrica define-se como sendo a quantidade de cargas por


unidade de tempo. Ou seja:

𝑄
𝐼=
𝑡
Onde I – é a Intensidade da Corrente Eléctrica; Q – é a carga eléctrica e t – é o tempo.

A unidade da corrente no sistema internacional é:


𝐶
𝐼 = > ? = [𝐴 ]
𝑠

A unidade da corrente é Ampére. Fisicamente um Ampére é o deslocamento de um Coulomb de


carga através de um ponto qualquer de um condutor durante o intervalo de tempo de um
segundo.
Pretendendo-se determinar o valor instantâneo da corrente, a seguinte expressão é utilizada:
𝑑𝑄
𝑖=
𝑑𝑡

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Note-se que o valor instantâneo da corrente é aplicável para o caso em que o movimento de
cargas não é uniforme.
Da equação da corrente instantânea, resulta que:

2"

𝑄 = E 𝑖𝑑𝑡
2#

1.2.3.1. Sentido da corrente

Na verdade, o sentido da corrente estabelece-se obedecendo duas variáveis, nomeadamente o


tipo do condutor e a polaridade dos potenciais entre o início e o fim do condutor.
Nos condutores metálicos, o sentido da corrente é da carga negativa para a carga positiva.
Contudo, convencionou-se que o sentido da corrente é da carga positiva para a carga negativa.

1.2.3.2. Tipos de corrente

A corrente eléctrica é função de tempo. Assim, ela pode ser:


a) Corrente Contínua (cc ou DC) – o seu valor permanece constante ao longo do tempo.

b) Corrente Alternada (AC) – o seu valor varia com o tempo, assumindo alternadamente
valores positivos e negativos.

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i

i(t)

c) Corrente Elétcrica exponencial – o seu valor varia exponencialmente com o tempo.

i(t)

d) Corrente Eléctrica sinusoidal amortecida – tem como característica uma sinusoide


amortecida.

i(t)

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1.2.4. Tensão Eléctrica e Força Electromotriz

Como foi visto anteriormente, a corrente eléctrica é a sequência de cargas ou potenciais nos
terminais de um condutor. Esta sequência acontece devido à desigualdade das cargas nos
terminais dos condutores e à essa diferença dá-se o nome de Tensão Eléctrica, que tem a
capacidade de realizar trabalho, podendo se definir então como trabalho necessário para mover
uma carga de um terminal para o outro, ou seja:

𝑊
𝑈34 =
𝑄

Onde 𝑈34 – é a tensão eléctrics entre os pontos a e b; W – trabalho realizado sobre as cargas, Q
– são as cargas movimentadas.

A unidade da Tensão no sistema internacional é:


𝐽
𝑈 = > ? = [𝑉 ]
𝐶

A tensão eléctrica também é denominada queda de tensão porque cada elemento de um circuito
eléctrico diminui a tensão total aplicada nesse mesmo circuito, isto é, há queda de tensão nos
elementos de um circuito eléctrico. Assim:
𝑈34 = 𝑈3 − 𝑈4

Para que a corrente flua permanentemente num circuito eléctrico é necessário que haja um
agente responsável pela manutenção da diferença de potencial entre as extremidades do
circuito, apesar de a corrente tender a eliminar essa diferença. A esse elemento responsável pela
manutenção da diferença de potencial entre as extremidades de um circuito eléctrico chama-se
Força Electromotriz (f.e.m) que na verdade é uma diferença de potencial que funciona como uma
“bomba de electrões”. Então pode se concluir que:
𝑊(𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜)
𝑄𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 = 𝑈 =
𝑄

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𝑊(𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜)
𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝐸𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑜𝑚𝑜𝑡𝑟𝑖𝑧 = 𝐸 =
𝑄

A unidade da Tensão no sistema internacional é:


𝐽
𝐸 = > ? = [𝑉 ]
𝐶

1.2.4.1. Fontes de força electromotriz

a) Geradores Eletrostáticos – máquinas de fricção ou indução


b) Geradores Electroquímicos – pilhas e acumuladores
c) Geradores Electromagnéticos – dínamos e alternadores
d) Geradores Termoeléctricos – Termopolares
e) Geradores Fotoelétrciso – Células fotoélectricas.

1.2.4.2. Sentido da força Electromotriz

+ +
+
U=E
E
-
-
a) b)

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1.2.4.3. Representação gráfica da Força Electromotriz

I I I
+
E E E -

a) b) c)
Gerador Electroquímico (pilha)
Forma geral
1.2.4.4. Sentido da queda de tensão

I R

1.3. Leis experimentais

1.3.1. Lei de Ohm. Resistência

A lei de Ohm enuncia-se da seguinte forma:


“A tensão através de muitos tipos de materiais condutores é directamente proporcional à
corrente que passa por esse material”.
Matematicamente expressa-se como:

𝑈 = 𝑅. 𝐼
Onde R é a constante de proporcionalidade, chamada RESISTÊNCIA.

A Resistência é a oposição oferecida ao fluxo da corrente pelos materiais.


A unidade de Resistência no sistema internacional é OHM (W), em homenagem ao cientista
George Simon OHM:

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𝑉
𝑅 = > ? = [Ω ]
𝐴
As vezes a constante de resistência toma outra forma:
𝐼 = 𝐺. 𝑈

Neste caso, está-se perante uma nova grandeza chamada condutância, cuja relação com a
resistência é:
1
𝑅=
𝐺
A unidade da Condutância é Siemens (S).

A lei de OHM pode ser expressa através das 3 diferentes expressões que se seguem:

! !
𝑈 = 𝑅. 𝐼 ; 𝐼 = ; 𝑅=
" #
A resistência pode ser representada através de dois símbolos, sendo um americano e outro
europeu.

R R

a) Americano b) Europeu

56
Na prática nem sempre a resistência é constante, podendo ser expressa da seguinte forma: 57 =
!
𝑟. Não havendo variação, chega-se a fórmula 𝑅 =
#
que é comumente usada para a

análise.

1.3.1.1. Resistência específica (Resistividade)

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A resistência de um condutor é directamente proporcional ao comprimento do condutor e
inversamente proporcional à secção desse mesmo condutor.

𝑙
𝑅=𝜌
𝑆
Onde r - é a constante de proporcionalidade chamada Resistividade ou Resistência Específica.

Ω. 𝑚*
𝜌=\ ]
𝑚

Condutância específica:

1 𝑙
𝜌= ⟹𝑅=
𝜘 𝜘. 𝑆

1.3.2. Potência

Sempre que há corrente num material, há queda de tensão expressa por 𝑈 = 𝑅. 𝐼, o que significa
que durante um determinado tempo, t, transfere-se de um extremo para o outro uma
quantidade de carga expressa por 𝑄 = 𝐼. 𝑡. O trabalho realizado nesse mesmo tempo
considerado, por definição é:

𝑊 = 𝑈. 𝑄

Por definição, a potência é o trabalho realizado num determinado tempo.

𝑊
𝑃=
𝑡
Substituindo o trabalho pela sua expressão tem-se que”
𝑈. 𝑄
𝑃= ⟹ 𝑃 = 𝑈. 𝐼
𝑡

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A unidade de Potência no sistema internacional é Watt (W)

um Watt define-se como a potência dissipada num condutor que é percorrido por uma corrente
de intensidade 1A sob a tensão de de 1V.

Sendo 𝑈 = 𝑅. 𝐼, tem-se que:


𝑃 = 𝑈. 𝐼 = 𝑅. 𝐼. 𝐼

Daí que:
𝑃 = 𝐼* 𝑅
Ou ainda:
!
Se 𝐼 =
"
, então:

𝑈
𝑃 = 𝑈.
𝑅
Daí que:

𝑈*
𝑃=
𝑅

1.3.3. Energia

A quantidade de energia fornecida a um circuito é igual ao trabalho executado por esse circuito
é representa-se por:
𝑊 = 𝐴 = 𝑈. 𝐼. 𝑡 = 𝑃. 𝑡
1𝐽 = 1𝑊. 𝑠
Na prática a energia mede-se por KWH que corresponde a energia dissipada durante uma hora
pela potência constante de 1KW. Isto porque 1W.s é o valor muito pequeno de energia que não
se utilizaria para absolutamente nada.
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58
Se a corrente não for constante, ou seja, se se expressar por 𝑖 = 52
, tem-se que:

𝑑𝑤 = 𝑢𝑑𝑞 = 𝑈. 𝑖𝑑𝑡 = 𝑝𝑑𝑡


E o trabalho pode se expressar como:

2! 2!

𝑤 = E 𝑝𝑑𝑡 = E 𝑈𝑖𝑑𝑡
2" 2"

Normalmente simboliza a potência como:

𝑃' – Potência recebida à entrada ou produzida (a máquina geradora é não eléctrica)


P – Perdas na própria máquina.
𝑃* – Potência fornecida pela máquina.

Resultando em:
𝑃' = 𝑃 + 𝑃*

Rendimento
𝑃* 𝑃*
𝜂= 𝑜𝑢 𝜂 =
𝑃' 𝑃* + 𝑃

1.3.4. Lei de Joule

Quando uma corrente I circula num condutor de resistência R, liberta-se calor no condutor, isto
é, há transformação de energia elétrica em energia térmica (calorífica).
𝑊 = 𝑃. 𝑡 = 𝑅𝐼 * 𝑡
A fórmula acima chama-se expressão matemática do Efeito Joule.

1.4. Redes Simples

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1.4.1. Circuito Eléctrico

Um circuito eléctrico é uma interligação entre componentes electromagnéticos (fontes) e


conversores (cargas) onde uma corrente eléctrica pode circular.
Os elementos de uma rede eléctrica (circuito) são: fonte, carga e condutores, assumindo-se que
estes condutores são perfeitos, isto é, possuem uma resistência nula. Resultante dessa
interligação, um circuito elétrico é caracterizado por:

a) Nó – é o ponto onde três ou mais elementos têm uma conexão comum. As figuras a baixo
ilustram nós em circuitos eléctricos.

Nó 1

Nó 1

R1 R1

R2 R3 R4 R2 R3 R4

E E
Nó 2

Nó 2
a) Circuito de dois nós b) Circuito de dois nós

b) Ramo - é a conexão de dois nós através de um ou mais elementos de um circuito. Dois ou


mais elementos associados de maneiras que seus terminais definam dois nós, constituem
uma associação em paralelo; dois ou mais elementos associados de maneiras que cada
terminal de um elemento esteja ligado com o terminal de outro elemento, constituem
uma associação em série. No circuito eléctrico da figura abaixo, existem 3 nós e 5 ramos
(apenas 3 estão identificados).

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Ramo

R2 E2
Nó 1 Nó 3

Ramo
R1
R4 R4
R3

E1
R6
Ramo

Nó 2

1.4.2. Tensão num Ramo

A tensão eléctrica nos terminais de um circuito é a diferença de potencial que existe entre os
terminais desse ramo.
Exemplo: Seja um ramo composta apenas por uma resistência, como indicado na figura abaixo.

a I R b

Uab

O Potencial no terminal a pode ser obtido da seguinte forma:

𝜑3 = 𝜑4 + 𝐼𝑅
Assim, a diferença do potencial entre os pontos a e b, por definição é:

𝜑3 − 𝜑4 = 𝑈34
Desenvolvendo a expressão do potencial do terminal a, tem-se que:
𝜑3 − 𝜑4 = 𝐼𝑅
Ou seja:
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𝑈34 = 𝐼𝑅

É válido também que:


𝑈34 𝜑3 − 𝜑4
𝐼= =
𝑅 𝑅

Este foi o caso em que o ramo tem apenas um elemento conversor. Seja um ramo composto por
fontes e cargas, como ilustrado no circuito abaixo.

a I R b c

Uac

De modo a se determinar o potencial do terminal a, em função do c, determina-se primeiro a


diferença do potencial do ponto b para c.

𝜑4 = 𝜑9 ± 𝐸
Para o outro ramo, isto e, da parte a à b tem-se que:

𝜑3 = 𝜑4 + 𝐼𝑅

Note-se que b é comum para os dois ramos, assim, substituindo 𝜑4 pelo seu valor obtêm-se:
𝜑3 = 𝜑9 + 𝐼𝑅 ± 𝐸

Daqui pode se determinar a diferença do potencial entre os pontos a e c, que será:

𝜑3 − 𝜑9 = 𝐼𝑅 ± 𝐸

Como 𝜑3 − 𝜑9 = 𝑈39 , resulta que:


𝑈39 = 𝐼𝑅 ± 𝐸

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De igual modo, a corrente no mesmo ramo expressa-se por:

𝑈39 ∓ 𝐸
𝐼=
𝑅

1.4.3. Leis de Kirchhoff

As leis de Kirchhoff regem o funcionamento de qualquer circuito eléctrico e são as seguintes:

1.4.3.1. 1ª Lei (Lei de correntes ou lei de nós)

“A soma das correntes que entram num nó e igual à soma das correntes que saem desse mesmo
nó”.
O enunciado matemático da 1ª lei de Kirchhoff é:
“A soma algébrica das correntes de um nó é igual a zero”.

I6
;
I1
j 𝐼: = 0
'

I2 I5

I4

I3

Exemplo: Seja um nó com correntes entrando e outros saindo, como ilustrado na figura acima. O
procedimento para definir a expressão do nó é:
§ Definir o sentido das correntes e convencionar que as correntes que entram no nó têm
sinal positivo e as que saem têm sinal negativo. Assim, a expressão do nó será:

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a) Soma algébrica nula:
𝐼' − 𝐼* + 𝐼< + 𝐼= − 𝐼> + 𝐼? = 0

b) Soma das correntes de entrada igual a soma das correntes de saída:



𝐼' + 𝐼< + 𝐼= + 𝐼? = 𝐼* + 𝐼>

1.4.3.2. 2ª Lei (Lei de Tensões ou lei de Malhas)

“A tensão aplicada (f.e.m) a um circuito fechado é igual à soma das quedas de tensão nesse
mesmo circuito”.
; /

j 𝑢7 (𝑡) = j 𝑒@ (𝑡)
' '

A segunda lei também pode se enunciar da seguinte forma:


“ A soma algébrica das tensões a volta de qualquer malha é igual a zero”.

j 𝑈A = 0
'

Exemplo 1: Seja um circuito representado na figura abaixo:

I2
R1
R2
E1 I1

a
c

R6

I3
I5
R3
R5
E3
R4 d

e I4

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Para a escrita da equação procede-se da seguinte maneira.
a) Fixar arbitrariamente os sentidos das correntes (indicados na figura)
b) Escolher arbitrariamente o sentido do percurso da malha (arco dentro da malha)
c) Convencionar os sentidos (todas as correntes que coincidem com o sentido da malha são
positivas e as contrárias, são negativas) e escrever a equação:

𝐸' − 𝐸< = 𝑅' 𝐼' − 𝑅* 𝐼* − 𝑅< 𝐼< + 𝑅= 𝐼= + 𝐼> (𝑅> + 𝑅? )

Considerando as tensões pode se escrever:

𝑈34 − 𝑈49 − 𝑈95 + 𝑈5B + 𝑈B3 = 0

Exemplo 2: Seja um circuito com mais de uma malha

I1
R1 I2 R2

I3
E1 E2
I R3 II

III

Analisando o circuito acima vê-se que possui dois nós concorrentes, isto é, as correntes que
caracterizam um nó são as mesmas que caracterizam o outro nó. Assim, basta considerar apenas
um nó. Em termos de malhas, o circuito apresenta um total de 3 malhas cujos sentidos escolhidos
estão indicados pelas cores azul, verde e vermelho. As equações do nó e das malhas serão:

Equação do nó:
𝐼' + 𝐼* + 𝐼< = 0
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Equação das Malhas:
Malha 1: 𝐸' = 𝐼' 𝑅' − 𝐼< 𝑅<
Malha 2: −𝐸* = 𝐼< 𝑅< − 𝐼* 𝑅*
Malha 3: 𝐸' − 𝐸* = 𝐼' 𝑅' − 𝐼* 𝑅*

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2. Análise de Circuitos de Corrente contínua
2.1. Análise de circuitos de uma malha

Na determinação da tensão de um ramo feita anteriormente, considerou-se que a fonte de


tensão é ideal, isto é, a força electromotriz é constante, o que não condiz com a prática, pois a
resistência interna da fonte pode não ser zero. Os gráficos seguintes ilustram situações em que
a resistência interna da fonte é zero e outra diferente de zero.

U U

Ri = 0 Ri = 0
E E

Ri ≠ 0

I I
a) b)

As características ilustradas no caso b, para a situação e em que a resistência interna da fonte


é diferente de zero (R C = 0) podem ser aproximadas a uma recta, como a seguir se ilustra:

Ri 
E
U

𝑈 = 𝐸 − 𝐼. 𝑅7
Considerando a existência da carga, o circuito fica:
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a

Ri 

Rc  U=I.Rc
E

A equação deste circuito será

𝐸
𝐸 = 𝐼𝑅7 + 𝐼𝑅9 ⟹ 𝐼 =
𝑅7 + 𝑅9
Considerando que a tensão nas juntas a e b é U, e é a queda de tensão na fonte ou na resistência
de carga, tem-se que:

𝑅9
𝑈=𝐸
𝑅7 + 𝑅9
Desta expressão, vários casos podem ser analisados, nomeadamente:

a) Curto – Circuito
Neste caso a resistência de carga é igual a zero.

𝐸
Ri  𝐼99 =
𝑅9

Icc
𝑈=0
E
Onde 𝐼99 – é corrente de curo circuito.

b b) Funcionamento em vazio

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Considera-se que o circuito funciona em vazio quando a resistência de carga for infinita.

𝑈 = 𝑈6 = 𝐸
Ri 

Uv
𝐼=0
E

𝑈6 – Tensão em vazio
b

c) Adapatação
O circuito considera-se adapatação se a resistência interna da fonte for igual à resistência
da carga.
a

Ri 
U Para 𝑅9 = 𝑅7 , tem-se que:
Rc  𝐸 𝑈6
𝑈= =
E 2 2
𝐸 𝐸 𝐼99
𝐼= = =
2𝑅7 2𝑅9 2
b

2.1.1. Relação de Potências

As expressões do circuito da fonte real com carga podem produzir a seguinte relação de
potências:

𝑃9 = 𝐼 * 𝑅9
Substituindo a expressão da corrente tem -se:

𝐸* 𝑈*
𝑃9 = 𝑅 =
(𝑅7 + 𝑅9 )* 9 𝑅9
SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 24
A expressão acima é a de potência útil do circuito, pois é a que se desenvolve na resistência de
carga.

Na resistência interna da fonte:

𝑃7 = 𝐼 * 𝑅7

Substituindo a expressão da corrente tem -se:

𝐸*
𝑃7 = 𝑅
(𝑅7 + 𝑅9 )* 7

A expressão acima é a de potência de perdas, pois é a que se desenvolve na resistência de interna


da fonte.

2.1.2. Potência produzida pelo gerador

𝐸* 𝐸*
𝑃2 = (𝑅 + 𝑅 ) =
(𝑅7 + 𝑅9 )* 7 9
𝑅7 + 𝑅9

𝐸*
𝑃2 = 𝑃7 + 𝑃9 =
𝑅7 + 𝑅9

2.1.3. Rendimento

𝑃9 𝑅9 1
𝜂= = =
𝑃2 𝑅7 + 𝑅9 1 + 𝑅7
𝑅 9

2.1.4. Valor máximo da potência

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𝐸* 𝐸
𝑃9/3D = =
4𝑅7 4

Com 𝑅9 = 𝑅7 :

E
$ G H
𝜂 = E FE = 0,5; G&
= 0,5; H$$
= 0,5
% $

2.2. Métodos de Análise de Circuitos

2.2.1. Resistência equivalente de um circuito em série

Seja um circuito em que as resistências estão ligadas em série.

R1 R2 Rn
... I

U Req
U1 U2 Un

A tensão total no circuito será:

𝑈' + 𝑈* + ⋯ + 𝑈; = 𝑈
Substituindo pelas respectivas expressões:

𝐼𝑅' + 𝐼𝑅* + ⋯ + 𝐼𝑅; = 𝐼𝑅B8


Resulta que:
𝑅B8 = 𝑅' + 𝑅* + ⋯ + 𝑅;
𝑈
𝐼=
𝑅B8

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Exemplo de um circuito em série:

E3
R4 R3

Eeq Req
R5

E1 E2
R1 R2

A expressão deste circuito será:


𝐸' − 𝐸* + 𝐸< = 𝐼(𝑅' + 𝑅* + 𝑅< + 𝑅= + 𝑅> )

A sama das resistências é a resistência equivalente do circuito, concluindo-se que:

/ ;

𝐸B8 = j 𝐸@ 𝑒 𝑅B8 = j 𝑅7
@ 7

2.2.1.1. Divisor de Tensão

O conjunto de resistências ligadas em série chama-se divisor de tensão porque pode-se obter
uma tensão nos terminais de cada resistência que é fracção da tensão total aplicada.

R1 U1

E
U

R2 U2

A força electromotriz no circuito é dada por:

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 27


𝐸 = 𝑈 = 𝑈' + 𝑈*

A corrente em cada elemento é igual a corrente total e pode expressar-se como:

𝑈 𝑈' 𝑈* 𝑈' + 𝑈*
𝐼= = = =
𝑅' + 𝑅* 𝑅' 𝑅* 𝑅' + 𝑅*

Desta equação pode-se deduzir que:

𝑈' 𝑅' 𝑈 𝑅' + 𝑅* 𝑈 𝑅' + 𝑅*


= 𝑜𝑢 = 𝑜𝑢 =
𝑈* 𝑅* 𝑈' 𝑅' 𝑈* 𝑅*

Das expressões acima pode se enunciar que:

“A razão das resistências é igual à razão das tensões das tensões sobre estas resistências” – este
enunciado é a regra de divisores de tensão.
Assim:

𝑅' 𝑅*
𝑈' = 𝑈 𝑈* = 𝑈
𝑅' + 𝑅* 𝑅' + 𝑅*

Num circuito com mais de duas resistências, tem-se que:

𝑅' 𝑅'
𝑈' = 𝑈 =𝑈
𝑅' + 𝑅* +. . . +𝑅; ∑ 𝑅7

Ou
𝑅7
𝑈7 = 𝑈
∑ 𝑅7
Do mesmo modo

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 28


𝑅' + 𝑅*
𝑈' + 𝑈* = 𝑈
∑ 𝑅7

2.2.2. Resistência Equivalente de um circuito em paralelo

Seja um circuito em que as resistências estão ligadas em série:

I3
It I1 I2
It

U R1 R2 R3 U Req

De acordo com a primeira lei de Kirchhoff, a corrente total do circuito é:

𝐼2 = 𝐼' + 𝐼* + 𝐼<
Expressando as correntes em cada resistência através da tensão na respectiva resistência, tem-
se que:

𝑈' 𝑈* 𝑈<
𝐼' = ; 𝐼* = ; 𝐼< =
𝑅' 𝑅* 𝑅<

Assim o valor da corrente total será:

𝑈' 𝑈* 𝑈*
𝐼2 = + +
𝑅' 𝑅* 𝑅<
No circuito equivalente, a corrente total é:
𝑈
𝐼2 =
𝑅B8

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 29


Então:

𝑈 𝑈' 𝑈* 𝑈*
= + +
𝑅B8 𝑅' 𝑅* 𝑅<

Observando o circuito original vê-se a tensão total é igual a tensão em cada uma das resistências:
𝑈 = 𝑈' = 𝑈* = 𝑈<

Assim:
𝑈 1 1 1
= 𝑈o + + p
𝑅B8 𝑅' 𝑅* 𝑅<

1 1 1 1
= + +
𝑅B8 𝑅' 𝑅* 𝑅<
Em termos de condutância pode se escrever que:

𝐺B8 = 𝐺' + 𝐺* + 𝐺<


Generalizando as fórmulas de resistência equivalente e condutância

1 1 1 1
= + + ⋯+
𝑅B8 𝑅' 𝑅* 𝑅;

𝐺B8 = 𝐺' + 𝐺* + ⋯ + 𝐺;

2.2.2.1. Divisor de corrente

Numa associação em paralelo, a corrente total é dividida pelas resistências que compõem a
associação, sendo que a corrente em cada ramo é uma fracção da corrente total. Por isso, a
ligação em paralelo é chamada também de divisor de corrente.
Para análise, seja um circuito ilustrado na figura abaixo:

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 30


...
It I1 I2
In

Rn
R1 R2

...

Analisando o circuito:
𝑈 = 𝑈' = 𝑈* = ⋯ = 𝑈;

De acordo com a lei de Ohm.


𝑈2 = 𝐼2 𝑅B8 ; 𝑈' = 𝐼' 𝑅* ; 𝑈* = 𝐼* 𝑅* ; 𝑈; = 𝐼; 𝑅;

Assim:
𝐼2 𝑅B8 = 𝐼* 𝑅* 𝑜𝑢 𝐼' 𝑅' = 𝐼* 𝑅* 𝑜𝑢 𝐼* 𝑅* = 𝐼; 𝑅;

Resulta que:
𝐼2 𝑅B8 𝐼' 𝐺'
𝐼* = ; =
𝑅* 𝐼* 𝐺*

𝐼2 𝑅B8
𝐼; =
𝑅;

Exemplo:

Duas resistências ligadas em paralelo, 𝑅' 𝑒 𝑅* , através de uma fonte, drenam uma corrente
total de 1.8A. A resistência 𝑅* dissipa duas vezes mais a potência que 𝑅' . Quais são os valores
das resistências?

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 31


It I1 I2

E
R1 R2

Dados:
𝐸 = 120𝑉; 𝐼2 = 1.8𝐴; 𝑃* = 2 𝑃' ; 𝑅' −? 𝑒 𝑅* −?

A potência em cada uma das resistências é dada por:


𝑈' * 𝑈* *
𝑃' = 𝑒 𝑃* =
𝑅' 𝑅*
Do circuito, sabe-se que:
𝑈' = 𝑈* = 𝑈

Então:
𝑈*
𝑃* = 2
𝑅'

Ou ainda:
𝑈* 𝑈* 1 2
=2 ⟹ = ⟹ 𝑅' = 2𝑅*
𝑅* 𝑅' 𝑅* 𝑅'

Ainda do Circuito pode se dizer que:
𝑅' 𝑅* 2𝑅* 𝑅* 2𝑅* < 2 3 3 𝐸
𝑅B8 = = = ⟹ 𝑅B8 = 𝑅* ⟹ 𝑅* = 𝑅B8 = 𝑥
𝑅' + 𝑅* 2𝑅* + 𝑅* 3𝑅* 3 2 2 𝐼2
3 120
𝑅* = 𝑥 = 100Ω
2 1.8
SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 32
𝑅' = 2𝑥100 = 200Ω

2.2.3. Transformação Estrela – Triângulo

Nem sempre as resistências estão ligadas de modo a se aplicar directamente o cálculo das
resistências equivalentes em série ou em paralelo. Para isso, há necessidade de se fazer
transformação estrela – triângulo ou vice-versa, de modo a se encontrar as ligações comuns (em
série ou em paralelo). Para o efeito usam-se as seguintes fórmulas:

R1
a b

Rb
Ra

R3 R2
Rc

Conversão do triângulo para estrela:

𝑅' 𝑅< 𝑅' 𝑅* 𝑅* 𝑅<


𝑅3 = ; 𝑅4 = ; 𝑅9 =
𝑅' + 𝑅* + 𝑅< 𝑅' + 𝑅* + 𝑅< 𝑅' + 𝑅* + 𝑅<

Conversão de estrela para triângulo:

𝑅3 𝑅4 + 𝑅4 𝑅9 + 𝑅9 𝑅3 𝑅3 𝑅4 + 𝑅4 𝑅9 + 𝑅9 𝑅3 𝑅3 𝑅4 + 𝑅4 𝑅9 + 𝑅9 𝑅3
𝑅' = ; 𝑅* = ; 𝑅< =
𝑅9 𝑅3 𝑅4

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 33


2.2.4. Aplicação das Leis de Kirchhoff na análise de circuitos

De uma forma geral, analisar um circuito que contem uma ou mais fontes e duas ou mais junções
consiste em determinar o número de equações simultâneas, correspondentes ao número de
variáveis que que se pretende calcular, onde essas variáveis são as correntes que fluem em cada
ramo.
O algoritmo de análise pelas leis de Kirchhoff é o seguinte:
1. Determinar o número de nós e ramos no circuito.
2. Marcar o sentido das fontes de tensão por meio de setas
3. Escolher arbitrariamente os sentidos das correntes nos ramos
4. Marcar as malhas independentes e escolher arbitrariamente o sentido de circulação da
corrente nessas malhas.
5. Escrever o sistema de equações composto por:
a) Número de equações obtidas através da primeira lei de Kirchhoff (Lei de Nós)
b) Número de equações obtidas através da segunda lei de Kirchhoff (Lei de Malhas)
6. Resolver o sistema de equações obtido no ponto 5.

Exemplo:
Seja um circuito abaixo representado na figura com os seguintes valores: 𝑅' = 𝑅* = 𝑅< =
1Ω; 𝐸' = 3𝑉 𝑒 𝐸* = 4.5𝑉, determinar as correntes que fluem em cada uma das resistências.

III
R1 R2

I2
I1
I3
I R3 II
E1 E2

Solução:
a) Determinação do número de nós:

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 34


Olhando pata o circuito vê-se que ele é composto de dois nós, contudo estes nós são
concorrentes porque são atravessados pelas mesmas correntes, o que significa ao se
considerar as equações dos dois nós, as mesmas irão se anular. Conclui-se então que no
caso de nós concorrentes, basta considerar a equição de apenas um deles.
b) Número de malhas
Chama-se malha um percurso fechado composto por um ou vários ramos.
No circuito em análise, existem três malhas, nomeadamente: 𝐸' − 𝑅' − 𝑅< − 𝐸' 𝐸' −
𝑅' − 𝑅* − 𝐸* − 𝐸' e 𝐸* − 𝑅* − 𝑅< − 𝐸< .
c) Sentido das fontes.
O sentido das fontes já está marcado nas próprias fontes.
d) Sentido das correntes
O sentido das correntes foi marcado pelas setas vermelhas na figura
e) Sentido de circulação nas malhas
O sentido de circulação nas malhas foi indicado pelas linhas azuis no circuito
f) Equações de nós e de malhas
Escreve-se o número de equações correspondente ao número de variáveis. Como são três
correntes por calcular, basta a equação de um nó e de duas malhas, por exemplo.

Nó:
𝐼' + 𝐼* − 𝐼< = 0
Malhas:
I: 𝐸' = 𝐼' 𝑅' + 𝐼< 𝑅<
II: 𝐸* = 𝐼* 𝑅* + 𝐼< 𝑅<
g) Substituir os valores e resolver o sistema de equações composto.

𝐼' + 𝐼* − 𝐼< = 0 −−−−−−−− −−−−−−−−


s 𝐼' + 𝐼< = 3 ⟹ t I < = 3 − I' ⟹t − − −−−−−−−−−−
𝐼* + 𝐼< = 4.5 𝐼* + 3 − I' = 4.5 𝐼* = 1.5 + I'
I' + 1.5 + I' − (3 − I' ) = 0
⟹ s− − − − − − − − − − − −
−−−−−−−−−−−

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 35


3I' − 1.5 = 0 I' = 0.5 I' = 0.5
⟹ s− − − − − − − − − − − − ⟹ s− − − − − − − − − − − − ⟹ s I< = 3 − 0.5
−−−−−−−−−−− −−−−−−−−−−− 𝐼* = 1.5 + 0.5
I' = 0.5A
⟹ sI< = 2.5A
𝐼* = 2𝐴

2.2.5. Balanço de Potências

Num circuito em que existem apenas geradores de tensão, as trocas de energia entre esses
geradores e os elementos resistivos são regidos pela fórmula:

j II * R I = j E/ . I/

Em outras palavras, a energia fornecida ao circuito deve ser igual à energia dissipada no mesmo
circuito.
Note-se que se a corrente e a fonte tiverem o mesmo sentido a energia entra na equação com
sinal positivo, caso contrário, a fonte vai absorver energia e entra na equação com sinal negativo.

Havendo também fontes de corrente, a equação do Balanço de potências será:

j II * R I = j E/ . I/ + j U34 . IA

Exemplo:
Para o circuito do exemplo anterior, fazer o balanção de potências.

Solução

As resistências e fontes dadas são:

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 36


𝑅' = 𝑅* = 𝑅< = 1Ω; 𝐸' = 3𝑉 𝑒 𝐸* = 4.5𝑉
Os valores de correntes calculados são:
𝐼' = 0,5𝐴; 𝐼* = 2𝐴; 𝐼< = 2,5𝐴

A potência consumida nas resistências é:

𝑃9 = 𝐼' * 𝑥𝑅' + 𝐼* * 𝑥𝑅* + 𝐼< * 𝑥𝑅< = 0,5* 𝑥1 + 2* 𝑥1 + 2,5* 𝑥1 = 10,5𝑊



A potência fornecida pelas fontes é:
𝑃J = 𝐸' 𝐼' + 𝐸* 𝐼* = 3𝑥0,5 + 4,5𝑥2 = 10,5𝑊

Como se pode ver, 𝑃J = 𝑃9 = 10,5𝑊

2.2.6. Teorema de Superposição

O teorema de superposição num circuito eléctrico preconiza que se um circuito tiver mais do que
uma fonte, a tensão ou corrente nos componentes é devida a influência de cada uma das fontes,
podendo se obter somando algebricamente a tensão e/ou corrente resultantes de cada uma das
fontes, quando as outras estiverem isoladas. N
Note-se que o teorema de superposição ocorre quando os componentes forem lineares, isto é,
quando respeitarem a lei de Ohm.

Exemplo:
Usando o teorema de superposição, determine os valores das correntes nas resistências do
R1 R2 circuito a baixo com os
I2 seguintes valores: 𝑅' =
I1
I3 𝑅* = 𝑅< = 1Ω; 𝐸' =
R3
E1 E2 3𝑉 𝑒 𝐸* = 4.5𝑉

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 37


Dados:
𝑅' = 𝑅* = 𝑅< = 1Ω; 𝐸' = 3𝑉 𝑒 𝐸* = 4.5𝑉; 𝐼' −? ; 𝐼* −? ; 𝐼< −?

a) Calcula-se as correntes nas resistências (com outra designação) produzidas pela fonte 1,
quando a fonte 2 estiver eliminada. Por exemplo:
R1 R2

IB
IA
IC
R3
E1

A resistência equivalente do circuito é:

𝑅* 𝑅< 1𝑥1
𝑅B8 = 𝑅' + =1+ = 1,5Ω
𝑅* + 𝑅< 1+1

A corrente total do circuito é a 𝐼K porque é a que sai da fonte e é:

𝐸' 3
𝐼K = = = 2𝐴
𝑅B8 1,5

A Tensão nos nós de circuito pode se calcular de várias formas, dentre elas, considerar que é a
queda de tensão nas resistências 2 e 3 que estão em paralelo. Assim:
𝑈*< = 𝐼K 𝑅*< = 2𝑥0,5 = 1𝑉
Com esta tensão é possível calcular as correntes nas resistências 2 e 3 da seguinte forma:

𝑈*< 1 𝑈*< 1
𝐼L = = = 1𝐴; 𝐼, = = = 1𝐴
𝑅* 1 𝑅< 1
Dar os sinais às correntes em função dos sentidos da fonte:

𝐼K = 2𝐴; 𝐼L = −1𝐴; 𝐼, = 1𝐴

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 38


b) Calcula-se as correntes nas resistências (com outra designação) produzidas pela fonte 2,
quando a fonte 1 estiver eliminada. Por exemplo:

R1 R2

Iy
Ix
Iz
R3
E2

A resistência equivalente do circuito é:

𝑅' 𝑅< 1𝑥1


𝑅B8 = 𝑅* + =1+ = 1,5Ω
𝑅' + 𝑅< 1+1

A corrente total do circuito é a 𝐼K porque é a que sai da fonte e é:

𝐸* 4,5
𝐼M = = = 3𝐴
𝑅B8 1,5

A Tensão nos nós de circuito pode se calcular de várias formas, dentre elas, considerar que é a
queda de tensão nas resistências 2 e 3 que estão em paralelo. Assim:

𝑈*< = 𝐼M 𝑅'< = 3𝑥0,5 = 1,5𝑉


Com esta tensão é possível calcular as correntes nas resistências 2 e 3 da seguinte forma:

𝑈'< 1,5 𝑈'< 1,5


𝐼D = = = 1,5𝐴; 𝐼, = = = 1,5𝐴
𝑅' 1 𝑅< 1
Dar os sinais às correntes em função dos sentidos definidos no circuito:

𝐼M = 3𝐴; 𝐼D = −1,5𝐴; 𝐼N = 1,5𝐴

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 39


c) Somar algebricamente as correntes para obter as correntes pedidas.

𝐼' = 𝐼K + 𝐼D = 2 − 1,5 = 0,5𝐴; 𝐼* = 𝐼L + 𝐼M = −1 + 3 = 2𝐴

𝐼< = 𝐼, + 𝐼N = 1 + 1,5 = 2,5𝐴

2.2.7. Método de Malhas independentes

Os circuitos eléctricos podem ser analisados considerando suas malhas independentes umas das
outras. Duas malhas são independentes se tiverem pelo menos um ramo não comum entre elas.
No caso de malhas independentes a análise procede-se da seguinte forma:
1. Definir uma corrente para cada uma das malhas
2. Definir arbitrariamente o percurso das malhas
3. O sentido da corrente da malha deve coincidir com o percurso da malha
4. Determinar o sistema de equações das correntes das malhas e resolvê-lo. Note que se um
elemento é comum para as duas malhas, na equação as correntes dessas malhas devem
ser reflectidas no elemento.
5. Calcular as correntes dos ramos como sendo a soma algébrica das correntes das malhas
que passam por esse ramo.

Exemplo:
Usando o método de malhas independentes, determine os valores das correntes nas resistências
do circuito a baixo com os seguintes valores: 𝑅' = 𝑅* = 𝑅< = 1Ω; 𝐸' = 3𝑉 𝑒 𝐸* = 4.5𝑉

R1 R2

I2
I1
I3
IA
R3 IB
E1 E2

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 40


Solução
Para este circuito especificamente, com duas malhas consegue-se abranger as três correntes que
se pretendem. Assim serão as utilizadas as malhas A e B cujas correntes e seus sentidos estão
indicadas no seu interior.
Para a malha A, a equação é:
𝐸' = 𝐼K (𝑅' + 𝑅* ) + 𝐼L 𝑅<

Para a malha B a equação é:


𝐸* = 𝐼L (𝑅' + 𝑅* ) + 𝐼K 𝑅<

A seguir resolve-se o sistema de equações composto pelas equações das duas malhas:

𝐸' = 𝐼K (𝑅' + 𝑅* ) + 𝐼L 𝑅< 3 = 𝐼K (1 + 1) + 𝐼L 𝑥1 2𝐼 + 𝐼L = 3


𝐼=y ⟹y ⟹y K
(𝑅 )
𝐸* = 𝐼L ' + 𝑅* + 𝐼K 𝑅< (1
𝐸* = 𝐼L + 1) + 𝐼K 𝑥1 𝐼K + 2𝐼L = 4,5

𝐼L = 3 − 2𝐼K −−−−−−− 𝐼 = 3 − 2𝑥0,5 𝐼 = 2𝐴


⟹y ⟹ z − 3𝐼 = − 1,5 ⟹ y L ⟹y L
𝐼K + 2(3 − 2𝐼K ) = 4,5 K 𝐼K = 0,5 𝐼K = 0,5𝐴
Para o cálculo de 𝐼' , 𝐼* 𝑒 𝐼< basta observar a figura e ver como as correntes das malhas se
relacionam com as correntes pretendidas. Assim:
Para 𝐼' :
𝐼' = 𝐼K = 0,5𝐴
Para 𝐼* :
𝐼* = 𝐼L = 2𝐴

Para 𝐼< : A resistência 𝑅< é atravessada pelas duas correntes das malhas independentes no
mesmo sentido, o que significa que:

𝐼< = 𝐼K + 𝐼L = 0,5 + 2 = 2,5𝐴

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 41


2.2.8. Teorema de Thevenin

O circuito equivalente de Thevenin é um método que se usa para transformar um circuito


complexo num circuito simples. Preconiza que qualquer circuito linear (rede linear) de fontes e
resistências pode se ser substituído por uma resistência equivalente, 𝑅OP , em série com uma
fonte equivalente, 𝑉OP , considerando dois pontos quaisquer desse mesmo circuito, como
ilustram as figuras seguintes:

a a
+ +

RTH
Rede linear UTH Rede linear Rede externa

- b - b

a) b)

RTH
a

+
UTH
Rede externa
-

c)

Através de um caso concreto, são a seguir descritos os passos de transformação de um circuito


linear pelo seu equivalente Thevenin.
Exemplo:
Achar o circuito equivalente Thevenin para o circuito abaixo ilustrado, visto dos pontos a e b,
com 𝐸 = 10𝑉; 𝑅' = 4Ω 𝑒 𝑅* = 6Ω

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 42


R1 a

+
E R2
-

1. Determinação da Resistência equivalente Thevenin: Faz-se o curto – circuito da fonte e


calcula-se a resistência equivalente, observando o circuito dos pontos a e b. O valor obtido
será a Resistência Thevenin.

R1 a

R2

Dos pontos a e b, vê-se que as resistências estão em paralelo. Assim a resistência equivalente
Thevenin será:

𝑅' 𝑅* 4𝑥6
𝑅OP = = = 2,4Ω
𝑅' + 𝑅* 4 + 6

2. Tensão equivalente Thevenin: Do ponto de referência calcula-se a Tensão equivalente


Thevenine, apartir do circuito original.

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 43


R1 a

+
E R2 UTH
-

b
a) Pelo método de divisor de tensão:
𝑅* 6
𝑈OP = 𝐸 = 10𝑥 = 6𝑉
𝑅' + 𝑅* 4+6
b) Pelas leis de Kirchhoff e Ohm

𝐸 10
𝐸 = 𝐼(𝑅' + 𝑅* ) ⟹ 𝐼 = = = 1𝐴
𝑅' + 𝑅* 4 + 6

𝑈* = 𝑅* 𝐼 = 6𝑥1 = 6𝑉
𝑈* = 𝑈OP = 6𝑉

O Circuito Equivalente Thevenin fica:

RTH = 2,4 Ohms a

UTH = 6V

Exemplo 2:

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 44


Desejando-se se colocar uma resistência carga sobre este circuito, pode se utilizar o
circuito original ou o equivalente Thevenin, os resultados serão os mesmos, ou seja, a
corrente na resistência de carga será a mesma. Seja a resistência de carga de 3, 6 Ohms.

R1 a RTH a

+ UTH
E R2 RL Ou RL
-

b b

a) Circuito equivalente Thevenin com


a) Circuito Original com resistência de carga
 resistência de carga

Pelo equivalente Thevenin, a corrente na resistência de carga é::

𝑈OP 6
𝐼= = = 1𝐴
𝑅OP + 𝑅Q 2,4 + 3,6

Pelo circuito original a corrente na Resistência de carga é:

𝑅* 𝑅Q 6𝑥3,6 21,6
𝑅*Q = = = = 2,25Ω
𝑅* + 𝑅Q 6 + 3,6 9,6

𝑅*Q 2,25 22,5


𝑈*Q = 𝐸 = 10𝑥 = = 3,6𝑉
𝑅' + 𝑅*Q 4 + 2,25 6,25
𝑈*Q 3,6
𝐼= = = 1𝐴
𝑅Q 3,6

2.2.9. Teorema de Norton

O teorema de Norton aplica-se na simplificação de redes elétricas em fontes de corrente.

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 45


O mesmo preconiza que qualquer circuito linear de resistências e fontes de tensão ou corrente,
visto a partir de dois pontos quaisquer, pode ser reduzido a uma fonte de corrente (𝐼- ) em
paralelo com uma resistência equivalente (𝑅- ) obtida olhando o circuito a partir dos pontos de
observação, com todas as fontes curto-circuitadas.

+ a

Circuito Linear IN RN Rede Externa

- b
b
a) Circuito Linear
b) Circuito equivalente Norton

Através de um caso concreto, são a seguir descritos os passos de transformação de um circuito


linear pelo seu equivalente Norton.
Exemplo:
Achar o circuito equivalente Norton para o circuito abaixo ilustrado, visto dos pontos a e b, com
𝐸 = 10𝑉; 𝑅' = 4Ω 𝑒 𝑅* = 6Ω

R1 a

+
E R2
-

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 46


1. Cálculo da Corrente de Norton (𝐼- ): Para o cálculo da corrente do Norton, curto circuita-
se o circuito linear nos pontos de observação e calcula se a corrente.

R1
a

IN
R2
E

Uma vez estando em curto-circuito nos pontos a e b, na resistência 2 não passa corrente. Assim,
a corrente de Norton será:

𝐸 10
𝐼- = = = 2,5𝐴
𝑅' 4

2. Cálculo da Resistência equivalente de Norton: Para o cálculo da resistência equivalente,


se a fonte for de tensão, a mesmo deve ser curto-circuitada. No caso de ser fonte em
corrente, esta deve ser aberta, deixando o circuito a funcionar em vazio. Para este caso,
sendo fonte de tensão, será curto-circuitada.

R1 a

R2

Dos pontos a e b, vê-se que as resistências estão em paralelo. Assim a resistência equivalente
Norton será:
SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 47
𝑅' 𝑅* 4𝑥6
𝑅- = = = 2,4Ω
𝑅' + 𝑅* 4 + 6

O Circuito Equivalente Norton fica:

RN
IN

𝐼- = 2,5𝐴; 𝑅- = 2,4Ω

Exemplo 2:
Desejando-se se colocar uma resistência carga sobre este circuito, pode se utilizar o
circuito original ou o equivalente Norton, os resultados serão os mesmos, ou seja, a
corrente na resistência de carga será a mesma. Seja a resistência de carga de 3, 6 Ohms.

R1 a a

RN RL
ou IN
R2 RL
E

b
b
b) Circuito equivalente Norton
a) Circuito original com resistência com resistência de carga
 de carga

Pelo equivalente Norton, a corrente na resistência de carga é:

SEBENTA DE ELECTRÓNICA BÁSICA - 2022 ENGº ARLINDO MONDLANE 48


𝑅- 𝑅Q 2,4𝑥3,6 8,64
𝑅B8 = = = = 1,44Ω
𝑅- + 𝑅Q 2,4 + 3,6 6

A tensão nos pontos a e b é:

𝑈34 = 𝐼- 𝑥𝑅B8 = 1,44𝑥2,5 = 3,6𝑉

Finalmente, a corrente na resistência de carga é:

𝑈34 3,6
𝐼= = = 1𝐴
𝑅Q 3,6

Pelo circuito original a corrente na Resistência de carga é:

𝑅* 𝑅Q 6𝑥3,6 21,6
𝑅*Q = = = = 2,25Ω
𝑅* + 𝑅Q 6 + 3,6 9,6

𝑅*Q 2,25 22,5


𝑈*Q = 𝐸 = 10𝑥 = = 3,6𝑉
𝑅' + 𝑅*Q 4 + 2,25 6,25

𝑈*Q 3,6
𝐼= = = 1𝐴
𝑅Q 3,6

Exemplo 3:
Para o circuito abaixo, determinar o seu equivalente Norton, visto dos pontos a e b, considerando
os seguintes valores: 𝐼 = 2𝐴; 𝐸 = 12𝑉; 𝑅' = 4Ω; 𝑅* = 8Ω 𝑒 𝑅< = 5Ω .

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R2 a

R1

I R3

Solução.

Para o cálculo da corrente de Norton, faz-se o curto-circuito nos pontos a e b.

R2 a

R1

IN
I1
I R3

Pelo método de Malhas independentes calcula-se a corrente de Norton:

𝐼' = 𝐼 = 2𝐴

𝐸 = 𝐼- (𝑅' + 𝑅* ) − 𝐼' 𝑅' ⟹ 12 = 𝐼- (4 + 8) − 2𝑥4

20
𝐼- = = 1,67𝐴
12
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Para o cálculo da resistência equivalente de Norton, abre-se a fonte de corrente e curto circuita-
se a fonte de tensão.

R2 a R2 a

R1 R1

R3 R3

b b

A resistência equivalente Norton é:

𝑅'* = 𝑅' + 𝑅* = 4 + 8 = 12Ω

𝑅'* 𝑥𝑅< 12𝑥5 60


𝑅- = = = = 3,53Ω
𝑅'* + 𝑅< 12 + 5 17

O circuito equivalente Norton é:

O Circuito Equivalente Norton fica:

RN
IN

𝐼- = 1,67𝐴; 𝑅- = 3,53Ω

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