Igreja de Pérgamo
Igreja de Pérgamo
Igreja de Pérgamo
12-17
14 – Tenho, porém, contra ti algumas poucas coisas: que tens ali tais (pessoas)
que sustentam a doutrina de Balaão,, o qual ensinava a Balaque a armar
ciladas diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos
ídolos e praticarem prostituição.
Agora vem a censura, depois de o Senhor Ter louvado a fidelidade dos cristãos ao
seu nome. A censura é semelhante àquela dirigida contra a igreja de Éfeso em Ap 2.4. A
censura não atinge os cristãos fiéis diretamente, mas, não obstante, a igreja como tal é
censurada: “Tenho, porém, contra ti algumas poucas coisas...”
Óliga, umas poucas coisas, não significa que não foram consideradas graves, mas
sim, que foram “poucas”, felizmente.
Enquanto Cristo pode louvar a igreja como tal que “guarda firme” o seu nome, há
lá alguns poucos que “guardam firmes”, que “sustentam” algo totalmente contrário.
Esses poucos “sustentam a doutrina de Balaão”. Eles seguem a uma didachê, uma
doutrina perniciosa, a doutrina de Balaão. A história que relata a origem dessa
“doutrina” acha-se em extenso em Nm 22-24; cf. também Nm 31.8; Js 13.22. Balaão
foi um adivinhador que morava longe, naa terra perto do Rio Eufrates. Balaque, rei de
Moabe e inimigo do povo de Israel, teve medo da força militar deste e mandou a Balaão
amaldiçoar Israel. Isso, porém, o Senhor não permitiu. Pelo contrário, obrigou Balaão
abençoar Israel por três vezes. O adivinhador, então, sob a pressão de Balaque, achou
uma saída, uma “doutrina”: aconselhou-o a reduzir os israelitas, através das mulheres
de Moabe, à idolatria e à prostituição. Esse aconselhamento, essa “doutrina”teve
sucesso entre os israelitas. Foi essa uma das quedas mais marcantes na história do
antigo Israel, tão marcante que até no Novo Testamento serve como exemplo perverso.
Uma passagem interessante sobre isto é 2 Pe 2.15-16, que, falando dos falsos mestres
que seduzem cristãos para abandonarem a fé, aponta entre outros exemplos – também o
de Balaão: “...abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de
Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça (recebeu, porém, castigo da sua
transgressão, a saber, um mudo animal de carga, falando com voz humana, refreou a
insensatez do profeta)”. Também Jd 11 fala do “erro de Balaão”.
Parece que os falsos mestres em Pérgamo usavam esse aconselhamento de Balaão
como “doutrina”que serviu a alguns dos cristãos de cilada, na qual caíram. Ensinavam,
provavelmente, que não seria mau que os cristãos participassem também das festas dos
pagãos nos seus santuários; festas essas que quase sempre terminavam em orgias de
sexo e prostituição no templo. Argumentavam que tal seria perfeitamente permissível
aos cristãos; sim, serviria até como prova de sua maturidade e da força de sua fé.
Afirmavam ainda que o que a carne e o corpo fizessem não seria mau para o espírito; ao
contrário, que dominariam sua carne ao deixá-la fazer o que quisesse e fortaleceriam
dessa maneira o espírito. Uma “doutrina” deveras hedionda!