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Julio Cesar v. Martínez

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS, ENGENHARIAS E


TECNOLOGIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E
ENGENHARIA DE MATERIAIS – PPGCEM
MESTRADO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS

JULIO CÉSAR VALDIVIA MARTÍNEZ

SÍNTESES E CARACTERIZAÇÃO DE MOLÉCULAS


CONJUGADAS PARA APLICAÇÃO EM SENSORES ÓPTICOS.

Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Ciência e Engenharia de Materiais
da Universidade do Extremo Sul
Catarinense - UNESC, como
requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Ciência e
Engenharia de Materiais.

Orientador: Professor Dr.


Alexandre G. Dal-Bó

Coorientador: Professor Dr.


Tiago E. A. Frizon

Área de concentração: Tecnologia


de Materiais

CRICIÚMA
2015
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

M385s Martínez, Julio César Valdivia.


Sínteses e caracterização de moléculas conjugadas para
aplicação em sensores ópticos / Julio César Valdivia
Martínez; orientador: Alexandre G. Dal-Bó, coorientador:
Tiago E. A. Frizon. – Criciúma, SC : Ed. do Autor, 2015.
107 p : il. ; 21 cm.

Dissertação (Mestrado) - Universidade do Extremo Sul


Catarinense, Programa de Pós-Graduação em Ciência e
Engenharia de Materiais, Criciúma, SC, 2015.

1. Detectores ópticos. 2. Fotoluminescência. 3.


Fluorescência. 4. Benzotiadiazol. I. Título.

CDD. 22ª ed. 620.11295

Bibliotecária Rosângela Westrupp – CRB 14º/364


Biblioteca Central Prof. Eurico Back - UNESC
Dedico está dissertação aos meus
pais e irmãos por todo o apoio que
deram de tão longe todo este
tempo. Minha Tia Lucero (mãe)
por todo seu apoio. Toda minha
família. A família Canarin Madeira
(Beto, Raquel, Tati, Xandi) por
todo seu carinho, compreensão e
ajuda.
AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Professor Alexandre Gonçalves Dal-Bó pela


amizade, ajuda e conhecimento transmitido em tudo que foi preciso na
realização deste trabalho.

Ao meu coorientador Professor Tiago Elias Allievi Frizon pela amizade,


ajuda e conhecimento transmitido em tudo que foi preciso na realização
deste trabalho.

Aos professores Marcos Marques e Luciano da Silva pelo apoio e por


haver feito este intercâmbio e parceria com o CIQA.

Todos os professores do PPGCEM.

O Leo que foi a pessoa que converso com Marcos e Luciano sendo o
intermediário para poder vir aqui e todo seu apoio quando cheguei no
Brasil.

O Professor Dr. Fabiano Severo Rodembusch, miembro do grupo de


Pesquisa em Fotoquímica Orgânica Aplicada.

Aos colegas do Lab pela amizade e contribuição deste projeto Zé,


Renato, Gina, Luana, Priscila, Francieli, Luize, Andrieli, Leticia,
Andressa, Flávia, Mariani, Elton, Jamile, Freddy, Rose, Gaby, Marcelo,
Jackson

Todos meus amigos da toca do carvoeiro.

Também, a todos os membros da equipe da Divisão de Pesquisa e


Desenvolvimento (DVEE) da CELESC Distribuição S.A ao suporte
financeiro do projeto P&D código aneel: 5697-8712/2012 e nas pessoas
da Sra. Maria de Lourdes Machado Viccari, Rafael Lemos e Luiz
Afonso Pereira Athayde Filho, pelo acompanhamento de execução
administrativa e financeira do projeto, e ao Eng. Roberto Kinceler pela
revisão prévia do artigo Citenel. Em especial, agradecemos também ao
Eng. Marco Aurélio Gianesini, Chefe da Divisão de Pesquisa,
Desenvolvimento e Eficiência Energética do Programa de P&D e EE da
CELESC, pela atenção e presteza, que tornaram possível a realização
deste projeto.
“Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na
centésima tentativa eu consegui,
nunca desista de seus objetivos
mesmo que esses pareçam
impossíveis, a próxima tentativa
pode ser a vitoriosa.”

Albert Einstein
RESUMO

Este trabalho descreve a síntese e caracterização de três compostos


fotoluminescentes com conjugações π-estendidas com potencial
aplicação em sensores ópticos entre outros dispositivos opto-eletrônicos.
Estes compostos são constituídos da unidade 2,1,3-benzotiadiazol com
extensão da conjugação π nas posições 4 e 7 e constituem um sistema
(D-π-A-π-D). Todos os compostos sintetizados foram caracterizados por
técnicas espectroscópicas de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de
1
H e de 13C, Infravermelho (IV) e Espectroscopia de Massas. A rota
sintética planejada apresentou bons rendimentos para todos os
compostos intermediários e finais. As propriedades térmicas foram
analisadas por Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) e as ópticas
por espectroscopia de emissão de Fluorescência e absorção de UV-vis.
Em solução estes compostos absorvem na região do violeta-azul
(~ 440 nm) com absortividade molar (ε = 5,5x10-4 L mol-1 cm-1)
referente a transições do tipo π→π*. Os compostos apresentam
fluorescência ( ~ 560 nm) e deslocamento de Stokes em torno de
90 nm com rendimentos quânticos de = 0,14 e o “band gap” óptico
de 2,6 eV.

Palavras-chave: Derivados 2,1,3-benzotiadiazol, band gap, sensores


ópticos.
ABSTRACT

This work describes the synthesis and characterization of three


photoluminescent compounds with π-extended conjugation with
potential application in optical sensors and other opto-electronic
devices. These compounds are comprised of 2,1,3-benzothiadiazole unit
with extension of π conjugation in positions 4 and 7 constitute a system
(D-π-A-π-D). All synthesized compounds were characterized by
spectroscopic techniques such as Nuclear Magnetic Resonance (NMR)
of 1 H and 13 C, infrared (IR) and Mass Spectroscopy. The planned
synthetic route showed good yields for all intermediates and final.
Thermal properties were analyzed by Differential Scanning Calorimetry
(DSC) and optical emission spectroscopy Fluorescence and UV-vis
absorption. In solution these compounds absorb in the blue-violet
(~ 440 nm) region with molar absorptivity (ε = 5,5x10-4 L mol-1 cm-1)
for the transitions of the type π → π *. The compounds fluoresce
( ~ 560 nm) Stokes shift of about 90 nm, quantum yield = 0,14
and an the optical band gap of 2.6 eV.

Keywords: Derivatives 2,1,3-benzothiadiazole, band gap, optical


sensors
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Copolímeros luminescentes derivados do 1,10-fenantrolina.


....................................................................................................... 36
Figura 2 – Ilustra um termômetro fluorescente sintetizado por Shiraishi
e colaboradores. ............................................................................. 37
Figura 3 – Transição de fase reversível corda-glóbulo. ........................ 37
Figura 4 – Foto reação dos ditieniletenos. ............................................. 38
Figura 5 – Novos compostos fluorescentes para aplicação em
interruptores. .................................................................................. 39
Figura 6 – Representação dos estados singleto/tripleto. ........................ 41
Figura 7 – Estruturas de substancias fluorescentes comuns. ................. 41
Figura 8 – Uma forma de representar o diagrama de Jablonski. ........... 42
Figura 9 – Níveis de energia eletrônicos dos orbitais moleculares. ...... 44
Figura 10 – Estruturas químicas de vários polímeros conjugados mais
utilizados........................................................................................ 46
Figura 11 – Ilustra um desenho de mecanismos de excitação eletrônica,
transporte de éxciton ao longo de uma cadeia de um polímero
conjugado, emissão de fluorescência e extinção por recombinação
elétron-buraco. ............................................................................... 47
Figura 12 – Influência da conformação de um polímero conjugado em
sua fluorescência. a) conformação planar, b) conformação não
planar. ............................................................................................ 48
Figura 13 – Espectro da RMN............................................................... 50
Figura 14 – Estruturas químicas representando os sinais na RMN. ...... 51
Figura 15 – Deslocamentos químicos para RMN de 1H........................ 52
Figura 16 – Deslocamentos químicos para RMN de 13C....................... 53
Figura 17 – Ilustra o fluxo de eventos propostos para a formação do
heterociclo 2,1,3-benzotiadiazol. ................................................... 69
Figura 18 – Espectro de RMN 1H do 2,1,3-benzotiadiazol. .................. 70
Figura 19 – Espectro de RMN 13C do 2,1,3-benzotiadiazol. ................. 70
Figura 20 – Mecanismo de formação do 4,7-dibromo-2,1,3-
benzotiadiazol. ............................................................................... 71
Figura 21 – Espectro de RMN 1H do 4,7-dibromo-2,1,3-benzotiadiazo72
Figura 22 – Espectro de RMN 13C do 4,7-dibromo-2,1,3-benzotiadiazol.
....................................................................................................... 72
Figura 23 – Rota sintética para obtenção dos alcinos derivados ........... 73
Figura 24 – Mecanismo proposto para obtenção do 1,2-bis(dodeciloxi)-
5-etinilbenzeno. ............................................................................. 74
Figura 25 – Espectro de infravermelho do composto (8a). ................... 75
Figura 26 – Espectro de RMN 1H do 1,2-bis(dodeciloxi)-5 etinilbenzeno
(8a). ................................................................................................ 76
Figura 27 – Espectro de RMN 13C do 1,2-bis(dodeciloxi)-5
etinilbenzeno (8a). ......................................................................... 76
Figura 28 – Espectro de infravermelho do composto (10). ................... 77
Figura 29 – Espectro de RMN 1H do composto (10). ........................... 78
Figura 30 – Espectro de RMN 13C do composto (10). .......................... 79
Figura 31 – Espectro de massas composto (10) .................................... 80
Figura 32 – Espectro de UV-vis dos compostos finais dissolvidos em
diclorometano. ............................................................................... 81
Figura 33 – Espectro de emissão do composto (10) obtido em solução de
diclorometano e concentração 2,5x10-4 M. .................................... 82
Figura 34 – Derivada de ordem 1 do espectro de UV-vis do composto
(10) ................................................................................................ 83
Figura 35 – Voltamograma do composto (10). ..................................... 85
Figura 36 – Termograma de DSC obtido para o composto (10), 10
ºC/min, 2 ciclos. ............................................................................. 87
Figura 37 – Espectro de RMN 1H do 1,2-bis(deciloxi)-5 etinilbenzeno
(8b). ............................................................................................... 98
Figura 38 – Espectro de RMN 13C do 1,2-bis(deciloxi)-5 etinilbenzeno
(8b). ............................................................................................... 98
Figura 39 – Espectro de RMN 1H do 1,2-bis(octaciloxi)-5 etinilbenzeno
(8c). ................................................................................................ 99
Figura 40 – Espectro de RMN 13C do 1,2-bis(octaciloxi)-5 etinilbenzeno
(8c). ................................................................................................ 99
Figura 41 – Espectro de RMN 1H do composto (9). ........................... 100
Figura 42– Espectro de RMN 13C do composto (9). ........................... 101
Figura 43 – Espectro de RMN 1H do composto (11). ......................... 102
Figura 44 – Espectro de RMN 13C do composto (11). ........................ 103
Figura 45 – Espectro de emissão do composto (9). ............................. 104
Figura 46 – Espectro de emissão do composto (11). ........................... 104
Figura 47 – Voltamograma do composto (9). ..................................... 105
Figura 48 – Voltamograma do composto (11). ................................... 105
Figura 49 – Termograma do composto (9). ......................................... 106
Figura 50 – Termograma do composto (11). ....................................... 106
LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 1– Ilustra a estratégia sintética utilizada na preparação do


composto (3); a) SOCl2, Et3N, CH2Cl2, b) Br2, HBr. .................... 67
Esquema 2– Ilustra a estratégia sintética utilizada na preparação dos
derivados (8a-c): a) DMF, K2CO3, RBr (R=CnH2n); b) Ácido
Acético, H2O, H2SO4, I2, HIO3; c) Et3N, CuI, PPh3, 2-metil-3-butin-
2-ol, PdCl2(PPh3)2; d) NaOH, Tolueno. ........................................ 68
Esquema 3 – Ilustra o acoplamento entre os derivados (8a-c) e composto
(3): a) Et3N, CuI, PPh3, PdCl2(PPh3)2............................................ 68
LISTA DE TABELAS

Tabela – 1 Dados espectroscópicos dos compostos finais. ................... 84


Tabela – 2 Dados eletroquímicos para os compostos finais. ................. 86
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A Aceptor de elétrons
A Coeficiente de absorção
c Velocidade da Luz
CCD Cromatografia em camada delgada
CV Voltametria cíclica
DAD Doador–Aceptor–Doador
DMF Dimetilformamida
D Doador de elétrons
d Dubleto
DSC Calorimetria Diferencial de Varredura
Eg Band gap
Egopt Band gap óptico
eV Elétron-Volt
FONs Nanopartículas orgânicas fluorescentes
h Constante de Planck
HOMO Orbital molecular ocupado de mais alta energia
HTBA Hexafluorfosfato de tetrabutil amônio
ITO Óxido de índio e estanho
IV Infravermelho
J Deslocamento Químico
LUMO Orbital molecular não ocupado de mais baixa energia
m Multipleto
NIPAM N-isopropilacrilamida
ns Nanosegundos
OLEDs Diodos Orgânicos Emissores de luz
OPVs Dispositivos orgânicos fotovoltaicos
poliNIPAM poliN-isopropilacrilamida
Pox Potencial de Oxidação
Pred Potencial de Redução
RD Rodamina
RMN Ressonância Magnética Nuclear
s Singleto
S0 Estado singleto do nível fundamental
S1 Primeiro estado excitado singleto
S2 Segundo estado excitado singleto
T1 Estado excitado tripleto
TCSM Temperatura crítica da solução mínima
UV Ultravioleta
ε Absortividade molar
λ Comprimento de Onda
λEg Comprimento de onda do Band Gap
π Ligação Pi Ligante
π* Ligação Pi Antiligante
σ Ligação Sigma Ligante
σ* Ligação Sigma Antiligante
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 31
2 OBJETIVOS ..................................................................................... 33
2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................... 33
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................... 33
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................ 35
3.1 ESTADOS EXCITADOS EM COMPOSTOS ORGÂNICOS ....... 40
3.1.1 Estados excitados singleto/tripleto ............................................ 40
3.1.2 Fluorescência .............................................................................. 41
3.1.3 Diagrama de Jablonski .............................................................. 42
3.1.4 Tipos de Transições eletrônicas................................................. 44
3.1.5 Eficácia quântica e tipo de transição ........................................ 45
3.1.6 Rendimento quântico ................................................................. 45
3.2 POLÍMEROS CONJUGADOS ....................................................... 46
3.3 ESPECTROSCOPIA E ESTRUTURA ........................................... 49
3.3.1 O espectro da ressonância magnética nuclear (RMN) ............ 49
3.3.2 Número de sinais, protões equivalentes e não equivalentes .... 51
3.3.3 Posições dos sinais, deslocamento químico. .............................. 51
3.3.4 Espectroscopia da RMN de 13C. ................................................ 53
4 MATERIAS E MÉTODOS ............................................................. 55
4.1 INSTRUMENTOS .......................................................................... 55
4.2 REAGENTES E VIDRARIAS ....................................................... 56
4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .......................................... 57
4.3.1 Síntese do composto 2,1,3 benzotiadiazol (2) ........................... 57
4.3.2 Síntese do composto 4,7-dibromo-2,1,3 benzotiadiazol (3) ..... 57
4.3.3 Síntese do composto 1,2-bis (dodeciloxi)-benzeno (5a)............ 58
4.3.4 Síntese do composto 1,2-bis (deciloxi)-benzeno (5b)................ 58
4.3.5 Síntese do composto 1,2-bis (octaciloxi)-benzeno (5c) ............. 59
4.3.6 Síntese do composto 1,2-bis (dodeciloxi)-4-iodo-benzeno (6a) 59
4.3.7 Síntese do composto 1,2-bis (deciloxi)-4-iodo-benzeno (6b).... 60
4.3.8 Síntese do composto 1,2-bis (octaciloxi)-4-iodo-benzeno (6c) . 60
4.3.9 Síntese do composto 4-(3,4-bis(dodeciloxifenil))-2-metil-3 -
butin-2-ol (7a) ...................................................................................... 61
4.3.10 Síntese do composto 4-(3,4-bis(deciloxifenil))-2-metil-3-butin-
2-ol (7b) ................................................................................................ 61
4.3.11 Síntese do composto 4-(3,4-bis(octaciloxifenil))-2-metil-3-
butin-2-ol (7c) ...................................................................................... 62
4.3.12 Síntese do composto 1,2-bis(dodeciloxi)-5-etinilbenzeno (8a)
............................................................................................................... 62
4.3.13 Síntese do composto 1,2-bis(deciloxi)-5-etinilbenzeno (8b)... 63
4.3.14 Síntese do composto 1,2-bis(octaciloxi)-5-etinilbenzeno (8c) 63
4.3.15 Síntese do composto 4,7-bis((3,4 bis(dodeciloxi)feniletinil) .. 64
benzo[c][1,2,5]tiadiazol (9) ................................................................. 64
4.3.16 Síntese do composto 4,7-bis((3,4 bis(deciloxi)feniletinil)benzo
............................................................................................................... 64
[c][1,2,5]tiadiazol (10) ......................................................................... 64
4.3.17 Síntese do composto 4,7-bis((3,4 bis(octaciloxi)feniletinil) .... 65
benzo[c][1,2,5]tiadiazol (11) ............................................................... 65
5 RESULTADOS E DISSCUSÃO ..................................................... 67
5.1 SÍNTESE DO COMPOSTO 2,1,3 BENZOTIADIAZOL (2) ......... 69
5.2 PREPARAÇÃO DO COMPOSTO 4,7-DIBROMO 2,1,3
BENZOTIADIAZOL (3) ...................................................................... 71
5.3 PREPARAÇÃO DOS ALCINOS DERIVADOS DO 1,2–
DIHIDROXIBENZENO COMPOSTOS 8A–8C. ................................. 73
5.4 PREPARAÇÃO DOS COMPOSTOS 9, 10 E 11. .......................... 77
5.5 PROPRIEDADES ÓPTICAS.......................................................... 81
5.6 PROPRIEDADES ELETROQUÍMICAS ....................................... 85
5.7 ANÁLISE TÉRMICA ..................................................................... 87
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................... 89
7 CONCLUSÕES ................................................................................ 91
REFERÊNCIAS .................................................................................. 93
ANEXO(S) ........................................................................................... 97
ANEXO A – Espectros de RMN 1H e 13C do composto 8b. ............. 98
ANEXO B – Espectros de RMN 1H e 13C do composto 8c. .............. 99
ANEXO C – Espectros de RMN 1H e 13C do composto 9. ............. 100
ANEXO D – Espectros de RMN 1H e 13C do composto 11. ........... 102
ANEXO E – Espectros de emissão dos compostos 9 e 10. .............. 104
ANEXO F – Voltamogramas dos compostos 9 e 11........................ 105
ANEXO G – Termogramas dos compostos 9 e 11. ......................... 106
31

INTRODUÇÃO

Moléculas orgânicas π-conjugadas e polímeros são amplamente


pesquisados para diversas aplicações, como sensores e dispositivos
opto-eletrônicos. Estas moléculas π-conjugadas com grupos doadores
(D) e grupos aceptores (A) de elétrons são chamadas moléculas
quadrupolares (D-π-A-π-D) (HAHN, KIM ET AL. 1999; D'A VINO,
TERENZIANI ET AL . 2006) oferecem uma propriedade interessante para
amplificar respostas para aplicação de sensores, diodos orgânicos
emissores de luz (OLEDs) (LI, LI ET AL. 2009), nanopartículas
orgânicas fluorescentes (FONs) (SU, LIN ET AL. 2010), e dispositivos
orgânicos fotovoltaicos (OPVs) (TAN, DENG ET AL. 2013). O transporte
de elétrons destas moléculas depende de seu (Orbital molecular ocupado
de mais alta energia) HOMO e LUMO (Orbital molecular não ocupado
de mais baixa energia) e “band gap”, que estão associadas às interações
intermoleculares (forças de atração ou de repulsão que atuam entre
partículas vizinhas, átomos moléculas ou íons) do sistema doador–
aceptor–doador de elétrons. A força das interações é determinada pelos
grupos doador, aceptor e as ligações π.
Grupos doadores de elétrons fortes com grupos aceptores e
ligações π pequenas muitas vezes melhoram as interações, enquanto
grupos doadores de elétrons fracos com grupos aceptores e ligações π
longas diminuem as interações (MICHINOBU, OKOSHI ET AL. 2008).
Neste trabalho reporta-se a preparação e caracterização de uma
classe de compostos orgânicos fluorescentes, contendo como unidade
central o heterociclo 2,1,3-benzotiadiazol, um excelente aceptor de
elétrons, facilitando a transferência de cargas intermolecular e reduzindo
e ajustando o “band gap” de moléculas através de um deslocamento para
a região do visível.
32
33

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Preparar e caracterizar de moléculas -conjugadas contendo


como unidade central o heterociclo 2,1,3-benzotiadiazol para atuarem
em sensores ópticos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Caracterizar os compostos sintetizados quanto à estrutura


química, pureza e composição pelas técnicas de determinação de
ponto de fusão, análises espectroscópicas de absorção na região
do Infravermelho, Espectroscopia de Massas e Ressonância
Magnética Nuclear de Hidrogênio e Carbono.

 Avaliar e estudar as propriedades eletrônicas dos compostos por


espectroscopia de absorção no UV-Vis, Emissão de Fluorescência

 e propriedades elétricas por voltametria cíclica (CV).

 Estudar o comportamento térmico dos compostos finais por


calorimetria diferencial de varredura (DSC).
34
35

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Um sensor é um dispositivo que interage com a matéria ou


energia, produzindo um sinal mensurável convertido em uma resposta.
Muitos cientistas consideram os sensores como dispositivos
macroscópicos, tais como os eletrodos de pH (sensor de íons H+), ou os
termômetros (sensores de temperatura). Entretanto, com o crescente
avanço da nanotecnologia ainda há pouca razão para não visualizar
moléculas ou átomos individuais adequadamente projetados para
atuarem como dispositivos capazes de realizar um trabalho útil em
outras moléculas. (DEMCHENKO 2008)

A fenolftaleína, por exemplo, é um indicador de pH capaz de


sinalizar a concentração de íons de hidrogênio, mantendo-se incolor em
concentrações ácidas, porém torna-se cor de rosa em soluções básicas,
considerado assim como sensor químico fluorescente. Na presença de
uma concentração suficiente de íons OH-, a fenolftaleína é desprotonada
com sinalização de luz visível em 552 nm. A transdução de sinal é o
mecanismo pelo qual a interação do dispositivo com o sensor
proporciona uma forma mensurável de energia, a qual pode residir em
comprimentos de onda, caracterizados por várias espectroscopias (por
exemplo, UV, visível) ou pode produzir respostas eletroquímicas.
(GUILBAULT 1990)

A primeira observação registrada das características de um


material fluorescente foi em 1565 pelo botânico espanhol Nicolas
Monardes, quando observou um brilho azul estranho da água contida em
um copo feito de uma madeira específica (LIGIRIUM NEPHITICIEM ).
(CZARNIK ANTHONY 1993) No século XVII este fenômeno foi mais
extensivamente descrito por Robert Boyle e Isaac Newton. Porém
somente em 1845 o primeiro espectro de emissão de fluorescência bruto
foi obtido da molécula de quinina por John Herschel. Grandes avanços
foram feitos em direção à compreensão da fluorescência no final do
século XIX por George Stokes. (CZARNIK ANTHONY 1993)

Vários estudos têm sido realizados para obter compostos π-


conjugados como os copolímeros luminescentes reportados por
(YASUDA AND YAMAMOTO 2003) 1,10-fenantrolina contendo
conjugações-π e complexos metálicos de Zn (II), Ir (II) e Eu (II), Figura
1. Esses copolímeros luminescentes atraem o interesse da comunidade
cientifica, não só porque têm a capacidade de aceitar elétrons, mas
36

também pelas reações de formação de complexos metálicos ou como


sensores de pH, que pode modificar suas propriedades ópticas e
elétricas. A cor da luz emitida a partir do complexo de copolímero pode
ser ajustada de azul para vermelho, ocorrendo um deslocamento
batocrômico pela espécie de íon metálico coordenado com o
copolímero. Assim, são candidatos promissores para aplicações em
diversos sensores químicos.

Figura 1 – Copolímeros luminescentes derivados do 1,10-


fenantrolina.
OC12H25

N N n P(PhenPh)

M C12H25O Mn = 7000 g/mol

Lm M = Zn, Ir, Eu

N N n
C8H17O OC8H17
P(PhenFI)
Mn = 6700 g/mol

Fonte: Yasuda and Yamamoto, 2003

Shiraishi e seus colaboradores (SHIRAISHI, MIYAMOTO ET AL .


2007) publicaram a síntese de um copolímero simples, que consiste em
unidades de N-isopropilacrilamida (NIPAM) e rodamina (RD) que
atuam como um termômetro fluorescente exibindo aumento de emissão
seletivo, a uma taxa de temperatura específica em água, Figura 2.
37

Figura 2 – Ilustra um termômetro fluorescente sintetizado por


Shiraishi e colaboradores.

Fonte: Shiraishi, Miyamoto et al, 2007

O polímero poliN-isopropilacrilamida (poliNIPAM) é bem


conhecido e estudado por diversos pesquisadores devido seu
comportamento em solução. Sabe-se que em água ocorre uma transição
de fase reversível corda-a-glóbulo, conforme ilustra a Figura 3, para
polímero acima de sua temperatura crítica da solução mínima (TCSM),
ocorrendo um mudança de uma forma de corda à forma de glóbulo.

Figura 3 – Transição de fase reversível corda-glóbulo.

Fonte: Adaptado de Shiraishi, Miyamoto et al, 2007.

A mudança da conformação do polímero está associada à


hidratação-desidratação da cadeia polimérica pela temperatura. O poli
NIPAM em baixa temperatura tem características hidrofílicas (corda),
porém como aumento da temperatura conduz a uma formação de
domínios hidrofóbicos com um aumento no tamanho das partículas do
polímero (glóbulos). A rodamina (RD) é uma molécula extensivamente
38

utilizada como um reagente de marcação fluorescente e uma fonte de


corantes laser como meio amplificador, devido às suas excelentes
propriedades, tais como a absorção de comprimento de onda de emissão
e, elevado rendimento quântico de fluorescência.

O rendimento quântico de fluorescência da rodamina aumenta


com o incremento da hidrofobicidade da solução. O termômetro
proposto por Shiraishi e colaboradores foi baseado em processo de
automontagem induzida pelo calor fornecido ao polímero. Ao ser
fornecido calor de forma controlada e inteligente ocorre uma supressão
da emissão da rodamina por aumento na hidrofobicidade e tamanho das
partículas do polímero induzido por calor. (SHIRAISHI, MIYAMOTO ET
AL. 2007).

Golovkova e seus colaboradores realizaram um estudo em que


determinados derivados do ditienileteno são promissores candidatos
para reações de fotoisomerização altamente eficiente, para estabilidade
térmica, e excelente resistência à fadiga. O octafluorociclopentano em
particular, pode ser reciclado milhares de vezes sem qualquer alteração
ou decomposição química. Nas reações fotossensíveis, um hexatrieno de
anel aberto é convertido de forma reversível a um anel fechado do
ciclohexadieno com interação da luz ultravioleta. Isto altera o espectro
de absorção, bem como a estrutura geométrica e eletrônica do produto.
Embora o isômero de anel aberto possa existir em duas conformações,
antiparalelas e paralelas, a fotociclização procede apenas para o isômero
antiparalelo. O isômero de anel fechado é convertido de volta para o
isômero de anel aberto a seguir à irradiação com uma luz visível (Figura
4). (GOLOVKOVA, KOZLOV ET AL. 2005)

Figura 4 – Foto reação dos ditieniletenos.


F
FF FF F FF
F F F F
FF FF F F
UV
Vis R2 R3
R2 R3
S S R1 S S R4
R2 R3 R R1 S S R4
R1 4
Paralela Anti-paralela

Fonte: Golovkova, Kozlov et al, 2005


39

A propriedade eletromagnética de emissão de fluorescência é


considerada uma das mais atraentes devido à sua facilidade de detecção
e à fabricação a um preço mais acessível de dispositivos nos quais esta
propriedade de detecção é explorada. Embora uma grande família de
derivados dos ditieniletenos apresente boa reversibilidade na intensidade
de fluorescência, a maioria dos exemplos reportados tem relativamente
pequenos rendimentos quânticos de fluorescência.

No entanto, um elevado rendimento quântico de fluorescência do


isômero de anel aberto é conseguido num sistema contendo duas
unidades ditienileteno ligadas por 9,10-bis-(2-feniletinil) antraceno,
Figura 5. Os rendimentos quânticos de fluorescência para os isômeros
de anéis abertos e fechados são menos de 0,83 e 0,001, respectivamente.
Mesmo que a fluorescência possa ser ligada de forma eficaz a este
composto, a reação de isomerização prossegue com baixo rendimento, e
o foto produto precisa ser isolado. Um excelente resultado foi obtido por
ligação a ditienileteno-bis-(feniletinilo)-antraceno. (GOLOVKOVA,
KOZLOV ET AL. 2005)

Figura 5 – Novos compostos fluorescentes para aplicação em


interruptores.
F Estado de Fluorescência
F FF
F F

S S Ligado
+
N N
F - -B F
B
F N+ N F
UV Vis

F
F FF
F F

S S
+ Desligado
N N
F - -B F
B
F N+ N F

Fonte: Golovkova, Kozlov et al. 2005


40

3.1 ESTADOS EXCITADOS EM COMPOSTOS ORGÂNICOS

A luminescência é a emissão da luz de qualquer sustância, e


ocorre a partir de estados excitados eletronicamente. (SKOOG, HOLLER
ET AL. 2001), existem vários fenômenos de luminescência dependendo
da fonte de excitação. Para compostos orgânicos, está normalmente
dividida em duas categorias: fluorescência e fosforescência. Em estados
singletos excitados, o elétron no orbital excitado está emparelhado (por
spin oposto) para o segundo elétron em o orbital do estado fundamental.

Consequentemente, o retorno ao estado fundamental é permitido


pelo spin e ocorre rapidamente por emissão de um fóton. As taxas de
emissão de fluorescência são tipicamente na ordem de nanosegundos
(1x10-9 s). A fosforescência é a emissão da luz do estado tripleto
excitado, em qual o elétron do orbital excitado tem a mesma orientação
do spin como o elétron do estado fundamental. As transições para o
estado fundamental são proibidas e as taxas de emissão são lentas só que
o tempo de vida da fosforescência é tipicamente de milissegundos a
segundos. (LAKOWICZ 2007)

3.1.1 Estados excitados singleto/tripleto

Um estado eletrônico molecular no qual todos os spins dos


elétrons estão emparelhados é chamado estado singleto e quando a
molécula é exposta a um campo magnético não se produze um
desdobramento dos níveis de energia. Por sua vez, para o estado
fundamental de um radical livre considera-se um estado dubleto, porque
o elétron ímpar pode tomar duas orientações em um campo magnético, o
que resulta em uma leve diferença de energia no sistema. Quando um
dos elétrons de uma molécula é excitado a um nível de energia superior,
se forma um estado singleto ou tripleto.

No estado singleto excitado, o spin do elétron promovido


continua emparelhado com o elétron do estado fundamental; porém, no
estado tripleto os spins dos dois elétrons estão paralelos. Estes estados
podem ser representados como se observa na Figura 6. O estado tripleto
excitado é menos energético que o singleto excitado. (HOLLER, SKOOG
ET AL. 2009)
41

Figura 6 – Representação dos estados singleto/tripleto.

Estado singleto Estado singleto Estado triplete


fundamental excitado excitado

Fonte: Holler, Skoog et al, 2009

3.1.2 Fluorescência

A fluorescência ocorre normalmente em moléculas aromáticas.


Algumas substâncias fluorescentes típicas podem ser observadas na
Figura 7.
Figura 7– Estruturas de substancias fluorescentes comuns.
CH=CH2
H

H
N N HO N
H
O O H3CO

N
POPOP Quinina

HO O O

H3CN N NCH3
CO2H
CH3 CH3

Fluoresceína Laranja de Acridina

+
(C2H5)2N O N(C2H5)2
+
N (CH=CH)2 N(CH3)2
CO2H C2H5
-
CIO4

Rodamina B 1 Piridina

Fonte: Lakowicz 2007


42

Estas moléculas são conhecidas como fluoróforo. Um fluoróforo


amplamente encontrado e estudado é a molécula de quinina, a qual é um
componente ativo encontrado na água tônica. Se um copo de água tônica
é exposto à luz do sol, um tênue brilho azul é frequentemente visível na
superfície. A quinina na água tônica é excitada pela luz UV do sol. Ao
retornar no estado fundamental a quinina emite luz azul com um
comprimento de onda perto de 450 nm. A primeira observação de
fluorescência da quinina sobre a luz do sol foi relatada por John
Frederick. (HERSCHEL 1845).

3.1.3 Diagrama de Jablonski

Os processos associados entre a absorção e a emissão de luz estão


ilustrados pelo diagrama de Jablonski. Este diagramas é muitas vezes
utilizado como ponto de partida para a discussão de absorção e emissão
de luz. Usados em uma variedade de formas, para ilustrar vários
processos moleculares que podem ocorrer a partir da formação de
estados excitados. (N ECKERS, VON BÜNAU ET AL. 2009)

O diagrama de Jablonski é mostrado na Figura 8. O estado


singleto fundamental e respectivos estados excitados estão sendo
representados por S0, S1, S2 respectivamente. Em cada um destes níveis
de energia eletrônicos os fluoróforos podem existir numa série de níveis
de energia vibracional, sendo representados por 0, 1, 2, etc. As
transições entre estados estão sendo representadas como linhas na
vertical, para ilustrar a natureza instantânea de absorção da luz.

Figura 8 – Uma forma de representar o diagrama de Jablonski.

Fonte: Adaptado Lakowicz, 2007


43

As transições ocorrem em torno de 10-18 s, um tempo muito curto


para o deslocamento significativo de núcleos. Absorção e emissão de
moléculas ocorrem principalmente com a menor energia vibracional. A
maior diferença de energia entre os estados excitados S0 e S1 é
demasiado grande para a energia térmica de S1. Por este motivo é
utilizada luz e não calor para induzir fluorescência. (BERLMAN 1971)

Após a absorção de luz, vários processos podem ocorrer. Um


fluoróforo é usualmente excitado para um nível eletrônico mais elevado
S1 ou S2. Com raras exceções, as moléculas em fases condensadas
rapidamente relaxam para o menor nível de vibração de S1. Este
processo é chamado de conversão interna e geralmente ocorre entre 10-12
s ou menos. Os tempos de vida de fluorescência são normalmente
próximos a 10-9 s e, de um modo geral, a conversão interna é concluída
antes da emissão de um modo geral. Por isso, a emissão de fluorescência
geralmente resulta em um estado equilibrado termicamente excitado, ou
seja, o menor estado vibracional energia de S1.

Retornando ao estado fundamental típico ocorre para um nível


superior excitado do estado fundamental vibracional que, em seguida,
rapidamente (10-12 s) atinge o equilíbrio térmico (Figura 8). Uma
consequência interessante da emissão para maiores estados
fundamentais vibracionais é que para a emissão, normalmente, o
espectro de emissão é uma imagem em espelho do espectro de absorção
da transição S0 → S1. Esta similaridade ocorre porque a excitação
eletrônica não altera muito a geometria nuclear. Por isso, o espaçamento
dos níveis de energia vibracional de estados excitados é semelhante à do
estado fundamental. Como resultado, as estruturas de vibração vistas na
absorção e os espectros de emissão são similares.

Moléculas no estado S1 podem também sofrer um giro de


conversão para o primeiro estado tripleto T1. A emissão a partir T1 é
denominada fosforescência, e geralmente é deslocada para
comprimentos de onda maiores (energias menores) relativamente à
fluorescência. A conversão de S1 para T1 é chamada cruzamento
intersistema. A transição do T1 ao estado fundamental singleto é
proibida, e, como resultado, as constantes de velocidade para emissão do
tripleto são várias ordens de magnitude menores do que as de
fluorescência. Moléculas contendo átomos pesados como o bromo e
iodo são frequentemente fosforescentes. Os átomos pesados facilitam
44

acoplamento spin-orbita, aumentando os rendimentos quânticos da


fosforescência. (LAKOWICZ 2007)
3.1.4 Tipos de Transições eletrônicas.

A fluorescência raramente é consequência da absorção de


radiação ultravioleta de comprimento de onda menor que 250 nm. Essa
radiação é suficientemente energética para produzir a desativação dos
estados excitados por pré-dissociação ou dissociação. Por exemplo, uma
radiação de 200 nm corresponde aproximadamente a 140 kcal/mol; a
maioria das moléculas tem pelo menos alguma ligação que pode se
romper com energias desta magnitude. Poucas vezes se observa
fluorescência devido a transições σ*→ σ, porém estes tipos de emissões
estão associados aos processos menos energéticos π*→ π e π*→ η como
se apresenta na Figura 9. Uma molécula em seu estado eletrônico
excitado normalmente passa a seu estado excitado mais baixo mediante
uma serie de relaxações vibracionais rápidas e conversões internas que
não produzem emissão de radiação. A fluorescência surge, geralmente,
de uma transição do nível vibracional mais baixo do primeiro estado
excitado a um dos níveis vibracionais do estado eletrônico fundamental.
Assim, a maioria dos compostos fluorescentes, a radiação se produz por
uma transição η → π* e π → π*.

Figura 9 – Níveis de energia eletrônicos dos orbitais moleculares.

σ* Antiligante

π* Antiligante
π → π*
σ → σ*

η → π*
η → σ*

σ → π*
π → σ*
Energia

η Não Ligante

π Ligante

σ Ligante

Fonte: Skoog, 2002


45

3.1.5 Eficácia quântica e tipo de transição

A fluorescência é encontrada com mais frequência em compostos


com transições de energia mais baixas de energia do tipo π → π* que
naqueles compostos nos quais a transição de energia é do tipo η → π*;
ou seja, a eficácia quântica é maior para transições π → π*. A maior
eficácia quântica associada à transição π → π* pode ser explicada de
duas maneiras. Primeiro, a absortividade molar de uma transição π → π*
é normalmente de 100 a 1000 vezes superior que a de um processo η →
π* e este valor representa uma medida da probabilidade da transição em
ambas as direções. Assim, o tempo de vida inerente associado com uma
transição π → π* é mais curto (10-9 a 10-7 s comparando com 10-7 a 10-5 s
para uma transição η → π*). Considerações termodinâmicas sugerem
que a constante de velocidade do cruzamento entre sistemas é menor
para estados excitados π → π*, pois a diferença entre os estados
excitados singleto/tripleto é maior. Porém, é necessária mais energia
para desemparelhar os elétrons do estado excitado π*.

3.1.6 Rendimento quântico

O rendimento quântico da fluorescência é a relação entre o


número de moléculas que emitem luminescência em relação ao número
total de moléculas excitadas. Para moléculas fluorescentes a eficácia
quântica, se aproxima à unidade. As espécies químicas que não
apresentam uma fluorescência apreciável têm eficácias que se
aproximam a zero.

( )

Onde:
46

3.2 POLÍMEROS CONJUGADOS

Polímeros conjugados são macromoléculas orgânicas sintéticas


que possuem efeitos coletivos de excitação e de emissão eletrônica
(MCQUADE, P ULLEN ET AL. 2000). Essas macromoléculas orgânicas
conjugadas são estruturas constituídas de saturações com a alternância
de ligações simples e duplas (ou unidades de aromáticos) ao longo da
cadeia polimérica (H OEBEN, J ONKHEIJM ET AL . 2005), Figura 10. O
parâmetro chave que determina as propriedades ópticas dos polímeros
conjugados é o seu sistema π-eletrônico polarizável estendido ao longo
da cadeia principal conjugada. Sendo rica em elétrons, e com um
elevado nível de conjugação π-eletrônica entre cada unidade de
repetição, uma cadeia polimérica é capaz de absorver e emitir luz
visível.

A interação entre orbitais eletrônicos é responsável pelas


propriedades semicondutoras do polímero, resultando na formação de
uma banda de valência e uma banda de condução. No estado
fundamental, a banda de valência é preenchida com elétrons. A banda de
condução é desprovida de elétrons e torna se fortemente no estado
excitado. É importante que essas propriedades sejam coletivas, o que
resulta em óptica coletiva e efeitos de condução. Devido à sua elevada
absortividade molar (ε ~106 M-1 cm-1) destes polímeros são muito bons
emissores de fluorescência (ACHYUTHAN, BERGSTEDT ET AL. 2005).

Figura 10 – Estruturas químicas de vários polímeros conjugados


mais utilizados

n n n
n
Poliacetileno Poli-p-fenileno Poli(p-fenileno vinileno) Poli (p-fenileno etinileno)

H
S S N n
n n
n

Politiofeno Poli(tienileno-vinileno) Polipirrol Polifluoreno

Fonte: Adaptada de Hoeben, Jonkheijm et al. 2005


47

Muitos polímeros conjugados apresentam características


fluorescentes, e a sua eficiência de fluorescência depende basicamente
da deslocalização e polarização da estrutura eletrônica. Os elétrons de
cada monômero interatuam fortemente com os elétrons de monômeros
vizinhos, até ocorrer uma deslocalização significativa sobre a cadeia do
polímero. Isso dá para estes polímeros a propriedade de condutância
eletrônica, sendo assim considerados como “fios moleculares”. Após a
excitação, surgem elétrons na banda de condução que formam, em
conjunto com os sítios nucleares de carga positiva, as excitações
coletivas chamadas éxcitons. Os éxcitons podem migrar ao longo da
cadeia de polímero e, em agregados densamente empacotados, entre as
cadeias. O mecanismo desta migração envolve tanto o espaço através do
acoplamento dipolar e a forte mistura dos estados eletrônicos.

A extinção ou supressão total da fluorescência é essencialmente o


término desta migração (Figura 11). Isto produz um efeito coletivo
envolvendo não só o sítio da localização extinta, mas todo o polímero ou
ao menos uma parte significativa. Quando um grande número de
unidades monoméricas de outra forma fluorescente é simultaneamente
extintas por uma molécula de inibidor é frequentemente referida como
"super extinção" ou supressão. (THOMAS, J OLY ET AL. 2007)

Figura 11 – Ilustra um desenho de mecanismos de excitação


eletrônica, transporte de éxciton ao longo de uma cadeia de um
polímero conjugado, emissão de fluorescência e extinção por
recombinação elétron-buraco.

hvF hva
- - - Banda
de
Condução
LUMO

+ + Banda
de
Recombinação Recombinação Valencia
Excitação
com com
Emissão Extinção

Fonte: Adaptada Thomas, Joly et al, 2007


48

Este efeito é interessante. Com o aumento do comprimento da


cadeia, a intensidade de fluorescência torna-se mais elevada e, por
conseguinte, o efeito inibidor de qualquer externo mais forte até certo
limite, quando é alcançada a denominada mobilidade éxciton e, assim,
sua vida útil. Com um aumento adicional do comprimento da cadeia, a
intensidade não cresce e o efeito de extinção, se existir, diminui. Isto
significa que o efeito de "super extinção" para em algum tamanho de
partícula da cadeia de polímero. Receptores de elétrons são geralmente
muito fortes extintores de fluorescência nestes sistemas. Portanto se
apenas, a presença de tal grupo interagir com um elemento da cadeia de
polímero pode ocorrer extinção da fluorescência de toda a cadeia (ou da
sua parte significativa, se for muito longa).

A emissão de polímeros conjugados depende da conformação da


cadeia, o que os torna muito diferentes dos outras nanoestruturas
luminescentes. As mudanças na conformação de cadeia estendidas
dobradas ou inclinadas pode alterar tanto a absorção como os espectros
de fluorescência. A conformação planar estende a conjugação da cadeia
e favorece a elevada fluorescência e rendimento quântico, Figura 12.

Figura 12 – Influência da conformação de um polímero conjugado em


sua fluorescência. a) conformação planar, b) conformação não planar.

a
Forte Intensidade

b Fraca Intensidade

Forte Intensidade

Fonte: Adaptada Wosnick, 2005

A alteração na conformação da cadeia pode também produzir os


desvios no comprimento de onda de emissão. Isto porque a conformação
planar favorece a conjugação prolongada no comprimento e permite
alcançar o mais significativo desvio de Stokes. Os monômeros desta
conformação são receptores de energia de excitação mais eficientes do
49

que os outros e, portanto, são os melhores emissores. Assim, quando a


energia é transferida para estes sítios, há alteração do espectro para
comprimentos de onda maiores. Quando a planaridade é destruída como
resultado da mudança de conformação, há alteração do espectro para
comprimentos de onda menores. (WOSNICK, LIAO ET AL. 2005)

3.3 ESPECTROSCOPIA E ESTRUTURA

3.3.1 O espectro da ressonância magnética nuclear (RMN)

Os núcleos de certos átomos consideram-se, como os electrões,


animados de spine. A rotação destas partículas carregadas – a rotação de
carga – gera um momento magnético orientado segundo o eixo de spine,
o que significa que estes núcleos funcionam como minúsculas barras
magnéticas. Um desses núcleos, precisamente aquele em que estaremos
mais interessados, é o do átomo do hidrogênio ordinário, 1H, ou seja, o
protão.
Segundo a mecânica quântica, se se colocar um protão num
campo magnético externo, o respectivo momento magnético pode
orientar-se de uma das duas maneiras seguintes: com ou contra o campo
externo. O alinhamento segundo o sentido do campo é o mais estável e
terá de haver absorção de energia para fazer saltar o minúsculo magnete
protônico para o alinhamento menos estável, contra o campo.

A energia mínima necessária para operar esta inversão do


protão depende, como se poderia esperar, da intensidade do campo
externo: quanto mais forte for o campo, tanto maior será a tendência
para se manter o alinhamento, e mais alta será a frequência da radiação
necessária para efectuar a inversão. (MORRISON AND BOYD 1998)

Numa indução magnética de 1,4 T (tesla), por exemplo, a


energia necessária corresponde a radiação eletromagnética com
frequência de 60 MHz, ou seja, radiação de regia de frequência das
ondas de rádio, com uma energia muito menor do que mesmo a radiação
infravermelha. Em princípio, poderíamos colocar uma substância num
campo magnético de intensidade constante e obter seguidamente um
espectro de maneira análoga à que se utiliza para o espectro do
ultravioleta ou do infravermelho, passando através da substância
radiação cuja frequência se faz variar progressivamente e notando o
valor da frequência a que se produz a absorção de radiação. Na prática,
50

todavia, verificou-se ser mais cómodo conservar a frequência da


radiação constante e variar a intensidade do campo magnético; quando
se atinge certo valor desta grandeza, a energia necessária para inverter o
alinhamento do momento magnético do protão contrabalança a energia
da radiação, produz-se absorção e observa-se um sinal. Dá-se ao
espectro assim obtido o nome de espectro da ressonância magnética
nuclear (RMN), Figura 13.

Figura 13 – Espectro da RMN.

Varrimento do campo magnético

Sinal
Absorção de radiação

Campo baixo Campo alto

Fonte: Morrison, 1998.

Se, na realidade, a situação fosse tão simples como se acaba de


descrever, todos os protões na molécula dum composto orgânico
absorveriam exatamente no mesmo valor da indução magnética e o
espectro consistiria num único sinal que pouco nos diria sobre a
estrutura da molécula. No entanto, a frequência a que o protão absorve
depende da indução magnética que o protão sente, quer dizer, a indução
efetiva do campo não é exatamente a mesma que a indução
correspondente ao campo aplicado.

A indução efetiva experimentada por cada protão depende


daquilo que rodeia esse protão entre outras coisas, a densidade
eletrônica à volta do protão e a presença de outros protões na
vizinhança. Cada protão ou, mais precisamente, cada conjunto de
protões equivalentes terá ambiente ligeiramente diferente do de outros
conjuntos de protões e por isso necessitará de intensidade de campo
aplicada ligeiramente diferente para que se produza a mesma indução
51

efetiva: aquele preciso valor da indução magnética em que se produz a


absorção. (MORRISON AND BOYD 1998)

3.3.2 Número de sinais, protões equivalentes e não equivalentes

Numa dada molécula, protões com o mesmo ambiente


absorvem à mesma indução magnética aplicada; protões com ambientes
diferentes absorvem a diferentes induções magnéticas aplicadas. Os
protões dum conjunto com o mesmo ambiente dizem-se equivalentes; o
número de sinais no espectro da RMN diz-nos, portanto, quantos
conjuntos de protões equivalentes, quantas espécies de protões, existem
na molécula. Examinando cada uma das seguintes fórmulas de estrutura,
por exemplo facilmente estabelecemos a equivalência dos protões
designados com a mesma letra, Figura 14.

Figura 14 – Estruturas químicas representando os sinais na RMN.


CH3 CH2 Cl CH3 CH2 CH2 Cl
a b a b c

2 sinais na RMN 3 sinais na RMN


Cloreto de etilo Cloreto de n-propilo

b a b
a H
H CH3
CH3

C C
C C

Br H
CH3 H
c
a b

2 sinais na RMN 3 sinais na RMN


2-Metilpropeno 2-Bromopropeno

CH3 a

CH3 C CH3 a
c
b CH3 a

3 sinais na RMN
p-tert-butiltolueno

Fonte: O autor, 2015

3.3.3 Posições dos sinais, deslocamento químico.

Assim como o número de sinais num espectro da RMN nos diz


quantas espécies de protões existem numa molécula, assim a posição
dos sinais nos ajuda a determinar de que espécie de protões se trata:
52

aromáticos ou alifáticos; primários, secundários, ou terciários;


benzílicos, vinílicos ou acetilénicos; adjacentes a átomos de halogénio
ou a outros átomos ou grupos de átomos. Estas diferentes espécies de
protões têm diferentes ambientes eletrônicos; é precisamente o ambiente
eletrônico que determina o local exato do espectro em que um protão
absorve.
O ponto de referência a partir do qual se medem os
deslocamentos químicos não é, por questões de ordem pratica, mas o
sinal de um certo composto, em regra, o tetrametilsilano (CH3)4Si.
Devido à baixa eletronegatividade do silício, a escudagem dos protões
no silano é maior do que na maior parte das moléculas orgânicas;
consequentemente a maioria dos sinais da RMN aparecem do mesmo
lado do sinal do tetrametilsilano: para campos mais baixos.

A escala mais frequentemente utilizada é a escala δ (delta). A


posição do sinal do trimetilsilano faz-se a 0,0 ppm. A maioria dos
deslocamentos químicos tem valores entre 0 e 10. Um pequeno valor de
δ representa um pequeno deslocamento para campos baixos, e um
grande valor de δ, um grande deslocamento para campos baixos.
(MORRISON AND BOYD 1998)

Figura 15 – Deslocamentos químicos para RMN de 1H.

Fonte: Carey, 2000


53

3.3.4 Espectroscopia da RMN de 13C.

Entre os átomos que, como o protão, dão origem a espectros da


RMN está um dos isótopos do carbono, o 13C. O espectro da RMN de
13
C è produzido, fundamentalmente, do mesmo modo que o espectro de
próton e aplicam-se-lhe também os mesmos princípios básicos. O
isótopo 13C constitui somente 1,1% do carbono de ocorrência natural,
mas a sensibilidade dos espectrômetros modernos è suficientemente
elevada para tornar este nível adequado para a utilização dos espectros
RMN de 13C. Estes espectros dão aproximadamente a mesma espécie de
informação que a RMN de 1H mas a informação está relacionada
diretamente com o esqueleto carbonado, o número de sinais indica-nos
quantos carbono diferentes ou quantos conjuntos equivalentes existem
na molécula e o deslocamento químico informa-nos sobre o ambiente
eletrônico de cada carbono relativamente a outros carbonos ou grupos
característicos adjacentes como apresenta a Figura 16. (MORRISON AND
BOYD 1998)

Figura 16 – Deslocamentos químicos para RMN de 13C.

Fonte: Morrison, 1998.


54
55

4 MATERIAS E MÉTODOS

4.1 INSTRUMENTOS

A pureza dos compostos sintetizados foi caracteriza por


espectroscopia de absorção de Infravermelho. Para os compostos sólidos
foram obtidos em pastilha de KBr e para os compostos líquidos em
filme, em um espectrofotômetro Prestige 21, marca Shimadzu com
sistema de registro computadorizado, na região de 4000 a 400 cm-1.

Os espectros de RMN de 1H e RMN de 13C foram obtidos em


equipamento de RMN modelo Bruker AC 300 operando a 300 e 75
MHz, e um espectrômetro Bruker DRX400 operando em 400 e 100
MHz, respectivamente, usando TMS como padrão interno. Os
deslocamentos químicos são expressos em parte por milhão (δ) em
relação ao TMS, sendo as constantes de acoplamento (J) apresentadas
em Hertz (Hz). Foram utilizados os seguintes solventes dimetilsulfóxido
DMSO-d6, MEOD e clorofórmio deuterado (CDCl3) (SDS, Vitry,
França).

A determinação da massa molar foi realizado por espectrometria


de massa (MALDI-TOF MS e ESI-MS) obtida em equipamentos
MALDI-TOF (AutoFlex I Bruker) e CL-ESI/ApCI-ITD (Agilent 1100 e
Esquire 3000+ Bruker Daltonics).

As propriedades eletrônicas dos compostos foram determinadas


utilizando um espectrofotômetro UV-Vis da Shimadzu modelo UV-
1800 com duplo feixe, utilizando como porta amostra cubetas em
quartzo com caminho óptico de 10 mm e solventes com grau
espectroscópio (Sigma-Aldrich).

As medidas eletroquímicas foram realizadas em um potenciostato


da Biologic – modelo SP-200. Foram utilizadas soluções de 0,1 M de
tetra-n-butil amônio hexafluorofosfato (TBAPF6) em CH2Cl2 tendo
como eletrólito de suporte o par redox ferroceno/ferricenium (Fc/Fc+)
como uma referência interna. Uma célula de três electrodos foi utilizada,
compreendida de um electrodo de carbono vítreo como o eletrodo de
trabalho, um fio de platina como contra eletrodo e um electrodo
Ag+/AgCl como referência.
56

A determinação do ponto de fusão das substâncias sólidas foi


realizada em um microscópio marca Zeiss modelo Axio Scope A1 em
uma taxa de aquecimento de 10 °C/min.

As análises de calorimetria diferencial de varredura (DSC) foram


realizadas em um equipamento DSC-50, da Shimadzu, sob atmosfera
inerte (N2, fluxo de 50 cm3 min-1). Cerca de 7-10 mg dos compostos
analisados foram colocados em recipiente adequado de alumínio e
aquecidos a 20 °C min-1 até 200 °C, permanecendo 5 min nesta
temperatura. Em seguida as amostras foram submetidas a um choque
térmico (com N2 líquido) e a dois aquecimentos realizados na faixa de 0
– 160 °C a 10 °C min-1. O resfriamento da amostra entre estas
varreduras foi realizado à temperatura ambiente.

4.2 REAGENTES E VIDRARIAS

As reações foram acompanhadas por cromatografia em camada


delgada (CDD), utilizando sílica gel F254 Merck como adsorvente e
para a purificação dos compostos através de cromatografia em coluna,
utilizou-se sílica gel com tamanho de poro de 60 Å, 70 - 230 mesh, 63-
200 μm da Aldrich e a detecção foi conseguida por exposição a vapores
de iodo ou pela carbonização com solução de ácido sulfúrico
5mL:45mL:50mL, H2SO4:MeOH:H2O.

Todos os solventes e reagentes empregados nas sínteses,


caracterizações e purificações foram adquiridos de fontes comerciais
(Aldrich, Merck, Fluka) e utilizados sem prévia purificação, exceto para
reações que necessitaram de solventes secos. Et3N foi seco por
destilação na presença de hidróxido de potássio KOH.
57

4.3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.3.1 Síntese do composto 2,1,3 benzotiadiazol (2)

S Em um balão de 500 mL de duas bocas foram colocados


N N
10,0 g (92,59 mmol) de o-fenilenodiamina (1), 300 mL de
diclorometano e 50 mL (359,0 mmols) de trietilamina
(Et3N). A mistura foi agitada até completa dissolução da
diamina e 13,5 mL (186,0 mmol) de cloreto de tionila
foram adicionados gota a gota por um período de 2 h. Após completa
adição, a mistura foi mantida sob-refluxo e acompanhada por CCD
usando uma mistura de acetato de etila e tolueno (5:1 v/v) como eluente.
Após o refluxo a mistura foi resfriada à temperatura ambiente e
concentrada em rota vapor. Ao sólido resultante foram adicionados 350
mL de água e HCl concentrado até atingir o pH 2. O composto foi
purificado através de destilação por arraste a vapor. O destilado foi
extraído com clorofórmio (4 x 50 mL), seco com sulfato de sódio anidro
e filtrado em papel filtro. O solvente removido à pressão reduzida em
um rotaevaporador, fornecendo 10,9 g do composto puro em forma de
óleo que lentamente solidificou. (Rendimento: 87%). Ponto de Fusão:
43,2 – 44,1 °C, (Lit.: 43,6 – 44,4 °C) (DASILVEIRA N ETO, LOPES ET
-1
AL. 2005). IV (KBr) (νmax/cm ) 1519, 1471, 1131, 911, 845, 809, 743.
1
RMN de H (CDCl3, 400 MHz) δ: 7,97 (dd, 2H, J = 3,13 Hz e 6,64 Hz);
7,55 (dd, 2H, J = 3,13 Hz e 7,03 Hz). RMN de 13C (CDCl3, 100 MHz) δ:
154,7; 129,2; 121,5.

4.3.2 Síntese do composto 4,7-dibromo-2,1,3 benzotiadiazol (3)

S Em um balão de 500 mL de duas bocas foram


N N
transferidos 8,487 g (62,32 mmols) de 2,1,3 –
benzotiadiazol (2) e 150 mL de HBr (47 – 48%).
Br Br Foi acoplado um condensador de refluxo em uma
entrada e, na outra, um funil de adição com
equalizador, o qual continha uma solução de 35,21 g (220,32 mmols) de
Br2 em 100 mL de HBr (47 – 48%). A temperatura da mistura foi
elevada ao refluxo mantendo o funil de adição de compensação fechado.
Ao atingir o refluxo, o funil foi aberto e adicionado à solução de
Br2/HBr gota a gota num intervalo de 3 horas (reação exotérmica).
Foram adicionados outros 100 mL de HBr (47-48%) e mantido sob-
refluxo por um período de 6 horas, após esse período o aquecimento foi
desligado. Foi observada a deposição de um sólido nas paredes do balão
58

quando ocorreu o resfriamento da solução em seguida; foi adicionada


uma solução saturada de (NaHSO3) e agitado em temperatura ambiente
até o consumo total do excesso de Br2. A mistura foi filtrada a vácuo e o
sólido lavado com uma mistura de acetona e éter etílico. Depois o sólido
foi seco no vácuo por cerca de 24 horas. (Rendimento: 85 %). Ponto de
Fusão: 187,5 – 188,5 °C, (Lit.: 187 – 188 °C) (NETO , LAPIS ET AL.
2013). IV (KBr) (νmax/cm-1) 1468, 1304, 1174, 928, 870, 832. RMN de
1
H (CDCl3, 400 MHz) δ: 7,71 (s, 2H). RMN de 13C (CDCl3, 100 MHz)
δ: 152,9; 132,3; 113,8.

4.3.3 Síntese do composto 1,2-bis (dodeciloxi)-benzeno (5a)

OC12H25 Em um balão de 250 mL de duas bocas foram


transferidos 5 g (45,45 mmol) de 1,2-
OC12H25 dihidroxibenzeno (4) em 100 mL de
dimetilformamida (DMF) a mistura foi agitada
até completa dissolução do 1,2-dihidroxibenzeno. Após a completa
solubilização do composto (4) foram adicionados na sequência 25 g
(181,8 mmol) de carbonato de potássio (K2CO3) e 0,4 g (2,26 mmol) de
iodeto de potássio (KI) até serem dissolvidos por último 25 mL de 1-
bromododecano (BrC12H25) (104,12 mmol). A suspensão foi aquecida
aproximadamente 90 °C e mantida sob agitação por 24 h. após a mistura
foi resfriada à temperatura ambiente e filtrada, vertida em água e
extraída com diclorometano (CH2Cl2), evaporando sob pressão reduzida
em um rotaevaporador e recristalizada em etanol quente. (Rendimento:
87%). Ponto de Fusão: 46 – 48 °C, (Lit.: 47 – 49 °C) (YELAMAGGAD ,
ACHALKUMAR ET AL . 2007). IV (KBr) (νmax/cm-1) 2920, 2846, 1593,
1508, 1465, 1257, 1222,1122, 732. RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ:
6,89 (s, 4H); 4,01 – 3,97 (t, 4H); 1,86 – 1,77 (m, 4H); 1,49 – 1,28 (m,
36H); 0,91 – 0,86 (m, 6H).13C RMN (CDCl3, 75,43 MHz) δ: 149,80;
121,54; 114,64; 69,45; 32,07; 29,52; 29,52; 26.10; 22,86; 14,31.

4.3.4 Síntese do composto 1,2-bis (deciloxi)-benzeno (5b)

OC10H21 Em um balão de 250 mL de duas bocas foram


transferidos 4,5 g (40,87 mmol) de 1,2-
OC10H21 dihidroxibenzeno (4) em 100 ml de
dimetilformamida (DMF). A mistura foi agitada
até completa dissolução do 1,2-dihidroxibenzeno. Após a completa
solubilização do composto (4) foram adicionados na sequência 21,3 g
(154,12 mmol) de carbonato de potássio (K2CO3) e 0,3 g (1,80 mmol)
59

de iodeto de potássio (KI) até serem dissolvidos por último 18,6 mL de


1-bromodecano (BrC10H21) (89,91 mmol). A suspensão foi aquecida
aproximadamente a 90 °C e mantida sob agitação por 24 h. Em seguida
mistura foi resfriada à temperatura ambiente e filtrada, vertida em água e
extraída com diclorometano (CH2Cl2) e evaporanda sob pressão
reduzida em um rotaevaporador e recristalizada em etanol quente.
(Rendimento: 85%). Ponto de Fusão: 40 – 42 °C (Lit.: 41 – 43 °C)
(SONG, P ARK ET AL. 2010). IV (KBr) (νmax/cm-1) 2918, 2843, 1590,
1510, 1463, 1255, 1225, 1120, 736. RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ:
6,89 (s, 4H); 4,01 – 3,97 (t, 4H); 1,86 – 1,77 (m, 4H); 1,49 – 1,28 (m,
28H); 0,91 – 0,86 (m, 6H). RMN de 13C (CDCl3, 75,43 MHz) δ: 149,2;
120,9; 114,0; 77,4; 76,5; 69,2; 31,9; 29,5; 29,3; 26,0; 22,7; 14,1.

4.3.5 Síntese do composto 1,2-bis (octaciloxi)-benzeno (5c)

OC8H17 Em um balão de 250 mL de duas bocas foram


transferidos 5 g (45,45 mmol) de 1,2-
OC8H17 dihidroxibenzeno (4) em 100 mL de
dimetilformamida. A mistura foi agitada até
completa dissolução do 1,2-dihidroxibenzeno, após a completa
solubilização do composto (4) foram adicionados na sequência 25 g
(181,8 mmol) de carbonato de potássio (K2CO3) e 0,37 g (2,31 mmol)
de iodeto de potássio (KI) até serem dissolvidos por último 15,49 mL de
1-bromooctano (BrC8H17) (89,67 mmol). A suspensão foi aquecida
aproximadamente a 90 °C e mantida sob agitação por 24 h. Em seguida
a mistura foi resfriada à temperatura ambiente e filtrada, vertida em água
e extraída com diclorometano (CH2Cl2) e evaporando sob pressão
reduzida em um rotaevaporador e recristalizada em etanol quente.
(Rendimento: 80%). Ponto de Fusão: A temperatura ambiente já se
encontra na forma líquida. IV (KBr) (νmax/cm-1) 2916, 2845, 1592, 1512,
1465, 1255, 1226, 1121, 738. RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ: 6,93 (s,
4H); 4,06 – 4,02 (t, 4H); 1,92 – 1,82 (m, 4H,); 1,55 – 1,35 (m, 20H);
0,97 – 0,92 (m, 6H). RMN de 13C (CDCl3, 75,43 MHz) δ: 149,3; 121,0;
114,0; 77,1; 69,2; 31,9; 29,5; 29,4; 26,1; 22,7; 14,1.

4.3.6 Síntese do composto 1,2-bis (dodeciloxi)-4-iodo-benzeno (6a)

OC12H25 Em um balão de 500 mL foram colocados 1,2-


bis (dodeciloxi) benzeno (5a) 10 g (26 mmol)
I OC12H25 numa mistura de 300 mL ácido acético e 100
mL de água a 40 ºC. O ácido sulfúrico 8 mL e
60

iodo 3,384 g (13,33 mmol) foram adicionados na mistura resultante


Agitou-se a 44 º C. Ácido iódico (HIO3) 1,3 g (7,39 mmol) foi
adicionado três vezes durante um período de 40 min. Após esfriamento,
a mistura foi extraída com éter etílico, lavou-se com uma solução
saturada de carbonato de sódio (Na2CO3) e uma solução salina saturada,
secou-se sobre sulfato de magnésio anidro (MgSO4). O solvente foi
removido em um rotaevaporador fornecendo um a resíduo cristalino. Foi
utilizado na próxima etapa sem purificação adicional.

4.3.7 Síntese do composto 1,2-bis (deciloxi)-4-iodo-benzeno (6b)

OC10H21 Em um balão de 500 mL foram colocados 1,2-


bis (deciloxi) benzeno (5b) 10 g (25,64 mmol)
I OC10H21
em ácido acético 300 mL foi adicionada água
100 mL a 40 ºC. O ácido sulfúrico 8 mL e iodo
3,28 g (12,96 mmol) foram adicionados e a mistura resultante Agitou-se
a 44 º C. Ácido iódico (HIO3) 1,35 g (7,69 mmol) foi adicionado três
vezes durante um período de 40 min. Após esfriamento, a mistura foi
extraída com éter etílico, lavou-se com uma solução saturada de
carbonato de sódio (Na2CO3) e uma solução salina saturada, secou-se
sobre sulfato de magnésio anidro (MgSO4). O solvente foi removido em
um rotaevaporador fornecendo um a resíduo cristalino. Foi utilizado na
próxima etapa sem purificação adicional.

4.3.8 Síntese do composto 1,2-bis (octaciloxi)-4-iodo-benzeno (6c)

OC8H17 Em um balão de 500 mL foram colocados 1,2-


bis (octaciloxi) benzeno (5c) 10 g (29,94 mmol)
I OC8H17
numa mistura de 300 mL de ácido acético e 100
mL de e água a 40 º C. O ácido sulfúrico 8 mL e
iodo 3,78 g (14,94 mmol) foram adicionados e a mistura resultante
agitou-se a 44 ºC. Ácido iódico (HIO3) 1,57 g (8,92 mmol) foi
adicionado três vezes durante um período de 40 min. Após esfriamento,
a mistura foi extraída com éter etílico, lavou-se com uma solução
saturada de carbonato de sódio (Na2CO3) e uma solução salina saturada,
secou-se sobre sulfato de magnésio anidro (MgSO4). O solvente foi
removido em um rotaevaporador fornecendo um resíduo cristalino. Foi
utilizado na próxima etapa sem purificação adicional.
61

4.3.9 Síntese do composto 4-(3,4-bis(dodeciloxifenil))-2-metil-3 -


butin-2-ol (7a)
OC12H25
Em um balão de 100 mL de três
bocas sob fluxo de argônio foram
OC12H25 colocados 4-Iodo-1,2-bis-
HO dodeciloxibenzeno (6a) 3,0g (5,23
mmol), Et3N 50 mL, PdCl2(PPh3)2 0,18 g (0,261 mmol) e trifenilfosfina
0,06 g (0,229 mmol). A mistura foi aquecida até 55 °C, temperatura na
qual o CuI 0,09 g (0,47 mmol) foi adicionado. Então, com o auxílio de
um funil de adição, 2-metil-3-butin-2-ol 0,52 g, (6,41 mmol) dissolvido
em Et3N 5 mL foi adicionado gota-a-gota à solução. A mistura foi
mantida em refluxo por 6 horas, filtrada em Celite® e concentrada em
um rotaevaporador à pressão reduzida. O sólido resultante foi purificado
através de cromatografia em coluna com sílica-gel eluindo-se com
Hexano/Acetato de etila 9:1. (Rendimento: 78%). Ponto de Fusão: 65 –
67 °C, (Lit.: 62,1 – 64,5 °C) (TUZIMOTO 2010). IV (KBr) (νmax/cm-1)
3275, 2920, 2850, 1597, 1515, 1468, 1415,1246, 1213, 1132, 854, 815,
721. RMN de 1H (CDCl3, 400 MHz) δ: 6,98 (dd, 1H, J = 1,76 Hz e 8,31
Hz); 6,94 (d, 1H, J = 1,76 Hz); 6,78 (d, 1H, J = 8,31 Hz); 4,01–3,97 (m,
4H); 1,86 – 1,79 (m, 4H); 1,63 (s, 6H); 1,49 – 1,29 (m, 36H); 0,92 –
0,89 (m, 6H). RMN de 13C (CDCl3, 100 MHz) δ: 149,5; 148,6; 124,9;
116,7; 114,7; 113,1; 92,0; 82,3; 77,0; 69,1; 31,9; 31,6; 29,7; 29,4; 29,2;
26,0; 22,7; 14,1.

4.3.10 Síntese do composto 4-(3,4-bis(deciloxifenil))-2-metil-3-butin-


2-ol (7b)

OC10H21 Em um balão de 100 mL de três


bocas sob fluxo de argônio foram
OC10H21 colocados 4-Iodo-1,2-bis-
HO deciloxibenzeno (6b) 3 g (5,80
mmol), Et3N 50 mL, PdCl2(PPh3)2 0,20 g (0,29 mmol) e trifenilfosfina
0,07 g (0,26 mmol). A mistura foi aquecida até 55 °C, temperatura na
qual o CuI 0,11 g (0,57 mmol) foi adicionado. Então, com o auxílio de
um funil de adição, 2-metil-3-butin-2-ol 0,58 g (6,96 mmol) dissolvido
em Et3N (5 mL) foi adicionado gota-a-gota à solução. A mistura foi
mantida em refluxo por 6 horas, filtrada em Celite® e concentrada em
um rotaevaporador à pressão reduzida. O sólido resultante foi purificado
através de cromatografia em coluna com sílica-gel eluindo-se com
Hexano/Acetato de etila 9:1. (Rendimento: 75%). Ponto de Fusão: 59 –
62

61°C. IV (KBr) (νmax/cm-1) 3272, 2922, 2853, 1595, 1513, 1465,


1413,1245, 1215, 1135, 855, 818, 725. RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz)
δ: 6,98 (dd, 1H, J = 2,05 Hz e 8,20 Hz); 6,95 (d, 1H, J = 1,76 Hz); 6,81
(d, 1H, J = 8,20 Hz); 4,02-3,97 (m, 4H); 1,85 – 1,80 (m, 4H); 1,63 (s,
6H); 1,50 – 1,30 (m, 28H); 0,93 – 0,88 (m, 6H). RMN de 13C (CDCl3,
75,43 MHz) δ: 149,5; 148,6; 124,8; 116,7; 114,7; 113,1; 92,0; 82,3;
77,0; 69,11; 31,9; 29,3; 29,1; 25,9; 22,6; 14,1.

4.3.11 Síntese do composto 4-(3,4-bis(octaciloxifenil))-2-metil-3-


butin-2-ol (7c)

OC8H17 Em um balão de 100 mL de três


bocas sob fluxo de argônio foram
OC8H17 colocados 4-Iodo-1,2-bis-
HO octaciloxibenzeno (6c) 3 g (6,51
mmol), Et3N 50 mL, PdCl2(PPh3)2 0,22 g (0,31 mmol) e trifenilfosfina
0,08 g (0,30 mmol). A mistura foi aquecida até 55 °C, temperatura na
qual o CuI 0,12 g (0,63 mmol) foi adicionado. Então, com o auxílio de
um funil de adição, 2-metil-3-butin-2-ol 0,65 g (7,72 mmol) dissolvido
em Et3N (5 mL) foi adicionado gota-a-gota à solução. A mistura foi
mantida em refluxo por 6 horas, filtrada em Celite® e concentrada em
um rotaevaporador à pressão reduzida. O sólido resultante foi purificado
através de cromatografia em coluna com sílica-gel eluindo-se com
Hexano/Acetato de etila 9:1. (Rendimento: 77%). Ponto de Fusão: 49 –
51°C. IV (KBr) (νmax/cm-1) 3270, 2926, 2845, 1598, 1510, 1460,
1415,1230, 1215, 1135, 855, 818, 725.1H RMN (CDCl3, 300 MHz) δ:
6,94 (dd, 1H, J = 1,76 Hz e 8,22 Hz); 6,92 (d, 1H, J = 1,76 Hz); 6,77 (d,
1H, J = 8,22 Hz); 3,99 – 3,93 (m, 4H); 1,82 – 1,77 (m, 4H); 1,60 (s,
6H); 1,47 – 1,28 (m, 20H); 0,90 – 0,86 (m, 6H).13C NMR (CDCl3, 75,43
MHz) δ: 149,58; 148,65; 124,91; 116,80; 114,82; 113,21; 92,11; 82,27;
77,47; 69,12; 65,58; 31,80; 31,52; 29,35; 29,26; 25,99; 22,65; 14,07.

4.3.12 Síntese do composto 1,2-bis(dodeciloxi)-5-etinilbenzeno (8a)


OC12H25 Em um balão de 100 mL foram
transferidos o 4-(3,4-
H OC12H25 bis(dodeciloxifenil))-2-metil-3-butin-
2ol (7a) 2,0 g (3,78 mmol), tolueno
(30 mL) e NaOH 0,302 g (7,56 mmol). Um aparelho de microdestilação
foi adaptado e a mistura foi lentamente aquecida durante 4h. A solução
foi resfriada à temperatura ambiente, filtrada em Celite® e concentrada
63

em rotaevaporador a pressão reduzida. O sólido resultante foi purificado


através de cromatografia em coluna com sílica–gel eluindo–se com
Hexano puro. (Rendimento: 70%). Ponto de Fusão: 41 – 43 °C, (Lit.:
40,2 – 41,7 °C). IV (KBr) (νmax/cm-1) 3298, 2920, 2850, 2102, 1597,
1512, 1465, 1413, 1236, 1213, 1132, 846, 806, 721. RMN de 1H
(CDCl3, 300 MHz) δ: 7,07 (dd, 1H, J = 2,05 Hz e 8,20 Hz); 7,02 (d, 1H,
J = 2,05 Hz); 6,83 (d, 1H, J = 8,20 Hz); 4,04 – 3,98 (m, 4H); 3,01 (s,
1H); 1,89 – 1,79 (m, 4H); 1,51 – 1,30 (m, 36H); 0,94 – 0,89 (m, 6H).
RMN de 13C (CDCl3, 100 MHz) δ: 150,0; 148,6; 125,5; 117,3; 114,1;
113,6; 84,8; 77,7; 69,2; 31,9; 29,6; 29,4; 26,6; 22,7; 14,1.

4.3.13 Síntese do composto 1,2-bis(deciloxi)-5-etinilbenzeno (8b)

OC10H21 Em um balão de 100 mL foram


transferidos o 4-(3,4-
H OC10H21 bis(deciloxifenil))-2-metil-3-butin-
2ol (7b) 2,0 g (4,23 mmol), tolueno
30 mL e NaOH 0,33 g (7,56 mmol). Um aparelho de microdestilação foi
adaptado e a mistura foi lentamente aquecida durante 4h. A solução foi
resfriada à temperatura ambiente, filtrada em Celite® e concentrada em
rotaevaporador à pressão reduzida. O sólido resultante foi purificado
através de cromatografia em coluna com sílica–gel eluindo–se com
Hexano puro. (Rendimento: 68%). Ponto de Fusão: 34 – 36 °C. IV
(KBr) (νmax/cm-1) 3296, 2931, 2852, 2109, 1590, 1510, 1455,
1418,1239, 1215 1140, 849, 810, 715. RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ:
7,07 (dd, 1H, J = 1,76 Hz e 8,50 Hz); 7,02 (d, 1H, J = 1,76 Hz); 6,83 (d,
1H, J = 8,20 Hz); 4,04 – 3,98 (m, 4H); 3,01 (s, 1H); 1,88 – 1,79 (m,
4H); 1,50 – 1,31 (m, 28H); 0,93 – 0,89 (m, 6H). RMN de 13C (CDCl3,
75,43 MHz) δ: 150,6; 148,6; 125,9; 120,9; 117,1; 114,4; 113,9; 83,6;
77,1; 69,3; 31,1; 29,4; 29,1; 26,5; 22,9; 22,6; 14,1.

4.3.14 Síntese do composto 1,2-bis(octaciloxi)-5-etinilbenzeno (8c)

OC8H17 Em um balão de 100 mL foram


transferidos o 4-(3,4-
H OC8H17 bis(octaciloxifenil))-2-metil-3-butin-2ol
2,0 (7c) g (4,8 mmol), tolueno 30 mL e
NaOH 0,384 g (7,56 mmol). Um aparelho de microdestilação foi
adaptado e a mistura foi lentamente aquecida durante 4h. A solução foi
resfriada à temperatura ambiente, filtrada em Celite® e concentrada em
rotaevaporador à pressão reduzida. O sólido resultante foi purificado
64

através de cromatografia em coluna com sílica–gel eluindo–se com


Hexano puro. (Rendimento: 72%). RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ:
7,07 (dd, 1H, J = 1,76 Hz e 8,50 Hz); 7,00 (d, 1H, J = 1,76 Hz); 6,80 (d,
1H, J = 8,20 Hz); 4,01 – 3,95 (m, 4H); 2,98 (s, 1H); 1,86 – 1,77 (m,
4H); 1,49 – 1,29 (m, 20H); 0,92 –0,87 (m, 6H). RMN de 13C (CDCl3,
75,43 MHz) δ: 150,7; 148,6; 125,9; 120,9; 117,1; 114,1; 113,1; 83,9;
75,4; 69,2; 31,8; 29,3; 29,1; 26,1; 22,7; 14,8.

4.3.15 Síntese do composto 4,7-bis((3,4 bis(dodeciloxi)feniletinil)


benzo[c][1,2,5]tiadiazol (9)

S Em um balão de três
C12H25O N N OC12H25
bocas, sob fluxo de
C12H25O OC12H25 gás inerte, foram
adicionados 4,7-
dibromo-2,1,3-benzotiadiazol 0,085 g (0,289 mmol), Et3N 50 mL,
PdCl2(PPh3)2 0,010 g (0,014 mmol) e trifenilfosfina 0,0037 g (0,014
mmol). A mistura foi aquecida até 55 °C, temperatura na qual o CuI
0,0055 g (0,028 mmol) foi adicionado. Então, com o auxílio de um funil
de adição, o composto (8a) 0,31 g (0, 664 mmol) dissolvido em Et3N (5
mL) foi adicionado gota-a-gota à solução. A mistura foi mantida em
refluxopor 18 horas, filtrada em Celite® e concentrada em um
rotaevaporador. O sólido resultante foi purificado através de
cromatografia em coluna com sílica-gel eluindo-se com Hexano/CH2Cl2
7:3 (Rendimento: 70%). Ponto de Fusão: 133 – 135 °C. IV (KBr)
(νmax/cm-1) 2922, 2850, 2200, 1597, 1514, 1465, 1419,1230, 1215 1132,
848, 813, 721. RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ: 7,78 (s, 2H); 7,29 (d,
2H, J = 2,05 Hz); 7,19 (d, 2H, J = 2,05 Hz); 6,90 (d, 2H, J = 8,50 Hz);
4,08 – 4,04 (m, 8H); 1,89 – 1,84 (m, 8H); 1,51 – 1,29 (m 72H), 0,93 –
0,88 (m, 12H). RMN de 13C (CDCl3, 100 MHz) δ: 154,4; 150,3; 148,7;
132,1; 125,6; 117,1; 116,8; 114,5; 113,1; 98,9; 84,6; 77,7; 69,6; 69,5;
31,6; 29,7; 29,40; 26,4; 22,3; 14,5.

4.3.16 Síntese do composto 4,7-bis((3,4 bis(deciloxi)feniletinil)benzo


[c][1,2,5]tiadiazol (10)

S Em um balão de três
C10H21O N N OC10H21
bocas, sob fluxo de
C10H21O OC10H21 gás inerte, foram
adicionados 4,7-
dibromo-2,1,3-benzotiadiazol 0,085 g (0,289 mmol), Et3N 50 mL,
65

PdCl2(PPh3)2 0,010 g (0,014 mmol) e trifenilfosfina 0,0037 g (0,014


mmol). A mistura foi aquecida até 55 °C, temperatura na qual o CuI
0,0055 g (0,028 mmol) foi adicionado. Então, com o auxílio de um funil
de adição, o composto (8b) 0,275 g (0, 664 mmol) dissolvido em Et3N
(5 mL) foi adicionado gota-a-gota à solução. A mistura foi mantida em
refluxo por 18 horas, filtrada em Celite® e concentrada em
rotaevaporador. O sólido resultante foi purificado através de
cromatografia em coluna com sílica-gel eluindo-se com Hexano/CH2Cl2
7:3 (Rendimento: 70%). Ponto de Fusão: 136 – 138 °C. IV (KBr)
(νmax/cm-1) 2928, 2855, 2195, 1593, 1518, 1466, 1417,1232, 1217 1135,
845, 815, 723. RMN de 1H (CDCl3, 400 MHz) δ: 7,76 (s, 2H); 7,27 (d,
2H, J = 1,76 Hz); 7,18 (d, 2H, J = 1,76 Hz); 6,89 (d, 2H, J = 8,56 Hz);
4,07 – 4,03 (m, 8H); 1,88 – 1,85 (m, 8H); 1,52 – 1,30 (m, 56H); 0,92 –
0,89 (m, 12H).13C RMN (CDCl3, 100 MHz) δ: 154,42; 150,41; 148,76;
132,18; 125,68; 117,11; 116,77; 114,50; 113,06; 98,09; 84,08; 77,07;
69,33; 69,12; 31,97; 29,69; 29,40; 26,05; 22,74; 14,17.

4.3.17 Síntese do composto 4,7-bis((3,4 bis(octaciloxi)feniletinil)


benzo[c][1,2,5]tiadiazol (11)

N
S
N OC8H17
Em um balão de três
C8H17O
bocas, sob fluxo de
C8H17O OC8H17 gás inerte, foram
adicionados 4,7-
dibromo-2,1,3-benzotiadiazol 0,085 g (0,289 mmol), Et3N 50 mL,
PdCl2(PPh3)2 0,010 g (0,014 mmol) e trifenilfosfina 0,0037 g (0,014
mmol). A mistura foi aquecida até 55 °C, temperatura na qual o CuI
0,0055 g (0,028 mmol) foi adicionado. Então, com o auxílio de um funil
de adição, o composto (8c) 0,238 g (0, 664 mmol) dissolvido em Et3N
(5 mL) foi adicionado gota-a-gota à solução. A mistura foi mantida em
refluxo por 18 horas, filtrada em Celite® e concentrada em um
rotaevaporador. O sólido resultante foi purificado através de
cromatografia em coluna com sílica-gel eluindo-se com Hexano/CH2Cl2
7:3 (Rendimento: 70%). Ponto de Fusão: 140 – 142 °C. IV (KBr)
(νmax/cm-1) 2925, 2859, 2191, 1597, 1514, 1469, 1413, 1232, 1211 1138,
846, 813, 728. RMN de 1H (CDCl3, 300 MHz) δ: 7,78 (s, 2H); 7,29 (d,
2H, J = 3,22 Hz); 7,19 (d, 2H, J = 2,05 Hz); 6,90 (d, 2H, J = 8,50 Hz);
4,08 – 4,04 (m, 8H); 1,91 – 1,82 (m, 8H); 1,60 – 1,32 (m, 40H); 0,94 –
0,89 (m, 12H). RMN de 13C (CDCl3, 100 MHz) δ: 154,4; 150,4; 148,7;
132,1; 125,6; 117,9; 116,5; 114,2; 113,4; 98,7; 84,6; 77,04; 69,3; 69,1;
31,9; 29,6; 29,1; 26,6; 22,7; 14,1.
66
67

5 RESULTADOS E DISSCUSÃO

O esquema 1 apresenta o esquema sintético para obtenção do


heterociclo 4,7-dibromo- 2,1,3-benzotiadiazol. Partindo do reagente
orto-fenilenodiamina, que foi reagido com cloreto de tionila (SOCl2) em
presença de uma base (trietilamina; EtN3) utilizando o diclorometano
(CH2Cl2) como solvente, resultando no composto (3).

Esquema 1– Ilustra a estratégia sintética utilizada na preparação do


composto (3); a) SOCl2, Et3N, CH2Cl2, b) Br2, HBr.

S S
H2N NH2 N N N N
a) b)
Br Br

(1) (2) (3)

Fonte: O autor, 2015

O esquema 2 ilustra o esquema sintético de obtenção dos alcinos


intermediários (8a -c), a) começando com a alquilação do composto 1,2-
dihidroxibenzeno (4), b) continuando na sequência com uma
halogenação. Após a reação de halogenção foi realizado c) um
acoplamento de sonogashira com o álcool 2-metil-3-butin-2-ol, d) e por
último uma desproteção com NaOH obtendo os intermediários finais.
68

Esquema 2– Ilustra a estratégia sintética utilizada na preparação


dos derivados (8a-c): a) DMF, K2CO3, RBr (R=CnH2n); b) Ácido
Acético, H2O, H2SO4, I2, HIO3; c) Et3N, CuI, PPh3, 2-metil-3-
butin-2-ol, PdCl2(PPh3)2; d) NaOH, Tolueno.

OH OR OR

a) b)
OH OR I OR

(4) (5a) R= C12H25 (6a-c)


(5b) R= C10H21
(5c) R= C8H17
c)

OR OR
d)
H OR OR
HO
(8a-c) (7a-c)

Fonte: O autor, 2015

O esquema 3 apresenta a obtenção dos compostos 9,10 e 11


através de reações de acoplamento entre composto (3) e os
intermediários
(8 a-c).

Esquema 3 – Ilustra o acoplamento entre os derivados (8a-c) e


composto (3): a) Et3N, CuI, PPh3, PdCl2(PPh3)2.

S
N N

Br Br

(3)
S
RO N N OR
a)
+ RO OR

OR
(9) R=C12H25
H OR
(10) R=C10H21
(8a-c)
(11) R=C8H17

Fonte: O autor, 2015


69

5.1 SÍNTESE DO COMPOSTO 2,1,3 BENZOTIADIAZOL (2)

O mecanismo para a reação de formação do heterocíclico 2,1,3-


benzotiadiazol não é totalmente elucidado, porém a Figura 17 representa
uma sequência de etapas possíveis que podem levar à formação do
2,1,3–benzotiadiazol. Porém, sabe-se que no processo o SOCl2 é o
responsável pela formação do heterocíclico (DASILVEIRA NETO, LOPES
ET AL. 2005; T UZIMOTO 2010; N ETO, LAPIS ET AL . 2013), assim como
uma base, trietilamina ou piridina, é o agente aceptor de HCl, formado
durante a reação.

Figura 17 – Ilustra o fluxo de eventos propostos para a formação


do heterociclo 2,1,3-benzotiadiazol.

NH2 N=S=O N=S=O


SOCl2 SOCl2
NH2 -2HCl NH2 -2HCl N=S=O

H2O -SO2 -SO2

N=S=O

NH2 S
N N

-H2O

Fonte: DaSilveira Neto, Lopes et al. 2005

O composto (2) foi caracterizado por análises de infravermelho,


RMN de 1H, de 13C e ponto de fusão. A Figura 18 apresenta o espectro
de RMN de 1H deste composto no qual se podem observar os sinais dos
quatro hidrogênios em 7,97 (dd, 2H, J = 3,13 Hz e 6,64 Hz) e 7,55 ppm
(dd, 2H, J = 3,13 Hz e 7,03 Hz). Estes deslocamentos estão de acordo
com o já relatado na literatura. (VIEIRA, CRISTIANO ET AL . 2008; LIU,
LAI ET AL. 2010; COLELLA, MELCARNE ET AL. 2011)
70

Figura 18 – Espectro de RMN 1H do 2,1,3-benzotiadiazol.

7.57
LUCIANOSILVA_213-BENZOTIODIAZOL_CDCL3_H1.ESP

1.0

8.00

7.55
0.9

7.97
0.8

0.7
S
Normalized Intensity

0.6
N N

0.5
H H
0.4

0.3
H H

0.2

0.1

0
2.00 2.06

9.0 8.5 8.0 7.5 7.0


Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015

No espectro de RMN de 13C, Figura 19, observamos três sinais de


deslocamentos químicos referentes aos três tipos de carbonos presentes
na molécula, em 154,7; 129,2 e 121,5 ppm, todos carbonos de sistema
aromático. (DASILVEIRA NETO, LOPES ET AL. 2005; VIEIRA,
CRISTIANO ET AL. 2008)

Figura 19 – Espectro de RMN 13C do 2,1,3-benzotiadiazol.


129.27

LUCIANOSILVA_213-BENZOTIODIAZOL_CDCL3_C13.ESP

1.0
121.52

0.9

0.8 S
N N
0.7
Normalized Intensity

154,7
0.6 129,2
0.5 121,5

0.4
154.75

0.3

0.2

0.1

184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


71

5.2 PREPARAÇÃO DO COMPOSTO 4,7-DIBROMO 2,1,3


BENZOTIADIAZOL (3)

O composto (2) foi tratado com bromo molecular (Br2) em


presença de ácido bromídrico (HBr) concentrado. O Br2 foi adicionado
gota a gota por um período de três horas sob-refluxo com a intenção da
formação exclusiva de 4,7-dibromo- 2,1,3-benzotiadiazol. O processo de
adição lentamente do Br2 gota a gota é para intensificar a formação do
produto dibromado, pois a adição rápida pode levar à formação do
produto tetrabromado. A Figura 20 ilustra o possível mecanismo de
formação do produto 4,7-dibromo- 2,1,3-benzotiadiazol. (DASILVEIRA
NETO, LOPES ET AL. 2005; ANANT, MANGOLD ET AL . 2011; NETO,
LAPIS ET AL. 2013)

Figura 20 – Mecanismo de formação do 4,7-dibromo-2,1,3-


benzotiadiazol.

Br Br
H Br Br Br
N N N
S S S
N N N
+
Br - Br
2 2a 2b

Br Br
repete-se
N N o processo N
S S S
N N N
H Br
Br Br
Br - 2c 2d 3

Fonte: DaSilveira Neto, Lopes et al, 2005; Neto, Lapis et al, 2013

O composto (3) foi caracterizado pelas análises de infravermelho,


RMN de 1H, de 13C e ponto de fusão. A Figura 21 apresenta o espectro
de RMN de 1H deste composto no qual se pode observar um sinal
característico dos dois hidrogênios em 7,71 ppm (s, 2H). Esses valores
evidenciam a formação exclusiva do produto cinético o dibromado e
excluem o produto termodinâmico estando de acordo com o que é
relatado na literatura. (DASILVEIRA NETO, LOPES ET AL. 2005;
VIEIRA, CRISTIANO ET AL . 2008; NETO, LAPIS ET AL. 2013)
72

Figura 21 – Espectro de RMN 1H do 4,7-dibromo-2,1,3-benzotiadiazo

7.71
LUCIANOSILVA_47-DIBR-213-BENZOTIODIAZOL_CDCL3_H1.ESP

1.0

0.9

0.8

0.7
Normalized Intensity

0.6
S
0.5 N N
0.4
Br Br
0.3

0.2 H H
0.1

0
2.00

13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015.

No espectro de RMN de 13C, Figura 22, do composto (3),


observamos três sinais referentes aos três tipos de carbonos presentes na
molécula, em 152,9; 132,3 e 113,8 ppm, evidenciando o sucesso na
obtenção do produto desejado.
13
Figura 22 – Espectro de RMN C do 4,7-dibromo-2,1,3-
benzotiadiazol.
132.33

LUCIANOSILVA_47-DIBR-213-BENZOTIODIAZOL_CDCL3_C13.ESP

1.0

S
0.9
N N
0.8 154,7
0.7 Br Br
129,2
Normalized Intensity

0.6 121,5
0.5

0.4
113.89

0.3
152.92

0.2

0.1

-0.1

216 208 200 192 184 176 168 160 152 144 136 128 120 112 104 96 88 80
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


73

5.3 PREPARAÇÃO DOS ALCINOS DERIVADOS DO 1,2–


DIHIDROXIBENZENO COMPOSTOS 8A–8C.

Os alcinos derivados do 1,2–dihidroxibenzeno foram sintetizados


conforme se apresenta na Figura 19. A obtenção de estes compostos
inicia–se como a alquilação do 1,2–dihidroxibenzeno composto (4) com
seu respectivo haleto de alquila (RX), carbonato de potássio (K2CO3)
como basedissolvidos no solvente orgânico aprótico dimetilformamida
(DMF) e iodeto de potássio (KI) como catalisador. Os compostos
alquilados foram obtidos com 90% de rendimento. Dando continuidade
foram dissolvidos em ácido acético (CH3COOH), água (H2O) e ácido
sulfúrico (H2SO4), reagindo com iodo (I2) e ácido iódico (HIO3) para
assim gerar os intermediários (6a–6c). Na sequência foi feito um
acoplamento do tipo Sonogashira (conforme na Figura 23) com o álcool
2-metil-3-butin-2-ol. Os intermediários (7a–7b) foram desprotegidos em
meio básico com hidróxido de sódio (NaOH) em presença do solvente
orgânico tolueno levando assim a formação dos alcinos (8a–8b)
desejados com rendimento de 75%. (NOVÁK, NEMES ET AL. 2004;
CHINCHILLA AND NÁJERA 2007; SONG, P ARK ET AL. 2010;
BEHRAMAND, MOLIN ET AL . 2012)

Figura 23 – Rota sintética para obtenção dos alcinos derivados


do 1,2–dihidroxibenzeno.

OH OR OR
CH3COOH, I2
OH DMF, K2CO3 OR I OR
RBr H2SO4, HIO3
(4) (5a) R= C12H25 (6a-c)
(5a) R= C10H21
(5a) R= C8H17
Et3N PdCl2(PPh3)2
CuI, PPh3

OR OR
NaOH
H OR OR
Tolueno
HO
(8a-c) (7a-c)

Fonte: O autor, 2015

O mecanismo proposto para essa reação inicia-se pela


desprotonação da hidroxila do álcool terciário seguido de eliminação da
acetona e formação do intermediário carbânion. Após a formação do
74

primeiro intermediário carbânion, este atua na reação como base para a


desprotonação de outras moléculas do intermediário (8) como
representado na Figura 24. (WESTRUP 2014 )

Figura 24 – Mecanismo proposto para obtenção do 1,2-


bis(dodeciloxi)-5-etinilbenzeno.

C12H25O -OH
H
C12H25O O

C12H25O OC12H25
O H
+ C12H25O
-
+ O OC12H25

OC12H25
C12H25O
O
+ C12H25O
- OC12H25
+

Fonte:Tuzimoto, 2010

Os alcinos (8a–8c) foram caracterizados por técnicas de


Infravermelho e RMN de 1H, de 13C. A Figura 25 apresenta o espectro
de infravermelho do intermediário (8a).

A confirmação da estrutura proposta pode ser obtida pelas


bandas características de deformação axial da ligação ≡C-H em 3330
cm-1 e, pelas bandas características 2920 e 2850 cm-1, referente à
deformação axial de C-H do alifático referente às duas cadeias alifáticas
(C10H21) em 2100 cm-1 deformação axial C≡C, entre 1200 a 1080 cm-1 o
deslocamento típico de éteres e por último em 846 cm-1 o deslocamento
típico de anéis orto substituídos.
75

Figura 25 – Espectro de infravermelho do composto (8a).

100

90

2100 cm-1
80

Transmitância (%)
846 cm-1
70

3330 cm-1
60

50 1200 cm-1
A
40 1080 cm-1

30
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-1
Comprimento de onda (cm )
Fonte: O autor, 2015

No espectro de RMN de 1H (Figura 26) em CDCl3, observamos


sete sinais, sendo três conjuntos de hidrogênios equivalentes do sistema
aromático (hidrogênios a, b e c.) em 7,07 (dd, 1H, J = 2,05 Hz e 8,20
Hz); 7,02 (d, 1H, J = 2,05 Hz) e 6,83 (d, 1H, J = 8,20 Hz) ppm. Na
região dos hidrogênios alifáticos, observamos em 4,04 – 3,98 ppm (d)
(m, 4H); em 3,01 ppm (e) (s, 1H); entre 1,86 – 1,30 ppm (f) (m, 40H) e
0,94 – 0,89 ppm (g) (m, 6H).
76

Figura 26 – Espectro de RMN 1H do 1,2-bis(dodeciloxi)-5


etinilbenzeno (8a).

1.30
UNESC-LAPEM-LUCIANO-CESAR1274-COMPOSTO-13-A-1H.ESP

H2
1.0 C
O CH3
0.9 e
H O CH3
C
0.8
UNESC-LAPEM-LUCIANO-CESAR1274-COMPOSTO-13-A-1H.ESP
a c H2 g
0.15

d f
0.7

6.83
7.02
Normalized Intensity

0.10

6.80
7.02

c
Normalized Intensity

0.6
a
7.07

0.5 0.05

0.91
b
0.4
0
0.89 0.90 1.00

1.34
0.3
f

3.01
7.20 7.15 7.10 7.05 7.00 6.95 6.90 6.85 6.80 6.75 6.70
Chemical Shift (ppm)
4.00
4.02

0.94
0.89
7.02

6.83

0.2

1.84
6.80
7.02

4.02

3.99

1.81
4.04

1.86
3.98
7.07

1.49
0.1
d e g
0
0.75 0.84 3.98 0.65 3.87 36.61 5.79

7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015

No espectro de RMN de 13C (Figura 27) do intermediário (8a),


observamos os sinais de deslocamentos químicos referentes aos tipos de
carbonos presentes na molécula.
13
Figura 27 – Espectro de RMN C do 1,2-bis(dodeciloxi)-5
etinilbenzeno (8a).
22.75

UNESC-LAPEM-LUCIANO-CESAR1274-COMPOSTO-13-A-13C_001000FID

1.0 H2
29.68

C
0.9 d O CH3
a b e i
c f
31.99

14.17

H O CH3
29.46

0.8 C
h g H2 k
0.7 j
Normalized Intensity

0.6

0.5
k
26.06
77.07
113.06
117.08

75.46 76.75

69.11

0.4
77.39
125.51

29.23
148.65
150.07

114.08

69.24

0.3
84.00

d
0.2
e h g a j
0.1 f c b i
0

150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10


Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


77

5.4 PREPARAÇÃO DOS COMPOSTOS 9, 10 E 11.

Os compostos finais foram obtidos entre o acoplamento do


composto (2) e os intermediários (8a–8c) através da reação de
Sonogashira, cujo mecanismo o já foi descrito anteriormente. Os
compostos (9–11) foram caracterizados por técnicas de Infravermelho e
RMN de 1H, RMN de 13C.

A Figura 28 apresenta o espectro de infravermelho do composto


(10). O mesmo apresenta o desaparecimento da banda característica de
deformação axial da ligação (≡C-H) em 3330 cm-1. Observamos as
bandas em 2920 e 2850 cm-1 referente à deformação axial das ligações
(C-H) das duas cadeias alifáticas (C12H25); e em 2200 cm-1 deformação
axial (C≡C).

Figura 28 – Espectro de infravermelho do composto (10).

100

95
Transmitância (%)

90 2200 cm-1

85

80
2850 cm-1
75

2920 cm-1
70

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500


-1
Comprimento de onda (cm )

Fonte: O autor, 2015

Os sinais característicos estão ilustrados nos espectros de RMN


de 13C, evidenciando o sucesso da reação de acoplamento. No espectro
de RMN de 1H (Figura 29) em CDCl3, observamos sete sinais, sendo
quatro conjuntos de hidrogênios equivalentes do sistema aromático
(hidrogênios a, b, c e d) em 7,76 (s, 2H); 7,27 (d, 2H, J = 1,76 Hz); 7,18
(d, 2H, J = 1,76 Hz) e 6,89 (d, 2H, J = 8,56 Hz) ppm.
78

Na região dos hidrogênios alifáticos, observamos em 4,07 – 4,03


ppm (e) (m, 8H); entre 1,88–1,30 ppm (f) (m, 64H) e 0,94 – 0,89 ppm
(g) (m, 12H).

Figura 29 – Espectro de RMN 1H do composto (10).


H2 H2
C S C
H3C O H N N O CH3
cH
H3C O O CH3
C C
H2 H2
H H H H b H H e g
a f
0.70 14 H .ESP
d
7.76

0.65

0.60

1.30
14 H .ESP
0.55

0.50

1.0 0.45
Normalized Intensity

0.40
7.18

0.91
7.18

0.35

0.91
6.89

0.9 0.30
6.87

0.25

a c
7.25
7.25
7.27
7.27

0.20
7.29

0.8 0.15

0.10
b d
7.76

0.05
0.7 0
1.97 1.78 1.95 2.01 g
Normalized Intensity

7.9 7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8 6.7
0.6 Chemical Shift (ppm)
4.06
4.05

0.5
f
0.89
0.92

0.89
7.18

0.4
7.18

0.02
1.37 1.35
6.89
6.87

1.88 1.86
4.04

0.3
4.03
4.07
4.07
7.25

1.52 1.85

0.10
7.25
7.27

1.49
1.88

0.2

0.1
e
0
1.97 1.95 2.01 8.01 7.97 47.90 12.04

7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015

No espectro de RMN de 13C (Figura 30) do composto (10),


observamos os sinais característicos dos deslocamentos químicos
referentes aos tipos de carbonos presentes na molécula. Baseado nos
espectros de RMN pode-se observar que o acoplamento teve êxito
dando a formação deste composto.
79

Figura 30 – Espectro de RMN 13C do composto (10).


H2 H2
C S C
H3C O H N N H O CH3
a g b
H3C O
f k
C i j e cO C CH3
H2
h H2 l m
H H H H H dH

22.74
UNESC-LAPEM-LUCIANO-CESAR095-AMOSTRA-14B-13C_001000FID.ESP

1.0

0.9

31.97
0.8

14.17
0.7

77.07
Normalized Intensity

29.40
29.47
76.75
0.6
77.40
0.5
m

26.05
0.4 i
132.18
148.76

29.27
69.33

0.3 l
125.68

114.50
150.41

113.06

b
69.12
117.11
116.77

84.08
98.09

0.2
154.42

0.1 h e g j k
a c d
0

150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10


Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015

A Figura 31 apresenta o espectro de massas do composto (10). O


mesmo apresentou os seguintes resultados: ESI Anal. Calcd. para
C62H92N2O4S: m/z 960,68; encontrado: 961,9 [M+H]+ , confirmando a
caracterização química do produto de acoplamento, a ausência dos
produtos de partida (3) e (8c) e a formação de subprodutos,
demonstrando o sucesso da reação de acoplamento do composto.
80

Figura 31 – Espectro de massas composto (10)

Fonte: O autor, 2015

Nesta primeira parte do trabalho, descrevemos a estratégia


sintética e as metodologias empregadas conseguindo demonstrar o
sucesso da obtenção e caracterização das moléculas conjugadas
contendo o heterociclo 2,1,3-benzotiadiazol para aplicação em sensores
ópticos. Com as devidas purificações e caracterizações, foi possível
obter moléculas com uma pureza > 95% (sem traços observados por
RMN). Quando as análises de RMN e espectrometria de massa não
apresentaram vestígio de subprodutos à pureza das estruturas obtidas foi
superior a 99%.
81

5.5 PROPRIEDADES ÓPTICAS

Para os compostos finais foram realizados estudos de


espectroscopia de absorção de UV-vis e Emissão de fluorescência. No
espectro de UV-vis da Figura 32 observamos um máximo de absorção
em 442 nm que está de acordo com as transições do tipo π→π* e um
elevado valor do coeficiente de absortividade molar (ε) devido à alta
conjugação das moléculas. Este valor era esperado já que nas estruturas
das moléculas estão constituídas por duplas ligações dos anéis
benzênicos e triplas ligações do intermediário 8b.

Figura 32 – Espectro de UV-vis dos compostos finais dissolvidos


em diclorometano.

0,45
Composto 9
0,40 Composto 10
Composto 11
0,35

0,30
Absorbância

0,25

0,20

0,15

0,10

0,05

0,00
350 400 450 500 550
Comprimento de onda (nm)

Fonte: O autor, 2015

O espectro de fotoluminescência do composto (10) na Figura


33 apresenta uma banda de emissão localizada em 557 nm, com um
deslocamento de Stokes de 88 nm. O rendimento quântico de
fluorescência foi obtido pela equação 1 (SILVA, WAGNER ET AL.
2002)

( )
82

Onde:

Figura 33 – Espectro de emissão do composto (10) obtido em solução de


diclorometano e concentração 2,5x10-4 M.

180
Composto 10
160
557 nm
140

120
Intensidade

100

80

60

40

20

0
450 500 550 600 650 700
Comprimento de onda (nm)

Fonte: O autor, 2015

O comprimento de onda do band gap foi determinado através da


primeira derivada do espectro de UV do composto (10) (Figura 34).
(WESTRUP 2014 )
83

Onde:

Figura 34 – Derivada de ordem 1 do espectro de UV-vis do composto


(10)

0,01

0,00

-0,01
dA/dt

480 nm

-0,02

-0,03

300 350 400 450 500 550

Comprimento de onda (nm)

Fonte: O autor, 2015

Com todos os dados obtidos pelas análises foi possível construir


a Tabela 1, com os respectivos dados espectroscópicos dos três
compostos finais.
84

Tabela – 1 Dados espectroscópicos dos compostos finais.


a a a
Composto Stokes Shifth ε (Lmol-1cm-1)b Egap,op c

) ) (nm) (eV)

9 442 469 560 91 53469 2,5951 0,146


10 442 469 557 88 55289 2,5843 0,147
11 442 468 557 89 56453 2,6006 0,148

Fonte: O autor, 2015


a

No espectro de UV-vis, foi observado um padrão similar para


os três compostos com máximos de comprimentos de onda (λabs. max) 442
nm com elevada absortividade molar (ε > 50000 Lmol-1cm-1) referente à
excitação π-π*, também exibiram uma banda de fluorescência em
solução diluída de diclorometano com comprimentos de onda de
máxima emissão na região de 560-557 nm. Os deslocamentos de
Stokes foram obtidos a partir da diferença dos comprimentos de onda
máximos de emissão e absorção nos espectros, e ficaram em torno de 90
nm.

Os três compostos obterem o valor do band gap óptico parecido,


este valor é interessante, por exemplo, para aplicação na fabricação de
dispositivos fotovoltaicos. Um band gap de 1,1 eV é capaz de absorver
77% da radiação solar, polímeros semicondutores têm band gaps mais
elevadas do que 2 eV (620 nm) que foram os valores obtidos nestes
compostos. Uma desvantagem para valores acima de 2 eV é que só
pode colher cerca de 30% dos fótons solares. (XU AND YU 2014)

Os rendimentos quânticos de fluorescência (ΦF) foram obtidos


pela equação 1 sendo assim muito similares ao igual que todos os dados
isto é atribuído a semelhança das moléculas.
85

5.6 PROPRIEDADES ELETROQUÍMICAS

As propriedades redox dos compostos (9-11) foram obtidas por


voltametria cíclica (CV) em uma célula eletroquímica de três eletrodos.
Um eletrodo de disco de platina com área de 0,02 cm2 foi utilizado como
eletrodo de trabalho, um fio de platina como contra-eletrodo, e Ag/AgCl
como eletrodo de referência para meio orgânico. A solução eletrolítica é
composta por diclorometano mais hexafluorfosfato de tetrabutil amônio
(HTBA) 0,1 mol L-1. Neste meio eletrolítico foi dissolvido o composto
(10) na concentração de 5,0 x 10-4 mol L-1. ferroceno foi utilizado como
referência interna. A Figura 35 mostra o voltamograma obtido para o
composto (10). No voltograma ilustrado na Figura 35 observa-se a
formação das ondas do par redox Fc•/Fc+ (Ferroceno → Ferrocino) entre
aproximadamente 0,25 e 0,02 V vs Eref.. Sendo os valores de Epc=
0,1596 V; Epa= 0,2066 V; E1/2 = 0,1831 V e Ep = 0,0470 V. O potencial
de início do processo de redução (Ered,onset) do composto (10) foi
determinado em -1,33 V versus Ag/AgCl, conforme mostrado na Figura
35.

Figura 35 – Voltamograma do composto (10).

0,00002
Fc./Fc+
0,00001

0,00000

-1,33 V
J (mA/cm )
2

-0,00001

-0,00002

-0,00003

-0,00004

-0,00005
-2,5 -2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5
E (V) (Ag/AgCl)

Fonte: O autor, 2015

Estes valores aplicados na Equação 3 permitem encontrar o valor


do nível de energia dos orbitais moleculares LUMO.
86

( )

Não foi possível determinar o potencial de oxidação


eletroquímico do composto (10), já que na faixa de potencial analisado o
mesmo não apresentou atividade de oxidação. Para estimar a energia dos
orbitais HOMO foi aplicado o valor da energia de LUMO estimado
eletroquimicamente e do band gap óptico por espectroscopia de
absorção UV-Vís conforme apresentado na Equação 2.

O mesmo procedimento foi feito para os demais compostos


resumindo na Tabela 2.

Tabela – 2 Dados eletroquímicos para os compostos finais.


Composto Ered E1/2 Fc/Fc+ ELUMO EHOMO
(vs.Ag/AgCl) (eV) (eV) (eV)
(V)
9 -1,36 0,2589 -3,1811 -5,7658
10 -1,33 0,1831 -3,2869 -5,8716
11 -1,38 0,2059 -3,2141 -5,7988

Fonte: O autor, 2015

Por meio dos estudos eletroquímicos foram obtidos os valores


de HOMO e LUMO que estão de acordo com compostos similares
encontrados na literatura, dando evidencia que estas moléculas
apresentam boas propriedades de transporte de elétrons. (DASILVEIRA
NETO, LOPES ET AL. 2005; BEHRAMAND, MOLIN ET AL . 2012)
87

5.7 ANÁLISE TÉRMICA

As propriedades térmicas dos compostos finais formam obtidas


por calorimetria diferencial de varredura (DSC) o termograma baseadas
na variação da capacidade calorífica à pressão constante obtido do
composto (10) é apresentado na Figura 36 com uma taxa de
aquecimento de 10 oC/min, no termograma são observadas duas
transições de fase. A primeira é no aquecimento tem início em 130 oC
com término em 139 oC que indica a transição do sólido cristalino a
líquido isotrópico. A segunda no resfriamento e inicia em 119 oC com
término em 113 oC que indica a transição do líquido isotrópico a sólido
cristalino. Os três compostos deram termogramas muito similares, com
picos bem definidos para as transições de fase.

Figura 36 – Termograma de DSC obtido para o composto (10), 10


ºC/min, 2 ciclos.

10
Cr-Iso

4
Exotérmico

2 Resfriamento

-2 Aquecimento

-4
Cr- Iso
40 60 80 100 120 140 160
Temperatura °C

Fonte: O autor, 2015

Outro parâmetro relevante foi que o composto com menor


cadeia alquilica apresento uma maior estabilidade térmica de dois
grados de diferença comparando com o composto de cadeia alquilica de
88

dez carbonos e quatro grãos com o composto de cadeia alquilica de doze


carbonos. Além disso podemos observar que a emissão de fluorescência
para estes três compostos não e perturbada pelo comprimento da cadeia
alquilica e que com o diminuição da cadeia aumenta sua estabilidade
térmica.
89

6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Realizar testes variando solventes com os compostos e analisar


as mudanças na absorção e emissão.

Determinar a estabilidade térmica dos compostos finais e todos


os intermediários por TGA análise termogravimétrica

Desenvolvimento do sensor óptico que é um dos propósitos


deste projeto, outras aplicações que poderiam ser feitas um dispositivo
fotovoltaico e até diodos emissores de luz orgânicos (OLEDs).
90
91

7 CONCLUSÕES

O presente trabalho nos permite concluir que:

O sucesso na síntese e caracterização de três novas moléculas -


conjugadas contendo o como unidade aceptora o heterociclo 2,1,3-
benzotiadiazol para a aplicação em sensores ópticos e fotovoltaicos.
Com as devidas purificações e caracterizações, foi possível obter os
compostos finais e os intermediários com uma pureza > 95% (sem
traços observados pelas técnicas espectroscópicas, RMN 1H e 13C,
infravermelho e massas).

As propriedades ópticas destes compostos foram analisadas


através de espectroscopia de absorção UV-vis todos os compostos
sintetizados apresentaram absorção em 442 nm com altos coeficientes
de absortividade molar característico de transições π→π*, observndo-se
emissão máxima na região do visível em 560 nm e rendimento quântico
variando de 0,146 a 0,148 que o que faz estes compostos possíveis
candidatos a aplicações optoeletrônicas.

Os estudos eletroquímicos (voltametria cíclica) mostraram


valores dos níveis de energia dos orbitais moleculares de HOMO e
LUMO de acordo com compostos similares encontrados na literatura,
estas moléculas apresentam boas propriedades de transporte de elétrons.

As análises térmicas de calorimetria diferencial de varredura DSC


demostraram as transições de fase destes compostos.
92
93

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97

ANEXO(S)
98

ANEXO A – Espectros de RMN 1H e 13C do composto 8b.

Figura 37 – Espectro de RMN 1H do 1,2-bis(deciloxi)-5 etinilbenzeno


(8b).
H2

1.30
13B-1H.esp
13B-1H.esp
1.0
C
0.9 O CH3
1.0
0.8 b
0.9
0.7
e H O C CH3
Normalized Intensity

0.6
H2 g
0.5 a c
0.8
0.4
d f

0.91
0.3
a
6.91

0.7
6.83
7.02

c
6.80
7.02

0.2

b
7.07
7.07
7.09
7.10
Normalized Intensity

0.1

0.6
0
0.66 0.60 0.72

1.34
7.10 7.05 7.00 6.95 6.90 6.85 6.80 6.75
0.5 Chemical Shift (ppm)
4.02

0.4

3.01
f
3.98 3.99 4.00

0.93
0.89
0.3
4.04

1.84
6.91
6.83
7.02

1.79 1.81
1.86
e
6.80

1.49
0.2
7.29

7.07

1.51
7.07

1.88
0.1

0
0.68 0.70 4.02 0.50 4.00 24.12 6.06

7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


13
Figura 38 – Espectro de RMN C do 1,2-bis(deciloxi)-5 etinilbenzeno
(8b).
29.40

13B-13C.esp
22.68
31.91

1.0
H2
0.9
C
O CH3
d
a b i
c e
0.8
H O C CH3
f i k
25.99

0.7 H 2
h g j
Normalized Intensity

0.6 h g
29.18
125.49

77.01

0.5
117.11

f
76.58
150.06

0.4
77.44

69.11

14.10
26.05
75.40
113.09
114.04
148.63

0.3
69.23
120.99

114.10

h k
j
0.2
c a
83.96

e b i
0.1
d g
0

144 136 128 120 112 104 96 88 80 72 64 56 48 40 32 24 16


Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


99

ANEXO B – Espectros de RMN 1H e 13C do composto 8c.

Figura 39 – Espectro de RMN 1H do 1,2-bis(octaciloxi)-5 etinilbenzeno


(8c).
H2
C

0.89
13C-1H.ESP 1.0
13C-1H.ESP

O CH3
0.9

e b

1.29
0.8
1.0
0.7
H O C CH3
a g g
Normalized Intensity

0.6
H2
0.9 c f

1.32
d
0.5

a b
7.00

0.4

6.80

6.77
0.8 0.3

c
7.04
7.07

0.2

0.1
0.7
0
1.02 1.00 1.04
Normalized Intensity

3.99
3.97
7.05 7.00 6.95 6.90 6.85 6.80 6.75
Chemical Shift (ppm)
0.6
f

2.98
0.5

1.81

0.92
0.87
1.79
7.00

1.84
0.4 4.00
6.80

3.96

1.49 1.47
4.01

3.95
6.77

0.3 e
7.04
7.07

1.77
1.86
0.2
d
0.1

0 1.02 1.04 4.02 0.84 4.18 14.29 5.89

7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015

Figura 40 – Espectro de RMN 13C do 1,2-bis(octaciloxi)-5 etinilbenzeno


(8c).
29.27

13C-13C.ESP
29.36

H2
26.01
22.67

C
1.0 O CH3
d
14.08

a b i
0.9 H c e O C CH3
f H2 k
h g j
0.8

0.7
125.49
Normalized Intensity

31.82

0.6
69.23
75.44

29.18
113.11

69.09

0.5

0.4
k
117.14
148.66

g
150.07

0.3
h a
d j
114.10

77.47

0.2
83.94

f b i
0.1
e c
0
150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


100

ANEXO C – Espectros de RMN 1H e 13C do composto 9.

Figura 41 – Espectro de RMN 1H do composto (9).


H2
C S cH H2
H3C O H N N O C CH3
e
H3C O H2
O CH3
C C
H2 g
H H H H b H H f
a d

1.29
14A-1H.esp
1.0
14A-1H.esp

0.9
1.0
0.8

0.7
0.9
Normalized Intensity

0.6

0.8 0.5

0.4

0.7
0.3

a
Normalized Intensity

7.78

b d
7.29

0.2
7.19

0.6
7.18

6.90
6.88

c
7.25

0.1

0.5 0
1.70 2.13 1.90 1.94

7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9
Chemical Shift (ppm)
0.4
g

0.91
f
4.06

0.3
1.60 e
7.78

e
0.93
0.88
7.29

4.08
4.04

0.2
7.19

1.87
7.18
6.90

1.51
1.84
1.89
6.88

1.48

0.1 e
0 e
1.70 1.90 1.94 8.03 7.86 63.98 12.13

7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


101

Figura 42– Espectro de RMN 13C do composto (9).


H2
C S H2
H3C O H N N Hg O C CH3
a f b
H3C O H2
C i je cO C
CH3
m
H2 h k
H H H H H dH l

77.04
14A-13CESP.esp

76.72
1.0

77.35
0.9

0.8

0.7
Normalized Intensity

0.6

29.70
29.66
0.5

22.73
29.45
i

14.15
31.96
0.4

29.40
26.04
b f
132.18
154.43

0.3
l
114.52

69.15
125.69

117.12

69.36
113.12
116.84
150.43
148.79

84.06
98.09

m
0.2 j k
a c h e g d
0.1

150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10


Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


102

ANEXO D – Espectros de RMN 1H e 13C do composto 11.

Figura 43 – Espectro de RMN 1H do composto (11).

H2 H2
S cH
H3C C O H N N O C CH3
e
H3C O O H2 CH3
C C g
H2
H H H H H H f
a b d

14 C.ESP
1.0

0.9
7.78

0.8

0.7
7.29
Normalized Intensity

0.6

0.5
a

0.92
14 C.ESP
7.19

0.4

b
6.90
7.18

6.88

0.3
7.25
7.25
7.28

1.0
0.2 d
0.9
0.1
c

1.32
0
1.81 1.71 1.90 1.90
7.78

7.8 7.7 7.6 7.5 7.4 7.3 7.2 7.1 7.0 6.9 6.8
0.8 Chemical Shift (ppm)
4.06

0.7 1.34 1.33


7.29
Normalized Intensity

g
1.35

0.6

0.02
f
1.60

0.5
e
1.37
7.19

4.08
4.04

0.94
0.89

0.4
1.51 1.38
6.90
7.18

1.87
1.84
6.88

1.89

0.3

0.2
1.82
1.91

0.1

0
1.81 1.90 1.90 7.96 7.80 31.86 11.30

7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0
Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


103

Figura 44 – Espectro de RMN 13C do composto (11).


H2 H2
S
H3C C O H N N H O C CH3
g
a b
H3C O f H2
C i j e c O C
CH3
H2 m
h j H d k l
H H H H H

31.95

29.40
13C-13C.esp

29.69
1.0

0.9

0.8

14.15
77.04
77.47

76.62
0.7

22.72
Normalized Intensity

0.6

0.5 i l
132.46

26.04
0.4

29.24
116.75

f
132.06
148.73

113.03

m
150.40

69.32
114.37
125.64

69.10
0.3
a
83.76
157.68

118.84

c
158.85

97.52

0.2

h e g j k
0.1
b d
0

160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10


Chemical Shift (ppm)

Fonte: O autor, 2015


104

ANEXO E – Espectros de emissão dos compostos 9 e 10.

Figura 45 – Espectro de emissão do composto (9).

180
Composto 9
160 560 nm

140

120
Intensidade

100

80

60

40

20

0
450 500 550 600 650 700
Comprimento de onda (nm)

Fonte: O autor, 2015

Figura 46– Espectro de emissão do composto (11).

180
Composto 11
160 557 nm

140

120
Intensidade

100

80

60

40

20

0
450 500 550 600 650 700
Comprimento de onda (nm)

Fonte: O autor, 2015


105

ANEXO F – Voltamogramas dos compostos 9 e 11.

Figura 47 – Voltamograma do composto (9).

0,000025
Fc./Fc+
0,000020

0,000015

0,000010
J (mA/cm )
2

0,000005

0,000000

-0,000005
-1.36 V

-0,000010

-0,000015

-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0


E (V) (Ag/AgCl)

Fonte: O autor, 2015

Figura 48 – Voltamograma do composto (11).

0,000020

Fc./Fc+
0,000015

0,000010
J (mA/cm )
2

0,000005

0,000000

-1.38 V
-0,000005

-0,000010

-2,0 -1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0


E (V) (Ag/AgCl)

Fonte: O autor, 2015


106

ANEXO G – Termogramas dos compostos 9 e 11.

Figura 49 – Termograma do composto (9).

8 Cr-Iso

4
Exotérmico

2
Resfriamento

Aquecimento
-2

-4
Cr- Iso
-6
40 60 80 100 120 140 160
Temperatura °C

Fonte: O autor, 2015

Figura 50 – Termograma do composto (11).

12
Cr-Iso
10

4
Exotérmico

2 Resfriamento

-2
Aquecimento
-4

-6 Cr- Iso

-8
40 60 80 100 120 140 160
Temperatura °C

Fonte: O autor, 2015

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