Infecção Crurgica 2
Infecção Crurgica 2
Infecção Crurgica 2
Cirurgias Limpas
Sítio cirúrgico sem sinais de inflamação, sem contato com trato respiratório,
alimentar genital e urinário. O fechamento deve ser primário com drenagem
quando necessária fechada.
Cirurgias Potencialmente Contaminadas
Sítio cirúrgico entra nos tratos respiratório, genital, gastrintestinal ou
urinário em condições controladas e sem contaminação acidental.
Cirurgias Contaminadas
Feridas abertas acidentalmente ou cirurgias com quebra importante de
técnica asséptica ou grande contaminação do trato gastrintestinal. Cirurgias que
entram no trato urinário com urina infecciosa ou trato biliar com bile infectada
ou cirurgias onde é achado tecido inflamatório agudo não purulento.
Cirurgias infectadas
Lesões traumáticas antigas com tecido desvitalizado, corpo estranho,
contaminação fecalóide, quando há perfuração inesperada de víscera.
Diagnóstico
Agentes Etiológicos
A fonte mais freqüente é a flora endógena do paciente; estima-se que após 24hs do
procedimento a ferida cirúrgica está selada e, portanto, protegida da contaminação
exógena. Infecções à distância podem ser fonte de microorganismos que contaminam a
ferida cirúrgica e devem ser pesquisados e tratados no pré-operatório de cirurgias eletivas.
Fontes exógenas podem ter importância durante o ato cirúrgico, portanto uma rigorosa
técnica asséptica deve ser mantida com intuito de prevenir a contaminação.
O ar pode ser veículo de transmissão de alguns patógenos em casos especiais, como por
exemplo, casos de infecção por Streptococcus do grupo A transmitida por pessoas da equipe
cirúrgica. Estratégias como as salas cirúrgicas com fluxo laminar e/ou radiação ultravioleta
só foram eficazes em reduzir as taxas de ISC em cirurgias para colocação de prótese de
quadril ou joelho.
Os agentes mais freqüentes de ISC são os contaminantes comuns da pele do paciente:
Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e outros Staphylococcus coagulase
negativa. Em cirurgias abdominais existe uma maior freqüência de enterobactérias e
Enterococcus sp. Na faixa etária pediátrica e em recém nascidos as enterobactérias são
mais freqüentemente encontradas do que em pacientes adultos. Em queimados, o S.aureus
é o agente mais comum seguido da Pseudomonas aeruginosa. A incidência de bactérias
Gram-negativas e Enterococcus sp aumenta com o tempo de internação. A incidência de
fungos vem crescendo devido ao grande número de pacientes imunodeprimidos, entre eles,
as espécies de Candida, principalmente albicans e tropicalis são os agentes mais comuns.
Fatores de Risco
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Prevenção
Tratamento
Em ISC restrita aos tecidos moles a terapêutica mais importante é a abertura da cicatriz,
retirada do material infectado e curativo contínuos até a cicatrização por segunda intenção.
Apesar da maioria dos pacientes receber antibióticos no início do diagnóstico de ISC,
esta prática tem pouco suporte em evidências científicas. Estudos com abscessos
subcutâneos não identificaram benefícios quando a antibioticoterapia foi usada junto com a
drenagem. A melhor conduta é abrir a cicatriz e tratar por via sistêmica quando os sinais
locais de inflamação são exuberantes ou o paciente possui sintomas e sinais sistêmicos.
Infecções potencialmente graves podem aparecer precocemente no pós-operatório,
alguns sintomas que sugerem estas patologias são: dor desproporcional aos achados do
exame físico, bolhas violáceas, hemorragia cutânea, amolecimento da pele, áreas de
parestesia e anestesia, rápida progressão e presença de ar em subcutâneo.
Fasceíte necrotizante - esta é uma infecção rara, porém grave geralmente
monobacteriana. O agente mais freqüente é o Streptococcus beta hemolítico do grupo A, no
entanto um quadro clínico semelhante pode ser causado por Vibrio vulnificus ou
Aeromonas hydrophilia. Mais freqüentemente em pós-operatório, este quadro pode ser
causado por uma flora polimicrobiana composta por Escherichia coli, Proteus sp,
Citrobacter freundii, Serratia marcescens e Enterobacter sp. O quadro clínico costuma ter
evolução rápida com poucos sinais locais. O diagnóstico é confirmado com achados do
intraoperatório, no qual o tecido subcutâneo apresenta-se acinzentado e a fascia do
músculo com estrias, edema e friável a manipulação.
Gangrena Gasosa – causada por Clostridium perfringens, Clostridium septicum,
Clostridium hystoliticum ou Clostridium novyi, o quando clínico é semelhante a fasceíte
necrotizante podendo ser diferenciado desta pela rotina de Gram do tecido. O tratamento
dessas duas síndromes é feito com debridamento cirúrgico e antibiótico sistêmico,
clindamicina e penicilina.
Síndrome do choque tóxico - é uma infecção causada pela toxina do S.aureus que age
como superantígeno provocando uma proliferação massiva de linfócitos T e produção de
citocinas com IL1 e TNF. O quadro clínico é de início rápido no pós-operatório com febre,
queda do estado geral, rash cutâneo, que evolui com necrose progressiva da pele podendo
surgir lesões bolhosas e áreas de gangrena, a infecção se estende a planos mais profundos
podendo envolver fascia e tecido subcutâneo, sendo semelhante a fasceíte necrotizante. O
tratamento é realizado com antibiótico com atividade anti-estafilocócica e terapia de
suporte. O debridamento deve ser realizado conforme avaliação clínica.
Bibliografia Recomendada
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Ellie J. C. Goldstein, Sherwood L. Gorbach, Jan V. Hirschmann, Edward L. Kaplan, Jose G.
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Cirurgia
Iniciar
cefazolina,
oxacilina ou
clindamicina
Novembro de 2005