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Aula 1e 2 de Portugues

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LÍNGUA

PORTUGUESA

Profa. Dra. Luana Porto


Língua Portuguesa
Prof.ª Luana Porto
Compreensão e interpretação de texto

Prof.ª Luana Porto


@profa.luanaporto

1.1. Compreensão e interpretação de texto de gêneros variados


Ao se realizar a prova de língua portuguesa, o texto precisa ser observado com leitura
atenta, distinguindo-se dois processos: análise e interpretação.

* Para todos verem: esquema

Leia os textos a seguir:


Texto 1

Disponível em: <https://www.revistacaminhoneiro.com.br/maio-faca-bonito-e-proteja-infancia/>.


Acesso em: 30 jun. 2019.
Texto constante na prova da banca INSTITUTO AOCP - 2019 - UFRB - Farmacêutico –
Bioquímico
Texto 2

Feliz Dia da Árvore. Fonte: https://twitter.com/de_armandinho

Na prova de língua portuguesa, a leitura é cobrada praticamente por todas as bancas. Para isso,
é preciso desenvolver:

a) Habilidade de ler: exige compreensão do tema, das ideias principal e secundárias do texto;
b) Conhecer os traços dos textos: implica identificar como o texto é construído e que estratégias
discursivas adota;
c) Conhecer os gêneros: requer identificação dos traços de intencionalidade e composição de
cada estrutura participar de escrita (carta, ofício, meme, cartum etc);
d) Identificar a tipologia textual: associa-se à identificação da fora geral de estruturação do texto
(narração, descrição, dissertação, argumentação, injunção, etc)
e) Identificar a estrutura dos textos: requer a compreensão da forma como se dá a progressão
temática do texto e das partes que o constituem;
f) Apreender a intencionalidade do texto: implica identificar o objetivo de comunicação do autor do
texto bem como a sua intenção ao produzir o texto;
g) Analisar aspectos linguísticos e semânticos do texto: associa-se à análise de termos que
estabelecem coesão e coerência ao texto, assim como ao emprego de palavras, seu sentido no
texto e possibilidade de inserção, retirada ou mudança de expressões em um dado enunciado.
Habilidade de ler: exige compreensão do tema, das ideias principal e secundárias do texto.

Ler significa atribuir sentido ao texto. Para desenvolver uma leitura adequada, é preciso conseguir
responder à pergunta essencial sobre o texto: O que o texto quer dizer?
Para isso, algumas ações de leitura fundamentais:
a) Avaliar o contexto de produção: Quem escreveu o texto? Em que veículo foi publicado? Quanto
foi publicado?
b) Identificar conhecimento prévio sobre o tema;
c) Relacionar as informações novas do texto às conhecidas;
d) Marcar em cada parte do texto a informação ou ideia essencial.

Conhecer os traços dos textos: implica identificar como o texto é construído e que estratégias
discursivas adota.

Conhecer os gêneros: requer identificação dos traços de intencionalidade e composição de cada


estrutura participar de escrita (carta, ofício, meme, cartum etc).

Identificar a tipologia textual: associa-se à identificação da fora geral de estruturação do texto


(narração, descrição, dissertação, argumentação, injunção, etc).
A resposta para essas perguntas deve ser amparada em alguns procedimentos que
contribuem para melhor compreensão do texto:

* Para todos verem: esquema


Exemplo:

O fenômeno conhecido como judicialização da saúde é multifacetado. Por um lado, as


ações judiciais comprometem uma parcela significativa do orçamento para atender demandas
específicas de alguns pacientes; por outro, podem significar o único caminho para salvar ou
prolongar a vida de pacientes, especialmente de pessoas com doenças raras ou crônicas, como
diabetes e câncer, que dependem de medicamentos de alto custo. Há também o uso desse
recurso extremo para medicamentos equivalentes aos disponíveis no sistema público de saúde e,
até mesmo, para a compra de produtos como fraldas ou água de coco — sempre com receita
médica.

A preocupação com o impacto da judicialização nos municípios é justificável. Há casos em


que uma única ação pode comprometer todo o orçamento da saúde de uma cidade de pequeno
porte. Algumas iniciativas buscam contornar esse obstáculo por meio de arranjos institucionais.
Um dos exemplos mais lembrados é o de Santa Catarina. Em 1997, 25 municípios do entorno da
cidade de Lages, a 200 quilômetros de Florianópolis, uniram-se para encontrar melhores formas
de administrar os recursos para a saúde, frequentemente afetados pela judicialização. Os prefeitos
e gestores dos municípios perceberam que, isoladamente, era mais complicado enfrentar as
decisões judiciais. Por meio do consórcio intermunicipal, criou-se um padrão comum de atuação,
que evitou sobreposições de pedidos e racionalizou gastos e investimentos.
Bruno De Pierro. Demandas crescentes. In: Revista Pesquisa FAPESP, 18 (252), fev. 2017, p. 18-22 (com
adaptações).
Texto constante em: CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade:
Ciências Contábeis

O processo de intepretação textual também exige do leitor a observação a indícios de


autoria, ou seja, identificação de “vozes” que “falam” no texto. Tais vozes podem ser do autor ou
de autores/pensadores/autoridades que o autor cita.

Voz do autor versus outras vozes no texto

* Para todos verem: esquema

Essas outras vozes citadas pelo autor podem ser vozes de concordância com seus
posicionamentos ou de discordância. E isso pode estar explícito ou não no texto.
Exemplo:

Desde os anos 1988, o Brasil assegura, por meio de sua Carta Magna, que
todos são iguais perante a lei, independentemente de cor, sexo, religião, gênero.
Entretanto, essa prerrogativa legal não tem sido vivenciada por um grupo social: os
negros. Estes ainda são objeto de zombaria e discriminação que mostra que o país
não é uma nação tão cordial como inicialmente se atestou. Aqui, matam-se mais
negros do que brancos, há mais vagas para estes em detrimento daqueles e, ainda,
os descendentes africanos têm menos espaço no mercado de trabalho embora sejam
maioria na sociedade brasileira. Tais observações são sinal claro de que os direitos
legais não são assegurados à parcela dos negros brasileiros, o que provoca
marginalização social e, também, fortalecimento do racismo.
Nessa perspectiva, é notório que o Brasil não tem conseguido dar à sua
população negra condições de vida dignas. Mesmo com a lei de cotas, que possibilitou
a entrada de mais negros e, também, pobres em universidades e concursos públicos,
ainda é menor o espaço deles em postos de trabalho, assim como lhes é dificultada a
formação qualificada, pois, infelizmente, a maioria da população negra é pobre. E,
quando se associam pobreza e cor, o quadro se torna mais desigual, pois dados do
Mapa da violência de 2015 atestam que a maioria dos crimes de homicídio no Brasil
e cometida contra pessoas negras. Inserção
Tal dado sinaliza o negro no Brasil é vítima de discriminação e exclusão social, de ideia de
o que permite compreender que ele vive uma situação de “cidadania de papel”. Este outro autor

termo, usado pelo sociólogo José Antônio Segatto, aponta para a ideia de que o país
Concordâ
é palco de desigualdades sociais gritantes e descumprimento – inclusive por parte do ncia autor
Estado – de leis fundamentais, como a que garante que todos no país devam ser do texto
com o
tratados como iguais. citado

A posição do autor é muito clara e adequada para se “ler” a realidade brasileira marcada
por exclusões e discriminações. Logo, fazer cumprir a lei assim dignificar a condição de ser negro
no país é medida que se impõe como urgente para que a cidadania possa ser real e não
ficcional.

Os textos que são apresentados na prova de língua portuguesa podem ser de vários tipos,
propósitos, formas:

* Para todos verem: esquema


Textos literários: exploram linguagem conotativa e a função poética da linguagem, assim como a
ficcionalidade e a subjetividade; adotam a plurissignificação.

Exemplo:

(...)
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero
Conservar para tentar ser feliz

As grades do condomínio
São para trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que está nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar
Na poltrona no dia de domingo.
(...) O Rappa. Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero). In: Álbum Lado B Lado A. Warner Music Group, 1999 (com
adaptações).
Texto constante na prova para Delegado de Polícia. CESPE - 2018 - PC-SE
Textos técnico-científicos: expõem resultados de pesquisas, teses; apresentam pontos de vista
sobre os mais variados temas; são normalmente escritos por pesquisadoras, cientistas,
intelectuais; abordam algum conceito ou teoria, amparando-se em conhecimento científico;
são produzidos com uso de linguagem científica.

Exemplo:

As crianças de hoje estão crescendo numa nova realidade, na qual estão conectadas mais
a máquinas e menos a pessoas, de uma maneira que jamais aconteceu na história da
humanidade. A nova safra de nativos do mundo digital pode ser muito hábil nos teclados, mas
encontra dificuldades quando se trata de interpretar comportamentos alheios frente a frente, em
tempo real. Um estudante universitário observa a solidão e o isolamento que acompanham uma
vida reclusa ao mundo virtual de atualizações de status e “postagens de fotos do meu jantar”. Ele
lembra que seus colegas estão perdendo a habilidade de manter uma conversa, sem falar nas
discussões profundas, capazes de enriquecer os anos de universidade. E acrescenta: “Nenhum
aniversário, show, encontro ou festa pode ser desfrutado sem que você se distancie do que está
fazendo”, para que aqueles no seu mundo virtual saibam instantaneamente como está se
divertindo. De algumas maneiras, as intermináveis horas que os jovens passam olhando fixamente
para aparelhos eletrônicos podem ajudá-los a adquirir habilidades cognitivas específicas. Mas há
preocupações e questões sobre como essas mesmas horas podem levar a déficits de habilidades
emocionais, sociais e cognitivas essenciais. Adaptado de: GOLEMAN, Daniel. Foco: a atenção e
seu papel fundamental para o sucesso. Trad. Cássia Zanon. Rio de Janeiro, Objetiva, 2013, p. 29-
30)
Texto constante na prova para Técnico do judiciário - FCC - 2017 – TER – SP

Ideia principal e ideias secundárias

* Para todos verem: esquema


1.2 Compreensão e interpretação de texto de gêneros variados

As provas de concurso público normalmente exploram textos dissertativo-argumentativos,


que, ao defenderem determinado ponto de visa, podem servir-se de diferentes estratégias de
composição para fundamentar uma tese, entre as quais:
a) Comparação ou contraste
b) Exemplificação
c) Causas e/ou efeito
d) Testemunho de autoridade
e) Alusão histórica
f) Dados concretos

Exemplos:
Texto 1

O século XX, Era dos Extremos

O século XX deixou um legado inegável de questões e impasses. Para o grande historiador


Eric Hobsbawm, neste livro Era dos Extremos − o breve século XX − 1914-1991, esse século
foi breve e extremado: sua história e suas possibilidades edificaram-se sobre catástrofes,
incertezas e crises, decompondo o que fora construído no longo século XIX.
Hobsbawm divide a história do século XX em três “eras”. A primeira, “da catástrofe”, é marcada
pelas duas grandes guerras, pelas ondas de revolução global em que o sistema político e
econômico da URSS surgia como alternativa histórica para o capitalismo e pela virulência da crise
econômica de 1929. Também nesse período os fascismos e o descrédito das democracias liberais
surgem como proposta mundial.
A segunda “era” são os anos dourados das décadas de 1950 e 1960 que, em sua paz congelada,
viram a viabilização e a estabilização do capitalismo, responsável pela promoção de uma
extraordinária expansão econômica e profundas transformações sociais.
Por fim, entre 1970 e 1991, dá-se o “desmoronamento” final, em que caem por terra os sistemas
institucionais que previnem e limitam o barbarismo contemporâneo, dando lugar à brutalização da
política e à irresponsabilidade teórica da ortodoxia econômica, abrindo as portas para um futuro
incerto.
(Adaptado da “orelha”, sem indicação autoral, do livro de Eric Hobsbawm acima referido, editado
em São Paulo pela Companhia das Letras, em 1995)
Texto constante em: FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo – Administrador

Texto 2
Um dos hábitos de Churcill era o de pintar telas a óleo como hobby, hábito que ele levou
muito a sério. Especialistas veem em seus quadros influências de Monet, Turner e Van Gogh.
Para ele, ainda que representasse diversão ou evasão da realidade, a arte era fundamental. E
como tinha língua afiada e pena precisa, ele mesmo escreveu a respeito de seu interesse pelas
artes plásticas: “A pintura é uma amiga que não faz exigências desmedidas, que não incita a
buscas exaustivas, que mantém marcha constante ainda que a passos lentos, e que ergue sua
tela como uma cortina entre nós e o olhar invejoso do tempo”.

(Fábio Altman. “Champanhe, vinho e pinceladas.”Veja, 17 de fevereiro de 2021. Adaptado)


VUNESP - 2021 - Prefeitura de Guarulhos - SP - Especialista em Saúde (Biologia)

Texto argumentativo

Não basta informar sobre o tema;


É preciso mostrar ponto de vista sobre o que solicitado, enfim, justificar ideias e
proposições.
Exemplo:
Texto 1

A voz das celebridades

A propósito dos modismos jornalísticos: na ânsia de surpreender o leitor, houve a voga de


colher opiniões de figuras públicas sobre assuntos que fugiam às suas especialidades. Botar o
cirurgião célebre, por exemplo, para falar de arte cinematográfica, ou o jogador de futebol para
comentar uma portaria do Banco Central. Quem vamos ouvir sobre este assunto? − perguntava-
se nas redações, em sôfrega procura pelo enfoque “original”. Logo se destacaram, no picadeiro
midiático, umas tantas figuras sempre prontas a deitar falação sobre o que quer que fosse. A tal
ponto que um dia, na revista em que trabalhava, resolveu-se juntar os falastrões numa só matéria,
onde se expusessem ao ridículo. O que se viu foi um economista palpitando sobre balé e um
bailarino a discursar sobre finanças. Deu a maior confusão, naturalmente. Mas a matéria deixou
exposto um modismo jornalístico inaceitável. (Adaptado de: WERNECK, Humberto. Esse inferno
vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago Editorial, 2011, p. 102-103)
Texto constante na prova: FCC - 2018 - SEGEP-MA - Analista Executivo - Programador de
Sistemas
Texto constante na prova: FCC - 2018 - SEGEP-MA - Analista Executivo - Programador de
Sistemas

Texto 2

Na década de cinquenta, cresceu a participação feminina no mercado de trabalho,


especialmente no setor de serviços de consumo coletivo, em escritórios, no comércio ou em
serviços públicos. Surgiram então mais oportunidades de emprego em profissões como as de
enfermeira, professora, funcionária burocrática, médica, assistente social, vendedora, as quais
exigiam das mulheres certa qualificação e, em contrapartida, tornavam-nas profissionais
remuneradas. Essa tendência demandou maior escolaridade feminina e provocou, sem dúvida,
mudanças no status social das mulheres. Entretanto, eram nítidos os preconceitos que cercavam
o trabalho feminino nessa época. Como as mulheres ainda eram vistas prioritariamente como
donas de casa e mães, a ideia da incompatibilidade entre casamento e vida profissional tinha
grande força no imaginário social. Um dos principais argumentos dos que viam com ressalvas o
trabalho feminino era o de que, trabalhando, a mulher deixaria de lado seus afazeres domésticos
e suas atenções e cuidados para com o marido: ameaças não só à organização doméstica como
também à estabilidade do matrimônio.
Carla Bassanezi. Mulheres dos anos dourados. In: História das mulheres no Brasil. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2004
(com adaptações).

O texto argumentativo é caracterizado por elementos linguísticos, como operadores


argumentativos e indicadores de pressuposições, que atestam a existência de um ponto de vista
sobre um tema.
Veja:

Texto 1
O patrimônio histórico de uma nação registra informações sobre a cultura, o povo, a formação
do país e é a principal memória física a ser resguardada. Nesse sentido, em alguns países,
existe política pública capaz de fomentar a preservação de museus, bibliotecas e memoriais
sob pena de não se perder a história de uma sociedade inteira.

Texto 2
O patrimônio histórico de uma nação registra informações sobre a cultura, o povo, a formação
do país e certamente é a principal memória física a ser resguardada. Tal cuidado deve ser
prioritário porque a omissão em relação à preservação da história de um povo impede a
compreensão de sua formação, de suas possibilidades de desenvolvimento social e cultural e,
sobretudo, de construção de uma memória sobre a própria identidade e evolução da pátria.
Nesse sentido, é imperativo haver política pública capaz de fomentar a preservação de
museus, bibliotecas e memoriais sob pena de não se perder a história de uma sociedade
inteira.

ATENÇÃO PARA A DICA

Elementos essenciais a serem observados no texto argumentativo:


• Tese; estratégias argumentativas; elementos de coesão; marcadores de opinião;
estrutura do texto


Operadores argumentativos

Os operadores argumentativos podem ser compreendidos como expressões que marcam a


forma argumentativa do texto em cada uma das frases que o compõem. Aparecem na forma de
conjunções, advérbios e palavras denotativas (até, inclusive, também, afinal, então, é que, aliás,
etc.).

Operadores que assinalam o argumento mais forte em uma escala, e que levam ao
sentido de conclusão: INCLUSIVE - ATÉ MESMO – ATÉ – MESMO – AO MENOS – PELO
MENOS – NO MÍNIMO
Exemplo:
Os entraves para a expansão da adoção de crianças e adolescentes no Brasil envolvem
tanto questões de ordem burocrática quanto culturais. Isso porque há muitos documentos
e fases para se concluir uma adoção no país e preconceitos contra perfil de crianças que
tornam mais difícil sua inserção em uma família nova. Nesse sentido, o poder público deve
atuar de forma mais efetiva para viabilizar a adoção e pode, até mesmo, avaliar a
possibilidade de flexibilizar regras para facilitar essa prática.

Operadores que somam argumento, a favor de uma mesma conclusão: E – TAMBÉM


– NEM – TANTO... COMO – NÃO SÓ... MAS TAMBÉM – ALÉM DISSO

Exemplo:
Os entraves para a expansão da adoção de crianças e adolescentes no Brasil envolvem
tanto questões de ordem burocrática quanto culturais. Isso porque há muitos documentos
e fases para se concluir uma adoção no país e preconceitos contra perfil de crianças que
tornam mais difícil sua inserção em uma família nova, como a predileção por crianças
pequenas e brancas. Além disso, outro impeditivo é a existência de crianças com vários
irmãos para adoção e a busca por famílias que possam adotar todos para favorecer a
manutenção de vínculos entre eles, o que torna mais escasso o perfil dos habilitados a
adotar.

Operadores que introduzem uma conclusão relativamente a argumentos apresentados


em enunciados anteriores: PORTANTO – LOGO – POR CONSEGUINTE – POIS – EM
DECORRÊNCIA – CONSEQUENTEMENTE

Exemplo:
Os entraves para a expansão da adoção de crianças e adolescentes no Brasil envolvem
tanto questões de ordem burocrática quanto culturais. Isso porque há muitos documentos
e fases para se concluir uma adoção no país e preconceitos contra perfil de crianças que
tornam mais difícil sua inserção em uma família nova. Por conseguinte, faz-se necessário
instituir revisão da polícia nacional de adoção a fim de favorecer que todo sujeito em
desenvolvimento possa sair de abrigos e ser acolhido em uma família nova.

Operadores que introduzem argumentos alternativos que levam a conclusões


diferentes ou opostas: OU – OU ENTÃO – QUER...QUER – SEJA...SEJA

Exemplo:
Os entraves para a expansão da adoção de crianças e adolescentes no Brasil envolvem
tanto questões de ordem burocrática quanto culturais. Isso porque há muitos documentos
e fases para se concluir uma adoção no país e preconceitos contra perfil de crianças que
tornam mais difícil sua inserção em uma família nova. Por conseguinte, faz-se necessário
instituir revisão da polícia nacional de adoção a fim de favorecer que todo sujeito em
desenvolvimento possa sair de abrigos e ser acolhido em uma família nova. Ou então, as
casas de passagem de menores continuarão lotadas e as crianças e adolescentes, à
espera de pai ou mãe afetivos.

Operadores que estabelecem relação de comparação entre elementos, com vistas a


uma dada conclusão: MAIS QUE – MENOS QUE – TÃO...COMO

Exemplo:
Os entraves para a expansão da adoção de crianças e adolescentes no Brasil envolvem
tanto questões de ordem burocrática quanto culturais. Isso porque há muitos documentos
e fases para se concluir uma adoção no país e preconceitos contra perfil de crianças que
tornam mais difícil sua inserção em uma família nova. Mais do que rever as regras e o
tempo do processo de adoção, é preciso instituir uma cultura de conscientização para esse
problema social a fim de tornar a adoção não um tabu, mas, sim, uma prática desejada por
muitas pessoas no país.

Operadores que introduzem uma justificativa ou explicação relativamente ao


enunciado anterior: PORQUE – QUE – JÁ QUE – POIS

Exemplo:
Os entraves para a expansão da adoção de crianças e adolescentes no Brasil envolvem
tanto questões de ordem burocrática quanto culturais. Isso porque há muitos documentos
e fases para se concluir uma adoção no país e preconceitos contra perfil de crianças que
tornam mais difícil sua inserção em uma família nova.

Operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias: MAS


– PORÉM – CONTUDO – EMBORA – AINDA QUE – POSTO QUE – APESAR DE QUE

Exemplo:
Os entraves para a expansão da adoção de crianças e adolescentes no Brasil envolvem
tanto questões de ordem burocrática quanto culturais. Isso porque há muitos documentos
e fases para se concluir uma adoção no país e preconceitos contra perfil de crianças que
tornam mais difícil sua inserção em uma família nova. Por conseguinte, faz-se necessário
instituir revisão da polícia nacional de adoção a fim de favorecer que todo sujeito em
desenvolvimento possa sair de abrigos e ser acolhido em uma família nova. No entanto,
não se observam ações do poder público nesse sentido, o que indica um futuro sombrio
para crianças e adolescentes que vivem em casas de passagem à espera de uma nova
família.
Operadores que tem por função introduzir no enunciado conteúdos pressupostos:
AINDA – JÁ – AGORA

Exemplo:
Os entraves para a expansão da adoção de crianças e adolescentes no Brasil envolvem
tanto questões de ordem burocrática quanto culturais. Isso porque há muitos documentos
e fases para se concluir uma adoção no país e preconceitos contra perfil de crianças que
tornam mais difícil sua inserção em uma família nova. Em função disso, o poder público
agora propõe uma revisão da polícia nacional de adoção a fim de favorecer que todo sujeito
em desenvolvimento possa sair de abrigos e ser acolhido em uma família nova, ação ainda
em estudo, mas que pode ser útil para favorecer que milhares de crianças e adolescentes
tenham a chance de viver em uma família.
Relevo argumentativo

• É conveniente destacar que ...


• Destaca-se que ...
• Ressalta-se que...
• Torna-se imprescindível esclarecer que ...
• Convém enaltecer o/a ...
• ..., principalmente, ...
• Sobretudo, ...

Modalizadores argumentativos
São elementos gramaticais ou lexicais que apontam determinadas atitudes e/ou posições
em relação a um conteúdo e/ou tema específicos abordados pelo autor em um texto
argumentativo.

Há três tipos de modalizadores:

* Para todos verem: esquema


Veja exemplo de texto com e sem modalizador para avaliar a pertinência da observação a
modalizadores como marcadores de ponto de vista.

* Para todos verem: esquema

Quanto aos adjetivos e verbos, veja uma lista deles:

→ →

* Para todos verem: esquema

Observe verbos que podem ser empregados na redação para indicar a exposição de seu ponto
de vista sobre os temas:

Sentido de contrariedade Sentido de concordância


• contrariar • concordar
• afrontar • ratificar
• refutar • aceitar
• opor • acatar
• infringir • admitir
• estorvar • corroborar
• obstar • consentir
A presença de adjetivos é fundamental para reconhecer o juízo de valor que o autor de
texto constrói em relação ao tema abordado.

Exemplos:
• Para diminuir o número de crianças obesas, algumas medidas são adequadas.
• É necessário adotar medidas para diminuição do número de crianças obesas.
• A realidade das celas em grande parte do sistema carcerário brasileiro é vexatória, pois
coloca os apenados em situação degradante e desumana.

Na composição de um texto argumentativo, o olhar deve se voltar para:

ELEMENTO DEFINIÇÃO
LINGUÍSTICO
Pressupostos Ideias implícitas nos enunciados

Marcas de intenções Indícios de interesse do autor em persuadir o


interlocutor
Modalizadores Evidenciam o ponto de vista assumido pelo
falante e assegurar o modo como ele elabora o
discurso.
São marcados por advérbios, em especial os de
modo
Operadores Assinalam o argumento por meio de
argumentativos conjunções ou locuções adverbiais que
asseguram a relevância da proposição
Adjetivação Os adjetivos expressam ponto de vista do autor,
julgamento e apreciação sobre o tema e
contribuem para gerar efeitos de sentido sobre
o que se diz
Nas provas de concurso, é comum a abordagem dos seguintes tópicos sobre compreensão
e interpretação textual:

Questões

* Para todos verem:


esquema
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – NÍVEL MÉDIO
Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2.

Óculos com luz e joia no rosto são novas armas contra reconhecimento facial

Letícia Naísa

A indústria fashion começa a oferecer produtos para quem não quer ser reconhecido por câmeras
de vigilância. Podem ser óculos que emitem luz, joias que confundem o scanner facial ou
máscaras que distorcem as feições. A rápida expansão da tecnologia de reconhecimento inspirou
a artista polonesa Ewa Nowak a criar máscaras para driblar as autoridades. Feitas de metal, as
joias prometem embaralhar os algoritmos e impedir que os rostos sejam reconhecidos por
câmeras.
O projeto foi chamado de "Incognito" e consiste em um tipo de óculos que cobre parte da testa e
das maçãs do rosto. "Este projeto foi precedido por um estudo de longo prazo sobre forma,
tamanho e localização dos elementos da máscara para que ela realmente cumprisse sua tarefa",
escreve Nowak em sua página. Segundo ela, a máscara foi testada no algoritmo DeepFace, do
Facebook, e passou na prova: seu rosto não foi reconhecido.
Ainda há muito debate e muita pesquisa em torno da eficiência da tecnologia de reconhecimento
facial, especialmente com os falsos positivos: a câmera diz que uma pessoa é, na verdade, outra.
Especialistas apontam que ainda há muitas falhas em reconhecer rostos fora do padrão de
homens brancos. "Se a gente aplica essas tecnologias de maneira errônea e ela indica que o meu
rosto é de uma pessoa suspeita, a tendência é que oficiais deem crédito ao equívoco, e abre-se
margem a abuso policial, porque tem indício de que você é uma pessoa suspeita e aí pode-se
inverter o princípio da inocência, que é fundamental", afirma Joana Varon, diretora executiva da
Coding Rights, organização de defesa dos direitos humanos na internet.
A preocupação com o reconhecimento facial tem crescido nos últimos anos, visto que a tecnologia
tem sido usada para fins de segurança pública e privada e de marketing. No Brasil, a novidade já
chegou. Durante o carnaval deste ano, um homem foi preso depois de ser reconhecido por uma
câmera, e a ViaQuatro do metrô paulista foi impedida de usar o reconhecimento facial. O debate
sobre a regulamentação da tecnologia está previsto na Lei Geral de Proteção de Dados, que
entrará em vigor em agosto de 2020.
Para Pollyana Ferrari, professora da PUC-SP e pesquisadora de mídias sociais, é preciso que os
governos regulamentem o uso de nossas "pegadas digitais", sejam likes, compras, navegação ou
biometria. "Os riscos da tecnologia são os usos não declarados; na maior pa rte das vezes, não
sabemos o que será feito da nossa biometria", diz. "Cada vez a driblamos menos", afirma.
Quanto à eficiência do Incognito, as especialistas ainda são céticas, mas Varon reconhece que há
uma tendência na tentativa de hackear o sistema de vigilância da tecnologia de reconhecimento
facial. O próprio "Incognito" foi inspirado em um projeto japonês que criou óculos com luzes que
impedem a tecnologia de reconhecer rostos. Em Hong Kong, durante a onda de protestos na
China, os jovens usaram máscaras, lenços e lasers para enganar as câmeras.
Para Varon, a via legislativa e moratórias para uso da tecnologia são vias eficientes. Nos Estados
Unidos, algumas cidades já baniram o uso de reconhecimento facial na segurança e impediram
empresas que desenvolvem softwares de venderem para esse fim. "O que funciona é ter uma
visão crítica e ampliar o debate sobre quão nocivo pode ser o uso dessa tecnologia, seja por
discriminação de pessoas, seja por coleta abusiva de expressões faciais, sentimentos, humores,
visando manipular mentes, e o debate sobre o guardo e o compartilhamento desses dados, que
são extremamente sensíveis", afirma.
Para Ferrari, o projeto enquanto artístico é válido. "O papel da arte sempre foi nos tirar da zona
de conforto. Então, esse movimento que se declara contra a vigilância governamental e
corporativa, com joias, óculos de LED e máscaras, é bem oportuno, pois nos alerta para algo que
já nos afeta diariamente", opina.
Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/10/30/artista -cria-mascara-anti-
reconhecimento-facial.htm. Acesso em: 27 jan. 2020. [Adaptado]

1. COMPERVE - 2020 - TJ-RN - Técnico de Suporte Sênior


O propósito comunicativo central do texto é
A) informar sobre os mecanismos atualmente existentes para a proteção da privacidade.
B) informar sobre a criação de acessórios para driblar as tecnologias de reconhecimento facial.
C) opinar sobre os perigos causados pelo uso irrestrito das tecnologias de reconhecimento facial.
D) opinar sobre o papel da arte na criação de mecanismos de proteção à privacidade.

2. COMPERVE - 2020 - TJ-RN - Técnico de Suporte Sênior


Do texto, infere-se que
A) a iniciativa da indústria da moda é bem-vinda embora não se possa garantir sua total eficiência.
B) as tecnologias de reconhecimento facial são perigosas na maioria das situações testadas.
C) os algoritmos utilizados pelas tecnologias de reconhecimento facial comumente apresentam
erros.
D) a indústria da moda é o caminho mais eficiente para garantir a privacidade aos cidadãos.
Leia o texto a seguir para responder às questões 3 e 4.

Projeto brasileiro pretende mapear genoma de 15 mil pessoas para prever e tratar doenças
Por Filipe Domingues, G1/ 10/12/2019 12h00

Um projeto liderado por uma cientista brasileira vai identificar as principais características
genéticas dos brasileiros para prever doenças e antecipar tratamentos. Lançada nesta terça-feira
(10), em São Paulo, a iniciativa "DNA do Brasil" quer mapear o genoma de 15 mil pessoas de 35
a 74 anos de idade e se tornar o maior levantamento do tipo já realizado no país. A ideia é que
em cinco anos já se tenham os primeiros resultados. "O desafio é entender quais variações
genéticas estão associadas a quais características das pessoas", disse a pesquisadora Lygia da
Veiga Pereira, da Universidade de São Paulo (USP), na abertura do projeto. "Nós somos o
resultado do nosso genoma mais o nosso estilo de vida. O genoma é a receita do nosso corpo."
Além da geneticista, estão envolvidos na parceria o Ministério da Saúde que oferecerá
dados epidemiológicos da população brasileira por meio do projeto ELSA Brasil; organizações
privadas como a Dasa, empresa da área de saúde, que financiará e realizará o sequenciamento
das primeiras 3 mil amostras; a Illumina que vai fornecer os insumos e a Google Cloud que fará o
armazenamento e proteção dos dados. As descobertas que os cientistas fizerem poderão ser
traduzidas em inovações tanto na área de pesquisa genética quanto nos diagnósticos e
tratamentos de doenças como o câncer, a hipertensão, o diabetes, depressão, esquizofrenia e
algumas doenças raras. Ao descobrir que determinada proteína presente no corpo de uma pessoa
permite manter o colesterol baixo, é possível "editar" o DNA do paciente para imitar o
comportamento deste elemento. [...]
O diretor médico da Dasa, Gustavo Campana, lembrou que 80% das 8 mil doenças
consideradas raras têm origem genética. Já os cânceres hereditários são de 5 a 12% dos casos.
Portanto, além da previsão de tais doenças, o mapeamento dos genes e sua associação com as
características da população brasileira podem permitir avanços em "terapêutica gênica", ou seja,
métodos de tratamento que atuam diretamente nos genes ± o mais famoso deles é o CRISPR, a
técnica de edição do DNA. "Esse projeto é um marco da genética populacional no Brasil," disse
Campana.[...]
3. IBFC - 2020 - TRE-PA - Técnico Judiciário - Administrativa
De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.
a) Há um projeto liderado por brasileiros que vai identificar as principais características genéticas
humanas, em pacientes da USP, para curar doenças hereditárias.
b) As descobertas poderão ser inovações tanto na área de empirismo genético quanto nos
diagnósticos e tratamentos de doenças.
c) A Illumina financiará e realizará o sequenciamento das primeiras 3 mil amostras dos dados
epidemiológicos da população.
d) O estudo será realizado em adultos e idosos com o intuito de reconhecer, pelo perfil genético,
a possibilidade de futuras doenças e preceder tratamentos.

4. IBFC - 2020 - TRE-PA - Técnico Judiciário - Administrativa


Analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.
I. A Dasa é uma empresa da área de saúde que financiará e realizará a cessação das primeiras 3
mil amostras.
II. O Ministério da Saúde oferecerá dados epidemiológicos da população brasileira através do
projeto ELSA Brasil.
III. A Google Cloud que fará o armazenamento e a derrelição dos dados.
a) Apenas a afirmativa III está correta.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta.
5) CESPE - 2020 - TJ-PA - Auxiliar Judiciário

O peso de Eurídice se estabilizou, assim como a rotina da família Gusmão Campelo. Antenor saía
para o trabalho, os filhos saíam para a escola e Eurídice ficava em casa, moendo carne e
remoendo os pensamentos estéreis que faziam da sua vida infeliz. Ela não tinha emprego, ela já
tinha ido para a escola, e como preencher as horas do dia depois de arrumar as camas, regar as
plantas, varrer a sala, lavar a roupa, temperar o feijão, refogar o arroz, preparar o suflê e fritar os
bifes? Porque Eurídice, vejam vocês, era uma mulher brilhante. Se lhe dessem cálculos
elaborados, ela projetaria pontes. Se lhe dessem um laboratório, ela inventaria vacinas. Se lhe
dessem páginas brancas, ela escreveria clássicos. No entanto, o que lhe deram foram cuecas
sujas, que Eurídice lavou muito rápido e muito bem, sentando-se em seguida no sofá, olhando as
unhas e pensando no que deveria pensar. E foi assim que concluiu que não deveria pensar, e
que, para não pensar, deveria se manter ocupada todas as horas do dia, e que a única atividade
caseira que oferecia tal benefício era aquela que apresentava o dom de ser quase infinita em suas
demandas diárias: a culinária. Eurídice jamais seria uma engenheira, nunca poria os pés em um
laboratório e não ousaria escrever versos, mas essa mulher se dedicou à única atividade permitida
que tinha um certo quê de engenharia, ciência e poesia. Todas as manhãs, depois de despertar,
preparar, alimentar e se livrar do marido e dos filhos, Eurídice abria o livro de receitas da Tia
Palmira.
Martha Batalha. A vida invisível de Eurídice Gusmão. 1.ª ed. São Paulo: Companhia das Letras,
2016 (com adaptações)

A personagem Eurídice é expressamente caracterizada no texto CG4A1-I como uma mulher


a) introspectiva.
b) ousada.
c) infeliz.
d) proativa.
e) brilhante.

Gabarito
1B
2A
3D
4D
5E
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – NÍVEL SUPERIOR

Leia o texto a seguir para responder às questões 1 a 3.


A ideia de cultura foi cunhada e batizada no terceiro quartel do século XVIII como termo
sintético para designar a administração do pensamento e do comportamento humanos. A palavra
“cultura” não nasceu como um termo descritivo, uma forma reduzida para as já alcançadas,
observadas e registradas regras de conduta de toda uma população. Só cerca de um século mais
tarde, quando os gerentes da cultura olharam em retrospecto para aquilo que tinham passado a
ver como criação sua e, seguindo o exemplo de Deus na criação do mundo, com carga positiva,
é que “cultura” passou a significar a forma como um tipo regular e “normativamente regulado” de
conduta humana diferia de outro, sob outro gerenciamento. A ideia de 13 cultura nasceu com uma
declaração de intenções.
O termo “cultura” entrou no vocabulário como o nome de uma atividade intencional. No
limiar da Era Moderna, homens e mulheres, não mais aceitos como “um dado não
problematizado”, como elos preordenados na cadeia da criação divina (“divina” como algo
inegociável e com o qual não devemos nos imiscuir), indispensáveis, ainda que sórdidos, torpes
e deixando muito a desejar, passaram a ser vistos ao mesmo tempo como maleáveis e
terrivelmente carentes de ajustes e melhoras. O termo “cultura” foi concebido no interior de uma
família de conceitos que incluía expressões como “cultivo”, “lavoura”, “criação” — todos
significando aperfeiçoamento, seja na prevenção de um prejuízo, seja na interrupção e reversão
da deterioração. O que o agricultor fazia com a semente por meio de atenção cuidadosa, desde a
semeadura até a colheita, podia e devia ser feito com os incipientes seres humanos pela educação
e pelo treinamento. As pessoas não nasciam, eram feitas. Precisavam tornar-se humanas — e,
nesse processo de se tornar humanas (uma trajetória cheia de obstáculos e armadilhas que elas
não seriam capazes de evitar nem poderiam negociar, caso fossem deixadas por sua própria
conta), teriam de ser guiadas por outros seres humanos, educados e treinados na arte de educar
e treinar seres humanos.
O termo “cultura” apareceu no vocabulário menos de cem anos depois de outro conceito
moderno crucial, o de “gerenciar”, que significa, segundo o Oxford English Dictionary: “forçar
(pessoas, animais etc.) a se submeter ao controle de alguém”, “exercer efeito sobre”, “ter sucesso
em realizar”. E mais de cem anos antes de outro sintético, de “gerenciamento”, o de “obter sucesso
ou sair-se bem”. Gerenciar, em suma, significava conseguir que as coisas fossem feitas de uma
forma que as pessoas não fariam por conta própria e sem ajuda. Significava redirecionar eventos
segundo motivos e desejo próprios. Em outras palavras, “gerenciar” (controlar o fluxo de eventos)
veio a significar a manipulação de probabilidades: fazer a ocorrência de certas condutas (iniciais
ou reativas) de “pessoas, animais etc.” mais provável, ou, de preferência, totalmente improvável a
ocorrência de outros movimentos. Em última instância, “gerenciar” significa limitar a liberdade do
gerenciado.
1. CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade:
Ciências Contábeis
De acordo com o texto, o conceito de gerenciar é mais antigo que o termo cultura, que só apareceu
no vocabulário quase um século depois daquele.

2. CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade:


Ciências Contábeis
Segundo o texto, a primeira acepção de cultura era relacionada à noção de agricultura: o processo
de tornar as pessoas humanas por meio da educação e do treinamento é comparável ao trabalho
do agricultor.

3. CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade:


Ciências Contábeis
A ideia principal do texto consiste em mostrar a evolução da noção de cultura até o surgimento de
outra noção, que a aperfeiçoa: a de gerenciamento.

Leia o texto a seguir para responder às questões 3 e 4.

Como se estrutura uma sociedade?


A pergunta formulada acima é uma constância da história social. Alguns antropólogos têm
afirmado que a estrutura social é a rede de todas as relações de pessoa-a-pessoa, numa dada
sociedade. Mas tal definição é por demais ampla. Não estabelece distinção entre os elementos
efêmeros e os mais persistentes na atividade social, e torna quase impossível distinguir a noção
de estrutura de uma sociedade da totalidade da própria sociedade.
No extremo oposto, está a noção de estrutura social compreendendo, somente, as relações
entre os grupos principais na sociedade, que persistem por muitas gerações, mas exclui outros
como a família, que se dissolve de uma geração para outra. Essa definição é limitada demais.
Uma terceira noção de estrutura social enfatiza não tanto as relações reais entre pessoas
ou grupos, mas as relações esperadas ou mesmo as relações ideais. De acordo com esse ponto
de vista, o que realmente dá à sociedade sua forma e permite a seus membros exercerem suas
atividades são as expectativas ou mesmo as crenças idealizadas do que está feito, ou do que
deverá ser feito pelos outros membros. Não falta quem veja tal formulação como bastante
insatisfatória.
Em vez de respostas prontas à pergunta aqui tratada, será preciso sempre reconhecer que
a validade de qualquer uma delas estará presa à validação do critério que a sustenta.
(Adaptado de: FIRTH, Raymond. In: VV.AA. Homem e sociedade. Trad. Amadeu José Duarte
Lanna. São Paulo: Nacional, 1975, p. 35-36)
4. FCC - 2019 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária
Deve-se entender da leitura do texto que, ao se considerar a pergunta formulada no título,
(A) a definição dada no primeiro parágrafo não satisfaz porque, em sua amplitude, formula ideais
de conduta coletiva em vez de analisar práticas individuais.
(B) a noção aventada no segundo parágrafo pecaria por não distinguir entre os elementos
transitórios e os elementos duradouros de uma sociedade.
(C) a hipótese levantada no terceiro parágrafo é dada como insatisfatória porque valoriza as
relações pragmáticas já estabelecidas numa sociedade.
(D) o reconhecimento de um parâmetro válido para a definição do que seja uma estrutura social é
indispensável para que se aceite essa definição.
(E) a validação do conceito mesmo de estrutura social deve preceder toda e qualquer análise de
caso que se proponha numa fundamentação aceitável.

5. FCC - 2019 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária


Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
(A) rede de todas as relações de pessoa-a-pessoa (1o parágrafo) = somatória de todas as
individualidades.
(B) persistem por muitas gerações (2o parágrafo) = difundem uma permanência gerativa.
(C) enfatiza não tanto as relações reais (3o parágrafo) = releva sobremaneira as conexões
efetivas.
(D) permite a seus membros exercerem (3o parágrafo) = faculta o desmembramento do exercício.
(E) estará presa à validação do critério (4o parágrafo) = dependerá da aceitabilidade do parâmetro.

GABARITO
1 Certo
2 Certo
3 Errado
4D
5E
1.3 Compreensão e interpretação de textos: linguagem e vocabulário

Os textos podem ser construídos com diferentes linguagens, entre as quais:

* Para todos verem: esquema

Exemplos:

Texto constante em: CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia


Texto constante na prova de língua portuguesa FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia

Fonte: https://twitter.com/de_armandinho. Feliz Dia da Árvore

Com base nesses exemplos de texto, pode-se apontar que:

* Para todos verem: esquema


Vocabulário
• Sinônimos;
• Palavras pouco usuais;
• Vocabulário amplo.

Nível de linguagem

* Para todos verem: esquema

* Para todos verem: esquema


Exemplos:
Língua formal e culta

Manual de Redação da Presidência da República, 2018, p. 35.

Língua informal e coloquial


Outros níveis de linguagem

Linguagem regional
Linguagem regional: relaciona-se às variações ocorridas, principalmente na fala, nas mais
variadas comunidades linguísticas.

Exemplo:

Trezentas onças

João Simões Lopes Neto


- Eu tropeava, nesse tempo. Duma feita que viajava de escoteiro, com a guaiaca empanzinada
de onças de ouro, vim varar aqui neste mesmo passo, por me ficar mais perto da estância da
Coronilha, onde devia pousar.
Parece que foi ontem!... Era por fevereiro; eu vinha abombado da troteada.
- Olhe, ali, na restinga, à sombra daquela mesma reboleira de mato, que está nos vendo, na
beira do passo, desencilhei; e estendido nos pelegos, a cabeça no lombilho, com o chapéu sobre
os olhos, fiz uma sesteada morruda.

Despertando, ouvindo o ruído manso da água tão limpa e tão fresca rolando sobre o
pedregulho, tive ganas de me banhar; até para quebrar a lombeira… e fui-me à água que nem
capincho!
Debaixo da barranca havia um fundão onde mergulhei umas quantas vezes; e sempre puxei
umas braçadas, poucas, porque não tinha cancha para um bom nado.
E solito e no silêncio, tornei a vestir-me, encilhei o zaino e montei.
Daquela vereda andei como três léguas, chegando à estância cedo ainda, obra assim de braça
e meia de sol.
-Ah!…esqueci de dizer-lhe que andava comigo um cachorrinho brasino, um cusco mui esperto
e boa vigia. Era das crianças, mas às vezes dava-me para acompanhar-me, e depois de sair a
porteira, nem por nada fazia cara-volta, a não ser comigo. E nas viagens dormia sempre ao meu
lado, sobre a ponta da carona, na cabeceira dos arreios.
Por sinal que uma noite...
Mas isto é outra cousa; vamos ao caso.
Durante a troteada bem reparei que volta e meia o cusco parava-se na estrada e latia e corria
pra trás, e olhava-me, olhava-me, e latia de novo e troteava um pouco sobre o rastro; — parecia
que o bichinho estava me chamando!... Mas como eu ia, ele tornava a alcançar-me, para dai a
pouco recomeçar.
- Pois, amigo! Não lhe conto nada! Quando botei o pé em terra na ramada da estância, ao
tempo que dava as — boas-tardes! — ao dono da casa, agüentei um tirão seco no coração... não
senti na cintura o peso da guaiaca!
Tinha perdido trezentas onças de ouro que levava, para pagamento de gados que ia levantar.
(...)
João Simões Lopes Neto. Contos gauchescos. 1912.
Linguagem literária
Linguagem literária: empregada nos textos literários, marcada por plurissignificação, polissemia,
exploração de figuras de linguagem e conotação.

Exemplo:

Amor é fogo que arde sem se ver,


é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor
(Camões)

Gíria
Gíria: estilo linguístico que está integrado à linguagem popular. Ela está relacionada ao cotidiano
de certos grupos sociais, em especial os estudantes, os esportistas e, também, os ladrões, por
exemplo. Utilizada como meio de expressão cotidiana, a gíria existe dentro de grupos para
diferenciá-los, pois só os inseridos naquele determinado contexto sabem o seu significado.
Linguagem técnica
Linguagem técnica: usada em textos técnicos, científicos, marcada por uso de vocabulário
específico de uma dada área.

Exemplo:

Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, 2018, p. 35.


Significação das palavras
• Importância do contexto para apreensão do significado das palavras;
• Importância do conhecimento prévio do leitor para decifração do sentido dos termos
dos textos:
o Conhecimento linguístico;
o Conhecimento extralinguístico.
Denotação Conotação
é o significado estável de uma é constituída pelos elementos
palavra, é um elemento não subjetivo subjetivos que variam de acordo com
e analisável fora do contexto. o contexto comunicativo.

É chamada também de linguagem É chamada também de linguagem


referencial, literal. figurada.

“Quando uma palavra é tomada no “Se, entretanto, a significação de uma


seu sentido usual, no sentido dito palavra não é a mesma para mim e
“próprio”, isto é, não figurado, não para você, leitor, talvez não o seja
metafórico, no sentido “primeiro” que também para todos os membros da
dela nos dão os dicionários, quando é coletividade de que ambos fazemos
empregada de tal como que signifique parte, e não o é por causa da
a mesma coisa para mim e para você, interpretação que cada um de nós lhe
leitor, como para todos os membros possa dar, se a palavra não remete a
da comunidade sócio-linguística de um objeto do mundo extralinguístico
que ambos fazemos parte, então se mas, sobretudo, sugere, evoca, por
diz que essa palavra tem sentido associação, outra(s) ideia(s) de ordem
denotativo ou referencial, porque abstrata, de natureza afetiva ou
denota, remete ou se refere a um emocional, então se diz que seu valor,
objeto do mundo extralinguístico, seu sentido, é conotativo ou afetivo.”
objeto real ou imaginário.” (GARCIA, (GARCIA, 2002, p. 179)
2002, p. 179)

Exemplos:

• A casa pegou fogo.


• Aquele policial é fogo.
• Um homem tomou um fogo na festa ontem.
Veja outros exemplos:

Amor é fogo que arde sem se ver (Luís de Camões) Sentido conotativo

Sentido conotativo

Sentido conotativo
“(....)
É de laço e de nó
De gibeira o jiló
Dessa vida, cumprida a sol (....)”
(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos.
setembro de 1992.)
O amor é sentimento que une as pessoas. Sentido denotativo
A bateria do carro precisa ser substituída... O carro não Sentido denotativo
liga mais...
O Sol é uma estrela em torno da Terra. Sentido denotativo
Descrição da imagem: No texto, ao se referenciar a denotação, expõe-se uma imagem de um coração de
papel sendo cortado por uma tesoura. Ao se referenciar a conotação expõe-se uma imagem de um coração dividido
em duas partes e ao lado um rosto em forma de emoticon com indicativo de tristeza.

Denotação e conotação

Expressões similares:
• Sentido denotativo = sentido literal.
• Sentido conotativo = sentido figurado.
Nas provas de concurso, podem aparecer questões com foco em:

Questões

* Para todos verem: esquema


QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – NÍVEL MÉDIO

1. FUNDATEC – DEPE-SC – Analista técnico – 2018

Sobre a linguagem utilizada no texto, afirma-se que:


I. Na frase os efeitos práticos dessa busca são palpáveis (l.06 e 07), o autor utilizou a
linguagem denotativa, em especial no que se refere ao adjetivo palpáveis.
II. Ao utilizar as expressões edição genética, robótica e inteligência artificial (l.12), o autor tem
a intenção de trazer termos próprios de uma área eminentemente técnica – o dito jargão
profissional.
III. A linguagem predominante no texto é a denotativa.
Quais estão INCORRETAS?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

2. FGV - 2019 - TJ-CE - Técnico Judiciário - Área Judiciária


A frase abaixo que foi construída exclusivamente por linguagem formal é:
a) Primeiro a gente enlouquece e depois vê no que dá;
b) A vida é curta demais para vivê-la ao lado de um filho da mãe;
c) Tem pessoas que discordam de mim e outras, que são inteligentes;
d) Me deram como castigo uma pena de dez anos;
e) Somente o que perdi é meu para sempre.

3. INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Cariacica - ES - Assistente de CMEI I

Cachorrinhos quase humanos


Clara Braga
Observei que ultimamente o termo “pais de pets” tem se popularizado e eu acho isso muito
legal! Eu mesma me considero mãe de pet, tenho uma cadelinha linda, que é uma companheira
da família, principalmente do meu filho.
Mas, uma coisa me preocupou em relação a algumas pessoas com quem conversei nos
últimos dias. Não foi uma ou duas, foram algumas várias pessoas que compartilharam do mesmo
pensamento. Todas disseram que decidiram ter um cachorro ou um gato para ver se levavam jeito
para serem pais e, então, decidirem se teriam ou não filhos humanos!
Lembrei-me do dia que minha cadelinha chegou em casa: coloquei água, ração, deixei um
brinquedinho à disposição e fui trabalhar. Então, lembrei-me de quando meu filho chegou: choro
de 3 em 3 horas, peito rachado por causa da amamentação, pacotes e mais pacotes de fraldas e,
para sair de casa, parecia que estávamos de mudança. Lembrei-me das cólicas que minha cadela
nunca teve, das febres altas e viroses que ela nunca experimentou, dos quilos de roupas golfadas
que nunca precisei lavar dela e dos banhos que são apenas semanais e não diários!
A gente ama os pets como se fossem filhos, eles são da família, aparecem nas fotos de natal,
têm seu próprio book, dormem na nossa cama, estão sempre do nosso lado, se ficam doentes, a
gente sofre, mas mesmo doentes não dão o trabalho que uma criança dá!
Comparar as situações é injusto até com o pet, já que ele também não sabe se está preparado
para a chegada de um mini humano. Só o pet sabe o que é ter seu rabo puxado constantemente,
ver seu pote de água sendo virado, ver brinquedos espalhados no chão e não poder brincar, enfim,
aposto que eles também têm suas dúvidas!
E sabe quem mais tem dúvida? Quem já é pai e mãe, pois eles sabem que tudo que funcionou
com um pode não funcionar com o segundo, então bate o pânico de novo! Ou seja, nada se
compara a ter um filho, nem ter um filho!
Verdade seja dita, nós nunca estamos preparados, contudo damos um jeito. Depois de um dia
difícil, segurar seu filho no colo, ganhar um beijo e um sorriso, faz você entender todo o resto. Não
te faz esquecer, não te deixa menos cansado, não faz você levantar e sair cantando e
dançando como se estivesse em um musical, mas faz você entender, principalmente se junto você
tiver seu pet pronto para também ganhar e dar carinho para todo mundo.

Adaptado de: http//www.cronicadodia.com.br/2019/12/cachorrinhos-quase-humanos-clara-


braga.html. Acesso em: 10 dez. 2019.

A variante linguística empregada na maior parte no texto é


a) formal, pois não há desvios em relação à norma culta da Língua Portuguesa.
b) informal, pois a linguagem é descontraída, dado que a autora aborda sua própria experiência
de vida.
c) formal, já que há o uso de termos rebuscados e complexos, que não se aproximam da fala do
dia a dia das pessoas.
d) informal, tendo em vista que se aproxima muito da fala cotidiana da maioria das pessoas.

4. FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2020 - Prefeitura de Catas Altas - MG - Auxiliar de


Consultório Dentário

São características presentes nesse texto, exceto:


a) Linguagem verbal.
b) Linguagem não verbal.
c) Linguagem culta.
d) Linguagem coloquial.
5. FCC - 2019 - Câmara de Fortaleza - CE - Consultor Técnico Jurídico

Falso mar, falso mundo

O mundo anda cada vez mais complicado, o que não é bom. O frágil corpo humano não foi
feito para competir com a máquina, conviver com a máquina e explorá-la. A cada adiantamento
técnico-científico, o conflito fica mais duro para o nosso lado.
Mas nesta semana vi na TV uma reportagem que me horrorizou como prova de que, a cada
dia, mais renunciamos às nossas prerrogativas de seres vivos e nos tornamos robotizados. Foi a
“praia artificial” no Japão (logo no Japão, arquipélago penetrado e cercado de mar por todos os
lados!).
É um galpão imenso, maior que qualquer aeroporto, coberto por uma espécie de cúpula
oblonga, de plástico. E filas à entrada, lá dentro um guichê, o pessoal paga a entrada, que é cara,
e some. Deve entrar no vestiário, ou antes, no despiário, pois surgem já convenientemente
seminus, como se faz na praia. Pois que debaixo daquele imenso teto de plástico está um mar,
com a sua praia. Mar que, na tela, aparece bem azul com ondas de verdade, coroadas de espuma
branca; ondas tão fortes que chegam a derrubar as pessoas e sobre as quais jovens atletas surfam
e rebolam. E um falso sol, de luz e calor graduáveis; e a praia é de areia composta por pedrinhas
de mármore.
Não sei se pelo comportamento dos figurantes, a gente tinha a impressão absoluta de que
assistia a uma cena de animação figurada em computador. A única presença viva, destacando-se
no elenco de bonecos, era a repórter, apresentadora do espetáculo. Já se viu! Se fosse uma
honesta piscina de água morna, tudo bem. Mas fingir as ondas, falsificar um sol bronzeando, de
trinta e cinco graus, e toda aquela gente se deitando com a simulação e depois voltando para a
rua vestida nos seus casacos! Me deu pena, horror, sei lá. Aquilo não pode deixar de ser pecado.
Falsificar com tanta impudência as criações da natureza, e pra quê!
(Adaptado de: QUEIROZ, Rachel. Melhores crônicas. São Paulo: Global Editora, 1994, edição
digital)

Quanto à linguagem do texto, afirma-se corretamente:


a) No trecho Me deu pena, horror, sei lá, (4o parágrafo) observa-se uso de linguagem coloquial.
b) Por se tratar de linguagem escrita, a crônica de Queiroz segue o padrão formal culto da
linguagem.
c) A expressão “a gente” em a gente tinha a impressão absoluta de que assistia a uma cena de
animação (4o parágrafo) é exemplo de variação regional da linguagem, que ocorre de acordo com
o local geográfico onde o falante se encontra.
d) Para criar sensação de intimidade com o leitor, a autora recorre a gírias, como no trecho
Falsificar com tanta impudência as criações da natureza, e pra quê! (final do texto)
e) Por se tratar de linguagem informal, o emprego das vírgulas desrespeita as normas gramaticais
no trecho É um galpão imenso, maior do que qualquer aeroporto, coberto por uma espécie de
cúpula oblonga, de plástico (3o parágrafo).
Gabarito
1C
2E
3A
4D
5A
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – NÍVEL SUPERIOR

1. FCC - 2018 - SABESP - Analista de Gestão - Administração


O que há de mais evidente nas atitudes dos brasileiros diante do “preconceito de cor” é a
tendência a considerá-lo como algo ultrajante (para quem o sofre) e degradante (para quem o
pratique).
Contudo, na situação imperante nos últimos 40 anos (de 1927 até hoje), tem prevalecido
uma considerável ambiguidade axiológica. Os valores vinculados à ordem social tradicionalista
são antes condenados no plano ideal que repelidos no plano da ação concreta e direta. Daí uma
confusa combinação de atitudes e verbalizações ideais que nada têm a ver com as disposições
efetivas de atuação social. Tudo se passa como se o “branco” assumisse maior consciência parcial
de sua responsabilidade na degradação do “negro” e do “mulato” como pessoa mas, ao mesmo
tempo, encontrasse sérias dificuldades em vencer-se a si próprio.
O lado curioso dessa ambígua situação de transição aparece na saída espontânea que se
deu a esse drama de consciência. Sem nenhuma espécie de farisaísmo consciente, tende-se a
uma acomodação contraditória. O “preconceito de cor” é condenado sem reservas, como se
constituísse um mal em si mesmo, mais degradante para quem o pratique do que para quem seja
sua vítima. A liberdade de preservar os antigos ajustamentos discriminatórios e preconceituosos,
porém, é tida como intocável, desde que se mantenha o decoro e suas manifestações possam ser
encobertas ou dissimuladas.
Do ponto de vista e em termos de posição sociocultural do “branco”, o que ganha o centro
do palco não é o “preconceito de cor”, mas uma realidade moral reativa, que bem poderia ser
designada como o “preconceito de não ter preconceito”.
(Adaptado de: FLORESTAN, Fernandes. O Negro no Mundo dos Brancos. São Paulo: Difel, 1972,
pp. 23-25)

Considerando-se o contexto, mantêm-se as relações de sentido e a correção gramatical


substituindo-se
(A) verbalizações por “prolixidades” (2o parágrafo)
(B) axiológica por “conceitual” (2o parágrafo)
(C) vencer-se por “derrotar-se” (2o parágrafo)
(D) tende-se por “inclina-se” (3o parágrafo)
(E) ajustamentos por “consensos” (3o parágrafo)
2. CESPE / CEBRASPE - 2021 - TC-DF - Auditor de Controle Externo – Objetiva

No texto, o sentido de “teorizar” (l.33) é equivalente a criar hipóteses.


( ) Certo
( ) Errado
3. FCC - 2018 - SP Parcerias - Analista Técnico
Esportes, negócios
Comecinho dos anos 60, nosso professor de educação física, um homem já encanecido
(por isso, considerado um velho bem velho, na nossa perspectiva de adolescentes), não tinha
dúvida em nos dizer: “Não briguem por causa de futebol. Futebol como esporte não existe mais,
desde que se profissionalizou. Só fazia sentido quando todos eram amadores e jogavam só pelo
prazer do jogo e pelo amor à camisa”. Era uma opinião radical, mas que nos fazia pensar em sua
consistência.
Por certo o professor estava se referindo a experiências de sua meninice e adolescência,
nos anos 30 e 40, quando o futebol ainda era uma espécie de arte pela arte, sem a intromissão
decisiva dos chamados “interesses do mercado”. Às vezes acho que a nostalgia de meu professor
tinha toda a razão de ser: era possível e desejável gostar de um esporte apenas pelas qualidades
intrínsecas desse esporte.
Altos negócios no mundo das atrações de massa supõem muito dinheiro, plena visibilidade
e excesso de celebração. Nada disso falta, hoje, aos esportes de alto rendimento que sejam
também negociáveis, isto é, que constituam matéria de interesse para milhões de consumidores.
Com isso, perde-se aquela dimensão de gratuidade que havia nos esportistas empenhados numa
tarefa em que a competitividade não eliminava o prazer, que por sua vez não se rendia a
poderosos empresários. “O que passou passou. / Jamais acenderás de novo / o lume / do tempo
que passou”- já desabafou o poeta Ferreira Gullar, num momento de versos céticos. O que é uma
pena, diria nosso velho professor de educação física. (Jayme de Souto Albuquerque, inédito)

Considerando-se o contexto, emprega-se em sentido figurado o seguinte segmento:


(A) um homem já encanecido (1o parágrafo).
(B) todos eram amadores (1o parágrafo).
(C) qualidades intrínsecas desse esporte (2o parágrafo).
(D) o lume / do tempo que passou (3o parágrafo).
(E) a competitividade não eliminava o prazer (3o parágrafo).
4. CONSULPLAN - 2018 - SEDUC-PA - Professor Classe I - Português

Alfabeto de emojis
“Paradoxalmente” — escreverá um historiador em 2218 — “foi a disseminação da escrita como
principal forma de comunicação o que criou as condições para a sua própria morte”. O alfabeto
latino, este fantástico conjunto de 26 letras que, combinadas infinitamente, podem nomear
realidades tão distintas quanto “sol”, “cunilingus”, “schadenfreud” e “Argamassa
Cimentcola Quartzolite”, começou sua lenta caminhada em direção ao brejo em setembro de
1982.
Foi ali, não muito depois da derrota do Brasil para a Itália de Paolo Rossi, que o cientista da
computação Scott Fahlman sugeriu a colegas de Carnegie Mellon University, com os quais se
comunicava online, usarem :-) para distinguirem as piadas dos assuntos sérios. Mal sabia o
tal Scott que aquela inocente boca de parêntese era o protótipo da goela que viria a engolir quase
3.000 anos de alfabeto como se fosse uma sopa de letrinhas.
Os emoticons se espalharam pelo mundo com o ICQ, os chats e, principalmente, os celulares,
mas nem todos os seres humanos aderiram imediatamente à moda. [...]
Emoticons foram o início do fim, mas só o início. O coaxar dos sapos no brejo começou a
incomodar mesmo com a chegada dos emojis. Confesso que, de novo, demorei pra entrar na
onda. Desta vez não por burrice, mas por senso do ridículo. Quando que um adulto como eu iria
mandar pra outro adulto um “smile” bicudo soltando um coração pelo canto da boca, como se
fosse uma bola de chiclete? Nunca! “Nunca”, no caso, revelou-se estar a apenas uns cinco anos
de distância da minha indignação.
Hoje eu mando coração pulsante pra contadora que me lembrou dos documentos do IR,
mando John Travolta de roxo pro amigo que me pergunta se está confirmado o jantar na quinta e,
se eu pagasse imposto sobre cada joia que envio daquele mãozão amarelo, não ia ter coração
pulsante capaz de fazer minha contadora resolver a situação.
“Em meados do século 21” — escreverá o historiador de 2218 — “a humanidade abandonou
o alfabeto e passou a se comunicar só por emojis”. A frase, claro, será toda escrita com emojis.
Haverá tantos, tão variados, que será possível citar Shakespeare usando apenas desenhinhos.
(Shakespeare, aliás, dá pra escrever. Imagem de milk-shake + duas chaves (keys) + pera
(pear). Shake + keys + pear).
Teremos voltado ao tempo dos hieróglifos e não me assombra se as condições de vida
regredirem às do antigo Egito, mas ninguém se importará, cada um de nós hipnotizado pela tela
que tantos apregoaram ser uma nova pedra de Roseta, capaz de traduzir o mundo em nossas
mãos, mas que no fim se revelou só um infernal e escravizante pergaminho. :-(
(Antônio Prata. Folha de S. Paulo, 15 de abril de 2018. Adaptado.)

No 1º§, o suposto enunciado a ser escrito por um historiador no futuro tem seu sentido estruturado
a) de modo exclusivamente conotativo.
b) de modo exclusivamente denotativo.
c) com base em um sentido denotativo e conotativo.
d) a partir de uma linguagem em que predomina o exagero.
5. CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade:
Ciências Contábeis

No trecho “A preocupação com o impacto da judicialização nos municípios é justificável” (l. 12 e


13), o adjetivo “justificável” tem o mesmo sentido da expressão passível de justificativa.
( ) Certo
( ) Errado

GABARITO
1.D
2.Certo
3.D
4.C
5. Certo
1.4 Pressupostos e subentendidos
Informações explícitas versus informações implícitas

Inferência

Conclusão ou indução formulada em decorrência de sua ligação com outras já


reconhecidas como verdadeiras.
Inferência é o processo de raciocínio segundo o qual se conclui alguma coisa a partir de
outra já conhecida.

É a captação de informação implícita.

Exemplos:
João ainda não corrigiu as provas.
Inferência: ele deverá corrigir

João sempre chega atrasado para reunião.


Inferência: ele descuida do horário.

Veja:
“O feriado de Páscoa foi menos violento este ano.” Conhecimento da realidade
Inferência 1 – houve campanhas de esclarecimento à brasileira e do contexto
população; sociocultural-econômico
Inferência 2 – o maior policiamento nas ruas evitou a contribui para a formulação
violência; de inferências
Inferência 3 – o governo se empenhou mais na proteção ao
cidadão etc.
Pressuposto
Um pressuposto é uma ideia clara que pode ser presumida, que é possível supor.
É uma informação implícita.
É uma informação prévia, autorizada pelo texto, verdadeira, irrefutável.

É marcado por alguma expressão no enunciado, ou seja, há um marcador de pressuposição.

Exemplos:
• Maria está cansada de ser médica.
• O carro de Pedro parou de dar problema.
• João não está mais namorando.
• Até João foi à festa.
• Até João traiu o chefe.
• O professor continua estudando língua inglesa.

Atenção!
1) Os conteúdos veiculados em pressuposições correspondem, normalmente, a realidades já
conhecidas e admitidas pelo destinatário.
2) Informar o pressuposto é uma forma de explicitar o óbvio, o que está “dentro” do enunciado.

Exemplo:
João parou de bater na mulher.
• Posto: João parou de bater na mulher
• Pressuposto: João batia na mulher.





Nas provas de concurso, pode haver questões com diferentes tipos de cobranças, como
indicado a seguir:

Questões

* Para todos verem: esquema

EM SÍNTESE
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – NÍVEL MÉDIO

1. (FCC - 2020 - AL-AP - Assistente Legislativo - Assistente Administrativo)

Novas formas de vida?


Uma forma radical de mudar as leis da vida é produzir seres completamente inorgânicos. Os
exemplos mais óbvios são programas de computador e vírus de computador que podem sofrer
evolução independente.
O campo da programação genética é hoje um dos mais interessantes no mundo da ciência da
computação. Esta tenta emular os métodos da evolução genética. Muitos programadores sonham
em criar um programa capaz de aprender e evoluir de maneira totalmente independente de seu
criador. Nesse caso, o programador seria um primum mobile, um primeiro motor, mas sua criação
estaria livre para evoluir em direções que nem seu criador nem qualquer outro humano jamais
poderiam ter imaginado.
Um protótipo de tal programa já existe – chama-se vírus de computador. Conforme se espalha
pela internet, o vírus se replica milhões e milhões de vezes, o tempo todo sendo perseguido por
programas de antivírus predatórios e competindo com outros vírus por um lugar no ciberespaço.
Um dia, quando o vírus se replica, um erro ocorre – uma mutação computadorizada. Talvez a
mutação ocorra porque o engenheiro humano programou o vírus para, ocasionalmente, cometer
erros aleatórios de replicação. Talvez a mutação se deva a um erro aleatório. Se, por acidente, o
vírus modificado for melhor para escapar de programas antivírus sem perder sua capacidade de
invadir outros computadores, vai se espalhar pelo ciberespaço. Com o passar do tempo, o
ciberespaço estará cheio de novos vírus que ninguém produziu e que passam por uma evolução
inorgânica.
Essas são criaturas vivas? Depende do que entendemos por “criaturas vivas”. Mas elas
certamente foram criadas a partir de um novo processo evolutivo, completamente independente
das leis e limitações da evolução orgânica.
(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens, Uma breve história da humanidade.Trad. Janaína
Marcoantonio. Porto Alegre: L&PM, 38. ed,, 2018, p. 419-420).

No último parágrafo do texto, sugere-se que


(A) o conceito mesmo de “vida” está entre os poucos fundamentos da ciência que não admite ser
contestado.
(B) o âmbito da biologia e da genética não inclui processos que se possam reconhecer como
propriamente evolutivos.
(C) a ocorrência de uma evolução inorgânica pode condicionar uma nova compreensão do que
seja uma criatura viva.
(D) a evolução orgânica de formas computadorizadas concorre para que os vírus se propaguem
livremente.
(E) a evolução inorgânica está na dependência de que se passe a dominar inteiramente as leis da
genética.
2. (VUNESP - 2018 - Câmara de Campo Limpo Paulista - SP - Controlador Interno)

Em busca do outro
Não é à toa que entendo os que buscam caminho. Como busquei arduamente o meu! E como
hoje busco com sofreguidão e aspereza o meu melhor modo de ser, o meu atalho, já que não
ouso mais falar em caminho. Eu que tinha querido. O Caminho, com letra maiúscula, hoje me
agarro ferozmente à procura de um modo de andar, de um passo certo. Mas o atalho com sombras
refrescantes e reflexo de luz entre as árvores, o atalho onde eu seja finalmente eu, isso não
encontrei. Mas sei de uma coisa: meu caminho não sou eu, é outro, é os outros. Quando eu puder
sentir plenamente o outro estarei salva e pensarei: eis o meu porto de chegada.
(LISPECTOR, Clarice. Aprendendo a viver. Rio de Janeiro, Rocco Digital, 2013, p. 48.)
Da leitura do texto, depreende-se que
(A) o homem não é responsável por suas escolhas.
(B) a liberdade leva ao isolamento do indivíduo.
(C) o destino dos seres humanos é predeterminado.
(D) a busca de si mesmo inclui a busca do outro.
(E) a emoção não deve interferir no exercício da razão.

3. FGV - 2019 - MPE-RJ - Oficial do Ministério Público

“O livro acompanha a humanidade há tempos. Sua história é complexa e envolve inúmeras


mudanças; do livro em rolo ao formato atual, lá se vão 4,5 séculos. Ao longo dessa trajetória,
porém, uma característica perdurou: o livro sempre foi um repositório de conhecimento que
circulava na época – e foi dessa forma que entrou na sala de aula”.

Ao dizer que o livro sempre foi um repositório de conhecimento que circulava na época, a leitura
do texto nos permite concluir que:
(A) há sempre uma necessidade de renovação do livro em razão da contínua evolução dos
conhecimentos;
(B) permanece a procura por um livro didático ideal, já que todos são, por definição, deficientes;
(C) continua a valorização do livro didático antigo e já experimentado por se ter mostrado útil
através dos tempos;
(D) se trata de um material didático que se caracteriza por seu conservadorismo, por veicular
conhecimentos estabelecidos;
(E) traz a marca histórica de ter veiculado conhecimentos através dos tempos e, por isso, deve
preservar seus conteúdos.
GABARITO
1C
2D
3A
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – NÍVEL SUPERIOR

1. FGV - 2019 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público - Administrativa


Max Jacob escreveu certa vez que “O bom gosto de um escritor se conhece pela importância de
suas correções”. Nesse caso, escrever bem corresponde à seguinte definição:
(A) escrever de forma adequada à gramática;
(B) escrever de forma culta e elaborada;
(C) escrever como forma visual de bem pensar;
(D) escrever de forma adequada à situação;
(E) escrever de forma simples e clara.

2. FGV - 2019 - MPE-RJ - Analista do Ministério Público - Administrativa

Texto 1

Um dicionário de cultos afro-brasileiros termina sua apresentação do seguinte modo:

“Nenhum dicionário, seja o mais exaustivo, poderá dar conta de todo um sistema de significação:
em primeiro lugar, porque os sistemas de significação não são estáticos; em segundo lugar,
porque estes, e principalmente os sistemas religiosos, se fazem mais de regras, isto é, de
gramáticas, que de vocabulários; em terceiro lugar, porque nem todos os elementos significativos
dos sistemas simbólicos se encontram cobertos por termos que os denotem e, finalmente, porque
os significados apreendidos pelos dicionários são apenas pontos de referência para se atingir
significados constantemente variáveis com os contextos em que os sistemas de significação
encontram existência concreta”. (Olga Gudolle Cacciatore, Dicionário de cultos afro-brasileiros, p.
11)

“...os significados apreendidos pelos dicionários são apenas pontos de referência para se atingir
significados constantemente variáveis com os contextos em que os sistemas de significação
encontram existência concreta” (texto 1).

Deduz-se desse segmento do texto 1 que:


(A) os dicionários procuram indicar referências que podem auxiliar na apreensão dos diversos
significados nos contextos;
(B) os significados das palavras são abstrações, que nunca encontram existência concreta, em
função da diversidade de contextos;
(C) é a existência concreta dos sistemas de significação que se encontra presente nos melhores
dicionários;
(D) como os significados das palavras estão em permanente mudança, os dicionários só podem
indicar previsões para os futuros significados;
(E) todos os significados das palavras encontram-se presentes nos dicionários elaborados por
equipes competentes de lexicógrafos.
3. CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade:
Ciências Contábeis

Infere-se do segundo período do texto que, imediatamente após o artigo “as”, no trecho “as já
alcançadas” (L.5), está omitido o termo palavras.
Texto para as questões 4 e 5.

Crônicas contemporâneas
O gênero da crônica, entendida como um texto curto de periódico, que se aplica sobre um
acontecimento pessoal, um fato do dia, uma lembrança, um lance narrativo, uma reflexão, tem
movido escritores e leitores desde os primeiros periódicos. No pequeno espaço de uma crônica
pode caber muito, a depender do cronista. Se ele se chamar Rubem Braga, pode caber tudo: esse
mestre maior dotou a crônica de uma altura tal que pôde dedicar-se exclusivamente a ele
ocupando um lugar entre os nossos maiores escritores, de qualquer gênero.
Jovens cronistas de hoje, com colunas nos grandes jornais, vêm demonstrando muita garra,
equilibrando-se entre as miudezas quase inconfessáveis do cotidiano pessoal, às quais se
apegam sem pudor, e a uma espécie de investigação crítica que pretende ver nelas algo de
grandioso. É como se na padaria da esquina pudesse de repente representar-se uma cena de
Hamlet ou de alguma tragédia grega; é como se, no banheiro do apartamento, o espelhinho do
armário pudesse revelar a imagem-síntese dos brasileiros. Talvez esteja nesse difícil equilíbrio um
sinal dos tempos modernos, quando, como numa crônica, impõe-se combinar a condição mais
pessoal de cada um com a responsabilidade de uma consciência coletivista, que a todos nos
convoca. (Diógenes da Cruz, inédito)

4. FCC - 2017 - PC-AP - Delegado de Polícia

Os jovens cronistas de hoje, referidos no segundo parágrafo,


(A) distinguem-se dos cronistas antigos pelo fato de não considerarem os incidentes domésticos
como assunto digno de uma crônica.
(B) devem a Rubem Braga a orientação para se dedicarem exclusivamente ao gênero da crônica,
uma vez que querem tratar de grandes temas universais.
(C) preferem confinar na estreiteza do cotidiano seu espaço de inspiração, em crônicas em que
exercitam uma linguagem de alto teor político.
(D) buscam combinar seu interesse pela realidade pessoal e imediata com o voo mais alto de uma
crônica de maior alcance crítico.
(E) exploram a possibilidade de reduzir os temas mais grandiosos à dimensão risível de um
cotidiano onde eles não possam ter lugar.
5. FCC - 2017 - PC-AP - Delegado de Polícia

Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:


(A) dotou a crônica de uma altura tal (1o parágrafo) // elevou o gênero a um patamar tão alto
(B) pôde dedicar-se exclusivamente (1o parágrafo) // fez tudo por merecer exclusividade
(C) miudezas quase inconfessáveis (2o parágrafo) // peripécias praticamente ocultas
(D) às quais se apegam sem pudor (2o parágrafo) // das quais pouca vergonha assimilam
(E) impõe-se combinar (2o parágrafo) // torna-se compulsório negociar

Gabarito
1A
2A
3 ERRADO
4D
5A
1.5 Tipo textuais

No processo de análise global do texto, é importante sua organização discursiva para


interpretá-lo de forma mais adequada. Assim, é preciso saber o que é uma tipologia textual e o
que é um gênero textual. Em relação à tipologia textual, um texto pode ser narrativo, descritivo,
dissertativo, argumentativo, injuntivo, etc.
Texto narrativo
É “aquele que relata mudanças progressivas de estado que vão ocorrendo com as pessoas
e as coisas através do tempo.” (FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 289). Relata diversos acontecimentos
reais ou fictícios que formam a história que é contada. O texto narrativo tem os episódios e relatos
organizados de forma que fique estabelecida uma relação de anterioridade ou posterioridade entre
os episódios/acontecimentos.

Exemplo:

Mulher é atingida por bala perdida dentro de casa e morre


A vítima foi socorrida ao Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, em São Gonçalo; o tiro atingiu o
tórax, perfurando o pulmão, e a vítima teve falência múltipla dos órgãos
Daniela Amorim
13 DEZ 2020
12h24 atualizado às 12h33
RIO - Uma mulher morreu depois de ser atingida em casa por uma bala perdida na tarde deste sábado,
12, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Eunice Veiga estava na cozinha de sua casa, no
Bairro da Amendoeira, quando foi atingida.
A vítima foi socorrida ao Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, também em São
Gonçalo. Eunice chegou a ser atendida pelos médicos da unidade, mas não resistiu aos ferimentos.
O tiro atingiu o tórax, perfurando o pulmão, e a vítima teve falência múltipla dos órgãos, segundo
informações da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro.
Agentes do 7° Batalhão da Polícia Militar, de São Gonçalo, chegaram a ser acionados para checar
a ocorrência no hospital, porque Eunice deu entrada na unidade ferida por disparo de arma de fogo.
Policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí realizaram uma perícia na casa da
vítima para determinar a origem do disparo.
Segundo a Polícia Civil, as investigações estão em andamento para localizar o autor do tiro.
Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/mulher-e-atingida-por-bala-perdida-dentro-de-casa-
e-morre,d0239fa317f1643ff102fde185c3ee8f2t008isr.html Acesso em: 13 dez. 2020.
* Para todos verem: esquema

Texto descritivo

É aquele texto que apresenta “as características de uma pessoa, de um objeto ou de uma
situação qualquer, inscritos em um certo momento estático do tempo” (FIORIN; SAVIOLI, 2007,
p. 297). Não apresenta, como o texto narrativo, uma mudança de estado de pessoas ou coisas.

Exemplo:
O que é Mediação?
A mediação é um processo voluntário que oferece àqueles que estão vivenciando uma situação
de conflito a oportunidade e o espaço adequados para conseguir buscar uma solução que atenda
a todos os envolvidos.
Na mediação as partes expor seu pensamento e terão uma oportunidade de solucionar questões
importantes de um modo cooperativo e construtivo. O objetivo da mediação é prestar assistência
na obtenção de acordos, que poderá construir um modelo de conduta para futuras relações, num
ambiente colaborativo em que as partes possam dialogar produtivamente sobre seus interesses
e necessidades.
Fonte: http://www.tjrj.jus.br/web/guest/institucional/mediacao/estrutura-administrativa/o-que-e-
mediacao . Acesso: 29 abr. 2020.
* Para todos verem: esquema

Texto dissertativo

É “o tipo de texto que analisa e interpreta dados da realidade por meio de conceitos
abstratos” (FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 298). Ao explorar conceitos abstratos, o texto dissertativo
referencia o mundo real através de “conceitos amplos, de modelos genéricos, muitas vezes
abstraídos do tempo e do espaço” (FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 299). O texto dissertativo é bastante
frequente em discursos da ciência e da filosofia.

Exemplo:
Ócio: coligado à produção

O que dentro da Idade Contemporânea é visto, muitas das vezes, com olhos negativos,
como procrastinação e improdutividade, para filósofos gregos, como Aristóteles, o ócio era
entendido como o estado de um indivíduo livre da necessidade de trabalhar. Para eles, o trabalho
era muitas vezes visto como expressão da miséria humana, e por isso era desprezado pela elite,
deixando o ócio como um dado marcante na vida da elite grega.
“A perfeição do cidadão não qualifica o homem livre, mas só aquele que é isento das tarefas
necessárias das quais se incumbem servos, artesãos e trabalhadores não especializados; estes
últimos não serão cidadãos, se a constituição conceder os cargos públicos à virtude e ao mérito,
pois não se pode praticar a virtude levando-se uma vida de um trabalhador braçal.” Aristóteles.
Desse modo, a atividade dos homens livres era o ócio produtivo, que os permitia refletir
sobre a sociedade e o mundo, além de participarem da vida política, apresentando o ócio como
um trabalho intelectual necessário para a sociedade. Enquanto isso, como havia uma elite livre
para não trabalhar, quem fazia o trabalho braçal eram os escravos, inferiores a qualquer outra
parcela da população dentro da hierarquia.
Atualmente, diante desta visão pejorativa em relação ao tempo ocioso, o que nota-se é que
os indivíduos que se destacam em todos os âmbitos são aqueles que conseguem equacionar de
maneira inteligente a atividade profissional e o lazer, evitando, assim, uma sobrecarga mental.
Fonte: https://academiamedica.com.br/blog/ocio-coligada-da-producao . Acesso em: 28 maio
2020.
Importante saber!

Texto argumentativo
É o tipo de texto que tem como propósito central, com base em uma discussão com
apresentação de argumentos, formar opinião, objetivando que o outro acredite na tese defendida.
É focado na persuasão do leitor sobre o ponto de vista do autor a respeito do assunto tratado e
embasado na defesa de uma tese fundamentada em argumentos.

Exemplo:
O erro da Oxfam
Os controles sobre a conduta ética dos funcionários falharam
EL PAÍS
14 FEV 2018 - 21:00 BRST
Há condutas que sempre são reprováveis, mas são ainda mais quando ocorrem no seio de uma
organização que tem como fundamento de sua existência os valores e princípios éticos. É
totalmente inaceitável que membros da Oxfam contratassem prostitutas e organizassem
orgias em 2011 enquanto estavam em missão humanitária no Haiti depois do terrível terremoto
que assolou a ilha. O fato é especialmente grave quando se leva em conta que o responsável pela
missão já havia tido uma conduta semelhante no Chade em 2006. A repetição indica que, pelo
menos nesse momento, os controles internos sobre a conduta ética do pessoal eram frágeis ou
inexistentes.
A organização expressa agora sua “tristeza, indignação e vergonha”, e é bom que entoe um mea
culpa sincero. E também que em consequência do escândalo tenham apresentado sua demissão
altos dirigentes da entidade. Mas o mais importante é garantir que algo assim nunca mais se
repita. Embora esteja claro que a conduta reprovável é imputável a uma ínfima parte de seus
10.000 trabalhadores, tem consequências devastadoras para todo o setor das ONG. Fatos como
esse não só afetam o prestígio de uma organização humanitária que opera em 90 países, tem
mais de 2.000 programas em curso e conta com milhões de voluntários; também causam um dano
direto irreparável aos milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade que podem beneficiar-
se da solidariedade internacional por intermédio desse tipo de organização.
Temos de aplaudir a determinação da Oxfam de recuperar a confiança dos cidadãos e celebrar
seu anúncio de que aplicará medidas de controle interno rigorosas e eficazes para evitar que fatos
tão graves se repitam. Isso vai requerer um grande esforço e muita transparência. Não há outro
caminho para recuperar a credibilidade de uma organização que, como as demais ONGs, é e
continuará sendo muito necessária.
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/14/opinion/1518635280_270833.html Acesso: 20
fev. 2018.

* Para todos verem: esquema


Texto injuntivo

É o tipo de texto que está focado na explicação para realização de uma ação, como a de
fazer um bolo, administrar um remédio ou instalar um equipamento doméstico. É o texto que
apresenta o método para realizar algo, é, portanto, um texto para instruir.

Exemplos:

Fonte: https://www.lg.com/br/products/documents/MFL59166617_BBTV_SERIES_REV00.pdf
Brigadeiro
INGREDIENTES

• 1 caixa de leite condensado


• 1 colher (sopa) de margarina sem sal
• 7 colheres (sopa) de achocolatado ou 4 colheres (sopa) de chocolate em pó
• chocolate granulado

MODO DE PREPARO
Em uma panela funda, acrescente o leite condensado, a margarina e o chocolate em pó.
Cozinhe em fogo médio e mexa até que o brigadeiro comece a desgrudar da panela.
Deixe esfriar e faça pequenas bolas com a mão passando a massa no chocolate granulado.
Fonte: https://www.tudogostoso.com.br/receita/114-brigadeiro.html. Acesso em: 28 maio 2020.

* Para todos verem: esquema


Texto preditivo

Texto que tem a função de indicar uma previsão, dar uma informação sobre o futuro, de
forma a antecipar os eventos que, segundo o enunciador, deverão ocorrer.
Traços:
verbos de ação;
modos e tempos verbais: futuro do indicativo e imperativo;
exploração do verbo no tempo futuro;
forma de tratamento “você”, dado que o destinatário é o leitor e geral

Exemplo:

Fonte:
https://horoscopo.gshow.globo.com/signos/touro?utm_source=globo.com&utm_medium=widget&
utm_campaign=horoscopo.
Profecia de Nostradamus

Uma nova seita de filósofos,


Que desprezam a morte, o ouro, as honras e as riquezas,
Nascerá nas fronteiras da Alemanha,
E os que a seguirem terão apoio e audiência.
(III, 67)

O primeiro do III* fará pior do que Nero.


Ele será também valente para derramar o sangue humano.
Ele fará construir fornos.
A prosperidade terá fim e esse novo chefe será a causa de grandes escândalos.
*A Alemanha nazista era chamada de 3° Reich.
(IV, 17)

O novo Nero fará jogar nos três fornos os jovens, para queimá-los vivos.
Feliz aquele que estiver longe desses atos.
Três do seu sangue o vigiarão para fazê-lo perecer.
(IX, 53)
Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/profecias-nostradamus/

Texto prescritivo

Texto que tem a função de prescrever algo, de indicar o que deve ser seguido à risca. Indica
uma ação obrigatória, sobre à qual se deve obediência.

Exemplo:
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
Publicado em: 30/10/2019 | Edição: 210 | Seção: 1 | Página: 166
Órgão: Entidades de Fiscalização do Exercício das Profissões Liberais/Conselho Regional
de Educação Física da 11ª Região
PORTARIA Nº 172, DE 21 DE OUTUBRO DO 2019

Dispõe sobre a utilização dos veículos oficiais


de propriedade do Conselho Regional de
Educação Física da 11ª Região - CREF11/MS

O PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 11ª


REGIÃO, no uso de suas atribuições legais e estatutárias;
Considerando a existência da frota de veículos automotivos para fins específicos de
condução dos servidores/condutores, dos membros eleitos do CREF11/MS e para eventos
esporádicos previamente autorizados pelo Presidente do CREF11/MS ou por quem este designar,
Considerando a atribuição estatutária da Diretoria do CREF11/MS de zelar pela
integridade do patrimônio do Conselho;
Considerando o disposto nos incisos V e X, do art. 40 do Estatuto do CREF11/MS;
Considerando a necessidade de se estabelecer um procedimento padronizado a ser
adotado pelos empregados do CREF11/MS em casos de sinistros envolvendo a frota de veículos
deste Conselho, para fins de evitar prejuízos ao patrimônio deste;
Considerando a implantação de sistema de gestão de combustível;
Considerando a deliberação ocorrida na 80ª Reunião Plenária;, resolve:
CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º. Para efeito deste Ato, consideram-se: I - veículos automotores oficiais: os de
propriedade do CREF11/MS utilizados pelos integrantes da equipe de fiscalização e das unidades
administrativas, no desempenho das atividades; II - frota: o conjunto de veículos necessários aos
serviços do CREF11/MS; III - usuário: o integrante ou pessoa, devidamente autorizada, pela
Diretoria que deva utilizar veículo oficial para deslocamento, quando em execução de serviço
público e em razão do seu exercício; IV - condutor: o servidor que tenha por autorização específica
dirigir veículo oficial.
(...)
CAPÍTULO V DA GUARDA DOS VEÍCULOS
Art. 13. Os veículos oficiais serão recolhidos diariamente nas respectivas garagens,
sob pena de responsabilidade. § 1º.Em casos excepcionais e devidamente motivados, a Diretoria
Executiva poderá autorizar, por escrito, a guarda do veículo em outras garagens.§ 3º. O
recolhimento dos veículos de representação far-se-á após a sua liberação pelas autoridades
usuárias.§ 4º. O recolhimento dos veículos de serviço será feito após o atendimento à última
requisição do dia. § 5º. O veículo recolhido à garagem não poderá ser retirado sem ordem da
autoridade usuária ou sem a competente requisição.
Art. 14. É proibida a guarda de veículos oficiais em garagem residencial, ressalvados
os casos em que a garagem oficial ficar situada a grande distância da residência de quem
conduzirá o veículo nas viagens realizadas fora do horário de expediente, cuja autorização deverá
ser previamente concedida pelo chefe imediato ou Diretora Executiva.
CAPÍTULO VI DA UTILIZAÇÃO E CONDUÇÃO
Art. 15. Os veículos oficiais deverão ser utilizados, exclusivamente, em serviço, nos
dias úteis, das sete horas e trinta minutos às dezoito horas. § 1°. É expressamente vedada a
circulação de veículos de serviço em dias não úteis ou fora do horário de expediente, exceto se a
serviço. § 2°. Fora dos horários autorizados, os veículos permanecerão, obrigatoriamente, nas
respectivas garagens ou locais autorizados, sob pena de responsabilidade. § 3°. Em casos
excepcionais, comprovada a necessidade do serviço, o chefe imediato ou a Diretora Executiva
poderá autorizar o uso de veículo fora do horário fixado no caput, cabendo ao usuário e ao
condutor a responsabilidade pelo excesso verificado. § 4°. O uso de veículo de departamento
diverso do condutor, bem como o deslocamento do veículo para fora da comarca deverá ser
precedido de autorização do responsável pelo veículo ou pelo chefe imediato ou pela Diretora
Executiva.
Art. 16. É proibida a utilização de veículos oficiais: I - para transporte a casas de
diversões, supermercados, estabelecimentos comerciais e de ensino, exceto quando em objeto
de serviço; II - em excursões ou passeios; III - no transporte de familiares de usuários; IV - no
oferecimento de "carona", mesmo não havendo desvio de rota; V - nas viagens de caráter pessoal
para deslocamento de usuários; VI - para buscar ou levar usuários em suas residências, em
diligências dentro da região metropolitana, salvo se previamente autorizado pelo Chefe imediato
ou Diretora Executiva.

Fonte: https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-172-de-21-de-outubro-do-2019-224421488

* Para todos verem: esquema


ATENÇÃO!

Fiorin e Savioli (2007) destacam que não existe uma pureza na tipologia textual em uma
produção discursiva, já que um mesmo texto pode apresentar narração, descrição,
dissertação e argumentação:
É bem verdade que, na maioria das vezes, não encontramos um texto em estado puro, já
que o descritivo, o narrativo e o dissertativo podem interpolar-se num único texto.
(FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 289)

Para diferenciar tipo de gênero textual, observe as anotações do quadro a seguir:

Tipo textual Gênero textual


Sequências linguísticas Sequências linguísticas e formais
determinadas pela linguagem. determinadas pela intenção
comunicativa.
Conjunto limitado de categorias Conjunto aberto e praticamente
teóricas marcadas por traços ilimitado de expressões concretas
lexicais, sintáticos, relações determinadas pelo canal, estilo,
lógicas, tempo verbal. conteúdo, composição e função
comunicativa.
Designações teóricas dos tipos: Exemplos: telefonema, sermão, carta
narração, argumentação, comercial, carta pessoal, oficio,
descrição, injunção e memorando, aviso, romance, bilhete,
exposição/dissertação. aula expositiva, reunião de
condomínio, horóscopo, receita
culinária, bula de remédio, lista de
compras, cardápio, instruções de uso,
outdoor, inquérito policial, resenha,
edital de concurso, piada,
conversação espontânea,
conferência, mensagem eletrônica,
bate-papo virtual
Nas provas de concurso, pode haver questões com diferentes tipos de cobranças, como
indicado a seguir:

Questões

* Para todos verem: esquema


1.6. Reconhecimento de gêneros textuais

No estudo dos gêneros textuais, é importante diferenciar gênero de tipo textual.

Veja um exemplo da diferença com a alusão a textos:

* Para todos verem: esquema

Os gêneros textuais são classificados de acordo com:


A) objetivo
B) linguagem
C) conteúdo
Moldam-se em estruturas relativamente estáveis.

* Para todos verem: esquema


Gêneros textuais: esfera jornalística

Piada/anedota
Trata-se de um texto narrativo simples em que geralmente há presença de enredo,
personagens, tempo, espaço.
É um texto popular que vai sendo contado em ambientes informais.
Geralmente não possui um autor.

Exemplo:
“O garoto apanhou da vizinha, e a mãe furiosa foi tomar satisfação: Por que a senhora bateu no
meu filho? Ele foi mal-educado, e me chamou de gorda. E a senhora acha que vai emagrecer
batendo nele?”
Fonte: https://www.todamateria.com.br/genero-textual-anedota/. Acesso em: 25 fev. 2019.

Receita culinária
Texto em que se explica, de forma objetiva e com passo a passo, como é o preparo de
receitas culinárias, como doces, bolos, pães, tortas, biscoitos, pratos salgados (lasanha, pizza,
macarrão ao pesto, etc)

Fonte: https://www.comidaereceitas.com.br/saladas/salada-tropical.html
Editorial

O texto editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente aparece no início das colunas.
Diferente dos outros textos que compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos
opinativos.
Embora sejam textos de caráter subjetivo, eles podem apresentar certa objetividade. Isso
porque são os editoriais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do
jornal, ou seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, entre
outros.

Exemplo:
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/03/telemedicina-ja.shtml. Acesso em: 19 mar.
2020.
Artigo de opinião

É um tipo de texto dissertativo-argumentativo onde o autor tem a finalidade de apresentar


determinado tema e seu ponto de vista.
É um gênero discursivo no qual se busca convencer o outro sobre determinada ideia,
influenciando-o e transformando seus valores por meio da argumentação a favor de uma posição,
e de refutação de possíveis opiniões divergentes.

Exemplo:
Texto constante na prova de língua portuguesa para cargo de Administrativo Financeiro – 2015 –
SERCOMTEL – CONSULPAM
Notícia
Texto informativo sobre um tema atual ou algum acontecimento real, sem indicar a opinião do
redator da notícia sobre o fato relatado.
Busca informar leitores e espectadores sobre temas atuais, buscando a objetividade e a
clareza na comunicação de informações.

Exemplo:
PRF em Minas Gerais apreende mais de 1 tonelada de cocaína
A apreensão ocorreu durante procedimento de fiscalização na altura do quilômetro 637, da
Rodovia Fernão Dias (BR 381)
Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou sua maior apreensão de cocaína deste ano. Mais de 1
tonelada da droga foi encontrada dentro de uma carreta estacionada no pátio de um posto de
combustível, na altura do quilômetro 637, da Rodovia Fernão Dias (BR 381), em Santo Antônio do
Amparo, em Minas Gerais, nessa segunda-feira (16).
A apreensão ocorreu durante procedimento de fiscalização, depois que os policiais rodoviários
desconfiaram de dois veículos com placas de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, que
faziam pernoite no local. Ao fazerem a abordagem dos condutores, os agentes perceberam várias
contradições nas informações repassadas, como o motivo do automóvel estar fazendo a viagem
junto com a carreta.
Ao vistoriarem o carro e a carreta, que transportava luvas para procedimentos cirúrgicos, os
policiais rodoviários localizaram no baú da carreta cerca de 1.120 tabletes de cocaína escondidos
dentro de 34 bolsas de viagem, com peso total de aproximadamente 1.120 kg da droga.
Após a identificação da droga os dois motoristas foram detidos e confessaram estar juntos porque
o automóvel fazia a escolta da carreta com intuito de informar sobre possíveis ações policiais no
decorrer da viagem, que saiu do interior de Santa Catarina e iria para a Itabuna, na Bahia.
A cocaína foi apreendida e os dois motoristas detidos e encaminhados para a Polícia Federal em
Belo Horizonte.
Com informações da Agência Brasil
Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br/justica/1339040/prf-em-minas-gerais-apreende-
mais-de-1-tonelada-de-cocaina . Acesso: 5 abr.2019.
Cartaz publicitário
O objetivo do cartaz é estabelecer uma interação com o receptor da mensagem, é
comunicar algo a alguém, que pode ser simplesmente uma informação acerca de um evento -
nesse caso é utilizada a função informativa.
Objetiva convencer alguém, persuadir o receptor a adquirir um produto, por exemplo. Nesse
caso, é utilizada a função apelativa, muito comum na linguagem publicitária.

Exemplos:

Fonte: http://files.cantinhoevt.webnode.pt/200000115-360e836582/cartaz_loga_p.jpg
Acesso em: 19 mar. 2020.
http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/images/cartazes/Cartaz-VacinacaoG.jpg
Acesso em: 19 mar. 2020.

Crônica
É uma narrativa que explora fatos do cotidiano para, a partir deles, imprimi uma reflexão
crítica, uma sátira ou uma visão irônica. Publicada especialmente em jornais e revistas, é um texto
breve, com linguagem simples e próxima da oralidade.

Exemplos:

Contra a pirataria
Moacyr Scliar
Dupla assalta joalheria e escolhe marcas de relógio para levar. Um dos ladrões abordou
uma vendedora de uma joalheria que inspecionava a vitrine; o assaltante levantou sua blusa,
mostrando uma arma à vendedora. Dentro da loja, outras vendedoras foram rendidas e obrigadas
a recolher relógios das marcas Breitling, Omega e Mont Blanc da vitrine.

Folha Online, 18 de outubro de 2005

Os dois assaltantes, um alto e robusto, outro baixo e magrinho, eram experientes e


organizados. Sabiam exatamente as marcas de relógio que queriam; coisa fina, nada de
despertadores baratos. Examinavam cada relógio que era trazido da vitrine pelas vendedoras,
antes de colocá-los numa valise. Lá pelas tantas surgiu um problema. Olhando um caríssimo
relógio Breitling, o alto e robusto, que aparentemente era o chefe, teve uma súbita suspeição:
- Acho que este aqui é falso.
Mostrou ao colega, que ficou em dúvida: podia ser falso ou não. Na dúvida chamaram a
vendedora-chefe. Que ficou indignada:
- Falso, em nossa relojoaria? A loja mais famosa da cidade? Uma loja que está há 30 anos
no ramo, que tem clientes famosos? Ora, façam-me o favor, amigos. Assalto, sim; ofensa, não.
Levem tudo, mas nos respeitem.
Os assaltantes não se deixaram impressionar pela retórica. Afinal, como disse o baixinho,
a pirataria campeava. Se CDs eram pirateados, por que não relógios, mercadoria mais valiosa e
cobiçada? Queriam provas de que o Breitling era verdadeiro. A vendedora-chefe pediu licença, foi
até o escritório e voltou com um documento escrito em inglês. - O que é isto, perguntou o alto.
- É um certificado de autenticidade. Acompanha o relógio.
Os dois miraram o papel com desconfiança. Não sabiam inglês; além disso, quem lhes
garantia que o certificado de autenticidade era autêntico, e não uma falsificação? Resolveram
convocar o dono da relojoaria para esclarecer a questão.
A vendedora-chefe resistiu o quanto pôde, mas, com um revólver encostado no crânio, não teve
outro jeito: ligou para o dono, que aliás morava ali perto, pediu que viesse para atender "dois
clientes muito importantes". Vinte minutos depois o homem chegava, esbaforido. Apesar da visível
perturbação das vendedoras, não desconfiou de nada, mesmo porque os assaltantes, bem
vestidos, e com as armas agora ocultas, pareciam mesmo clientes, e clientes muito cordiais.
- Eu tenho este relógio Breitling -disse o alto- que estou pretendendo trocar. Queria sua
valiosa opinião: é falso ou verdadeiro?
Para o dono da loja, um veterano no ramo, bastou um olhar: é falso, proclamou. E aí
mostrou o relógio que tinha no pulso:
- Este, sim, é verdadeiro.
Escusado dizer que os assaltantes levaram o Breitling verdadeiro. E o fizeram com absoluta
tranqüilidade. Deve-se confiar na palavra de quem entende do assunto.
Folha de São Paulo (São Paulo) 24/10/2005.
Disponível em: http://www.academia.org.br/artigos/contra-pirataria. Acesso em 28 maio 2020.
Artigo de divulgação científica

Texto de caráter expositivo e argumentativo que reproduz resultados de pesquisas


científicas com o objetivo de “popularizar a ciência”.

Meme

É um gênero textual, na forma de vídeo, imagem, frase, ideia, música e etc, que se espalha
rapidamente na internet, alcançando muita popularidade. Meme é também uma forma de imitação.
Normalmente, explora humor e sátira.

Exemplo:
Charge

É uma ilustração humorística, muitas vezes marcada por caricatura de um ou mais


personagens, feita com o objetivo de satirizar algum acontecimento da atualidade. É texto com
viés crítico.

Fonte: http://clicfolha.com.br/charge/1093/manchas-de-petroleo-no-nordeste-podem-ser-da-
venezuela---cazo-2019

Tira
É um gênero textual apresentado em três ou quatro quadrinhos, normalmente mesclando
linguagem verbal e visual para abordar temas gerais. Normalmente, há recorrência de
personagens nas tiras. O tema pode ter tom humorístico, social ou político, metafísicas, ou até
erótico.

Exemplo:
Gêneros textuais: esfera acadêmica

Gêneros que circulam na esfera acadêmica:


• Entrevista
• Editorial
• Artigo científico
• Resumo
• Resenha
• Ensaio

Resumo

O resumo é um tipo de trabalho científico que apresenta a síntese de um livro, de uma


coleção, de um artigo, de um filme, de uma pesquisa, etc e que exige seleção de ideias e concisão.
O resumo é um texto em que são dispostos e apresentados os pontos essenciais, ideias ou
fatos principais que foram desenvolvidos no decorrer de outro texto – o que é objeto de resumo.

Fonte: www.revistas.usp.br › cpst › article › download. Acesso em: 29 abr. 2020;


Artigo científico
• Resultado de pesquisa científica;
• Publicação em Anais, Acta ou Revista científica;
• Linguagem impessoal;
• Análise e discussão e dados;
• Referencial teórico;
• Partes: resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão e referências.

Exemplo:
Resenha

Comumente solicitada por professores em disciplinas de cursos de graduação e pós-


graduação, a resenha tem sido utilizada como meio de estimular os estudantes à leitura e à
capacidade de entendimento, síntese e crítica.

Fonte:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.ph
p/direitopub/article/view/36567/26696.
Acesso em: 29 abr. 2020.
Verbete
Texto de caráter informativo, registrado pela escrita, para explicar conceito, significado de
termo.

Exemplo:

Fonte: https://www.dicio.com.br/empoderamento/ Acesso em: 29 abr. 2020.

Conto
É narrativa literária breve e concisa, contendo um só conflito, uma única ação (com espaço
ger. limitado a um ambiente), unidade de tempo, e número restrito de personagens.

Exemplo:

Feliz aniversário

A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de Olaria estavam muito bem
vestidos porque a visita significava ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de Olaria
apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um drapeado disfarçando a barriga sem cinta.
O marido não veio por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara sua mulher para
que nem todos os laços fossem cortados — e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar
que não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três filhos: duas meninas já de peito
nascendo, infantilizadas em babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino acovardado
pelo terno novo e pela gravata.Tendo Zilda — a filha com quem a aniversariante morava —
disposto cadeiras unidas ao longo das paredes, como numa festa em que se vai dançar, a nora
de Olaria, depois de cumprimentar com cara fechada aos de casa, aboletou-se numa das cadeiras
e emudeceu, a boca em bico, mantendo sua posição de ultrajada. “Vim para não deixar de vir”,
dissera ela a Zilda, e em seguida sentara-se ofendida. As duas mocinhas de cor-de-rosa e o
menino, amarelos e de cabelo penteado, não sabiam bem que atitude tomar e ficaram de pé ao
lado da mãe, impressionados com seu vestido azul-marinho e com os paetês. (...)
— Oitenta e nove anos, sim senhor! disse José, filho mais velho agora que Jonga tinha
morrido. — Oitenta e nove anos, sim senhora! disse esfregando as mãos em admiração pública e
como sinal imperceptível para todos.
Todos se interromperam atentos e olharam a aniversariante de um modo mais oficial.
Alguns abanaram a cabeça em admiração como a um recorde. Cada ano vencido pela
aniversariante era uma vaga etapa da família toda. Sim senhor! disseram alguns sorrindo
timidamente.
(...)
Enquanto isso, lá em cima, sobre escadas e contingências, estava a aniversariante
sentada à cabeceira da mesa, erecta, definitiva, maior do que ela mesma. Será que hoje não vai
ter jantar, meditava ela. A morte era o seu mistério.
LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1960.

Carta
É um tipo de correspondência que pode ter linguagem variada, de acordo com a relação
entre emissões e receptor.
Assunto é amplo e também variado.
Exemplo:
Discurso

• Exposição metódica sobre algum assunto.


• Deve-se observar se se trata de:
• uma informação; ou
• uma resposta.
• Deve-se observar:
• a quem se dirige (há jornais e revistas para grupos sociais diferentes, por exemplo).

Exemplo:
“Como presidente dos Estados Unidos, eu fiz um apelo ao nosso Congresso para derrubar o
embargo. É um fardo antiquado para o povo cubano. É um fardo para os americanos que querem
trabalhar e fazer negócios ou investir aqui em Cuba. Chegou a hora de derrubar o embargo.
Deixei claro que os Estados Unidos não têm nem a capacidade, nem a intenção de impor
mudanças em Cuba. O que vai mudar vai depender do povo cubano. Não vamos impor nosso
sistema político e econômico em vocês. (...) Mas tendo removido a sombra da história da nossa
relação, devo falar honestamente sobre as coisas em que eu acredito – as coisas em que nós,
americanos, acreditamos. (...) Eu acredito que todo ser humano deve ser igual perante a lei. Que
toda criança merece a dignidade que vem da educação, e cuidados de saúde e comida na mesa
e teto sobre suas cabeças. Acredito que os cidadãos devem ser livres para falar o que pensam
sem medo – para se organizar, e para criticar seu governo, e para protestar pacificamente, e isso
não deve incluir detenções arbitrárias de pessoas que exercem seus direitos. Eu acredito que todo
ser humano deve ter a liberdade de praticar sua fé pacificamente e publicamente. E sim, eu
acredito que os eleitores devem ter o direito de escolher seus governos em votações livres e
democráticas.”
A história dos Estados Unidos e de Cuba abrange revolução e conflito; luta e sacrifício;
retribuição e, agora, reconciliação. É hora, agora, de deixarmos o passado para trás. É hora de
olharmos para o futuro juntos – um futuro de esperança. E não será fácil, e haverá contratempos.
Levará tempo. Mas meu tempo aqui em Cuba renova minha esperança e minha confiança no que
o povo cubano vai fazer. Podemos percorrer esse caminho como amigos, e como vizinhos, e como
uma família – juntos. ‘Si se puede’.

Visita a Cuba (22 de março de 2016) - Barack Obama


Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/veja-8-discursos-historicos-de-obama-e-um-de-
michelle.ghtml. Acesso em: 19 mar. 2020.
Nas provas de concurso, pode haver questões com diferentes tipos de cobranças, como
indicado a seguir:

Questões

* Para todos verem: esquema


QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – NÍVEL MÉDIO

1. FEMPERJ - 2012 - TCE-RJ - Técnico de Controle Externo - Técnico de Notificações

O ÓCIO CRIATIVO – ENTREVISTA DE DOMENICO DE MASI


Roberto Catelli Jr, História em rede

Eu me limito a sustentar, com base em dados estatísticos, que nós, que partimos de uma
sociedade onde uma grande parte da vida das pessoas adultas era dedicada ao trabalho, estamos
caminhando em direção a uma sociedade na qual grande parte do tempo será, e em parte já é,
dedicado a outra coisa. (....) Eu me limito a registrar que estamos caminhando em direção a uma
sociedade fundada não mais no trabalho, mas no tempo vago.
Além disso, sempre com base nas estatísticas, constato que, tanto no tempo em que se
trabalha quanto no tempo vago, nós, seres humanos, fazemos hoje sempre menos coisas com as
mãos e sempre mais coisas com o cérebro, ao contrário do que acontecia até agora, por milhões
de anos.
Mas aqui se dá mais uma passagem: entre as atividades que realizamos com o cérebro,
as mais apreciadas e mais valorizadas no mercado de trabalho são as atividades criativas. Porque
mesmo as atividades intelectuais, como as manuais, quando são repetitivas, podem ser delegadas
às máquinas. Assim sendo, acredito que o foco desta nossa conversa deva ser essa dupla
passagem da espécie humana: da atividade física à intelectual, da atividade repetitiva à criativa.
Essas duas trajetórias contam a passagem de uma sociedade que foi chamada de
“industrial” a uma sociedade nova. Podemos defini-la como quisermos. Eu, por comodidade, a
chamo de “pós-industrial”.
Quer uma imagem física dessa mudança? Nós, nestes milhões de anos, desenvolvemos
um corpo grande e uma cabeça pequena. Nos próximos séculos, provavelmente reduziremos o
corpo ao mínimo e expandiremos o cérebro. Um pouco como já acontece através do rádio, da
televisão, do computador – a extraordinária série de próteses com as quais aumentamos o poder
da nossa cabeça.
O resultado disso tudo não é o dolce far niente. Com frequência, não fazer nada é menos
doce do que um trabalho criativo.

O texto lido deve ser classificado como:


A) narrativo, pois mostra várias etapas sucessivas da evolução humana;
B) descritivo, já que indica características atuais e futuras do ser humano;
C) dissertativo informativo, visto que mostra fatos desconhecidos ao leitor;
D) dissertativo didático, porque ensina aspectos novos da realidade;
E) dissertativo argumentativo, pois há a exposição de uma tese e argumentos.
2. UFGD - 2019 - UFGD - Assistente em Administração

Os gêneros textuais são textos produzidos em uma determinada situação de uso da linguagem e
que se definem por seus conteúdos, estilo, estrutura composicional e, sobretudo, em função dos
objetivos que cumprem na situação comunicativa. Considerando essa afirmação e o texto acima,
assinale a alternativa correta.
a) O texto possui a estrutura, o estilo e a função social do gênero textual resenha acadêmica.
b) O texto possui a estrutura composicional e o estilo de uma peça publicitária.
c) O texto possui a estrutura do gênero sinopse de livro, mas sua função é de resenha crítica.
d) O texto possui a estrutura do gênero resenha jornalística, mas sua função é de propaganda.
e) O texto possui a estrutura do gênero resenha descritiva, mas sua função é de propaganda
institucional.
Leia o texto a seguir para responder as questões 3 e 4.

A indústria do espírito
JORDI SOLER – 23 DEZ 2017 - 21:00

O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais
importante que você e dedique sua vida a isso”.
Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que
nos diz que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser
verdade no caso de um monge tibetano, mas não para quem é o objeto da indústria do espírito, o
atribulado cidadão comum do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de fora, em
outra pessoa, no seu entorno familiar e social, em seu trabalho, em um passatempo, etc. [...]
A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo,
cresceu exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos de
mindfulness e de ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop para o
Ocidente, não precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um
produto prático e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas
toxinas culturais. [...]
Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida
interior, por que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo?, proporia que, mais
exatamente, a burguesia ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais
a ver com a economia do que com o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana. [...]
A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já
têm muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify.
Uma vez instalada no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se
movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.
Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade já
conseguiu instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente
autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore
sano, desviando-o descaradamente para o corpo. [...]
Esse inovador egocentrismo new age encaixa divinamente nessa compulsão
contemporânea de cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo
da história da humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se
envelhecia; os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os
idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos, e deixam a sabedoria
nas mãos do primeiro iluminado que se preste a dar cursos. [...]
Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a
alguém que nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver
cada instante com plena consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal
dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito
que, sem seus milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX, aquela época
dourada do hedonismo suicida, em que o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era
praticada por quatro gatos pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.
(Adaptado de: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/26/opinion/1506452714_976157.html>.
Acesso em 27 mar. 2018)

3. INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário – Enfermagem

Sobre tipologia e gêneros textuais, assinale a alternativa correta.


(A) O texto “A indústria do espírito” apresenta, majoritariamente, a tipologia narrativa, a qual
tipicamente emprega verbos no pretérito, como é possível notar neste excerto: “A indústria do
espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu
exponencialmente nos últimos anos [...]”.
(B) Não há um número definido de tipologias textuais, uma vez que elas surgem e desaparecem
conforme as necessidades sociodiscursivas de determinada comunidade.
(C) O segundo parágrafo do texto “Aindústria do espírito” é composto por períodos simples, típicos
da tipologia injuntiva.
(D) A maneira com que o texto “A indústria do espírito” se inicia, utilizando uma citação, é comum
no gênero textual carta aberta.
(E) O texto “A indústria do espírito” é um exemplar do gênero textual artigo de opinião.

4. INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário – Enfermagem

De acordo com o texto, é correto afirmar que


(A) a fórmula da felicidade proposta por Daniel Dennett vai ao encontro do que propõe a indústria
do espírito no século XXI.
(B) o atribulado cidadão comum do Oriente, assim como um monge tibetano, encontra a felicidade
em si mesmo.
(C) a indústria do espírito tem menos a ver com a felicidade das pessoas do que com a economia
e com o mercado.
(D) o novo narcisismo, decorrente de uma postura intimista, prioriza o espírito em detrimento do
corpo.
(E) a indústria do espírito incentiva a leitura de livros em gratificante solidão.
5. (AOCP - 2015 - TRE-AC - Técnico Judiciário - Área Administrativa)

Em relação ao texto “Votando em quem? ”, assinale a alternativa correta.


(A) Trata-se de uma caricatura, pois a ilustração enfatiza o exagero referente às características
dos personagens, de form a que o humor se constituiu devido à proporção atribuída a esses
exageros. No caso, os traços característicos dos personagens estão fortemente delineados nas
figuras ilustrativas. Os traços que caracterizam a mãe são identificados pelo lenço na cabeça e
pela ação de uma prática doméstica, e o que caracteriza o fíiho é identificado pelo uso do boné.
(B) Trata-se de uma história em quadrinhos em que prevalece a tipologia injuntiva, o que é possível
verificar pelo terceiro quadrinho quando a mãe se posiciona de forma a demonstrar autoridade, o
que pode ser comprovado pela materialidade linguística {formas verbais) e também pela
linguagem não verbal {linguagem corporal da mãe: fisionomia e gesto de apontamento).
Geralmente, o público alvo dessas narrativas em quadrinhos é o público infantil e familiar.
(C) Trata-se do gênero notícia em forma de tirinha, em que prevalece a tipologia dialogai, pois, ao
perguntar à mãe como foi a votação, o filho pretende obter informações sobre uma situação já
existente, mas que não são ainda de seu conhecimento. Ele obtém, portanto, as informações
quando a mãe, no segundo quadrinho, responde a sua indagação.
(D) Trata-se de uma charge em forma de tirinha, pois, pelo diálogo entre mãe e filho, é possível
identificar a crítica realizada pelo filho, de forma humorística, dada à situação do momento
eleitoral. No caso, houve desinteresse por parte da mãe, que aparenta não conhecer plenamente
o candidato em quem votou, mas depois ela terá de arcar com as consequências, o que pode ser
verificado no terceiro quadrinho.
(E) Trata-se de cartum, pois, de forma humorística, retrata uma crítica a um personagem definido
e conhecido, no caso, a mãe. Além disso, a sátira refere-se a uma situação cotidiana, o que
também pode ser evidenciado pelas atividades habituais dessas pessoas. No caso, a mãe, em
sua atividade doméstica, e o filho, por se pressupor que iria jogar videogame.

GABARITO
1E
2D
3E
4C
5D
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES – NÍVEL SUPERIOR

1. CESPE - 2019 - TJ-AM - Assistente Judiciário - Programador


Como o texto elenca fatos ocorridos ao longo da história da justiça brasileira, é correto classificá-
lo como predominantemente narrativo.
( ) Certo
( ) Errado
2. CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Analista de Sistemas
Embora o texto seja predominantemente dissertativo, seu terceiro parágrafo é essencialmente
narrativo.
( ) Certo
( ) Errado
3. CESPE – 2017 - Polícia Civil/GO – Delegado

O texto CB1A1AAA é predominantemente


A) injuntivo.
B) narrativo.
C) dissertativo.
D) exortativo.
E) descritivo.
4. VUNESP - 2019 - TJ-SP - Administrador Judiciário

Procuram-se especialistas em evitar fraudes


A recente onda de escândalos de corrupção levou as empresas brasileiras a investir em uma
área ainda pouco conhecida no mercado: o compliance.
O profissional que atua nesse setor é responsável por receber denúncias, combater fraudes,
realizar investigações internas e garantir que a companhia cumpra leis, acordos e regulamentos
da sua área de atuação. Ele tem o papel importante de auxiliar a empresa a se proteger de
eventuais problemas de corrupção.
“Nos últimos anos, a área de compliance assumiu protagonismo nas empresas. É uma
profissão com salários altos já que as pessoas com experiência ainda são escassas no mercado”,
diz o advogado Thiago Jabor Pinheiro, 35.
“Como não existem cursos de graduação específicos de compliance, o estudante que se
interesse pela área pode direcionar seu curso para questões de auditoria, prevenção de fraude,
direito administrativo e governança corporativa”, diz Pinheiro.
Apesar de sobrarem vagas nesse mercado, conseguir um emprego não é fácil. “É fundamental
que a pessoa seja atenta aos detalhes, entenda como funciona uma organização e tenha fluência
em inglês porque as melhores práticas vêm de fora do país, sobretudo dos EUA e da Inglaterra”,
diz o advogado.
Para Caroline Cadorin, diretora de uma consultoria, os candidatos precisam ter jogo de cintura
para lidar com as mais diversas situações. “Estamos falando de profissionais com forte conduta
ética, honestidade e que buscam a promoção da transparência. Hoje as empresas estão cientes
de seus papéis ativos no combate à corrupção, especialmente aquelas envolvidas em projetos de
órgãos públicos. As companhias que mantêm departamentos de compliance são vistas como mais
transparentes”, diz Cadorin.
(Larissa Teixeira. Folha de S.Paulo, 28.09.2017. Adaptado)
Analisando-se a organização do quinto parágrafo do texto, conclui-se que ele é:
(A) argumentativo-narrativo.
(B) estritamente argumentativo.
(C) descritivo-narrativo.
(D) estritamente descritivo.
(E) descritivo-argumentativo.

GABARITO
1 ERRADO
2 CERTO
3C
4E

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