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AGLOMERANTES

Aglomerantes

Gesso

O gesso (do grego: gypsos) é um mineral aglomerante produzido a partir do aquecimento da gipsita,
um mineral abundante na natureza, e posterior redução a pó da mesma. É composto principalmente
por sulfato de cálcio di-hidratado (CaSO4•2H2O) e pelo hemidrato obtido pela calcinação desse
(CaSO4•0,5H2O). É encontrado em praticamente o mundo todo, e ocorre no Brasil em terrenos cretá-
ceos de formação marinha, principalmente no Maranhão, no Ceará, no Rio Grande do Norte, no Piauí
e em Pernambuco. Sua cor geralmente é branca, mas impurezas podem conferir a ele tons acinzenta-
dos, amarelados, rosados ou marrons.

Ao humedecer o gesso com cerca de um terço de seu peso em água, forma-se uma massa plástica
que sofre expansão e endurece em cerca de dez minutos. Esta é utilizada na confecção de moldes, na
construção, em acabamentos de reboco e tetos de construções, e, modernamente, na produção de
rebaixamentos e divisórias, em conjunto com o papelão. Também é usado em aparelhos ortopédicos,
trabalhos de prótese dentária, confecção de formas e moldes, imobilização, adubo (na forma de gipsita),
retardador ou acelerador de presa no cimento Portland, e isolante térmico, já que seu coeficiente
de condutividade térmica é 0,46 W/m·°C.

O gesso cristaliza no sistema monoclínico, formando cristais de espessuras variadas chamados de se-
lenita. Pode ser encontrado também na forma de agregados granulares chamados alabastro ou em
veios fibrosos com brilho sedoso chamados espato-de-cetim.

Gesso em placas.

Apresenta grande impacto ambiental, pois seu processo de calcinação precisa de altas temperaturas,
requerendo consumo energético, que e retirado da flora local, onde a maioria das empresas não se
propõem em criar um plantio para esse fim devastando a flora, a fauna e a resiliência do lugar. Durante
o processo é liberada grande quantia de água e resíduos da combustão, resíduos estes que não são
utilizados gerando um impacto devido a deposição inadequada do mesmo, no processo de calcinação
são liberados óxidos de enxofre (SOx) que reagem com a água, resultando em gás sulfídrico (H 2S) e
ácido sulfúrico (H2SO4) criando uma possibilidade de chuva ácida.

História

O gesso é conhecido há muito tempo, sendo um dos mais antigos materiais de construção que exigem
transformação no processo de obtenção, assim como a cal e o barro. Escavações na Síria e na Tur-

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quia revelaram que o gesso é utilizado desde há oito mil anos antes da era comum, na forma de rebo-
cos que serviam de apoio a frescos decorativos, no preparo do solo e confecção de recipientes. Esca-
vações em Jericó revelaram uso do gesso em moldagem há seis mil anos. A Pirâmide de Quéops, de
aproximadamente 2800 a.C., preserva um dos mais antigos vestígios do emprego de gesso em cons-
trução.

No século XVIII houve grande generalização no emprego do gesso em construção, de tal forma que a
maior parte das edificações terem sido construídas com painéis de madeira tosca rebocados com
gesso. Entretanto, nesta época a produção do gesso ainda era rudimentar e experimental. Em 1768 La-
voisier apresenta à Academia de Ciências o primeiro estudo científico acerca dos fenômenos presentes
no preparo do gesso.

No século XIX, vários autores realizaram trabalhos explicando cientificamente a desidratação da


gipsita, principalmente os de Jacobus Henricus van't Hoff e os de Henri Louis Le Châtelier. Estes tra-
balhos serviram de base para uma profunda transformação nos equipamentos utilizados no processo.
Apesar disto, apenas no século XX, devido à evolução da indústria, é que as transformações mais
profundas foram introduzidas, resultando nos equipamentos atuais.

Mineralogia

O gesso é uma rocha sulfetada, com a fórmula química CaSO 4]•2H2O. Como mineral cristaliza no sis-
tema monoclínico, com um hábito prismático, em que por vezes, aparecem cristais de hábito tabular.
Ocasionalmente possui maclas em ferro de lança e/ou em cauda de andorinha. A gipsite é um material
granular, por vezes fino, em forma de maciço. Possui cores variáveis como o branco, cinza, verde ou
incolor. As cores devem-se frequentemente à presença de impurezas que lhe estão associadas, como
a calcite, dolomite, pirite, óxidos de Fe, argilas, barite, anidrite e quartzo secundário. O seu brilho pode
ser vítreo, nacarado ou sedoso. É frequentemente translúcido. O gesso possui uma dureza de 2 e uma
densidade que vai do 2,3 a 2,4. Pode possuir clivagens e a sua risca é de cor branca. A sua cor de
florescência é verde. O gesso pode aparecer em diversas variedades, como:

Gipsite: é das variedades mais abundantes de gesso. Facilmente se transforma em anidrite (variedade
desidratada de gesso) se as condições de calor, pressão e presença de água variarem.

Anidrite: forma-se como mineral primário em sabkhas ou em bacias profundas. O termo está muito
associado à gipsite porque a única diferença entre eles é as moléculas de água. A anidrite contém
maior densidade que a gipsite, contudo, possui menor porosidade.

Selenite: é um mineral de gesso macrocristalina, incolor, hialina e euédrica. Encontra-se, muitas vezes,
a preencher fendas em rochas.

Alabastro: o alabastro é uma variedade de gesso que faz lembrar o mármore, maciça, microgranular e
translúcido. As suas cores dependem das impurezas contidas. Ocorre, frequentemente, em zonas de
grandes depósitos de gesso.

Espato: o espato é acetinado, fibroso e possui um brilho sedoso. Este material em forma de agulha
deposita-se em fraturas e ao longo de planos de estratificação.

Cal

A cal, também chamada cal viva, cal virgem ou óxido de cálcio, é a substância de fórmula química CaO.
Em condições ambientes, é um sólido branco e alcalino. É obtida pela decomposição térmica de calcá-
rio.

A cal é utilizada na construção civil para elaboração de argamassas e preparação dos processos
de pintura. Também tem emprego nas indústrias farmacêutica, cerâmica e metalúrgica. Na agricultura,
o óxido de cálcio é usado para produzir hidróxido de cálcio, que tem por finalidade o controle da acidez
do solo.

Obtenção

A cal é produzida a partir do carbonato de cálcio, em fornos industriais, num processo conhecido
como calcinação, que dá origem a cal e gás carbônico1]:

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CaCO3 (s) → CaO (s) + CO2 (g)

No Brasil, a maioria da cal é produzida por calcinação de calcários/dolomitos metamórficos. Há, ainda,
cales provenientes de calcários sedimentares e de concheiros naturais

Utilização

O principal uso da cal virgem é a produção de cal hidratada (hidróxido de cálcio). Para isto, dissolve-se
a cal em água, reação que ocorre em condições ambientes:

CaO (s) + H2O (l) → Ca(OH)2 (aq)

A utilização da cal hidratada é difundida, principalmente em argamassas para alvenaria. Assim como
o cimento, tem características aglomerantes. Enquanto este, no endurecimento, reage com água (rea-
ção de hidratação), o endurecimento da cal ocorre pela absorção do gás carbônico presente no ar.
Essa reação transforma a cal hidratada de volta em carbonato de cálcio.

Cimento Portland

Cimento Portland é um tipo de cimento muito utilizado na construção civil por sua resistência. O nome
Portland foi dado em 1824 pelo químico britânico Joseph Aspdin, em homenagem à ilha britânica de
Portland, no condado de Dorset.

Joseph Aspdin queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino. Per-
cebeu que obtinha uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas
nas construções. A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no mesmo ano,
com o nome de cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de dura-
bilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland.

O cimento Portland pode ser definido como um pó fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes
ou ligantes, que endurece sob a ação de água, sendo caracterizado, portanto, como um aglomerante
hidráulico. Com a adição de água, se torna uma pasta homogênea, capaz de endurecer e conservar
sua estrutura, mesmo em contato novamente com a água. Na forma de concreto, torna-se uma pedra
artificial, que pode ganhar formas e volumes, de acordo com as necessidades de cada obra. Graças a
essas características, o concreto é o segundo material mais consumido pela humanidade, superado
apenas pela água.

Com diferentes adições durante a produção, se transforma em um dos cinco tipos básicos existentes
no mercado brasileiro: cimento portland comum, cimento portland composto, cimento portland de alto
forno, cimento portland pozolânico e cimento portland de alta resistência inicial.

Aplicações

O cimento portland é uma das substâncias mais consumidas pelo homem e isso se deve a caracterís-
ticas que lhe são peculiares, como trabalhabilidade e moldabilidade (estado fresco), e alta durabilidade
e resistência a cargas e ao fogo (estado duro).

Insubstituível em obras civis, o cimento pode ser empregado tanto em peças de mobiliário urbano como
em grandes barragens, em estradas ou edificações, em pontes, tubos de concreto ou telhados. Pode
até ser matéria-prima para a arte.

Características

Endurecimento

O endurecimento do cimento Portland é obtido através da adição da água no cimento, a quantidade de


água (deve ser empregada em relação ao peso de cimento (fator A/C) tem que ser suficiente para
formar uma pasta, após essa mistura seus componentes reagem, formando produtos cristalinos e ou-
tros de aparência gelatinosa, que aderem aos grãos de areia, tornando-se muito duros.

Quando a pasta é conservada úmida, esta reação pode persistir por anos, assim o produto continua
cada vez mais resistente durante um longo período de tempo, esta pasta plástica, começa a perder
esta plasticidade depois de certo tempo.

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Esse cimento endurece mesmo quando debaixo de água, e este fenômeno não depende essencial-
mente do ar. Este processo é complexo, resumidamente o cimento forma uma massa gelatinosa, fina-
mente cristalina, denominada “gel”, que fica continuamente entrelaçando-se e por fim endurece. Quanto
menor for o grão de cimento melhor é, pois a reação se dá de fora para dentro do cimento, e este
processo é muito demorado, logo, quanto menor mais rápida será a hidratação. O cimento, que no caso
é o ligante, resultará mais ou menos diluído, segundo a quantidade de água utilizada. Entretanto,
quanto mais diluído pior a qualidade da pasta e menor sua resistência, pois o excesso cria na pasta de
cimento uma porosidade capilar, tanto maior quanto for o fator A/C, aumentando assim a sua permea-
bilidade e prejudicando a durabilidade do concreto com ela produzida.

Processo de fabricação

A fabricação do cimento Portland baseia-se em três etapas fundamentais:

Mistura e moagem da matéria-prima (calcários, margas e brita de rochas).

Produção do clínquer (forno rotativo a 1400ºC + arrefecimento rápido).

Moagem do clínquer e mistura com gesso.

Em sentido amplo, pode-se resumir o processo de fabricação do cimento Portland nas seguintes fases:

1°) Extração das matérias primas (calcário, argila e gipsita);

2°) Britagem (calcário);

3°) Moagem do cru, matéria prima crua (calcário e argila - farinha de 0,15 mm);

4°) Dosagem (farinha de calcário e argila);

5°) Clinquerização;

6°) Moagem do cimento (clinker + gipsita + outras substâncias);

7°) Armazenamento (Silos).

Agregados

Brita, tipo de agregado graúdo.

Agregados de Construção Civil são materiais com forma e volume aleatórios detentores de dimensões
e propriedades adequadas para a elaboração de concreto e argamassa na construção civil. Têm um
custo relativamente reduzido, sendo este um dos motivos para a sua utilização. Os agregados com
emprego constante na construção civil são a areia e a brita.

A denominação agregada tem substituído o termo inerte, utilizado anteriormente por acreditar-se que
esses materiais não tomavam parte nas reações de pega e endurecimento do cimento. Atualmente,
sabe-se que eles podem influenciar nessas transformações, haja vista que têm propriedades influentes
nesse caso, dentre as quais absorção, densidade e dureza, apesar dessa reatividade seja pratica-
mente nula.

Argamassa: O que é, principais tipos e propriedades

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Argamassa é uma mistura de cimento, agregado miúdo (areias naturais ou de britagem) e água, po-
dendo ainda ser constituídas por polímeros.

As argamassas são utilizadas:

Na união entre blocos cerâmicos ou de concreto, em alvenaria de vedaçãoou estrutural.

Como revestimento (chapisco, emboço ou “massa-grossa”, reboco ou “massa-fina”).

Compondo o substrato para revestimentos (emboço).

No rejuntamento de calçadas em pedras naturais (impermeabilizando e conferindo detalhe arquitetô-


nico).

No rejuntamento de revestimento cerâmico (quando à base de cimento Portland).

Dentre outras aplicações.

Argamassa sendo aplicada para assentamento de piso

É preciso ter cuidado quanto ao uso e desperdício, pois cimento, em obras convencionais, representa
um dos insumos mais representativos da curva ABC do orçamento da obra.

Tipos de argamassa

As argamassas podem ser de assentamento, revestimento, colante ou de rejuntamento.

Argamassa de assentamento

É uma argamassa utilizada para unir os blocos cerâmicos convencionais ou estruturais diversos. Utiliza-
se um cordão de 1 cm abaixo dos blocos e outro verticalmente. A união entre eles se dá por ancoragem
mecânica, ou seja, a argamassa forma “raízes” nos poros do bloco e ali se fixa. Em geral ela é rodada
em uma central ou no pavimento usando betoneira, mas pode ser adquirida pronta.

Um tipo de argamassa pronta é conhecido como estabilizada, onde recebe polímeros que retardam a
hidratação do cimento. Ela deve ser mantida com uma película de água superficial até o dia do uso. As
vantagens são diversas, como a eliminação da ociosidade de mão de obra e desperdícios reduzidos,
dentro da filosofia lean construction.

Outro tipo é comercializado em bisnagas. Ele garante boa união entre blocos quando a finalidade é
apenas de vedação, mas costuma ser aplicado sem a junta vertical (a prumo), o que confere menor
resistência ao conjunto.

Ainda existe a opção de adquirir (inclusive em silos) a mistura para argamassas, com traço pronto.
Dentro do canteiro de obras, ocorre a adição de água e junção por máquina específica.

Independentemente da origem da argamassa de assentamento, o ideal é que o cordão não seja muito
grande. Alguns pedreiros trabalham com juntas muito grossas tentando favorecer alguma produtivi-
dade, mas isso não se reflete em ganho financeiro em termos de material, pois blocos cerâmicos cus-
tam bem menos do que a argamassa.

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Argamassa de revestimento

A argamassa de revestimento possui a função de recobrir, dar rugosidade e corrigir defeitos. Dentro
das argamassas de revestimento existe o chapisco, que é uma argamassa com consistência mole e
aplicada energicamente sobre paredes de alvenaria ou rolado nas faces de pilares, para melhorar a
aderência da alvenaria com a parede erigida depois.

Após a aplicação de chapisco, a argamassa seguinte é o emboço. Ele é mais consistente e dá o formato
da parede, devidamente em plano vertical, com o uso de taliscas, mestras e o preenchimento. Se não
há revestimento cerâmico a aplicar, ainda há a camada de argamassa, aplicada após o emboço, cha-
mada reboco, que corrige as imperfeições. A rugosidade do emboço só é útil para aderir a argamassa
colante e ancorar as peças cerâmicas, se elas forem usadas.

Veja aqui a diferença entre reboco, emboço e chapisco.

Argamassa colante

Argamassa colante é uma argamassa produzida com uma mistura pronta com cimento Portland, agre-
gado muito fino e polímeros que conferem adesividade.

Confira aqui os tipos de argamassa colante.

Há alguns anos, costumava-se assentar com argamassa feita totalmente em obra e submergir as peças
cerâmicas em água, para evitar a perda de água de amassamento. O resultado não era dos melhores.

Atualmente, deve-se produzir a argamassa com pouca água (no geral 20 kg de mistura para cerca de
4 L de água – é importante verificar o que o fabricante informa), aplicar uma camada uniforme (com
sulcos) e proporcional em espessura ao tamanho das peças cerâmicas sobre o substrato. Não se deve
umedecer a cerâmica ao aplicar, colocar água novamente, usar argamassa dormida, aplicar pelotas de
argamassa para economizar. Seguindo as regras, a argamassa colante tem resultado garantido.

Argamassa de rejuntamento

Quando são peças cerâmicas, a argamassa de rejuntamento preenche os vãos entre essas peças. Ela
também pode ser feita com mistura pronta e deve receber pouca água, repetindo o mesmo problema
da argamassa colante. Pode receber pigmentos diversos e dá acabamento.

Nas calçadas de rocha basáltica, a argamassa é produzida de forma convencional. Alguns calceteiros
ainda costumam produzir um pouco de argamassa com mais cimento (ou com pigmentos) para desta-
car com um detalhe a mais as juntas, pois essas são bastante grossas, gerando efeito estético de
afinamento.

Propriedades das argamassas

Como um revestimento, as argamassas devem produzir uma camada com as seguintes características:

Poder absorver deformações por efeito térmico, higroscópico e diferencial entre componentes.

Possuir aderência ao substrato sendo ele rocha, alvenaria, estrutura de concreto armado, etc. Isso vai
depender não só da capacidade de absorver deformações acima citada, como da rugosidade do subs-
trato e dos cuidados ao produzir a argamassa.

Deve haver boa resistência ao impacto e desgaste superficial. Más execuções geram emboços facil-
mente raspáveis com a mão.

Pouca permeabilidade ou nenhuma à água, mas deve permitir a penetração de vapor de água.

Normas técnicas

Consultado o catálogo normativo da Associação Brasileira de Normas Técnicas, tem-se em vigência


as seguintes normas sobre argamassas com cimento:

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NBR 7200:1998 – Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Proce-


dimento.

NBR 14081-1:2012 – Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas. Parte
1: Requisitos.

NBR 13749:2013 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Especificação.

Ainda há uma série de outras normas técnicas que tratam sobre argamassas cimentícias, sendo o foco
dessas normas a verificação de requisitos de desempenho das argamassas no estado endurecido.

Concreto

O concreto ou betão é o material mais utilizado na construção civil, composto por uma mistura
de água, cimento e agregados.

O cimento é o aglomerante do concreto que une os agregados. Estes podem ser agregados miúdos
(areias naturais ou artificiais) ou agregados graúdos (pedras britadas ou seixos). Associando esses
materiais de diferente maneiras pode-se ter:

Pasta, Nata ou Calda: cimento + água;

Argamassa: pasta + agregado miúdo;

Concreto: argamassa + agregado graúdo;

A estas associações podem ser acrescidos aditivos e adições.

Contrariando o que é comumente difundido, a adição de agregados de maiores dimensões para compor
o concreto não tem a finalidade, apenas, de diminuir o custo do seu volume unitário. As razões, além
da redução do custo, são também os ganhos significativos relacionados à sua funcionalidade e vida
útil, uma vez que tais agregados garantem menos retração na cura (podendo ser 10 vezes menor que
a retração apresentada pela pasta de cimento pura), evitando assim fissurações, e garantindo menor
fluência (também podendo chegar a ser 10 vezes menor que a fluência apresentada pela pasta de
cimento pura).

Historicamente, os romanos foram os primeiros a usar uma espécie de concreto para assentar seus
tijolos cerâmicos maciços. Eles utilizavam como cimento pozolana natural e cal. Embora o primeiro uso
é muito antigo, o cimento e concreto ficaram esquecidos por conta da ruralização da Europa e idade
média. O material só veio a ser novamente desenvolvido e pesquisado no século XIX.

O concreto simples possui uma razoável resistência a compressão (esmagamento), entretanto uma
baixa resistência a tração (cerca de 10% do valor da compressão). Como na maioria das estruturas é
comum se encontrar os dois tipos de esforços, o uso do concreto se dá normalmente junto com um
outro material (na maioria das vezes aço carbono)

O tipo de armadura empregada caracteriza o concreto. Usualmente, chama-se de concreto armado,


quando o aço é disposta nos locais apropriados (armadura passiva). Quando o aço colocado na estru-
tura sofre a aplicação de um alongamento (tracionado antes ou depois de concretado), recebe o nome
de concreto protendido.

Além disso existem vários tipos de concretos especiais, como o concreto autoadensável, concreto leve,
concreto pós-reativo, concreto translucido, concreto colorido, concreto com fibras, que são utilizados
de acordo com necessidades especificas de cada projeto.

Resistência

Sua resistência e durabilidade dependem da proporção entre os materiais que o constituem. A mistura
entre os materiais constituintes é chamada de dosagem ou traço.

Na mistura para a composição do concreto, o cimento é o elemento fundamental de ligação (cola) entre
os agregados, essa cola é o elemento mais fraco da composição, portanto é ela que determina a resis-
tência final do concreto.

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A água utilizada contribui para a reação química que transforma o cimento portland em uma pasta aglo-
merante. Se a quantidade de água for muito pequena, a reação não ocorrerá por completo e também
a facilidade de se adaptar às formas ficará prejudicada, porém se a quantidade for superior a ideal, a
resistência diminuirá em função dos poros que ocorrerão quando este excesso evaporar. A porosidade,
por sua vez, tem influência na impermeabilidade e, consequentemente, na durabilidade das estruturas
confeccionadas em concreto. A proporção entre a água e o cimento utilizados na mistura é chamada
de fator água/cimento. As proporções entre areia e brita na mistura tem influência na facilidade de se
adaptar às formas e na resistência.

Constituição

Materiais constituintes do concreto:

Aglomerante — cimento portland;

Agregado Miúdo — areia natural ou artificial (pó de pedra beneficiado), pó de pedra;

Agregado Graúdo — pedra britada ou seixo natural;

Água — pode ter parte ou totalidade substituída por gelo;

Aditivo — plastificante, retardador de pega, aumenta fluidez;

Adições — metacaulim, cinza volante, pozolanas, cal, pó de pedra;

Tecnologias em concreto

Um dos insumos mais utilizados na construção civil, sem dúvida, é o concreto, que deixou de ser a
simples mistura de cimento, água e areia. Hoje em dia ele recebe aditivos e novos traços que lhe
conferem características específicas para alcançar situações distintas.

O controle tecnológico se dá por meio de ensaios baseados nas NBR (Normas Brasileiras) da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas):

• A NBR 12654 (Controle Tecnológico dos Materiais Componentes do Concreto) trata sobre os ensaios
que devem ser efetuados nestes materiais;

• A NBR 12655 (Concreto – preparo, controle e recebimento) estabelece a obrigatoriedade de uma


dosagem experimental para concretos com resistência igual ou superior a 15 Mpa;

Já na obra são observadas duas NBR, que são:

• A NBR 7223 que trata do recebimento do caminhão betoneira na obra, através do teste de consistên-
cia, também conhecido como ensaio de abatimento ou slump test;

• A NBR 6118 que estabelece a retirada de corpos de prova do concreto entregue, para testar o Fck do
concreto.

Uma metodologia que é empregada em obras civis de todos os portes, hoje em dia, é a entrega do
concreto por uma empresa especializada, por meio de caminhões. As conhecidas “concreteiras” que
fornecem o concreto usinado.

Uma vez transportado ele pode ser bombeado por caminhões estacionários para grandes alturas, como
por exemplo, em edificações com diversos pavimentos.

Outro fator agregado à escolha pelo fornecimento por uma empresa de concreto, é que podemos es-
pecificar qual a resistência necessária, que pode ir de 05 Mpa a 40 Mpa.

Não podemos esquecer na praticidade, economia de tempo e controle do desperdício de materiais,


com a adesão a esse tipo de serviço.

Aço

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O aço é uma liga metálica formada essencialmente por ferro e carbono, com percentagens deste último
variando entre 0,008 e 2,11%. Distingue-se do ferro fundido, que também é uma liga de ferro e carbono,
mas com teor de carbono acima de 2,11%. O carbono é um material muito usado nas ligas de ferro,
porém varia com o uso de outros elementos como: magnésio, cromo, vanádio e tungstênio.2] O car-
bono e outros elementos químicos agem com o agente de resistência, prevenindo o deslocamento em
que um átomo de ferro em uma estrutura cristalina passa para outro. A diferença fundamental entre
ambos é que o aço, pela sua ductibilidade, é facilmente deformável por forja, laminação e extrusão,
enquanto que uma peça em ferro fundido é muito frágil.

O aço pode ser classificado da seguinte maneira:

Quantidade de carbono em porcentagem;

Composição química;

Quanto à constituição microestrutura;

Quanto à sua aplicação.

A classificação mais comum é de acordo com a composição química, dentre os sistemas de classifica-
ção química o SAE é o mais utilizado, e adota a notação ABXX, em que AB se refere a elementos de
liga adicionados intencionalmente, e XX ao percentual em peso de carbono multiplicado por cem. 3]

Além dos componentes principais indicados, o aço incorpora outros elementos químicos, alguns preju-
diciais, provenientes da sucata, do mineral ou do combustível empregue no processo de fabricação,
como o enxofre e o fósforo. Outros são adicionados intencionalmente para melhorar algumas caracte-
rísticas do aço para aumentar a sua resistência, ductibilidade, dureza ou outra, ou para facilitar algum
processo de fabrico, como usinabilidade, é o caso de elementos de liga como o níquel, o cromo, o mo-
libdênio e outros.

No aço comum o teor de impurezas (elementos além do ferro e do carbono) estará sempre abaixo dos
2%. Acima dos 2 até 5% de outros elementos já pode ser considerado aço de baixa-liga, acima de 5%
é considerado de alta-liga. O enxofre e o fósforo são elementos prejudicais ao aço pois acabam por
intervir nas suas propriedades físicas, deixando-o quebradiço. Dependendo das exigências cobradas,
o controle sobre as impurezas pode ser menos rigoroso ou então podem pedir o uso de um antissulfu-
rante como o magnésio e outros elementos de liga benéficos. Existe uma classe de aços carbono, co-
nhecida como aços de fácil usinabilidade, que contém teores mínimos de fósforo e enxofre. Estes dois
elementos proporcionam um melhor corte das ferramentas de usinagem, promovendo a quebra do
cavaco e evitando a aderência do mesmo na ferramenta. estes aços são utilizados quando as proprie-
dades de usinabilidade são prioritárias, em relação as propriedades mecânicas e microestruturais, (pe-
ças de baixa responsabilidade).

O aço inoxidável é um aço de alta-liga com teores de cromo e de níquel em altas doses (que ultrapas-
sam 20%). Os aços inoxidáveis podem ser divididos em três categorias principais: aços inoxidáveis
austeníticos, os quais contém elevados teores de cromo e níquel, os aços inoxidáveis martensíticos,
que contém elevado teor de cromo, com baixo teor de níquel e teor de carbono suficiente para se
alcançar durezas médias ou altas no tratamento térmico de têmpera, e os aços inoxidáveis ferríticos,
que contém elevado teor de cromo e baixos teores de níquel e carbono. Este último e o tipo austenítico
não podem ser temperados.

O aço é atualmente a mais importante liga metálica, sendo empregue de forma intensiva em numerosas
aplicações tais como máquinas, ferramentas, em construção, etc. Entretanto, a sua utilização está con-
dicionada a determinadas aplicações devido a vantagens técnicas que oferecem outros materiais como
o alumínio no transporte por sua maior leveza e na construção por sua maior resistência a corrosão,
o cimento (mesmo combinado com o aço) pela sua maior resistência ao fogo e a cerâmica em aplica-
ções que necessitem de elevadas temperaturas.

Ainda assim, atualmente emprega-se o aço devido a sua nítida superioridade frente às demais ligas
considerando-se o seu preço. Já que:

Existem numerosas jazidas de minerais de ferro suficientemente ricas, puras e fáceis de explorar, além
da possibilidade de reciclar a sucata.

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Os procedimentos de fabricação são relativamente simples e económicos, e são chamados de aciaria.


Os aços podem ser fabricados por processo de aciaria eléctrica, onde se utiliza eléctrodos e processo
de aciaria LD, onde se utiliza sopro de oxigénio no metal líquido por meio de uma lança.

Apresentam uma interessante combinação de propriedades mecânicas que podem ser modificados
dentro de uma ampla faixa variando-se os componentes da liga e as suas quantidades, mediante a
aplicação de tratamentos.

A sua plasticidade permite obter peças de formas geométricas complexas com relativa facilidade.

A experiência acumulada na sua utilização permite realizar previsões de seu comportamento, reduzindo
custos de projetos e prazos de colocação no mercado.

Tal é a importância industrial deste material que a sua metalurgia recebe a denominação especial de si-
derurgia, e a sua influência no desenvolvimento humano foi tão importante que uma parte da história
da humanidade foi denominada Idade do Ferro, que se iniciou em 3500 a.C., e que, de certa forma,
ainda perdura.

Madeira

A madeira é um material produzido a partir do tecido formado pelas plantas lenhosas com funções de
sustentação mecânica. Sendo um material naturalmente resistente e relativamente leve, é frequente-
mente utilizado para fins estruturais e de sustentação de construções. É um material orgânico, sólido,
de composição complexa, onde predominam as fibras de celulosee hemicelulose unidas por lenhina.

Caracteriza-se por absorver facilmente água (higroscopia) e por apresentar propriedades físicas dife-
rentes consoante a orientação espacial (ortotropia). As plantas que produzem madeira (árvores)
são perenes e lenhosas, caracterizadas pela presença de caules de grandes dimensões, em geral de-
nominados troncos, que crescem em diâmetro ano após ano. Pela sua disponibilidade e características,
a madeira foi um dos primeiros materiais a ser utilizado pela humanidade, mantendo, apesar do apare-
cimento dos materiais sintéticos, uma imensidade de usos directos e servindo de matéria-prima para
múltiplos outros produtos. É também uma importante fonte de energia, sendo utilizada como lenha para
cozinhar e outros usos domésticos numa parte importante do mundo.

A sua utilização para a produção de polpa está na origem da indústria papeleira e de algumas indús-
trias químicas nas quais é utilizada como fonte de diversos compostos orgânicos. A sua utilização na
indústria de marcenaria para fabricação de móveis é uma das mais expandidas, o mesmo acontecendo
na sua utilização em carpintaria para construção de diversas estruturas, incluindo navios. A madeira é
um dos materiais mais utilizados em arquitectura e engenharia civil.1] A indústria florestal ocupa vastas
áreas da Terra e a exploração de madeira em florestas naturais continua a ser uma das principais cau-
sas de desflorestação e de perda de habitat para múltiplas espécies, ameaçando severamente a biodi-
versidade a nível planetário.

Estrutura e Características da Madeira

As árvores crescem em média cerca de 12 cm por ano, assim a madeira é um produto gerado de forma
lenta, num processo que em geral dura dezenas ou centenas de anos. Sendo a madeira um produto
da fisiologia vegetal, tem uma estrutura complexa, composta a partir da estrutura celular da planta que
lhe deu origem, do que resulta uma diferenciação radial e longitudinal das suas características físicas
e químicas, originando as seguintes partes bem diferenciadas: (1) medula; (2) cerne; (3) borne ou al-
burno; (4) nós. Na planta viva esta estrutura, recoberta exteriormente pelo súber e respectivo riti-
doma (a casca), forma o tronco da árvore.

Assim, um corte transversal num tronco de árvore, permite observar que este é formado por vários
anéis circulares concêntricos, que correspondem ao crescimento da árvore e que organizam a sua
estrutura:4]

Casca: a parte exterior ao câmbio vascular;

Periderme: tecidos originados do câmbio cortical, responsáveis pela protecção do tronco;

Súber (ou felema, cortiça): porção externa da periderme, inclui o ritidoma;

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Câmbio cortical (felogênio);

Feloderme: porção interna da periderme;

Floema (líber): tecidos superficiais do tronco, responsáveis pelo transporte de seiva;

Câmbio vascular: origina o floema e xilema secundários;

Xilema (lenho): é a parte do tronco de onde se extrai a madeira, compreendida entre a casca e a me-
dula, e divide-se em duas zonas;

Alburno (borne): a zona mais clara, localizada mais externamente, que transporta a seiva bruta das
raízes para as folhas;

Cerne (durâmen): a parte mais escura da madeira e que lhe dá mais resistência;

Medula: corresponde ao tecido mole e esponjoso na parte central do tronco, vestígio do meristema
apical do ramo.

Alburno (ou borne)

O alburno, ou borne, é a porção viva do xilema ao longo da qual se processa a circulação de água e
de nutrientes entre a raiz e a os tecidos ativos da planta. Sendo células vivas e com funções essenci-
almente de condução, quase sempre o exame do corte de um tronco revela o alburno como uma zona
de coloração mais clara rodeando a porção interior de cor mais escura (o cerne). Em geral a distinção
da cor é nítida, mas noutras o contraste é ligeiro, de modo que não é sempre fácil dizer onde uma
camada acaba e a outra começa. A cor do borne fresco é sempre clara, às vezes quase branca, embora
seja frequente um tom amarelado ou acastanhado.

O borne é formado por madeira comparativamente nova, compreendendo as células vivas da árvore
em crescimento. Toda a madeira é primeiro formada como borne e só depois evolui para cerne. Na
planta viva, as principais funções do borne são conduzir a água da raiz até às folhas, armazená-la e
devolvê-la de acordo com a estação do ano e as necessidades hídricas da planta.

Quanto mais folhas uma árvore suportar, mais vigoroso é o seu crescimento e maior o volume de borne
necessário. As árvores crescem mais rapidamente em locais arejados e luminosos, livres do ensom-
bramento e da competição de outras árvores, pelo que o seu borne é mais espesso, para um dado
tamanho, do que, na mesma espécie, quando crescem em floresta densa.

As árvores que crescem em clareiras podem atingir um tamanho considerável, por vezes com 30 cm
ou mais de diâmetro, antes que algum cerne se comece a formar. Um exemplo deste tipo de desenvol-
vimento ocorre no segundo-crescimento da nogueira e no crescimento-aberto dos pinheiros.

Pelo contrário, algumas espécies começam a formar cerne muito cedo e têm apenas uma fina camada
de borne vivo, enquanto que noutras a mudança ocorre lentamente. O borne fino é uma característica
de árvores como castanho, robínia, amoreira, laranjeira-dos-osage e sassafrás. Em árvores como
ácer, freixo, nogueira, ulmeiro, faia e pinho, o borne espesso é a regra.

Não há uma relação definida entre os anéis anuais de crescimento e a quantidade de borne. Dentro
das mesmas espécies, a área interseccional do borne é mais ou menos proporcional ao tamanho da
copa da árvore. Em consequência, se os anéis são estreitos, para uma mesma dimensão é necessária
uma maior quantidade de anéis do que quando eles são largos. À medida que as árvores crescem, o
borne tem necessariamente de se tornar mais fino ou aumentar em volume. O borne é mais espesso
na porção superior do tronco da árvore do que perto da base, porque a idade e o diâmetro das secções
superiores são menores.

Quando a árvore é muito jovem está coberta com ramos, cuja inserção por vezes vai até ao chão, mas
à medida que envelhece alguns ou todos irão eventualmente morrer e serão partidos. O crescimento
subsequente da madeira pode esconder completamente as marcas deixadas pela inserção dos ramos,
as quais, contudo permanecerão como nós. Não importa quão suave e limpo um tronco seja no seu
exterior, pois será mais ou menos nodoso perto do seu centro. Daí resulta que o borne de uma árvore
velha, e particularmente de uma árvore de floresta, estará mais livre de nós do que o cerne. Como na

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maior parte dos usos da madeira, os nós, são considerados defeitos que a enfraquecem e interferem
com o seu uso, está menor presença de nós leva a que o borne, por causa da sua posição na árvore,
tenha algumas vantagens sobre o cerne.

Note-se que o cerne de árvores antigas pode permanecer tão são como o borne, atingindo em muitos
casos centenas de anos e nalguns casos milhares de anos.

Cada ramo ou raiz partida, cada ferida profunda no tronco resultante do fogo, da ação dos insetos ou
de madeira caída, resulta em danos no borne que contribuem para o seu declínio, que, uma vez inici-
ado, pode penetrar em todas as partes do tronco. Existem muitos insetos cujas larvas atacam as árvo-
res, escavando túneis que permanecem indefinidamente como fontes de fraqueza.

Se uma árvore crescer toda a sua vida ao ar livre e as condições do solo e local permaneçam imutáveis,
ela fará o crescimento mais rápido na sua juventude, e gradualmente declinará. Os anéis anuais de
crescimento são nos anos iniciais bastante largos, mas tornam-se progressivamente mais estreitos.
Visto que cada anel sucessivo é depositado no exterior da madeira previamente formada, sucede que
a menos que a árvore aumente a sua produção de madeira de ano para ano, os anéis devem neces-
sariamente tornar-se mais finos à medida que o tronco se torna mais largo.

Por outro lado, quando a árvore atinge a maturidade, a copa torna-se mais aberta e a produção anual
de madeira escasseia, reduzindo por isso ainda mais a largura dos anéis anuais de crescimento.

No caso de árvores crescidas em floresta, a taxa de crescimento depende da concorrência com as


outras árvores, na competição pela luz e nutrientes, podendo alternar períodos de crescimento lento
com períodos de crescimento rápido. Algumas árvores, tais como carvalhos, mantêm a mesma largura
dos anéis por centenas de anos. Contudo, como regra geral, à medida que uma árvore se torna maior
em diâmetro, a largura dos anéis anuais decresce.

Pode haver diferenças notórias no grão do cerne e borne cortados duma árvore grande, particularmente
de árvores maduras, cujo crescimento tenha diminuído devido à idade. Nalgumas árvores, a madeira
depositada mais tardiamente na árvore é mais suave, mais clara, mais fraca, e de textura mais uniforme
de que a produzida na fase de juventude. Noutras espécies, o contrário aplica-se.

Num tronco de grandes dimensões, o borne, devido ao tempo de vida em que a árvore cresceu, pode
ser inferior em dureza e força e ser semelhante ao cerne do mesmo tronco.

Cerne

O cerne (palavra que tem a mesma origem etimológica que núcleo), durâmen ou durame é a designa-
ção dada à parte do xilema do tronco que já não participa ativamente na condução de água, assumindo
uma função essencialmente de suporte mecânico da estrutura da planta. A distinção entre cerne e
alburno (a parte vascularmente ativa do xilema) é clara na maior parte das espécies, já que em corte
os troncos apresentam uma porção mais escura de madeira no centro e uma porção mais clara na
parte externa. A primeira corresponde ao cerne e a segunda ao alburno. Contudo, nem sempre esta
diferença é facilmente percebida, pois a mudança de cor pode ser gradual e pouco marcada.

O cerne é constituído por células mortas, formando uma estrutura mais ou menos enrijecida de suporte,
em torno da qual o alburno se vai progressivamente formando. À medida que as células do alburno
decaem e morrem, vão sendo incorporadas no cerne, o qual vai assim crescendo radialmente, acom-
panhado a expansão do xilema.

Embora possa, dadas as suas características higroscópicas, funcionar como um importante reservató-
rio de água para a planta, o cerne é na sua essência uma estrutura de suporte, não sendo vital para a
sobrevivência da árvore. Não são raras as espécies em que é comum o apodrecimento e por vezes a
total destruição do cerne, sem que tal determine a morte, ou mesmo a redução da vitalidade, da planta.

Algumas espécies começam a formar cerne muito cedo e têm apenas uma fina camada de borne vivo,
enquanto que noutras a mudança ocorre lentamente, mantendo um tronco que é essencialmente com-
posto por borne.

Em termos de determinação da qualidade da madeira e dos seus usos, a dimensão e características


do cerne são determinantes, sendo este em geral valorizado pela sua dureza e resistência ao ataque

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por insetos. A madeira de cerne é em geral preferida para usos em que se requeira durabilidade e
resistência mecânica.

Medula

A medula é o vestígio deixado no centro do tronco pela estrutura apical a partir da qual se desenvolveu
o tronco da planta. É em geral uma fina estrutura (de alguns milímetros de diâmetro), quase sempre
mais escura do que o material que a rodeia e sem qualquer importância para a determinação da quali-
dade ou usos da madeira. Forma-se a partir das células que constituíram a zona de crescimento inicial
do rebento que deu origem ao tronco e em torno das quais se formaram as camadas de células que
constituem a madeira. A sua posição marca o centro de crescimento a partir do qual se gerou o en-
grossamento da árvore.

Como seria de esperar, as células que constituíram a medula são progressivamente mais jovens à
medida que se sobe ao longo do tronco. Nas árvores em crescimento, a medula desemboca na estru-
tura meristemática ativa do meristema apical, a partir da qual o crescimento do tronco produz o seu
alongamento em altura.

Nós

Os nós, são porções de ramos incluídos no tronco da planta ou ramo principal. Os ramos originam-se,
em regra, a partir do eixo central do caule de uma planta (a medula) e, enquanto vivos, tal como o
tronco, aumentam em tamanho com a adição anual de camadas lenhosas. A porção incluída é irregu-
larmente cónica, com a ponta na medula. A direção das fibras forma ângulos retos ou oblíquos a grã
do caule, produzindo um cruzamento de grãs.

Durante o desenvolvimento da árvore, a maioria dos ramos, especialmente os mais baixos, morrem,
mas continuam presos à árvore por algum tempo, muitas vezes por anos. As camadas de crescimento
posteriores deixam de ser incluídas no ramo (agora morto), mas são depositados ao redor dele. Assim
os troços de inserção dos ramos mortos dão origem aos nós, que são apenas o conteúdo de um furo
preenchido com material oriundo do troço do ramo incluído, e podem soltar-se facilmente quando a
madeira é serrada ou seca. Para os diferentes fins de uso da madeira, os nós são classificados de
acordo com a forma, tamanho, sanidade e firmeza com que estão presos ao caule.

Os nós afetam a resistência da madeira a rachas e quebras, assim como sua maneabilidade e flexibi-
lidade. Esses defeitos enfraquecem a madeira e afetam diretamente seu valor, principalmente para o
uso em estruturas, onde a resistência é importante.

O enfraquecimento ganha sérias proporções quando a madeira é submetida a tração e compressão. A


extensão da diminuição da força de uma viga depende da sua posição, tamanho, número, direção das
fibras e condição. Os nós da face superior em geral são comprimidos, enquanto os da face inferior são
traccionados. Pequenos nós, no entanto, podem estar localizados na zona neutra da viga e aumentar
sua resistência ao cisalhamento longitudinal.

Os nós em placas ou pranchas são menos prejudiciais quando se estendem através dela em sentido
transversal à sua superfície mais larga. Os nós que aparecem perto das pontas de uma viga não a
enfraquecem. Os nós sadios que ocorrem no quarto central da altura da viga de uma ou outra borda
não são defeitos sérios.

Os nós não influenciam materialmente a rigidez da madeira estrutural. Somente os defeitos de carácter
mais sério afectam o limite de elasticidade das vigas. A rigidez e limite de elasticidade dependem mais
da qualidade da fibra da madeira do que dos defeitos. O efeito dos nós é a redução da diferença entre
a tensão das fibras no limite de elasticidade e o módulo de ruptura da viga. A resistência à quebra é
muito susceptível aos defeitos. Os nós sadios não enfraquecem a madeira quanto à compressão para-
lela ao grão.

Para algumas finalidades, como por exemplo a fabricação de painéis, os nós são considerados bené-
ficos pois adicionam textura visual à madeira, dando-lhe uma aparência mais interessante.

Características da madeira

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Dada a diversidade das espécies que produzem madeira, este material apresenta grande diversidade
de características mecânicas, de densidade, higroscopia, cor, grão, resistência ao apodrecimento e ao
fogo, odor, e múltiplos outros factores diferenciadores. Tal diferenciação determina os usos da madeira,
tornando difícil o estabelecimento de classificações genéricas.

Madeiras duras e madeiras macias

A madeira é usualmente classificada como madeira dura ou madeira macia. A madeira de conífe-
ras (por exemplo: pinho, pinus) é chamada madeira macia, e a madeira de árvores latifoleadas (por
exemplo: carvalho) é chamada madeira dura. Essa classificação é às vezes muito desvantajosa. Isso
porque algumas madeiras duras, como a balsa, são de facto muito mais moles ou macias do que a
maior parte das madeiras macias, e inversamente, também algumas madeiras macias (por exem-
plo: teixo) são muito mais duras do que a maioria das madeiras duras.

Além disso, madeiras de diferentes tipos de árvores têm diferentes cores e graus de densidade. Isso,
aliado ao facto de algumas madeiras terem um crescimento mais longo do que outras, faz com que
madeiras de diferentes espécies tenham qualidade e valor comercial diferenciado. Por exemplo, en-
quanto o mogno, de madeira dura e escura, é excelente para a produção artesanal de móveis finos,
a balsa, clara e pouco densa, é muito usada para fabricação de cofragens e de moldes construtivos de
vários tipos.

Cor

Em espécies que mostram uma diferença distinta entre o cerne e o borne a cor natural do cerne é
geralmente mais escura que o borne, e muito frequentemente o contraste é conspícuo. Este é produzido
por depósitos no cerne de vários materiais resultantes do processo de crescimento, aumentado possi-
velmente pela oxidação e outras mudanças químicas, que normalmente têm pouco ou nenhum efeito
apreciável nas propriedades mecânicas da madeira.

Algumas experiências em espécies resinosas de (pinheiro), contudo, indicando um aumento na resis-


tência mecânica da madeira. Isto é devido à resina que aumenta a resistência quando seca.

O borne saturado de resina é chamado resinoso. As estruturas construídas de pinho resinoso e de


outras madeiras resinosas são muito resistentes ao apodrecimento e ao ataque pelas térmitas; contudo
são muito inflamáveis. Esta última característica leva a que os restos de pinhos velhos de folhas longas
sejam frequentemente cortados em pequenos toros e divididos em pequenas peças que são vendidas
como acendalhas.

Visto que a madeira mais antiga de um anel de crescimento é geralmente mais escura em cor de que
a madeira mais recente, este facto pode ser utilizado na avaliação da densidade, e, portanto, a dureza
e resistência mecânica do material. Este é particularmente o caso com madeiras de coníferas. Nas
madeiras com anéis porosos, os vasos da madeira recente aparecem frequentemente com uma apa-
rência mais escuros do que a madeira mais antiga e densa, ainda que nas secções cruzadas do cerne
o reverso seja comummente verdade. Excepto nesse caso, a cor da madeira não é indicadora da sua
resistência.

A descoloração anormal da madeira denota frequentemente uma condição de degradação das suas
características. As manchas pretas no abeto ocidental são o resultado dos ataques de insetos; faixas
vermelho-acastanhadas tão comuns na nogueira e em certas outras madeiras são maioritariamente o
resultado de danos causados pelos pássaros. A descoloração é meramente uma indicação de danos,
não afetando por si só as propriedades das madeiras. O apodrecimento causado por alguns fungos pro-
duz alterações características nas cores da madeira, coloração que assim se torna sintomática da de-
gradação do material.

Manchas no borne, muito comuns, são devidas a crescimento de fungos, mas não produzem necessa-
riamente um efeito de enfraquecimento da sua estrutura.

Teor em Água

A água encontra-se na madeira viva em três condições, a saber: (1) nas paredes celulares; (2) no con-
teúdo protoplasmático das células; e (3) como água livre nas cavidades e espaços intercelulares.
Sendo constituído por células mortas, no cerne a água ocorre apenas nas primeira e última formas.

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Madeira exaustivamente seca com ar retém de 8 a 16% da água nas paredes celulares e apenas ves-
tígios nas outras formas. Contudo, mesmo as madeiras secas em fornos retêm um pequeno teor de
humidade, mas para quaisquer propósitos que não sejam químicos, podem ser consideradas comple-
tamente secas.

Em geral o conteúdo aquoso da substância da madeira é que lhe confere a maciez e maleabilidade.
Um efeito similar e comummente observado é o efeito amaciador da água no papel ou tecido. Dentro
de certos limites, quanto maior a quantidade de água, maior o seu efeito amaciador.

A secagem produz um aumento significativo na força da madeira, particularmente em espécimes pe-


quenos. Um exemplo extremo é o caso de um bloco de 5 cm de secção em abeto, completamente
seco, que sustenta uma carga permanente quatro vezes maior do que um bloco verde da mesma ma-
deira e do mesmo tamanho suportaria.

Dada a importância do teor em água na determinação das propriedades da madeira, a sua secagem
constitui um aspecto importante da indústria madeireira. A secagem consiste em extrair do interior da
madeira o excesso de água, de forma permitir a utilização do material nas suas diversas aplicações.

A evaporação da água leva a madeira a contrair-se, isto é, a diminuir de volume; a velocidade de se-
cagem deve, portanto, ser adequada aos diferentes tipos de madeira de forma a evitar danos estruturais
causados por variações dimensionais diferenciais, como o aparecimento de fendas ou empenamento.
Em qualquer caso as madeiras ficam sempre sujeitas a dois fenómenos característicos:

Retração – a madeira retrai quando seca, sofrendo contração que pode ser maior ou menos consoante
as dimensões da peça e suas características, muitas vezes acompanhada por empenamento, isto é
torção causada pela variação diferencial das dimensões, em geral determinada pela orientação das
fibras que constituem a madeira;

Entumecimento – a madeira incha quando absorve humidade, aumentando sensivelmente de volume.

Existem dois tipos básicos de secagem, aqui distinguidos quanto à origem e efeitos:

Natural: permite secar a madeira sobrepondo as peças umas sobre as outras de modo a permitir um
arejamento uniforme. Este processo é moroso, exige grandes espaços e imobiliza grandes quantidades
de madeira. A secagem natural permite secar a madeira até uma humidade mínima de 12%. Abaixo
dos 20% de humidade a madeira resiste à putrefacção. Abaixo dos 30% podem começar a surgir os
defeitos de secagem: rachaduras, empenamentos, encruamentos, colapsos, abaulamentos, torções,
encanoamentos.

Artificial: a secagem artificial, feita através de estufas próprias, permite aumentar a velocidade da se-
cagem da madeira ao mesmo tempo que a protege dos fungos e insetos. Exige instalações caras, torna
a madeira menos flexível e escurece o seu tom.

Na secagem artificial podem ser utilizadas diversas técnicas destinadas a acelerar o processo de se-
cagem ou a conferir características específicas ao produto. Entre essas técnicas conta-se a utilização
de vapor a alta pressão, a utilização de permutadores de calor, a retirada de seiva por imersão em água
e o uso de vapor de creosote e de outros produtos para impregnar a madeira.

Estrutura da Madeira

Uma árvore aumenta em diâmetro pela formação, entre a madeira velha e o interior da casca, de novas
camadas de madeira que envolvem todo o caule, os ramos e as raízes. Em condições normais, parti-
cularmente quando existe uma estação de crescimento bem definida, uma nova camada forma-se em
razão pela qual em corte as camadas anuais aparecem como anéis concêntricos, constituindo a base
da dendrocronologia, técnica que permite aferir do número de anos de crescimento da árvore, e das
características desse crescimento, pela observação dos anéis formados.

Cada camada de crescimento é formada por células vegetais de vários tipos, mas na sua maioria é
formada por fibras. Nas coníferas, ou árvores de madeira macia, predominam as células do tipo traque-
ídeos, do que resulta uma madeira mais uniforme em estrutura e aparentemente mais macia, daí o
nome dado a esse tipo de madeiras. Nessas madeiras não estão presentes os poros que são bem
patentes em madeiras ditas duras, como a de carvalho ou faia.

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Cada anel de crescimento é formado por duas partes relativamente bem definidas: a parte voltada para
o centro da árvore é em geral de textura mais aberta e quase sempre mais clara do que a parte externa
do anel. Tal ocorre porque a parte interior formou-se no início da estação de crescimento, quando este
é mais rápido, e é conhecida por madeira temporã ou madeira da primavera; a parte externa é conhe-
cida por madeira do tarde ou madeira de verão, pois forma-se na fase de declínio do crescimento que
em geral corresponde ao Verão.

O ciclo de crescimento da árvore é realizado em dois ciclos Primavera/verão, com anel mais claro e
largo e Outono/Inverno, com anel mais escuro e estreito. O crescimento da árvore é formado no meris-
tema cambial (zona entre a casca interna e o borne) por ação das condições ambientais. Assim, tam-
bém poderão aparecer falsos anéis de crescimento, originados por variações ambientais adversas (ir-
regulares e anormais) para uma dada época.

A Ciência da Madeira

A ciência da madeira abrange disciplinas que vão desde as mais básicas como anatomia, física e quí-
mica da madeira; até as disciplinas ditas tecnológicas como por exemplo secagem da madeira, madeira
tratada, celulose, energia, extrativos químicos, processamento e propriedades mecânicas. No Brasil
essas disciplinas são normalmente oferecidas em cursos de graduação e pós-graduação em engenha-
ria florestal e engenharia industrial madeireira, no qual tem maior foco na madeira.

Materiais cerâmicos e seus usos

Introdução à Cerâmica

Cerâmicas são materiais especiais com muitas aplicações em quase todas as disciplinas da engenha-
ria. Mas sua importância foi muitas vezes subestimada pois muitas pessoas acreditam que a cerâmica
é somente objetos cerâmicos e azulejos. A indústria de cerâmica avançada hoje é uma das que cresce
mais rapidamente em muitas partes do mundo, incluindo EUA, onde o mercado cerâmico avançado é
de mais de 13 bilhões de dólares. A indústria cerâmica começou a se expandir como uma indústria
moderna com a atribuição de novas técnicas e conhecimentos adquiridos na década de 1970. Desde
então, também foi uma das indústrias mais competitivas do mercado.

Materiais cerâmicos

Os materiais cerâmicos são especiais devido às suas propriedades. Eles tipicamente possuem pontos
de fusão elevados, baixos valores de condutividade elétrica e térmica e altas forças de compressão.
Além disso, eles geralmente são duros e quebradiços com uma boa estabilidade química e térmica. Os
materiais cerâmicos podem ser categorizados como cerâmica tradicional e cerâmica avançada. Os
materiais cerâmicos como a argila são classificados como cerâmicas tradicionais e normalmente são
feitos de argila, sílica e feldspato. Como o próprio nome sugere as cerâmicas tradicionais não devem
satisfazer propriedades específicas rígidas após sua produção, de modo que as tecnologias baratas
são utilizadas para a maioria dos processos de produção.

Cerâmica tradicional

Argila de bola, argila da China, feldspato, sílica, dolomita, talco, calcita e nefelina são os materiais
comuns utilizados na maioria dos produtos cerâmicos. Cada matéria-prima contribui com certa propri-
edade, como resistência a seco, plasticidade, encolhimento, etc. ao corpo cerâmico. Portanto, com uma
seleção cuidadosa de materiais, as propriedades desejadas são adquiridas para o resultado final. A
preparação do pó é uma grande consideração na indústria cerâmica. Área de superfície, tamanho e
distribuição de partículas, forma de partículas, densidade, etc., cada um tem seu próprio efeito na pro-
dução. O pó deve estar preparado para atender o tamanho de partícula, a forma das partículas e outros
requisitos exigidos para uma determinada indústria. O fresamento é feito para obter o tamanho de
partícula desejado. Ao contrário da indústria de cerâmica avançada, a pureza do pó cerâmico não é um
problema na cerâmica tradicional.

A indústria de cerâmica tradicional se originou há muito tempo. Mesmo há milhares de anos, era uma
prática bem estabelecida em muitas partes do mundo. Hoje, existem muitas divisões desta indústria.
Cerâmica, louça, sanitários, azulejos, produtos de argila estrutural, refratários, blocos e porcelana elé-
trica são alguns dos produtos da cerâmica tradicional.

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Cerâmica Avançada

As cerâmicas avançadas são tipos especiais de cerâmica utilizados principalmente para aplicações
elétricas, eletrônicas, ópticas e magnéticas. Este setor é diferente da cerâmica tradicional devido ao
fato de que a preparação do pó cerâmico é muito importante. Técnicas de produção avançadas são
empregadas para garantir que os pós de cerâmica produzidos possuem pureza suficiente.

Geralmente as reações químicas são utilizadas para produzir o pó de cerâmica, tais como as reações
de processamento de sol-gel e líquido-gás como do gás NH 3 e SiCl4 líquido para produzir Si3N4 .
Muitos desses métodos são muito caros. Portanto, a preparação do pó é sempre um fator de custo na
indústria de cerâmica avançada.

Aplicações da Cerâmica Avançada

Nas indústrias eletrônica e elétrica, materiais cerâmicos avançados como titânio bário (BaTiO 3), ma-
teriais piezoelétricos e materiais semicondutores são muito utilizados para a produção de capacitores
cerâmicos, sensores de temperatura, osciladores, etc. As cerâmicas utilizadas para este tipo de aplica-
ções são chamadas cerâmicas funcionais.

As propriedades específicas dos materiais cerâmicos avançados são utilizadas para suas aplicações
industriais. A ferroeletricidade é uma propriedade em materiais como titânio de titânio de chumbo, tita-
nato de chumbo, titanato de bário, etc. Os materiais ferroelétricos possuem duas propriedades. Em
uma deve haver uma polarização espontânea e na outra a polarização deve ser capaz de reorientar.
Esta propriedade é utilizada para produzir aplicações como sensores, bombas, sonar, microfones, etc.

Existem várias outras aplicações que são encontradas nas outras áreas também. A cerâmica magné-
tica é outro tipo de material cerâmico avançado que é utilizado para a produção de antenas e indutores.
Biocerâmicas como a alumina com alta densidade e pureza é usado para implantes dentários. Óculos,
produtos químicos e a substituição de quadris e joelhos, etc. são algumas das aplicações de materiais
biocerâmicos.

Embora as cerâmicas tradicionais tenham sido utilizadas em civilizações antigas, a cerâmica avançada
é um campo recentemente desenvolvido. Mas eles têm algumas funções extremamente importantes e
já mostraram um rápido crescimento. Ambos os materiais cerâmicos possuem uma importância signi-
ficativa para a indústria e é de se esperar que o melhor ainda esteja por vir, especialmente no campo
da cerâmica avançada.

Vidro

Em ciência dos materiais o vidro é uma substância sólida e amorfa, que apresenta temperatura de
transição vítrea. No dia a dia o termo se refere a um material cerâmico transparente geralmente obtido
com o resfriamento de uma massa líquida à base de sílica.

Em sua forma pura, o vidro é um óxido metálico transparente, de elevada dureza, essencialmente
inerte e biologicamente inativo, que pode ser fabricado com superfícies muito lisas e impermeáveis.
Estas propriedades desejáveis conduzem a um grande número de aplicações. No entanto, o vidro ge-
ralmente é frágil, quebra-se com facilidade. O vidro comum se obtém por fusão em torno de 1.250
°C de dióxido de silício, (SiO2), carbonato de sódio (Na2CO3) e carbonato de cálcio (CaCO3).

Tinta

Tinta é o nome normalmente dado a uma família de produtos (líquidos, viscosos ou sólidos em pó) que,
após aplicação sob a forma de uma fina camada, a um substrato se converte num filme sólido opaco.
As tintas são usadas para proteger e dar cor a objetos ou superfícies.

A tinta é muito comum e aplica-se a praticamente qualquer tipo de objetos. Usa-se para produzir arte;
na indústria: estruturas metálicas, produção de automóveis, equipamentos, tubulações, produtos ele-
troeletrônicos; como proteção anticorrosiva; na construção civil: em paredes interiores, em superfícies
exteriores, expostas às condições meteorológicas; um grande número de aplicações atuais e futuras,
como frascos utilizados para perfumes e maquiagens.

Componentes

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Pigmentos

Os pigmentos são sólidos granulares que numa tinta contribuem para a cor, tenacidade, textura, ou
simplesmente para reduzir o custo da tinta (Neste caso é denominado de “Carga”). Em alternativa,
algumas tintas possuem apenas corantes ou uma combinação de corante e pigmentos.

Os pigmentos podem ser classificados em naturais ou sintéticos. Os pigmentos naturais incluem vários
tipos de argilas, carbonatos de cálcio, mica, sílicas e talcos. Os pigmentos sintéticos incluem as molé-
culas orgânicas fabricadas pelo homem, argilas calcinadas e sílicas sintéticas.

Os pigmentos opacos, para além da sua função decorativa, também conferem proteção ao substrato,
ao impedirem os efeitos nocivos dos raios ultravioletas. Este tipo de pigmentos incluem o dióxido de
titânio, óxido de ferro, etc.

As cargas são um tipo especial de pigmentos que apenas servem para dar espessura ao filme de tinta,
apoiar a sua estrutura, ou para simplesmente aumentar o volume da tinta. As cargas são sempre cons-
tituídas por materiais inertes baratos, como as terras diatomáceas, talco, cal, argila, etc. As tintas des-
tinadas a pavimentos sujeitos a abrasão podem conter cargas de areia de quartzo.

Alguns dos pigmentos podem ser tóxicos, tais como os pigmentos à base de chumbo ou de estanho,
hoje em dia proibidos.

Resina

A resina, também conhecida por ligante ou veículo, é o componente que vai formar o filme seco. É o
único componente que tem de estar presente.

A resina confere aderência, liga os pigmentos e influencia fortemente propriedades da tinta, como o
brilho, durabilidade exterior, flexibilidade e tenacidade.

As resinas podem ser sintéticas como os acrílicos, vinílicos, poliuretanos, poliésteres, epóxis, melami-
nas ou naturais como os óleos.

As resinas são classificadas de acordo com o mecanismo de cura (erradamente chamado de secagem).
Os quatro mecanismos de cura mais comuns são a evaporação de solvente, reticulação cruzada, poli-
merização e coalescência.

É preciso ter em consideração que secagem e mecanismo de cura são processos distintos. Generica-
mente, a Secagem refere-se à evaporação do solvente ou diluente. A cura refere-se à polimerização
da resina. Dependendo da estrutura química ou composição, uma tinta em particular pode usar um ou
outro processo ou até mesmo ambos.

As tintas que curam por simples evaporação do solvente e contêm uma resina dissolvida num solvente
são chamadas de esmaltes. Devido ao facto de o filme sólido que se forma após evaporação do sol-
vente poder ser novamente dissolvido pelo solvente, os esmaltes não são adequados em aplicações
onde a resistência química da tinta é importante. No entanto possuem uma boa resistência aos raios
ultravioleta.

A tinta de látex é uma dispersão em água de partículas de polímero sub-micrométricas. No contexto


das tintas latéx significa apenas uma dispersão aquosa. A borracha natural (látex) não se encontra
presente na formulação. Estas emulsões são preparadas por polimerização em emulsão. As tintas de
látex curam por um processo chamado de coalescência, onde em primeiro lugar o solvente se evapora
e ao evaporar-se junta e amolece as partículas do ligante, que se fundem em estruturas irreversíveis
que não se voltam a redissolver no seu solvente original (Água).

Tintas que curam por reticulação oxidativa apresentam-se geralmente numa única embalagem que,
uma vez aplicada, a exposição ao oxigénio do ar inicia um processo que reticula e polimeriza o com-
posto presente no ligante. Os esmaltes alquídicos clássicos caem nesta categoria. Tintas de cura oxi-
dativa são catalisadas por secantes metálicos complexos como o naftanato de cobalto.

Tintas que curam por polimerização catalítica apresentam-se geralmente em duas embalagens. Estas
tintas polimerizam por meio de uma reacção química iniciada pela mistura da resina com o endurecedor

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e curam formando uma estrutura plástica dura. Dependendo da composição elas podem necessitar de
em primeiro lugar secar o solvente. Os epóxis e poliuretanos bi componentes caem nesta categoria.

Existem ainda outros filmes de tinta formada pelo arrefecimento do ligante, como é o caso das tintas en-
caústicas ou tintas de cera, as quais são liquidas quando aquecidas e secas e duras após arrefeci-
mento. Em muitos casos este tipo de tintas liquefazem-se quando novamente aquecidas.

Requisitos ambientais recentes, restringem a utilização de compostos orgânicos voláteis (COV) devido
à sua característica prejudicial à saúde humana. Por causa disso outros meios de cura foram sendo
desenvolvidos, particularmente para utilizações industriais. Nas tintas que curam por acção dos raios
ultravioleta, o solvente evapora-se em primeiro lugar e o endurecimento é então iniciado por ação da luz
ultravioleta. No caso das tintas em pó não existe qualquer espécie de solvente e a fluidez e a cura são
produzidos por calor através do aquecimento do substrato após a aplicação eletroestática.

Solvente

O principal objetivo do solvente é ajustar as propriedades de cura e a viscosidade da tinta. É volátil e


não se torna parte do filme seco da tinta. Também controla a reologia e as propriedades da aplicação
e afeta a estabilidades da tinta enquanto está se encontra no estado líquido. A sua função principal é
funcionar como transportador dos componentes não voláteis.

De modo a dispersar os óleos pesados (óleo de linhaça) é necessário usar, nas tintas para o interior
de casas um óleo mais fino. Estas substâncias voláteis transmitem as suas propriedades temporaria-
mente. Assim que o solvente se evapora os restantes componentes ficam fixados na superfície.

O solvente é um componente opcional numa tinta. Existem tintas que não o possuem.

A água é o principal solvente das tintas de base aquosa.

As tintas de base solvente podem ter várias combinações de solventes como diluente, que podem
incluir alifáticos, aromáticos, álcoois, cetonas e éter de petróleo. Estes incluem solventes orgânicos
como aguarrás, ésteres, glicóis, éteres, etc.

Em certas aplicações, resinas sintéticas\ de baixo peso molecular também são usadas como diluen*tes.
Tais solventes são usados quando são desejadas resistência à água, gordura, etc.

Aditivos

Para além das três categorias principais de ingredientes, a tinta pode possuir uma grande variedade
de aditivos, que são usados em pequenas quantidades e providenciam um grande efeito no produto.
Alguns exemplos incluem aditivos para modificar a tensão superficial, melhorar propriedades do fluxo,
melhorar a aparência final, melhorar a estabilidades dos pigmentos, conferir propriedades anticonge-
lantes, antiespuma, controlo da pele, etc. Outro tipo de aditivos incluem catalisadores, espessantes,
estabilizadores, emulsionadores, textura, promotores de aderência, estabilizadores ultravioleta, agen-
tes biocidas, etc. Os aditivos não alteram significativamente as percentagens dos componentes indivi-
duais numa formulação

Verniz

O Vernize, é uma mistura viscosa de substâncias naturais, combinadas com a finalidade de obter-se
uma película protetora de umidade, intempéries ou até mesmo acabamento artístico. Sua matéria prima
é obtida, geralmente de vegetais e a seiva deles, depois acrescentadas outras substâncias para seu
brilho, dureza, secagem, maleabilidade para, posteriormente seu uso e comercialização.

As resinas, então, são diluídas e misturadas a solventes como aguarrás, Thinner, Álcool, Terebentina,
entre outros. Alguns vernizes contêm pigmentos adicionados, para alterar a cor natural e obter o efeito
satisfatório.

Existem vernizes de resinas ou derivados do petróleo, Nitrocelulose, poliuretano (PU), marítimo e poli-
éster, são nomes de tipos de vernizes bastante conhecidos no mercado e usados como esmalte para
unhas, automotivos, moveleiros, para instrumentos musicais e etc. Essa mistura viscosa é aplicada
com um pincel, boneca (técnica), pulverizador ou compressor de ar e pistola.

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Visando as especificações do fabricante do produto e o modo de aplicação, tende a adquirir-se a pelí-


cula de proteção obtida pela evaporação do diluente ou pela reação, por secagem química, com a ação
do catalizador.

Edificação

Edificação é o substantivo feminino que significa o ato de edificar ou construir alguma coisa, como um
edifício.

O conceito de edificação está relacionado com a construção civil, significando as técnicas usadas para
a construção de edifícios, sejam eles direcionados para habitação ou comércio. As técnicas de edifica-
ção mudam conforme o tipo de edifício que está sendo construído.

Alguns sinônimos de edificação podem ser: construção, levantamento, aprimoramento, etc.

No sentido figurado, a edificação pode indicar o aperfeiçoamento moral/religioso ou o desenvolvimento


de sentimentos caridosos.

Edificação Compulsória

Segundo o artigo 182 da Constituição Federal, o Poder Público municipal pode exigir que o proprietário
aproveite o seu terreno de forma adequada, e se isso não acontecer pode implementar o parcelamento
ou edificação compulsórios (obrigatório).

Edificação Civil

A expressão edificação civil indica a construção de infraestruturas para utilização de alguns elementos
da sociedade.

Existem cursos (do SENAI, por exemplo) que preparam pessoas para serem técnicos em edificações.
Um técnico de edificações trabalha na área da construção civil, e tem que estar preparado para con-
trolar vários aspectos da obra, devendo supervisionar vários processos da construção, para que tudo
seja feito de acordo com a legislação em vigor.

Edificação Espiritual

O conceito de edificação espiritual consiste no ato desenvolver ou obter certas características através
da aproximação de Deus. Ser edificado espiritualmente significa interiorizar certas qualidades no espí-
rito. Não é possível ver o espírito de uma pessoa, no entanto, a edificação espiritual pode ser verificada
porque implica uma mudança em relação à atitude e comportamento.

A expressão edificação da igreja significa desenvolver e fortalecer a igreja. Cristãos acreditam que Je-
sus edifica a sua igreja, através dos seus seguidores, que exercem os dons atribuídos por Deus. A
edificação da igreja significa a propagação e consolidação da comunidade cristã.

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