Ferrugem Asiatica
Ferrugem Asiatica
Ferrugem Asiatica
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
i
CONTROLE DE FERRUGEM ASIÁTICA
(Phakopsora pachyrhizi Sidow)
NA CULTURA DA SOJA
elaborada por
PPGA
por
MAURO GIULIANI UGALDE
COMISSÃO EXAMINADORA:
__________________________________
Ricardo Silveiro Balardin, PhD (UFSM)
(Presidente/Orientador)
_________________________________
Antônio Carlos Ferreira da Silva, Dr. (UFSM)
__________________________________
Luis Aquiles Martins Medeiros, Dr. (EAFRS)
i
AGRADECIMENTOS
ii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS........................................................................................ vi
LISTA DE FIGURAS......................................................................................... viii
LISTA DE FOTOS............................................................................................. ix
LISTA DE ANEXOS.......................................................................................... ix
RESUMO........................................................................................................... x
ABSTRACT....................................................................................................... xi
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 1
1.1 Objetivos.................................................................................................. 3
1.1.1 Objetivo geral.................................................................................. 3
1.1.2 Objetivos específicos...................................................................... 3
2 REVISÃO DE LITERATURA……………………………………………………. 4
2.1 Ferrugem Asiática Phakopsora pachyrhizi SIDOW................................. 4
2.1.1 Histórico.......................................................................................... 4
2.1.2 Distribuição geográfica.................................................................... 5
2.1.3 Sintomatologia................................................................................ 5
2.1.4 Morfologia....................................................................................... 6
2.1.5 Epidemiologia.................................................................................. 7
2.1.6 Perdas............................................................................................. 8
2.2 Resistência genética a Phakopsora pachyrhizi....................................... 9
2.3 Controle químico de Phakopsora pachyrhizi........................................... 10
3 Capítulo 1. METODOLOGIA PARA MANUSEIO DE Phakopsora
pachyrhizi Sidow EM AMBIENTE PARCIALMENTE
CONTROLADO..................................................................... 12
Resumo......................................................................................................... 12
Abstract......................................................................................................... 13
3.1 Introdução.................................................................................................... 14
3.2 Material e Métodos...................................................................................... 15
3.2.1 Localização e controle parcial das condições ambientais.............. 15
3.2.2 Local de cultivo e nutrição das plantas de soja.............................. 16
3.3 Inoculação artificial de Phakopsora pachyrhizi........................................ 17
3.3.1 Coleta de urediniosporos................................................................ 17
3.3.2 Purificação dos urediniosporos....................................................... 17
3.3.3 Preparo e calibração da suspensão de urediniosporos.................. 18
iii
3.3.4 Inoculação da suspensão de uredionosporos................................ 19
3.3.4.1 Aerógrafo............................................................................ 19
3.3.5 Horário para inoculação.................................................................. 20
3.3.6 Estádio fenológico de inoculação artificial...................................... 20
3.3.7 Período e condições de incubação................................................. 20
3.3.8 Manifestação dos sintomas............................................................. 21
3.4 Resultados e Discussão.......................................................................... 21
3.5 Conclusões.............................................................................................. 23
3.6 Bibliografia citada.................................................................................... 23
4 Capítulo 2. Susceptibilidade de Cultivares de Soja a Phakopsora
pachyrhizi Sidow.................................................................... 25
Resumo......................................................................................................... 25
Abstract......................................................................................................... 26
4.1 Introdução................................................................................................ 27
4.2 Material e Métodos.................................................................................. 28
4.3 Resultados e Discussão.......................................................................... 29
4.4 Conclusões.............................................................................................. 30
4.5 Bibliografia Citada................................................................................... 32
5 Capítulo 3. Controle preventivo e curativo de ferrugem asiática
Phakopsora pachyrhizi Sidow............................................ 33
Resumo......................................................................................................... 33
Abstract......................................................................................................... 34
5.1 Introdução................................................................................................ 35
5.2 Material e Métodos.................................................................................. 35
5.2.1 Local de cultivo, cultivares empregadas e nutrição das plantas de
soja................................................................................................. 35
5.2.2 Estádio fenológico de inoculação artificial...................................... 36
5.2.3 Equipamento de pulverização......................................................... 36
5.2.4 Tratamentos.................................................................................... 36
5.2.5 Avaliações....................................................................................... 38
5.2.5.1 Controle curativo................................................................. 39
5.2.5.2 Controle preventivo............................................................. 39
5.3 Resultados e Discussão.......................................................................... 39
5.3.1 Controle curativo........................................................................... 44
5.3.2 Controle preventivo....................................................................... 49
5.4 Conclusões.............................................................................................. 54
iv
5.5 Bibliografia citada.................................................................................... 54
6 Capítulo 4. Avaliação de volumes de calda e cobertura foliar de
fungicidas com e sem adição de adjuvantes,
pulverizados em plantas de soja no controle de
ferrugem asiática Phakopsora pachyrhizi Sidow em casa
de vegetação no município de Itaára, RS............................ 55
Resumo......................................................................................................... 55
Abstract......................................................................................................... 56
6.1 Introdução................................................................................................ 57
6.2 Material e Métodos.................................................................................. 58
6.2.1 Local de cultivo, cultivar empregada e nutrição das plantas de
soja............................................................................................... 58
6.2.2 Estádio fenológico de inoculação artificial..................................... 58
6.2.3 Tratamentos.................................................................................. 58
6.2.4 Avaliações..................................................................................... 59
6.3 Resultados e Discussão.......................................................................... 59
6.3.1 Cobertura foliar............................................................................. 59
2
6.3.2 Número de gotas por cm de área foliar....................................... 60
6.3.3 Volume de calda........................................................................... 61
6.3.4 Adjuvantes..................................................................................... 61
7 CONCLUSÕES.............................................................................................. 62
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 64
ANEXOS........................................................................................................... 66
v
LISTA DE TABELAS
vi
Tabela 7 - Datas de aplicação de Pyraclostrobina, inoculação artificial,
primeiro sintoma e período de incubação de Phakopsora
pachyrhizi, período residual efetivo de Epoxiconazol em controle
curativo, em casa de vegetação, Santa Maria, 2005...................... 47
vii
LISTA DE FIGURAS
vii
i
LISTA DE FOTOS
Capítulo 1
Foto 1. Sistema de refrigeração presente na casa de vegetação...................... 16
Foto 2. Plantas de soja conduzidas em vasos plásticos.................................... 16
Fotos 3 e 4. Coleta de urediniosporos de Phakopsora pachyrhizi..................... 17
Foto 5. Etapas do preparo da suspensão de urediniosporos de Phakopsora
pachyrhizi............................................................................................... 18
Foto 6. Tubo germinativo formado após 2 horas de contato com água............. 19
Foto 7. Microcanhão pulverizador propelido a CO2 utilizado para as
inoculações............................................................................................ 20
Foto 8. Inoculação das folhas de soja............................................................... 20
Fotos 9 e 10. Sintomas observados de lesão RB e TAN respectivamente....... 21
LISTA DE ANEXOS
ix
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
x
ABSTRACT
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
The Asian Soybean Rust (Phakopsora pachyrhizi Sidow), was recently found
in Brazil. The disease has caused serious yield reduction. The lack of knowledge
about many aspects of this disease, experiments were run out in order to get control
strategies. The initial research goal included the lab and greenhouse work with
Phakopsora pachyrhizi, under controlled conditions. In addition, it was evaluated the
reaction of soybean cultivars to Phakopsora pachyrhizi, the efficacy of chemical
control under preventative and curative applications of Pyraclostrobina and
Epoxiconazol, and the effect of canopy coverage, gallonage (L/ha) and the utilization
of adjuvants on fungicides efficacy. It was observed partial resistance of soybean
cultivars. Also, an increase of susceptibility as reproductive phase get closed was
evaluated. Preventative and curative effect was determined at 42 and 36 days,
respectively. The number of droplets and gallonage influenced de efficiency of
Pyraclostrobina + Epoxiconazol. The addition of adjuvant did not result on fungicide
efficiency increase.
xi
1 INTRODUÇÃO
1
direto, por exemplo, considerado um marco histórico na agricultura brasileira, teve
papel definitivo na sustentabilidade da cultura da soja, porém exigiu mudanças
fundamentais, sobre tudo no entendimento da dinâmica de populações dos agentes
fitossanitários incluídos na cadeia biológica e decisivo para o processo produtivo do
grão.
A sanidade das lavouras de soja vem sendo objeto de inúmeros estudos no
mundo. A incidência de doenças tem provocado percentuais elevados de dano. Em
nível mundial existem mais de uma centena de doenças (fúngicas, bacterianas e
viróticas) que ocorrem na cultura da soja, capazes de gerar danos econômicos
expressivos (Sinclair et al., 1989). Mais recentemente, as doenças da soja têm
causado elevados comprometimentos econômicos na região Sul do Brasil, uma vez
que apenas 44% da área cultivada é efetivamente tratada visando o controle de
doenças foliares, significando perdas de pelo menos 18 milhões de sacas anuais de
soja (Balardin, 2002).
Dentro do complexo de doenças que atacam as lavouras comerciais de soja
no Brasil, sejam elas doenças foliares, radiculares, fúngicas, viróticas ou
bacterianas, o maior potencial destrutivo vem sendo atribuído à ferrugem asiática
(Phakopsora pachyrhizi). A ferrugem asiática é uma doença fúngica, relatada pela
primeira vez no Japão em 1902, apresentando de 10 a 90 % de perdas na Índia e
Austrália, 10 a 50 % de perdas na China, 20 a 90 % de perdas em Taiwan e 40 % no
Japão (Hartman et al.,1999).
A ocorrência da doença no Paraguai (município de Pirapó, região de Itapuã)
foi relatada em 2001, causando decréscimo de rendimento, da ordem de 50%
(Yorinori, 2002). No Brasil, a ferrugem asiática vem ocorrendo em todas as safras e
na maioria das regiões produtoras mostrando-se danosa. Maiores epidemias foram
relatadas no estado da Bahia, Chapada Diamantina, Primavera do Leste, atribuída
ao plantio fora de época, uso de cultivares extremamente suscetíveis e
posicionamento tardio de controle químico (estádio fenológico R5), resultando em
perdas de até 50 % na maioria das cultivares (Juliatti et al., 2004).
2
1.1 OBJETIVOS
3
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1.1 HISTÓRICO
4
menos agressiva, raramente causando perdas significativas, ocorrendo no Brasil nas
regiões do Cerrado e na Região Sul (Yorinori, 2004 apud Soares et al., 2004).
2.1.3 SINTOMATOLOGIA
5
vegetal pela formação de haustórios e apresenta seletividade ao hospedeiro (Putzke
& Putzke, 1998).
Os sintomas da ferrugem podem ser observados desde os estádios
vegetativos da soja, embora sejam mais freqüentemente encontrados entre o
período inicial do florescimento até o final do período de enchimento de grãos. As
lesões mostram-se inicialmente verde-acinzentadas, progredindo para marrom
escuro e marrom avermelhado. Na face inferior dos folíolos formam-se pústulas
globosas, inicialmente de tamanho diminuto. As lesões podem ser classificadas
como TAN (caracterizada pela formação de pústulas sem a formação de necroses
foliares ao redor desta estrutura) e RB (reddish brown, com aparecimento visível das
necroses). Ainda, lesões do tipo RB apresentam necroses de formato angular,
delimitadas nervuras.
A manifestação mais comum da doença é observada como áreas foliares
cloróticas. Os sintomas podem ser agrupados em lesões de coloração bronzeada
com cerca de 0,4 mm2, com duas a cinco urédias e esporulação abundante, e lesões
pardo-avermelhada (PA) com cerca de 0,4 mm2, com zero, uma ou duas urédias e
esporulação esparsa (Bromfield et al., 1980). O maior número destas pústulas é
observado na face inferior ou abaxial da folha do que na face superior ou adaxial
(Reis et al., 2004). Com o passar dos dias, a esporulação das urédias prossegue e o
tecido foliar ao redor delas, poderá adquirir coloração castanha clara (lesão TAN) ou
coloração castanho avermelhado, (lesão RB). As lesões podem ser facilmente
confundidas com lesões de pústula bacteriana, durante os estádios iniciais de
desenvolvimento, ou com lesões de mancha parda durante a fase reprodutiva
(Yorinori 2004).
2.1.4 MORFOLOGIA
6
variados de urédias em cada lesão, aumentando progressivamente durante várias
semanas após a inoculação.
No interior das urédias estão depositados os uredionosporos, que são
formas de sobrevivência da ferrugem asiática. Os uredionosporos caracterizam-se
por serem globosos, subglobosos, ovais ou elipsoidais, aspecto hialino de brilho
amarronzado, tamanho variável, geralmente de 13 a 28 µm, dependendo do
hospedeiro e de condições ambientais (Sinclair et al., 1989). São libertados pelas
urédias, através do poro central nove dias após a inoculação. Em condições ideais
de molhamento foliar e temperatura, os urediniosporos emitem um tubo germinativo
dotado em sua extremidade de um apressório, também chamado “grampo de
infecção”, necessário para que a hifa de penetração consiga romper a epiderme e
invadir o hospedeiro.
De acordo com REIS & BRESOLIN (2004), desenvolve-se um tubo hifálico da
superfície do apressório quando em contato com o hospedeiro, penetrando
diretamente pela cutícula e não pelos estômatos, como as demais ferrugens.
Haustórios formam-se no interior das células do tecido palissádico, mesófilo
esponjoso, parênquima vascular e epiderme foliar. Hifas compactas desenvolvem-se
entre as epidermes inferiores e superiores.
2.1.5 EPIDEMIOLOGIA
7
foliar, essencial à penetração e germinação dos uredionosporos na planta (Sinclair
et al., 1989).
Temperaturas ambientais consideradas ótimas ao processo de patogênese da
Phakopsora pachyrhizi, segundo SINCLAIR et al., 1989, oscilam entre 20 a 25º C,
pois a penetração dos urediniosporos inoculados ocorre em menor tempo nesta faixa
térmica, em torno de 6 horas. Aos 5 dias após a inoculação, manifestam-se os
sintomas de clorose das folhas. Após 7 a 9 dias da inoculação, ocorre o
aparecimento das primeiras urédias, 9 a 10 dias inicia a liberação dos urediniosporos
de dentro das urédias, através do poro central, sendo que este evento poderá
perdurar durante um período de 3 semanas. Novas urédias poderão surgir dentro
das lesões até 7 semanas após o surgimento dos primeiros sintomas. Extremos de
temperatura ambiente, inferiores a 15º C e superiores 30º C, além do excesso de
chuvas, poderão inibir ou retardar o desenvolvimento da ferrugem asiática. Com
relação ao estádio fenológico do hospedeiro (soja), no Brasil, a maioria das
cultivares disponíveis ao plantio, tem se mostrado suscetíveis a Phakopsora
pachyrhizi, mesmo no estádio vegetativo, embora infecções logo após o início da
floração, causem maiores danos (Bromfield, 1984). HARTMAN, WANG & TCHANZ
(1991) relataram que a severidade da ferrugem asiática aumenta durante estádio
fenológico de enchimento das vagens.
Por se tratar de uma doença do grupo cinco conforme classificação proposta
por McNEW (1960), a ferrugem asiática promove uma redução na atividade
fotossintética devido à destruição do tecido foliar, seguido de desfolha precoce da
planta de soja. Tais eventos causam perdas significativas no rendimento devido ao
enchimento de grãos deficiente (Juliatti et al., 2004).
2.1.6 PERDAS
8
No mundo, são relatadas perdas em diversos países produtores, que
segundo HARTMAN et al. (1999), perfazem 10 a 90 % na Índia e Austrália, 10 a 50
% na China, 20 a 90 % em Taiwan e 40 % no Japão. Salienta-se ainda que, os
maiores danos são observados quando a ferrugem asiática atinge grandes
percentuais de severidade, capazes de promover a desfolha prematura das plantas
de soja e provocar o aborto e queda das vagens (Yorinori et al., 2003). O mesmo
autor relata ainda, que na primeira ocorrência de ferrugem no Paraguai na safra
2000/01, foram registradas perdas acima de 1100 kg/ha. Segundo BALARDIN
(2002), na safra 2001/2002, a ferrugem asiática foi identificada na região do Planalto
do estado do Rio Grande do Sul, causando perdas de até 48% no rendimento.
De acordo com levantamentos recentes realizados pela Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a ferrugem asiática provocou perdas de
4,56 milhões de toneladas de soja, representando cerca de 1,22 bilhões de dólares,
podendo chegar a valores maiores, 2,08 bilhões de dólares, se considerarmos a
cadeia produtiva e a falta de arrecadação gerada. (www.biotecnologia.com.br,
www.embrapa.br).
Por ser uma doença relatada recentemente no Brasil, ainda não existem
cultivares de soja resistentes ao Phakopsora pachyrhizi, embora vários órgãos de
pesquisa venham selecionando linhagens para este fim. Segundo YORINORI
(2002), no período de fevereiro a junho de 2002, foram avaliadas 452 cultivares
comerciais, em casa de vegetação, pela EMBRAPA Soja em Londrina, PR. Em
junho de 2003, inoculações artificiais utilizando-se de isolados do Mato Grosso,
quebraram a resistência da cultivar FT-2 e de todas as demais previamente
selecionadas no ano anterior. Segundo o Centro Tecnológico para Pesquisas da
Soja (CTPA), o convênio CERRADOS – EMBRAPA, AGÊNCIA RURAL e CTPA, em
2001/2002, realizou avaliações em cerca de 500 cultivares e 230 linhagens de soja,
em diversos locais e sob várias formas de manejo. Todas as cultivares testadas
manifestaram reação positiva de suscetibilidade à ferrugem asiática. Em 2002/03,
novos experimentos foram conduzidos, resultando em reações de suscetibilidade ao
fungo em todos os materiais (CTPA 2004 referência). Até o momento, não são
9
relatadas cultivares ou mesmo linhagens de soja, resistentes sendo a utilização de
fungicidas a forma mais eficaz de controle (Yorinori, 2003).
Grupo(s) Dose/ha
Nome Comum
Químico(s) i.a p.c
Azoxystrobin Estrubilurina 50g 0,20 l + 0,5% v/v
Fluquinconazole Triazól 15,6g 0,25 kg + 0,25 l
Difenoconazole Triazól 50g 0,20 l
Pyraclostrobinaa + Epoxiconazol Estrubilurina + Triazól 66,5g+25 0,50 l
Tebuconazole Triazól 100g 0,50 l
Fonte: XXX Reunião de Pesquisa da Soja da Região Sul 2002/03 – Cruz Alta 2002 (modificado)
*Fungicidas no aguardo de extensão de uso pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
no ano de 2002;
10
A ferrugem asiática da soja Phakopsora pachyrhizi, tem manifestado maiores
percentuais de controle, em aplicações de fungicidas do grupo químico dos Triazóis
misturas as Estrubilurinas quando aplicado de forma preventiva (Figura 1), conforme
apresentado por ANDRADE & ANDRADE (2002), SOARES et al. (2004) e
BALARDIN (2002).
Os mecanismos de ação dos fungicidas do grupo químico dos triazóis, dizem
respeito à ação destes, na inibição da biosíntese de ergosteróis (ISE) (Azevedo,
2001). Já o mecanismo de ação das estrubilurinas, ocorre através da inibição da
respiração mitocondrial, por meio do bloqueio da transferência de elétrons no
complexo citocromo-bc1 (Reis et al., 2001). Segundo AZEVEDO (2003),
estrubilurinas possuem um espectro de ação amplo, manifestando ação protetora,
curativa e erradicante com residual prolongado.
Inoculação Sintomas
11
3 Capítulo 1
METODOLOGIA PARA MANIPULAÇÃO DE Phakopsora pachyrhizi Sidow SOB
CONDIÇÕES PARCIALMENTE CONTROLADAS.
RESUMO
12
Methodology for greenhouse work with Phakopsora pachyrhizi Sidow.
ABSTRACT
The Asian Soybean Rust (Phakopsora pachyrhizi Sidow), was recently found
in Brazil. The disease has caused serious yield reductions. Many experiments were
run out in order to get information to control efficiently the disease. The first research
goal was lab and greenhouse work with Phakopsora pachyrhizi. Because of
Phakopsora pachyrhizi is an obligate parasite, work needs to be done under
controlled inoculations. The present work was carried out to standardize artificial
inoculations of the pathogen. Spore suspension was more effective if prepared from
vacuum dry urediniospores collected. Inoculation protocols considered temperature
and leaf wetness specifically developed to this pathogen. The efficiency of the whole
protocol was determined from the number of uredinias formed. The spore
concentration was 104 spores/ml, collected at the moment of inoculation. All plants
were under wet conditions during 6 to 10 hours, and three to four hours prior to
inoculation the fogger system was off. The incubation period varied from seven to
nine days. At the end the number of uredinias was determined in order to determined
the appropriateness of the methodology.
13
3.1 INTRODUÇÃO
14
climáticas, a campo, favoráveis ao desenvolvimento da ferrugem e mancha angular
do feijoeiro. Inoculações artificiais a campo com Uromyces appendiculatus e
Phaeoisariopsis griseola foram realizadas em plantas de feijoeiro semeadas no
período das águas e no período das secas, a fim de se avaliar interações entre a
temperatura e molhamento foliar no estabelecimento e progresso destas doenças.
CHERRY & PEET (1966) desenvolveram aparelho coletor de uredionosporos
da ferrugem, através do princípio da bomba de vácuo, a fim de reutilizá-los
posteriormente em inoculações artificiais sob plantas de aveia.
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de desenvolver e padronizar
uma metodologia de inoculação controlada de Phakopsora pachyrhizi, em plantas de
soja, possibilitando estudos futuros deste patossistema, em ambiente parcialmente
controlado.
15
Foto 1. Sistema de refrigeração presente na casa de vegetação.
Como forma de nutrição das plantas, foi feita fertirrigação por meio dos
gotejadores, com a solução padrão de HOAGLAND & ARNON (1950) (anexos), em
intervalos semanais.
16
3.3 INOCULAÇÃO ARTIFICIAL DE Phakopsora pachyrhizi
17
3.3.3 Preparo e calibração da suspensão de urediniosporos
A B
D E
I
G
F H
18
ajustando-se as diluições para as concentrações de 105 e 106 urediniosporos/mL de
suspensão. Para estas diluições (volume de 100mL de suspensão) foram
necessários aproximadamente 7 a 10 trifólios de soja, severamente infectados (100
a 200 pústulas/cm2) sob intensa esporulação. A mensuração da viabilidade dos
urediniosporos manipulados foi realizada através da contagem de urediniosporos
dotados de tubo germinativo (Foto 6), após duas horas de contato com água
destilada.
3.3.4.1 Aerógrafo
19
Foto 7. Microcanhão pulverizador propelido a CO2 utilizado para as inoculações.
20
Durante os estudos, as temperaturas ambientais diurnas testadas variaram
entre 18 a 38oC e umidade relativa 75 a 100%, até o surgimento do primeiro
sintoma.
21
JULIATTI et al. (2004) que afirmam não obterem sucesso nas germinações de
urediniosporos em água destilada, tanto na presença quanto na ausência de luz.
O peneiramento dos urediniosporos após a coleta possibilitou a contagem
de urediniosporos das suspensões, pois esta prática, realizada em câmara de
Newbauer, até então, se mostrava inviabilizada devido ao acúmulo de impurezas na
suspensão, (grãos de areia e a pilosidade das folhas, succionados juntamente com
os urediniosporos), conferindo desta forma precisão as inoculações.
As diluições utilizadas nos testes de inoculação (105 e 106
urediniosporos/mL) proporcionaram igualmente o estabelecimento da patogênese,
manifestando mesmo período de incubação. Desta forma, 105 urediniosporos/mL
proporcionou a otimização quantitativamente no uso dos urediniosporos disponíveis
(inóculo).
As inoculações artificiais no período noturno foram eficientes, pois além de
manifestarem os sintomas de Phakopsora pachyrhizi, notou-se também a
manutenção do molhamento foliar das plantas de soja, através da suspensão
inoculada, disponibilizada em forma de água livre, semelhante ao orvalho noturno. O
volume médio inoculado de 0,04mL (0,02mL na superfície abaxial + 0,02mL na
superfície adaxial dos folíolos) da suspensão de urediniosporos por folíolo de soja,
mostrou ser suficiente para desencadear a patogênese ao mesmo tempo em que
possibilitou a aderência dos urediniosporos ao tecido vegetal, não promovendo
escorrimento superficial da suspensão no ato das inoculações.
O aparelho Aerógrafo possibilitou a aspersão da suspensão dos
urediniosporos em forma de “spray”, sobre as folhas de soja através da
micropulverização, pois o fluxo de CO2 expelido pelo microcanhão, mostrava-se
notadamente maior do que o fluxo da suspensão de urediniosporos, numa
aproximação das condições naturais de deposição dos uredionosporos sobre as
folhas de soja, através da ação do vento e da chuva.
Todos os testes de inoculação foram realizados em casa de vegetação
vedada, o que possibilitou o controle parcial das condições ambientais e a avaliação
das variáveis (umidade e molhamento foliar) mais favoráveis a doença. As
temperaturas ambientais, as quais foi observado o favorecimento da patogênese,
mantiveram médias de 20 a 25oC em acordo com WIESE (1987). Em adição,
extremos de temperatura observados ao longo deste estudo, (0 a 44o C) não foram
suficientemente letais ao fungo, denotando sua ampla adaptação térmica.
22
Os turnos de nebulização (10min/hora) das plantas de soja, iniciando 12
horas após cada inoculação (8 horas da manhã), foram eficientes na manutenção do
molhamento foliar, inicialmente proporcionado apenas pela micropulverização da
suspensão de urediniosporos na noite anterior, superando o tempo mínimo de 18
horas de permanecência da água livre sobre as folhas, necessários a formação do
apressório, em acordo com REIS et al. (2004). A umidade relativa do ar
proporcionada pelos turnos de nebulização se mostrou suficiente às infecções,
normalmente acima de 85%.
Por estarem sujeitas a ambientes saturados, depois de inoculadas, as
plantas ofereceram condições favoráveis ao estabelecimento da infecção, em acordo
com MARCHETTI et al. (1975). Os primeiros sintomas foram observados em plantas
mantidas na câmara de orvalho, entre sete a nove dias após as inoculações, em
acordo com MELCHING et al. (1979). A liberação ativa dos urediniosporos pode ser
observada por períodos que variaram entre 18 a 21 dias, em acordo com REIS et al.
(2004). Foi verificada uniformidade de distribuição nos sintomas, que se
manifestaram na maioria dos folíolos da planta, demonstrando o aproveitamento dos
urediniosporos.
3.5 CONCLUSÕES
23
CHAVES, M. S.; MARTINELLI, J. A.; FEDERIZZI, L. C. 2004. Resistência
quantitativa à ferrugem da folha em genótipos de aveia branca: II – Avaliação de
componentes de resistência. Fitopatologia Brasileira. vol. 29, no.2. Brasília,
Mar./Apr. 2004.
CHERRY, E. & PEET. E. CLYDE. 1966. An efficient for the rapid collection of fungal
spores from infected plants. Phytopathology. 56: 1102-1103.
COELHO, R. R.; VALE, F. X. R.; JUNIOR, W. C. de J.; PAUL, A.; ZAMBOLIN, L.;
BARRETO, R. W. 2003. Determinação das condições climáticas que favorecem o
desenvolvimento da ferrugem e da mancha angular do feijoeiro. Fitopatologia
Brasileira 28: 508-514.
HOAGLAND, D. R. & ARNON, D. L. 1950. The water culture methods for growing
plants without soil. Berkeley, USA. The College of Agriculture University of
California, California Agricultura Experiment Station, 32p. (Circular 347).
OGLE, H. J.; BYTH, D. E.; McLEAN, R. 1979. Effect of rust (Phakopsora pachyrhizi)
on soybean yield and quality in South-eastern Queensland. Aust. J. Agric. Res.
30:883-893.
PUTZEK, J.; PUTZEK, M. T. L. 1998. Os reinos dos fungos. Santa Cruz do Sul:
EDUNISC, v1. 606 p.
WIESE, M. V. 1987. Compendium of wheat diseases. 2nd ed. St. Paul. The
Americam Phytopathological Society.
24
4 Capítulo 2
REAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA A Phakopsora pachyrhizi SIDOW.
RESUMO
25
Soybean cultivars reaction to Phakopsora pachyrhizi Sidow
ABSTRACT
26
4.1 INTRODUÇÃO
27
4.2 MATERIAL E MÉTODOS
28
As observações visando identificar os sintomas de Phakopsora pachyrhizi,
iniciaram a partir do sétimo dia após a inoculação controlada e o início da contagem
de pústulas, a partir do surgimento do primeiro sintoma (tempo zero), seguindo-se
três, cinco e sete dias após, com o auxílio de lupa 20 x (em oito folhas unifolioladas e
quatro plantas).
O período de incubação foi determinado em dias, desde o momento da
inoculação até o surgimento do primeiro sintoma (pústulas com esporulação do
fungo).O número médio de pústulas observadas, no dado período de tempo,
proporcionou a determinação da taxa de progresso da doença, através da fórmula
proposta por Vanderplank (1963) e que descreve o modelo logarítmico de
desenvolvimento da epidemia:
r=(1/t)ln(x-xo)
onde:
t : tempo decorrido entre a primeira contagem de pústulas e a ultima contagem,
x : número de pústulas na ultima contagem,
xo : número de pústulas na primeira contagem.
29
menores valores de r necessitou maior período de tempo para atingir níveis
epidêmicos de Phakopsora pachyrhizi. No entanto, quando combinados período de
incubação longo e a baixa taxa de progresso da doença (r), foi observado retardo
significativo no desenvolvimento da doença como registrado para a cultivar BRS
133.
Não foi verificada correlação entre a taxa de progresso da doença (r) e o
período de incubação, sendo obtidas cultivares com baixo r baixo período de
incubação (Anta), alto r e alto período de incubação (AL 83), baixo r e alto período
de incubação (BRS 133) e cultivar com alto r baixo período de incubação (BRS 138).
Para as cultivares que apresentaram baixo período de incubação e alta taxa
de progresso, possivelmente os mecanismos da resistência parcial estejam atuando
sobre os processos de infecção. No entanto quando foi verificado baixo r e baixo
período de incubação é possível que os mecanismos da resistência parcial estejam
atuando sobre o processo de esporulação, interferindo na produção de
urediniosporos, através da alteração do número de esporos produzidos. Se esta
característica estiver associada a um alto período de incubação haverá uma redução
na velocidade de desenvolvimento de uma epidemia, como foi verificado com as
cultivares BRS 133, Anta e BRS 184.
4.4 CONCLUSÕES
30
Tabela 2 Ranking das cultivares, conforme o número parcial e total de pústulas de Phakopsora pachyrhizi, a partir do primeiro
sintoma, Santa Maria 2005.
31
4.5 BIBLIOGRAFIA CITADA
OGLE, H. J.; BYTH, D. E.; McLEAN, R. 1979. Effect of rust (Phakopsora pachyrhizi)
on soybean yield and quality in South-eastern Queensland. Aust. J. Agric. Res. 30:
883-893.
32
5 Capítulo 3
CONTROLE PREVENTIVO E CURATIVO DE FERRUGEM ASIÁTICA
Phakopsora pachyrhizi Sidow
RESUMO
33
Preventative and curative control of rust asian Phakopsora pachyrhizi Sidow.
ABSTRACT
The Asian Soybean Rust (Phakopsora pachyrhizi Sidow), was recently found
in Brazil. The disease has caused serious yield reductions. Many experiments were
run out in order to get information to control efficiently the disease. Efficiency of
Pyraclostrobina and Epoxiconazol control applied preventatively or curatively was
determined on Phakopsora pachyrhizi. Results indicated that preventative control of
asian rust was longer than curative. Also, de residual period was 42 days while
curative applications produced residual of 10 days.
34
5.1 INTRODUÇÃO
35
5.2.2 Estádio fenológico de inoculação artificial
5.2.4 Tratamentos
36
14 Epoxiconazol 0,3 37,5 Aplicar após a inoculação 4 dias
15 Epoxiconazol 0,3 37,5 Aplicar após a inoculação 5 dias
16 Epoxiconazol 0,3 37,5 Aplicar após a inoculação 6 dias
17 Epoxiconazol 0,3 37,5 Aplicar após a inoculação 7 dias
18 Epoxiconazol 0,3 37,5 Aplicar após a inoculação 8 dias
19 Pyraclostrobina 0,3 75 Aplicar após a inoculação 2 horas
20 Pyraclostrobina 0,3 75 Aplicar após a inoculação 1 dia
21 Pyraclostrobina 0,3 75 Aplicar após a inoculação 2 dias
22 Pyraclostrobina 0,3 75 Aplicar após a inoculação 3 dias
23 Pyraclostrobina 0,3 75 Aplicar após a inoculação 4 dias
24 Pyraclostrobina 0,3 75 Aplicar após a inoculação 5 dias
25 Pyraclostrobina 0,3 75 Aplicar após a inoculação 6 dias
26 Pyraclostrobina 0,3 75 Aplicar após a inoculação 7 dias
27 Pyraclostrobina 0,3 75 Aplicar após a inoculação 8 dias
28 Testemunha
37
39 Pyraclostrobina + Epoxiconazol 0,5 95,1 Inocular após a aplicação 44 dias
Testemunha 39
40 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 2 horas
Testemunha 40
41 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 10 dias
Testemunha 41
42 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 14 dias
Testemunha 42
43 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 18 dias
Testemunha 43
44 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 22 dias
Testemunha 44
45 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 26 dias
Testemunha 45
46 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 30 dias
Testemunha 46
47 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 32 dias
Testemunha 47
48 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 36 dias
Testemunha 48
49 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 40 dias
Testemunha 49
50 Epoxiconazol 0,3 37,5 Inocular após a aplicação 44 dias
Testemunha 50
51 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 2 horas
Testemunha 51
52 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 10 dias
Testemunha 52
53 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 14 dias
Testemunha 53
54 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 18 dias
Testemunha 54
55 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 22 dias
Testemunha 55
56 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 26 dias
Testemunha 56
57 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 30 dias
58 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 32 dias
38
59 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 36 dias
60 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 40 dias
61 Pyraclostrobina 0,3 75 Inocular após a aplicação 44 dias
5.2.5 Avaliações
39
foram capazes de impedir o desenvolvimento da doença, atuando de forma curativa.
Os demais tratamentos curativos, não obtiveram mesmo resultado, porém, todos
retardaram o desenvolvimento da doença. Estes resultados concordam parcialmente
com GODOY & CANTERI (2004), que observaram efeito similar no retardo do
desenvolvimento de Phakopsora pachyrhizi, porém, não observaram efeito curativo
(erradicante) da mistura destes ativos. Ainda foi observado, que os resultados
obtidos com a aplicação em separado, dos componentes da mistura neste mesmo
período, mostraram comportamento similar ao da mistura de ativos, não sendo
observado assim, sinergismo entre os componentes quando misturados. Acredita-se,
na possibilidade de inibição da colonização dos tecidos foliares, ou mesmo de um
efeito fungistático sobre os uredionosporos. Estas observações são suportadas por
AZEVEDO (2001), que relata o efeito curativo erradicante mais pronunciado dos
fungicidas sistêmicos nas primeiras 48 a 72 horas após a infecção dos patógenos.
O residual efetivo no controle curativo, não foi determinado apenas pela
ação isolada da mistura ou de seus componentes. (Residual Absoluto – (DAA +
Incubação)). Este denotou um número decrescente de dias sem os sintomas da
doença (Tabela 3), refletindo a diminuição gradual do período de proteção,
proporcional ao atraso da aplicação e ao período de incubação da doença (Figura
2). A partir do sexto dia após a inoculação artificial de Phakopsora pachyrhizi, foi
possível notar a estabilização do número de dias de proteção efetiva (período
residual efetivo), em cinco dias (tabela 3). Acredita-se que este resultado se deve ao
fato de que tanto a mistura de ativos, quanto seus componentes em separado, neste
intervalo de tempo, estariam sendo aplicados praticamente nas pústulas eminentes
de ferrugem, pois o período de incubação se mostrou constante de sete dias, sendo
então, cinco dias o período máximo de proteção efetiva nestas condições.
Com relação ao controle preventivo, Pyraclostrobina + Epoxiconazol
denotaram maior período de residual efetivo (Figura 8) e absoluto (Figura 9), 47 e 54
dias respectivamente, quando inoculações de Phakopsora pachyrhizi foram
realizadas 2 horas após as aplicações. Os tratamentos cujas inoculações foram
realizadas aos 10 e 14 dias após as aplicações da mistura de ativos, ainda
mantiveram valores elevados de residual efetivo, superiores a 4 e 3 semanas
respectivamente. O término do período residual efetivo pode ser notado, nas
inoculações artificiais realizadas a partir dos 42 dias após a aplicação da mistura de
ativos (Figura 8).
40
Utilizando-se Epoxiconazol, os dados obtidos resultaram em maior período
de residual e efetivo (Figura 10) e absoluto (Figura 11) quando as inoculações de
Phakopsora pachyrhizi foram realizadas 2 horas após as aplicações, não diferindo,
dos valores encontrados em aplicações de Pyraclostrobina + Epoxiconazol, neste
mesmo período (47 e 54 dias respectivamente). Foi observado, no entanto, que os
tratamentos cujas inoculações foram realizadas 10 e 14 dias após as aplicações do
ativo, o período residual efetivo se mostrou superior a 3 e 2 semanas
respectivamente. O término do período residual efetivo pode ser notado, nas
inoculações artificiais realizadas a partir de 26 dias após a aplicação (DAA) do ativo
(Figura 10).
A utilização de Pyraclostrobina resultou em maior período de residual efetivo
(Figura 12) e absoluto (Figura 13), quando as inoculações de Phakopsora pachyrhizi
foram realizadas 2 horas após as aplicações, não diferindo, dos valores encontrados
em aplicações de Pyraclostrobina + Epoxiconazol e de Epoxiconazol, neste mesmo
período (47 e 54 dias respectivamente). Foi observado, no entanto, que os
tratamentos cujas inoculações foram realizadas 10 e 14 dias após as aplicações do
ativo, o período residual efetivo se mostrou superior a 3 e 2 semanas
respectivamente. O término do período residual efetivo pode ser notado, nas
inoculações artificiais realizadas a partir de 34 dias após a aplicação (DAA) do ativo
(Figura 12).
Diante dos resultados levantados, infere-se que Pyraclostrobina e
Epoxiconazol em aplicações preventivas, tanto em mistura quanto em separado, não
foram capazes de manifestar efeito curativo (erradicante) de Phakopsora pachyrhizi.
Entretanto, estes ativos em mistura ou não, mostraram valores idênticos de residual
efetivo e absoluto, no período 2 horas após a aplicação (47 e 54 dias
respectivamente). Nos demais tratamentos, Pyraclostrobina + Epoxiconazol,
manifestaram períodos superiores de residual efetivo (Figura 14) e absoluto, em
comparação aos componentes da mistura em separado.
O término do período residual efetivo foi notado aos 42 dias após a aplicação
(DAA) de Pyraclostrobina + Epoxiconazol, aos 26 dias após a aplicação (DAA) de
Epoxiconazol e aos 34 dias após a aplicação (DAA) de Pyraclostrobina e (Figura 14),
demonstrando o efeito sinérgico da mistura.
41
Tabela 3 Datas de aplicação de Pyraclostrobina + Epoxiconazol, Pyraclostrobina e Epoxiconazol, inoculação artificial, primeiro
sintoma e período de incubação de Phakopsora pachyrhizi, período residual efetivo de Pyraclostrobina + Epoxiconazol,
Pyraclostrobina e Epoxiconazol em controle curativo, em casa de vegetação, Santa Maria 2005.
Pyraclostrobina
Epoxiconazol Pyraclostrobina
1º Sint 1º Sint + Epoxiconazol
Trat. Inoc. DAI INC
Trat Test Residual Residual Residual Residual Residual Residual
Absoluto Efetivo Absoluto Efetivo Absoluto Efetivo
1,10,19 20/jul ***** 27/ago 0 ***** ***** ***** ***** ***** ***** *****
2,11,20 20/jul 8/ago 27/ago 1 7 18 10 18 10 18 10
3,12,21 20/jul 8/ago 27/ago 2 7 17 8 17 8 17 8
4,13,22 20/jul 10/ago 27/ago 3 7 18 8 18 8 18 8
5,14,23 20/jul 11/ago 27/ago 4 7 18 7 18 7 18 7
6,15,24 20/jul 13/ago 27/ago 5 7 19 7 19 7 19 7
7,16,25 20/jul 13/ago 27/ago 6 7 18 5 18 5 18 5
8,17,26 20/jul 15/ago 27/ago 7 7 19 5 19 5 19 5
9,18,27 20/jul 17/ago 27/ago 8 7 20 5 20 5 20 5
42
Tabela 4 Datas de aplicação de Pyraclostrobina + Epoxiconazol, Pyraclostrobina e Epoxiconazol, inoculação artificial, primeiro
sintoma e período de incubação de Phakopsora pachyrhizi, período residual efetivo de Pyraclostrobina + Epoxiconazol,
Pyraclostrobina e Epoxiconazol em controle preventivo, em casa de vegetação, Santa Maria 2005.
1º Sintoma Pyr + Epzc Epoxiconazol Pyraclostrobina
Trat. Aplic. Inoc. DAA INC Res Res Res Res Res Res
Pyr + Epzc Epzc Pyr Test.
Absol Efet Absol Efet Absol Efet
29,40,51 2/abr 2/abr 26/mai 26/mai 26/mai 9/abr 0 7 54 47 54 47 54 47
30,41,52 2/abr 12/abr 23/mai 14/mai 14/mai 19/abr 10 7 51 34 42 25 42 25
31,41,53 2/abr 16/abr 17/mai 11/mai 12/mai 23/abr 14 7 45 24 39 18 40 19
32,42,54 2/abr 20/abr 15/mai 9/mai 9/mai 27/abr 18 7 43 18 37 12 37 12
33,43,55 2/abr 24/abr 14/mai 7/mai 7/mai 1/mai 22 7 42 13 35 6 35 6
34,44,56 2/abr 28/abr 14/mai 5/mai 8/mai 5/mai 26 7 42 9 33 0 36 3
35,45,57 2/abr 2/mai 14/mai 9/mai 10/mai 9/mai 30 7 42 5 37 0 38 1
36,46,58 2/abr 4/mai 15/mai 13/mai 13/mai 11/mai 34 7 43 2 41 0 41 0
37,47,59 2/abr 8/mai 18/mai 17/mai 17/mai 15/mai 38 7 46 1 45 0 45 0
38,48,60 2/abr 12/mai 21/mai 21/mai 21/mai 19/mai 42 7 49 0 49 0 49 0
39,49,61 2/abr 16/mai 25/mai 25/mai 25/mai 23/mai 46 7 53 0 53 0 53 0
43
Tabela 5 - Datas de aplicação de Pyraclostrobina + Epoxiconazol, inoculação
artificial, primeiro sintoma e período de incubação de Phakopsora
pachyrhizi, período residual efetivo de Pyraclostrobina + Epoxiconazol
em controle curativo, em casa de vegetação, Santa Maria 2005.
Pyraclostrobina + Epoxiconazol Prim. Residual
Residual
Trat. Prim. Sint. DAÍ INC Absoluto
Aplicação Inoculação Efetivo
sintomas Test. (dias)
1 20/jul 20/jul ***** 27/ago 0 ***** ***** *****
2 21/jul 20/jul 8/ago 27/ago 1 7 18 10
3 22/jul 20/jul 8/ago 27/ago 2 7 17 8
4 23/jul 20/jul 10/ago 27/ago 3 7 18 8
5 24/jul 20/jul 11/ago 27/ago 4 7 18 7
6 25/jul 20/jul 13/ago 27/ago 5 7 19 7
7 26/jul 20/jul 13/ago 27/ago 6 7 18 5
8 27/jul 20/jul 15/ago 27/ago 7 7 19 5
9 28/jul 20/jul 17/ago 27/ago 8 7 20 5
12
Proteção Coferida pelos
10
Ativos(dias)
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
44
Residual absoluto - Piraclostrobina + Epoxiconazol
30
Auxência de Sintomas
20
(dias)
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Dias após a Inoculação(DAI)
12
10
Ativo(dias)
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
45
Tabela 6 Datas de aplicação de Pyraclostrobina, inoculação artificial, primeiro
sintoma e período de incubação de Phakopsora pachyrhizi, período
residual efetivo de Pyraclostrobina em controle curativo, em casa de
vegetação, Santa Maria 2005.
Pyraclostrobina Prim. Residual
Residual
Trat. Prim. Sint. DAI INC Absoluto
Aplicação Inoculação Efetivo
sintomas Test. (dias)
10 20/jul 20/jul ***** 27/ago 0 ***** ***** *****
11 21/jul 20/jul 8/ago 27/ago 1 7 18 10
12 22/jul 20/jul 8/ago 27/ago 2 7 17 8
13 23/jul 20/jul 10/ago 27/ago 3 7 18 8
14 24/jul 20/jul 11/ago 27/ago 4 7 18 7
15 25/jul 20/jul 13/ago 27/ago 5 7 19 7
16 26/jul 20/jul 13/ago 27/ago 6 7 18 5
17 27/jul 20/jul 15/ago 27/ago 7 7 19 5
18 28/jul 20/jul 17/ago 27/ago 8 7 20 5
25
20
Auxência de
Sintomas
(dias)
15
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
46
Residual efetivo - Epoxiconazol
12
Proteção Conferida
pelo Ativo (dias)
10
8
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
47
Residual absoluto - Epoxiconazol
25
Auxência de Sintomas
20
15
(dias)
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Dais após a Inoculação (DAI)
12
Proteção Conferida pelos
10
Piraclostrobina +
Ativos(dias)
8 Epoxiconazol
Epoxiconazol
6
Piraclostrobina
4
0
0 2 4 6 8 10
Dias após a Inoculação (DAI)
48
5.3.2 CONTROLE PREVENTIVO
50
Proteção Conferida pelos
45
40
35
Ativos(dias)
30
25
20
15
10
5
0
0 2 4 6 8 10 12
49
Residual absoluto - Pyraclostrobin + Epoxiconazol
60
50
Ausência de
Sintomas
40
(dias)
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12
50
Proteção Conferida
45
pelo Ativo (dias)
40
35
30
25
20
15
10
5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
50
Tabela 9 Datas de aplicação de Epoxiconazol, inoculação artificial, primeiro sintoma
e período de incubação de Phakopsora pachyrhizi, período residual efetivo
de Epoxiconazol em controle preventivo, em casa de vegetação, Santa
Maria. 2005.
Data - Epoxiconazol Prim.
Residual Residual
Trat. Prim. Sint. DAA INC
Aplicação Inoculação Absoluto Efetivo
sintomas Test.
40 2/abr 2/abr 26/mai 9/abr 0 7 54 47
41 2/abr 12/abr 14/mai 19/abr 10 7 42 25
42 2/abr 16/abr 11/mai 23/abr 14 7 39 18
43 2/abr 20/abr 9/mai 27/abr 18 7 37 12
44 2/abr 24/abr 7/mai 1/mai 22 7 35 6
45 2/abr 28/abr 5/mai 5/mai 26 7 33 0
46 2/abr 2/mai 9/mai 9/mai 30 7 37 0
47 2/abr 4/mai 13/mai 11/mai 34 7 41 0
48 2/abr 8/mai 17/mai 15/mai 38 7 45 0
49 2/abr 12/mai 21/mai 19/mai 42 7 49 0
50 2/abr 16/mai 25/mai 23/mai 46 7 53 0
60
50
40
(dias)
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12
51
Residual efetivo - Pyraclostrobin
50
Proteção Conferida pelo
45
40
Ativo (dias)
35
30
25
20
15
10
5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Dias após a Aplicação (DAA)
52
Residual absoluto - Epoxiconazol
Ausência de Sintomas
60
50
40
(dias)
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12
50
Proteção Conferida pelos
45
40
Pyraclostrobina +
Ativos (dias)
35
Epoxiconazol
30
Epoxiconazol
25
20
15 Pyraclostrobina
10
5
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Dias após a Aplicação (DAA)
53
5.4 CONCLUSÕES
54
6 Capítulo 4
AVALIAÇÃO DE VOLUMES DE CALDA E COBERTURA FOLIAR DE
FUNGICIDAS COM E SEM ADIÇÃO DE ADJUVANTES, NO CONTROLE DE
FERRUGEM ASIÁTICA Phakopsora pachyrhizi SIDOW.
RESUMO
55
EVALUATION OF VOLUMES OF SYRUP AND FOLIAR COVERING OF
FUNGICIDES WITH AND WITHOUT ADDITION OF ADJUVANTES, IN THE
CONTROL OF RUST ASIAN Phakopsora pachyrhizi SIDOW.
ABSTRACT
56
6.1 INTRODUÇÃO
57
6.2 MATERIAL E MÉTODOS
6.2.3 Tratamentos
58
Tabela 1 Tratamentos realizados na cultivar Fepagro RS-10 em casa de vegetação,
Santa Maria 2005.
6.2.4 Avaliações
59
houve a deposição de 60 gotas por cm2 de área foliar, em volumes de 160 litros de
calda por hectare.
60
1 2 3 4 5 6
7 8 9 10 11 12
Figura 1. Papéis hidro-sensíveis utilizados na calibração dos tratamentos,
respectivamente em cada tratamento, em casa de vegetação, Santa
Maria 2005.
6.3.4 Adjuvantes
61
Epoxiconazol, quando da adição dos adjuvantes, pois nas condições de cobertura
adequada, a mistura apresentou maior período residual efetivo, mesmo sem adição
destes (Tabela 2).
7 CONCLUSÕES
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
62
BALARDIN, R. S. Caderno didático da disciplina de Fitopatologia Agrícola
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Santa Maria, RS, Disponível em
http://www.balardin.com.br. Acesso em 22 de março de 2005.
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Capturado na Internet (http://www.saspp.org/archieved/tablesoybeanrust).
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California, California Agricultura Experiment Station, 32 p. (Circular 347).
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SOYBEAN RUST WORKSHOP. Proceedings… Urbana: College of Agricultural,
Consumer and Environmental Sciences, p.4.
65
ANEXOS
(NH 4) 6Mo7
Molibdato de amônio 1
O24.4H2O
Ferro-EDTA ** 1
* HOAGLAND, D.R.; ARNON, D.L. The water culture methods for growing plantas without soil.
Berkeley: University of California, 1950. 32p. (Circular 347).
** 26,1g de Na-EDTA + 24,9 g de FeSO4.
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