Informativo Nº 779
Informativo Nº 779
Informativo Nº 779
Este periódico, elaborado pela Secretaria de Jurisprudência do STJ, destaca teses jurisprudenciais
firmadas pelos órgãos julgadores do Tribunal nos acórdãos proferidos nas sessões de julgamento, não
consistindo em repositório oficial de jurisprudência
RECURSOS REPETITIVOS
DESTAQUE
É legal a fixação, em ato normativo infralegal, de prazo máximo para o trabalhador formal
requerer o seguro-desemprego.
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Explica a doutrina que "o seguro-desemprego é um benefício previdenciário que tem por
finalidade promover a assistência financeira temporária do trabalhador desempregado em virtude
de ter sido dispensado sem justa causa, inclusive a indireta", além de se destinar "a auxiliar os
trabalhadores na busca de emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação,
recolocação e qualificação profissional".
Nesse sentido, a fixação, por ato normativo infralegal, de prazo máximo para o trabalhador
formal requerer o seguro-desemprego, não extrapola os limites da outorga legislativa; antes,
mostra-se razoável e proporcional, considerando a necessidade de se garantir a efetividade do
benefício e de se prevenir - ou dificultar - fraudes contra o programa, bem como assegurar a gestão
eficiente dos recursos públicos.
Assim, conclui-se que o estabelecimento de termo final em sede infralegal confere maior
flexibilidade e capacidade de adaptação do sistema de seguro-desemprego às demandas e mudanças
do contexto socioeconômico, na medida em que torna possível, eventualmente, ajustar o prazo
conforme as necessidades e a realidade do mercado de trabalho, equilibrando, dessa forma, a
proteção ao trabalhador formal desempregado e a sustentabilidade do sistema.
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condições para um novo período aquisitivo (art. 4º, § 1º, da Lei n. 7.998/1990).
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
LEGISLAÇÃO
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DESTAQUE
O mesmo raciocínio deve ser aplicado à desoneração por lei ordinária. A desoneração
prevista na Lei n. 12.546/2011 não era condicional nem por prazo certo, de modo que a sua
revogação poderia ser feita a qualquer tempo, respeitando-se a anterioridade nonagesimal, o que
ocorreu, porquanto a Lei n. 13.670/2018 foi publicada em 30 de maio de 2018 e seus efeitos apenas
começaram a ser produzidos em setembro de 2018.
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De outro lado, a jurisprudência consolidou-se no sentido de que não se revoga isenção tão
somente nas hipóteses de prazo certo ou onerosidade pré-determinada em forma de condição.
Dessa forma, a regra da irretratabilidade da opção pela CPRB descrita no § 13 do art. 9º, da
Lei n. 12.546/2011 destina-se apenas ao beneficiário do regime, e não à Administração, também não
fere direitos do contribuinte, pois foi respeitada a anterioridade nonagesimal.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
LEGISLAÇÃO
Lei n. 13.670/2018
SAIBA MAIS
Informativo de Jurisprudência n. 5 - Edição Especial
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PROCESSO REsp 2.049.327-RJ, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior,
Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 14/6/2023
(Tema 1189).
DESTAQUE
Essa norma dispõe que "é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa".
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acarreta consequências graves para o autor, que vão além do aspecto financeiro.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
LEGISLAÇÃO
SAIBA MAIS
Informativo de Jurisprudência n. 772
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TERCEIRA SEÇÃO
DESTAQUE
Para efeitos de imputação penal, o local exato em que eram adquiridas as matérias-primas
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não teria relevância se consideradas as elementares indicadas (falsificar, corromper, adulterar, ter
em depósito e comercializar produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais, desprovidos do
registro devido no órgão de vigilância sanitária competente), motivo pelo qual a denúncia não se
esmerou em apontar essa localidade. Evidentemente que essa circunstância implica consequências
no âmbito da fixação da competência, motivo pelo qual deve ser avaliada a partir das investigações.
Ademais, a existência desses indícios pode ser também reforçada pelo fato de que a
própria representação formulada pelo Ministério Público, durante as investigações, para a quebra
do sigilo bancário e de bloqueio de bens dos acusados, lastreou-se na possível prática de
contrabando de anfetaminas inibidoras de apetite oriundas do Paraguai. Ou seja, todos os indícios
indicavam que esses produtos viriam do Paraguai.
Portanto, ainda que a denúncia não indique a origem das matérias-primas utilizadas pela
organização criminosa para a produção de medicamentos clandestinos, isso não impossibilita -
diante dos indícios concretos de que elas tenham sido adquiridas no exterior - que seja reconhecida
a competência federal para o processo e julgamento do feito.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
LEGISLAÇÃO
SAIBA MAIS
Informativo de Jurisprudência n. 391
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PRIMEIRA TURMA
DESTAQUE
Nesse sentido, confira-se: [...] 2. A orientação desta Corte Superior firmou-se no sentido de
que os Prefeitos Municipais, apesar do regime de responsabilidade político-administrativa previsto
no Decreto-Lei 201/67, estão submetidos à Lei de Improbidade Administrativa, em face da
inexistência de incompatibilidade entre as referidas normas. [...] (AgRg no REsp n. 1.425.191/CE, rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 16/3/2015).
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Plenário, DJe 25/9/2019).
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
LEGISLAÇÃO
DL n. 201/1967
SAIBA MAIS
Informativo de Jurisprudência n. 295
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SEGUNDA TURMA
DESTAQUE
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INFORMAÇÕES ADICIONAIS
DOUTRINA
SAIBA MAIS
Informativo de Jurisprudência n. 730
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TERCEIRA TURMA
DESTAQUE
De acordo com o art. 189 do Código Civil (CC/2002), o prazo prescricional é contado, em
regra, a partir do momento em que configurada a lesão ao direito subjetivo, independentemente do
momento em que seu titular tomou conhecimento pleno do ocorrido e da extensão dos danos.
Entretanto, a referida regra é excepcionada quando a própria lei estabeleça o termo inicial
da prescrição de forma diversa, como no caso do art. 200 do CC ou quando a própria natureza da
relação jurídica torna impossível ao titular do direito adotar comportamento diverso da inércia, haja
vista a absoluta falta de conhecimento do dano.
A compreensão conferida à teoria da actio nata sob o viés subjetivo encontra respaldo em
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boa parte da doutrina nacional e é admitida em julgados do Superior Tribunal de Justiça, justamente
por conferir ao dispositivo legal sob comento interpretação convergente à finalidade do instituto da
prescrição, isto é, o surgimento da pretensão reparatória dá-se no momento em que o titular do
direito violado detém o pleno conhecimento da lesão, termo em que sua pretensão passa a ser
efetivamente exercitável.
Entretanto, a perspectiva subjetiva da teoria da actio nata deve ser aplicada com muita
prudência, sob pena de se subverter o escopo da teoria e do desígnio da própria prescrição, qual
seja, instituir segurança jurídica e estabilidade às relações jurídicas, já que, se aplicada de forma
inadvertida, poderá gerar injustiças não desejadas.
Especificamente quanto à propriedade e a sua perda, pode-se afirmar que não há sua
perda pelo seu desuso ou a prescrição em promover a ação reivindicatória, havendo, na verdade, o
surgimento de um direito em favor de um terceiro quando preenchidos os requisitos necessários à
usucapião.
Em contraposição aos direitos pessoais, que decorrem das relações humanas mediante o
exercício do direito pelo credor contra o devedor, os direitos reais recaem sobre bens corpóreos,
mediante o exercício de poderes imediatos e diretos sobre os bens, em caráter permanente e com
direito de sequela.
Assim, não se verifica a prescrição dos direitos reais do titular sobre o bem ou o direito de
reaver a coisa, independentemente do período de tempo em que ficou afastado da posse ou do
simples uso. O que se verifica, na verdade, é a perda do bem diante do surgimento de algum direito
em favor de uma terceira pessoa perante o mesmo bem, como é o caso da usucapião.
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mansa e pacífica durante o prazo legal, com animus domini e sem contestação, independentemente
do conhecimento ou não da posse pelo antigo proprietário, não havendo discussão quanto ao
elemento subjetivo das partes.
Desse modo, não se está a afirmar que houve a prescrição do direito de ação dos autores
para demarcar ou reivindicar bem de sua propriedade, mas, na verdade, é que o decurso de
determinado prazo para sua manifestação ou oposição deu ensejo ao surgimento do direito à
usucapião dos ora recorridos, pois o reconhecimento do seu direito na ação demarcatória não tem o
condão de fazer nascer sua pretensão.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
LEGISLAÇÃO
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QUARTA TURMA
DESTAQUE
No caso dos autos, o preço de venda não constou do contrato de compra e venda de safra,
que se limitou a apontar que sua fixação teria por base a cotação da Bolsa de Chicago (CBOT).
Não havia nos contratos de compra e venda referência precisa quanto à data da cotação
em bolsa que seria utilizada para determinação do preço. Nessa trilha, meros cálculos aritméticos
não seriam suficientes para a determinação do preço.
Assim, a eleição de cotação em operação em bolsa como critério para fixação do preço não
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é suficiente para afastar a liquidez do título. Entretanto, para atender a determinabilidade do preço,
é imprescindível a indicação de data e local de aferimento da cotação em bolsa. Sem esses critérios,
o título não gozará de plena liquidez, não podendo ser satisfeito por meio de execução, mas objeto
de ação de cobrança, procedimento que será o adequado para a fixação de todos os critérios
essenciais para a determinação do preço da transação.
SAIBA MAIS
Informativo de Jurisprudência n. 108
DESTAQUE
Os valores dos prêmios securitários não repassados à empresa seguradora não se sujeitam
à recuperação judicial.
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que disciplina as operações das sociedades seguradoras por meio de seus representantes de
seguros, "Os representantes de seguros são responsáveis pelo repasse dos valores de prêmios por
eles arrecadados às sociedades seguradoras, nos termos estabelecidos no contrato de representação
firmado entre as partes". O mesmo diploma dispõe que "O pagamento do prêmio ao representante
de seguros considera-se feito à sociedade seguradora". No mesmo sentido, dispunha o art. 7º, §§ 1ºe
2º, da Resolução CNSP n. 297/2013.
Logo, os valores que deveriam ser repassados à seguradora não estão abrangidos pela
recuperação judicial, deles não se podendo servir a recuperanda no giro de seus negócios ou para
pagar credores.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
LEGISLAÇÃO
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Lei n 11.101/2005 (Lei de Recuperação e Falência - LRF), art. 49
Resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) n. 431/2021, art 14, parágrafo único
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QUINTA TURMA
DESTAQUE
O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 3.150/DF, declarou que, à luz do preceito
estabelecido pelo art. 5º, inciso XLVI, da Constituição Federal, a multa, ao lado da privação de
liberdade e de outras restrições - perda de bens, prestação social alternativa e suspensão ou
interdição de direitos -, é espécie de pena aplicável em retribuição e em prevenção à prática de
crimes.
Com base nessa premissa, a legitimidade para a execução da multa resultante de uma
condenação criminal transitada em julgado, devido à sua natureza penal, recai prioritariamente
sobre o Ministério Público, ainda que não de forma exclusiva. Por outro lado, a Fazenda Pública tem
a legitimidade subsidiária para propor a execução fiscal, somente em caso de omissão do órgão
ministerial dentro do prazo estabelecido de 90 dias a partir da intimação para a execução da
penalidade.
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procedimento descrito pelos arts. 164 e seguintes da Lei de Execução Penal; e (ii) caso o titular da
ação penal, devidamente intimado, não proponha a execução da multa no prazo de 90 (noventa)
dias, o Juiz da execução criminal dará ciência do feito ao órgão competente da Fazenda Pública
(Federal ou Estadual, conforme o caso) para a respectiva cobrança na própria Vara de Execução
Fiscal, com a observância do rito da Lei n. 6.830/1980. Dessa forma, a determinação do pagamento
da pena de multa não cabe, de ofício, ao juízo da execução.
No mesmo sentido é o entendimento da Quinta Turma desta Corte, que já decidiu que
"[i]ncumbe ao Ministério Público a execução da pena de multa, o qual, atento às disposições contidas
nos arts. 164 e seguintes da Lei de Execução Penal, deverá promovê-la, não cabendo ao juízo da
execução a determinação, de ofício, do respectivo pagamento" (AgRg no AREsp 2.092.616/GO,
relator Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em 2/8/2022, DJe de 10/8/2022).
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
LEGISLAÇÃO
Lei n. 6.830/1980
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RECURSOS REPETITIVOS - AFETAÇÃO
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