Anestesicos Locais
Anestesicos Locais
Anestesicos Locais
Anestésicos Locais
as respectivas soluções terapêuticas, principalmente o uso de opióides.
Na Biblioteca da Dor, o rigor será uma exigência e a utilidade um objectivo.
Anestésicos Locais
Autor:
Lucindo Ormonde
(ESA), presidiu ao Congresso da
ESA realizado em Junho de 2004
Simplesmente uma grande inovação
em Lisboa, integra a Direcção do
Clube de Anestesia Regional, coor-
dena a Secção Regional Sul do Co-
légio de Anestesiologia da Ordem
dos Médicos e adquiriu a Compe-
tência em Gestão em Saúde pela
Ordem dos Médicos.
Lucindo Ormonde
Assistente Graduado de Anestosiologia
Hospital de Santa Maria
Assistente Convidado de FML
Colaboração:
Edgar Ribeiro Lopes
Chefe de Serviço do Hospital da Prelada
Pedro Protásico
Assistente Graduado do Centro Hospitalar
da Cova da Beira
© 2006 Permanyer Portugal
Av. Duque d’Ávila, 92, 7.º E - 1050-084 Lisboa
Tel.: 21 315 60 81 Fax: 21 330 42 96
E-mail: permanyer.portugal@permanyer.com
ISBN de colecção: 972-733-133-5
ISBN: 972-733-213-7
Dep. Legal: 48.161/2006
Ref.: 596AP062
oftalmologia, especialidade que, à época, estava limitada à realização
de operações sem anestesia – apesar de ser já conhecido o éter há
cerca de quatro décadas e fosse já popular a sua utilização como anes-
tésico geral – pela interferência que o equipamento anestésico tinha com
o acesso cirúrgico e pela incidência de vómitos que era habitual com o
éter neste tipo de cirurgia.
Ainda nos finais do ano em que foi descoberta, William Halsted e Ri-
chard Hall, dois jovens cirurgiões, descreveram o bloqueio sensitivo da face
e membro superior. Foram eles, de resto, os responsáveis pela primeira
cirurgia dentária sob bloqueio do nervo mandibular e pelo primeiro bloqueio
do plexo braquial após dissecção do mesmo, sob visualização directa e sob
anestesia geral – ambas as experiências realizadas neles próprios.
Desde muito cedo que a especificidade destas técnicas levou ao
entendimento de que se tratava de um sector individualizado e especia-
lizado dentro da própria anestesia e que, como tal, requeria conheci-
mentos e treino próprios.
Índice
Introdução ..................................................................... 9
Velhos e novos anestésicos locais................................ 11
Classificação dos anestésicos locais........................... 11
Estrutura dos nervos e troncos nervosos
e princípios básicos da fisiologia da condução......... 12
Mecanismo de acção dos anestésicos locais.............. 15
Toxicidade dos anestésicos locais............................... 17
O que trazem de novo os novos anestésicos locais?...... 19
Bibliografia...................................................................... 23
Analgesia por infiltração com anestésicos locais....... 25
Aspectos fisiopatológicos ............................................ 27
Alguns tipos de infiltração............................................ 27
Conclusão........................................................................ 30
Bibliografia...................................................................... 31
Anestésicos locais e bloqueios periféricos ................ 33
Material e métodos......................................................... 34
Abordagem de plexos e troncos nervosos.................. 35
Bloqueios do membro inferior..................................... 37
Notas finais..................................................................... 39
Bibliografia...................................................................... 39
Anestésicos locais na anestesia do neuroeixo............ 41
Anestesia intratecal........................................................ 41
AL no espaço peridural................................................. 44
Conclusão........................................................................ 47
Bibliografia...................................................................... 48
Introdução
Lucindo Ormonde
farmacêutica para a investigação de fármacos menos tóxicos e produ-
zindo um bloqueio sensitivo-motor mais diferenciado.
10
Velhos e novos anestésicos locais
Pedro Protásico
11
R1 R1
NHCOR N COOR N
R2 R2
Amine group
Aromatic group
Amida Èster
Figura 1.
12
D
C
B E F G H
A
Figura 2.
13
Figura 3.
14
te para o meio extracelular até ao restabelecimento do potencial de
repouso – durante este período (0,4 a 0,6 segundos), a membrana está
refractária a novos estímulos –«repolarização».
15
Quadro 1.
A α ++++ 12-22
b +++ 6-12
γ ++ 3-6
δ + 1-5
B ± 1-5
C sC - 0,3-1,3
d γc - 0,3-1,5
16
(maior capacidade de difusão), maior viscosidade, maior quan-
tidade de tecido adiposo local, pH da solução a acidose teci-
dular e aumento da fracção ionizada do fármaco (menor capa-
cidade de difusão);
• grau de absorção sistémica: a sua lipossolubilidade permite à
maioria dos AL uma grande penetração no endotélio vascular,
sendo uma grande parte absorvida para a circulação, depen-
dendo obviamente do grau de vascularização local, do débito
cardíaco (DC) e do próprio efeito vasoconstritor ou vasodila-
tador do fámaco (ex.: bupivacaína e lidocaína vasodilatadoras,
e mepivacaína, prilocaína e ropivacaína vasoconstritoras);
• distribuição e redistribuição: após absorção sistémica, grande
parte do volume circulante é absorvido pelo pulmão. Este efeito
é infelizmente de curta duração, sendo a massa de AL de novo
libertada para a circulação. A ligação à α-1 glicoproteína, existen-
te no plasma e tecidos (a ligação aos eritrócitos é menos impor-
tante), constitui assim o principal compartimento de distribuição
dos AL (de relembrar que apenas a fracção livre é activa na
membrana neuronal e apenas esta fracção pode passar a barreira
hematoencefálica). Outro factor importante é o pH, uma vez que
para valores de 7,4, mais de 75% dos AL são ionizados, distribuin-
do-se pelas áreas corporais com maior conteúdo de água, pelo
que o volume de distribuição diminui com a idade;
• metabolismo: os aminoésteres são hidrolisados pelas pseudo-
colinesterases plasmáticas (e também hepáticas). São teorica-
mente fármacos mais seguros por esta razão, embora possa
haver saturação das pseudocolinesterases se um bolus exces-
sivo de Al for administrado endovenosamente. As aminoami-
das são metabolizadas no fígado inicialmente por oxidação e
posteriormente conjugadas com o ácido glucorónico e outros
aminoácidos, para poderem ser excretadas pela bílis e urina.
A farmacocinética destes AL depende assim do grau de extrac-
ção hepática que é diferente de fármaco para fármaco. A úni-
ca aminoamida que foge a este tipo de metabolismo é a prilo-
caína, que é também hidrolisada pelas pseudocolinesterases
plasmáticas e cujos metabolitos podem predispor à meta-he-
moglobinemia em casos de administração de doses altas.
17
Interpleural
Intercostal
Caudal
Epidural
Plexo Braquial
Ciático-Femural
Subcutâneo
Intra-articular
BSA
18
riorais, etc.), que precedem o aparecimento de convulsões (por
bloqueio das vias inibitórias ao nível da amígdala) e posterior-
mente depressão central com paragem respiratória e eventu-
almente cardíaca, à medida que os níveis plasmáticos aumen-
tam. Nem todos os AL têm as mesmas capacidades de induzir
convulsões (por exemplo a lidocaína é anticonvulsivante para
níveis entre os 2-4 μg/ml, mas acima dos 10 μg/ml provoca con-
vulsões).
19
Quadro 2.
Levobupivacaína 97 ? ? 2,1-4,3 =à
bupivacaína ?
20
– Qualquer dos dois novos agentes mostrou em variadíssimos es-
tudos clínicos um menor índice de toxicidade cardíaca, quer ao
nível do músculo, quer ao nível do sistema de condução, poden-
do pensar-se que qualquer dos fármacos se comporta, no que
respeita ao bloqueio dos canais iónicos (Na+, Ca++ e K+), mais
como um slow in-fast out do que os típicos slow in-slow out da
bupivacaína, indicando assim uma maior capacidade de reversão
e/ou melhor resposta terapêutica a qualquer reacção cardiotóxi-
ca do que no caso desta última.
Bloqueio diferencial
21
22
Quadro 3.
Aminoamidas
Bupivacaína Média Muito longa 0,25-0,5 0,25-0,5 0,25-0,5 0,5 – 250 150
Levobupivacaína Média Muito longa 0,25-0,5 0,25-0,5 0,5-0,75 0,5-0,75 – 300 200
ção precoce, tão importante na recuperação e prevenção dos fenóme-
nos tromboembólicos.
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23
Analgesia por infiltração com
anestésicos locais
Lucindo Ormonde
25
Cirugia major
ugia
cir – Toracotomia
de – Cir. Abdominal superior
po
Ti Cirugia média – Cir. do joelho
– Cir. da anca
– Histerectomia
– Maxilofacial Paracetamol/AINE + epidural
Cirugia menor com AL, opióides ou combinação
– Cir. Inguinal de opióides sistémicos (PCA)
– Cir. Varices
– Laparoscópica/ Paracetamol/AINE + infiltração da
Ginecológica ferida com AL
e/ou
Bloqueio nervoso periférico +
Opióides sistémicos (PCA)
to
Paracetamol/AINE/Opióide fraco en
a t am
Analgesia infiltrativa com AL tr
de
e/ou d es
a
Bloqueio nervoso periférico lid
da
Mo
Figura 1.
– I. em cirurgia proctológica.
– I. do escalpe em neurocirurgia.
26
alvo de alguma discussão metodológica. Alguma consistência de evi-
dência da validade deste conceito, passa pelos resultados apresentados
em trabalhos onde a AI com AL está presente.
Aspectos fisiopatológicos
27
Os trabalhos apontam para uma maior eficácia na infiltração da
ferida por herniorrafia, comparada com outras como as feridas opera-
tórias para histerectomia ou colecistectomia em que o componente de
dor visceral tem um papel importante.
Em relação à cirurgia da hérnia, foram divulgados muitos trabalhos
onde a variabilidade de AL e concentrações utilizadas vão da bupivaca-
ína 0,25% (40 ml) e 0,5% (15 ml) à ropivacaína 0,25 e 0,5% (40 ml).
O tempo de duração da analgesia variou entre a 1.a hora de pós-opera-
tório e as 48 h. A associação ao bloqueio do ileoinguinal e ileo-hipogás-
trico resultou num aumento da duração do bloqueio quando comparada
com a infiltração parietal isolada.
Um trabalho utilizando ropivacaína (Johansson B, et al.) demonstrou
nas colecistectomias clássicas (via aberta), uma melhoria da dor à mobili-
zação, assim como à pressão, durante as primeiras seis horas no seguimen-
to da infiltração de 70 ml de ropivacaína a 0,25% (175 mg) da parede.
Em colecistectomias por celioscopia, Thiry E, et al. demonstraram a
importância da dor visceral, tendo Goegler S, et al. mostrado que
a administração de AL por um catéter subfrénico se acompanhava de
uma melhoria da analgesia até à 6.a hora, utilizando um grupo compa-
rativo clássico de morfina endovenosa.
Papagiannopoulou P, et al., num estudo comparativo entre ropivaca-
ína a 1% e levobupivacaína a 0,5%, com um grupo-piloto com soro fisio-
lógico a 0,9%, concluiu que a infiltração local prévia dos locais de intro-
dução dos trocarts, em cirurgia para colecistectomia laparoscópica,
resultava em melhores resultados em alívio da dor por parte do grupo da
levobupivacaína sobretudo pela duração de acção do efeito analgésico.
Das técnicas de infiltração descritas, a que parece corresponder aos
melhores resultados corresponde a uma infiltração plano por plano,
respeitando a progressão cirúrgica:
– Infiltração da epiderme.
– Derme.
– Supraponevrótica.
– Infra-aponevrótica.
Instilação intraperitoneal
28
A instilação da mesosalpinge com bupivacaína a 0,5%, permitiu di-
minuir a dor pélvica profunda secundária a esterilização tubária.
Injecções intra-articulares
Instilação pleural
29
Quadro 1. Infiltração – o processo
Regras a respeitar
Propriedades antibacterianas
Propriedades anti-inflamatórias
Conclusão
30
perfil de segurança ligado a uma menor toxicidade em relação à bupi-
vacaína, permitirá o aumento de doses de infiltração. No entanto, a
investigação continua.
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31
Anestésicos locais
e bloqueios periféricos
Edgar Ribeiro Lopes
33
• inervação múltipla dos territórios a bloquear.
Material e métodos
Pela revisão efectuada noutro capítulo deste volume, fica claro que
utilizo um de curta duração e dois de longa duração. Deles ressalta um
perfil de segurança, no que concerne à toxicidade, que os aponta como
«melhor opção».
34
Em função das referências anatómicas descritas para cada abor-
dagem, inicio a procura da resposta ideal, utilizando uma agulha to-
talmente isolada acoplada a um neuroestimulador, com uma intensi-
dade de corrente de 1,0 mAmp, frequência 2 Hz e 300 ms de
duração.
A progressão da agulha é acompanhada de redução sucessiva da
intensidade da corrente até um limiar inferior de 0,3/0,2 mAmp.
Uma vez estabilizada a posição da agulha, procedo à administração
lenta e intermitente de pequenos volumes de AL (máximo 5 ml). A cada
fracção deve corresponder uma constante e progressiva elevação do
limiar mínimo de estimulação.
Sempre que esta sequência não se verifique, é mandatório interrom-
per a administração de AL! Administração intravascular não-detectada
ou posicionamento inadequado da agulha poderão estar em causa!
Todos os equipamento de suporte de vida necessário, num quadro
de toxicidade grave por AALL, têm de estar em prontidão sempre que
se proceda a um bloqueio!
Se a opção for introdução de cateter para bloqueio contínuo, o
procedimento tem algumas modificações. Desde logo se o cateter uti-
lizado é ou não passível de estimulação.
Se não, proceder-se-á a introdução do cateter após administração
prévia de metade do volume prescrito para o bolus inicial a fim de
permitir a progressão do cateter. Poderá ser sentida uma resistência
inicial, fazendo-o avançar, na maioria dos casos, 3 cm para além da
extremidade da agulha.
Se for estimulável, há que tentar a progressão do cateter após ad-
ministração de pequeno volume de AL de baixa concentração, de modo
a permitir a persistência da resposta ao estímulo. Só após garantirmos a
correcta colocação do cateter se deverá proceder à administração do
volume de carga do AALL, após a prévia certificação da ausência de
sangue à aspiração ou por refluxo espontâneo.
Plexo braqueal
35
Bloqueio interescalénio anterior
AL utilizados:
36
É uma abordagem que ultrapassa as limitações à abordagem axilar,
em caso de omartrose ou traumatismo do membro superior.
Bloqueio axilar
– Volume de AL:
37
• 30 a 40 ml de volume na técnica do bolus de carga;
Bloqueio femural
– Volume de AL:
38
como na abordagem lateral, está indicado na cirurgia do pé e, em
associação com o femural, para a cirurgia do tarso e perna.
– Volume de AL:
• 30 a 40 ml volume de carga;
Notas finais
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40
Anestésicos locais na anestesia
do neuroeixo
Lucindo Ormonde
Anestesia intratecal
41
– O peso específico define a relação entre a densidade de uma
solução e a densidade da água à mesma temperatura. O peso
específico pode variar, dependendo da temperatura a que foi
feita a avaliação.
42
A dose é determinada pelo volume e pela concentração do AL uti-
lizado, estando estes três factores indissociados.
43
a mobilização do fármaco em direcção cefálica antes de se colocar a
grávida em supino. A bupivacaína hiperbárica parece oferecer melhores
condições de estabilidade na dispersão, especialmente na posição de
sentada.
Potência do AL
Analgesia intratecal
AL no espaço peridural
Anestesia peridural
44
quando se utiliza a concentração de 0,5%. Ensaios clínicos efectuados
com concentrações de 0,75 e 1% para cirurgia dos membros inferiores,
ginecológica e abdominal revelaram igualmente bons resultados, notan-
do-se somente um menor bloqueio motor comparativamente com doses
equipotentes de bupivacaína.
Um outro estudo que visou comparar levo (0,5%), ropi (0,5%) e bupi
(0,5%) em artroplastia total da anca (Casati A, et al.) mostrou que levo
e bupi eram similares em relação ao início de instalação do bloqueio,
da qualidade e na duração, com um bloqueio motor per-operatório
maior que o da ropivacaína.
Analgesia de parto
45
2,5-3 ml de uma mistura pré-preparada (0,1% bupivacaína e 2 μg/ml
fentanyl) ou tão somente a utilização de opióide isolado (sufen-
tanyl 5-10 μg). A melhor combinação AL/opióide para este efeito
ainda está por ser evidenciada.
Analgesia pós-operatória
46
tados atempadamente (hematoma epidural). Recentes trabalhos da
autoria de Gautier P, et al. levantam algumas questões sobre esta ideia
de dissociação sensitivo-motora dos novos AL versus a formula racé-
mica, colocando dúvidas ainda por consubstanciar categoricamente.
– Cirurgia torácica:
– Cirurgia do abdómen:
Conclusão
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da bupivacaína, assim como o bloqueio motor indissociado da anestesia
e muitas vezes da analgesia efectuada com AL, se muitas vezes deseja-
do, noutras é um inconveniente. A possibilidade de termos ao nosso al-
cance fármacos com um perfil de segurança aumentado em relação a
margens de toxicidade e com possibilidade de se dissociar o efeito motor
do sensitivo, confere-nos uma vantagem acrescida no nosso armamen-
tarium anestésico. Consideramos que estes novos AL são mais um
percurso transcorrido no caminho para o AL ideal.
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