Questões Direito Do Trabalho
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1. Faça uma análise sobre a jornada de trabalho semanal e o regime de horas extras, com base em 6
dispositivos na CF e CLT (0.2 pts)
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.
A limitação de horário não era aplicada aos empregados domésticos. Atualmente, com a
nova redação do art. r. parágrafo único da CF, eles passaram a ter direito à jornada de 8 horas diárias
e 44 horas semanais. Diante disso, caso um empregado doméstico trabalhe mais de 8 horas diárias
terá direito a horas extras. Esse direito à limitação da jornada tem eficácia imediata.
É importante ressaltar que a jornada de trabalho do empregado abrange o tempo em que está
à disposição do empregador, executando serviços ou aguardando ordens, de acordo com art. 4° da
CLT.
Sobre tempo à disposição é importante que se destaque que, em 3 momentos, a própria CLT
flexibiliza o recebimento integral do período que o empregado está aguardando, são eles: 1) tempo
de espera do motorista, 2) prontidão e 3) sobreaviso.
O denominado tempo de espera (art. 235-C, § 8°, CLT) do motorista corresponde ao período
em que o motorista profissional ficar aguardando carga ou descarga do veículo bem como o período
gasto com a fiscalização da mercadoria transportada. Esse período não é computado na jornada de
trabalho e não será devido como horas extraordinárias. As horas relativas ao tempo de espera serão
indenizadas na proporção de 30% (trinta por cento) do salário-hora normal.
Na denominada horas de prontidão, o empregado permanece nas dependências da empresa
aguardando ordens. Nesse caso, o trabalhador não prestará serviços, mas receberá 2/3 do horário
normal em razão do tempo à disposição. Poderá permanecer em prontidão por, no máximo, 12
horas.
Há ainda as horas de sobreaviso que consistem na possibilidade de o empregado permanecer
em sua residência ou outro local combinado aguardando ordens da empresa. Nesse caso, receberá
apenas 1/3 da hora normal e poderá ficar nesse regime por, no máximo, 24 horas.
Recentemente, o TST, embora não haja previsão em lei, trouxe uma inovação importante ao
prever que deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho pode ser
considerado tempo à disposição do empregador caso supere o limite de 10 minutos diários. A
interpretação dadá pelo TST tem como fundamento o princípio da razoabilidade, conforme previsto
a seguir:
Art. 13, § 1°: Caso o empregado resida no local de trabalho. o período de intervalo poderá
ser desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma)
hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.
§ 2° Em caso de modificação do intervalo, na forma do§ 1°, é obrigatória a sua anotação no
registro diário de horário, vedada sua prenotação.
A prova de que houve trabalho extraordinário fica a cargo do trabalhador, entretanto ern
duas situações haverá presunção relativa de veracidade nas declarações do empregado:
a) empresas com mais de dez empregados, que têm a obrigação de anotação do horário de
entrada e saída, mas não apresentam os controles de frequência. Vale ressaltar que, na relação de
trabalho doméstico, a anotação do horário de trabalho é obrigação do empregador
independentemente do número de empregados domésticos. Assim, sempre terá a obrigação de
apresentar os controles de frequência sob pena de presunção de veracidade nas declarações do
empregado;
b) cartões de ponto que demonstrem horários de entrada e saída uniformes. Nesse caso, há
"horário britânico", sem qualquer variação no horário da entrada e saída dos trabalhadores, levando
à conclusão de que houve fraude, pois é praticamente impossível um trabalhador chegar exatamente
às 5h e sair pontualmente às 17h durante anos que permaneceu na empresa.
No tocante ao regime de horas extras, o empregado horista submetido a turno ininterrupto de
revezamento faz jus ao pagamento das horas extraordinárias laboradas além da 6°, bem como ao
respectivo adicional (OJ-SDI1-275)
Já um dispositivo da CLT que merece destaque é a regra contida no art. 4°, pelo qual:
Relevante notar que a jornada de trabalho abarca o tempo em que o empregado esteja à
disposição do empregador, ainda que não prestando serviço efetivo. Interessante questão a respeito
desse tema é norma extraída da Súmula 118 do TST, pela qual os intervalos concedidos pelo
empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da
empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.
Nesse sentido, se o empregador, por exemplo, concede ao empregado intervalo de 20 (vinte)
minutos para descansar durante tempo em que não conste em lei, será esse período contado como
jornada de trabalho. Assim, se o empregado labora o tempo em que descansou mais a jornada a ele
prevista, terá direito a receber o seu salário e a perceber a quantia resultante a horas extras.
3) Compensação das horas trabalhadas no período de uma semana ou, no máximo, um mês.
Se trabalhadas além do horário normal, deverão ser compensadas, com descanso, dentro do prazo
de uma semana ou, no máximo, um mês. Dessa forma, a redistribuição de horas deverá respeitar o
limite máximo de 44 horas semanais ou 220 horas mensais. Se não houver a compensação, ou,
ainda, ocorrer o término do contrato de trabalho antes da folga compensatória, caberá ao
empregador remunerá-las como hora extraordinária (pagamento da hora normal acrescida do
adicional de 50%).
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social: (…)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho.
Nesse sentido, passe-se à viabilidade da prorrogação. O art. 59, caput, da CLT, afirma que
Art. 59 A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente
de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Nesse sentido, a
Reforma Trabalhista trouxe inovações. Com efeito, a partir da mudança trazida pela mencionada
reforma, resta possível a compensação dentro de até um mês (e não na semana, como entendia a
jurisprudência). Além disso, agora há a possibilidade de acordo individual tácito ou escrito, e não só
escrito. Assim fixou a Lei (CLT, art. 59, §6°):
3. Fale sobre o regime de jornada de trabalho de 12 horas diárias, seu limite mínimo e máximo de
interjornada para fins de descanso do trabalhador, considerando a sua ampliação pela via de
negociação coletiva de trabalho (0.2 pts).
Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horário de
trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas de descanso,
observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.
§ 1°. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os
pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e
serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando
houver, de que tratam o art. 70 e o§ do do art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5-452, de 1° de maio de 1943, e o art. 9o da Lei no
605, de 5 de janeiro de 1949.
Art. 235-F. CLT. Convenção e acordo coletivo poderão prever jornada especial de 12 (doze)
horas de trabalho por 36 (trinta e seis) horas de descanso para o trabalho do motorista
profissional empregado em regime de compensação.
4. Empregado que desenvolve sua atividade em período noturno terá direito a qual jornada de
trabalho? Receberá um valor adicional por isso? Qual o tempo em minutos será a jornada noturna
de trabalho e qual a sua redução por hora (0.2 pts)?
O ser humano não possui hábitos noturnos. Assim, o trabalho realizado nesse período requer
do trabalhador mais esforço físico e mental para ser executado. Lembre-se de que o empregado
menor de idade, mesmo que emancipado, não poderá trabalhar nesse horário. Há previsão de
adicional noturno como forma de compensar o trabalho desenvolvido nesse período, de acordo com
o art. 7o, IX, da CF:
Art. 7°, IX, CF/88: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: remuneração do trabalho noturno superior a do
diurno.
5. Empregado contratado mediante salário de R$ 2.000,00. Fez horas extras no período de 20h às
22hs mediante acordo individual durante o período de segunda a sexta, durante 2 meses. Quanto
receberá por isso (0.2 pts)?
Presumindo-se que esse empregado tem sua jornada de trabalho semanal de 44 (quarenta e
quatro) horas (= 220 horas por mês), deve-se calcular primeiro o seu salário por hora. Nesse
sentido:
Salário por hora = salário mensal ÷ jornada de trabalho mensal
Salário por hora = R$ 2.000,00 ÷ 220h
Salário por hora = aproximadamente R$ 9,10
Agora, deve-se aplicar a regra constitucional de majorar 50% das horas extras trabalhadas.
Daí que:
Hora extra com 50% = salário por hora x 1,5
Hora extra com 50% = R$ 9,10 x 1,5 = R$ 13,64
Nesse sentido, deverá o trabalhador receber remuneração de R$ 13,64 por hora extra
trabalhada. Agora, se se partir do pressuposto de que o empregado trabalhou por 2 meses, de
segunda a sexta, totalizando, portanto, 44 dias de trabalho, teremos:
Considerando que o valor da hora extra encontrado anteriormente é de R$ 13, 64, teremos: