Introdução A Cartografia
Introdução A Cartografia
Introdução A Cartografia
NOTAS DE AULA
INTRODUÇÃO A CARTOGRAFIA
CARTOGRAFIA – ciência que consiste em representar graficamente por meio de cartas e mapas
o conhecimento humano da superfície da terra.
MAPA – É a representação da terra nos seus aspectos geográficos naturais ou artificiais que se
destina a fins culturais ou ilustrativos. Não tem caráter cientifico especializado e geralmente é
construído em escala pequena cobrindo um território mais ou menos extenso.
CROQUIS: É um esboço gráfico, geralmente sem escala , em breves traços, que facilita a
identificaçao de detalhes.
Escala gráfica: É usada para facilitar a leitura de uma planta, mapa ou carta. A escala gráfica é
um segmento de reta dividido de modos a mostrar a relação entre as dimensões do papel e do
terreno.
SISTEMA DE PROJEÇÕES
Queremos representar o mundo - de proporções quilométricas em traços desenhados em
proporções milimétricas; Para isto, construímos cartas e mapas. A construção de uma carta
exige o estabelecimento de um método; Este método deve obedecer à regra “a cada ponto da
superfície da Terra corresponde um ponto da carta e vice-versa”.
Diversos métodos podem ser empregados para se obter essa correspondência de pontos,
constituindo os chamados "sistemas de projeções“ (SP). SP é um conjunto de princípios e leis
que garantem a unicidade da correspondência “objeto (Terra) e imagem (mapa/carta)”. A
teoria das projeções compreende o estudo dos diferentes sistemas que se fundamentam em
princípios e leis matemáticas (Cartografia Matemática).
A correspondência entre a superfície da Terra e o mapa não pode ser exata (perfeita) por dois
motivos básicos:
1- Uma transformação de escala deve ocorrer: a correspondência 1/1 é fisicamente impossível
e durante o processo de redução das dimensões ocorre perda de informação (generalização);
2- A superfície curva da Terra não se ajusta a um plano sem a introdução de alguma espécie de
deformação ou distorção (esticar ou rasgar a superfície curva).
Projeção Cônica
GENERALIDADES
O homem sempre necessitou conhecer o meio em que vive, por questões de sobrevivência,
orientação, segurança, guerras, navegação, construção, etc. No princípio a representação do
espaço baseava-se na observação e descrição do meio. Cabe salientar que alguns historiadores
dizem que o homem já fazia mapas antes mesmo de desenvolver a escrita. Com o tempo
surgiram técnicas e equipamentos de medição que facilitaram a obtenção de dados para
posterior representação. A Topografia foi uma das ferramentas utilizadas para realizar estas
medições.
DEFINIÇÕES:
A palavra Topografia, origina-se do prefixo TOPOS, em grego que significa lugar e GRAPHEN
descrição, assim, de uma forma bastante simples, Topografia significa descrição do lugar. A
seguir são apresentadas algumas de suas definições:
“A Topografia tem por objetivo o estudo dos instrumentos e métodos utilizados para obter a
representação gráfica de uma porção do terreno sobre uma superfície plana”
A Topografia pode ser entendida como parte da Geodésia, ciência que tem por objetivo
determinar a forma e dimensões da Terra.
A Topografia é a base para diversos trabalhos de Engenharia, onde o conhecimento das formas
e dimensões do terreno é importante. Alguns exemplos de aplicação:
• Projetos e execução de estradas; • Grandes obras de engenharia, como pontes, túneis,
portos, etc.; • Locação de obras; • Trabalhos de terraplenagem; • Monitoramento de
estruturas; • Planejamento urbano; • Irrigação e drenagem; • Reflorestamentos; • Etc.
Tradicionalmente o levantamento topográfico pode ser dividido em duas partes: o
levantamento planimétrico, onde se procura determinar a posição planimétrica dos pontos
(coordenadas X e Y) e o levantamento altimétrico, onde o objetivo é determinar a cota ou
altitude de um ponto (coordenada Z). A realização simultânea dos dois levantamentos dá
origem ao chamado levantamento planialtimétrico.
SISTEMA DE COORDENADAS
Quando se posiciona um ponto nada mais está se fazendo do que atribuindo coordenadas ao
mesmo. Estas coordenadas por sua vez deverão estar referenciadas a um sistema de
coordenadas. Existem diversos sistemas de coordenadas, alguns amplamente empregados em
Geometria e Trigonometria, por exemplo. Estes sistemas normalmente representam um ponto
no espaço bidimensional ou tridimensional.
Figura 1
Figura 2
Um sistema de coordenadas cartesianas retangulares no espaço tridimensional é caracterizado
por um conjunto de três retas (X, Y, Z) denominadas de eixos coordenados, mutuamente
perpendiculares, as quais se interceptam em um único ponto, denominado de origem. A
posição de um ponto neste sistema de coordenadas é definida pelas coordenadas cartesianas
retangulares (x, y, z) de acordo com a figura
Figura 3
- MODELO ESFÉRICO.
Em diversas aplicações a Terra pode ser considerada uma esfera, como no caso da Astronomia.
Um ponto pode ser localizado sobre esta esfera através de sua latitude e longitude.
Latitude (Φ): é o arco de meridiano contado desde o equador até o ponto considerado, sendo,
por convenção, positiva no hemisfério Norte e negativa no hemisfério Sul.
Longitude (Λ): é o arco de equador contado desde o meridiano de origem (Greenwich) até o
meridiano do ponto considerado. Por convenção a longitude varia de 0º a +180º no sentido
leste de Greenwich e de 0º a -180º por oeste de Greenwich.
CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE OBSERVAÇÃO
• Condições Pessoais: causados por falhas humanas, como falta de atenção ao executar
uma medição, cansaço, etc.
Os erros, causados por estes três elementos apresentados anteriormente, poderão ser
classificados em:
• Erros grosseiros
• Erros sistemáticos
• Erros aleatórios
- Erros Grosseiros: Causados por engano na medição, leitura errada nos instrumentos,
identificação de alvo, etc., normalmente relacionados com a desatenção do observador ou uma
falha no equipamento. Cabe ao observador cercar-se de cuidados para evitar a sua ocorrência
ou detectar a sua presença. A repetição de leituras é uma forma de evitar erros grosseiros.
Alguns exemplos de erros grosseiros:
- Erros Sistemáticos: São aqueles erros cuja magnitude e sinal algébrico podem ser
determinados, seguindo leis matemáticas ou físicas. Pelo fato de serem produzidos por causas
conhecidas podem ser evitados através de técnicas particulares de observação ou mesmo
eliminados mediante a aplicação de fórmulas específicas. São erros que se acumulam ao longo
do trabalho. Exemplo de erros sistemáticos, que podem ser corrigidos através de fórmulas
específicas:
• Efeito da temperatura e pressão na medição de distâncias com medidor eletrônico de
distância;
- Erros Acidentais ou Aleatórios: São aqueles que permanecem após os erros anteriores
terem sido eliminados. São erros que não seguem nenhum tipo de lei e ora ocorrem num
sentido ora noutro, tendendo a se neutralizar quando o número de observações é grande.
De acordo com GEMAEL (1991, p.63), quando o tamanho de uma amostra é elevado, os
erros acidentais apresentam uma distribuição de freqüência que muito se aproxima da
distribuição normal.
- Modelos de trenas
Durante a medição de uma distância utilizando uma trena, é comum o uso de alguns
acessórios como: piquetes, estacas testemunhas, balizas e níveis de cantoneira.
- Piquetes
- é cravado no solo, porém, parte dele (cerca de 3 a 5 cm) deve permanecer visível,
sendo que sua principal função é a materialização de um ponto topográfico no terreno.
- Estacas Testemunhas
São utilizadas para facilitar a localização dos piquetes, indicando a sua posição
aproximada. Estas normalmente obedecem as seguintes características:
- Balizas
- comprimento de 2 m;
- Exemplos de balizas.
- Nível de cantoneira.
- acessórios;
(I)
( II )
- Vários Lances - Pontos Visíveis: Quando não é possível medir a distância entre dois
pontos utilizando somente uma medição com a trena (quando a distância entre os dois pontos
é maior que o comprimento da trena), costuma-se dividir a distância a ser medida em partes,
chamadas de lances. A distância final entre os dois pontos será a somatória das distâncias de
cada lance. A execução da medição utilizando lances é descrita a seguir. Analisando a figura
5.7, o balizeiro de ré (posicionado em A) orienta o balizeiro intermediário, cuja posição coincide
com o final da trena, para que este se mantenha no alinhamento AB.
( III )
Depois de executado o lance, o balizeiro intermediário marca o final da trena com uma
ficha (haste metálica com uma das extremidades em forma de cunha e a outra em forma
circular). O balizeiro de ré, então, ocupa a posição do balizeiro intermediário, e este, por sua
vez, ocupará nova posição ao final do diastímetro. Repete-se o processo de deslocamento das
balizas (ré e intermediária) e de marcação dos lances até que se chegue ao ponto B.
- MEDIÇÃO DE DIREÇÕES
( IV )
Leitura de direções e cálculo do ângulo.
• Ângulo horizontal (H): ângulo formado por dois planos verticais que contém as
direções formadas pelo ponto ocupado e os pontos visados. É medido sempre na horizontal,
razão pela qual o teodolito deve estar devidamente nivelado.
Ângulo horizontal.
Conforme pode ser visto na figura acima, o ângulo entre as direções AO-OB e CO-OD é o
mesmo, face que os pontos A e C estão no mesmo plano vertical π e B e D no plano π’.
• Ângulo vertical (V): é o ângulo formado entre a linha do horizonte (plano horizontal) e
a linha de visada, medido no plano vertical que contém os pontos (figura 6.4). Varia de 0º a +
90º (acima do horizonte) e 0º a - 90º (abaixo do horizonte).
Ângulo vertical.
• Ângulo zenital (Z): ângulo formado entre a vertical do lugar (zênite) e a linha de
visada (figura 6.5). Varia de 0º a 180º, sendo a origem da contagem o zênite.
Ângulo zenital.
A relação entre o ângulo zenital e vertical é dada pela equação Z+V = 90°
- ESTAÇÕES TOTAIS
De maneira geral pode-se dizer que uma estação total nada mais é do que um teodolito
eletrônico (medida angular), um distanciômetro eletrônico (medida linear) e um processador
matemático, associados em um só conjunto (figura ). A partir de informações medidas em
campo, como ângulos e distâncias, uma estação total permite obter outras informações como: -
Distância reduzida ao horizonte (distância horizontal); - Desnível entre os pontos (ponto “a”
equipamento, ponto “b”refletor); - Coordenadas dos pontos ocupados pelo refletor, a partir de
uma orientação prévia.
- Constante do prisma.
- Altura do instrumento;
- Altura do refletor;
- ORIENTAÇÃO
Campo magnético ao redor da Terra. Adaptado de: THE EARTHS MAGNETIC FIELD (2004).
A Terra, na sua rotação diária, gira em torno de um eixo. Os pontos de encontro deste eixo
com a superfície terrestre denominam-se de Pólo Norte e Pólo Sul verdadeiros ou geográficos.
O eixo magnético não coincide com o eixo geográfico. Esta diferença entre a indicação do Pólo
Norte magnético (dada pela bússola) e a posição do Pólo Norte geográfico denomina-se
declinação magnética.
- AZIMUTE E RUMO
Rumo: é o menor ângulo formado pela meridiana que materializa o alinhamento Norte
Sul e a direção considerada. Varia de 0º a 90º, sendo contado do Norte ou do Sul por leste e
oeste. Este sistema expressa o ângulo em função do quadrante em que se encontra. Além do
valor numérico do ângulo acrescenta-se uma sigla (NE, SE, SW, NW) cuja primeira letra indica a
origem a partir do qual se realiza a contagem e a segunda indica a direção do giro ou
quadrante.
- EXERCÍCIOS
1) Calcular o azimute da direção 1-2 conhecendo-se as coordenadas:
X1 = 459,234m Y1 = 233,786 m
X2 = 778,546m Y2 = 451,263 m
X2 = 459,234 m Y2 = 233,786 m
X3 = 498,376 m Y3 = 102,872 m
Fazendo
∆X = X3 - X2 tem-se ∆X = + 39,142 m
∆Y = Y3 - Y2 tem-se ∆Y = - 130,914 m
X3 = 459,234m Y3 = 233,786 m
X4 = 285,550 m Y4 = 99,459 m
Fazendo:
∆X = X4 - X3 tem-se ∆X = - 173,684 m
∆Y = Y4 - Y3 tem-se ∆Y = - 134,327 m
Como ∆X e ∆Y são negativos o azimute da direção 3-4 está no 3º quadrante, entre 180º e
270º, conforme ilustra a Figura abaixo.
Reduzindo ao 3º quadrante:
X4 = 459,234m Y4 = 233,786 m
X5 = 301,459 m Y5 = 502,591 m
• Poligonal secundária: aquela que, apoiada nos vértice da poligonal principal determina
os pontos de apoio topográfico de segunda ordem;
• Poligonal auxiliar: poligonal que, baseada nos pontos de apoio topográfico planimétrico,
tem seus vértices distribuídos na área ou faixa a ser levantada, de tal forma que seja possível
coletar, direta ou indiretamente, por irradiação, interseção ou ordenadas sobre uma linha de
base, os pontos de detalhes julgados importantes, que devem ser estabelecidos pela escala ou
nível de detalhamento do levantamento.
- Poligonal fechada.
• Poligonal enquadrada: parte de dois pontos com coordenadas conhecidas e acaba em
outros dois pontos com coordenadas conhecidas (figura 9.3). Permite a verificação do erro de
fechamento angular e linear.
- Poligonal aberta.
- Estes dois pontos não necessitam ser os primeiros de uma poligonal, conforme é
ilustrado na figura.
- Pontos com coordenadas conhecidas entre pontos da poligonal.
- CÁLCULO DE COORDENADAS
Onde: