6 TCC RAFAELA - Concurso CREA
6 TCC RAFAELA - Concurso CREA
6 TCC RAFAELA - Concurso CREA
Francisco Beltrão
2020
Rafaela Giachini da Silva
Francisco Beltrão
2020
RESUMO
Para a elaboração de projetos, o uso dos softwares aparece como uma forma de se
obter melhor visualização dos elementos. Com isso, o software mais utilizado é o
AutoCad, no qual representou grande progresso, visto que substituiu os desenhos
manuais. Essa ferramenta apresenta projetos em 2D, que resultam em desenhos com
linhas e curvas. Já a Plataforma Building Information Modeling, ou Plataforma BIM,
apresenta-se como uma alternativa aos processos tradicionais de projeto, pois realiza
uma modelagem que vai desde o 3D até o 6D, trabalhando com diversas informações,
como custos, materiais, resistência, etc. Contudo, a metodologia BIM é mais comum
na realização de projetos e obras verticais, como casas e prédios. Por isso, o presente
estudo consiste na elaboração de projetos de uma Central Geradora Hidrelétrica
(CGH), onde esses projetos foram feitos em 3D com o uso do software Revit e o
planejamento da obra foi elaborado no MS Project. Assim, a modelagem 3D foi
compatibilizada com o planejamento no Navisworks, gerando um modelo 4D. Dessa
maneira, muitos benefícios foram apontados, como a obtenção de uma melhor
visualização, integração, análise e gestão dos projetos e também a detecção de
possíveis problemas e incompatibilidades. Além disso, com informações mais
precisas obtidas através do BIM, pode-se obter maior economia de tempo e de
orçamento, visto que se trata de uma obra de grande porte.
For the elaboration of projects, the use of software appears as a way to obtain a better
view of the elements. With that, the most used software is AutoCad, which represented
great progress, since it replaced manual drawings. This tool presents 2D designs,
which result in drawings with lines and curves. The Building Information Modeling
Platform, or BIM Platform, presents itself as an alternative to traditional design
processes, since it performs a modeling that goes from 3D to 6D, working with several
information, such as costs, materials, resistance, etc. However, the BIM methodology
is more common in vertical projects and constructions, such as houses and buildings.
For this reason, the present study consists on the elaboration of projects for a
Hydroelectric Generating Plant (HGP), where these projects were made in 3D using
the Revit software and the planning of the construction was made on MS Project
software. Thus, the 3D modeling was made compatible with planning on Navisworks,
generating a 4D model. In this way, many benefits were pointed out, like the obtention
of a better visualization, integration, analysis and management of the projects and the
possible detection of problems and incompatibilities. In addition, with more accurate
information obtained through BIM, it is possible to obtain bigger time and budget
savings, since it is a large construction.
Figura 1 – Arranjo de uma CGH com casa de força no “pé” da barragem ............... 14
Figura 2 – Arranjo de derivação ou desvio ............................................................... 14
Figura 3 – Esquema de funcionamento de empreendimentos hidrelétricos ............. 15
Figura 4 – Seção de uma barragem de terra homogênea ........................................ 16
Figura 5 – Seção de barragem de enrocamento com núcleo impermeável ............. 17
Figura 6 – Seção de barragem de concreto gravidade ............................................. 18
Figura 7 – Vertedouro sobre o próprio corpo da barragem ...................................... 19
Figura 8 – Tomada d’água com comporta ................................................................ 20
Figura 9 – Canal de adução feito em concreto ......................................................... 21
Figura 10 – Câmara de carga ................................................................................... 22
Figura 11 – Exemplo de casa de força com turbinas, gerador e sucção .................. 23
Figura 12 – Ciclo do uso da plataforma BIM ............................................................ 25
Figura 13 – Funcionamento do processo tradicional e do processo BIM ................. 26
Figura 14 – Topografia em 3D gerada no software Revit a partir de fotometria ....... 31
Figura 15 – Projeto da barragem e canal de adução em 3D .................................... 32
Figura 16 – Planejamento no MS Project ................................................................. 33
Figura 17 – Interface do software Navisworks com a compatibilização do projeto 3D
com o planejamento .................................................................................................. 34
Figura 18 – Interoperabilidade dos elementos realizada nos softwares Revit, Project
e Navisworks ............................................................................................................. 35
Figura 19 – Ferramenta Clash Detective no software Navisworks ........................... 35
Figura 20 – Vista do projeto da CGH Santo Anjo em 3D .......................................... 36
Figura 21 – Imagem renderizada do projeto da CGH Santo Anjo ............................ 37
Figura 22 – Modelo em 3D da barragem .................................................................. 37
Figura 23 – Planta baixa da barragem ..................................................................... 38
Figura 24 – Corte transversal da barragem .............................................................. 38
Figura 25 – Planta baixa em 2D da casa de força .................................................... 40
Figura 26 – Corte transversal da casa de força ........................................................ 41
Figura 27 – Casa de força em 3D realizada no software Revit................................. 41
Figura 28 – Imagem renderizada da parte externa da casa de força ....................... 42
Figura 29 – Cronograma da construção do canal de adução ................................... 43
Figura 30 – Cronograma e Gráfico de Gantt elaborados no MS Project .................. 44
Figura 31 – Compatibilização do projeto em 3D com o planejamento da obra ........ 45
Figura 32 – Imagem do vídeo onde o canal de adução aparece pronto ................... 46
Figura 33 – Vista de dentro da casa de força ........................................................... 46
Figura 34 – Detecção de conflitos entre condutos.................................................... 47
Figura 35 – Relatório de incompatibilidade entre condutos ...................................... 48
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 12
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 12
1.2.2 Objetivos específicos..................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 13
2.1 CENTRAIS GERADORAS HIDRELÉTRICAS ..................................................... 13
2.1.1 Arranjo das CGHs .......................................................................................... 13
2.1.1.1 Barragem....................................................................................................... 16
2.1.1.2 Vertedouro ..................................................................................................... 18
2.1.1.3 Tomada d’água ............................................................................................. 19
2.1.1.4 Canal de adução ........................................................................................... 20
2.1.1.5 Câmara de carga ........................................................................................... 21
2.1.1.6 Conduto forçado ............................................................................................ 22
2.1.1.7 Casa de força ................................................................................................ 23
2.1.1.8 Canal de fuga ................................................................................................ 24
2.2 BUILDING INFORMATION MODELING (BIM).................................................... 24
2.2.1 Conceituação .................................................................................................. 24
2.2.2 Comparação com o modelo tradicional ....................................................... 25
2.2.3 Modelos BIM 3D, 4D, 5D e 6D ........................................................................ 27
2.2.4 Interoperabilidade e IFC................................................................................. 27
2.2.5 Benefícios e dificuldades .............................................................................. 28
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 30
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA CGH ............................................................................ 30
3.2 ELABORAÇÃO DO PROJETO DA CGH............................................................. 31
3.3 PLANEJAMENTO DA CGH................................................................................. 33
3.4 PLANEJAMENTO 4D .......................................................................................... 34
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 36
4.1 APLICAÇÃO DA DIMENSÃO 3D DO BIM NO PROJETO ESTUDO DE CASO..36
4.1.1 Projetos no software AutoCad ...................................................................... 40
4.2 APLICAÇÃO DA DIMENSÃO 4D DO BIM NO PROJETO .................................. 43
4.2.1 Planejamento no MS Project ......................................................................... 43
4.3 COMPATIBILIZAÇÃO DA DIMENSÃO 3D PARA DIMENSÃO 4D ..................... 45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 49
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 51
APÊNDICE A – CRONOGRAMA ELABORADO NO MS PROJECT ....................... 54
ANEXO A – PLANTA DE SITUAÇÃO EM 2D DA CGH SANTO ANJO................... 64
ANEXO B – PLANILHA COM PLANEJAMENTO DA OBRA .................................. 66
10
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Existem vários tipos de arranjo para uma CGH. Sendo que, para fazer a escolha
do melhor é preciso levar em consideração as condições topográficas e geológico-
geotécnicas do local onde a central será implantada. Há dois tipos de arranjos:
compactos e com derivação (PEREIRA, 2015).
Os arranjos compactos são caracterizados por possuírem tomada d’água e
casa de força na mesma estrutura, além de, possuírem um vertedouro incorporado ao
barramento. Esse tipo de arranjo é indicado quando não existe uma queda natural
localizada, fazendo com que o desvio necessário seja feito pelo barramento. Desse
modo, a casa de força é construída no “pé” da barragem sem um canal de adução
(MARTINS, 2015).
14
Quanto a seleção do tipo de arranjo é importante que uma análise seja feita
para possibilitar a redução de custos, desde que, sejam garantidas questões de
segurança e eficiência do sistema (MANCEBO; BRANDÃO, 2013).
16
2.1.1.1 Barragem
A barragem é a estrutura que tem como objetivo represar a água, de forma que
eleve o nível d’água do rio e possibilite a alimentação da tomada d’água. Assim, em
locais de baixa queda a barragem também cria o desnível necessário para produção
da energia (ELETROBRÁS, 2000).
Para a escolha do tipo de barragem mais adequado ao projeto é necessário
levar em consideração alguns fatores, como as condições da fundação e também a
disponibilidade de materiais, equipamentos e mão de obra. Além disso, é preferível
que a barragem seja construída em local estreito do rio, de forma que possibilite a
economia do material (MANCEBO; BRANDÃO, 2013).
A determinação do tipo de barragem também depende dos aspectos
topográficos, geológicos e geotécnicos. Desse modo em geral, tem sido adotado pelos
projetos de aproveitamentos hidrelétricos barragens de terra, barragens de
enrocamento e barragens de concreto a gravidade. (ELETROBRÁS, 2000).
Segundo Souza, Santos e Bortoni (1999), as barragens de terra são feitas em
terra compactada, em que possuem um núcleo de material impermeável com filtro de
drenagem. Elas são recobertas por revestimento protetor, como grama ou pedra e
possuem seções transversais trapezoidais. A Figura 4 apresenta a seção de uma
barragem de terra:
construção do maciço compactado. Além disso, é importante que seja feita uma
análise do balanceamento dos materiais em relação ao uso dos materiais terrosos,
aos quais são provenientes das escavações decorrentes da execução da obra, como
as do canal de adução ou das fundações das estruturas de concreto (ELETROBRÁS,
2000).
As barragens de enrocamento possuem predominância de material rochoso.
Basicamente, existem dois tipos de barragem de enrocamento: as de membrana
externa impermeável (sendo de concreto ou asfalto) e as com o núcleo interno
impermeável (argila compactada) (MARTINS, 2015).
Esse tipo de barragem é apropriado para vales medianamente encaixados em
regiões rochosas, sendo que nessas regiões o capeamento do solo, geralmente, não
existe ou é pouco espesso. Para isso, é necessário que existam condições para
fundações e acesso facilmente explorável de pedreiras, visando facilitar o transporte
de materiais (ELETROBRÁS, 2000).
A Figura 5 ilustra a seção transversal de uma barragem de enrocamento com
núcleo impermeável.
gravidade, pois essa estrutura em arco conduz o esforço da água para as paredes do
vale em que a barragem está encaixada. Já as de contraforte dependem de estruturas
verticais para sua sustentação (MARTINS, 2015).
Segundo as diretrizes da Eletrobrás (2000), o projeto de uma barragem de
concreto deve levar em consideração algumas características, como a disponibilidade
de pedreiras para aquisição de brita e jazidas e areia que possam ser exploradas perto
do local. E também, é importante que exista facilidade de construção e acessos para
a obra. A figura 6 mostra a seção de uma barragem de concreto gravidade.
2.1.1.2 Vertedouro
Dessa forma, é de grande importância aperfeiçoar seu projeto para reduzir não
só o investimento inicial mas também os custos com manutenção (FLÓREZ, 2014).
2.2.1 Conceituação
Por mais que o BIM esteja em grande uso no Brasil, a ferramenta mais utilizada
na AEC é o CAD (Computer-aided design), utilizado na parte de elaboração de
projetos e também no acompanhamento no processo executivo da obra. Essa
ferramenta representou um grande avanço, visto que, substituiu desenhos manuais
pela representação digital (SCHMITZ, 2014).
26
Portanto, pode-se dizer que a tecnologia BIM é uma evolução do sistema CAD,
pois integra informações do ciclo de vida completo de um empreendimento (GOES,
2011).
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.4 PLANEJAMENTO 4D
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Outro tipo de quantitativo que foi retirado do software foi o volume de concreto
necessário para a construção da barragem. Dessa maneira, com essas tabelas de
quantitativos, pode-se perceber que é possível obter mais eficiência e precisão para
a elaboração de orçamentos e cronogramas de obra. Assim, com a Tabela 3 é
40
Por fim, pode-se dizer que o software auxilia para que possa ser feito um
controle dos prazos e do andamento das tarefas para evitar que os atrasos se
concretizem.
Com essa animação gráfica é possível fazer várias análises. Primeiro, que com
o vídeo há uma eliminação do esforço para visualizar e interpretar mentalmente o
cronograma. Esse vídeo pode ser pausado, avançado ou recuado, além de que o
software permite estar com a câmera posicionada em qualquer local do projeto. A
Figura 33 mostra um exemplo disso, em que a câmera do software se encontra dentro
da casa de força, podendo analisar a posição das turbinas e a disposição de espaço.
Essa visualização permite ter controle sobre o que foi planejado, evita
interpretações diferentes entre projetistas e também minimiza potenciais falhas de
comunicação.
Além disso, possibilita detectar erros de planejamento como problemas de
sequência executiva e sobreposição de atividades, de forma mais efetiva. Bem como
simular variados cenários do cronograma, facilitando a tomada de decisão por parte
do planejamento.
É importante destacar que uma das vantagens desse software é que, uma vez
carregado o modelo, ele permite com que o projeto fique sincronizado com o arquivo
original do Revit e MS Project. Desse modo, se alguma alteração for realizada no
projeto 3D ou no cronograma, será automaticamente alterado no Navisworks também.
Consequentemente, o gerenciamento do projeto se torna mais fácil, economizando
tempo e esforço, pois importar novamente o arquivo exigiria uma nova
compatibilização para conectar todos os objetos às tarefas.
Por fim, outro benefício do uso do planejamento 4D é que ele funciona como
uma construção virtual. Portanto, esse planejamento da obra é simulado no
computador, com ambiente controlado, permitindo errar e fazer ajustes sem causar
prejuízos aos custos e ao tempo de execução.
NÍVEL
NOME DO OBJETO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
resultados equivocados podem ser fornecidos e interferências que não existem podem
ser apresentadas. Além disso, ferramentas não adequadas podem ser utilizadas para
uma tarefa específica, criando problemas ao invés de soluções. Portanto, cabe ao
usuário fazer uso apropriado do processo para se obter os benefícios.
51
REFERÊNCIAS
CAMPESTRINI, Tiago Francisco et al. Entendendo BIM. 1. ed. Curitiba: [s.n.], 2015.
DISPENZA, Kristin. The Daily Life of Building Information Modeling (BIM). 2010.
Disponível em: <http://buildipedia.com/aec-pros/design-news/the-daily-life-of-
building-information-modeling-bim>. Acesso em: 10 mai. 2020
MATTOS, Aldo Dórea. BIM 3D, 4D, 5D e 6D. 2019. Ledcorp. Disponível em:
<http://ledcorp.com.br/ola-mundo/>. Acesso em: 29 de Maio de 2020.
SOUZA, Zulcy; SANTOS, Afonso Henrique M.; BORTONI, Edson da Costa. Centrais
hidrelétricas: estudos para implantação. Rio de Janeiro: Eletrobrás, 1999.
TELES, Dário Júnior Xavier Teles; ROCHA, José Nelson Vieira. Utilização do BIM
no desenvolvimento e integração de projetos: estudo de caso de um residencial
multifamiliar. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia
Civil) – Instituto Tecnológico de Caratinga, Caratinga, 2013.
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